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Apostila-Psicossomatica

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Página | 2 
 
SUMÁRIO 
 
PSICOSSOMÁTICA: QUANDO O CORPO É A VOZ DA EMOÇÃO ....................... 3 
EMOÇÕES: DEFINIÇÃO, TIPOS E IMPORTÂNCIA DE SE TER O CONTROLE 3 
SIGNIFICADO ............................................................................................................. 4 
CONCEITUANDO A PSICOSSOMÁTICA ............................................................... 4 
HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA PSICOSSOMÁTICA .................................................... 5 
PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA SOBRE A PSICOSSOMÁTICA .......................... 7 
PRECURSORES CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE ............................................ 8 
CARACTERÍSTICAS QUE OS AUTORES DA ESCOLA DE PARIS ATRIBUÍAM 
AO SUJEITO QUE TENDE A SOMATIZAR, ENUMERAR AS SEGUINTES: ....... 11 
O QUE É A MENTALIZAÇÃO PARA MARTY EM PSICOSSOMÁTICA ................. 12 
TIPIFICANDO AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS ................................................ 14 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS DE ADAPTAÇÃO ....................................... 14 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS DIGESTIVA ................................................. 16 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO COM O CÂNCER ................... 17 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO COM O CRESCIMENTO ....... 18 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO COM O SONO ........................ 18 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO COM O DESGASTE DA VIDA
...................................................................................................................................... 19 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO DO HIPOTÁLAMO E ESTADO 
DE ESTRESSE ........................................................................................................... 20 
A CLÍNICA PSICOTERÁPICA E SINTOMAS PSICOSSOMÁTICOS A ANALISAR E 
TRATAR ......................................................................................................................... 22 
SINTOMAS PSICOLÓGICOS/PSÍQUICOS ........................................................... 23 
SINTOMAS FÍSICOS/ORGÂNICOS: ..................................................................... 23 
 
 
 
Página | 3 
 
(...) As doenças são os resultados não só dos nossos atos, 
mas também dos nossos pensamentos. (Mahatma 
Gandhi) 
 
PSICOSSOMÁTICA: QUANDO O CORPO É A VOZ DA 
EMOÇÃO 
 
O termo psicossomática, surgiu a partir do século passado, depois de 
séculos de estruturação, quando o corpo é a voz da emoção e somato 
psíquica (1928), distinguindo os dois tipos de influências e as duas 
diferentes direções. 
Contudo, o movimento só se consolidou em meados deste século com 
Alexander e a Escola de Chicago. Porém as incertezas sobre a 
relação mente-corpo se expressam na própria denominação psico-
somático (com hífen) ainda utilizada entre estudiosos destes 
fenômenos e por médicos em geral. 
 
EMOÇÕES: DEFINIÇÃO, TIPOS E IMPORTÂNCIA DE SE TER O 
CONTROLE 
Nós, seres humanos, somos dotados de emoções que estão presentes 
em todos os instantes da nossa vida. É assim na infância, na 
adolescência (onde elas se afloram e presenciamos um verdadeiro 
turbilhão), na fase adulta e até na velhice. Não importa a idade ou a 
situação, os sentimentos sempre vão nos acompanhar. Eles podem ser 
positivos e negativos, previsíveis ou chegar de surpresa. 
Alguns de nós podem ter mais facilidade em expressá-los, enquanto 
outros tentam escondê-los. Mas porque as pessoas tem dificuldades 
para controlar as suas emoções? 
 
Página | 4 
 
Ter a gestão dos nossos sentimentos é muito importante para que 
possamos nos compreender melhor, ressignificar sensações ruins e 
respeitar os nossos próprios limites em diferentes situações. 
A palavra emoção, vem do latim ex movere, que quer dizer, em uma 
tradução livre, “mover para fora”. A derivação faz sentido, uma vez que 
demonstrar nossos sentimentos nada mais é do que colocar para fora 
o que se passa no nosso interior. 
 
SIGNIFICADO 
A emoção é uma sensação que pode causar até mesmo impactos 
físicos, provocados por estímulos de diferentes naturezas. Eles podem 
ser sentimentos ou episódios específicos. 
Vivenciar uma emoção, no entanto, é uma experiência bastante 
particular, assim como você pode sentir ela de uma forma, outra 
pessoa pode demonstrar de uma maneira diferente. A alegria, por 
exemplo, pode trazer reações físicas como o sorriso e o aumento dos 
batimentos cardíacos, assim como também alteração na respiração e 
até choro. 
 
CONCEITUANDO A PSICOSSOMÁTICA 
A psicossomática é uma ciência interdisciplinar que gera diversas 
especialidades na medicina, na psicologia e na psicanálise, para 
estudar os efeitos de fatores sociais e psicológicos sobre processos 
orgânicos do corpo e sobre o bem-estar das pessoas. O termo também 
pode ser compreendido, tal como descreve Mello Filho, como “uma 
ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as práticas de saúde, é um 
campo de pesquisas sobre estes fatos e, ao mesmo tempo uma 
prática, a prática de uma medicina integral”. 
 
