Exercícios - unidade 2 (respondidos)

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EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA
EXERCÍCIOS – UNIDADE 2 
EXERCÍCIO 4 – CAUSALIDADE EM EPIDEMIOLOGIA E FUNDAMENTOS DA PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA
1. Diferencie Causa necessária, Causa componente e Causa suficiente. 
R: CAUSA NECESSÁRIA: É a causa necessária para o desenvolvimento de determinada doença, onde sem a presença da causa necessária a doença não se desenvolveria, como por exemplo o M. tuberculosis é necessário para o desenvolvimento da tuberculose. 
1. CAUSA SUFICIENTE esse conjunto de condições que interagindo produzem a doença. 
1. CAUSAS COMPONENTES: São as condições que compõem a causa suficiente. 
1. Quais foram os Postulados de Henle-Koch ?
R:
1. O microrganismo deveria estar sempre presente nos casos da doença;
1. O microrganismo deveria ser isolado do organismo e crescer em meio de cultura;
1. Quando inoculado em animal susceptível, deveria produzir a doença, sendo posteriormente recuperado e identificado. 
1. Defina rede de Multicausalidade.
R: Alguns fatores de risco podem estar associados a várias doenças e algumas doenças podem ser consideradas fatores de risco de outras, constituindo uma REDE DE MULTICAUSALIDADE. 
1. O que é Inferência causal?
R: Inferência causal é o termo usado para o processo que busca determinar se as associações observadas são causais ou não. 
1. Liste os critérios geralmente utilizados para avaliar a natureza causal de uma associação.
R: Austin Bradford-Hill, sugeriu que esses critérios de deveriam ser considerados para separar associações causais e não causais: 
1. Força de associação 
1. Consistência 
1. Especificidade 
1. Temporalidade
1. Plausibilidade biológica
1. Gradiente biológico
1. Coerência
1. Evidências experimentais
1. Analogia 
1. O que é o método científico em epidemiologia? 
R: O método científico em epidemiologia o processo onde se busca “conectar” observações e teorias. 
1. Qual a finalidade dos estudos epidemiológicos? 
R: A finalidade os estudos epidemiológicos é caracterizar o processo saúde-doença.
1. Quanto à intervenção do investigador como os estudos epidemiológicos podem ser classificados?
R: Quanto á intervenção do investigador os estudos epidemiológicos podem ser classificados em Observacionais (o investigador não manipula o fator de exposição nem escolhe a que grupo de exposição o participante pertencerá) e de Intervenção (o investigador não manipula o fator de exposição)
1. Diferencie estudos epidemiológicos retrospectivos e prospectivos. 
R: Retrospectivos: Estudo onde o pesquisador estuda o paciente a partir de um desfecho. Prospectivos: Aquele estudo em que o desfecho ainda não ocorreu. 
EXERCÍCIO 5 – ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS: TRANSVERSAL, ECOLÓGICO, CASO-CONTROLE, COORTE E EXPERIMENTAL
1. Quais as características de um estudo do tipo Transversal? 
R: Caracterizam-se basicamente por a seleção dos participantes ser feita a partir da população ou uma amostra, sem que o investigador saiba, a priori, quem são os doentes, os sadios, os expostos e os não-expostos.
1. Quais as principais vantagens e desvantagens dos estudos transversais? 
R: 
VANTAGENS:
1. Barato, simples e rápido, pois não requer seguimento.
1. Ninguém é exposto a agente causal devido ao estudo, ou negado uma terapia de benefício potencial.
DESVANTAGENS:
1. Em geral é impossível determinar causalidade.
1. Impossível assegurar que os fatores de confusão vão estar igualmente distribuídos entre os grupos.
1. Os grupos podem terminar tendo tamanhos amostrais muito diferentes, resultando em perda da eficiência estatística.
1. Represente esquematicamente através de uma tabela um estudo transversal. 
R: 
	
	Doença presente
	Doença ausente
	Total
	Exposição presente
	a
	b
	a+b
	Exposição ausente
	c
	d
	c+d
	Total
	a+c
	b+d
	n ←
1. Qual o tipo de medida de frequência utilizada nos estudos de Coorte? 
R: Incidência. 
1. Qual a unidade de análise/estudo utilizada nos estudos ecológicos? 
R: A unidade de análise utilizada nos estudos ecológicos é conjuntos de indivíduos, ou seja, as variáveis medidas representam características da população total estudada, a unidade de análise é um agregado.
1. (UFMT/FM – 2013) Qual dos estudos abaixo é o mais indicado para identificar os fatores de risco de uma doença?
a) Estudos descritivos 
b) Inquéritos epidemiológicos
c) Estudos de prevalência 
d) Estudos experimentais
e) Estudos de Coorte
1. Quais as principais características de um estudo de coorte? 
R: A principal característica é que a seleção da população é feita a partir da variável independente, aproveitando que diferentes grupamentos humanos naturalmente se expõem (ou não se expõem) á ação de um fator de risco qualquer. Por tanto ao contrário do modelo experimental, o investigador não determina a exposição, mas usa grupos naturalmente exposto ou não expostos para neles medir o aparecimento de um resultado eu em sua hipótese, esteja associado à exposição. O estudo de coorte parte-se da “causa” em direção ao “efeito”. 
