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Análise do filme A ilha do Medo sob a Luz da teoria Psicanalítica

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS ANCHIETA
CURSO DE PSICOLOGIA
ELENA COLINA RA D852817
VITÓRIA GOMES RA N461373
DESDOBRAMENTOS DA TEORIA PSICANALÍTICA
Análise do filme A ilha do Medo
SÃO PAULO
2021
ELENA COLINA RA D852817
VITÓRIA GOMES RA N461373
DESDOBRAMENTOS DA TEORIA PSICANALÍTICA
Análise do filme A ilha do Medo
Trabalho apresentado para fins avaliativos para
disciplina de Desdobramentos da Teoria
Psicanalítica, presente no curso de Psicologia,
sob orientação do Profº Valter Perea.
SÃO PAULO
2021
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO...………………………………………………………………..……....04
2. ENREDO ..……………………………………..………………..…...………………….05
3. ANÁ LISE……………………………………………………….……..…………………11
3.1 Ambientação ..………………………………………………………………………..11
3.2 Passado Militar……………………………………………………………………….12
3.3 Fantasia ...……………………………………………………………………………..13
3.4 Alucinações………………………………………………………………………...…14
3.5 Luto……………………………………………………………………………………..17
4. CONCLUSÃO………………………………………….………………………….........20
5. REFERÊNCIAS ...………...…………………………….……………………………...21
1. INTRODUÇÃO
Melanie Klein foi uma psicanalista austríaca que deu origem a uma das
principais correntes do pensamento psicanalítico. Interpretou o mundo interno, o
funcionamento emocional infantil e seus desdobramentos na vida adulta,
desenvolvendo conceitos, teorias e técnicas de análise únicas. No presente trabalho
iremos analisar o filme “A ilha do Medo'', dirigido por Martin Scorsese, à luz das
teorias de Klein, fazendo também alusão às ideias de Sigmund Freud e Woods
Winnicot.
A obra foi lançada nos cinemas em 2010, baseada no romance de Dennis
Lehane, “Paciente 67”. Na trama, somos apresentados ao detetive Teddy Daniels,
que junto a seu novo parceiro, vão desvendar o caso de desaparecimento da
paciente Rachel Solando, no Hospital Ashecliffe, em Shutter Island.
Durante toda a trama somos conduzidos pela visão do detetive Daniels,
experienciando em conjunto uma mistura de sentimentos e sensações, delineados
por fim com o plot twist. Por meio deste trabalho, temos a intenção de analisar a
singularidade de cada cena, trazendo analogias entre o que aprendemos durante as
aulas de Desdobramentos da Teoria Psicanalítica.
4
2. ENREDO
Na primeira cena somos apresentados aos personagens Teddy Daniels e
Chuck Aule, detetives que se encontram em um navio a caminho da ilha onde está o
hospital psiquiátrico Ashecliffe para os criminalmente insanos, com o intuito de
investigarem o desaparecimento de uma paciente. Teddy demonstra enjoos e relata
serem motivados pela quantidade de água que o cerca, diz não conseguir
suportá-la. Os detetives que ainda não possuem vínculos, conversam e Daniels
comenta que sua esposa morreu em um incêndio por causa da fumaça, não pelo
fogo e que isso era muito importante.
Ao chegarem na ilha, recebidos pelos policiais, Chuck aparenta estar atento
às reações de Daniels antes de tomar qualquer atitude ou fazer comentários. Na
entrada da instituição, ao tirar a arma para entregá-la, Aule apresentou dificuldade
para tirá-la do coldre, demonstrando não possuir prática. No primeiro contato de
Daniels com o subdelegado, ao comentar que os policiais pareciam tensos, ele
afirma que naquele momento todos estavam.
Após conversarem com o chefe do hospital, o Dr. John Cawley, os agentes
são informados sobre a noite do desaparecimento de Rachel Solando. O doutor
também conta sobre o quadro psicológico da paciente, que matou seus três filhos e
acredita ainda estar em sua casa, no seu antigo bairro e não internada em um
hospital. Teddy pergunta sobre o marido de Rachel, que segundo John, havia
morrido nas praias de Normandia. Neste mesmo momento tem lembrança de seus
tempos na guerra e sente fortes dores na cabeça, até que lhe é oferecido um
analgésico para cessar o incômodo.
Enquanto apresentava o local para os detetives, Cawley os leva para uma
das extremidades da Ilha, onde os guardas investigam o desaparecimento de
Rachel, porém, sequer se levantam para procurá-la. Já no quarto de Rachel,
Daniels encontrou um papel escrito “A lei dos 4, quem é 67?".