Página | 5 
 
A palavra psicossomática, na visão dos profissionais de saúde que 
compreendem o ser humano de forma integral, não pode ser 
compreendida como um adjetivo para alguns tipos de sintomas, pois 
tanto a medicina quanto a psicologia estão percebendo que não existe 
separação ideal entre mente e corpo que transitam nos contextos 
sociais, familiares, profissionais e relacionais. Então, psicossomática é 
uma palavra substantiva que pode ser empregada para qualquer tipo 
de sintoma, seja ele físico, emocional, psíquico, profissional, relacional, 
comportamental, social ou familiar. 
 
HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA PSICOSSOMÁTICA 
 
Como vimos sobre o conceito de psicossomática, muitas pessoas 
ainda não sabem o que é “Psicossomática” e entendem que, a 
somatização é uma relação direta entre uma postura emocional e um 
problema físico. Isso acontece, devido a uma leitura errônea de alguns 
livros de autoajuda que têm a intenção de levar os leitores a uma 
tomada de consciência e uma responsabilização por suas vidas, suas 
experiências e realidades. 
De qualquer forma é inegável que, a autoestima, a autoaceitação, uma 
postura otimista em relação à vida, a alegria e o amor, entre outros 
fatores, têm uma influência muito grande sobre nossa saúde mental e 
física, mas não é só isso, seria temerário generalizar e afirmar, por 
exemplo, que a tensão e o medo de não dar certo o que fazemos irá 
provocar Câimbra ou que os portadores de Fibromialgia sofrem desse 
mal pelo arrependimento, pela omissão ou pela dedicação excessiva 
aos outros. Se assim fosse, seria muito fácil a evitação e cura de 
doenças físicas. O processo é muito mais complexo do que se imagina. 
 
Página | 6 
 
A palavra psicossomática é formada pelas palavras gregas: psique 
(alma) + soma (corpo), tendo sido usada por Anaxágoras, filósofo grego 
pré-socrático que defendia a concepção dualista do ser humano (500-
428 AC). 
Na Grécia antiga escolas médicas, disputavam entre si, a primazia de 
atender melhor o paciente, como deveriam atuar? Tratar o doente ou 
a doença? Essa preocupação demonstrava claramente que já 
estabeleciam uma ligação íntima entre corpo e mente. 
A história da psicossomática, poderia ser dividida em duas grandes 
correntes: de um lado, as correntes inspiradas nas teorias 
psicanalíticas e com base no conceito de doença psicossomática, do 
outro lado a inspiração biológica, alicerçada no conceito de stress. 
Portanto podemos dizer que a evolução da psicossomática ocorreu em 
fases. A primeira, denominada de fase inicial ou psicanalítica, sob a 
influência das teorias psicanalíticas, teve seu interesse voltado para os 
estudos da origem inconsciente das doenças, das teorias da regressão 
e dos ganhos secundários da doença. A segunda, também chamada de 
fase intermediária, influenciada pelo modelo Behaviorista, valorizou as 
pesquisas tanto em homens como em animais, deixando assim grandelegado aos estudos do stress. A terceira fase, denominada de atual ou 
multidisciplinar, valorizou o social, a interação e interconexão entre os 
profissionais das várias áreas da saúde. Ver abaixo: 
 
I. Inicial, ou psicanalítica, com predomínio dos estudos sobre a 
gênese inconsciente das enfermidades, sobre as teorias da 
regressão e sobre os benefícios secundários do adoecer, entre 
outras; 
II. Intermediária, ou behaviorista, caracterizada pelo estímulo à 
pesquisa em homens e animais, tentando enquadrar os 
 
Página | 7 
 
achados à luz das ciências exatas e dando um grande estímulo 
aos estudos sobre estresse; 
III. Atual ou multidisciplinar, em que vem emergindo a 
importância do social e da visão da Psicossomática como uma 
atividade essencialmente de interação, de interconexão entre 
vários profissionais de saúde. 
 
(...) São vários os fatores que podem caracterizar um 
transtorno. De forma geral, considera-se que a presença 
de uma psicopatologia ocorra quando houver uma 
variação quantitativa em determinados tipos específicos 
de afetos, comportamentos e pensamentos, afetando 
um ou mais aspectos do estado mental da pessoa. Neste 
sentido, a psicopatologia não é um estado 
qualitativamente diferente da vida normal, mas sim a 
presença de alterações quantitativas. 
Aparecido Araújo - Psicanalista e Neuropsicanalista e 
Professor Universitário 
 
PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA SOBRE A 
PSICOSSOMÁTICA 
 
De acordo com essas teorias, o aparelho psíquico não é um acessório 
de luxo do desenvolvimento humano, mas ele exerce uma função 
essencial de assimilação e elaboração dos estímulos provenientes da 
realidade externa e do meio interior. Se o curso normal do 
desenvolvimento humano aponta para a formação de estruturas, de 
dinâmicas e de funções cada vez mais complexas, é necessário 
considerar que o objetivo desse desenvolvimento é sobretudo 
assegurar o equilíbrio de um organismo permanentemente solicitado 
 
Página | 8 
 
por estímulos externos e internos. Mas para atingir esse equilíbrio, 
algumas vezes o organismo responde a essas solicitações através de 
respostas anacrônicas, primitivas, menos elaboradas do que é ou já foi 
capaz. 
O ser vivo não é capaz apenas de organizações, hierarquizações e de 
associações, mas também objeto de movimentos regressivos e 
destruição e desorganização. A patologia também faz parte dos meios 
do indivíduo para regular sua homeostase ou suas relações com o 
meio. 
Portanto além dessas perspectivas, deve-se destacar um outro 
enfoque que, partindo da noção de vazio representacional e da 
dificuldade em utilizar recursos mentais para lidar com sobrecargas de 
estimulação, vai em outra direção. Christophe Dejours, por exemplo, 
trabalha com a importância das relações intersubjetivas e com a noção 
de intencionalidade do sintoma, conceito fenomenológico diferente 
de intenção. 
 
"Uma função do corpo que não pôde se beneficiar de 
uma subversão libidinal em benefício da economia 
erótica durante a infância, em razão dos impasses 
psiconeuróticos do país, é condenada a manter-se 
expulsa do jogo ou de todo o comércio erótico. De 
qualquer forma, essa função é a forclusão da troca 
intersubjetiva". 
Christophe Dejours - Psiquiatria e Psicanalista 
 
PRECURSORES CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE 
 
 
Página | 9 
 
Na década de 1920 vão surgir, simultaneamente na Alemanha e nos 
Estados Unidos, pesquisadores interessados em aplicar a Psicanálise 
ao conhecimento dos determinantes das doenças. Em Nova York, a 
dra. Helen Dunbar e em Chicago, o grupo ligado a Franz Alexander 
fundam o que deve ser denominado como Medicina Psicossomática. 
Tal designação se aplica, pois a Psicanálise será empregada por esses 
autores e muitos outros que os seguiram como um meio terapêutico 
auxiliar do procedimento médico, suas hipóteses e modelos teóricos 
funcionarão para esclarecer possíveis determinantes inconscientes 
para as doenças. Para esses médicos psicanalistas da época, a 
Medicina Psicossomática seria: “o conflito não é específico, o que é 
específico, é a resposta fornecida por cada indivíduo em função de seu 
caráter, de suas tendências a agressividade que não encontra meios de 
se descarregar no sistema de relação, vai tomar emprestada a via 
neurovegetativa e provocar perturbações cardiovasculares. Noutros 
casos, a necessidade de dependência ou de proteção, se não 
satisfeitas, vão se traduzir em perturbações da esfera digestiva (úlcera, 
constipação, colite).” 
A Medicina Psicossomática adota os mesmos critérios diagnósticos da 
Medicina, seus métodos, suas técnicas, seu procedimento de pesquisa, 
seus critérios de cura. A Psicanálise fornece para ela mais uma 
ferramenta, um meio de investigação daqueles fatores 
etiológicos “invisíveis” as emoções, o fator “subjetivo”. 
Muito diferente é a orientação da outra psicossomática, a que 
propomos chamar de Psicossomática Psicanalítica. Para essa 
concepção, o “subjetivo” não é um fator de causalidade e o sintoma 
não é o que deve ser eliminado. Para a Psicanálise o principal sintoma 
é o próprio Ego e esse é visto como um “campo de batalha”, como 
Freud propunha em 1917. 
 
Página | 10 
 
O criador dessa tendência, é Georg Groddeck, médico alemão que 
descobriu por via independente a existência e a eficácia do 
Inconsciente e publicou, a convite de Freud, duas obras capitais para o 
pensar psicanalítico sobre as formas do padecimento humano que se 
manifestam como sintoma psicossomático: 
O “Livro d” Isso”, de 1921(Croddeck1984), e “Condicionamento Psíquico 
e Tratamento de Moléstias Orgânicas pela Psicanálise”, de 1917 
(Groddeck 7 992). Uma das tarefas fundamentais para a Psicanálise 
contemporânea é resgatar a contribuição desse original e perturbador 
autor, ainda desconhecido e relegado. 
Não há aqui espaço suficiente para um desdobramento mais amplo 
dessa diferenciação, mas ela é fundamental para podermos considerar 
o modelo a seguir. 
 
