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Resumo avaliação e terapia voz
Terapia vocal (Universidade Federal de Santa Maria)
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Resumo avaliação e terapia voz
Terapia vocal (Universidade Federal de Santa Maria)
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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DAS DISFONIAS: 
 
 A avaliação fonoaudiológica constitui-se da obtenção da história do distúrbio vocal e da avaliação do 
comportamento vocal propriamente dita, que pode empregar métodos subjetivos ou objetivos. 
 
A) HISTÓRIA DO DISTÚRBIO VOCAL – ANAMNESE ESPECÍFICA: 
 
A avaliação dos distúrbios da voz inicia-se pela obtenção de sua história, a anamnese específica. A 
anamnese é parte indispensável da avaliação dos distúrbios vocais e muitas vezes decisiva no diagnóstico 
diferencial das disfonias. Ela é comumente composta por uma entrevista aberta e por um questionário formal 
específico. Assume diferentes formas de acordo com a situação de avaliação e conforme a queixa apresentada pelo 
paciente, podendo ser mais informal em um consultório ou mais rígida e sob a forma de protocolo em um serviço 
hospitalar, onde os dados são usados por diferentes profissionais e submetidos à análise computadorizada. 
A obtenção da história da disfonia exige do avaliador duas habilidades distintas: a habilidade de conduzir 
uma entrevista, criando um canal de comunicação com o paciente com o paciente para obter as informações 
necessárias e a habilidade de interpretar tais informações, com base lógica e conhecimento prévio. 
São responsabilidades do entrevistador: 
 Conduzir a entrevista. 
 Não inibir ou intimidar o paciente com excesso de controle ou rigidez. 
 Manter o foco da entrevista – a história da disfonia e quaisquer informações relacionadas. 
 Ser flexível e sensível às emoções do paciente, expressas verbal e não-verbalmente. 
 Não expressar impressões ou julgamentos pessoais sobre as informações obtidas. 
 Manter-se aberto e receptivo, mesmo quando o paciente for hostil ou não-cooperante. 
 Usar uma linguagem adequada às necessidades individuais do paciente, sem ser simplória ou rebuscada 
demais. 
 Informar corretamente o resultado dos procedimentos realizados com o paciente, assim como explicar a 
conduta, os possíveis resultados e as opções de tratamento. 
Um questionário para a avaliação fonoaudiológica de uma indivíduo com disfonia deve conter pelo menos 
os seguintes itens: identificação, queixa e duração e história pregressa da disfonia. 
 
IDENTIFICAÇÃO: (slide 1) 
 
 A avaliação de voz, como em qualquer prontuário clínico, necessita antes de tudo, de identificação pessoal. 
Nela ressaltamos além das informações demográficas básicas, a importância da profissão e da ocorrência de outra 
atividade secundária em que se empregue a voz. 
QUEIXA E DURAÇÃO: (slide 1) 
 
 A queixa é o motivo da consulta. É por ela que a entrevista inicia-se e, muitas vezes é ela que encerra 
grande parte das informações necessárias. Ela revela o grau de conscientização do paciente sobre sua alteração e 
expressa a habilidade em organizar verbalmente a informação sobre a dificuldade atual e o tempo de sua 
evolução. O clínico deve investigar não apenas o início da queixa, mas como a disfonia se comporta, os principais 
sinais e sintomas, consistência ou variabilidade desses sintomas e tratamentos anteriores efetuados. 
 
HISTÓRIA PREGRESSA DA QUEIXA: 
 
 Envolve todos os aspectos da vida do indivíduo que podem estar relacionados ao início ou à manutenção 
do problema e que, de certo modo, evidenciam ao clínico as razões envolvidas no distúrbio da voz. São geralmente 
investigados os hábitos inadequados à saúde vocal, aspectos complementares de saúde geral, antecedentes 
pessoais e familiares de alterações vocais ou de outros distúrbios da comunicação, assim como os tratamentos 
efetuados pelo paciente. 
 
HÁBITOS: 
 
 A investigação dos hábitos inadequados concentra-se em dois aspectos distintos: os agressores 
externos, como o tabagismo, o etilismo, o uso de drogas e as condições ambientais de uso da voz e os 
agressores do próprio comportamento vocal como o abuso e o mau uso de voz que possam levar ao 
fonotrauma. 
 
 
 
 
 
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INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR: 
 
 Procura-se levantar uma série de alterações que podem ter influenciado no estabelecimento do quadro e 
podem estar contribuindo para a manutenção ou a recorrência da disfonia. Principais alterações: distúrbios 
alérgicos, faríngicos, bucais, nasais, otológicos, pulmonares, digestivos, hormonais e neurovegetativos. 
 
ANTECEDENTES PESSOAIS: 
 
 Aqui são investigados estados mórbidos e tratamentos clínicos ou cirúrgicos realizados anteriormente, quer 
estejam ou não relacionados diretamente ao quadro vocal atual. 
 
ANTECEDENTES FAMILIARES: 
 
 Aqui pesquisa-se a ocorrência de distúrbios vocais em outros membros da família, podendo evidenciar 
quadros familiares de inadaptações fônicas, alterações estruturais mínimas ou malformações congênitas que fazem 
com que membros de uma mesma família tenham um tipo de voz semelhante. Outros distúrbios de comunicação 
na família (como deficiência auditiva por ex.) também devem ser pesquisados, pois podem ser fatores 
desencadeantes do quadro vocal apresentado pelo paciente. 
 
TRATAMENTOS ANTERIORES: 
 
 Os tipos de tratamentos efetuados e os resultados obtidos devem ser investigados. No caso de 
tratamentos fonoaudiológicos anteriormente realizados, pesquisa-se a linha de trabalho, o tempo de tratamento, a 
motivação do paciente e também os resultados obtidos. 
 
 
B) AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL VOCAL: 
 
Esta avaliação tem por objetivo traçar o perfil vocal do indivíduo, identificando e descrevendo os principais 
parâmetros vocais e os desvios encontrados. O instrumento principal para esta avaliação é o ouvido humano e 
uma série de medidas simples para se determinar a eficiência vocal. Esta análise é conhecida por análise 
perceptiva auditiva da voz. 
 
ANÁLISE PERCEPTIVA AUDITIVA DA VOZ: 
 
 Dificuldades na padronização dos termos empregados na análise perceptiva auditiva da voz e o julgamento 
subjetivo de avaliadores não treinados podem gerar descrições ambíguas e inadequadas. Com o objetivo de 
universalizar a avaliação da qualidade vocal, foi proposto uma escala para classificação e gradação das principais 
alterações de qualidade vocal, a Escala GRBAS. Esta escala é composta de cinco alterações na qualidade vocal,cada uma com quatro níveis de anormalidade da voz: discreto, moderado, severo e extremo. São eles: G 
(grade) representando o grau geral da disfonia do paciente; R (rough) para rouquidão; B (breathy) para a 
soprosidade; A (astheny) para a astenia vocal e S (strain) para a tensão fonatória. Cada um desses 
parâmetros é avaliado numa escala de quatro pontos como ausente, discreto, moderado e severo. 
 A qualidade vocal é, sem dúvida, o principal parâmetro da análise perceptiva auditiva. Representa o índice 
mais completo dos atributos da emissão de um indivíduo, fornecendo informações sobre o padrão básico de 
emissão, bem como sobre as dimensões biológica e psicológica e sócio-educacionais do falante. 
 As informações da dimensão biológica dizem respeito às características anatômicas e fisiológicas do 
indivíduo, como sexo, idade, estrutura física geral e específica do aparelho fonador e saúde geral. 
 A dimensão psicológica fornece informações sobre as características básicas de personalidade e sobre o 
estado emocional de um indivíduo no momento da emissão. 
 A dimensão sócio-educacional refere-se a modelos vocais familiares e sociais selecionados, a regionalismos 
e padrões vocais característicos do extrato social ao qual o falante pertence. 
 Para a análise correta das dimensões psicológica e social geralmente necessitamos de um maior tempo de 
emissão, porém, sentimentos básicos como alegria, tristeza e indiferença podem ser imediatamente reconhecidos 
numa simples palavra como um eventual “bom dia”. 
Da avaliação perceptiva da qualidade vocal de um indivíduo, podemos analisar os seguintes parâmetros: 
tipo de voz, sistema de ressonância, características da emissão, articulação e pronúncia, ritmo e velocidade de fala 
além da resistência vocal, da sensação psicoacústica de freqüência: pitch e a sensação psicoacústica de 
intensidade: loudness. 
 
