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Gustavo Moreno T19 Aula 13:Farmacologia Clínica Cardiológica II: -Fármacos utilizados na hipertensão arterial -Fármacos empregados na angina e arritmias -Anticoagulantes, antiagregantes plaquetários -Fármacos utilizados em ICC. -Fármacos utilizados nas dislipidemias Insuficiência cardíaca crônica: Fisiopatologia: -Síndrome complexa e que o coração doente se mostra incapaz de fornecer um DC que atenda a necessidade dos órgãos e tecidos periféricos, ou só capaz de faze-lo sob condições de altas pressões de enchimento de suas câmaras -2 formas: a disfunção sistólica e a disfunção diastólica. -Repousam os estudos clínicos que determinam as diretrizes de tratamento, é a da disfunção sistólica -Drogas modificadoras de história natural Obs - ascite e edema pulmonar Diversos sistemas neuro hormonais são ativados, destacando-se, por sua importância como alvo terapêutico atual, o sistema renina-angiotensina-aldosterona e o sistema adrenérgico Outros sistêmicas envolvidos: peptídeos natriuréticos, vasopressina, endotelina Obs: lembrar de tratar a causa base!! ICC Sistólico: -Disfunção de contratilidade ventricular (fração de ejeção do ventrículo reduzida) → queda da FEVE. -Paciente possui déficit de bomba → não contrai de forma adequada à gera congestão pulmonar. FE < 55% -Geralmente quando o paciente já possui disfunção ventricular, FEVE <50. -Problema na contração ventricular. ICC diastólico: -Alteração no relaxamento ventricular com contratilidade preservada – com FE normal. -Alguns casos de IC diastólica, tendem numa fase mais final, virar uma IC sistólica, com o tempo a FE diminui. -Ritmo de Galope é uma tentativa de compensar todo o volume sanguíneo → causada por situações que aumentam a demanda metabólica – não é por déficit de bomba, portanto não diminui a FE. -A principal causa é a HAS não controlada. -FE = ou > 55%. -Problema no relaxamento ventricular. As duas ICCs fazem aumento da função do VE e vão gerar congestão pulmonar por mecanismos diferentes. Classificação Funcional – segundo New York Association (NYHA): Classe I -Ausência de sintomas – assintomático Classe II -Atividades físicas habituais causam sintomas. Limitação leve. -Sintomas leves Classe III -Atividades físicas menos intensas que as habituais causam sintomas. -Limitação importante, porém confortável no repouso -Sintomas moderados Classe IV -Incapacidade para realizar qualquer atividade sem apresentar desconforto. -Sintomas em repouso – Sintomas graves!! American College of Cardiology/American Heart Association: Estágio A -Risco de desenvolver IC. -Sem doença estrutural ou sintomas de IC → controle de fatores de risco para IC: tabagismo, dislipidemia, HAS, etilismo, DM e obesidade. -Monitorar cardiotoxicidade. Estágio B -doença estrutural cardíaca presente -Sem sintomas de IC → Considerar IECA, BB e antagonistas mineralocorticoides. Estágio C -Doença estrutural cardíaca presente. -Sintomas prévios ou atuais de IC → Tratamento clínico otimizado, medidas adicionais, considerar TRC, CDI e tratamento cirúrgico. -Considerar manejo por equipe multidisciplinar. Estágio D -IC refratária ao tto clínico -Requer intervenção especializada → Todas as medidas acima. -Considerar transplante cardíaco e dispositivos de assistência vascular. Obs: lembrar que ICC apresenta sintomas!! Tratamento da ICC Estágio A -ICC sistólica → drogas modificadoras da história natural da doença → remodelamento reverso (aumento do FE) -ICC diastólica → tratar a causa base!! Não há medicamento específico. (HAS, insuficiência coronária, cardiomiopatia hipertrófica, miocardiopatias, taquiarritmias) -Recomendações: Recomendação Classe Evidência Tratamento da hipertensão I A Interrupção do tabagismo I C Redução da ingesta excessiva de álcool I C Uso de estatinas para pacientes com FAC ou elevado risco cardiovascular IIA A Estabelecimento de meta pressórica de PAS <120mmHg para hipertensos com elevado risco cardiovascular IIA B Uso de empagliflozina