Ainda ao conversarem com Cawley, o médico fala um pouco sobre o
tratamento oferecido aos pacientes na instituição, que discutia sobre meios mais
5
humanos e dinâmicos de lidar com as patologias ali tratadas. Diferente do contexto
da psicologia na época que dividia-se entre a psicofarmacologia e a lobotomia, John
acreditava que com respeito, escuta e compreensão poderia alcançar seus
pacientes. Sabia que, o obstáculo para recuperação era a recusa a aceitar o que
fez. O detetive Daniels diz que pouco se importa com a calma dessas pessoas, uma
vez que eram criminosas e loucas.
Na próxima cena, os detetives interrogam os funcionários do hospital, mas
não há nenhuma pista do desaparecimento de Rachel. Ousamos dizer que os
outros funcionários aparentavam estar desanimados e apáticos, não demonstrando
o mínimo interesse na investigação. Após o interrogatório, Cawley leva os detetives
até sua sala, construída em tempos de guerra, enquanto toca Mahler de fundo no
toca discos, o que provoca novamente lembranças sobre os campos de
concentração. No grande salão encontram outro médico psiquiátrico, o Dr. Jeremiah
Naehring, que diz haver mecanismos de defesa impressionantes em Daniels e
também faz comentários que incitam raiva no protagonista, provocando nele
novamente enxaqueca e tontura.
Durante a primeira noite, o detetive tem o seguinte sonho: ele está em seu
apartamento, enquanto sua esposa Dolores Chanal, segura uma garrafa de álcool
perguntando porque nunca está sóbrio e ele retruca dizendo que matou muita gente
na guerra. No sonho, sua esposa o aconselha sobre o caso do desaparecimento de
Rachel e diz que ela nunca partiu. Ao aproximarem-se da janela, de onde vê-se um
grande lago, iniciam um intenso e dramático diálogo e após se abraçarem, sangue e
água começam a derramar da barriga de Dolores, enquanto caem fuligens ao seu
redor.
No dia seguinte, os detetives decidem interrogar os pacientes. A segunda
questionada, senhora Bridget Kearns, escreve escondido “Fuja” no caderno de
Daniels e quando a paciente bebe um copo de água, Teddy não consegue vê-lo,
apenas o enxerga quando já está vazio. Na mesma cena o detetive cita o nome de
Andrew Laeddis, que posteriormente é questionado pelo parceiro. Inicialmente
acreditamos que sua motivação era realizar a busca de uma paciente fugitiva, mas
após contar a Chuck, descobrimos que era na verdade procurar por Laeddis,
6
incendiário, culpado pela morte da esposa do detetive e que havia sido internado na
instituição.
Ele tinha conhecimento de que o assassino estava na Ala “C’, onde ficavam
os pacientes mais perigosos e lesivos. Quando questionado sobre o que faria
quando o encontrasse, Daniels diz que não veio matá-lo e se recorda da redenção
no campo de Dachau. Enquanto esperavam passar a tempestade abrigados no
cemitério, Teddy revela ainda acreditar que no hospital ocorrem testes nos
pacientes. Seu colega colabora com as suposições do protagonista, ressaltando
também a possibilidade de não terem sido levados lá ao acaso.
Ao voltarem ao centro da instituição, durante a reunião dos médicos, lhes é
revelado que a fugitiva havia retornado. Vale ressaltar que um dos funcionários
comenta: “Rachel Solando, eu adoro isso” enquanto Daniels faz perguntas a
Cawley. Os detetives vão ao encontro da paciente e notam que ela não possui
marcas nem machucados indicativos de fuga. Teddy descreve um contexto
imaginário para poder perguntar a Rachel o que ela fez no dia anterior; ela diz que
serviu o café da manhã para seu marido e filhos, levou as crianças até a escola e
depois nadou por um bom tempo na lagoa.
Após iniciada a tempestade, os detetives são levados para o alojamento dos
funcionários, onde Daniels conhece o Diretor do hospital, que lhe causa muito
desagrado por assemelhar-se a um militar arrogante. Ao adormecer, Teddy sonha
novamente com o campo de concentração, onde há um aglomeradode pessoas
congeladas na neve; no meio destas, há uma mulher com uma menina deitada
sobre seus braços. A criança levanta e lhe diz “Você devia ter me salvado, devia ter
salvado todos nós”. De repente, ele encontra Laeddis na sala de Cawley, que com
um palito de fósforo acende o cigarro de Daniels, dizendo “sem ressentimentos",
enquanto entrega-lhe um cantil. Subitamente, Laeddis se transforma em Chuck, que
diz “O relógio está batendo meu amigo, estamos ficando sem tempo”. Tudo ao som
de Mahler no fundo.