 
 
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TIPO DE VOZ: 
 
 O tipo de voz relaciona aos ajustes motores laríngeos e ressonantais utilizados habitualmente pelo falante. 
Existem mais de cinqüenta tipos de voz descritos na literatura, alguns tipos aparecem com maior freqüência, entre 
os quais estão a voz rouca, a voz soprosa, a voz áspera, a voz comprimida e a voz bitonal. 
 
VOZ ROUCA: 
 
 É a mais comum alteração vocal. É uma qualidade vocal do tipo ruidosa, com altura e intensidade 
diminuídas e com maior presença de ruído no sinal sonoro. Este tipo de voz está geralmente relacionado a 
lesões orgânicas da laringe nas quais há alteração do padrão vibratório da mucosa das pregas vocais, 
como nódulos, pólipos, edemas ou mesmo neoplasias. E também a voz típica da gripe. 
 
VOZ SOPROSA: 
 
 Na voz soprosa há a presença de ar não sonorizado durante a emissão, representado por um ruído 
audível à fonação. Esta qualidade vocal está relacionada a disfonias hipocinéticas, quadros de fadiga vocal, 
a certas inadaptações fônicas ou ainda a casos neurológicos de paralisia vocal, miastemia gravis ou 
parkinsonismo. 
 
VOZ ÁSPERA: 
 
 Caracteriza-se por uma emissão rude e desagradável com grande esforço à fonação. Representa a rigidez 
da mucosa das pregas vocais, comum em leucoplasias e retrações cicatriciais ou ainda em alterações 
estruturais mínimas do tipo sulco-estria. 
 
VOZ COMPRIMIDA: 
 
 É uma voz tensa e desagradável. Caracterizada por vibração restrita da mucosa das pregas vocais e 
contração exagerada do vestíbulo laríngeo, tanto mediana como ântero-posterior. 
 
VOZ BITONAL: 
 
 É caracterizada por dois diferentes sons com qualidade vocal, altura e intensidade diversas. Ocorre em 
condições de diferença de nível, tensão ou tamanho entre as pregas vocais, comuns nas paralisias do 
nervo laríngeo inferior, bem como em irregularidades da mucosa da prega vocal, como a depressão criado pelo 
sulco-estria. 
 
SISTEMA DE RESSONÂNCIA: 
 
 É o conjunto de elementos do aparelho fonador que moldam e projetam o som no espaço. Este conjunto 
de elementos é formado pelas caixas de ressonância: pulmões, laringe, faringe, cavidade da boca, 
cavidade nasal e seios paranasais. 
Quando há equilíbrio da distribuição da ressonância nas diferentes caixas de ressonância, diz-se que há 
uma voz de ressonância difusa. Quando há o predomínio de determinada cavidade de ressonância cria-se um 
foco ressonantal, classificado de acordo com a cavidade de ressonância reforçada: foco de ressonância 
hipernasal, foco hiponasal e finalmente, foco de ressonância oral. 
 
CARACTERÍSTICAS DA EMISSÃO: 
 
 Além do tipo de voz e da ressonância é necessário avaliar aspectos da emissão como o ataque vocal, o 
pitch e loudness. 
 O ataque vocal corresponde ao disparo inicial do som laríngeo, havendo 3 opções: ataque vocal isocrônico, 
ataque vocal aspirado e ataque vocal brusco. 
O ataque vocal isocrônico, suave ou normal, ocorre quando não nem tensão nem perda de ar 
excessivas, havendo uma sincronia entre o disparo de vibração das pregas vocais e o início da expiração do ar. 
 O ataque vocal brusco corresponde a uma forte adução das pregas vocais em toda a sua extensão, 
gerando o aumento da pressão aérea subglótica e o afastamento brusco das pregas vocais no início da emissão. É 
uma característica freqüente nas disfonias hiperfuncionais. 
O ataque vocal aspirado ocorre por uma coaptação insuficiente das pregas vocais, com conseqüente 
escape de ar ao início da fonação. É comum às disfonias hipofuncionais, como nos casos de paralisia de prega 
vocal e aos casos de fendas hiperfuncionais fusiformes com retração de mucosa. 
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Pitch é o termo utilizado para o correlato psicoacústico da freqüência fundamental. A freqüência 
fundamental é o parâmetro acústico quantitativo que relaciona o número de ciclos glóticos vibratórios por 
unidade de tempo., no caso, segundos. Quanto maior a freqüência fundamental, ou seja, quanto mais ciclos 
vibratórios por segundo, mais aguda é a voz, quanto menor a freqüência fundamental, mais grave é a 
voz. 
Para a análise perceptiva auditiva, faz-se uma avaliação qualitativa, considerando-se o pitch adequado ao 
falante e à circunstância de comunicação ou elevado ou ainda agravado. 
Loudness é o correlato psicoacústico do parâmetro acústico quantitativo de intensidade da voz. A 
intensidade da voz é o nível de pressão sonora medida em valores numéricos de decibels. Uma voz pode ter 
loudness adequada, reduzida ou elevada para o falante ou para a situação de comunicação. 
 
C) AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA VOZ: próxima aula 
 
A avaliação quantitativa da voz engloba uma série de procedimentos mensuráveis e, portanto, 
considerados objetivos. Fazem parte de tal avaliação desde as tradicionais medidas fonatórias até a sofisticada 
avaliação acústica computadorizada feita por modernos laboratórios de voz. 
MEDIDAS FONATÓRIAS TEMPORAIS: 
 
 A investigação dos tempos máximos de fonação constitui a parte mais simples da avaliação objetiva 
quantitativa da voz. A investigação dos tempos máximos de fonação e a análise acústica possibilitam comparação 
intra e intersujeito, podendo servir como linha de base e de análise tanto da evolução de uma voz profissional 
como para avaliação do tratamento de um paciente disfônico. 
 Para as medidas do tempo máximo de fonação, é considerado o tempo máximo de sustentação, após 
inspiração profunda, das vogais a, i, u e das consoantes fricativas s e z, bem como da contagem de números. 
 Para falantes do português brasileiro, considera-se uma média de 20s para os homens e de 14s para as 
mulheres, para as crianças até a puberdade, estes valores acompanham a idade em anos, relacionando-se 1s para 
cada ano de vida. Tempos máximos de fonação abaixo de 10s para indivíduos adultos é indicativo de 
comprometimento vocal significativo. Na contagem dosnúmeros, esperam-se valores 1 a 3s mais altos que os 
obtidos das vogais sustentadas. Valores fora desta variação são indicativos de incoordenação 
pneumofonoarticulatória. 
 As medidas isoladas dos tempos máximos de fonação fricativo medial surdo s e do fonema fricativo medial 
sonoro z não têm valor clínico, mas a relação entre estas duas medidas (relação s/z) é um valioso recurso para 
avaliação da dinâmica fonatória e da competência glótica. Espera-se que os valores sejam os mesmos, ou com 
pequena variação entre o fonema surdo e o fonema sonoro. Uma relação s/z entre 0,8 e 1,3 é esperado para 
indivíduos normais. Valores abaixo do valor de 0,9 são indicativos de hiperadução das pregas vocais; já valores 
acima de 1,2 revelam falta de coaptação glótica. 
 
