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@yasmincampos_vet Estática fetal INTRODUÇÃO O que é estática fetal? Disposição do feto dentro do útero e sua postura e apresentação no momento do parto. Importância: • Alterações podem levar a distocia • Diagnóstico, prognóstico e intervenção Quais espécies são mais relevantes? Bovinos e equinos (monotócicas). • Apresentação • Posição • Atitude Anatomia durante o parto: reparar disposição do útero, articulação coxofemoral e osso sacro. Estática fetal normal do potro durante a gestação APRESENTAÇÃO Se refere ao eixo longitudinal do filhote em relação ao eixo longitudinal da mãe. Eutócicas: ➢ Longitudinal cefálica/anterior (97-98% das monotócicas) ➢ Longitudinal podálica/posterior *Eutócica = apresentação normal. *Posterior em grandes animais predispõe a problemas apesar de ser eutócica. Distócicas: • Tranversodorsal • Tranversoventral • Verticodorsal • Verticoventral Transversodorsal: o feto encontrase com o dorso transversalmente voltado para o canal do @yasmincampos_vet parto, distribuindo membros posteriores, cabeçapescoço e membros anteriores nos cornos uterinos. Transversoventral: o feto encontrase com o ventre transversalmente voltado para a via fetal e, na maioria das situações, com os quatro membros insinuados no canal do parto. Nesses casos, deve-se proceder ao diagnóstico diferencial com gestação gemelar. Verticodorsal: o feto encontrase em flexão máxima para a curvatura maior e o fundo do útero, com o dorso verticalmente direcionado para a via fetal. Verticoventral: o feto encontrase de costas para a curvatura maior e o fundo do útero, com o ventre verticalmente direcionado para a via fetal. Pode haver extensão ou flexão de membros, cabeça e pescoço. POSIÇÃO Relação do dorso fetal/materno (coluna vertebral). Eutócicas: dorsal ou superior. Distócicas: inferior e laterais. Posição inferior ATITUDE Relação das partes móveis (membros, cabeça e pescoço) e corpo. Eutócica: estendida. Distócicas: Desvio de cabeça e pescoço: • Esternal • Lateral • Dorsal • Flexão atlanto-occiptal @yasmincampos_vet Desvio esternal total de cabeça e pescoço Ligeiro desvio ventral de cabeça Desvio dorsolateral de cabeça e pescoço Flexão lateral de cabeça e pescoço + flexão bilateral dos membros anteriores Flexão lateral de cabeça e pescoço Desvio dorsal de cabeça e pescoço Membros anteriores: • Flexão de membros sobre nuca • Flexão cárpica • Flexão úmerorradial/escapuloumeral Flexão da articulação escapuloumeral unilateral Flexão de membros sobre nuca @yasmincampos_vet Membros posteriores: • Flexão társica • Flexão coxofemoral Flexão dos membros posteriores Flexão bilateral da articulação coxofemoral MANOBRAS OBSTÉTRICAS Retropulsão: recolocar o feto para dentro do útero manualmente ou com instrumento, objetivando espaço físico de manuseio de impossível execução no restrito canal vaginal. Extensão: estender porções fletidas de membros, cabeça e pescoço utilizando os braços do operador, os ganchos e as correntes ou cordas, com cuidado e rigorosa higiene e lubrificação, aproveitando-se da mobilidade e da direção das articulações. Rotação: impingir ao feto um giro sobre seu eixo longitudinal com o intuito de corrigir distocia de posição. Obtêm-se bons resultados com o uso do garfo obstétrico e ótima lubrificação do útero. É preciso ter cuidado para não provocar torção uterina. Versão: alterar a apresentação transversa ou verticodorsal ou ventral para a apresentação longitudinal anterior ou posterior. Tração: tracionar o feto quando devidamente insinuado utilizando mãos, correntes, ganchos e cordas, obedecendo-se a uma série de normas. CORREÇÃO DAS DISTOCIAS • Depende da espécie • Tempo de evolução do parto • Dilatação das vias fetais • Equipamento e equipe de apoio • Pequenos: ➢ Espaço limitado ➢ Cesária • Grandes: ➢ Lubrificação ➢ Anestesia ➢ Complicações: rigor mortis ➢ Cesária x fetotomia INTERVENÇÕES OBSTÉTRICAS Estímulos as contrações: O que preciso para ter contrações? Fatores mecânicos, endócrinos e nervosos. (↑ E2 e P4) Quando devo estimular as contrações? Quando não tem dilatação, estática fetal adequada ou devido ao tamanho do feto (grande). Deve existir compatibilidade materno fetal entre vias mole e dura de acordo com o tamanho do feto. Quando é ineficaz? Se tiver P4 alta, quando fêmea estiver em exaustão, em atonia, por parto distócico. Quando é contraindicado? Feto grande, alteração de estática que não é possível corrigir e quando não houver dilatação suficiente. Quais espécies é recomendado? Cadelas, gatas e porcas. Quais espécies é desnecessário? Vacas e éguas. Pode ser feito retirada manual do feto. @yasmincampos_vet O que uso para estimular contração? Gliconato de cálcio (10%) IV + ocitocina (IV, IM, SC) + glicose 50% (opcional). *Cálcio: cuidado pois se extravasar para subcutâneo pode causar necrose. Pode causar flatulência e vômito devido a ação em musculatura lisa. TRAÇÃO O que preciso para poder tracionar? • Dilatação • Posição eutócica (estática fetal) • Acesso: grandes animais é possível, em pequenos muito limitado • Vias fetais O que pode usar para tracionar? Pequenos: utilizar dedos ou fórceps (desaconselhado), nunca usar pinças pois pode causar mutilações e ausências de resposta dolorosa compressão. Grandes: correntes ou cordas – esterilizáveis ou novas. Tração incorreta com fórceps em cadelas