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ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL Prof. Me. HENRIQUE LACERDA NIEDDERMEYER Reitor Márcio Mesquita Serva Vice-reitora Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Pró-Reitor Acadêmico Prof. José Roberto Marques de Castro Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitor Administrativo Marco Antonio Teixeira Direção do Núcleo de Educação a Distância Paulo Pardo Coordenadora Pedagógica do Curso Verona Ferreira Designer Educacional Juliana Spadoto Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico B42 Design *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Universidade de Marília Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 CEP 17.525–902- Marília-SP Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia G915b Sobrenome, Nome autor Titulo Disciplina [livro eletrônico] / Nome completo autor. - Marília: Unimar, 2020. PDF (XXX p.) : il. color. ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X 1. palavra 2. palavra 3. palavra 4. palavra 5. palavra 6. palavra 7. palavra 8. palavra I. Título. CDD – 610.6952017 2 005 Aula 01: 018 Aula 02: 027 Aula 03: 038 Aula 04: Ética e Compliance Exercício Profissional Legislação e Normas O Perfil do Engenheiro do Século XXI 3 Introdução Prezado acadêmico, este material objetiva propiciar a você os conhecimentos básicos necessários para o entendimento sobre a atuação do pro�ssional de engenharia em um cenário altamente competitivo e muito seletivo. Em um ambiente de acirrada disputa concorrencial e de forte pressão pela redução de custos, o pro�ssional de engenharia é forçado a tomar decisões que muitas vezes implicam em riscos à vida. Em contrapartida precisa mostrar resultados satisfatórios à empresa que trabalha ou a seus clientes no tocante à lucratividade. Essa situação implica necessariamente em lidar com os conceitos de ética e de compliance a todo momento. Se considerarmos que nos recentes escândalos de corrupção que abalaram nosso país recentemente, a maior parcela dos envolvidos atuava na área de engenharia, a importância de se trabalhar com ética deixou de ser um diferencial e passou a ser uma condição para a sobrevivência da empresa. Estudaremos também sobre as o exercício pro�ssional do engenheiro, compreendendo a atuação do Confea/Crea no papel de �scalização da pro�ssão. Veremos as principais leis que regulam a atividade, bem como as normas, tais como NRs e NBRs, além dos detalhes sobre a ART – Anotação de responsabilidade técnica. Finalizando nosso conteúdo, abordaremos o per�l do engenheiro do século XXI, identi�cando os principais atributos necessários à sua atuação nos mais diversos campos de atuação. Em todo o momento, buscou-se utilizar uma linguagem simples e didática, de modo a facilitar sua compreensão acerca do tema abordado. Desejo um excelente aproveitamento desse tempo de aprendizado! Ótimos estudos! 4 01 Ética e Compliance 5 Caro aluno, em um passado não muito distante, principalmente no campo político e econômico do nosso país, o termo ética ganhou notoriedade e importância. Assistimos a casos escandalosos envolvendo personagens importantes regional e nacionalmente. Tais escândalos envolviam, em grande parte, o setor de Engenharia, especi�camente as grandes construtoras. Face à concorrência acirrada e à necessidade de sobrevivência do pro�ssional de Engenharia ou de sua empresa, surgem situações que põem nossa ética em discussão. Ser ético até que ponto? Até quando vale a pena ser ético? Em outros termos, as escolhas éticas são decisões tomadas por pessoas que são responsáveis pelas consequências de seus atos. A responsabilidade é um fator- chave da ação ética, signi�cando que você aceita os custos, os deveres e as obrigações potenciais pelas decisões que toma. De acordo com a FNQ (2017, p. 4, grifo meu) A palavra ética vem do grego ethos, que signi� ca caráter ou princípios que norteiam uma cultura, comunidade ou um grupo. Ethos também pode ser empregado no âmbito pessoal, como as características da personalidade de um indivíduo que distinguem suas ações como corretas e justas ou incorretas e injustas. Ética, no seu sentido clássico, não diz respeito ao saber, como ciência do conhecimento e sim, a saber viver bem. Falar em ética e escrever sobre ela é uma tarefa relativamente fácil. Exigir ética alheia também é “moleza”, não é mesmo? No entanto, quando exigimos ética de nós mesmos é que o nível de di�culdade aumenta. Para sermos éticos, precisamos nos revestir de ações que estejam em sintonia com as leis e também com as normas da empresa para qual prestamos serviços. Mas quando somos confrontados com situações que envolvem a nossa ética, quais os procedimentos? Laudon; Laudon (2014, p. 110, grifo meu) sugerem a adoção de cinco passos para analisar tal situação: 1. Identi�que e descreva claramente os fatos: descubra quem fez o quê a quem, onde, quando e como. Em muitas circunstâncias, você �cará surpreso com os erros que identi�cará nos fatos inicialmente descritos e, muitas vezes, descobrirá que a simples razão de ter uma visão correta dos acontecimentos o 6 ajudará a descobrir a solução. Isso também permite levar as partes envolvidas no dilema ético a entrar em acordo sobre os fatos. 2. De�na os con�itos ou dilema e identi�que os valores de ordem mais elevada envolvidos: questões éticas, sociais e políticas sempre dizem respeito a valores. Todas as partes de uma disputa declaram estar defendendo valores (por exemplo, liberdade, privacidade, proteção da propriedade e o sistema de livre iniciativa). Em geral, uma questão ética envolve um dilema: dois cursos de ação opostos que apoiam valores importantes. 3. Identi�que os interessados: toda questão ética, social e política envolve interessados participantes do jogo que têm um interesse no seu desfecho, que investiram na situação e que, em geral, expressam suas opiniões oralmente. Descubra a identidade desses grupos e o que eles querem. Isso será útil para mais tarde elaborar uma solução. 4. Identi�que as alternativas razoáveis a adotar: você pode descobrir que nenhuma das opções satisfaz todos os interesses envolvidos, mas que algumas resolvem a situação melhor que outras. Às vezes, chegar a uma solução boa ou ética pode não signi�car “equilibrar” as consequências para os interessados. 5. Identi�que as potenciais consequências das suas opções: algumas opções podem ser eticamente corretas, mas desastrosas sob outros pontos de vista. Outras opções podem funcionar em uma única circunstância determinada, mas não em outras semelhantes. Sempre pergunte a si mesmo: “e se eu escolhesse esta opção ao longo do tempo?”. (LAUDON; LAUDON, 2014, p. 110). Em certas ocasiões, em função do lucro do momento, algumas decisões são tomadas sem que se leve em conta qualquer conduta ética. Para vender mais para determinado cliente, oferece-se algo “fora do contexto normal”, e muitas vezes se recebe algo indevido. Para evitar que práticas desonestas sejam adotadas, as empresas passaram a criar manuais de procedimentos e cartilhas, contemplando ações corretas e incorretas na prática diária da empresa. 