AVALIAÇÃO ACÚSTICA COMPUTADORIZADA: 
 
 Diz respeito às medidas objetivas que podem ser realizadas com a onda sonora. Considerando-se a 
análise acústica com fins clínicos, os ganhos mais imediatos são: 
 oferecer maior compreensão acústica do output vocal e estreitar as linhas de associação entre as análises 
perceptivo-auditiva e acústica. 
 prover dados normativos para diferentes realidades vocais, quer sejam culturais, profissionais ou patológicas. 
 oferecer uma documentação suficiente para traçar a linha de base da voz de um indivíduo, faça ele uso 
profissional da voz ou seja um paciente em tratamento. 
 monitorar a eficácia de um tratamento e comparar resultados vocais de diferentes procedimentos terapêuticos 
nas diversas fases do trabalho clínico. 
 acompanhar o desenvolvimento de uma voz profissional ao longo de um período. 
 servir como instrumento de detecção precoce de problemas vocais e laríngeos. 
Há vários sistemas computadorizados disponíveis no mercado, alguns baseados em programas para o usuário, 
ou seja, softwares específicos, enquanto outros são baseados em softwares e hardwares, ou seja, necessitam do 
emprego de outros periféricos ao sistema computadorizado usual. Praticamente todos os laboratórios oferecem as 
mesmas medidas acústicas básicas, porém, há muita variação nos métodos de extração empregados, o que pode 
tornar os dados não-comparáveis entre si. 
As análises acústicas básicas podem ser agrupadas em 6 categorias: análise da espectrografia 
acústica, medida da freqüência fundamental e suas variantes jitter e shimmer, medida proporção harmônico-ruído 
ou de relações similares (proporção sinal-ruído e nível de ruído glótico), extensão fonatória máxima, extensão 
dinâmica e perfil de extensão vocal. 
Ainda não foi encontrada uma única medida que produza adequadamente o resultado da análise perceptiva 
auditiva, o único instrumento essencial ao fonoaudiólogo. 
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Nenhuma medida acústica oferece um diagnóstico definitivo e nem será o computador que vai tratar do 
paciente; porém, o emprego dos computadores, quando se compreende suas limitações, é um poderoso 
instrumento auxiliar. O valor de uma análise quantitativa está, em grande parte, nas habilidades 
associativas e no conhecimento prévio do avaliador, e não no programa de voz ou no computador. 
Processo diagnóstico é uma atividade mental altamente complexa, não substituível por nenhum instrumento, 
ferramenta ou sistema. 
 
REABILITAÇÃO DO PACIENTE DISFÔNICO: 
 
 O processo de reabilitação vocal tem como objetivo fornecer uma voz melhor ao paciente e, se possível, 
uma voz normal e adequada para as suas atividades coloquiais, sociais e profissionais. A situação ideal para o 
início de um tratamento vocal é na qual o paciente já passou por um exame otorrinolaringológico e por uma 
avaliação fonoaudiológica, e apresente um diagnóstico preciso. Neste caso, o programa de reabilitação pode 
ser mais específico e, com certeza, tanto o paciente como o clínico irão se sentir mais seguros. Porém, nem 
sempre tal situação ocorre e, por vezes, temos que trabalhar em casos onde existem dúvidas diagnósticas; em tais 
situações, aconselha-se realizar um teste terapêutico por um período de 2 a 3 meses, com a utilização de provas 
terapêuticas para direcionar a conduta. Após esse período, deve-se realizar uma revisão do quadro para definir ou 
precisar o diagnóstico. 
 Segundo Wilson Aronson (1990), a terapia de voz deve ser considerada um processo para levar a voz de 
um paciente a um nível de adequação que possa ser alcançado realisticamente por ele e que satisfaça suas 
necessidades ocupacionais, emocionais e sociais, sendo que nem todos irão conseguir uma voz normal. 
O autor conclui que o terapeuta bem sucedido é um artista científico que combina uma atuação artística 
com bases científicas para identificar o problema e planejar o tratamento do paciente. Entretanto, é claro que, uma 
base sólida de informação não substitui a experiência, essencial nessa área. 
 Josafá Stemple (1993) classifica as filosofias de reabilitação vocal em cinco principais orientações: terapia 
vocal sintomatológica, psicológica, etiológica, fisiológica e eclética. 
 Mara Behlau e Paulo Pontes (1995) organizaram, para cada uma das filosofias de reabilitação vocal, o foco 
da linha terapêutica em questão, sua premissa básica, as vantagens e as possíveis críticas ás orientações 
propostas. 
 
A) TERAPIA VOCAL SINTOMATOLÓGICA: 
 
Foco: modificação direta dos sintomas. 
Premissa: a maior parte das disfonias tem como causa abuso ou mau uso funcional da freqüência, intensidade e 
respiração. 
Vantagens: 
 A modificação direta dos sintomas pode oferecer resultados vocais imediatos e até mesmo surpreendentes. 
 O paciente fica motivado por estar trabalhando diretamente com sua voz e comprovando rapidamente o efeito 
da manipulação dos parâmetros vocais. 
Críticas: 
 A causa pode continuar operante e a disfonia recidivar. 
 A modificação dos sintomas exige grande participação do paciente que, por vezes, não colabora o necessário. 
 A rejeição da dicotomia orgânico versus funcional pode limitar a identificação do distúrbio, 
 
B) TERAPIA VOCAL PSICOLÓGICA: 
 
Foco: identificação e modificação dos distúrbios emocionais e psicossociais associados ao início e manutenção do 
problema. 
Premissa: há sempre causas emocionais subjacentes e, portanto, necessidade de se determinar a dinâmica 
emocional da disfonia. 
Vantagens: 
 A terapia de voz é também um processo de autoconhecimento. 
 A compreensão da “história emocional “ da disfonia pode propiciar insights sobre o comportamento emocional 
do indivíduo. 
Críticas: 
 A compreensão da dinâmica emocional não assegura uma nova produção vocal. 
 O paciente pode ficar ansioso pela ausência de meios concretos de se conseguir uma melhor produção vocal. 
 
C) TERAPIA VOCAL ETIOLÓGICA: 
 
Foco: eliminação da causa do distúrbio. 
Premissa: é essencial a identificação e a modificação ou eliminação das causas da disfonia ou fatores correlatos. 
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Vantagens: 
 Eliminada a causa, as chances de recidiva são praticamente inexistentes. 
 O paciente sente-se confortável porque vivência o seu tratamento embasado na eliminação da gênese do 
distúrbio. 
Críticas: 
 Nem sempre pode-se eliminar ou até mesmo identificar a causa de uma disfonia e mesmo assim há recursos 
para se tratar o paciente. 
 A relação causa-efeito não é necessariamente direta e única. 
 Muitas disfonias apresentam causa já inoperante, porém a voz continua alterada por fixação miofuncional dos 
ajustes motores inadequados. 
 
D) TERAPIA VOCAL FISIOLÓGICA: 
 
Foco: modificação da atividade fisiológica inadequada. 
Premissa: dados das funções fonatória e laríngea são essenciais para modificar as relações musculares e 
respiratórias. 
Vantagens: 
 Os dados fonatórios e fisiológicos podem contribuir enormemente na solução rápida de muitas disfonias. 
 O monitoramentovisual da dinâmica laríngea ou da acústica vocal permite a identificação da contribuição da 
fonte (laringe) e dos filtros (sistema de ressonância) na produção vocal. 
Críticas: 
 A patofisiologia pode ser não modificável e mesmo assim há recursos para se tratar o paciente. 
 As causas emocionais, não sendo consideradas, podem ser restritivas às modificações fisiológicas. 
 Esta terapia só pode ser feita quando existem recursos avançados de semiologias vocal e laríngea 
(instrumentação) para se obter os dados necessários ao seu planejamento. 
 