A ciência que lá [na Universidade] se ensina não conhece 
doentes, somente grupos de doenças. Não conhece o 
indivíduo, conhece apenas casos. Não sabe nada de 
diagnóstico pessoal, ensina o diagnóstico em palavras, 
nomes de doenças. Nada suspeita de tratamento 
individualizador do ser humano, mas ensina o remédio 
contra as doenças. Ela ensina erudição, mas nenhum 
saber-fazer. (Groddeck, 1994, p.98) 
 
Note-se que Groddeck está fazendo referência, nessa citação, à 
formação médica de sua época (final do século XIX), quando a 
medicina ainda não contava com todo o aparato tecnológico que hoje 
está disponível. Atualmente essa situação se intensificou na medida 
em que se pode contar com métodos mais eficazes de investigação de 
agentes patológicos e da própria expressão da doença no corpo. 
 
Página | 11 
 
Para Groddeck, a única forma de dirimir os problemas oriundos da 
supervalorização da doença em detrimento do doente é a inversão dos 
polos. É preciso que o conhecimento da doença e o diagnóstico se 
tornem procedimentos meramente complementares à tarefa 
primordial do profissional de saúde, que seria a de ajudar. Trata-se, em 
última instância, de repensar a legitimidade de se considerar a 
medicina como uma ciência das doenças e não como uma arte de 
curar. 
 
CARACTERÍSTICAS QUE OS AUTORES DA ESCOLA DE PARIS 
ATRIBUÍAM AO SUJEITO QUE TENDE A SOMATIZAR, ENUMERAR AS 
SEGUINTES: 
 
• Trata-se de uma pessoa bem adaptada socialmente ou até 
mesmo sobre adaptada para seus padrões culturais; 
• Quando em contato com o investigador/analista, não deixa 
transparecer nenhuma manifestação afetiva; 
• Julga que tudo vai bem em sua vida, apesar de suas dificuldades 
ou dos dramas que sua história revela; 
• Apresenta uma vida onírica pobre, que traduz o bloqueio da 
atividade fantasmática; 
• Sua vida mental consciente, qualquer que seja seu nível 
intelectual ou cultural, parece separada das fontes vivasdo 
inconsciente, reduzida ao factual e ao atual, como um 
pensamento pragmático (pensamento operatório); revela uma 
pobreza da expressão verbal; 
• Tem a necessidade de ver no outro um duplo de si 
mesmo (mecanismo de reduplicação projetiva). 
 
 
Página | 12 
 
Estas características, tomadas em seu conjunto, traduzem um 
bloqueio dos investimentos libidinais e agressivos que limita o valor 
funcional da atividade mental. Elas levaram os autores da escola de 
Paris a afirmar que o sintoma somático não tem nenhum sentido, ele é 
a marca de um fracasso do trabalho laborativo do ego em um sujeito 
que nega a sua própria originalidade. Este tratamento teórico, como se 
vê, privilegia os aspectos econômicos do funcionamento mental, seu 
centro explicativo está no bloqueio da capacidade egóica em 
representar as demandas instintivas que o corpo dirige à mente. 
Pierre Marty, um grande estudioso da psicossomática, detectou em 
numerosos doentes orgânicos de todos os tipos, um modo de 
funcionamento mental que lhe pareceu, de fato, estruturalmente 
diferente daquele dos neuróticos estudados por Freud e pela 
psicanálise até então. Estes pacientes tinham características muito 
mais próximas às das neuroses atuais do que às da histeria, valendo-
nos do vocabulário da nosografia freudiana inicial. Tratar-se-ia, de 
acordo com a terminologia de Marty, de sujeitos mal mentalizados. 
 
O QUE É A MENTALIZAÇÃO PARA MARTY EM 
PSICOSSOMÁTICA 
 
Pierre Marty utilizou o conceito de mentalização como sendo um 
conjunto de operações de representação e simbolização através das 
quais o aparelho psíquico busca regular as energias instintivas, 
pulsionais, libidinais e agressivas. Desta forma, atuaria como um 
recurso psíquico regulador da economia psicossomática, 
gerenciando “à quantidade e à qualidade das representações psíquicas 
dos indivíduos”. 
 
Página | 13 
 
Pode-se dizer de maneira ampla, que para ele, uma boa mentalização 
protege o corpo das descargas de excitação, à medida que esta 
encontra abrigo nas representações existentes no pré-consciente. Um 
grau insuficiente de mentalização, ao contrário, deixa o corpo 
biológico desprotegido, entregue a uma linguagem primitiva 
basicamente somática. 
A Psicanálise e a Medicina Psicossomática estão articuladas histórica e 
praticamente. Renovar a análise dessa articulação é sempre tarefa 
oportuna, permite revelar novos enlaces da Medicina com a Psicanálise 
e abrir perspectivas. 
Antes, é necessário, diante da profusão de conceitos, delimitar nosso 
campo epistemológico. A Psicanálise continua sendo uma psicologia 
em função do inconsciente, um método de investigação da mente e 
uma atividade terapêutica. A medicina Psicossomática, por sua vez, é 
um estudo das relações mente-corpo com ênfase na explicação 
psicológica da patologia somática, uma proposta de assistência 
integral e uma transcrição para a linguagem psicológica dos sintomas 
corporais. Creio desnecessário lembrar as raízes históricas desse 
último conceito, mas vale sublinhar o tema das organoneuroses, 
pautado no modelo de histeria de conversão, como propôs o Fenichel. 
Tem aumentado minha convicção de que a Medicina Psicossomática 
deve mais ao psicanalista que à Psicanálise, e talvez devesse restringir 
minha exposição a esse aspecto, embora o tema me obrigue a buscar, 
principalmente, os pontos de interseção das duas disciplinas, mas há 
que resgatar a pessoa do psicanalista como o grande arquiteto do 
movimento psicossomático do século XX, e, portanto, da medicina 
integral e humanística, enfim, do discurso médico assistencial neo-
hipocrático. 
 