7 Nesse cenário, Rego; Braga (2014, p. XVII, grifo meu) enfatizam a importância da atividade dos engenheiros: Com os engenheiros e a atividade que realizam, o desa�o da Ética agiganta-se. Não há, porventura, atividade pro�ssional com maior impacto na sociedade do que a exercida pelos engenheiros. Tão impregnados estão na nossa vida os seus contributos que perdemos a noção da sua relevância. Num aparelho de rádio, numa carpete, numa casa, num computador, num escritório, numa esferográ�ca, num automóvel, num elevador, numa camisola, numa cama de hospital, num equipamentode ressonância magnética, numa nave espacial, num viveiro de trutas, numa exploração submarina, os óculos com que vislumbramos o mundo em nosso redor, na guerra e na paz – nada escapa à intervenção dos engenheiros, quase tudo requer deles atuações eticamente responsáveis para que a vida e a comodidade dos seres humanos sejam salvaguardadas. No entanto, para facilitar a tomada de decisão acerca do que é ou não é ético na hora de se fazer negócios, Laudon; Laudon (2014) nos apresentam, por meio do Quadro 1, alguns princípios eletivos que poderão já estar enraizado em muitas culturas e sobreviveram ao longo do tempo: 8 Quadro 1 – Princípios éticos eletivos Fonte: Laudon; Laudon (2014, p. 111). 1. Faça aos outros aquilo que gostaria que �zessem a você (a regra de ouro). Colocar-se no lugar dos outros e pensar em si próprio como objeto da decisão poderá ajudá-lo a pensar na equidade do processo de decisão. 2. Se uma ação não é correta para todos, então não é correta para ninguém (imperativo categórico de Emmanuel Kant). Pergunte-se: “se todos �zessem isso, a organização ou sociedade poderiam sobreviver?”. 3. Se uma ação não puder ser realizada repetidamente, então não deve ser realizada nunca (regra da mudança de Descartes). Uma ação pode originar uma pequena mudança agora, quando é aceitável, mas, se for repetida, trará mudanças inaceitáveis em longo prazo. Essa é a regra da ladeira escorregadia: “uma vez que você começa a descer uma ladeira escorregadia, provavelmente não conseguirá parar”. 4. Realize a ação que produza o valor mais alto ou maior (o princípio utilitário). Essa regra presume que você pode classi�car valores por ordem de prioridade e entender as consequências de vários cursos de ação. 5. Realiza a ação que cause o menor dano ou que tenha o menor custo potencial (princípio da aversão ao risco). O custo do fracasso de algumas ações é muito alto, mas a probabilidade do fracasso é muito baixa (por exemplo, a construção de uma usina nuclear em uma área urbana), ou o custo do fracasso é alto, mas a probabilidade é moderada (dirigir em alta velocidade e envolver-se em acidentes de trânsito). Evite as ações que, se fracassarem, implicam alto custo e, evidentemente, preste maior atenção às ações com alto potencial de fracasso e probabilidade moderada e alta. 6. Pressuponha que praticamente todos os objetos tangíveis e intangíveis pertencem a alguém, salvo declaração em contrário (essa é a regra ética “não existe almoço grátis”). Se algo que alguém criou é útil para você, isso tem valor e você deve pressupor que seu criador queira uma compensação pelo trabalho dele. 9 Uma gestão e caz das informações da empresa envolve, entre outras coisas, a manutenção da privacidade dos indivíduos e o sigilo dos seus dados. Entretanto, indivíduos e empresas inescrupulosos procuram de todas as formas tirar proveito desses dados, comercializando-os de forma indevida. Além dessa prática, há tantas outras reprováveis que geram consequências severas para as empresas. Por essa razão, as organizações passaram a adotar o compliance. No Quadro 2, são descritos alguns conceitos acerca dessa prática nas empresas: 10 Compliance: o termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que signi�ca agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido. No âmbito corporativo, entende-se o termo como o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e diretrizes estabelecidas para as atividades da instituição ou empresa. O objetivo do compliance corporativo é proteger a organização de atos ilegais ou antiéticos. Origem do compliance corporativo: as práticas de compliance ganharam espaço inicialmente no mercado �nanceiro, mas sua aplicação tem se estendido para as mais diversas organizações, tanto privadas como governamentais, especialmente as que estão sujeitas à forte regulamentação e controle. A partir da década de 1990, um número crescente de organizações públicas e privadas passou a adotar um programa de compliance para garantir a transparência. Características do compliance: o compliance, no entanto, não se restringe apenas a funcionário, processos e normas internas. Para ter uma política de compliance consistente, é preciso garantir que fornecedores, colaboradores e qualquer interação com terceiros estejam de acordo com as normas de conduta propostas pela organização. Outra característica do compliance corporativo é a divisão de funções. Por exemplo, no caso de um investimento, quem o determina não pode ser a mesma pessoa que irá- �scalizá-lo. Quem cria uma norma interna não pode ser a mesma pessoa que irá vigiar se é cumprida. Os pro �ssionais de compliance devem ser pessoas com larga e comprovada experiência não apenas no negócio, mas também em cargos de liderança. Elementos básicos de um programa de compliance: os elementos que compõem o programa de ética e compliance variam de acordo com as características de cada organização, como por exemplo, seu estágio de maturidade, tamanho da empresa e recursos disponíveis. Há, no entanto, alguns elementos que são comuns à maioria dos programas. São eles: valores da organização; código de conduta; educação e treinamento; canais de denúncia e de esclarecimento; processo investigatório; comitês de ética; mecanismos de relacionamento ético com terceiros (fornecedores, prestadores de serviços, sócios, subcontratados); auditorias internas e independentes de ética e compliance; políticas internas e externas. Quadro 2 - Ética na prática das organizações 11 Fonte: FNQ (2017, p. 7-8). Objetivos do compliance: além de proteger organizações de riscos legais, ou seja, aqueles relacionados ao não cumprimento de leis ou normas aplicáveis, o compliance corporativo também as protege de riscos ligados à imagem e à reputação. A reputação de uma empresa está fortemente vinculada ao nível de con�ança que ela inspira nos consumidores e na sociedade, que preza por uma postura ética. Assim, as empresas que não cultivam valores éticos correm o risco de perder negócios. A adoção de práticas de compliance demonstra o comprometimento das organizações não apenas com a lei, mas também com uma gestão responsável e transparente, conduzindo seus negócios com ética e integridade. Se olharmos para o passado não tão distante no cenário da política nacional, identi�caremos com facilidade alguns escândalos de corrupção por parte de algumas empresas e de atores da política nacional. Veremos também que os impactos decorrentes das ações danosas ao erário (o conjunto dos recursos �nanceiros públicos, os dinheiros e bens do Estado; tesouro, fazenda) foram profundos. Empresas faliram, empresários e políticos foram presos, en�m, houve um dano irreparável à imagem das empresas. Por essa razão, algumas organizações começaram a ser preocupar e instituir regras de compliance para seus colaboradores e para todos aqueles com quem, de alguma forma, elas têm relação de negócios. Para facilitar nosso entendimento, o Portal Endeavor Brasil (2017, grifos do original), apresenta um conceito de compliance: Comply, em inglês, signi�ca “agir em sintonia com as regras”, o que já explica um pouquinho do termo. Compliance, em termos didáticos, signi�ca estar absolutamente em linha com normas, controles internos e externos, além de todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o seu negócio. É a atividade de assegurar que a empresa está cumprindo à risca todas as imposições dos órgãos de regulamentação, dentro de todos os padrões exigidos de seu segmento. E isso vale para as esferas trabalhista, �scal, contábil, �nanceira, ambiental, jurídica, previdenciária, ética, etc. 12 As pressões disseminadas por praticamente todos os setores da sociedade para que as empresas adotem padrões éticos de conduta orientam as empresas à criação de programas internos e externos de compliance. Mas em que se diferenciam compliance e ética? Para esclarecer, Antonik (2016, p. 15) apresenta o conceito de ética. A palavra “ética” deriva dogrego “ethikos” e signi�ca aquilo que faz parte dos bons costumes. Pode assumir a forma de substantivo feminino, como a área da �loso�a responsável pela pesquisa dos princípios que motivam, disciplinam e orientam o comportamento humano, em especial aquilo que diz respeito a normas, comportamentos e preceitos presentes na realidade social. Mas, ética também pode ser um conjunto de regras que atribuem valor e regem a vida das pessoas, dos grupos ou da sociedade como um todo. Podemos concluir que compliance é a aplicação dos conceitos de ética em todas as áreas de atuação, nos relacionamentos com colaboradores, com fornecedores e com governos de todas as esferas. O que as empresas têm adotado é um código de conduta, obrigando todos os colaboradores a conhecerem e aplicarem as normas nele contidas. No entanto, a di�culdade está na �scalização e no controle do cumprimento de tais normas. 13 Acesse o link: Disponível aqui O Instituto de Engenharias apresenta uma matéria acerca da adoção cada vez maior do Compliance pela engenharia brasileira. Vale a pena conferir! O conhecimento e o domínio dessa importante área lhe propiciarão habilidades ímpares no ambiente de trabalho e aumentarão significativamente sua empregabilidade. O Portal Compliance Total (2019) apresenta 10 dicas para melhorar os treinamentos de compliance na sua empresa, conforme o quadro a seguir. 14 https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2016/06/06/compliance-e-a-engenharia-brasileira/ Dica 1 - Segmente seus públicos: uma empresa possui diferentes públicos, setores e níveis hierárquicos e todos devem ser contemplados com treinamentos. Para que esses treinamentos sejam efetivos, é necessário ter atenção ao tipo de linguagem e conteúdo aplicado para cada tipo de público. Escolha também qual modalidade (EaD ou Presencial) é a mais indicada para cada per�l. Dica 2 – Crie um cronograma: planejar com antecedência os treinamentos dará ao pro�ssional responsável pela comunicação do compliance maior tempo para divulgá-los entre os colaboradores. Além disso, criar um calendário completo permite a distribuição de distintos conteúdos ao longo do tempo, sem sobrecarregar o aprendizado de cada colaborador. Dica 3 – Aplique com frequência: como o compliance envolve vários temas de diferentes níveis de complexidade, é importante que seja abordado de forma contínua e fragmentada. A periodicidade nos treinamentos mantém o assunto sempre em evidência e melhora a absorção pelos colaboradores. Dica 4 – Planeje os temas: ao estruturar o cronograma de treinamentos, tenha consciência da relevância dos temas abordados. Como o compliance é um tema muito abrangente, esteja certo de que irá escolher os temas adequados para cada grupo de colaboradores. Por exemplo: não é relevante treinar um colaborador do chão de fábrica sobre assuntos de lavagem de dinheiro. No entanto, assuntos como código de conduta, assédio, uso apropriado de bens da empresa e etc. são mais pertinentes. Para fazer este trabalho, tenha em mente seus objetivos, públicos de interesse e riscos a serem mitigados. Dica 5 – Seja criativo: a criatividade é peça fundamental para a efetividade dos treinamentos. Ela tem papel importantíssimo em engajar os colaboradores e aumentar seu nível de atenção durante cada treinamento. Vejas alguns exemplos de criatividade em treinamentos: - Uso de humor - Uso de animações - Apresentação de exemplos práticos Quadro 8 – Dez dicas para melhorar os treinamentos de compliance na sua empresa 15 - Aplicação de pesquisas, passatempos e quiz interativo - Desenvolvimento de aplicativos e sistemas online Dica 6 – De�na objetivos: mesmo com o compliance sendo fundamental para um funciona mento mais ético e íntegro do ambiente de trabalho e da relação com clientes e parceiros de negócio, esse tema é abrangente e pode ser abordado em diferentes módulos e momentos. De�na as prioridades da empresa e, assim, promova treinamentos que estejam de acordo com essas prioridades. Dica 7 – Assegure a efetividade: com a constante realização de treinamentos, torna-se necessá ria a avaliação do nível de aprendizado de cada colaborador. Utilize uma ferramenta de aplicação que registre os resultados de cada treinamento. Assim, sua empresa consegue identi�car os temas, áreas e públicos que eventualmente necessitam de algum tipo de reforço. Dica 8 – Utilize a tecnologia: quando é planejado um treinamento para os funcionários, alta gerência e demais colaboradores, precisamos pensar nas adversidades envolvidas para que os alunos o assistam. Em muitos casos, para representar uma solução com menor custo e que consiga atender funcionários que estão distantes da sede, um treinamento EaD é uma opção que pode suprir as necessidades de compliance da sua empresa. Nessa modalidade, os colaboradores podem fazer o treinamento no seu tempo, fazendo a própria gestão das prioridades. Dica 9 – Customize seus treinamentos: A sua empresa possui processos, políticas e procedimentos próprios. Além disso, com certeza o seu negócio carrega uma personalidade própria. Frente a isso, é altamente recomendado que haja o investimento na produção e aplicação de um conteúdo personalizado e 100% alinhado às necessidades e características da empresa. Essa dica melhora a experiência de aprendizado e reforça a imagem da cultura ética em sua empresa. Dica 10 – Atualize constantemente: Provavelmente, sua empresa passará por diversas atualizações em processos, procedimentos e normas internas. Além disso, as próprias leis mudam de forma constante e podem impactar seus negócios. Outro aspecto importante é o fato de sua equipe de trabalho 16 Fonte: Portal Compliance Total, 2019. manter-se, em sua maioria, igual ao longo do tempo. Por isso, é altamente recomendado que você faça atualizações constantes nos seus treinamentos. Isso garantirá a correta cobertura dos assuntos relevantes e a manutenção da atenção dispensada em cada treinamento por seus colaboradores. Fique atento aos conceitos de ética e de compliance! Saiba diferenciá-los e conheça suas formas de aplicação no cotidiano do pro�ssional de Engenharia. Fique de olho! 17 02 Exercício Profissional 18 Prezado aluno, a Engenharia sempre esteve presente em nossas vidas. Há autores que a�rma que ela não surgiu, mas que sempre existiu, acompanhando a evolução humana com a construção de edi�cações, armas, aquedutos, portos e equipamentos, entre outros. Com o advento da informação, novas engenharias conquistaram espaço, além