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@yasmincampos_vet IMPLANTAÇÃO E PLACENTAÇÃO IMPLANTAÇÃO Embrião no útero, inicia a troca com organismo materno. Deve realizar o trajeto da ampola até o útero. Função da ZP: chave e fechadura para sptz reconhecer óvulo. No início embrião é friável, se espalha facilmente. A ZP é importante para manter embrião íntegro e isolado das células da mãe. Como forma gêmeos univitelinos? Duas massas celulares que eram para ser um embrião se dividem e se reproduzem como se fossem independentes. *Vitelo = óvulo *Gêmeos univitelinos = 1 óvulo *Gêmeos bivitelinos = 2 óvulos QUESTÃO DE PROVA: caso do teste de maternidade onde resultado foi que a mulher não era mãe, mas sim o tio materno da criança, mesmo sem ter irmão. Como isso aconteceu? Isso pode ter ocorrido pois, quando mulher estava no útero a mãe ovulou dois óvulos, gêmeos bivitelinos, dois embriões, que no desenvolvimento se fundiram. As células femininas se desenvolveram mas pode ter resquício de células masculinas na medula, por exemplo, por isso quando realizado coleta de sangue isso pode ocorrer. É chamado de quimera. PLACENTA A placenta é um tecido de grande capacidade de troca, que funciona nos dois sentidos. Serve como proteção e nutrição para o embrião. A unidade funcional da placenta são os vilos coriônicos, que são como pregas enrugadas para aumentar a área de troca materno-fetal. A parte de fora da placenta é composta elo cório, que tem origem nos trofoblastos. E a parte de dentro é composta pelo âmnio, que é a parte responsável por ficar em torno do embrião para proteção através do líquido amniótico. CLASSIFICAÇÃO ANTÔMICA PLACENTA DIFUSA Difusa simples: vilos estão presentes em toda a superfície, presente nos suínos. Difusa microcotiledonária: vilos estão distribuídos por toda a placenta, porém vilos são ramificados, presente em equinos. A parte vermelha é onde estão presentes os vilos e a parte branca é onde está presente o âmnio. Quando filhote nasce ele nasce dentro do âmnio e puxa o cório, que vai se descolando como se fosse “tirar uma camiseta do corpo”. @yasmincampos_vet PLACENTA ZONÁRIA Na placenta zonária, os vilos estão restritos a uma região no centro, em uma faixa equatorial do embrião, por isso placenta zonária. Esse tipo de placenta está presente em cães e gatos. É vermelho apenas na faixa dos vilos, onde há trocas. QUESTÃO DE PROVA: Por que o feto pode nascer de cor verde? Na margem das placentas existem hematomas marginais ou paraplacentas, que são pontos hemorrágicos importantes para passagem de ferro para o feto. Hematomas são roxos e depois de alguns dias oxidam e ficam verdes. No parto quando começa o parto e placenta começa a descolar iniciam os hematomas que ficam oxidados e de cor verde* e é chamado de uteroverdina. De baixo do alantoide existe a bolsa amniótica, onde o feto nasce. Se houver algum problema no parto e essa bolsa pode romper dentro do útero, feto irá entrar em contato com esse pigmento. Se animal for de pelo claro nasce com pelos de cor verde. Após 3 dias com cadela lambendo a coloração some. Serve para indicar se houve algum problema de deslocamento de placenta. *Por isso corrimento pode ser verde na hora do parto. PLACENTA COTILEDONÁRIA A placenta cotiledonária é composta por carúnculas e cotilédones, que são as áreas de troca materno-fetal. A carúncula é a forma materna e o cotilédone é a parte fetal. Os dois juntos formam o placentoma. Na vaca e na girafa carúncula é convexa, nos ovinos e caprinos carúncula é concava. *Macete: côncava lembra formato de concha = caprinos (concha começa com letra C de caprinos) @yasmincampos_vet Ca - carúnculas uterinas bovinas aos 3 Co - cotilédones PLACENTA DISCOIDAL Vilos estão restritos a áreas em formato de disco. Está presente em humanas, primatas e roedores. Mulher consegue ter gestação gemelar porque a placenta é dividida no endométrio. Porém, como mulher é pequena o espaço pode ficar menor em tempo mais rápido e parto ser um pouco mais precoce, porém a nutrição é eficiente e por isso fetos se desenvolvem normalmente. CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA Qual tecido materno que está no lúmen