em diabéticos IIA B Estágio B: -Recomendações: Recomendação Classe Evidência IECA na disfunção do VE assintomática de etiologia isquêmica I A IECA na disfunção do VE assintomática de etiologia não isquêmica I B Bloqueador em adição ao IECA na disfunção do VE assintomática de etiologia isquêmica I B Betabloqueador em adição ao IECA na disfunção do VE assintomática de etiologia não isquêmica I C Antagonista mineralocorticoide em pacientes pós infarto com disfunção do VE (FEVE <40%) e Diabetes IIA B -ICC usa muito IECA → faz remodelamento cardíaco e melhora a hemodinâmica (vasodilatação e redução da pós carga) -HAS → geralmente não se usa muito o IECA, devido aos seus efeitos colaterais (tosse seca) Medicamento utilizados no tratamento de ICC, conforme a classe funcional: Principais medicamentos para o tratamento de ICC Mecanismo de ação de inibidores da enzima conversora da angiotensina 1. Ação neuro-hormonal: -Redução da angiotensina II -Aumento da bradicinina -Redução da atividade simpática -Redução da vasopressina -Redução de aldosterona -Redução de endotelina -Redução de PAI – 1 -Outros… 2. Ação hemodinâmica: -Redução da pós-carga. -Redução da pré-carga 3. Ação trófica: -Redução de remodelagem ventricular Grupo Pró droga Eliminação Posologia/dia Tomadas/dia Sulfidril Captopril Não Renal 25-150mg 2 - 3 Carboxil Enalapril Sim Renal 5-40mg 1 - 2 Lisinopril Não Renal 10 - 80 mg 1 Ramipril Sim Renal 2,5 - 10 mg 1 - 2 Cilazapril Sim Renal/GI 2,5 - 10 mg 1 Benazepril Sim Renal/Hepático 5 - 10 mg 1 - 2 Trandolapril Sim Fosfinil Fosinopril Sim Renal,hepático,GI 5 - 40mg 1 -Propriedades farmacológicas dos antagonistas da angiotensina II Fármaco Pró droga Eliminação Posologia/dia Tomadas/dia Losartan Sim Renal/hepático 50-100 1 Valsartan Não Renal/hepático 80-320 1 Irbesartan Não Hepático/renal 150-300 1 Candesartan Sim Hepático/renal 8 - 16 1 Telmisartan Não Fezes 40 - 80 1 Olnesartab Não Renal/Fezes 20-40 1 Efeitos dos betabloqueadores em ICC -Redução da frequência cardíaca -Controle da PA -Controle das arritmias -Diminuição da renina -Maior expressão de betarreceptores. -Proteção miocárdica contra efeitos tóxicos da ativação simpática exacerbada. -Proteção contra efeitos imunológicos mediados por estimulação simpática. -Melhor utilização de substrato energético Propriedades farmacológicas dos betabloqueadores: Fármaco Pró drogas Eliminação Ação Posologia Tomadas/dia Carvedilol Não Hepática Betabloqueador não seletivo, bloqueador alfa adrenérgico, antioxidante 6,250-50 2 Bisoprolol Não Hepático B1-seletivo 1,25-10 1 Metoprolol Não Hepático B1-seletivo 25-200 1 Nebivolol Não Hepático B1-seletivo, B3-agonista, (vasodilatação por NO). Ação antioxidante. 1 Propriedades farmacológicas dos antialdosterônicos: Fármaco Pró droga Eliminação Posologia/dia Tomadas/dia Espironolactona Não Hepática 25-100 1 Eplerenona Não Hepática 25-50 1 Obs: BB são: metoprolol, bisoprolol, carvedilol e nebivolol. Drogas sintomáticas: -Diuréticos: furosemida e bumetanida -Digitálicos: digoxina, digitoxina, Lanatosídeo C (cronotropismo negativo e positivo – Digoxina – difícil usar dose inteira). Entresto é um inibidor do receptor da angiotensina e neprilisina (INRA) que contem sacubitril e valsartana → ele entra quando ICC é grave demais e já não responde a IECA e BRA Fármacos empregados na angina e arritmias: Antiarrítmicos: -Drogas que bloqueiam as arritmias supraventriculares e ventriculares -As drogas antiarrítmicas são classificadas de acordo com seus efeitos específicos na condutância iônica desde a apresentação original de Vaughan-Williams (1969), com adaptação recente *Quase todo antiarrítmico gerará bradicardia *Não usamos antiarrítmicos na bradicardia, usamos para taquicardia e extrassístole. *Classe II → os BB são os mais importantes *Classe IVusamos nas taquissupras. -Quadro - classificação de drogas antiarrítmicas Betabloqueadores: -Principal ou um dos principais medicamento de uso -Entre os principais antiarrítmicos para taquiarritmias