da engenharia civil, como a eletrônica, computação, software, controle e automação, aeroespacial e outras. Face à preocupação com o meio ambiente, as engenharias voltadas para a sustentabilidade, como ambiental e �orestal, também conquistaram seu espaço. A necessidade de produção em larga escala fez com que surgissem também as engenharias com foco na gestão, qualidade e produção, de modo a acompanhar as tendências de mercado e a necessidade de pro�ssionais especializados. Nesse contexto, Macedo; Sapunaru (2006, p. 40, grifo meu) enfatizam o desdobramento do surgimento do termo engenharia: Como já apontado, a história do homem e a organização social mostram que, desde a Idade Média, a Engenharia sempre esteve fortemente ligada à criação de sistemas defensivos ou ofensivos. Um fato interessante, que comprova essa ligação, reza em um dicionário da língua portuguesa publicado em Lisboa, em 1739. Nele, não há registro de um verbete especí�co para a Engenharia. A ideia da palavra aparece apenas indiretamente, subalterna a “engenheiro”, signi�cando a arte ou a ciência que os “engenheiros” desenvolviam. Por sua vez, o engenheiro era aquele que fazia máquinas e obras para a guerra ofensiva e defensiva, ou o que fazia qualquer gênero de máquinas e engenhos. Caro aluno, o desenvolvimento da Engenharia e da Educação em Engenharia está relacionado aos avanços da ciência e da tecnologia, pois à medida que a tecnologia se torna mais complexa, em termos de necessidade de conhecimentos para solucionar problemas e gerar soluções,torna-se objeto de estudo e aplicação na engenharia. Esses conhecimentos são da ordem da matemática, física, química e expressão grá�ca. Nesse sentido, Macedo; Sapunaru (2006) destacam o surgimento das primeiras escolas de engenharia: 19 A primeira escola para o ensino formal de engenharia e a que se organizou com características que mais se assemelham às atuais foi a École Nationale des Ponts et Chaussées (ENPC), fundada em 1747, na França (MACEDO; SAPUNARU, 2006, p. 42, grifo meu). A data de início formal dos cursos de engenharia no Brasil foi em 17 de dezembro de 1792, com a criação da Real Academia de Artilharia, Forti�cação e Desenho, na cidade do Rio de Janeiro, sendo instalada inicialmente na ponta do Calabouço, na Casa do Trem de Artilharia. Sendo esta a primeira das Américas, seguia o mesmo modelo da Real Academia de Artilharia, Forti�cação e Desenho portuguesa. A Real Academia é a percursora em linha direta e contínua da atual Escola de Politécnica da UFRJ e faz parte também da origem do Instituto Militar de Engenharia (IME) (MACEDO; SAPUNARU, 2006, p. 43, grifo meu). Com a fundação de Faculdades e Escolas de engenharias, uma quantidade grande de pro�ssionais foram inseridos no mercado de trabalho, à frente de grandes projetos e obras de relevância. Por se tratar de atividades que envolvem questões de segurança pública, as pro�ssões de engenharia são regulamentadas pelos governos, no que se refere às atribuições pro�ssionais e nos termos de responsabilidade técnica e civil das suas obras. A lei que regulamenta a pro�ssão dos engenheiros, arquitetos e agrônomos é a Lei Nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e mais as Resoluções do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Do mesmo modo que a Lei estabelece privilégios ao graduado, cabendo tão somente a ele o exercício da pro�ssão, em contrapartida são exigidos alguns requisitos básicos para a sua prática, através de uma regulamentação pro�ssional. Nesse sentido, não basta ter obtido o diploma para atuar na pro�ssão. Há dispositivos legais que devem, antes, ser atendidos para a habilitação legal, como o registro no Crea – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, cuja de�nição e função é descrita por meio do Portal do Crea-SP. 20 Acesse o link: Disponível aqui Crea-SP é a sigla que identi�ca o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo - o maior Conselho de Fiscalização de Exercício Pro�ssional da América Latina e provavelmente um dos maiores do mundo. O Crea-SP é responsável pela �scalização de atividades pro�ssionais nas áreas da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geogra�a e Meteorologia, além das atividades dos Tecnólogos. O Crea-SP �scaliza, controla , orienta e aprimora o exercício e as atividades pro�ssionais da Engenharia Civil, Engenharia Ambiental, Engenharia Sanitarista, Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica, Engenharia Hídrica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Computação, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Eletrônica e Eletrotécnica, Engenharia Mecânica, Engenharia Industrial, Engenharia de Produção, Engenharia de Operação, Engenharia Metalúrgica, Engenharia Aeronáutica, Engenharia Naval, Engenharia Química, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Materiais, Engenharia Têxtil, Geologia, Engenharia de Minas, Engenharia de Geologia, Engenharia de Agrimensura, Engenharia Cartográ�ca, Geogra�a, Agronomia (ou Engenharia Agronômica), Engenharia Florestal, Engenharia Agrícola, Engenharia de Pesca, Engenharia de Aquicultura, Meteorologia e Engenharia de Segurança do Trabalho, além das atividades dos Tecnólogos. 21 http://www.creasp.org.br/institucional/o-que-e-o-crea-sp É importante que você conheça as atribuições do Crea da sua região! Procure pesquisar pelo site e �que atento! O registro do pro�ssional de engenharia junto ao Crea –Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – do seu estado é obrigatório para o exercício de suas atividades pro�ssionais. Principais Tópicos da Lei Nº 5.194/66 - Exercício Profissional da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia Atribuições do Engenheiro: O engenheiro é o pro�ssional que exerce a prática da engenharia. Em algumas nações, o exercício da pro�ssão de engenheiro obriga, além da habilitação com um curso superior de engenharia, ter uma licença ou certi�cação pro�ssional atribuída pelo estado, por uma associação pro�ssional, ordem ou instituição de engenheiros ou por outro tipo de órgão de regulamentação pro�ssional. De acordo com a legislação de cada país, aos pro�ssionais devidamente certi�cados ou licenciados está reservado o uso exclusivo do título pro�ssional de engenheiro. Normalmente, a lei restringe a prática de determinados atos de engenharia aos pro�ssionais certi�cados e habilitados para tal, ainda que a prática dos restantes não esteja sujeita a essa restrição. 