do útero e entra em contato direto com o feto: endométrio. Endométrio é tecido epitelial de revestimento simples, tem camada mucosa e não possui vascularização. Pode ser enovelar em algumas partes formando as gl. endometriais. Está envolto pela matriz extracelular, onde está presente a vascularização e fibras colágeno. Vasos tem função de troca de oxigênio e outras substâncias. Células endoteliais forma parede dos vasos. Parte mais externa da placenta é o cório, de tecido epitelial simples de revestimento, vascularização do tecido conjuntivo adjacente. Camadas da mãe para o feto: endotélio fetal, interstício fetal (tecido conjuntivo), epitélio fetal, epitélio materno, interstício materno e endotélio materno. Placenta com 6 camadas, é o mais completo. Isso serve como barreira e não deixa que todo tipo de molécula passe, como as globulinas. Por isso filhotes nascem agamaglobulinêmicos*, sem imunidade e por isso dependem do colostro nas primeiras horas de vida. Nesse momento filhote tem capacidade de pinocitose, podendo englobar/digerir proteínas inteiras. NOMENCLATURA O nome da placenta é dado através do tecido da mãe e depois tecido do feto. Ex.: epitélio da mãe + cório do feto = epitélio corial. *Globulina: sistema imune. *Agamaglobulinêmico = sem teor de globulinas no sangue. Epiteliocorial: epitélio da mãe em contato com o cório. Não é uma placenta hemorrágica, confere alta proteção ao embrião. Não passa anticorpos. Presente em porcas e éguas. @yasmincampos_vet Sinepteliocorial: células binucleadas gigantes se fundem e emigram para chegar mais perto do tecido materno (vaso da mãe). Formam sincícios celulares, fusões de células. Por isso é chamada de sinepteliocorial. Possui mesmo número de camadas, não tem hemorragia e não passa anticorpos. Presente nos ruminantes. Endoteliocorial: cório degrada epitélio materno e penetra no tecido materno para ter mais proximidade com o vaso. Perde epitélio materno e interstício materno, possui 4 camadas. Devido a destruição do tecido no parto ocorre um certo grau de sangramento nos sítios de implantação, pode passar proteínas maiores. Está presente em cães e gatos. Hemocorial: cório degradas até o endotélio materno, onde céls. coriônicas ficam em contato direto com o sangue. Apresenta 3 camadas e está presente em humanos, primatas e roedores. @yasmincampos_vet Observação: classificação anatômica e histológica se combinam. Placentas cotiledonárias são epiteliocorial, placentas difusas são epiteliocorial, placenta zonária são endoteliocorial, discoidal é hemocorial. *Tabela última página. QUESTÃO DE PROVA: prof. sugere cópula entre animais e pergunta qual será o tipo de placenta surgirá nessa nova espécie. A resposta é de acordo com a classificação histológica. Como surge cório/camadas do feto? Quando embrião chega entre mórula e blastocisto ocorre sua primeira diferenciação celular. Células embrionárias se transformam em trofoblasto e embrioblasto. Trofoblasto forma o cório que ajuda a formar a placenta. Massa celular interna se divide em epiblasto e hipoblasto, o primeiro se divide em 3 camadas: endoderma (órgãos e vísceras), mesoderma (músculo e sistema ósseo) e ectoderma (pele e sistema nervoso). Mesoderma primitivo se desenvolve e se funde no trofoblasto, criando dobras amnióticas que englobam o feto. O corpo do feto fica diretamente em contato com o líquido amniótico (é gosmento, ajuda na lubrificação na saída do feto). Mais para a frenteo mesoderma se junta com trofoblasto formando cório. Mais para frente quando inicia formação do sistema urinário fetal se forma o líquido alantoide formado por urina fetal que se funde com o cório formando o alanto- cório. Alantoide é o primeiro líquido que sai na gestação, amarelado. *Líquido que fica diretamente em contato com o corpo é o líquido aminiótico (origem oronasal) e o líquido que está fora, em maior volume é o alantoidiano (origem no úraco - urina). Feto deglute líquido amniótico para regular quantidade, após deglutir vira urina e se transforma em líquido alantoide. @yasmincampos_vet PARTICULARIDADE EQUINOS Nas éguas o líquido amniótico fica em volta do feto formando amônio-cório e alantoide forma como uma