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Aula 12- Teoria dos Ciclos reais de Negócios- novo

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A Teoria dos Ciclos reais de Negócios
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
Departamento de Ciências Econômicas (DCEC)
Docente: Andreia Andrade dos Santos
Ilhéus, 2023.1
CRISES MUNDIAIS E LOCAIS
Por que acontecem?
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A TEORIA DOS CICLOS REAIS DE NEGÓCIOS
A teoria dos ciclos reais de negócios (TCRN) é uma abordagem teórica da macroeconomia que busca explicar as flutuações econômicas por meio de fatores reais, como mudanças na produtividade, em vez de fatores monetários ou financeiros.
Ciclos de negócios se referem às flutuações recorrentes na atividade econômica de um país ou região. Essas flutuações envolvem uma alternância entre períodos de expansão econômica, quando a economia cresce e a produção, o emprego e a renda aumentam, e períodos de contração econômica, quando a economia encolhe e a produção, o emprego e a renda diminuem.
Os ciclos de negócios são uma característica comum das economias de mercado e podem ser influenciados por diversos fatores, incluindo políticas governamentais, eventos econômicos globais, choques na oferta ou demanda e mudanças no sentimento dos consumidores e empresas.
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ALGUNS CONCEITOS E ANÁLISES IMPORTANTES
OFERTA E DEMANDA: 
Macroeconomistas durante os últimos dois séculos têm, muitas vezes, se dividido em dois grupos: aqueles que argumentam que a oferta é o mais importante determinante do tamanho da macroeconomia e aqueles que argumentam que a demanda é o fator mais importante no tamanho da macroeconomia.
Lei de Say: a macroeconomia da oferta
A conclusão permanece é que um determinado valor de oferta deve criar um valor equivalente de demanda em outro lugar na economia. 
Amplia a oferta, amplia a produção, gera mais emprego e, assim, aumenta também a demanda dessa produção.
Se a oferta sempre cria exatamente a demanda suficiente no nível macroeconômico, então é difícil entender por que períodos de recessão e desemprego elevado ocorrem.
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ALGUNS CONCEITOS E ANÁLISES IMPORTANTES
OFERTA E DEMANDA: 
Keynes e a macroeconomia da demanda
Keynes argumentava que recessões comuns não eram causadas por uma queda na capacidade da economia para ofertar bens, medida pelo trabalho, capital físico ou tecnologia.
A economia muitas vezes produzia menos de todo o seu potencial, não porque era tecnicamente impossível produzir mais, mas porque a falta de demanda na economia como um todo levava a incentivos inadequados para as empresas produzirem.
Em tais casos, o nível do PIB na economia não era essencialmente determinado pelo potencial do que a economia poderia ofertar, mas sim pela quantidade de demanda total.
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ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
EQUILÍBRIO: 
Apesar de o termo ser usado para descrever a igualdade entre oferta e demanda em um dado instante (um conceito estático), seu significado mudou ao longo do tempo. Esse conceito pode não ser útil quando pensamos em ambientes dinâmicos, onde a economia sofre simultaneamente os efeitos de diversos choques;
Mas ai alguns economistas desenvolveram um conceito dinâmico de equilíbrio; 
Teoricamente, o termo “equilíbrio” passou a ser usado para descrever o ponto de repouso do espaço considerando as regras de decisão dos agentes, o que possibilitou, em última instância, o uso desse conceito para a análise de ambientes onde fatores como a dinâmica e a incerteza são fundamentais;
Passa a ser possível descrever fenômenos à primeira vista com “desequilíbrios” (como os ciclos e o desemprego), a partir de um arcabouço de equilíbrio. 
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ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
CHOQUE TECNOLÓGICO: 
Esse conceito é pode refletir diversos fatores além daqueles estritamente ligados à inovação tecnológica, por exemplo, choques de oferta em um sentido mais genérico, como variações climáticas ou aumentos de preço dos insumos de produção (petróleo). Está diretamente ligado a fatores que afetam a PRODUTIVIDADE da economia, seja para ampliá-la, seja para reduzí-la.
Pode vir a refletir fatores institucionais, como mudanças no sistema político de um país. 
O ponto importante a ser retido é que o termo genérico “choque tecnológico” equivale ao conjunto de fatores tidos como fora da influência das firmas individuais da economia (Hansen, 1994). 
Com um aumento na Produtividade total dos fatores, as empresas podem produzir mais bens e serviços com a mesma quantidade de fatores de produção ou produzir os mesmos bens e serviços com menos fatores de produção. Isso pode levar a um aumento na demanda por trabalho, à medida que as empresas precisam contratar mais trabalhadores para atender a uma demanda maior por seus produtos.
