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Cefalosporinas: Classificação e Características

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Farmacologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
_______________________________________________________________________________________ 
 
CEFALOSPORINAS 
Fazem parte dos β-Lactâmicos, junto com as penicilinas, monobactâmicos e carbapenêmicos. 
É a classe de antibióticos mais utilizada no mundo (principalmente os de terceira geração, como ceftriaxone 
IV). Tem um espectro muito grande. 
As Cefalosporinas P, N e C são naturais e provenientes do líquido produzido pelo fungo Cephalosporium 
acremonium. 
• Atualmente, todas as cefalosporinas usadas são semissintéticas, não se usam mais cefalosporinas 
naturais 
• Anel β-lactâmico + anel cefalosporânico = ácido 7-aminocefalosporânico (núcleo ativo da 
cefalosporina C) 
• Isolamento do núcleo ativo + acréscimo de cadeias laterais → compostos semissintéticos muito mais 
ativos 
Características 
• Hidrossolúveis → conseguem atravessar canais de aquaporinas 
• Relativamente estáveis em ácido (1ª e 2ª gerações) → conseguem ser absorvidos por VO 
• Suscetibilidade às β-lactamases é variável (primeiras gerações são mais suscetíveis). Geralmente 
podem ser administradas sem inibidor de β-lactamase, com exceção da ceftazidina (3ª geração) 
• A maioria é segura em relação à nefrotoxicidade 
Classificação/Gerações: quanto menor a geração, mais estreito é o espectro de ação 
• Opção de VO somente na 1ª e na 2ª gerações. 
• 1ª geração: cefalotina (cefalexina é sua forma oral), cefazolina, cefadroxila. 
o Gram+ (MSSA e Streptococcus). 
o Pele e seus anexos (tecido subcutâneo, celulite, abscesso, unham foliculite etc.), profilaxia 
cirúrgica 
• 2ª geração: cefuroxima, cefoxitina, cefaclor. 
o Gram+ (MSSA e Streptococcus) e Gram- (comunitários). 
o Pele e anexos, ITU (embora as quinolonas sejam de 1ª escolha), IVAS, TGI, DIP (anaeróbios), 
profilaxia de procedimentos colorretais, pé diabético 
• 3ª geração: ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima (embora seja de 3ª, o espectro é de 4ª). 
o Os mais utilizados 
o Gram+ (pouco de MSSA, Streptococcus) e Gram- (comunitários, ceftazidima tem espectro 
para hospitalares) e Pneumococo. 
o IVAI (pneumonia), SNC (meningites e meningoencefalites; tem que dobrar a dose para manter 
a concentração liquórica), TGI, ITU (quinolonas são 1ª escolha, cefalosporina de 3ª precisa 
internar e administrar IV), IVAS 
• 4ª geração: cefepime. 
o Gram+ (MSSA e Streptococcus) e Gram- (comunitários e hospitalares). 
o Infecções hospitalares, pacientes imunossuprimidos 
• 5ª geração: ceftaroline, ceftobiprole. 
o Gram+ (VRSA, MRSA, MSSA, Streptococcus). 
o MRSA e VRSA 
Farmacologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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• Neutropenia febril: geralmente faz-se cefepime + vancomicina 
• Meningite (tratamento empírico): ceftriaxone (cobre os 3 principais agentes) + vancomicina 
(pneumococo resistente à penicilina) + aciclovir 
 
 
Mecanismo de ação: semelhante ao das penicilinas 
• Ligam-se às PLPs/PBPs → inibem as transpeptidases → transpeptidação do peptidoglicano é inibida 
→ interferem na síntese da parede celular de peptidoglicano → efeito bactericida 
Mecanismo de resistência 
1. Hidrólise e inativação enzimática 
2. Alteração no sítio de ação (PLPs), principalmente por aumento do peso molecular 
3. Impermeabilidade: canais de porina são modificados ou não expressos (caso não expressos é mais 
difícil ainda vencer a resistência). Exclusivo das Gram- 
4. Bomba de efluxo é pouco importante, pois o antibiótico age na membrana 
• As cefalosporinas são indutoras de β-lactamases 
o Particularmente em infecções por Gram- (incluindo Enterobacter e Pseudomonas). 
o 2ª e 3ª gerações são as mais indutoras 
o 1ª e 4ª gerações são indutoras fracas 
• O uso das cefalosporinas (principalmente de 3ª) na pecuária industrial aumentou muito a resistência 
• Somente a ceftazidima é associada a inibidor de βlactamase (avibactam) 
 
 
Farmacologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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Características gerais 
• Estáveis em meio ácido → permite administração VO 
• Rápida absorção VO. Podem ser administradas VO (1ª e 2ª), IV (1ª-5ª) e IM (3ª). 
• São excretadas pelo rim sem metabolização (exceto cefpiramida e cefoperazona) 
• Boas concentrações liquórica e intraocular (vantagem em relação às penicilinas), mas continua não 
servindo para próstata 
o Líquor: cefalosporinas de 3ª geração 
o Olho: cefalosporinas de 1ª 
• Para todos os sítios 2g/dia, enquanto pro SNC 4g/dia (dobra-se a dose) 
 
Indicações 
 
DIP = doença inflamatória pélvica 
Otites = IVAS 
Reações adversas 
• Hipersensibilidade: menos que nas penicilinas, cerca de 1%. Nos alérgicos a penicilinas, menos de 
20% têm reação cruzada 
• Anafilaxia (muito raro), broncoespasmo (muito raro) e urticária 
• Exantema, febre (geralmente no uso prolongado, a partir da 2ª semana) e eosinofilia (uso 
prolongado) 
• Não há teste cutâneo para saber se há alergia, como para as penicilinas 
• Hemólise (produção de anticorpos anti-hemácias; muito raro) → Coombs+ 
• Nefrotoxicidade (muito raro): importante ter atenção em doentes renais, fazendo o ajuste 
(aumento do intervalo) 
• Diarreia (mata Gram- da flora comensal do intestino) 
• Trombocitopenia (muito raro)

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