E) TERAPIA VOCAL ECLÉTICA: 
 
Foco: produção de uma melhor voz e uma comunicação mais efetiva. 
Premissa: teses de sistemas diversos oferecem um tratamento mais abrangente ao paciente. 
Vantagens: 
 O terapeuta percebe que tem um maior número de recursos de atuação, o que lhe dá maior segurança. 
 O maior número de recursos disponíveis se traduz numa chance maior de reabilitação completa do paciente. 
 O efeito da aplicação de procedimentos de diversas naturezas auxilia na melhor compreensão da disfonia. 
 O processo de seleção das abordagens a serem empregadas é um excelente instrumento de exercício 
profissional e de desenvolvimento da mente científica. 
Críticas: 
 Exige conhecimento profundo e amplo de diversas áreas relacionadas à voz, comunicação, psicologia e 
medicina. 
 Os terapeutas pouco experientes podem se sentir perdidos ou com poucas condições de uma atuação 
satisfatória. 
 O paciente pode se sentir bombardeado de procedimentos pelas tentativas do terapeuta nas diversas facetas 
do problema. 
 Questões peculiares a um caso podem ser colocadas num segundo plano. 
 
Ex.: uma professora com nódulos vocais e apresentando voz rouco-soprosa, redução de freqüência e 
intensidade e fadiga vocal seria tratada de formas diferentes, considerando as diversas orientações filosóficas. 
Na terapia sintomática: seriam propostos exercícios que reduzissem a rouquidão e o escape de ar, 
favorecessem uma freqüência mais aguda e aumentassem a intensidade e a resistência vocal. 
Para a terapia psicológica: o cerne do tratamento seria a análise dos motivos que a levaram ao 
abuso vocal e á conseqüente disfonia. 
Na terapia etiológica: seriam eliminados todos os atos fonatórios de abuso e mau uso vocal. 
Para a terapia fisiológica: o essencial seria modificar a coaptação glótica e o grau de compressão 
medial. 
A terapia eclética: utilizaria os recursos anteriormente citados, hierarquizando os procedimentos de 
acordo com a aceitabilidade da paciente, seu sistema de referência e sua noção de prioridade. 
O trabalho de identificação, diagnóstico e tratamento dos distúrbios da voz utilizado por Behlau e Pontes é 
denominado abordagem global e dentro das propostas analisadas é uma abordagem de natureza eclética. É 
proposta uma abordagem global para a reabilitação vocal, que baseia seus procedimentos na compreensão da 
disfonia como um distúrbio da comunicação, analisando suas causas, identificando os parâmetros vocais alterados, 
definindo as configurações laríngeas fonatórias e não fonatórias, considerando o histórico emocional e 
psicodinâmica vocal da disfonia e atuando também através de provas terapêuticas para respostas vocais imediatas. 
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Esta abordagem consta de três trabalhos interligados: orientação vocal, psicodinâmica vocal e treinamento 
vocal. 
Os trabalhos de orientação e psicodinâmica vocal são também chamados de trabalho de 
fundamento, trabalho de base ou trabalho indireto, essenciais a todos os pacientes, pois é onde atuamos e 
pesquisamos sobre o comportamento da voz na comunicação, ou seja, sobre o uso que o indivíduo faz de sua voz. 
O trabalho de treinamento vocal corresponde à abordagem comportamental propriamente dita, sendo o 
trabalho sintomático, direto e imediato, onde atua-se sobre o padrão mecânico da voz através da execução de 
exercícios com diferentes ajustes motores. 
 
1) TRABALHO DE ORIENTAÇÃO VOCAL: 
 
Inclui uma série de esclarecimentos sobre a fonação e a saúde vocal, detalhados o suficiente para 
preencher as necessidades do paciente, porém sem o bombardeio de detalhes técnicos excessivos. 
Explicações corretas e simples sobre o mecanismo de produção do som, além do ensino das 
normas básicas de higiene vocal e do uso correto da voz auxiliam o paciente a conscientizar-se da importância do 
uso correto da voz e sobre o que fazer para evitar as crises disfônicas, controlando os abusos vocais. 
Controlar abusos vocais não significa ficar mudo, mas usar a voz de forma mais saudável. Parar de 
falar, em muitos casos melhora a disfonia e, em algumas situações como em laringites agudas e no pós-operatório 
de cirurgias da laringe, o repouso vocal passa a ser obrigatório, mas é importante compreender que este não é um 
recurso de tratamento. 
O importante é lembrar que o paciente não é um expert sobre voz e que fatos muito simples para nós 
podem ser totalmente desconhecidos para ele. 
A orientação, portanto, deve ser considerada um verdadeiro aconselhamento vocal e não ser colocada 
em segundo plano. O tratamento de algumas disfonias, como as relativas ao uso profissional da voz, dependem 
em grande parte de uma aconselhamento vocal bem realizado. 
 
2) TRABALHO DE PSICODINÂMICA VOCAL: 
 
O objetivo deste trabalho é levar o indivíduo a reconhecer elementos de sua qualidade vocal que foram 
condicionados durante sua vida. Através da conscientização desses fatores, o paciente poderá realizar mudanças 
necessárias até redescobrir uma expressão vocal espontânea. 
Por este trabalho o indivíduo traz ao consciente as informações que sua qualidade vocal contém e os 
efeitos da sua voz sobre o ouvinte. 
É importante esclarecer ao paciente que o padrão de voz que ele apresenta (com exceção das disfonias 
puramente orgânicas) faz parte de sua história enquanto indivíduo. 
O trabalho de leitura vocal deverá ser realizado de modo cuidadoso, considerando-se todos os aspectos da 
comunicação do paciente, inclusive a situação do discurso e a comunicação corporal. A relação de observações 
oferecida ao paciente serve apenas como uma indicação dos principais caminhos fisiológicos pelos quais 
expressam-se as emoções e deverá sempre ser corroborada por este. 
Por ex.: 
 indivíduos autoritários tendem a usar vozes de freqüência mais grave que indivíduos frágeis e submissos; 
 pessoas extrovertidas geralmente usam maior intensidade vocal que as introvertidas; 
 uma articulação travada pode ser sinal de agressividade contida; 
 uma articulação bem definida geralmente acompanha clareza de idéias e desejo do falante de ser 
compreendido. 
Além disso, os dados da psicodinâmica vocal dependem dos padrões sociais, culturais e do sistema de valores 
desse indivíduo. Assim sendo, a leitura vocal não deve considerar os dados isoladamente, mesmo porque diversas 
emoções e características de personalidade concorrem ao mesmo tempo, numa mesma qualidade vocal. 
 