e arritmias atriais e ventriculares não bradicárdicas -Afetam tecidos com canais lentos – nó sinusal e atrioventricular), onde diminuem a frequência de automatismo, desacelera a velocidade de condução e prolongam refratariedade -Menor efeito colateral em comparação com as demais classes -Contra indicações: bradiarritmias, asma -Asma substituição → avaliar BCC não-dihidropiridínicos (verapamil e diltiazem) Amiodarona: -Comum o seu uso, mas cuidar com o seu efeito colateral!! -Útil no tratamento e na prevenção da maioria das arritmias cardíacas (exceto bradiarritmias), sejam de origem supraventricular ou ventricular -Comprimido de 100 - 200 mg/cp -Efeito colateral: (muito!!) – depósito corneanos, em pele, tireoidopatia, alveolite fibrosante -Obs – faz depósito na tireoide e outros órgãos (por exemplo: córnea (pode dificultar a visão), pele (escurecimento de pele), alvéolos (fibrose pulmonar) Antianginosos: -Controle dos fatores agravantes e/ou precipitantes da angina -Nitratos de ação rápidas 1º Linha → beta bloqueadores*** 2º Linha → bloqueadores de canais de cálcio (associado com beta bloqueador e/ou entre si) 3º Linha → Nitratos de ação prolongada 4º Linha → Alopurinol (diminuição do ácido úrico) -Tem uma placa anginosa e dá sintomas aos esforços - significa que 75% dos vasos comprometidos. Beta bloqueadores: -Principal antianginoso E antiarrítmico!! -Constituem um grupo de fármacos que trouxe grande contribuição à terapêutica cardiovascular, principalmente no tratamento da cardiopatia isquêmica e da hipertensão arterial. -mVO2 → medida de O2 consumida pelo músculo do miocárdio → quando o mm precisa de O2 para funcionar → se diminui mVO2 diminui quantidade de O2 que em condições de estresse. -O controle da resposta da frequência cardíaca e da pressão arterial (duplo produto) é de vital importância para evitar que o paciente alcance o nível crítico de isquemia miocárdica que precipita a angina (limiar de angina). -Além dessas ações que reduzem o mV02, melhoram simultaneamente, o fluxo coronariano para o miocárdio isquêmico por 2 fatores: 1. Melhora do relaxamento ventricular; 2. Aumento do período diastólico devido a diminuição da frequência cardíaca, em repouso e durante o exercício. -Bom quando tem HAS E outra doença. BCC: -Antagonistas do cálcio -Valiosa no tratamento da angina do peito e da hipertensão arterial. -A eficácia e os poucos efeitos colaterais tomaram esse grupo de drogas um dos mais utilizados no tratamento das doenças cardiovasculares. -Ao bloquear canais de cálcio ⇒ interferem na contração da musculatura miocárdica e da parede dos vasos e na geração e condução do estímulo sinusal. -Atualmente, encontram-se disponíveis para uso clínico verapamil, o diltiazem e as diidropiridinas (nifedipino, anlodipino e outros…) Nitratos: -A ação dos nitratos é relaxar a musculatura lisa vascular. -Os efeitos vasodilatadores dos nitratos são evidentes tanto nas artérias sistêmicas (incluindo as coronárias) quanto nas veias *Vasodilatação e arteriodilatação, além de compressão dos vasos normais (ou seja, desvia o curso). -Provável mecanismo de ação: *sobre a circulação coronária: o aumento na resistência do leio arterial irrigando o miocárdio normal, devido à queda do MVO2 miocárdico, acarreta aumento do fluxo sanguíneo para área isquêmica, através de colaterais. -Efeitos colaterais: cefaléia, hipotensão, erupção cutânea e distúrbios do TGI. -Contraindicação: uso sildenafil (medicamento usado para disfunção erétil) Não usar cronicamente, devido aos seus efeitos colaterais!! Outros antianginosos: Trimetazidina: -Droga com ação antianginosa usada geralmente em casos de angina refratária às medicações mais tradicionais (betabloqueadores) -Diferente das outras medicações utilizadas para o tratamento da angina não tem efeito hemodinâmico, mas sim metabólico → não causa hipotensão. -Faz bloqueio do beta-oxidação de ácidos graxos nas células miocárdicas o que faz com que, durante a isquemia, haja preferencialmente oxidação