1. (IDECAN/2015) “Estudo epidemiológico descritivo cuja unidade de análise é a população, e não o indivíduo, que pertence a uma área geográfica definida, em que se compara indicadores globais por meio da correlação de fatores sócias e ambientais com a ocorrência da doença e condições relacionadas com a saúde”. Trata-se de:
1. Coorte
1. Ecológico
1. Seccionais 
1. Caso-controle
1. Comente acerca das vantagens e desvantagens dos estudos de coorte. 
R: VANTAGENS: 
1. Permitem determinação do risco direto
1. Fornecem informações sobre o período de tempo decorrido entre a exposição e o aparecimento da doença
1. Fornecem evidências mais fortes de que uma associação possa ser causal
DESVANTAGENS: 
1. Tomam muito tempo 
1. São geralmente muito caros 
1. Apresentam dificuldade operacional 
1. Sofrem problemas com perdas
1. O que é e como se calcula o Risco Relativo (RR)? 
O Risco relativo expressa a força da Associação, ou seja, o quanto a exposição eleva o risco de aparecimento da doença. Ele é calculado a partir da seguinte expressão: 
Risco Relativo (RR)= IE/ IO 
Onde: (IE) = a / a+b 
 (IO) = c / c+d
Ou seja: 
RR= 
1. Descreva as etapas que devem ser seguidas para a realização de um estudo caso-controle. 
R: Seleção do grupo de casos (Doentes): Casos são os indivíduos que possuem a doença em um estudo, por isso a necessidade de que os diagnósticos sejam realizados com base em critérios absolutamente bem definidos e reprodutíveis, que apresentem adequação no que diz respeito a validade (sensibilidade e especificidade) e aos valores preditivos. Assim devem ser definidos cm clareza os critérios utilizados para que um indivíduo seja considerado um caso e a fonte utilizada para sua obtenção.
Seleção do grupo de Controles (Sem a Doença): O objetivo dos controles é fornecer ao investigador um grupo de comparação composto por indivíduos sem a doença para que neles possa ser medida a proporção de exposição à variável suspeita. Portanto o investigador deve ter uma margem razoável de certeza de que os indivíduos desse grupo não apresentam a doença objeto de estudo, o que muitas vezes é bastante difícil. 
Obtenção das informações referentes à Exposição: A essência de um estudo caso-controle consiste na comparação dos porcentuais de exposição ao fator causal suspeito (variável-independente) entre indivíduos doentes e não doentes. Portanto a obtenção dessas informações é um passo crítico na metodologia dos estudos de caso-controle. . 
Análise: Análise de um estudo caso-controle baseia-se na comparação das proporções de expostos ao fator causal suspeito entre os casos e os controles. 
EXERCÍCIO 6 – TESTES DE DIAGNÓSTICO
1. Diferencie Métodos laboratoriais Diretos de Indiretos. 
R: MÉTODOS DIRETOS: objetivam detectar diretamente a presença do agente no organismo do hospedeiro,
MÉTODOS INDIRETOS: identificam o agente indiretamente, através das consequências por ele deixadas no organismo do hospedeiro, em razão de um contato atual ou passado.
1. Diferencie Métodos diagnósticos quantitativos e qualitativos e cite exemplos para cada tipo. 
R: MÉTODOS QUALITATIVOS:buscam sempre revelar a presença ou ausência de um atributo ou caráter passível de ser associado a determinada condição ou agravo.Ex: a presença de ovos de parasita nas fezes de um hospedeiro,
MÉTODOS QUANTITATIVOS: buscam expressar, através de valores numéricos, evidências de anormalidades nos parâmetros dos elementos orgânicos do hospedeiro. Ex: contagem de eritrócitos. 
3) Um teste feito na Instituição A é repetido na Instituição B. Resultados quase idênticos foram obtidos por cada instituição. Que tipo de teste é esse? 
a) Específico 
b) Válido 
c) Sensível 
d) Confiável 
e) Positivo
4) Nenhum teste diagnóstico é perfeito. Os médicos devem saber interpretar informações sobre desempenho e características do teste. Qual das seguintes afirmações sobre características do teste é correta?
a) A probabilidade pré-teste de uma doença é igual à precisão do teste
b) O VPP varia com a prevalência da doença na população sendo testada.
c) A sensibilidade varia com a prevalência da doença.
d) Elevada especificidade é uma característica desejável de um teste que pretende definir corretamente quais indivíduos têm a doença.
A resposta é a letra b. A probabilidade pré-teste é a prevalência; a sensibilidade não varia com a prevalência da doença; elevada especificidade tem importância quanto mais se deseje definir quem não tem a doença.
5) O atributo Valor Preditivo Positivo pode ser um atributo que contribui com a análise de desempenho da vigilância, sendo calculado a partir do uso de indicadores operacionais e se refere à: 
a) capacidade de detectar a ocorrência do evento em qualquer momento. 
b) capacidade do sistema de acionar medidas positivas de prevenção. 
c) proporção de casos positivos que são de fato positivos. 
d) capacidade de detectar casos verdadeiros do evento.
