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Cardiologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ ECG NA DOENÇA ISQUÊMICA Importante fazer o ECG de 16 derivações (12 convencionais + V7, V8, V4r, V3r) e procurar por alterações que indicam isquemia em todas elas Mapeamento das regiões do coração pelo ECG → pelo menos 2 derivações da mesma parede ou duas derivações sucessivas devem estar alteradas para serem valorizadas como patológicas Regiões relacionadas à coronária esquerda o Parede lateral alta → D1 e AVL o Parede anterior → de V1 a V6 o Parede anterior extensa → de V1 a V6, D1 e AVL o Parede septal → V1 e V2 o Parede ântero-septal → de V1 a V4 o Parede apical/lateral → V5 e V6 • Regiões relacionadas à coronária direita o Parede inferior → D2, D3 e AVF o Parede posterior/dorsal → V7 e V8 o Parede ínfero-dorsal → D2, D3, AVF, V7 e V8 o Ventrículo direito → V3R e V4R Nas derivações convencionais, considera-se elevação de 1 mV. Nas derivações adicionais, considera-se elevação de 0,5 mV Acidentes do ECG a serem valorizados na doença isquêmica • ST → deve ser levemente ascendente, variando na linha de base 1 mm para cima ou para baixo o Usa-se o PR para demarcar a linha de base, pois não há atividade elétrica (quando o PR é curto, marca-se a linha de base entre dois QRS) o No ST há uma pequena atividade, por isso é levemente ascendente • Onda T → o normal é ser uma onda bem desenhada, positiva e assimétrica (fase ascendente lenta e fase descendente rápida) • Onda Q → o normal é ser estreita e curta o Quando larga (> 40 ms ou 1 quadrado de 1 mm) e profunda (1/3 do QRS), é patológica e sempre significa que a parede morreu o Onda Q patológica + supra de ST → IAM subagudo o Onda Q patológica sem supra de ST → IAM crônico (há mais de 1 semana) Cardiologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ Alterações de isquemia miocárdica ao ECG • Doença coronariana crônica o Isquemia → alterações específicas da onda T (só de olhar pode-se afirmar que é isquemia) ▪ As alterações, associadas aos sintomas, fazem o diagnóstico de isquemia miocárdica ▪ Ainda é reversível ▪ Onda T positiva simétrica → isquemia subendocárdica/endocárdica • Isquemia endocárdica afeta somente o endocárdico e gera arritmia • Não tem tantos benefícios ao trombolizar, pois a artéria está parcialmente fechada ▪ Onda T negativa simétrica → isquemia subepicárdica/epicárdica • Isquemia epicárdica afeta toda a parede e gera hipocontratilidade (IC) • Não confundir com onda T negativa assimétrica, que indica sobrecarga • Pode trombolizar Cardiologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ o Distúrbio primário da repolarização → alterações inespecíficas da onda T (não fecha diagnóstico) ▪ Alterações que associadas aos sintomas reforçam a suspeita de isquemia miocárdica ▪ Para o diagnóstico, precisa-se de exames de imagem cardíaca e exames indutores de isquemia ▪ Ondas T achatadas, diminuídas de amplitude ou desaparecidas ▪ Segmento ST retificado (perde o aspecto ascendente) o Fibrose miocárdica → alterações específicas da onda Q ▪ Alteração que aparece na fase crônica do IAM com supra de ST (cicatriz) ▪ Área de inatividade elétrica ▪ Onda Q com 1/3 da altura do QRS ou mais que 40 mseg (maior que 1 quadrado) ou padrão puro de onda negativa no lugar do QRS (onda R e fica somente QS, apenas uma onda negativa) ▪ IAM sem supra de ST não forma onda Q o Todas podem coexistir no mesmo traçado Cardiologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ • Doença coronariana aguda (IAM com supra de ST, IAM sem supra de ST, Angina Instável) o Lembrando que supra de ST indica que o trombo obstruiu completamente a artéria o Na ausência de elevação do ST, há obstrução parcial e não se usa trombolítico. Diferencia-se IAM sem supra de ST de angina instável através dos marcadores de necrose, mas o tratamento é o mesmo o Corrente de lesão → alterações do ST ▪ Alteração que significa sofrimento agudo do miocárdio ▪ Pode ser irreversível. A possibilidade de reversão depende da rapidez do diagnóstico e da terapêutica ▪ Elevação de ST ▪ No infarto subendocárdico, o vetor se aproxima da área de infarto → infra de ST ▪ No infarto subepicárdico, o vetor se aproxima da área de infarto → supra de ST Regras para se avaliar o ECG com alterações de IAM • O supra deve tomar 2 ou mais derivações da mesma parede • O supra deve ser ≥ 1 mm (1 quadrado) • A onda R representa a onda de vida muscular (reperfusão), por isso há perda da onda R no IAM • Supra e infra coexistindo, quem manda é o supra • Cuidado com supra em BRE (bloqueio de ramo esquerdo) e SVE (sobrecarga ventricular esquerda) → ambos podem dar alterações que sugerem desnível de ST, mas o que vale é a clínica • AVR não serve para nada no ECG em relação à isquemia Imagem em espelho • Caso supra e infra coexistam, deve-se dar atenção sempre ao supra • Somente tromboliza supra • Supra de ST em D2, D3 e AVF pode vir acompanhado de infra em D1 e/ou AVL • Supra inferior (D2, D3 e AVF) pode vir acompanhado de infra em V1, V2 e/ou V3 → sempre se realiza V7 e V8 • Supra de parede anterior (V1 ao V6) pode vir acompanhado de infra inferior • A única patologia com supra de todas as derivações (exceto V1) e com infra em AVR é a pericardite Cardiologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ • Eletro normal → segmento ST com deslocamento de até 1 mm, ponto J normal e onda T assimétrica • Fase hiperaguda → presença de onda R, supra de ST e onda T apiculada o Fase menos vista o Músculo cardíaco ainda se encontra viável (onda R presente) o Consegue-se intervir efetivamente → angioplastia ou trombólise • Fase aguda → onda R com amplitude reduzida, supra de ST maior que na fase hiperaguda, surgimento de onda Q, onda T arredondada o Onda Q ainda não é patológica o Não tromboliza nessa fase, somente faz angioplastia • Fase subaguda → onda R quase desaparece, padrão QS, supra de ST se mantém, onda T começa a inverter o É a fase que se costuma ver o QS é a onda Q patológica o Paciente já perdeu bastante músculo (onda R quase desapareceu) • Fase crônica → onda R desaparece, padrão QS se mantém, segmento ST volta à normalidade, onda T negativa/invertida o Onda Q patológica se manteve o Discinesia ventricular (parede ventricular perdeu poder de contração e, enquanto o resto do ventrículo contrai, a parede se abaúla) → variação da fase crônica, onde existe onda Q patológica + onda T negativa + supra de ST • As alterações das fases subaguda e crônica são semelhantes → quando há esse padrão de alteração no ECG, deve-se saber quando ocorreu a lesão aguda
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