22 Acesse o link: Disponível aqui Conheça na íntegra a Lei 5.194/66, Regula o exercício das pro�ssões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências. Com relação à Lei 5.194/66 cabe o destaque e comentários de alguns artigos específicos, de modo a termos a nossa compreensão facilitada. Por meio do Quadro 1, os artigos mais relevantes da referida Lei são destacados: 23 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5194.htm Art. 1º - As pro�ssões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo são caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano que importem na realização dos seguintes empreendimentos: 1. aproveitamento e utilização de recursos naturais; 2. meios de locomoção e comunicações; 3. edi�cações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais nos seus aspectos técnicos e artísticos; 4. instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de água e extensões terrestres; 5. desenvolvimento industrial e agropecuário. Art. 2º - O exercício, no País, da pro�ssão de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo, observadas as condições de capacidade e demais exigências legais, é assegurado: 1. aos que possuam, devidamente registrado, diploma de faculdade ou escola superior de Engenharia, Arquitetura ou Agronomia, o�ciais ou reconhecidas, existentes no País; 2. aos que possuam, devidamente revalidado e registrado no país, diploma de faculdade ou escola estrangeira de ensino superior de Engenharia, Arquitetura ou Agronomia, bem como os que tenham esse exercício amparado por convênios internacionais de intercâmbio; 3. aos estrangeiros contratados que, a critério dos Conselhos Federal e Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, considerados a escassez de pro�ssionais de determinada especialidade e o interesse nacional, tenham seus títulos registrados temporariamente. Parágrafo único - O exercício das atividades de engenheiro, arquiteto e engenheiro- agrônomo é garantido, obedecidos os limites das respectivas licenças e excluídas as expedidas, a título precário, até a publicação desta Lei, aos que, nesta data, estejam registrados nos Conselhos Regionais. Art. 6º - Exerce ilegalmente a pro�ssão de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo: 1. a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços, públicos ou privados, reservados aos pro�ssionais de que trata esta Lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais: 2. o pro�ssional que se incumbir de atividades estranhas às atribuições discriminadas em seu registro; Quadro 1 – Principais artigos da Lei 5.194/66 24 3. o pro�ssional que emprestar seu nome a pessoas, �rmas, organizações ou empresas executoras de obras e serviços sem sua real participação nos trabalhos delas; 4. o pro�ssional que, suspenso de seu exercício, continue em atividade; 5. a �rma, organização ou sociedade que, na qualidade de pessoa jurídica, exercer atribuições reservadas aos pro�ssionais da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, com infringência do disposto no parágrafo único do Art. 8º desta Lei. Art. 7º - As atividades e atribuições pro�ssionais do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro-agrônomoconsistem em: 1. desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais, autárquicas e de economia mista e privada; 2. planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária; 3. estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica; 4. ensino, pesquisa, experimentação e ensaios; 5. �scalização de obras e serviços técnicos; 6. direção de obras e serviços técnicos; 7. execução de obras e serviços técnicos; 8. produção técnica especializada, industrial ou agropecuária. Parágrafo único - Os engenheiros, arquitetos e engenheiros-agrônomos poderão exercer qualquer outra atividade que, por sua natureza, se inclua no âmbito de suas pro�ssões. Art. 11 - O Conselho Federal organizará e manterá atualizada a relação dos títulos concedidos pelas escolas e faculdades, bem como seus cursos e currículos, com a indicação das suas características. Art. 18 - As alterações do projeto ou plano original só poderão ser feitas pelo pro�ssional que o tenha elaborado. Parágrafo único - Estando impedido ou recusando-se o autor do projeto ou plano original a prestar sua colaboração pro�ssional, comprovada a solicitação, as alterações ou modi�cações deles poderão ser feitas por outro pro�ssional habilitado, a quem caberá a responsabilidade pelo projeto ou plano modi�cado. 25 Art. 24 - A aplicação do que dispõe esta Lei, a veri�cação e a �scalização do exercício e atividades das pro�ssões nela reguladas serão exercidas por um Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), e Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), organizados de forma a assegurarem unidade de ação. Art. 33 - Os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) são órgãos de �scalização do exercício de pro�ssões de engenharia, arquitetura e agronomia, em suas regiões. 26 03 Legislação e Normas 27 Prezado acadêmico, no Quadro 1 a seguir estão relacionadas as principais leis que afetam o exercício da profissão de engenharia, arquitetura e agronomia, além de áreas afins: 28 Fonte: O Autor LEI Nº 5194 DE 24 DEZ 1966 Regula o exercício das pro�ssões de engenheiro, arquiteto e engenheiro- agrônomo, e dá outras providências. LEI Nº 4950-A DE 22 ABR 1966 Dispõe sobre a remuneração de pro�ssionais diplomados em engenharia química, arquitetura, agronomia e veterinária. LEI Nº 4076 DE 23 JUN 1962 Regula o exercício da pro�ssão de geólogo. LEI Nº 6835 DE 14 OUT 1980 Dispõe sobre o exercício da pro�ssão de meteorologista, e dá outras providências. LEI Nº 7410 DE 27 NOV 1985 Dispõe sobre a especialização de engenheiros e arquitetos em engenharia de segurança do trabalho, a pro�ssão de técnico de segurança do trabalho, e dá outras providências. LEI Nº 6496 DE 07 DEZ 1977 Institui a “Anotação de Responsabilidade Técnica” na prestação de serviço de Engenharia, de Arquitetura e Agronomia, autoriza a criação pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Confea, de uma Mútua de Assistência Pro�ssional, e dá outras providências. No Quadro 2, veja o que o portal do Crea-PR dispõe sobre a ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, instituída pela Lei 6496 de 07 de Dezembro de1977: Quadro 1 – Principal legislação afeta à engenharia, arquitetura e agronomia 29 ART – Anotação de Responsabilidade Técnica: A ART ou Anotação de Responsabilidade Técnica é o documento que de�ne, para os efeitos legais, os responsáveis técnicos pelo desenvolvimento de atividades técnicas realizadas pelos pro�ssionais abrangidos pelo Sistema Confea/Crea. A ART é muito importante para o pro�ssional, pois ela garante: Direitos autorais ao pro�ssional; Direito à remuneração como comprovante da execução do serviço; Comprova a existência de contrato entre as partes; De�ne os limites da responsabilidade técnica (civil e criminal); Comprova a experiência do pro�ssional à medida que registra todas as atividades técnicas desempenhadas ao longo de sua carreira pro�ssional. Sempre que o pro�ssional �rmar um contrato escrito ou verbal com o seu contratante para a realização de obras/serviços de engenharia, é necessário o registro da ART pelo pro�ssional. Sempre que o pro�ssional for contratado por uma pessoa jurídica para exercer uma função envolva atividades para as quais precise da habilitação legal e dos conhecimentos técnicos, é necessário o registro da ART de desempenho de cargo ou função técnica. O preenchimento da ART é sempre de responsabilidade do pro�ssional, uma vez que ele responde por todas as informações contidas na ART. O pagamento da taxa da ART é de responsabilidade do pro�ssional quando ele for contratado como autônomo, e da pessoa jurídica quando se tratar de pro�ssional com vínculo empregatício com a empresa. É importante que os pro�ssionais saibam que nenhuma obra ou serviço podem iniciar sem o registro e pagamento da ART. Assim que o pro�ssional concluir a obra/serviço, é necessário que o mesmo comunique o Crea. Esse processo é conhecido como baixa da ART. Importante destacar que mesmo com a ART baixada, o pro�ssional continua responsável pela obra ou serviço. Uma construção sem a Anotação de Responsabilidade Técnica e sem a assinatura perante