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ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
CICLOS ECONÔMICOS
Inflação, crescimento e desemprego estão relacionados ao ciclo econômico. Este ciclo é o padrão mais ou menos regular de expansão (recuperação) e contração (recessão) da atividade econômica em torno da trajetória de tendência de crescimento.
Em um pico cíclico, a atividade econômica é alta em relação à tendência; em um vale cíclico, é atingido o ponto baixo na atividade econômica. 
Inflação, crescimento e desemprego, por exemplo, possuem padrões cíclicos.
Os economistas chamam os movimentos cíclicos em torno da tendência de ciclos de negócios. 
Uma série de desvios positivos são os 'booms' econômicos, e uma série de desvios negativos são recessões.
Isoladamente, as flutuações não aparentam seguir um padrão. Explicar as causas das irregularidades pode parecer bastante difícil. Caso se considerem outras variáveis macroeconômicas, podem ser observados padrões nas flutuações.
8
CICLO ECONÔMICO
Exemplo: PIB real
A trajetória de tendência do PIB é a trajetória que ele tomaria se os fatores de produção fossem plenamente empregados. Ao longo do tempo, o PIB varia: 
pois mais recursos tornam-se disponíveis: o tamanho da população aumenta, empresas adquirem maquinários ou constroem fábricas, o solo é melhorado, o estoque de conhecimento aumenta. Essa disponibilidade aumentada de recursos permite que a economia produza mais bens e serviços, resultando em um nível de produto com tendência ascendente
os fatores de produção não são plenamente empregados o tempo todo: Como a definição econômica não é precisa, geralmente definimos o pleno emprego de trabalho por alguma convenção, por exemplo, que a mão de obra está plenamente empregada quando a taxa de desemprego é de 5%. O mesmo ocorre com o capital.
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CICLO ECONÔMICO
O produto nem sempre está em seu nível de tendência, mas varia em torno desse nível
10
Durante uma expansão (ou recuperação), o emprego dos fatores de produção aumenta, e essa é uma fonte de aumento da produção. Como as pessoas trabalham em horas extras e o maquinário é utilizado para vários turnos, o produto pode crescer acima do nível de tendência. 
De maneira inversa, durante uma recessão, o desemprego aumenta e o produto é menor do que poderia ser com os recursos e tecnologia existentes. 
Esses desvios cíclicos do produto em relação à tendência são chamados de hiato do produto.
O hiato do produto mede o hiato entre o produto real e o que a economia poderia produzir no pleno emprego, dados os recursos existentes. O produto de pleno emprego também é chamado de produto potencial.
Hiato do produto ≡ produto real – produto potencial
O hiato do produto nos permite medir o tamanho dos seus desvios cíclicos em relação ao produto potencial ou da tendência do produto.
CICLO ECONÔMICO
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Os aumentos na inflação estão relacionados de forma positiva ao hiato do produto. Políticas expansionistas de demanda agregada tendem a gerar inflação, a não ser que elas aconteçam quando a economia está com altos níveis de desemprego; já períodos prolongados de baixa demanda agregada tendem a reduzir a taxa de inflação.
A inflação e o desemprego são grandes preocupações macroeconômicas. No entanto, os custos da inflação são muito menos óbvios do que os custos do desemprego. 
No caso do desemprego, o produto potencial será desperdiçado e, assim, fica claro por que a redução no desemprego é desejável. No caso da inflação, não há uma perda evidente de produto. 
Argumenta-se que a inflação incomoda as relações dos preços conhecidas e reduz a eficiência do sistema de preços. Sejam quais forem os motivos, há formuladores de políticas econômicas estão dispostos a aumentar o desemprego em um esforço para diminuir a inflação.
Hiato do produto e inflação
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Novo-clássicos
A principal explicação para os ciclos econômicos daqueles que acreditam que os mercados sempre se ajustam é a existência de problemas informacionais, que fazem com que os agentes se enganem sobre os valores reais das variáveis ao tomarem suas decisões. 
As novas teorias que surgiram para explicar os ciclos partem das hipóteses do modelo neoclássico; aceitam suas premissas, mas incorporam um elemento de percepção equivocada por parte dos agentes. 
As flutuações econômicas, neste caso, decorrem do fato de o nível de preços efetivo desviar-se do nível esperado. 
Dando destaque para a escola das expectativas racionais, as variações previstas na oferta de moeda não afetam a produção; apenas as mudanças imprevistas o fariam. Uma implicação importante deste resultado é que a principal fonte de instabilidade econômica acaba sendo os choques de política econômica, ou seja, o governo mais instabiliza do que estabiliza a economia. 