Bruscamente um grito ecoa pela sala, Rachel aparece ensanguentada com
três crianças mortas no chão. Ela pede ajuda a Teddy que diz poder ficar
7
encrencado por isso, enquanto carrega a menina em direção ao lago onde estão as
outras duas crianças. Após questionado Teddy responde que sente muito, que
tentou salva-la mas era tarde demais. O sonho continua agora na sala dos
funcionários, onde Dolores entra e conta-lhe que Laeddis não está morto e que
Daniels precisa encontrá-lo para acabar com ele.
Ao acordar, há um caos instaurado no hospital pois, por conta da tempestade
a eletricidade acabou e as celas foram destrancadas. Os detetives decidem ir até a
ala “C”, ao chegarem se deparam com um paciente e Teddy sai correndo atrás dele;
no momento em que o alcança, após um confuso diálogo, o espanca e quase
sufoca-o. Chuck e o segurança chegam a tempo de pará-lo e levam o paciente até a
enfermaria, deixando Teddy sozinho no prédio.
Andando pelos corredores da Ala, Teddy encontra Andrew Laeddis em uma
das celas e começa um diálogo. Nos é revelado que o personagem na verdade, se
trata de George Noyce, pego segundo ele após Daniels revelar seus planos e agora
seria lobotomizado. Noyce mostra as cicatrizes em seu rosto, dizendo que Teddy foi
quem as provocou, que tudo estava acontecendo por conta dele e que não existia
investigação nenhuma. Na cena, George provoca o detetive falando que ele está
caindo em mentiras e que enquanto demonstrasse insanidade a instituição seria
vencedora. O detetive já confuso fica ainda mais quando o paciente pede para que
deixasse Dolores partir para poder se libertar e no mesmo instante começa a
aluciná-la. Ele afirma que não consegue deixá-la e tem como resposta: "então você
nunca vai sair dessa ilha” e será apenas um “rato em um labirinto, um paciente
testado em uma ilha”.
Ao sair do prédio, encontra com Chuck, que lhe entrega a documentação do
paciente 67, cuja identidade desconfiava ser de Laeddis. Entretanto, desconfiado de
todos naquele ambiente, se desentende com o parceiro e decide seguir com a
investigação sozinho. Após o conflito Daniels acredita ter visto seu parceiro caído
nas pedras e desce para salvá-lo. Chegando lá não o encontra e ao subir começam
a surgir ratos por toda a costa.
8
Na cena, Teddy vê uma fresta de luz saindo de uma caverna na encosta e
decide se abrigar. Lá encontra uma mulher que diz ser a verdadeira Rachel
Solando, que nunca teve filhos e nem marido, médica na instituição, tentaram-na
fazer crer ser louca para que pudessem torná-la paciente do local. Ela o falou sobre
os experimentos de lobotomia occipital conduzidos no farol e que ele está sendo
drogado com alucinógenos para ser a nova vítima. Ao voltar para dentro da
instituição, Daniels conversa com o médico Cawley, que agora diz não conhecer
nenhum detetive parceiro, que o protagonista havia chegado sozinho na ilha,
confirmando a teoria que estavam tentando fazê-lo duvidar da realidade.
Enquanto prepara o carro para que exploda e ocasione uma distração, o
personagem alucina com Dolores lhe dizendo para ir até a balsa e não ao farol pois
seria seu fim. Mas, motivado, Teddy permite a explosão, que avança sobre a
imagem da esposa e da pequena menina. Posteriormente, após estar convencido
de que no farol, suposto centro de tratamento de esgoto, eram realizadas
experiências mentais e de que seu parceiro Chuck havia sido sequestrado, tem
como propósito salvá-lo e desmascarar o hospital.
Na próxima cena, após nadar até o farol, pega o rifle de um dos guardas e ao
entrar em uma das salas encontra o Dr John Cawley. Este revela que tudo não
passava de encenação. O rifle estava descarregado e sua arma era falsa. Rachel
não passava de um delírio, suas tremedeiras e enxaquecas tratavam-se de
abstinência de clorpromazina, medicamento usado em seu tratamento. Daniels era
paciente a 2 anos na instituição, um veterano de guerra delirante, ex-delegado
federal com propensão à violência e que nega os crimes cometidos. Desenvolveu
fantasias para encobrir a realidade, de que era um assassino.