3) TRABALHO DE TREINAMENTO VOCAL: 
 
É a realização de exercícios selecionados para fixar os ajustes motores necessários à reestruturação do 
padrão de fonação alterado. 
É composto por inúmeras abordagens, algumas delas oferecendo alterações na qualidade vocal como um 
todo, os chamados métodos universais (podem ser aplicados a quase todos os pacientes, melhoram 
globalmente a produção vocal e ocupam boa parte da terapia) e outras favorecendo mudanças laríngeas 
específicas, as abordagens específicas (dependem em grande parte da realização de uma avaliação 
otorrinolaringológica dirigida à fonoterapia e objetivam o trabalho de grupos musculares específicos) . 
As principais abordagens do treinamento vocal foram selecionadas e agrupadas em cinco categorias: 
1. Sons de Apoio 
2. Técnicas de Mudança de Postura 
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https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumo-avaliacao-e-terapia-voz3. Técnicas de Associação de Movimentos dos Órgãos Fonoarticulatórios ou Funções Reflexo-
vegetativas à Emissão 
4. Técnicas com Utilização de Fala Encadeada 
 
5. Técnicas de Favorecimento da Coaptação dos Pregas Vocais 
Quanto à seleção das provas empregadas, a análise do protocolo dos indivíduos tratados com sucesso em 
fonoterapia não revelou a existência de uma cartografia terapêutica que relacionasse o tipo de disfonia às 
diferentes abordagens. Por outro lado, a seleção de abordagens fonoaudiológicas a partir do diagnóstico 
otorrinolaringológico também é limitada pois o diagnóstico não abrange a complexidade do comportamento vocal e 
os fatores inerentes ao próprio exame laringológico. 
Até o presente momento, as provas terapêuticas e de diagnóstico se constituem no mais valioso 
instrumento de seleção de abordagens, principalmente para o fonoaudiólogo em início de carreira. 
Provas terapêuticas são testes realizados com um determinado recurso para a observação de uma 
provável alteração no comportamento vocal. São considerados provas terapêuticas toda e qualquer manobra, 
técnica, abordagem ou comportamento empregados para explorar a resposta vocal do paciente. Podem ser 
empregadas e registradas com o auxílio de um gravador de som, ou ainda filmadas, algumas delas realizadas 
durante a endoscopia, onde se explora também a configuração laríngea. 
Uma prova terapêutica pode ser positiva, negativa ou neutra. É considerada positiva quando ocorre 
redução da disfonia, ou maior facilidade de emissão apesar de aparente piora na qualidade vocal (pode ser 
observada nos casos onde a técnica empregada na prova terapêutica elimina os mecanismos compensatórios que 
mascaram a real produção da voz). Apesar de qualitativamente a voz após o teste apresentar-se mais disfônica, as 
referências do paciente são de que é muito mais fácil falar, dá maior sensação de alívio e palavras como “abriu a 
garganta”, “ganhei espaço na voz” são comumente empregadas pelos pacientes. 
Se a voz permanece a mesma e não há nenhuma redução nas discinesias associadas a prova terapêutica é 
considerada neutra. 
Quando a voz piora e também as sensações ao falar, a prova terapêutica é considerada negativa, ou seja, 
a abordagem testada não deve ser empregada, pelo menos naquele momento. 
Da análise das provas terapêuticas, decide-se qual a abordagem mais efetiva naquele momento da 
terapia. O dinamismo na produção vocal é tão grande que muitas vezes técnicas consideradas negativas num 
determinado dia, podem ser as mais efetivas após algumas sessões, ou ainda, abordagens consideradas contra-
indicadas para certos distúrbios vocais podem se revelar as mais eficientes após uma prova terapêutica. 
 
RESUMO DAS ABORDAGENS DO TREINAMENTO VOCAL: 
 
1) SONS DE APOIO, SONS FACILITADORES OU SONS DE APOIO DA EMISSÃO: 
 
O treinamento vocal propriamente dito utiliza uma série de facilitadores da emissão, os chamados sons 
facilitadores, também chamados de sons de apoio da emissão. Esses sons têm como objetivo propiciar um melhor 
equilíbrio funcional da produção vocal. Assim, para se chegar à normatização da fonação, um mesmo som de apoio 
poderá ser utilizado tanto numa disfonia hipercinética (maioria dos casos clínicos 85%) como num quadro 
hipocinético. 
Apesar da emissão dos sons de apoio propiciar uma produção vocal equilibrada, para alguns pacientes certos 
sons não funcionam desta forma, provocando ainda mais desequilíbrios e tensões. Assim, devem ser realizadas 
provas terapêuticas que vão dirigir a escolha das abordagens a serem utilizadas. 
 
1.1) SONS NASAIS: 
 
• Procedimento básico: sons “m”, “n” ou “nh” contínuos, sustentados, modulados ou em escalas. 
• Efeitos esperados: 
1. suavização da emissão redução do foco de ressonância laringofaríngeo 
2. dissipação da energia sonora no trato vocal 
3. aumenta os tempos máximos de fonação sem esforço 
4. auxilia o monitoramento da voz. 
• Aplicação principal: 
1. universal da voz 
2. laringe isométrica (fenda triangular médio-posterior) 
3. nódulos vocais 
 
1.2) SONS FRICATIVOS: 
 
• Procedimento básico: sons “f”, “s” ou “x” contínuos (ou seus correspondentes sonoros) ou em passagem de 
sonoridade, de som surdo para sonoro, por exemplo, “s..” -> “z..” ou “x..” -> “j..” 
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• Efeitos esperados: 
1. direção de fluxo aéreo para o ambiente 
2. dissociação entre a intensidade e o esforço laríngeo, usando-se os sons sonoros 
3. suavização do ataque vocal 
4. aumento dos tempos máximos de fonação sem esforço 
• Aplicação principal: 
1. pós-operatório imediato de lesões de massa 
2. coordenação pneumofônica Sons vibrantes 
 
 
1.3) SONS VIBRANTES: 
 
• Procedimento básico: vibração de língua: “rrr....” ou “trrrr....”, ou vibração de lábios: “brrr....”, sustentadas, 
moduladas ou em escalas musicais. 
• Efeitos esperados: 
1. mobilização da mucosa 
2. redução do esforço fonatório 
3. aquecimento vocal 
• Aplicação principal: 
1. universal da voz 
2. laringites agudas, gripes ou resfriados 
3. nódulos 
4. edema de Reinke 
5. cicatrizes na mucosa 
6. sulco vocal. 
 
1.4) SONS PLOSIVOS: 
 
• Procedimento básico: emissão repetida de “p”, “t” ou “k” ou seus sonoros, associados a vogais. 
• Efeitos esperados: 
1. coaptação das pregas vocais 
2. clareza da emissão 
• Aplicação principal: 
1. disfonias hipocinéticas 
2. Parkinson 
3. paralisia unilateral de prega vocal 
4. pós-laringectomias parciais 
 
1.5) SOM BASAL: 
 
• Procedimento básico: emissão contínua em registro pulsátil, com “a” sustentado, ou sílaba “lá” repetidas 
vezes emissão na expiração ou inspiração, som produzido semelhante a “motor de barco” 
• Efeitos esperados: 
1. grande contração do músculo tiroaritenóideo 
2. relaxamento do músculo cricotireóideo 
3. mobilização e relaxamento da mucosa 
4. melhor coaptação glótica 
5. fonação confortável após o exercício 
• Aplicação principal: 
1. nódulos vocais 
2. fadiga vocal 
3. fenda triangular médio-posterior 
4. fonação desconfortável 
 
1.6) SONS HIPERAGUDOS: 
 
• Procedimento básico: emissão contínua em falsete associar um sopro à emissão de um som hiperagudo, se 
necessário. 
• Efeitos esperados: 
1. relaxamento do músculo tiroaritenóideo 
2. contração do músculo cricotireóideo 
3. emissão mais equilibrada em registro modal, após o exercício 
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• Aplicação principal: 
1. disfonia vestibular 
2. constrição medial do vestíbulo 
3. paralisia unilateral de prega vocal 
4. edema de Reinke. 
 
2) TÉCNICAS DE MUDANÇA DE POSTURA: 
 
Podem ser por ação direta ou indireta sobre o aparelho fonador e visam a harmonia entre a 
comunicação oral e a comunicação corporal. As técnicas de ação direta envolvem os músculos do próprio aparelho 
fonador ou estreitamente relacionados a esse sistema, enquanto os exercícios de ação indireta envolvem 
movimentos de todo o corpo, que terão reflexo direto ou indireto na emissão vocal. Também aqui procura-se 
quebrar o padrão muscular habitual, e oferecer ao paciente a possibilidade de um novo ajuste. Os sons de apoio 
podem ser associados às abordagens de mudanças de postura, o que as tornam mais eficazes. 
 