 
Página | 14 
 
 
TIPIFICANDO AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS 
 
As doenças psicossomáticas surgem como consequência de processos 
psicológicos e mentais do indivíduo desajustados das funções 
somáticas, viscerais e vice-versa. As possibilidades de distúrbios de 
função e de lesão nos órgãos do corpo, caracterizam-se devido ao mau 
uso, o efeito degenerativo e o descontrole dos processos mentais, que 
se diferenciam neste ponto das doenças mentais, em que o mau 
desempenho não é opcional. Os transtornos emocionais 
desempenham um papel importante, pois precipitam o início, 
recorrência ou agravamento de sintomas das doenças puramente 
orgânicas, podendo se transformar em doenças crônicas, tendem a 
associar-se com outros transtornos psicossomáticos, podendo ocorrer 
numa família em diferentes períodos da vida de um paciente, ou em 
certos ambientes de trabalho e até de lazer. As doenças 
psicossomáticas mostram grande diferenças de incidência nos dois 
sexos, assim, asma é duas vezes mais frequente nos meninos do que 
nas meninas, antes da puberdade, depois, é menos comum nos 
homens do que nas mulheres, a úlcera do duodeno manifesta-se mais 
em homens, e a doença de Basedow, mais em mulheres. 
 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS DE ADAPTAÇÃO 
A todo instante estamos fazendo atividades de adaptação, ou seja, 
tentativas de nos ajustarmos às mais variadas exigências, seja do 
ambiente externo ou do mundo interno, atingindo este vasto universo 
de ideias, sentimentos, desejos, expectativas, sonhos, imagens, que 
cada um tem dentro de si. Selye demonstrou, em trabalhos publicados 
a partir de 1936, que o organismo quando exposto a um esforço 
 
Página | 15 
 
desencadeado por um estímulo percebido como ameaçador à 
homeostase, seja ele físico, químico, biológico ou mesmo psicossocial, 
apresenta a tendência de responder de forma uniforme, inespecífica, 
anatômica e fisiologicamente a esse conjunto de reações inespecíficas 
na qual o organismo participa como um todo, ele a chamou de 
Síndrome Geral de Adaptação. Esta síndrome consiste em três fases: 
Reação de Alarme, Fase de Resistência e Fase de Exaustão. Não é 
necessário que a fase se desenvolva até o final para que haja o estresse 
e é evidentemente só nas situações mais graves que se atinge a última 
fase, a de exaustão. 
A Reação de Alarme subdivide-se em dois tempos: choque e 
contrachoque. Parte dessa reação assemelha-se à Reação de 
Emergência de Cannon. Ele percebeu que quando um animal era 
submetido a estímulos agudos ameaçadores da homeostase, inclusive 
medo, raiva, fome e dor, o animal apresentava uma reação em que se 
preparava para a luta ou fuga. Esta reação caracteriza-se por: 
 
• Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, para 
permitir que o sangue circule mais rapidamente e, portanto, 
para chegar aos músculos esqueléticos e ao cérebro mais 
oxigênio e nutrientes e facilite a mobilidade e o movimento; 
• Contração do baço, levando mais glóbulos vermelhos à corrente 
sanguínea, acarretando mais oxigênio para o organismo 
particularmente nas áreas estrategicamente favorecidas; 
• O fígado libera glicose armazenado na corrente sanguínea para 
que seja utilizado como alimento e, consequentemente, mais 
energia para os músculos e cérebro 
• Redistribuição sanguínea, diminuindo o fluxo para a pele e 
vísceras, aumentando para músculos e cérebro; 
 
Página | 16 
 
• Aumento da frequência respiratória e dilatação dos brônquios, 
para que o organismo possa captar e receber mais oxigênio; 
• Dilatação pupilar e exoftalmia, isto é, a protuberância do olho 
para fora do globo ocular, para aumentar a eficiência visual; 
• Aumento do número de linfócitos na corrente sanguínea, para 
reparar possíveis danos aos tecidos por agentes externos 
agressores. 
 