Teddy era o paciente 67 e seu verdadeiro nome é Andrew Laeddis. A regra
dos quatro se tratava de anagramas entre os nomes Edward Daniels e Andrew
Laeddis; Rachel Solando e Dolores Chanal. A menina que via em seus sonhos era
na verdade sua filha, Rachel. Dolores havia sido diagnosticada como maníaca
depressiva e suicida, diz Chuck agora revelado ser seu psiquiatra Dr. Lester
Sheehan. Ela mesma havia colocado fogo no antigo apartamento, após se mudarem
9
para a casa no lago, afogou seus três filhos e morreu após Daniels atirar em sua
barriga.
O doutor diz que terá que submeter Andrews a uma lobotomia se o paciente
não aceitar a realidade e tudo que fez. Esse era o intuito de toda a atuação, permitir
que vivesse sua fantasia a fim de recobrar sua memória. Daniels já havia
recuperado o estado consciente antes mas tinha voltado para as mesmas
alucinações. Agora o protagonista se mostra ciente de tudo o que ocorreu em sua
vida. Comenta que Dolores havia lhe dito uma vez, que tinha um inseto vivendo em
seu cérebro manipulando-a só por prazer e mesmo assim ele preferiu ignorar, não
enxergando a dimensão do que estava crescendo em sua mente. Lembrou-se dos
filhos e da culpa que carregava pela morte de todos.
Na cena final, no dia seguinte Andrew torna a falar com Lester chamando-o
de Chuck, falando sobre a investigação, como se ainda acreditasse em suas
fantasias. Triste em ter falhado, o doutor avisa os outros que caminham em direção
a Daniels para lobotomizá-lo. Entretanto, antes de se levantar o protagonista diz: “O
que seria pior, viver como um monstro ou morrer como um homem bom”, nos
instigando sobre o verdadeiro estado de sua sanidade.
10
3. ANÁLISE
3.1 Ambientação
Previamente julgamos importante voltar nossa análise aos aspectos
ambientais do filme. Na cena inicial, a caminho do hospital psiquiátrico Ashecliffe,
para qual os detetives se dirigem, revela-se a instituição localizada em uma ilha,
coberta pela névoa esbranquiçada, da qual só há uma forma de entrar ou sair: a
balsa. Podemos associar o local onde centraliza-se o enredo com a história do
personagem principal, que se isola de sua própria realidade para defender-se de
seu estado psíquico. Ainda sim, o personagem não consegue fugir da morte e
violência que norteiam o desenvolver de sua nova história, vivendo a dor da perda
em um looping, incapaz de libertar-se da ilha, da melancolia, na qual se vê
aprisionado.
Toda a narrativa é acompanhada pela força e os efeitos da tempestade que
atingem o local. Conforme Daniels avança em suas investigações, mais se
intensifica a fúria da natureza, como se desempenhasse uma alegoria para a cólera
presente no mundo interno do personagem, uma fonte de expressão dos
sentimentos caóticos vividos pelo protagonista. A água, de forma geral, é um
recurso que norteia todo o filme, seja pelo mar, pela chuva ou goteiras nos
ambientes internos. Edward sempre está cercado por ela, o que fomenta nele
alucinações/memórias dos acontecimentos complexos de sua vida. Notamos que,
sempre que pronunciavam palavras relacionadas à água ou afogamento, os
doutores se atentavam a qualquer sinal de reação de Daniels, justamente por
reconhecer que o elemento suscitava lembranças reprimidas por ele.
Podemos reconhecer também a fobia pela água desencadeada no
protagonista, avançando a narrativa do filme, durante o interrogatório, quando apaciente Bridget Kearns, bebe um copo de água e o detetive Daniels não consegue
enxergá-lo, reforçando a necessidade do personagem de desviar-se do elemento
que lembra-o de seu passado. Novamente presenciamos o poder de seu
inconsciente em evitar o despertar de sua fantasia.
11
3.2 Passado Militar
O filme também aprofunda as experiências de guerra vivenciados pelo
protagonista para dar voz à violência instalada em sua psique. Dadas as
informações do enredo, podemos ressaltar os primeiros acontecimentos
apresentados na vida de Daniels. Soldado durante a segunda guerra, vivenciou
momentos de caos nas cenas no campo de concentração nazista. Enquanto
conversava com o Dr Jeremiah Naehring, ao som de Mahler no toca discos,
recordou-se da libertação em Dachau, cena em que assistiu a morte lenta do
comandante inimigo, que agonizava após uma tentativa mal sucedida de suicidio e
enquanto ele tentava pegar a arma para enfim acabar com sua dor, Daniels a afasta
e o deixa em sofrimento até o último suspiro.