13
Novos-clássicos e ciclos reais de negócios
Considerado um dos fundadores da escola Novo-clássica, Robert Lucas ganhou o Nobel de economia de 1995 pela abordagem das expectativas racionais. Ele também foi um dos estudiosos dos ciclos de negócios e 
foi considerado por Gregory Mankiw como "o macroeconomista mais influente do final do século XX"
Robert Lucas
A macroeconomia novo-clássica “evoluiu” de forma a dar lugar aos chamados “modelos de ciclos reais de negócios” (Real-Business Cycle models – RBC).
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A Teoria dos Ciclos Reais de Negócios
A teoria dos ciclos reais de negócios é uma classe de modelos macroeconômicos na qual a maior parte das flutuações no ciclo de negócios são atribuídas a choques reais (como a produtividade), em vez de nominais (como a moeda).
Na década de 1980, os economistas Kydland e Prescott começaram a trabalhar com modelos correspondentes a versões estocásticas (dependentes de variáveis aleatórias) do modelo neoclássico de crescimento como forma de explicar as flutuações de curto prazo da economia. 
Foram chamados de segunda geração de modelos novo-clássicos
Em 2004, ganharam o Nobel de economia "por suas contribuições para a macroeconomia dinâmica: a consistência temporal da política econômica e as forças motrizes por trás dos ciclos econômicos"
Prescott
Kydland
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Modelos dos Ciclos reais dos negócios
A teoria dos ciclos reais de negócios é um desenvolvimento da teoria novo-clássica, que, por sua vez, evoluiu da economia clássica original. 
Os teóricos dos ciclos reais de negócios concordam que os agentes otimizam e os mercados se equilibram e dão atenção aprofundada às bases microeconômicas do modelo - as decisões otimizadoras de indivíduos. 
Os teóricos dos ciclos reais de negócios também acreditam que o ciclo de negócios é um fenômeno de equilíbrio, no sentido de que todos os mercados se equilibram. 
Isso contrasta com a visão keynesiana de que o mercado de trabalho não se equilibra. Enquanto o modelo keynesiano inclui desemprego involuntário, nos modelos de ciclos reais de negócios e, para os novo-clássicos, todo desemprego é voluntário.
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Modelos dos Ciclos reais dos negócios x novo-clássicos
Os teóricos dos ciclos reais de negócios afastam-se dos economistas novo-clássicos no que concerne à questão das causas de flutuações no produto e no emprego;
Os teóricos dos ciclos reais de negócios interpretam essas flutuações como "originárias de variações nas oportunidades reais da economia privada". 
Tais mudanças podem ser causadas por fatores como choques na tecnologia, variações nas condições ambientais, alterações nos preços reais (relativos) de matérias-primas importadas (por exemplo, petróleo bruto) e mudanças nas alíquotas tributárias. 
Essa visão distingue os teóricos dos ciclos reais de negócios dos economistas novo-clássicos, que viam mudanças imprevistas na demanda agregada, resultantes, por exemplo, de "surpresas monetárias", como a principal causa de flutuações no produto e no emprego.
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Modelos dos Ciclos reais dos negócios x novo-clássicos
Os teóricos dos ciclos reais de negócios rejeitam a explicação novo-clássica da causa de flutuações de curto prazo no produto;
Para os teóricos dos ciclos reais de negócios, a ideia de que erros na previsão da demanda agregada podem explicar flutuações grandes e custosas no produto viola, em última instância, o postulado de que os agentes otimizam. 
Nas palavras de Robert Barro: "Se as informações sobre a moeda e o nível geral de preços importassem muito para as decisões econômicas, as pessoas poderiam gastar recursos relativamente baixos para obter essas informações rapidamente". Se elas não o fazem, não estão otimizando. 
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O Modelo simples de Ciclos reais de Negócios
Nas palavras de um de seus proponentes: 
“Os modelos de ciclos reais de negócios veem as variáveis econômicas agregadas como resultados das decisões tomadas por muitos agentes individuais, agindo de forma a maximizar sua utilidade, sujeitos às possibilidades de produção e às restrições de recursos. Como tal, os modelos têm uma base firme e explícita na microeconomia.” Charles Plosser
Um pressuposto habitual nos modelos de ciclos reais de negócios é que a economia é povoada por um grupo de indivíduos idênticos. O comportamento do grupo pode então ser explicado segundo o comportamento de um dos indivíduos, chamado de agente representativo.