6) O que é e como se calcula a sensibilidade de um teste diagnóstico? 
R: Sensibilidade é a probabilidade de um teste dar positivo na presença da doença, isto é, avalia a capacidade do teste detectar a doença quando ela está presente. É calculada a partir da seguinte expressão: 
Onde a= nº de verdadeiros positivos e c= nº falso negativos 
7) A validade de um teste diagnóstico, ou seja, sua capacidade de separar os doentes dos sadios é medida por duas características fundamentais, quais são essas características? 
R: Sensibilidade e especificidade. 
8) O que é a curva de ROC? 
R: É uma ferramenta utilizada em epidemiologia para medir e especificar problemas no desempenho do diagnóstico. É a representação gráfica dos valores de sensibilidade e especificidade correspondente a diferentes pontos de corte. 
9) Existem 4 situações em que os testes diagnósticos são utilizados na prática, quais são elas? 
R: Inquérito epidemiológico, Triagem (screening), achado de casos ( case finding) e Diagnóstico clínico individual. 
10) Uma comparação entre o diagnóstico clínico e a confirmação através de autópsia de úlcera péptica foi realizado em 1000 indivíduos, obtendo-se os seguintes resultados:
A partir disto calcule: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo. 
R: S = 130/130+170= 130/300= 0,43 ou 43%
E = 680/20+680 = 680/700= 0,97 ou 97%
VPP = 130/130+20 = 130/150 = 0,86 ou 86%
VPN = 680/170+680 = 680/850 = 0,8 ou 80%
SIMULADO – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
O presente simulado procura leva-los a pensar de forma prática nas ações que um sistema de vigilância epidemiológica desempenha, portanto procurem sempre relacionar as questões a realidade e ao seu cotidiano. Antes das questões práticas vocês irão responder algumas questões mais teóricas. Saber responder essas perguntas é de fundamental importância em atividades de vigilância epidemiológica.
1. Os sistemas de vigilância em saúde têm que ter obrigatoriamente 3 componentes, quais são eles? 
1. Qual seria o instrumento de divulgação das informações analisadas pela vigilância epidemiológica?
1. Quais etapas devem ser seguidas no desenvolvimento de sistemas de vigilância? Comente um pouco acerca de cada uma delas. 
1. Dependendo das características do agravo, dos objetivos do sistema, dos recursos disponíveis, da fonte ou das fontes de informação a serem utilizadas, podemos optar por sistemas ativos ou passivos de vigilância. Qual a diferença entre esses dois tipos de sistemas de vigilância? Cite algumas vantagens e desvantagens de cada um deles. 
1. Quais as principais fontes de dados utilizadas pelos sistemas de vigilância epidemiológica? 
1. Embora os sistemas de vigilância não precisem ser perfeitos para serrem úteis, muitas vezes certas limitações impedem que esse instrumento tenha a utilidade necessária que justifique sua implementação. Com base nisto, cite fatores que mais frequentemente levam a limitações do desempenho de sistemas de vigilância. 
7) No âmbito de atuação do SUS, é correto afirmar que compete à Vigilância Epidemiológica: 
( ) a) a participação em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho. 
( ) b) a participação, normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador.
( ) c) o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 
( ) d) a avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde. 
( ) e) a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva.
1. Ao termo utilizado dentro da Vigilância Epidemiológica aonde é feita a comunicação do aparecimento de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais da saúde ou por qualquer cidadão, a fim de adoção de medidas de intervenção pertinentes, dá-se o nome de:
1. Levantamento
1. Relato epidemiológico
1. Notificação
1. Coleta de dados
1. Inspeção
1. Faça uma pesquisa sobre a lista mais atualizada de doenças de notificação compulsória existentes no Brasil e selecione pelo menos 5 delas que seja de interesse veterinário. 
1. Dentre as doenças citadas na questão anterior escolha uma e explique por que você acha que essa doença se enquadra nessa lista. 	
1. Do seu ponto de vista, o que deve ser feito para melhorar o sistema de Vigilância epidemiológica do seu Município/Estado?
1. Associe cada característica aos tipos passivo e ativo de sistema de vigilância. 
1. As ações prioritárias de vigilância estabelecem um conjunto de atividades e metas, discutidas e acordadas entre a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e Secretarias Municipais de Saúde (SMS), relativas à área de vigilância, prevenção e controle de doenças. Podemos Citar algumas dessas ações: Notificação de doenças e agravos; Investigação epidemiológica; Diagnóstico laboratorial de agravos de saúde pública; Vigilância de doenças transmitidas por vetores e antropozoonoses; Controle de doenças; Imunizações; Monitorização de agravos de relevância epidemiológica; Divulgação de informações epidemiológicas; Elaboração de estudos e pesquisas em epidemiologia, entre outras. 
Escolha uma das ações citadas acima e descreva uma situação vivenciada por você em sua prática diária, inusitada ou não.
14) Pensando na situação atual, cite algumas ações tomadas pela vigilância epidemiológica do seu estado relacionadas ao Covid-19.