Percebemos a influência desses acontecimentos pela forma como o diretor
utiliza armas, explosões e aspectos mórbidos para ilustrar o estado psíquico do
personagem. Elencamos esses elementos como representações da violência que
paira sobre Daniels. Ainda na cena em que encontrou o Dr. Jeremiah, o médico
disse, “homens como você são minha especialidade, homens de violência”.
Segundo Melanie Klein (1959): “A agressividade inata está destinada a ser
incrementada por circunstâncias externas desfavoráveis e, de modo inverso, é
mitigada pelo amor e pela compreensão (...)”.
Após sair do exército, o protagonista desenvolve estresse pós traumático e
alcoolismo. Durante um de seus sonhos vemos Dolores segurando uma garrafa
enquanto reclama da pouca frequência em que o vê sóbrio, que é justificado por ele
por ter matado muito durante a guerra. Na fantasia elaborada pelo detetive, o
suposto marido de Rachel Solando havia morrido nas praias da Normandia, o que
pode representar seu sentimento após servir no exército, de que na guerra parte de
si havia morrido também; além de mais uma vez ressaltar o medo associado à
morte e à água, enxergando uma parte de si destruída por esse elemento.
Daniels equipara o campo de concentração ao hospital psiquiátrico, onde o
diretor e os médicos se assemelham aos soldados e generais nazistas. As alas que
antes eram fortes militares também provocam desconforto. Esses aspectos fazem
12
sua desconfiança se aguçar e em meio a investigação, o detetive passa a se sentir
perseguido. A partir deste momento já podemos verificar a ansiedade persecutória
que se instala conforme passa a temer as pessoas da instituição, que ressaltam o
mal projetado, o perigo inevitável, que deseja consumi-lo. O que virá a conduzir
grande parte, senão todas, as suas ações.
Melanie Klein apresenta a hipótese de que o bebe recém nascido vivencia
uma ansiedade de natureza persecutória. A posição esquizo paranóide (que pode
ressurgir na vida adulta) diz que, ao não conseguir lidar com o ódio (ego arcaico)
contra o objeto, o indivíduo projeta nele essa raiva e consequentemente se sente
perseguido. Ocorre a cisão do objeto, entre bom e mau, como uma forma de
defender-se dos sentimentos ambivalentes que o infringiram. Por isso o teor dos
termos persecutório e paranoide (KLEIN, 1959). Na referida posição, o sujeito tem
medo de que algo vá destruí-lo, matá-lo, sentimentos esses vividos por Teddy; ele
crê que todos naquele ambiente o perseguem.
Vale ressaltar que, enquanto era esclarecido sobre a ficha da fugitiva, insistia
em chamar de prisioneira a paciente, nos levando a crer o sentimento que
preservava do lugar. O passado militar, as grades, labirintos e correntes, a
impossibilidade de fuga e mesmo o encarceramento psicológico ao qual subjugava
a si, ressaltaram a visão de que naquele lugar, era o próprio prisioneiro de sua
mente.
3.3 Fantasia
Devido à dificuldade em processar os terríveis acontecimentos em sua vida,
e na tentativa de se proteger do mundo que o cerca, o ex-delegado desenvolve uma
fantasia, ambientada na ilha onde se vê aprisionado. Evidencia-se a intensidade das
ferramentas de defesa do personagem, com a construção de toda uma realidade,
onde ele é apenas a vítima, o justiceiro e herói, vingando sua mulher do mal que
recaí ra sobre eles. A concepção de vilão e assassino recai sob o personagem de
Andrew Laddies, incendiário, zelador do prédio e verdadeiro culpado pela morte de
sua esposa.
13
Outro mecanismo enfatizado no filme é o da projeção, em que o que foi
reprimido é projetado no outro, para que assim possa livrar-se da culpa e punir. O
ego arcaico aparece no primórdio dos primeiros meses e possibilita essa defesa
contra a ansiedade dos impulsos e fantasias destrutivas. Havia se desenvolvido
uma violência psíquica tão intensa em Daniels, que demandou projetá-la para o
exterior, fixando toda a fúria em Laddies.
Teddy acaba por cindir essa parte de sua personalidade, projetando
posteriormente nos outros ao seu redor. Essa cisão é resultado em grande parte
pela ansiedade persecutória que reforça a necessidade de manter o objeto amado
separado dos objetos que oferecem perigo. (KLEIN, 1959).