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O Equilíbrio geral
Kydland e Prescott (1982) apresentaram um modelo de equilíbrio geral dinâmico, criaram uma economia artificial e fizeram simulações numéricas para produzir séries de variáveis aleatórias, elaboradas de forma a reproduzir características dos choques de produtividade. Uma reprodução de uma economia real.
Uma vez obtidos esses choques, uma economia artificial, calibrada de forma a refletir os parâmetros da economia americana, foi simulada com os agentes respondendo de forma ótima às variações. 
Os resultados obtidos foram considerados excelentes, principalmente considerando a simplificação do modelo; por exemplo, a moeda, vista por muitos como causa dos ciclos, não era sequer considerada. Dentre esses resultados, o modelo simulado possuía um comportamento cíclico similar ao da economia verdadeira
Quantitativamente, o modelo não conseguia resultados tão bons, sobretudo pela simulação ter gerado séries de consumo e horas trabalhadas suaves demais.
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Política monetária
A característica definidora de modelos de ciclos reais de negócios é que fatores reais, e não monetários, são responsáveis por flutuações no produto e no emprego. A moeda para a maioria desses teóricos não é considerada uma variável; 
Assim, os teóricos desse modelo não têm nada a dizer sobre o modo como políticas monetárias deveriam ser conduzidas. 
Não há lugar para uma política de estabilização monetária ativa do tipo keynesiano. A política monetária não pode afetar o produto e o emprego e, mesmo que pudesse, seria subótimo tentar eliminar o ciclo de negócios.
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Política fiscal
Muitas ações de política fiscal irão afetar o produto e o emprego em um modelo de ciclos reais de negócios por meio de efeitos no lado da oferta. 
Mudanças na carga tributária sobre a renda dos trabalhadores ou sobre o retorno do capital afetarão as escolhas dos agentes otimizadores, porém, gerarão distorções
Um imposto sobre a renda dos trabalhadores, por exemplo, fará um indivíduo escolher lazer demais em relação ao emprego (e consumo resultante). 
A tarefa da política fiscal nesta teoria é minimizar essas distorções tributárias sem prejudicar a provisão de serviços governamentais necessários (como defesa). 
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Críticas ao modelo
Os ciclos reais de negócios, apesar dos destaques, não estão livres de críticas. 
Seus críticos afirmam que a teoria não oferece uma explicaçãoempiricamente plausível para as flutuações econômicas e levantaram uma série de questões referentes ao realismo da explicação da teoria dos ciclos reais de negócios para as flutuações econômicas. 
Vamos examinar duas dessas questões, que parecem ser fundamentais: 
a questão de os choques tecnológicos serem ou não de magnitude suficiente para explicar ciclos de negócios observados, e; 
a questão relacionada às mudanças observadas no emprego poderem ou não ser, de fato, explicadas como escolhas voluntárias de agentes econômicos diante de alterações nas possibilidades de produção (ou de alterações nos gostos).
23
A Importância dos Choques Tecnológicos
Críticos questionam se há choques tecnológicos suficientemente grandes para causar flutuações econômicas do tipo e tamanho que observamos. 
Muitos choques tecnológicos tenderiam a ser específicos a setores individuais. Assim, em qualquer ano dado, enquanto alguns setores têm choques negativos, outros têm choques positivos. 
Em uma recessão do mundo real, porém, o declínio no produto é disseminado por setores de estruturas muito diversas. Embora os críticos não neguem que alguns choques tecnológicos afetam muitos setores, eles não acreditam que haja uma quantidade suficiente de tais choques para explicar recessões em que o produto cai para até 10% abaixo do produto potencial.
Quanto aos outros choques (e aos choques tecnológicos também) que são incluídos em modelos de ciclos reais de negócios, os críticos não dizem que choques reais no lado da oferta não são importantes, mas apenas que eles não são tão importantes. 
24
Mudanças Voluntárias no Emprego
Nos modelos de ciclos reais de negócios, mudanças no emprego acontecem quando os agentes econômicos respondem a mudanças nas condições econômicas. 
Em um choque tecnológico positivo, o choque pode aumentar a produtividade e aumentar a demanda por emprego. O produto pode subir tanto pelo efeito direto do choque como pelo aumento no uso da mão-de-obra. 
Um choque tecnológico negativo teria o efeito oposto: o produto e o emprego iriam declinar. Em ambos os casos, as mudanças no emprego seriam voluntárias e desejáveis (os agentes são otimizadores). 
Outra maneira de expressar isso é dizer que os indivíduos estão se movendo ao longo de suas curvas de oferta de mão-de-obra em resposta a mudanças em suas produtividades marginais e, portanto, em seus salários reais. 