o Crea (mesmo que um engenheiro civil esteja como encarregado) está sujeita a multas e embargos. O proprietário da edi�cação Quadro 2 – ART – Anotação de Responsabilidade Técnica 30 precisa �car atento, pois, como vimos, a ART é a forma legal de responsabilizar o pro�ssional. Sem ela, não há garantia, perante a lei, de que ele responderá por acidentes e outros problemas. Como registrar a ART O registro da ART efetiva-se após o seu cadastro no sistema eletrônico do Crea e o recolhimento do valor correspondente. Cada pro�ssional e empresa possui um login e senha para acessar a área restrita no site do Crea-PR e preencher a ART. Apenas pro�ssionais com registro ou visto ativo no Crea-PR possuem acesso à área restrita para o registro de ART. Existem três tipos básicos de ART: 1. ART de obra ou serviço: relativa à execução de obras ou prestação de serviços; 2. ART de obra ou serviço de rotina, denominada ART múltipla, que especi�ca vários contratos referentes à execução de obras ou à prestação de serviços em determinado período; 3. ART de cargo ou função, relativa ao vínculo com pessoa jurídica para desempenho de cargo ou função técnica. Se o contrato de execução de obra ou prestação de serviço já registrado em ART sofrer alteração (de objeto, valor, alteração das atividades técnicas contratadas ou alteração de prazo de execução), deverá ser registrada uma ART complementar, vinculada à primeira. Em caso de erro de preenchimento da ART, deverá ser registrada uma ART de substituição, corrigindo os dados errados. Ao preencher a ART o pro�ssional deve informar seu nível de participação na obra ou serviço: ART individual: indica que a atividade objeto do contrato é desenvolvida por um único pro�ssional; ART de coautoria: indica que uma atividade técnica caracterizada como intelectual (exemplo: projeto), objeto de contrato único, é desenvolvida em conjunto por mais de um pro�ssional de mesma competência; ART de corresponsabilidade: indica que uma atividade técnica caracterizada como executiva (exemplo: execução de obra), objeto de contrato único, é desenvolvida em conjunto por mais de um pro�ssional de mesma competência; e 31 Fonte: Disponível aqui ART de equipe: indica que diversas atividades complementares, objetos de contrato único, são desenvolvidas em conjunto por mais de um pro�ssional com competências diferenciadas. As opções de preenchimento de ART no sistema do Crea-PR estão amparadas na legislação federal. Cada pro�ssional tem acesso a opções de preenchimento compatíveis com seu título, atividades e áreas de competência. O preenchimento incorreto da ART pode resultar em sua nulidade, se não houver a correção. Acesse olink: Disponível aqui Conheça na íntegra a Lei nº. 6.496 de 7 de Dezembro de 1977, Institui a "Anotação de Responsabilidade Técnica" na prestação de serviços de engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Confea, de uma Mútua de Assistência Pro�ssional; e dá outras providências. O Papel da ART na Fiscalização: A Anotação de Responsabilidade Técnica – ART é um instrumento legal instituído pela Lei 6.496/77 do Confea: 32 https://www.crea-pr.org.br/manualdojovemprofissional/exercicio-da-profissao.php http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6496.htm Art.1º – Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços pro�ssionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia �ca sujeito à “Anotação de Responsabilidade Técnica” (ART). Art.2º – A ART de�ne para os efeitos legais os responsáveis técnicos pelo empreendimento de engenharia, arquitetura e agronomia. § 1º– A ART será efetuada pelo pro�ssional ou pela empresa no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), de acordo com Resolução própria do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). § 2º– O Confea �xará os critérios e os valores das taxas da ART “ad referendum” do Ministro do Trabalho. Art.3º – A falta da ART sujeitará o pro�ssional ou a empresa à multa prevista na alínea “a” do Art. 73 da Lei nº 5.194, de 24 DEZ 1966, e demais cominações legais.” Desta forma, antes do início da obra ou serviço é obrigatório o registro da ART pelo pro�ssional, evitando uma futura autuação por Falta de ART. No local de �scalização, obra ou empreendimento, o Agente de Fiscalização identi�ca- se e em contato com a pessoa mais quali�cada para prestar informações solicita a documentação da obra ou serviço: ART, cópia dos projetos, contrato acompanhado da comprovação de realização da obra/serviço, ordem de serviço, entre outros, além de obter documentação fotográ�ca da obra/serviço e da identi�cação da responsabilidade técnica. De posse das informações, documentos e dados do proprietário, da obra/serviço e da responsabilidade técnica, o �scal gera um relatório de �scalização e deixa uma via do comprovante de �scalização no local para ciência do �scalizado (Crea-PR, 2020). 33 Prezado acadêmico, todas as profissões em nosso país são regidas por normas e Leis. Com a engenharia não poderia ser diferente, não é mesmo? Nesse sentido, seguem as principais normas para regulamentação da área. Uma NR – Norma regulamentadora é estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego e tem caráter obrigatório. A NBR é a sigla de Norma Brasileira aprovada pela ABNT de caráter voluntário e fundamentada no consenso da sociedade. Torna-se obrigatória quando essa condição é estabelecida pelo poder público. Seguem as principais NRs e NBRs da área: 34 NR 06 – Equipamentos de proteção individual – EPI: essa norma determina que o EPI só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certi�cado de Aprovação – CA. E que o mesmo deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA. Além disso, a empresa é obrigada a fornecê-los aos empregados, gratuitamente, de acordo com o risco aos quais estarão expostos, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: 1. sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças pro�ssionais e do trabalho; 2. enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas e; 3. para atender situações de emergência. A NR 06 ainda determina as obrigações que o empregador, os empregados, os fabricantes ou importadores, entre outros, têm em relação ao EPI. NR 8 – Edi�cações: essa norma de�ne os parâmetros para as edi�cações, observando-se a proteção contra a chuva, insolação excessiva ou falta de insolação, en�m, busca estabelecer condições do conforto nos locais de trabalho. NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade: essa norma visa estabelecer condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas – incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação – e cobrir em nível preventivo usuários e terceiros. NBR 6118 – Projetos de estruturas de concreto: considerada a “bíblia” do Engenheiro Civil, essa norma versa sobre as principais características das estruturas de concreto. Alguns dos principais assuntos abordados nessa diretriz são: - Diretrizes para durabilidade da estrutura de concreto; - Segurança e Estados Limites; Quadro 2 – ART – Anotação de Responsabilidade Técnica 35 - Resistências dos materiais; - Ações internas e externas nas estruturas de concreto armado; - Princípios gerais para dimensionamento de peças – Vigas, Pilares e Lajes; - Análise Estrutural. NBR 8800 – Projeto de estruturas de aço e estruturas mistas de aço e concreto: publicada há cerca de dois anos, representou