Posicionamento correto do fórceps em cadelas Fórceps Tração forçadas em grandes animais OBSERVAÇÕES • Não usar correntes e cordas muito finas • Utilizar somente material de fácil esterilização • Se necessário o uso de cordas, elas devem ser novas, previamente colocadas em solução desinfetante suave e descartadas em seguida • Colocar as correntes sobre ossos longos, evitando as articulações • Fixar os membros separadamente • Não tracionar os envoltórios fetais, sob o risco de ruptura, prolapso uterino ou arrancamento de placentoma • Aplicar força de tração de no máximo três homens • Jamais utilizar força mecânica ou animal • A extração deve acompanhar as forças naturais de contração • Tracionar os membros alternadamente para reduzir o diâmetro da cintura escapular e pélvica • Garantir exagerada lubrificação da via fetal • Instituir uma linha de tração que acompanhe a curvatura natural do canal do parto particular de cada espécie animal @yasmincampos_vet • Na dúvida, deve-se tracionar sempre em direção à posição dos membros posteriores da parturiente • Proteger o períneo com as mãos espalmadas, evitando-se as lacerações graves • Sempre que possível, o técnico deve controlar o procedimento, não participando da equipe de tração EPISIOTOMIA Corte cirúrgico para aumentar a abertura vulvar. Indicação: • Fêmeas com dilatação insuficiente vulva/vestíbulo • Hipoplasia: vaca, cadela e porca • Égua que passaram por vulvoplastia – pneumovagina • Todas fêmeas que possuem retração cicatricial ou tiveram partos anteriores Cuidados: • Antissepsia, infiltração anestésica • Incisão em forma de V (grandes), única rafe mediana (cadela) • Mucosa sutura fio absorvível, pele modo convencional • Cuidado diário do curativo FETOTOMIA Fragmentação do feto dentro do útero. • Aplicável apenas a grandes animais • Pequenos ruminantes é limitada Quais as condições para a fetotomia? O procedimento é contraindicado quando houver estreitamentos de via fetal, ruptura uterina, graves laceraçõesvaginais, hemorragia profusa, se o produto estiver vivo e nas doenças graves da parturiente. Fetótomos Cortes em uma fetotomia total anterior e posterior com cortes longitudinais, oblíquos, transversais ou verticais Cortes possíveis para fetotomia com feto em apresentação transversal CESARIANA • Caeso matris utera = abertura do útero materno • Raro na égua Indicações: • Feto preferencialmente vivo • Produtos de tamanho exagerado • Via fetal dura e mole incompatíveis • Gestação ectópica • Histerocele gravídica (hérnias) • Torção uterina grave • Gestação prolongada @yasmincampos_vet • Atonia uterina secundária • Quando outras manobras tiverem sido inúteis para terminar o parto Deve ficar claro, porém, que, ao se praticar a operação em animais debilitados, toxêmicos e com feto morto e retido por longo tempo, devem ser esperados: endometrite crônica com espessamento da parede, possíveis áreas de necrose e ruptura uterina, dificuldade de exposição do órgão e aderências. Se já não houver peritonite instalada, é grande a possibilidade de contaminação da cavidade abdominal, piorando qualquer prognóstico. O proprietário, portanto, deverá ser informado sobre as chances de sucesso, da relação custo- benefício nos casos de animais de produção e de todos os riscos possíveis para os animais de estimação envolvendo alta afetividade. CESARIANA EM CADELAS E GATAS • Tricotomia • Antissepsia • Incisão linha alba pré-retroumbilical • Exposição lenta do útero para evitar descompressão • Incisão única no corpo, próximo a bifurcação ou isoladas longitudinais em cada corno evitando os locais placentários • Remoção do feto: ruptura manual dos envoltórios para liberação da cabeça, corte do cordão, assistentes reanimação, cirurgião destacamento e remoção da placenta • Sutura uterina fio absorvível invaginante (Cushing, Lembert, Cerziduracushing) • Reposicionamento e cobertura com omento • Parede abdominal com Vicryl cerzidura e invaginante no subcutâneo • Pele nylon ponto simples, U, festonada, captonada • ATB e suporte • Remoção com 8-10 dias • Complicações: soltura, hipoagalaxia, rejeição, metrorragia CESARIANA EM PORCAS • Não é rotineiro • Grandes produções: fêmeas com problema de parto são descartadas (seleção) • Pequenas produções: custo X benefício • A incisão é realizada no abdome, traçando uma linha imaginária entre a prega do joelho e a base da orelha, oblíqua à linha das mamas, em uma extensão de 20 a 25 cm CESARIANA EM ÉGUAS • Baixo índice de distocia e de fácil correção • Protocolo anestésico mais complexo • Suscetível a peritonite = estrutura hospitalar • Torção uterina grave • Deformações da via fetal dura • Ruptura uterina • Monstruosidades fetais • Incisão da cicatriz umbilical à base das mamas • Útero incisão ampla na face dorsal da curvatura maior do útero, preferencialmente em local com menor vascularização • Tracionar o feto, liberando o dos envoltórios, tendo o cuidado de não seccionar o cordão umbilical enquanto houver pulso, para que ele receba bom suprimento sanguíneo • Terminado o pulso, cortasse o cordão entre pinças hemostáticas, e, na vigência de hemorragias, realiza-se sua ligadura CESARIANA EM RUMINANTES • Laparotomia pelo flanco esquerdo • A incisão no útero deve ser executada preferencialmente sobre a curvatura maior, evitando placentomas
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