 
 
Técnicas de ação direta no aparelho fonador: 
 
a)Manipulação digital da laringe: 
• Procedimento básico: massagem na musculatura perilaríngea com movimentos digitais descendentes e 
pequenos deslocamentos late-raisdo esqueleto da laringe, além de movimentos rotatórios na membrana tireoióidea 
pressão ântero-posterior sobre a laringe 
• Efeitos esperados: 
1. redução da hipertonicidade laríngea 
2. leve abaixamento da freqüência fundamental 
3. redução da sensação de “bolo” na laringe 
• Aplicação principal: 
1. disfonia por tensão muscular 
2. muda vocal incompleta 
3. falsetemutacional ou de conversão 
4. sulco vocal 
 
b) Uso de vibrador associado à sonorização glótica: 
• Procedimento básico: aplicar um vibrador a pilha ou elétrico sobre a quilha da cartilagem tireóidea enquanto 
produz-se uma emissão de baixa intensidade, por exemplo: “m...” 
• Efeitos esperados: 
1. relaxamento da musculatura laríngea 
2. redução da fenda triangular médio-posterior 
• Aplicação principal: 
1. disfonia por tensão muscular 
2. rigidez de mucosa 
c) Massagem na cintura escapular: 
• Procedimento básico: movimentos de toque, pressionamento, estiramento e massagem na musculatura 
cervical, nas costas e nos ombros vibradores elétricos, calor úmido ou bolsas térmicas nas regiões acima 
mencionadas. 
• Efeitos esperados: 
1. redução da hipercontração da musculatura da cintura escapular 
• Aplicação principal: 
1. disfonias por tensão muscular 
2. fenda triangular médio-posterior 
3. hipertonicidade secundária a quadro orgânico de base 
 
d) Técnica de deslocamento lingual: 
• Procedimento básico: posteriorização, anteriorização e exteriorização da língua. 
• Efeitos esperados: 
1. posteriorização – maior aproveitamento da cavidade oral 
2. anteriorização – liberação da faringe 
3. exteriorização – abertura do ádito da laringe e sua elevação 
• Aplicação principal: 
1. posteriorização – para fonação delgada, voz infantilizada e alterações de ressonância 2. anteriorização – para 
ressonância posteriorizada 
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3. exteriorização – para disfonias hipercinéticas com contração de vestíbulo laríngeo e em casos de vibração de 
pregas vestibulares 
 
e) Emissão de boca aberta: 
• Procedimento básico: emitir os sons da fala, isoladamente, seqüências automáticas ou em leitura de texto, 
com a boca o mais aberta possível. 
• Efeitos esperados: 
1. reduzir as constrições do trato vocal 
2. ampliar as cavidades de ressonância 
• Aplicação principal: 
1. disfonias com travamento articulatório 
2. casos de baixa resistência vocal 
3. aumento de volume e projeção 
4. redução de atrito entre as pregas vocais 
5. uso profissional da voz 
 
f) Técnica do “b” prolongado: 
• Procedimento básico: prolongamento da oclusão bucal da consoante “b” seguida de emissão das vogal “a”, 
átona e nasal, na sílaba “bã”, repetida várias vezes. 
• Efeitos esperados: 
1. aumenta a ressonância 
2. maior energia na região aguda do espectro 
3. evita atrito entre as pregas vocais 
4. relaxa e abaixa a laringe 
• Aplicação principal: 
1. disfonia por tensão muscular 
2. falsete mutacional, de conversão ou paralítico 
3. fendas diversas 
 
g) Técnicas de mudança de postura de cabeça no plano horizontal: 
• Procedimento básico: deslocamento horizontal por cabeça rodada ou inclinada para as laterais direita ou 
esquerda do corpo. 
• Efeitos esperados: 
1. cabeça rodada: melhor aproximação das pregas vocais na linha mediana 
2. redução da rouquidão ou soprosidade 
3. cabeça inclinada: nivelamento vertical das pregas vocais 
4. redução da bitonalidade 
5. maior estabilidade na qualidade vocal 
• Aplicação principal: 
1. disfonias neurológicas: sobre excursão da prega vocal sadia em paralisias unilaterais (cabeça em 
movimentação homolateral ao lado lesado) 
2. disfonias neurológicas: estimulação de prega vocal parética (cabeça em movimentação contralateral ao lado 
lesado) 
3. inadaptação fônica: assimetria de tamanho, massa, forma, vibração ou tensão das pregas vocais por 
inadaptação fônica cabeça inclinada tem melhores resultados sobre o desnível das pregas vocais 
 
h) Técnica de mudança de postura de cabeça no plano vertical: 
• Procedimento básico geral: emissão com cabeça para trás, emissão com cabeça para baixo e emissão com 
cabeça e tronco para baixo, cada uma delas especificada a seguir. 
• Procedimento básico de emissão com cabeça para trás: cabeça para trás e a emissão do som plosivo 
posterior /g/, em sílabas, repetidas vezes 
• Efeitos esperados: 
1. aproximação mediana das estruturas ao nível glótico 
• Aplicação principal: 
1. casos de fenda fusiforme de natureza orgânica 
2. fendas irregulares por retração cicatricial 
3. pós-laringectomias parciais 
• Procedimento básico de emissão com cabeça para baixo: realizar a fonação com a cabeça inclinada em 
direção ao peito, associada a sons nasais, sustentados ou em sílabas. 
• Efeitos esperados: 
1. suavização da emissão 
2. eliminação da interferência das pregas vestibulares 
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3. subida da ressonância 
• Aplicação principal: 
1. fonação vestibular 
2. disfonias por tensão muscular 
• Procedimento básico de emissão com cabeça e tronco para baixo: dobrar o tronco (de pé ou sentado), 
emitir o som facilitador selecionado enquanto se sobe o tronco. 
• Efeitos esperados: 
1. mucosa vibrando a favor da força da gravidade 
2. dispersão de energia no trato vocal 
3. afastamento das pregas vestibulares 
• Aplicação principal: 
1. ressonância laringofaríngea 
2. edema de Reinke 
3. disfonia por pregas vestibulares 
 
Técnicas de ação indireta no aparelho fonador: 
Envolvem inúmeros exercícios corporais, e podem ser também adaptadas às técnicas de alongamento, 
facilmente associadas a emissões de sons selecionados para o paciente, além de uma série variada de exercícios 
de relaxamento dinâmico, eutonia e yoga. Tais técnicas podem solicitar a movimentação de todo o corpo ou de 
regiões mais específicas como o pescoço e os ombros, sendo que a experiência do terapeuta com essas 
abordagens essencial na determinação do sucesso de seu emprego. 
 
a)Exercícios corporais associados à emissão de sons facilitadores: 
• Procedimento básico: movimentações amplas do corpo associadas a sons de apoio ou vogais. 
• Efeitos esperados: 
1. relaxamento dinâmico 
2. melhor integração corpo-voz 
• Aplicação principal: 
1. vozes profissionais 
2. disfonias por tensão muscular 
 
b)Exercícios cervicais sonorizados: 
• Procedimento básico: 
movimentação de cabeça e pescoço nos movimentos do “sim”, “não” e “talvez” (movimentos verticais, horizontais 
e de inclinação) associados à emissão de vogais ou de sons de apoio selecionados. 
• Efeitos esperados: 
1. suavização de ataques vocais 
2. redução da compressão medial das pregas vocais 
3. aumento do tempo máximo de fonação 
• Aplicação principal: 
1. disfonias por tensão muscular 
2. nódulos de pregas vocais 
3. disfonias hipercinéticas 
4. remoção de compensações negativas nas paralisias laríngeas 
 
c)Exercícios de ombros sonorizados: 
• Procedimento básico: rodar os ombros no sentido horário, de frente para trás, bilateralmente ou 
alternadamente, com movimentos associados à emissão de vogais ou sons de apoio. 
• Efeitos esperados: 
1. redução da tensão da musculatura da cintura escapular e pescoço 
• Aplicação principal: 
1. disfonias por tensão muscular 
2. nódulos vocais 
3. remoção de compensações negativas nas paralisias laríngeas 
 