Segundo Cintra (2011, p. 35):
A idéia de um bem e mal puros incita ao julgamento condenatório e
à projeção de tais ideais, criando ídolos e bodes expiatórios. Um
julgamento baseado em certezas morais, que evita o benefício da
dúvida e a ponderação entre vários pontos de vista, leva,
necessariamente, à ideia de uma “solução final”, e à morte. Esta
forma de razão delirante lança sua sombra sobre o outro e está
destinada a eliminar o outro que ameaça com o perigo de ser
diferente do Eu, e que é, portanto, considerado `'intrinsecamente
mau.
3.4 Alucinações
Conforme são apresentados à instituição, o Dr Cawley informa os agentes
sobre o caso do desaparecimento de Rachel Solando. A mulher havia afogado os
três filhos e para sustentar a ilusão de que não morreram criou uma estrutura
ficcional e distribuiu papéis para todos nessa ficção. Exatamente o que Daniels fazia
ali, sendo a figuração de seu estado mental e dos crimes cometidos pela esposa.
Sempre que o detetive era exposto a informações acerca de Rachel, sobre o
ambiente da ilha ou sobre as crianças, era infringido por delírios e enxaquecas.
Durante um devaneio, se via andando pelo campo de concentração até encontrar
Solando e sua filha Rachel que dizia "você devia ter me salvado, devia ter salvado
todos nós", expressando a culpa que o personagem carregava. Buscava através de
suas fantasias suprimir as memórias com as quais não podia lidar. Ao mesmo tempo
14
que essas alucinações serviam como defesa, demonstravam o desejo do detetive
em poder salvar seus familiares; o desejo de reverter a situação.
“Já não é algo contraditório para nós a noção de que um processo psíquico
que desenvolve angústia pode, mesmo assim, ser a realização de um
desejo” (FREUD, 1990, p. 633)
Perdê-los, esposa e filhos, foi demais e lidar com tudo parecia impossível. As
alucinações atuam como metáforas, simbolismos aos sentimentos vividos pelo
personagem em relação ao passado que desejava esquecer, encobrir. Essas
alucinações distorcidas, seriam um mecanismo de defesa do personagem, a fim de
que lembranças dos acontecimentos penosos não retornem ao seu consciente. De
acordo com Sigmund Freud, o inconsciente seria um sistema onde estariam
localizados os elementos mais instintivos não acessíveis à consciência. Além disso,
é onde se encontram os materiais que foram excluídos da consciência pelos
processos de censura e repressão. (FREUD,1900).
No caso do aparecimento de desejos violentos ou acontecimentos penosos
que ficam em contraste com os demais desejos do indivíduo, sendo incompatível
com as aspirações morais da própria personalidade, há um conflito interno e o
desfecho dessa luta é o feito de sucumbir ao recalque tais devaneios. Desse modo,
a resistência seria uma forma de proteçãocontra angústias; a repressão seria o
processo de barrar ideias inaceitáveis, deixando-as operar no inconsciente.
(FREUD, 1900).
Após discordar de Chuck devido sua desconfiança para com o parceiro,
Teddy acredita tê-lo visto caído nas pedras e durante sua procura se abriga em uma
caverna onde alucina a verdadeira Rachel Solando, médica do hospital que viria a
ser a futura vítima dos experimentos se não houvesse fugido a tempo. A mulher
contou-lhe que fariam de tudo para convencê-lo de que estava louco, assim como
fizeram com ela para que pudessem interná-la. Eles conversaram sobre instintos de
sobrevivência, drogas psicoativas e narcóticos neurolépticos induzidos através das
aspirinas, comida e cigarros. Ela revelou-lhe que tudo não passava de um projeto do
governo, elaborado para criar soldados fantasmas, sem memórias, com a lobotomia
occipital realizada no farol.
15
Rachel atuava como a personificação de seu mecanismo de defesa,
esperando armada, pronta para defender-se de quem adentrar sua caverna. O que
a médica disse fomentava a ideia de que tudo ali não passava de mentiras e que
Daniels só podia acreditar em si mesmo, afastando-se cada vez mais da realidade.
Disse também: “As pessoas dizem que você é louco e seus projetos para provar o
contrário só confirmam o que está dizendo, uma vez declarado louco tudo que fizer
é considerado parte da loucura.”