da glicose. -Isso diminui a produção de ácido láctico durante o período de isquemia. -Trimetazidina 35 mg/cp a cada 12/12 hrs Ivabradrina: -Exclusivo agente redutor da frequência cardíaca, agindo através da inibição seletiva e específica da corrente marcapasso If que regula a frequência cardíaca -5 mg/cp 12/12 hrs Antiagregantes e anticoagulantes plaquetários: Antiagregantes: -Agem nos Fatores determinantes da agregação plaquetária e trombose coronariana -A agregação plaquetária e a formação de trombo são ocorrências primárias e importantes na doença isquêmica crônica (angina estável) e agudas (angina instável, infarto agudo do miocárdio). -O endotélio vascular lesado ativa receptores plaquetários que são glicoproteínas (GP) de membrana, que permitem a ligação das plaquetas ao fator de von Willebrand (receptor GP lb), ao colágeno subendotelial (receptor GP la) ou ao fibrinogênio (receptor GP Ilb/IIIa). -O fator de von Willebrand também se liga ao receptor GP Ilb/IIIa, contribuindo para maior adesão e agregação plaquetárias. -Durante e após a agregação, as plaquetas liberam potentes agentes vasoconstritores, como serotonina e tromboxano A2, e outras substâncias importantes como fator plaquetário e o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF) Aspirina: -A aspirina (ácido acetilsalicílico) inativa, irreversivelmente, a enzima ciclo-oxigenase, presente nas plaquetas e no endotélio vascular. -Nas plaquetas, essa inativação resulta no bloqueio da síntese do tromboxano A2, potente vasoconstritor e agregante plaquetário, derivado do ácido araquidônico. -As características da dinâmica da cadeia de eventos citados determinam os quadros isquêmicos agudos (infarto, morte súbita e angina instável) e crônicos (angina estável). -O efeito adverso mais comum da aspirina, a intolerância gastrointestinal, é proporcional à dose ⇒ por isso é indicado tomar após almoço ou usar AAS tamponado. -Irritação gástrica (dispepsia, náusea e vômito) pode limitar seu uso em até 20% dos pacientes. -AAS 81 mg/cp e 100 mg/cp -Uso da aspirina tamponada *Pós AVC isquêmico, infarto, doença arterial periférica tem que usar para sempre o ASS Clopidogrel: -Seu mecanismo de ação é baseado na inibição da agregação plaquetária, bloqueando receptor de ADP plaquetário. -SCA, pós-angioplastia com stent -Clopidogrel 75 mg/cp *Usado no IAM junto com o AAS ⇒ usado até 1 ano de IAM ou da Sd. coronariana *Usado quando coloca Stent ⇒ até completar um ano de tratamento *Via de regra usa com o ASS -Dose de ataque 300 mg/cp -Clopidogrel via de regra vai usar por um ano Anticoagulantes: -Medicação para impedir ou tratar coágulos (trombos) circulação venosa/arterial Varfarina: -5 mg/cp -Efeito anticoagulante é mediado através da inibição dos fatores de coagulação vitamina K-dependentes (II, VII, IX e X). Via extrínseca (coletar TAP) -Controle RNI (maior parte patologias alvo entre 2,0 - 3,0) ⇒ Valor do RNI do paciente não anticoagulado é de 0,1 Novos anticoagulantes: -Não necessitam controle TAP -Ruvaroxaban e apixaban ⇒ inibe o fator X -Ruvaroxaban = xarelto – 100mg *Dagratana ⇒ inibe o II a ⇒ Cada comprimido 20 mg por dia, para pacientes com insuficiência renal usar 15 mg Fármacos utilizados na dislipidemias: Terapia Hipolipemiantes: Estatinas: -As estatinas possuem como mecanismo de ação a inibição competitiva da HMG-CoA redutase, enzima responsável pela formação de colesterol (LDL) pelo fígado e lipoproteínas plasmáticas. -Efeitos colaterais: mialgia, hepatite -Sinvastatina → bom ir até 40 mg de dose, pois após tem risco grande de mialgia. Ezetimiba: -Mecanismo de ação é reduzir a absorção intestinal de colesterol LDL. -Ezetimibe 10 mg/cp Fibratos: -Estimulam a lipólise dos triglicerídeos (TG) ⇒ excesso de carboidrato, muito álcool, sedentarismo aumenta demais o triglicerídeo. *Não precisa usar muito osfármacos *Normalmente só mudança de hábitos resolve *Acima de 500mg é recomendado começar com fibratos.
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