Críticos afirmam que, para explicar as flutuações do mundo real dessa maneira, seria necessária uma resposta inaceitavelmente alta da oferta de mão-de-obra a mudanças no salário real. Isso porque, embora as variações no emprego ao longo do ciclo de negócios sejam grandes, as mudanças no salário real são pequenas.
25
Mudanças Voluntárias no Emprego
Segundo os críticos, estudos mostram que os dados são mais consistentes com a explicação keynesiana, em que se pressupõe que os trabalhadores são tirados de suas curvas de oferta de mão-de-obra e o desemprego é involuntário. 
Os teóricos dos ciclos reais de negócios permanecem convencidos de que o ciclo de negócios pode ser explicado como um fenômeno de equilíbrio.
 Flutuações no produto surgem quando agentes econômicos otimizadores reagem a choques reais que afetam as possibilidades de produção. 
Políticas econômicas para tentar evitar essas flutuações são desnecessárias e mal direcionadas. 
26
RECAPITULANDO
A teoria dos ciclos reais de negócios-TCRN é uma abordagem teórica da macroeconomia que busca explicar as flutuações econômicas por meio de fatores reais, como mudanças na produtividade, em vez de fatores monetários ou financeiros.
A TCRN enfatiza a importância dos fatores reais na economia, com destaque para um choque tecnológico, que é considerado um dos principais fatores que podem levar a flutuações no ciclo econômico.
Ao contrário de outras teorias dominantes dos ciclos de negócios, a Teoria dos Ciclos Reais de Negócios- RBC considera recessões e períodos de crescimento econômico como uma resposta eficiente economicamente para mudanças exógenas na economia real. 
A teoria RBC difere de outras teorias dos ciclos de negócios, como a economia keynesiana ou o monetarismo, os quais veem as recessões como sendo falhas do mercado.
27
RECAPITULANDO
Os críticos da abordagem dos ciclos reais de negócios, muitos dos quais analisam o ciclo de negócios por uma perspectiva keynesiana, acham irreal a explicação dos ciclos econômicos como um equilíbrio 
Eles veem os ciclos de negócios como resultado de mudanças na demanda agregada nominal, ao lado das mudanças em variáveis reais do lado da oferta. 
Os economistas que interpretam o ciclo de negócios com essa perspectiva keynesiana acreditam que as prescrições de política econômica da teoria dos ciclos reais de negócios aconselham, erroneamente, a falta de ação diante de desvios custosos em relação ao produto potencial.
A publicação da Teoria Geral, e a chamada revolução keynesiana que se seguiu, buscava prever qual seria o nível dos agregados econômicos em determinado período, considerando dados os valores anteriores (análise de dados reais), esperando poder reverter os efeitos negativos dos ciclos com políticas específicas, bem como com alterações institucionais, conforme o caso.
28
RECAPITULANDO
Os keynesianos criticavam a tentativa de se trabalhar com modelos de equilíbrio, principalmente pela observação do comportamento do mercado de trabalho. O desemprego é involuntário. 
Para Keynes e seus sucessores, os salários nominais seriam rígidos e modelos de equilíbrio seriam inadequados.
Na década de 70, Lucas, novo-clássico, criticou os modelos econométricos que vinham sendo usados pois, apesar de eles possuírem uma aderência boa aos dados (reais), as suas previsões para as consequências de novas políticas econômicas eram bastante duvidosas.
Lucas argumenta que um modelo de equilíbrio, mesmo que “irreal”, é construído exatamente para mostrar como os agentes reagirão a mudanças. 
As ações governamentais, porém, seguiam sendo desnecessárias. Ou mesmo prejudiciais.
29
Referências 
Básica
Capítulo 12
FROYEN, Richard T. Macroeconomia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
Complementar
MAGALHÃES, M.A. Equilíbrios e Ciclos. R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, p. 509-554, set./dez. 2005
VAL, P. R. C; FERREIRA, P. C. Modelos de ciclos reais de negócios aplicados à economia brasileira. Pesq. Plan. Econ., Rio de Janeiro, v. 31, n. 2, p. 213-248, ago. 2001
Capítulo 8
VASCONCELLOS, M.A.S.; LOPES, L.M.(org). Manual de Macroeconomia. Básico e intermediário. 3ª ed. Atlas: São Paulo, 2008.
 
ASSUNTOS PARA A PROVA (22/05)
Novo-clássicos, monetaristas e keynesianos
Equivalência Ricardiana e Curva de Laffer
Dinâmica da Dívida Pública
Teoria dos Ciclos Reais dos Negócios
Lista de Exercícios:
Entrega e correção: 17/05

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