3) TÉCNICAS DE ASSOCIAÇÃO DE MOVIMENTOS DOS ÓRGÃOS FONOARTICULATÓRIOS OU FUNÇÕES 
REFLEXO-VEGETATIVAS À EMISSÃO: 
A associação de movimentos articulatórios ou de funções reflexo-vegetativas à produção fonatória 
utiliza o encadeamento de duas ou mais dinâmicas (fonatória, articulatória e/ou vegetativa), num mesmo exercício, 
com a finalidade de uma emissão vocal melhor equilibrada. Tais técnicas permitem aproveitar vários exercícios de 
lábios, língua, bochechas, mandíbula e musculatura faríngea, associados a emissões de diversos sons de apoio. 
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Descreveremos quatro técnicas bastante conhecidas, porém, as combinações são muito ricas e numerosas, 
podendo-se constantemente criar novos exercícios. 
 
a)Técnica do bocejo: 
• Procedimento básico: inspirarprofundamente e imitar um bocejo, com língua baixa e anteriorizada, 
sonorizando-o com uma vogal aberta aproveitar também os bocejos naturais. 
• Efeitos esperados: 
1. reduz ataques vocais bruscos 
2. amplia o trato vocal 
3. auxilia na projeção vocal 
4. abaixa a laringe 
5. amplia a faringe 
6. sintoniza fonte e filtros de ressonância 
• Aplicação principal: 
1. travamento articulatório 
2. disfonias com foco ressonantal faríngeo ou laringofaríngeo 
3. nódulos vocais 
4. disfonia por tensão muscular 
5. disfonia por pregas vestibulares 
 
b)Técnica do estalo de língua associado ao som nasal: 
• Procedimento básico: associação do estalo de língua, de modo constante e repetido, à técnica do som nasal – 
chamada de “cavalo e carro”. 
• Efeitos esperados: 
1. relaxamento da musculatura supra-hióide 
2. reequilíbrio fonatório 
3. sintonia fonte e filtros 
4. movimentação vertical da laringe 
• Aplicação principal: 
1. travamento articulatório 
2. foco ressonantal baixo 
3. disfonias por tensão muscular 
 
c)Método mastigatório: 
• Procedimento básico: mastigar ativamente, com a boca aberta e movimentos amplos dos lábios, da língua e 
das bochechas, emitindo-se uma grande variedade de sons, evitando-se um monótono “iam iam iam...” 
• Efeitos esperados: 
1. universal da voz 
2. equilíbrio da qualidade vocal 
3. redução de constrições inadequadas 
4. aquecimento vocal 
5. aumento de resistência vocal 
• Aplicação principal: 
1. disfonias por tensão muscular 
2. foco ressonantal baixo 
3. aquecimento vocal 
 
d)Exercícios de rotação de língua no vestíbulo: 
• Procedimento básico: rotação da língua no vestíbulo bucal, lentamente, com os lábios unidos, duas vezes em 
cada sentido, aumentando o número de rotações a cada série, até 10 delas associar as rotações de língua à 
emissão do som nasal “m”, prolongado, juntar a saliva e degluti-la inspirar profundamente e emitir vogais 
bocejadas. 
• Efeitos esperados: 
1. redução das constrições do trato vocal 
2. reposicionamento da língua e laringe 
• Aplicação principal: 
1. reorganização muscular fonoarticulatória 
2. redução da tensão laringofaríngea 
 
4) TÉCNICAS COM UTILIZAÇÃO DA FALA ENCADEADA: 
O treinamento vocal não se restringe ao uso de sons facilitadores, mas também há inúmeras técnicas 
que empregam a fala encadeada, no tratamento das disfonias. A opção do uso de exercícios com fala encadeada é 
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indicada quando se quer promover uma melhora global na emissão, sem a manipulação de certos grupos de 
parâmetros específicos. Os exercícios, de modo geral, propiciam uma qualidade vocal mais harmônica, com 
redução do grau de alteração vocal através de uma melhor coordenação das forças mioelásticas da laringe, 
aerodinâmica dos pulmões, articulatórias e das forças musculares envolvidas nas funções primárias de sucção, 
mastigação e deglutição. Assim, o resultado é um equilíbrio da coordenação pneumofonoarticulatória e da 
coordenação deglutição-fala. Indivíduos que usam a voz profissionalmente lucram com os métodos que empregam 
fala encadeada, pois há um aumento da resistência vocal. 
 
a)Técnica de voz salmodiada: 
• Procedimento básico: emissão semelhante às cantilenas de salmos religiosos. 
• Efeitos esperados: 
1. redução do esforço vocal global 
2. redução de ataques bruscos 
3. aumento de resistência vocal 
• Aplicação principal: 
1. disfonia por tensão muscular 
2. nódulos vocais 
 
b)Treinamento vocal sob mascaramento auditivo: 
• Procedimento básico: emissão em leitura ou seqüência automática, sob ruído branco em ambas as orelhas, ao 
redor de 100 dB. 
• Efeitos esperados: 
1. efeito Lombard 
2. supressão do monitoramento auditivo sobre a voz 
3. aumento de monitoramento proprioceptivo 
• Aplicação principal: 
1. diagnóstico diferencial entre psicogênicas e neurológicas 
2. disfonias a afonias de conversão 
3. disfonias hipocinéticas 
4. controle de competição sonora em vozes profissionais 
 
c)Treinamento vocal sob monitoramento auditivo retardado: 
• Procedimento básico: emissão com monitoramento auditivo defasado em frações de segundo. 
• Efeitos esperados: 
1. efeito Lee 
2. fonação constante e menos tensa 
• Aplicação principal: 
1. diagnóstico diferencial entre psicogênicas e neurológicas aumento do monitoramento proprioceptivo 
 
d)Monitoramento visual, auditivo e tátil-proprioceptivo: 
• Procedimento básico para o monitoramento visual: observar a emissão em frente a um espelho, monitorar 
a própria voz através da reação dos interlocutores, monitorar a emissão em qualquer sistema de controle, por 
exemplo, o V.U. meter dos gravadores. 
• Procedimento básico para o monitoramento auditivo: oclusão digital de uma ou ambas as orelhas para 
aumento da via óssea mãos em concha sobre as orelhas posicionamento de mãos em concha atrás das orelhas, 
aumentando artificialmente o pavilhão auricular, chamado de “orelha de cachorro” emissão vocal próxima a 
anteparos que ofereçam retorno auditivo com reforço da energia da onda sonora uso de fones de ouvido 
acoplados a gravador de som, para retorno da voz amplificada 
• Procedimento básico para o monitoramento tátil-proprioceptivo”: identificação de sensações e sintomas 
proprioceptivos indicativos ou sugestivos de uma emissão incorreta, tais como: aperto, pigarro, dor, ardor, secura, 
bolo na garganta, coceira, sensação de “garganta raspando”, etc. emissão com mãos posicionadas sobre a cabeça, 
testa, face e cavidades de ressonância, incluindo asas do nariz, pescoço e peito, durante diferentes tarefas 
fonatórias. 
• Efeitos esperados: 
1. formação de um esquema corporal vocal 
2. conscientização da emissão correta e incorreta da voz 
� Aplicação principal: 
1. vozes profissionais 
2. disfonias por técnica vocal deficiente 
3. uso de voz em ambientes inóspitos 
 