segunda bolsa em volta. Porém, não causa nenhuma diferença clínica. FUNÇÃO DOS LÍQUIDOS • Proteção para evitar choques e traumas diretamente ao filhote, impacto pode ser amortecido • Ajuda na passagem do feto na hora do parto, aumentando a lubrificação da vagina após rompimento das bolsas • Mantém a temperatura do feto através do líquido, evitando a variação de temperatura diretamente no feto • Auxilia no crescimento do feto sem prejudicar útero • Permite mobilidade do feto sem que traumatize qualquer órgão visceral materno • Evita aderência com outras partes do corpo • Tem ação mecânica de limpeza contra bactérias • Protege contra desidratação • Promove a dilatação de cérvix, vagina e vulva durante o parto *Lembrar do filme “passageiros”, cena em que personagem fica presa no líquido da piscina por conta da gravidade. TROCA GASOSA Oxigenação é passada da mãe para o feto por difusão - transporte passivo através da diferença de concentrações. Artéria da mãe tem mais oxigênio que a do filho. E CO2 tem concentração maior no feto que não tem pulmão funcional, passa por difusão até os vasos maternos já que a mãe tem capacidade de respiração. CIRCULAÇÃO FETAL O sangue sai da placenta em direção ao corpo do feto através da veia umbilical. Apesar de ser veia, está trazendo sangue nutritivo e oxigenado, mas é chamado de veia porque está indo para o coração. Veja um umbilical deveria passar por fígado do feto, porém se isso acontecesse fígado iria degradar todo esse sangue nutritivo, por isso existe um desvio chamado ducto venoso, que desvia da passagem para o fígado direto para veia cava. Da veia cava passa para átrio direito e ventrículo direito e depois artéria pulmonar, como no feto o pulmão não é funcional por isso boa parte do sangue passa do lado direito para o átrio esquerdo através do forâmen oval. Uma parte do sangue que está no átrio direito se junta com o sangue venoso que vem da veia cava superior. É bombeado pela artéria pulmonar para artéria aorta através do ducto arterioso. @yasmincampos_vet Ao nascer, primeira coisa que o filhote irá fazer é respirar. Ao realizar inspiração ocorre dilatação da grade torácica, criando pressão negativa que puxa ar e sangue para pulmão, assim sangue consegue entrar. Ao sair do pulmão cai no átrio esquerdo e por conta da pressão de entrada sanguínea o forâmen oval é fechado. Se não for fechado é necessário realizar cirurgia. Ao nascer cordão umbilical é rompido regredindo devido a perca de fluxo sanguíneo local. Observações: devido ao cordão umbilical estar ligado diretamente ao fígado a ocorrência de onfaloflebites podem rapidamente causar sepse e morte neonatal. TRANSPORTE PLACENTÁRIO Na placenta existem 3 tipos de transporte: Difusão simples: é a troca através do transporte passivo devido à diferença de concentração entre os meios. Ex.: gases e água. Difusão facilitada: depende da concentração entre os meios, mas é facilitada por proteínas carreadoras. Ex.: aminoácidos e glicose. Transporte ativo: através do gasto de energia para bombear ativamente nutrientes para o feto mesmo com concentração alta. O espaço intercaruncular (entre as carúnculas) o útero possui as glândulas endometriais que secretam leite uterino. Nessa região onde a placenta não tem carúncula, mas tem contato com gl. endometriais o leite uterino é absorvido por pinocitose/endocitose, formando as auréolas uterinas. BARREIRA PLACENTÁRIA A placenta é uma barreira seletiva, depende da concentração e solubilidade das substâncias. É impermeável a coloide, células e bactérias*. É permeável a anestésicos, importante para fêmeas que necessitam passar por cesárea. *Está no livro, mas prof. fez observação sobre leptospirose, que causa aborto devido à morte fetal por septicemia. SECREÇÃO PLACENTÁRIA Muitas placentas possuem capacidade de secreção interna, produzem hormônios e algumas conseguem até mesmo manter a gestação independente do corpo lúteo. Células se fundem e formam sincícios, produzem hormônios como E2, P4, lactogênio placentário, além das gonadotrofinas ECG e HCG. IMUNOPROTEÇÃO Nem todas as placentas permitem passagem de anticorpos, hemocorial e endoteliocorial são as únicas que permitem passagem