um marco importante para a evolução das estruturas de aço e mistas de aço e concreto no Brasil. Essa norma, �nalizada após cerca de cinco anos de discussões, apresenta procedimentos atualizados, similares aos das normas internacionais mais aceitas, e compatíveis com outras normas brasileiras. Seu escopo engloba elementos estruturais com per�s abertos e tubulares. NBR 7480/2007 – Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado – Especi�cação: esta Norma estabelece os requisitos exigidos para encomenda, fabricação e fornecimento de barras e �os de aço destinados a armaduras para estruturas de concreto armado, com ou sem revestimento super�cial. NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão: considerado um dos regulamentos mais lidos por Engenheiros Eletricistas, esta norma estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão a �m de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e conservação dos bens. Funciona para o pro�ssional da área como um guia sobre o que se deve ou não fazer e traz um texto diferenciado. NBR 15831 – Veículos rodoviários – Remoção e reinstalação de motores: essa norma estabelece os princípios gerais para remoção, reinstalação e funcionamento de motores alternativos de combustão interna de aplicação rodoviária, agrícola, industrial, marítima, estacionária e ferroviária. NBR 17094 – Máquinas girantes – Motores de indução – Monofásico e trifásico: essa norma é composta por duas partes. A primeira estabelece os requisitos mínimos para montagem de motores de indução trifásico. E a segunda parte especi�ca os requisitos para motores de indução monofásicos assíncronos de rotor de gaiola. 36 Fonte: Disponível aqui NBR 14565 – Erocedimento básico para elaboração de projetos de cabeamento de telecomunicações para rede interna estruturada: essa norma tem como objetivo estabelecer os critérios mínimos para elaboração de projetos de rede interna estruturada de comunicações, em edi�cações comercial, independente do porte. A Norma se aplica a prédios comerciais, situados em um mesmo terreno, envolvendo os pontos de telecomunicações nas áreas de trabalho, os armários de telecomunicações, salas de equipamento, entre outros. No desenvolvimento de um projeto de cabeamento estruturado, a NBR 14565 pretende estabelecer a correta forma de aplicação dos conceitos de rede primaria e rede secundaria envolvendo todos os seus elementos constitutivos. Para consolidar seus conhecimentos sobreo assunto, é essencial que você identi�que e conheça as principais NRs e NBRsrelacionadas com o exercício da engenharia! Fique atento! 37 https://engenharia360.com/saiba-quais-as-nrs-e-nbrs-mais-importante-para-a-engenharia/ 04 O Perfil do Engenheiro do Século XXI 38 Prezado aluno, provavelmente em algum momentoda sua carreira como estudante ou mesmo como pro�ssional de engenharia você já deve ter se perguntado sobre as suas qualidades e per�l para exercer essa tão rica pro�ssão. Nesse aspecto, A Resolução do Conselho Nacional de Educação – CNE e da Câmara de Educação Superior – CES de 11 de março de 2002, institui diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em engenharia, dentre as quais se destaca o seguinte artigo: Art. 4º - A formação do engenheiro tem por objetivo dotar o pro�ssional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais: I - aplicar conhecimentos matemáticos, cientí�cos, tecnológicos e instrumentais à engenharia; II - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; IV - planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; V - identi�car, formular e resolver problemas de engenharia; VI - desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; VI - supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; VII - avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; VIII - comunicar-se e�cientemente nas formas escrita, oral e grá�ca; IX - atuar em equipes multidisciplinares; X - compreender e aplicar a ética e responsabilidade pro�ssionais; XI - avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; XII - avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; XIII - assumir a postura de permanente busca de atualização pro�ssional (RESOLUÇÃO CNE/CES, de 11/03/2002). Pelo enunciado dessa resolução você percebe o quanto a sociedade espera do pro�ssional de engenharia e também o tamanho da responsabilidade das instituições de ensino, no sentido de formar o pro�ssional apto a enfrentar os desa�os e necessidades do mercado de trabalho. Muitas vezes o engenheiro recém-formado sai da faculdade cheio de dúvidas para iniciar suas atividades pro�ssionais. A grande pergunte é: “que tipo de pro�ssional de engenharia o mercado exige?”. De acordo com uma pesquisa realizada por Nose; Rebelatto (2001, p. 26) com várias empresas, foram elencados 17 atributos necessários ao engenheiro em ordem de importância: Indivíduo comprometido com a qualidade do que faz; 39 Com habilidade para trabalhar em equipe; Com habilidade para conviver com mudanças; Com visão clara do papel cliente-consumidor; Com iniciativa para tomada de decisões; Usuário de ferramentas básicas de informática; Com domínio do inglês; Fiel para a organização em que trabalha; Que valoriza a ética pro�ssional; Com ambição pro�ssional/vontade de crescer; Capacitado para o planejamento; Com visão das necessidades do mercado; Que valoriza a dignidade/tem honra pessoal; Com visão do conjunto da pro�ssão; Com habilidades para economizar recursos; Preocupado com a segurança no trabalho; Com habilidade para conduzir homens. Se você não preenche todos os requisitos acima, não �que muito preocupado, a�nal, muitos desses atributos você conquistará ao longo da sua carreira. Porém, é importante que você tenha a consciência da necessidade de melhoria contínua, de aprimoramento constante, de modo a se tornar um pro�ssional indispensável para empresas e para o mercado de trabalho. Em cada área de atuação do engenheiro (e são várias as áreas) há necessidade de um per�l diferenciado para lidar com as peculiaridades. Nesse contexto, são destacados os atributos do engenheiro do trabalho: Ser portador de conhecimentos sólidos das ciências básicas, para a compreensão das novas tecnologias; Ser capaz de atuar em equipes multidisciplinares envolvendo especialistas tanto das ciências básicas quanto das ciências aplicadas; Estar convencido da realidade da educação continuada para acompanhar a dinâmica das novas tecnologias; Ser capaz de projetar e conduzir experimentos e com visão cientí�ca analisar e interpretar resultados; Estar convencido da importância de atuar pro�ssionalmente com responsabilidade e dentro da ética; Ser capaz de se comunicar efetivamente nas modalidades oral e escrita; Ser capaz de antever e entender o impacto das soluções de engenharia no contexto social e ambiental; Ser capaz de integrar conhecimentos técnico-cientí�cos no sentido da inovação e da solução dos problemas tecnológicos; Ter a iniciativa de fazer e de realizar na prática; 40 Ter tido a oportunidade de convivência em um ambiente cientí�co e tecnológico; Ser capaz de utilizar a informática como instrumento do exercício da engenharia; Ser capaz de analisar criticamente os modelos empregados tanto no estudo como na prática da engenharia; Ser capaz de gerenciar e operar sistemas complexos de engenharia; Ter a oportunidade de aprender sozinho e, com isso, executar sua capacidade criativa; Ter tido a oportunidade de exercitar seu espírito empreendedor (FERREIRA, 2000, p. 27). Procure compreender e identi�car osdiferentes atributos necessários ao engenheiro em cada uma de suas áreas deatuação. Fique atento a esses detalhes! Embora haja a necessidade de inúmeros atributos recomendados para que um engenheiro tenha sucesso em sua pro�ssão, não há uma regra �xa! A�nal, o engenheiro não é sinônimo de perfeição, não é mesmo? Considerando a grande responsabilidade que pesa sobre os seus ombros, é importante que esse pro�ssional seja um agregador, um líder que conduza sua equipe a atingir os objetivos propostos dentro dos prazos estabelecidos e com os recursos mínimos despendidos. De acordo com Rego; Braga (2014), quatro grandes categorias de virtudes podem auxiliar o engenheiro a melhor servir suas empresas e a zelar pela segurança do público em geral: autodireção, orientação para o bem geral, espírito de equipe e pro�ciência. E para o alcance dessas virtudes, é necessário prática e vivência. 