Esse mecanismo fica muito claro em diversas cenas que, ao ter ilusões com
sua esposa, ela implora para ele que saia da ilha ou para que não realize tais feitos,
a fim de que ele não descubra a verdade. No livro “A interpretação dos sonhos” de
1900, o psicanalista Sigmund Freud diz:
Quanto mais rigorosa for a atuação da censura, mais elaborado será o
disfarce, mais engenhosos serão os recursos com os quais os leitores serão
postos na trilha do significado verdadeiro. ( p. 177)
É interessante repararmos no modo como o protagonista ignora certos
aspectos, como não olhar a ficha médica, que revelaria a sua verdadeira identidade.
É como se ao mesmo tempo em que procurasse respostas, o detetive fugisse delas
o tempo todo.
Na primeira noite na instituição, Teddy tem um sonho em que está
acompanhado de sua esposa e ela o aconselha sobre o caso do desaparecimento.
No cenário há uma janela de frente para um grande lago (o mesmo onde os filhos
foram afogados). Ainda no sonho, começa a sair sangue e água da barriga de
Dolores, ao mesmo tempo em que caem fuligens ao seu redor. A contraposição
desses elementos demonstram a diferença entre a realidade objetiva e aquela
criada pelo personagem. Manter afastada a memória desses acontecimentos
tornou-se sua realidade.
16
3.5 Luto
Quando pensada sob perspectiva geral, podemos voltar nosso olhar para
Dolores. Somos introduzidos em sua instabilidade, sem muita clareza quanto às
suas motivações, mas nitidamente cientes do teor patológico que se instalava
naquela relação. Daniels, abalado com seus próprios pesares, só queria que tudo
fosse bom novamente. Mesmo depois que a esposa incendeia o apartamento em
que moravam, ele tenta mais uma vez estabelecer a relação familiar o mais próximo
da normalidade, quando então decidem ir para a casa no lago.
Freud entendia a melancolia como a forma patológica do luto, regida por um
profundo desânimo, desinteresse pelo mundo externo, perda da autoestima, um ego
vazio e a incapacidade em amar. Basicamente inibição em todas as atividades.
Enfatiza-se que o luto trata-se da superação da perda, da realização, enquanto a
melancolia se desencadeia frente à incapacidade em aceitá-la, esta vivida pelo
personagem. (CINTRA, 2011, p. 25)
A pulsão de morte e a melancolia são impasses ao operar a passagem de
tempo e simbolização necessária para a superação. A elaboração da posição
depressiva, conceituada por Melanie Klein, trata-se de um processo de luto. Aqui, a
ansiedade tem tonalidade de culpa e é vivenciado o medo de perder ou machucar o
objeto amado. Isso explica o terror das alucinações de Teddy ao ver sua filha o
culpando por sua morte ou nas várias tentativas em encontrar o suposto incendiário.
(KLEIN, 1959).
O indivíduo corre o risco durante o luto de desviar seu ódio para o próprio
falecido. Uma das maneiras através das quais essa raiva se expressa é a sensação
de triunfo sobre a pessoa morta. (KLEIN, 1940). Isso explicaria por que Teddy tem
tanta raiva e demonstra extrema antipatia pelas autoridades; enquanto na verdade
sua fúria era também contra sua própria esposa. Quando o sujeito é dominado por
essas emoções, a pessoa amada se transforma em uma perseguição e abala a
crença do sujeito em seus objetos internos bons.
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Melanie Klein em sua obra “ O luto e suas relações com os estados maníaco
depressivos” de 1940 diz que:
O reforço de sentimentos de perseguição no estado de luto torna-se mais
doloroso porque as relações amistosas com as pessoas, que nesse
momento poderiam ser de grande ajuda, são obstruídas pelo crescimento da
ambivalência e da desconfiança.
Durante a cena em que Daniels descobre o que aconteceu com as crianças,
sua esposa pede que ele a liberte e então atira nela tomado pela raiva mas também
pelo amor, que após matá-la converte-se em um sentimento de culpa que o
persegue a todo momento.
Teddy sente remorso pelas mortes uma vez que se sente culpado por todas,
não suporta admitir que ela foi capaz de afogá-los, que atirou em sua esposa e
mesmo que indiretamente, seja responsável pela morte das crianças por não ter
dado vazão ao estado psicológico da mulher. Essa culpa se eleva por exemplo a
cena em que todos os soldados inimigos são fuzilados no campo, pelos quais sente
toda a culpa. Daniels chega a dizer que naquele momento na o era mais uma
operacao militar mas sim assassinato. O detetive sempre vincula a imagem da mãe
e filha mortas dentre os outros corpos, todas as vidas que ele passou a crer, por sua
culpa terem sido tiradas.