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e)Técnica de modulação de freqüência e intensidade: 
• Procedimento básico: sons de apoio em diferentes freqüências e intensidades leitura de prosa e verso com 
modulação marcada. 
• Efeitos esperados: 
1. universal da voz 
2. emissão mais suave 
3. controle consciente das alterações na extensão vocal e dinâmica 
• Aplicação principal: 
1. disfonias por tensão muscular 
2. vozes profissionais 
3. fadiga vocal 
 
f)Técnica de leitura somente de vogais: 
• Procedimento básico: eliminar as consoantes e ler apenas as vogais de um texto, de forma encadeada e 
modulada. 
• Efeitos esperados: 
1. controle da fonte glótica 
2. redução das constrições no trato vocal 
• Aplicação principal: 
1. travamento articulatório 
2. falta de volume e projeção 
3. vozes profissionais 
 
g) Método mastigatório associado à fala encadeada: 
• Procedimento básico: emissão vocal como no método mastigatório, associada à contagem de números, 
emissão de seqüências automáticas ou leitura de textos. 
• Efeitos esperados: 
1. redução da hipertonicidade excessiva 
2. aumento da dinâmica fonoarticulatória 
3. equilíbrio 
• Aplicação principal: 
1. situações de grande exigência vocal 
2. profissionais da voz falada e cantada 
3. aumento de resistência vocal 
 
h)Técnica de sobrearticulação: 
• Procedimento básico: exagerar os movimentos fonoarticulatórios, com ampla excursão muscular e grande 
abertura de boca. 
• Efeitos esperados: 
1. redução da hipertonicidade laríngea 
2. maior volume e projeção vocal 
3. aumento da precisão articulatória 
• Aplicação principal: 
1. vozes profissionais 
2. disfonias neurológicas (disartrias hipocinéticas, por exemplo, Parkinson) 
3. maior volume e projeção 
4. hipernasalidade 
 
5)TÉCNICAS DE FAVORECIMENTO DA COAPTAÇÃO DAS PREGAS VOCAIS: 
As técnicas para auxiliar e estimular a coaptação das pregas vocais pertencem a dois grupos principais: 
coaptaçãopor tarefas fonatórias específicas e por outras funções da laringe. 
 
Técnicas de coaptação por tarefas fonatórias específicas: 
Através de tarefas fonatórias específicas procura-se pro-mover uma aproximação correta das pregas vocais 
que se encontram afastadas da linha média pela ocorrência de fenda glótica. 
 
a) Fonação inspiratória: 
• Procedimento básico: esvaziar os pulmões e inspirar enquanto se emite a vogal “i”, prolongada, seguida por 
vogal relaxada: “ihn” inspiratório (oral ou nasal) “ah” relaxado. 
• Efeitos esperados: 
1. aproximação das pregas vocais 
2. afastamento das pregas vestibulares 
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• Aplicação principal: 
1. fendas por paralisias e paresias das PPVV 
2. fonação com pregas vestibulares 
3. fonação ariepiglótica 
4. remoção de disfonia psicogênica 
5. alterações da muda vocal 
 
b) Fonação sussurrada: 
• Procedimento básico: emissão de seqüências articulatórias, seqüências automáticas e leitura de texto em voz 
sussurrada. 
• Efeitos esperados: 
1. aproximação forçada da região anterior das pregas vocais 
• Aplicação principal: 
1. fechamento de fendas anteriores 
2. granulomas e lesões de comissura posterior Ataques vocais bruscos 
 
c) Ataques vocais bruscos: 
• Procedimento básico: golpe de glote com vogais. 
• Efeitos esperados: 
1. fechamento forçado da glote 
• Aplicação principal: 
1. disfonias hipocinéticas 
2. Parkinson 
3. paralisia de prega vocal 
 
d) Escalas musicais: 
• Procedimento básico: escalas, glissandos ascendentes e descendentes, vocalises com sons facilitadores 
escalas em stacatto 
• Efeitos esperados: 
1. alongamento e encurtamento das PPVV 
• Aplicação principal: 
1. fendas fusiformes 
2. fendas triangulares em toda extensão 
3. disfonias hipocinéticas 
 
Técnicas de coaptação por outras funções da laringe: 
 Essas técnicas promovem um fechamento glótico através de compensações extrafonatórias. 
 
a) Técnicas de empuxe: 
• Procedimento básico: socos no ar, com os punhos cerrados e emissão de sílabas com consoantes oclusivas 
sonoras empurrar ou levantar pesos, associado à emissão sonora mãos em gancho e emissão de vogais 
sustentadas. 
• Efeitos esperados: 
1. aproximação das estruturas laríngeas 
2. socos no ar – aproximação inclui pregas vestibulares 
3. mãos em gancho – adução mais firme das pregas vocais na linha média 
• Aplicação principal: 
1. paralisia unilateral de prega vocal 
2. disfonias hipocinéticas 
3. grandes fendas glóticas 
4. pós-laringectomias parciais 
 
b) Técnica de deglutição incompleta sonorizada: 
• Procedimento básico: emissão de seqüência de sons sonoros, como “bam”, ou “bem”, etc., no topo de uma 
deglutição, ou seja, antes de deglutir. 
• Efeitos esperados: 
1. sonorização com maior fechamento laríngeo 
• Aplicação principal: 
1. paralisia uni ou bilateral de prega vocal 
2. falsete mutacional ou de conversão 
3. pós-laringectomias parciais 
4. grandes fendas glóticas 
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COMENTÁRIO FINAL 
Todo o indivíduo que vai se submeter a um processo de reabilitação vocal, ou mesmo a um trabalho 
de desenvolvimento de voz falada ou cantada profissional, deveria passar por uma avaliação fonoaudiológica e 
otorrinolaringológica detalhada. 
Os dados desta avaliação não devem ser considerados como uma realidade estática, mas sim, como 
um subsídio para o tratamento, no caso de um paciente com disfonia, ou para o controle da anátomo-fisiologia, no 
caso de indivíduos normais que serão submetidos a um processo de transformação vocal para a fala ou para o 
canto profissionais. Nem sempre os dados permitem ter um diagnóstico preciso, o que dará maiores subsídios ao 
atendimento fonoaudiológico, porém, pode-se trabalhar nos casos de dúvida diagnostica e até mesmo de ausência 
de diagnóstico formado, desde que se compreenda a atuação exploratória como um procedimento excepcional e 
de curta duração e que, muitas vezes, apresenta finalidade diagnostica e de avaliação do próprio caso. 
Além disso, quando o tratamento proposto é a reabilitação vocal, é importante procurar oferecer ao 
paciente um atendimento abrangente que inclua a orientação, a psicodinâmica e o treinamento vocal. Quando 
consideramos o treinamento vocal como trabalho direto e o trabalho de base (representado pela orientação e pela 
psicodinâmica) como indireto, não escalonamos a importância de um sobre o outro e sim, identificamos como 
direto aquele trabalho que atua sobre o indivíduo, na relação psicossocial no momento e situação da comunicação. 
Acreditamos que ambos os trabalhos devem ser realizados no tratamento das disfonias, pois o treinamento vocal 
por si só não garante ao indivíduo o uso automatizado do ajuste motor conseguido durante os exercícios. Da 
mesma forma, o trabalho de fundamento sozinho não leva à mudança do comportamento vocal. Acreditamos, no 
entanto, que a associação de orientação, psicodinâmica e treinamento vocais oferece as melhores condições para a 
transferência do comportamento em terapia para a vida diária. 
Muitos pacientes terão alta fonoaudiológica com uma voz que pode ser considerada normal, outros 
com a melhor voz possível e, ainda outros indivíduos terão sua produção vocal sob controle, porém, serão 
passíveis a episódios de disfonia, seja por traços de personalidade ou questões idiossincrásicas, seja por aspectos 
anátomo-funcionais; nessa última situação, ensinar o paciente a lidar com sua própria voz e a melhorar sua 
produção vocal, mesmo nas situações de disfonia, pode ser o grande objetivo da atuação fonoaudiológica. 
 
 
 
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