41 Em decorrência do atual cenário econômico, em que prevalecem a competitividade e a redução de despesas a qualquer custo, o pro�ssional de engenharia precisa ter muito discernimento, a�nal, qualquer economia forçada em uma obra pode ter consequências desastrosas, não é mesmo? Por essa razão, a ética e a liderança são cada vez mais discutidas e exigidas nessa área. Um engenheiro recém-formado, no intuito de disfarçar a sua insegurança, muitas vezes torna-se um pro�ssional irredutível e insuportável aos seus subordinados, podendo, inclusive, paralisar a obra por desentendimentos com sua equipe. Nesse cenário, Rego; Braga (2014, pp. 121-122) destacam quatro virtudes atreladas à liderança no exercício da engenharia: Prudência – tomar decisões ponderadas, pesar as consequências, dos atos para as várias partes envolvidas, não “fechar os olhos” às ações não éticas dos seus colaboradores e aceitar as críticas dos outros; Justiça – procurar atribuir aos outros o que lhes é devido, providenciar para que as outras pessoas possam exercer as suas responsabilidades e velar pelos seus direitos, ponderar os direitos e interesses das várias partes envolvidas (por exemplo, empregados, clientes, público em geral); Fortaleza/fortitude – (força de espírito, coragem) – coragem para tomar riscos, perseverança perante obstáculos, resistência perante as di�culdades; Temperança – capacidade para distinguir entre o que é razoável/necessário e o que é autoindulgente, autocontrole, uso correto do tempo, dos esforços e dos 42 recursos. Os conhecimentos adquiridos na faculdade de engenharia são importantes e necessários para o exercício da sua função, no entanto, a melhor amiga do novo pro�ssional de engenharia é a experiência. Os primeiros anos da carreira do engenheiro são cruciais e moldarão o seu per�l de atuação. O aprendizado deve ser uma constante! Acesse o link: Disponível aqui Conheça os diversos campos de atuação do engenheiro! 43 https://www.ciadeestagios.com.br/conhecas-as-areas-de-atuacao-do-curso-de-engenharia/ Conclusão Caro aluno, vimos neste material alguns temas interessantes e necessários para o entendimento sobre a atuação do pro�ssional de Engenharia em um cenário altamente competitivo e seletivo,no qual muito se exige no que tange à formação acadêmica e há pouca contrapartida referente à questão �nanceira. Nesse ambiente de desequilíbrio entre as exigências ao pro�ssional e à sua remuneração, de acirrada disputa concorrencial e de forte pressão pela redução de custos, o pro�ssional de engenharia é forçado a tomar decisões que muitas vezes implicam em riscos à vida. Em contrapartida precisa mostrar resultados satisfatórios à empresa que trabalha ou a seus clientes no tocante à lucratividade. Essa situação implica necessariamente lidar com os conceitos de ética e de compliance a todo momento. Vimos que a ética tornou-se mais que uma exigência, transformando-se em uma condição vital para a continuidade do pro�ssional no mercado de trabalho. Abordamos também sobre as o exercício pro�ssional do engenheiro, compreendendo a atuação do Confea/Crea no papel de �scalização da pro�ssão. Vimos ainda sobre as principais leis que regulam a atividade, bem como as normas, tais como NRs e NBRs, além dos detalhes sobre a ART – Anotação de responsabilidade técnica. Buscamos sintetizar as principais leis e normas de modo a facilitar sua compreensão sobre a importância cada vez maior do engenheiro no cotidiano da sociedade como um todo. Finalizando nosso conteúdo, abordamos o per�l do Engenheiro do século XXI, identi�cando os principais atributos necessários à sua atuação nos mais diversos campos de atuação. Sucesso! 44 COMPLEMENTE SEUS ESTUDOS! Livro Ética para Engenheiros Autor: Armênio Rego; Jorge Braga Editora: Lídel Sinopse: A obra inclui casos práticos e códigos de ética e deontológicos de diversas especialidades e países. Filme O Céu de Outubro Ano: 1999 Sinopse: A história é ambientada no �nal dos anos 1950, em uma cidade em que a mineração é a maior empregadora local e conta a história de um adolescente de Homer Hickam (Jake Gyllenhaal) que ao saber que os russos colocaram o satélite Sputnik em órbita, começa a sonhar juntamente com seu amigos em também colocar um foguete seu em órbita. Com o apoio de uma professora do colégio onde estuda, Homer dá início ao projeto que irá mudar sua vida para sempre, pois passa a ser o passaporte que permitirá a eles que sejam aceitos por alguma universidade. 45 Web Cinco dicas para se tornar um bom engenheiro! A autora do vídeo apresenta sugestões que auxiliam os interessados em transformar ideias em projetos úteis. Vale a pena assistir!. Acesse o link 46 https://www.youtube.com/watch?v=tKd_XRkffjw ANTONIK, L. R. Compliance, ética, responsabilidade social e empresarial: uma visão prática. Rio de Janeiro: ALTA Books, 2016. FERREIRA, R. S. Tendências curriculares na formação do engenheiro do ano 2000., In: I. von Linsingen et al, Formação do Engenheiro: desa�os da atuação docente, tendências curriculares e questões da organização tecnológica. Florianópolis, Editora da UFSC: 1999, pp. 129-142. LAUDON, K.C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerencial. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. MACEDO, E. F. Código de ética pro�ssional comentado: engenharia, arquitetura, agronomia, geologia, geogra�a, meteorologia. 4. ed. rev. Brasília: Confea, 2011. PORTAL ENDEAVOR. Prevenindo com o compliance para não remediar o caixa. 2017. Disponível em: https://endeavor.org.br/pessoas/compliance/. Acesso em: 20 set. 2020. PORTAL FNQ – FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Gestão da informação e do conhecimento. [E-book]. 2016. Disponível em: https://prod.fnq.org.br/comunidade/wp- content/uploads/2018/12/n_19_gestao_da_informacao_e_do_conhecimento_fnq.pdf. Acesso em 10 jul. 2020. PORTAL FNQ – FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. O que é ética empresarial. [E- book]. 2017. Disponível em: https://fnq.org.br/comunidade/e-book-26-o-que-e-etica- empresarial/. Acesso em: 10 jul. 2020. REGO, A.; BRAGA, J. Ética para engenheiros: desa�ando a síndrome do vaivém challenger. Lisboa: Lidel Edições Técnicas, 2014. Referências 47 Ética e Compliance Exercício Profissional Legislação e Normas O Perfil do Engenheiro do Século XXI
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