Segundo Cintra (2011, p. 29):
O amor por um objeto muito idealizado converte-se, depois do abandono em
uma série de identificações puras, formando uma instância crítica severa que
condena e ataca um Eu frágil demais para suportar o abandono ou uma
situação traumática.
Para que fosse elaborado o luto seria necessário se desprender de Dolores,
seguir em frente, o mesmo para com as crianças. Woods Winnicot estabelece
condições que possibilitam a superação. Entendida a melancolia como uma culpa
extrema que precisa ser expelida, recusa em atos de destruição, acredita que a
mesma deveria ser transformada em capacidade de cuidar e responsabilizar-se.
Para que isso ocorra, é necessário um ambiente favorável à reparação e aceitação
da realidade. Quando não há sucede-se os delírios e a recusa. (CINTRA, 2011,
p.36)
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Cientes do final do enredo, podemos enxergar a subversão dos temas na
narrativa, com conteúdos intrínsecos que indicavam que Daniels era o paciente 67.
A história é acompanhada pelo protagonista, o que nos coloca sob a mesma ótica
da realidade, dividindo do mesmo sentimento de surpresa, ao compreender os fatos
que o seguiam. A narrativa nos permite vivenciar a dualidade, sendo necessária
para compreender perfeitamente todos fenômenos psicóticos.
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4. CONCLUSÃO
A partir da diligência deste trabalho, foi realizada uma analogia entre o filme
“A Ilha do Medo” e as teorias de Melanie Klein, Sigmund Freud e Woods Winnicot.
Ao final do filme, descobrimos que a existência do detetive Teddy Daniels era
apenas uma fantasia criada por Andrew Laeddis, cujo sofrimento psíquico e a dor do
luto eram tão vultosos que precisou se utilizar de seus mecanismos de defesa para
criar uma neo realidade, onde conseguisse obter paz.
A conspiração elaborada sobre a instituição era mais uma ferramenta para
que tudo que tentassem convencê-lo pudesse ser refutado. Seu parceiro na verdade
era o psiquiatra Dr. Lester Sheehan. Os médicos acreditavam que se ele
interpretasse aquele papel poderia se dar conta da impossibilidade do que
acreditava. QuandoCawley pede para que ele atire, pois seria sua única saída
daquela ilha, entendemos ser sobre aceitar a verdade, se curar, libertar-se da
própria fantasia e poder enfim atingir a lucidez. O processo de luto seria elaborado,
a melancolia superada e o caminho para fora da ilha, trilhado.
Podemos por fim contrastar a frase de George Noyce “Você não pode matar
Laddies e descobrir a verdade, você precisa escolher um” com a dita pelo Dr
Cawley de que “A sanidade não é uma opção, você não pode escolher ficar bom”.
Um médico e um paciente propondo soluções opostas ao estado patológico do
protagonista. Diante disso, na cena final somos colocados sob nossa própria
perspectiva, incitados a interpretar a sanidade de Daniels. Afinal, quando o
personagem diz sua última frase “O que seria pior viver como um monstro ou morrer
como um homem bom” estaria ele ciente da realidade? Teria ele escolhido a
sanidade?
Esperamos que por fim tenhamos atingido nosso propósito com este
trabalho.
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5. REFERÊNCIAS
A ILHA do medo. Direção: Martin Scorsese. [S. l.: s. n.], 2010. Disponível em:
Netflix. Acesso em: 6 out. 2021.
CINTRA, Elisa. Sobre luto e melancolia: uma reflexão sobre o purificar e o destruir.
Alter - Revista de estudos psicanalíticos , [S. l.], v. 29, p. 23-40. 2011.
FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos. [S. l.]: Companhia das letras,
1900.
KLEIN, Melanie. O luto e suas relações com os estados maníacos depressivos.
In: AMOR, Culpa e Reparação. [S. l.: s. n.], 1940. cap. 20, p. 387- 412.
KLEIN, Melanie. Notas sobre alguns mecanismos esquizóides. [s. l.], 1946. cap.
1.
KLEIN, Melanie. Nosso mundo adulto e suas raízes na infância. In: KLEIN,
Melanie. Obras Completas: Inveja e Gratidão e Outros Trabalhos. [S. l.: s. n.], 1959.
cap. 12.
KLEIN, Melanie. Uma contribuição à psicogênese dos estados maníacos
depressivos. In: AMOR, Culpa e Reparação. [S. l.: s. n.], 1935. cap. 17, p. 301-
329.
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