de anticorpos. ERITROBLASTOSE FETAL HUMANA Eritroblastose fetal é um problema que se caracteriza pela destruição das hemácias do feto por ação dos anticorpos da própria mãe. Esses anticorpos atravessam a barreira placentária e atacam o feto, levando a um quadro de anemia fetal. Exemplo: mulher com fator Rh negativo quando está com homem Rh positivo, pode ter chance de ter um feto Rh positivo. Assim, a mulher pode criar anticorpos contra o feto devido ao não reconhecimento do fator positivo, causando aborto. A placenta humana é hemocorial e por isso passa anticorpos da mãe para o filho, por isso anticorpos começam a matar o feto. *Eritroblasto = células vermelhas do feto. *Fetal = porque ocorre na vida fetal. Deve ter cuidado com transfusão de sangue em humanas grávidas para não ser sensibilizada. Na hora do parto quando cordão umbilical rompe o sangue das crianças cai dentro do útero e como placenta é hemocorial entra em contato direto com sangue materno. Mãe Rh negativo deve tomar uma injeção chamada Rogan, com anticorpos contra esses antígenos que neutralizam antígenos do filho antes que a mãe forme uma resposta contra filho. @yasmincampos_vet ISOETRITRÓLISE NEONATAL EQUINA Isoeritrólise neonatal equina é uma enfermidade que acomete potros neonatos. Causada devido a incompatibilidade de grupo sanguíneo entre o potro e a égua e mediada por anticorpos maternos absorvidos através do colostro contra hemácias do potro. Equinos tem 2 tipos sanguíneos (Aa, Qa) que são muito imunogênicos, animais que não tem acabam produzindo anticorpo contra eles. Éguas que não possuem seriam como fêmeas Rh negativo, porém como placenta é epiteliocorial não passa anticorpos da mãe para o feto. Porém quando o potro nascer não pode entrar em contato com o colostro da mãe pois nesse momento pode causar passagem de anticorpos. *Isoeritrólise = anticorpos maternos lisam as hemácias (eritrócitos) do filhote. *Neonatal = porque animal já nasceu. Potros não pode mamar colostro da mãe, somente pode amamentar nessa égua após 48h. Enquanto isso devem se amamentar de banco de colostro. Nas éguas pode ser feito a tipagem sanguínea, se não for desses dois tipos é uma égua de risco e deve ter cuidado com cruzamento. Se não puder ser feito esse exame, pode ser feito coleta do sangue do potro e colostro da égua e centrifugar os dois juntos, se aglutinar o sangue significa que tem anticorpos maternos contra e potro não pode mamar esse leite. RESUMO Humanos: hemocorial e discoidal = eritroblastose fetal. Equinos: epiteliocoral e difusa microcotiledonária = isoeritrólise neonatal. QUESTÃO DE PROVA: cruzamento entre égua e humano formando um centauro, que possui placenta híbrida. Por exemplo, se placenta for epiteliocorial comoa equina, mas discoidal como a humano, nesse caso qual será a forma de manifestação da doença? Isoeritrólise neonatal, por conta do desenvolvimento embrionário, onde a placenta epiteliocorial não passa anticorpos. Se placenta for hemocorial como humano e microcotiledonária como equina, a manifestação da doença será eritroblastose fetal, porque placenta hemocorial passa anticorpos. QUESTÃO DE PROVA: Butantã tentou criar anticorpos contra COVID em cavalos, como é feito com soro antiofídico. Aluno com medo de agulha pensou em inocular vaca com COVID para produção de anticorpos contra e se imunizar contra o vírus. Vaca irá produzir anticorpos? Sim. Se ele tomar o leite da vaca irá ficar imunizado? Não, porque pessoa adulta não absorve proteínas inteiras, irá degradar. QUESTÃO DE PROVA: Notícia da mulher de Cingapura que teve COVID durante a gestação e quando filho nasceu já tinha anticorpos contra. Não foi comprovado se anticorpos passaram placenta e se criança foi infectada em útero. Não foi achado vírus na criança e nem nos líquidos fetais. Se criança não foi infectada em útero ela poderia ter anticorpos? Sim, pois placenta materna é hemocorial e passa anticorpos via placenta. Se fosse bovino, teria anticorpos? Não, pois somente após o nascimento com administração do colostro o animal teria anticorpos. *Prof. varia as espécies na pergunta. @yasmincampos_vet TABELA
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