Os pequenos acontecimentos estressantes, chamados de problemas 
do cotidiano, constituem a segunda categoria e acontecem com maior 
frequência na vida das pessoas. Na terceira categoria encontram-se os 
conflitos contínuos da vida: problemas de casais, desemprego 
prolongado, dificuldade de educar os filhos, etc. Entretanto, as pessoas 
diferem quanto à sua forma de reagir aos desafios impostos pela vida, 
enquanto algumas são capazes de superar uma perda altamente 
significativa,outros podem dar início a um transtorno psiquiátrico 
diante de um acontecimento estressante de menor gravidade. Assim, 
as variáveis individuais desempenham um papel decisivo na formação 
de um problema psicopatológico. 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS DIGESTIVA 
O sistema gastrointestinal é especialmente sensível ao estresse geral. 
A perda de apetite é um dos seus primeiros sintomas devido à 
paralisação do trato-gastrointestinal sob ação simpática, e pode ser 
seguido por vômitos, constipação e diarreia no caso de bloqueios 
emocionais. Sinais de irritação e perturbação dos órgãos digestivos 
podem ocorrer em qualquer tipo de estresse emocional. 
É geralmente sabido que as úlceras gástricas são registradas com 
maior frequência em pessoas que são desajustadas em seu trabalho e 
que sofrem de tensão e frustração constantes. As pesquisas informam 
 
Página | 17 
 
que pacientes sob estresse secretam uma quantidade considerável de 
hormônios digestivos pépticos na sua urina, isso indica que os 
hormônios do estresse aumentam a produção de enzimas pépticas, ou 
seja, a úlcera parece ser produzida com o aumento do fluxo dos sucos 
ácidos causado pelas tensões emocionais, pois o estômago se 
encontra desprotegido do muco protetor secretado em estado de 
homeostase, sob ação do sistema nervoso autônomo parassimpático. 
 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO COM O CÂNCER 
Cada pessoa tem sua própria participação na saúde ou na doença, a 
todo o momento, assim como todos os doentes participam de sua 
própria recuperação. Essa forma de pensar não pretende desfazer, de 
forma alguma, dos médicos, ela apenas ensina o que pode ser feito em 
conjunto, entre médico e paciente para a recuperação da saúde. Os 
Simonton, dirigem o Cancer Counseling and Research Center de Dallas, 
Texas. Carl é um médico radioterapeuta, especializado no tratamento 
do Câncer e Stephanie é formada em Psicologia, eles defendem a ideia 
de que as doenças somático-viscerais sofrem grande influência 
psicológica. Ao tratarem de vários casos de doentes com Câncer, eles 
puderam observar que a vontade de viver influencia na expectativa de 
vida de seus pacientes. Pacientes que, por algum motivo particular, 
achavam que teriam que viver mais tempo do que o previsto pelos 
médicos, realmente o viviam, provando que tinham certa influência 
sobre o curso de sua própria doença. O casal Simonton parte da 
premissa de que uma doença não é só um fato físico, e sim, um 
problema que diz respeito à pessoa como um todo: corpo, emoções e 
mente. As emoções e a mente têm uma certa função na 
suscetibilidade ao Câncer e na sua recuperação. 
 
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Um fato muito importante nas pesquisas do casal Simonton foi 
identificar em seus pacientes que o Câncer, por exemplo, surge como 
uma indicação de problemas em outras áreas da vida da pessoa, 
agravados ou compostos de uma série de conflitos psíquicos e 
estresses que surgem de 6 a 18 meses antes de aparecer o Câncer. 
Foi observado que as pessoas reagravam a esses estresses com um 
sentimento de falta de esperança, desespero, desistindo de lutar por 
uma vida melhor. Acredita-se que essa reação emocional dispara um 
conjunto de reações fisiológicas que suprimem as defesas naturais do 
corpo, tornando-o suscetível à produção de células anormais, devido a 
um desequilíbrio profundo mental, hormonal, orgânico e psicológico. 
 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO COM O CRESCIMENTO 
Os denominados hormônios de adaptação ou hormônios do estresse, 
são também importantes reguladores do crescimento em geral. ACTH 
e COL são poderosos inibidores de crescimento e o STH ativador que é 
realmente denominado hormônio do crescimento. Estes hormônios 
tem efeitos opostos poderosos. Portanto, se uma criança é exposta a 
estresse excessivo, seu crescimento é prejudicado, sendo tal inibição, 
pelo menos em parte, consequência do excesso de secreção de ACTH 
e COL. 
 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO COM O SONO 
O fato de dormir bem ou não, dependerá muito do que fazemos 
durante o dia. Não devemos nos deixar levar por impulsos nem pela 
tensão, além do ponto necessário para aplicar-nos da melhor forma 
possível ao exercício que desejamos fazer. Deixando-se dominar pela 
tensão, especialmente nas últimas horas do dia, a reação de estresse 
 
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por via hormonal poderá processar-se durante toda a noite. Devemos 
tentar não sobrecarregar desproporcionalmente o corpo ou a mente 
pela repetição das mesmas ações exaustivas e evitar a repetição inútil 
da mesma tarefa, quando já se está exausto. Então, para dormir bem 
precisamos nos resguardar melhor ainda contra o estresse à noite. Não 
somente reduzindo o excesso de luz, barulho, frio ou calor, mas 
especialmente, não nos entregando, durante o dia, ao tipo de estresse 
que nos manterá acordados à noite. Esse estresse, que tende a se 
perpetuar, pode ser resultado de refeições pesadas, bebidas, 
perturbações emocionais e muitas outras coisas. 
 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO COM O DESGASTE DA 
VIDA 
Podemos considerar o estresse como um grau de desgaste do corpo, 
como um todo. Assim, a estreita relação entre o envelhecimento e o 
estresse torna-se evidente. O estresse é a soma de todo o desgaste 
causado por qualquer tipo de reação vital através do corpo, a qualquer 
momento. Por isso ele é uma espécie de velocímetro da vida. Portanto, 
a verdadeira idade (não a cronológica, mas a fisiológica) depende 
muito do grau de desgaste, do ritmo do autodesgaste. A vitalidade é 
como um tipo especial de depósito bancário que você pode usar para 
fazer retravadas, mas não para fazer depósitos. O único controle sobre 
essa fortuna é o ritmo com que você faz 10 suas retravadas. A solução 
evidentemente, não é suspender as retravadas, pois isso resultaria na 
morte. Nem é retravar apenas o suficiente para a sobrevivência, pois 
isso permitiria somente uma vida vegetativa. O processo inteligente é 
gastar convenientemente a vitalidade, mas nunca malbaratar. Muitas 
pessoas pensam que, depois de se terem exposto a atividades que 
resultam em grande estresse, um repouso pode fazer com que se 
 
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restabeleçam completamente suas condições. Isto, porém é falso, uma 
vez que cada experiência deixa uma cicatriz indelével, pois ela exige 
tanta adaptabilidade forçando o organismo como um todo até o nível 
de exaustão, que não podem ser restabelecidas. É verdade que após 
certas experiências exaustivas, o repouso pode fazer com que 
voltemos quase às condições anteriores, pela eliminação da fadiga 
mais grave. Mas a ênfase fica no termo quase. Desde que passamos 
constantemente por períodos de estresse e repouso, através de toda a 
vida, um pequeno déficit de energia de adaptação vai sendo 
acumulado dia a dia e resulta no que denominamos envelhecimento. 
 
AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS RELAÇÃO DO HIPOTÁLAMO E 
ESTADO DE ESTRESSE 
Nosso organismo é dotado de mecanismos adaptativos, nos quais 
todos os órgãos e tecidos exercem funções que ajudam a manter as 
condições do organismo, como um todo, estável. Nosso organismo 
possui uma capacidade de equilíbrio que mantém suas condições 
estáticas ou constantes, no meio interno. O hipotálamo é a área do 
sistema nervoso central que tem sob sua responsabilidade várias 
funções que são básicas para a manutenção e sobrevivência do 
organismo. Através do sistema nervoso autônomo e do sistema 
endócrino, o hipotálamo promove uma série de mudanças orgânicas 
necessárias para a conservação do equilíbrio durante estados de 
grande atividade física e/ou mental e através de mecanismos próprios, 
como o mecanismo da fome, da sede e da regulação térmica corporal, 
produz subsídios que possibilitam o funcionamento integrado, 
mantendo a harmonia orgânica durante todo o período em que o 
indivíduo estiver sob a influência do estressor. 
 
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O funcionamento global dohipotálamo é o grande responsável pela 
gênese das condições orgânicas para que o sujeito “estressado” possa, 
dentro de certos limites, se adaptar e superar as mudanças 
responsáveis pelo estresse. Todo tipo de questionamento relacionado 
com a situação que se apresenta (estressora) está acontecendo no 
cérebro e todas estruturas ligadas a ele estão sofrendo a influência da 
ansiedade, do desconforto, da insegurança, geradas no seu interior. A 
isso se deve a grande responsabilidade do hipotálamo nos estados de 
estresse em suprir o cérebro com todos os elementos necessários para 
a sua importante atividade, não deixando de lado as necessidades 
globais do organismo, principalmente nos casos de estresse físico, 
onde a restauração tecidual é o marco das necessidades. 
São consideradas três fases evolutivas do estresse, elencadas a seguir: 
 
• Fase de alarme: é a primeira fase, na qual o indivíduo entra em 
contato com o agente estressor e entra em estado de alerta. A 
pessoa apresenta sintomas como: aumento da pressão arterial, 
aumento da frequência cardíaca, suor, dor de estômago, tensão 
muscular; 
• Fase de resistência: nessa fase há um acúmulo de tensão e a 
pessoa tem mais facilidade para entrar na fase de alarme. A 
pessoa continua em contato com os agentes estressores e pode 
desenvolver: insônia, queda de cabelo, mudança de humor, 
gastrite, diminuição do desejo sexual; 
• Fase de exaustão: nessa última fase, os mecanismos de 
adaptação e defesa da pessoa começam a falhar, e os problemas 
psicossomáticos se agravam. 
 
 
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Para Pierri Marty o adulto possui três domínios essenciais, mobilizáveis 
de acordo com os sujeitos, para uma adaptação as suas condições de 
vida. O do aparelho somático, de essência arcaica, o do aparelho 
mental, sujeito a regressões e reorganizações, o mais longo a ser 
individualmente determinado e o mais recente estabelecido e o do 
comportamento, presente no decorrer do desenvolvimento e mais ou 
menos relacionado e submetido à ordem mental. 
Situações traumatizantes gera um afluxo de excitações ou uma queda 
brusca destas, podem causar uma desorganização dos aparelhos 
funcionais, que se propaga por todo aparelho psíquico, até encontrar 
um sistema que possa contê-la. Como consequência, quando a 
disponibilidade conjugada do aparelho mental e do sistema de 
comportamento é ultrapassada ou prejudicada por uma nova situação, 
o aparelho somático responde. O fim das somatizações corresponde 
ao fim dos movimentos desorganizadores, isto é, ao fim da depressão 
essencial, a qual desencadeou em parte, manteve, agravou ou 
complicou uma determinada doença, independentemente das 
sistemáticas próprias a esta e das recuperações regressivas que 
poderiam ter surgido. Para que essa condição ocorra, é necessária uma 
mudança radical do estado psicoafetivo das pessoas diante do valor 
traumático dos acontecimentos ou de situações anteriores, ou o cessar 
tanto do peso traumático inicial como o de outros incidentes 
traumáticos ocorridos nesse espaço de tempo. 
 
A CLÍNICA PSICOTERÁPICA E SINTOMAS 
PSICOSSOMÁTICOS A ANALISAR E TRATAR 
 
Os principais sintomas psicológicos/psíquicos e físicos/orgânicos são: 
 
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SINTOMAS PSICOLÓGICOS/PSÍQUICOS 
 
• Estresse; 
• Ansiedade; 
• Impaciência; 
• Problemas de concentração. 
 
SINTOMAS FÍSICOS/ORGÂNICOS: 
 
• Taquicardia; 
• Dores de cabeça frequente; 
• Redução das defesas imunológicas; 
• Queda de cabelo; 
• Insônia; 
• Tensão muscular. 
 
Há diversos tipos de doenças psicossomáticas, suas manifestações e 
distúrbios físicos variam de pessoa para pessoa. O mais importante é 
entender que essas doenças podem afetar a qualquer pessoa, tudo 
depende do momento psicológico que ela esteja passando. Abaixo, 
você poderá reconhecer doenças físicas que surgem a partir de um 
problema psicológico ou que já existem e se agravam por conta disso: 
 
• Sistema nervoso: como enxaqueca, dores na vista, dormência, 
formigamentos e simulação de doenças neurológicas; 
• Pele: irritações, coceira e problemas dermatológicos provocados 
pelo sistema nervoso; 
• Músculo e articulação: dores, tensão, espasmos e contraturas; 
 
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• Dor de garganta: inflamação nas amígdalas e sensação de nó, 
como se a garganta ficasse fechada; 
• Sistema Circulatório: dor no peito, palpitações, pressão arterial 
alta e sintomas parecidos com os do infarto; 
• Sistema Respiratório: falta de ar e sufocamento; 
• Estômago: dor, queimação, náuseas, refluxo, gastrites e úlceras 
gástricas; 
• Intestino: constipação ou diarreias; 
• Sistema urinário: dor e dificuldade para urinar e doenças 
urológicas; 
• Dificuldades sexuais: diminuição do desejo sexual, alterações no 
ciclo menstrual, impotência e dificuldade para engravidar. 
 
Na somatização, a pessoa apresenta sintomas físicos, mas após vasta 
investigação não há uma doença orgânica, apontando como causa 
desse sintoma o emocional. Um bom exemplo seria a síndrome do 
pânico, na qual a pessoa relata um grande mal-estar físico, como 
taquicardia, dores no peito, náuseas, desconforto abdominal, tontura, 
falta de ar, entre outros, e o médico não encontra nenhuma patologia. 
Ao ser diagnosticado com tal doença, o indivíduo não pode somente 
cuidar dos problemas físicos, mas principalmente, dos fatores 
psíquicos que favoreceram o surgimento da doença e das causas que 
a mantém, sendo necessário um trabalho em conjunto do médico 
especialista na doença que foi se manifestou fisicamente e do 
psicólogo que dará conta do lado emocional, com o intuito de uma 
abordagem psicossomática privilegiar o doente, e não a doença, e 
tenta compreender seu significado, relacionando um sintoma físico a 
um problema emocional que requer cuidado, paciência e que 
raramente se consegue numa primeira consulta. 
 
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https://zenklub.com.br/blog/saude-bem-estar/doencas-
psicossomaticas/

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