Buscar

modelo-manifestacao-de-despacho-irregularidade-da-inicial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ VARA DO GABINETE CÍVEL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE CIDADE-ESTADO
Processo: _______________________
NOME DO AUTOR, já devidamente qualificado nos autos, representado por seu patrono já devidamente constituído conforme inicial (ou atuando em causa própria), vem, mui respeitosamente, perante a Vossa Excelência, em atenção o r. despacho proferido, se MANIFESTAR, com fulcro no artigo 436 do Novo Código de Processo Civil ( NCPC), pelos motivos e em seguida requerer o que segue:
DO CABIMENTO DA PRESENTE MANIFESTAÇÃO
Em r. despacho proferido de fls. (___) houve intimação do Autor a fim de que este sanasse irregularidade da inicial, conforme documento acostado aos autos, sob pena de não o fazer ter feito extinto sem julgamento de mérito.
É de conhecimento que, conforme prevê o artigo 1.001 do NCPC dos despachos não cabem recurso, ademais, conforme demonstraremos abaixo, para o caso discutido nesta peça, destacaremos a necessidade e cabimento de tal ato.
Notório que, conforme entendimento sobre as definições de despacho na esfera judicial, estes não possuem conteúdo decisório, sendo seu conteúdo tão ralo que nenhum gravame seria provocado às partes do processo e que, por sua natureza seriam insuscetíveis de ofender os direitos processuais das partes ou de terceiros, caso contrário, deixariam de ser despachos.
Pois bem, conforme r. despacho, vislumbra-se que tal conteúdo traz sim cunho decisório, senão vejamos: “caso não sanada a irregularidade da inicial, sofrerá a pena do feito ser extinto sem resolução do mérito”.
Visto o acima, identificado o cunho decisório do r. despacho, passa esse a ser decisão e não mais um mero despacho, cabendo então a aplicação do devido remédio processual legal a fim de atacar referida decisão com o recurso cabível.
Ademais, não sendo esse o entendimento de Vossa Excelência, devemos trazer a luz do objeto aqui discutido que o r. despacho intima o Autor a sanear a irregularidade da inicial, ou seja, falar sobre o comprovante ora acostado trazido em inicial e acostado a estes autos, tornando então cabível a aplicação do artigo 436 do NCPC, hierarquicamente anterior ao artigo 1.001 do mesmo código que traz:
“Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá:
(...)
IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.
(...)” (GRIFOS NOSSOS)
Diante disto, temos que como o despacho intima o Autor a falar sobre o documento acostado aos autos, cabe então a este se manifestar sobre o r. despacho.
Por todo o exposto, totalmente cabível a manifestação do Autor aqui elaborada a fim de esclarecer e se manifestar sobre o conteúdo do documento acostado em exordial.
MOTIVO DA MANIFESTAÇÃO (EX: IRREGULARIDADE DA INICIAL)
Conforme manifestado em r. despacho, foi requerido que o Autor sanasse irregularidade identificada na peça inicial conforme documento acostados a estes autos e transcrito abaixo:
“O comprovante de residência apresentado está em nome de terceiro sem declaração por este datada e assinada, com firma reconhecida ou acompanhada de cópia de seu RG, justificando a residência da parte autora no imóvel;”
Ainda, constou advertência no sentido de que se não sanada a irregularidade poderia o Autor incorrer na pena de extinção do feito sem resolução do mérito.
Reitera o Autor que (descrever os motivos pelo qual o Autor apresentou comprovante de residência em nome de terceiro ou porque não apresentou comprovante de residência).
Pois bem, cabe ressaltar, que o art. 319, novo Código de Processo Civil expressamente dispõe que a petição inicial indicará, entre outras informações, o domicílio e a residência do autor e do réu.
Vossa Excelência, com a devida vênia, o dispositivo não é literal, apenas exige a indicação do domicílio e residência, não existe a palavra comprovante.
Entretanto, em atendimento ao Princípio da Cooperação, o Autor, acostou a estes (o comprovante de residência – mesmo que em nome de terceiro; demais documentos que comprovassem seu domicílio – mesmo em nome de terceiro), entendendo então não haver necessidade alguma de saneamento de irregularidade da inicial, visto não haver o que ser sanado.
Ainda, a jurisprudência pátria é pacífica em reconhecer a inexigibilidade de comprovante de residência como condição de procedibilidade ao acesso à justiça.
Senão vejamos:
“PROCESSUAL CIVIL. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. AUSÊNCIA DE COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA ANULADA. 1. É descabido o indeferimento da petição inicial ante a ausência de juntada aos autos de comprovante de residência em nome do autor, uma vez que este se encontra devidamente qualificado na referida peça de ingresso, presumindo-se verdadeiros os dados pessoais ali inseridos. Além do mais, inexiste disposição legal que torne obrigatória a apresentação de tal documento, consoante art. 319 e 320 do CPC, que estabelecem os requisitos a serem observados pela demandante ao apresentar em Juízo sua inicial. Por fim, registra-se que o autor não se quedou inerte diante da intimação para juntada aos autos do documento em questão; informou, a tempo e modo, que os documentos apresentados já indicavam o seu endereço na zona rural de São Raimundo das Mangabeiras/MA, e que "(...) a localidade não possui serviços elétricos e saneamento." 2. Apelação do autor provida para anular a sentença, determinando o retorno dos autos à Vara de origem para a regular instrução do processo. (TRF-1 - AC: 00194152220184019199, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO NEVES DA CUNHA, Data de Julgamento: 02/03/2020, 1ª CÂMARA REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, Data de Publicação: 29/04/2020)” (GRIFOS NOSSOS)
“E M E N T A DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. AUSÊNCIA DE COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA EM NOME PRÓPRIO. DESNECESSIDADE. NULIDADE. - A necessária apresentação do comprovante de residência em nome próprio não se insere nos requisitos do art. 319, II, do CPC/2015, tampouco se enquadra na exigência prevista no art. 320 do mesmo diploma legal - A mera indicação do endereço da parte autora na petição inicial é suficiente para preencher o requisito relativo à informação de domicílio/residência, presumindo-se verdadeiros os dados pessoais ali inseridos, não sendo o comprovante de residência em nome próprio do postulante documento indispensável à propositura da demanda - Considerando que os preceitos legais de regência não exigem o documento pretendido pelo juízo a quo, consistente no comprovante de residência em nome próprio da autora, não houve ocorrência de nenhuma das hipóteses caracterizadoras da inépcia da inicial, nos termos do art. 330 do CPC/2015 - Sentença anulada, e determinado o retorno dos autos à origem para regular andamento ao processo. -Apelação da parte autora provida. (TRF-3 - ApCiv: 50071682120204039999 MS, Relator: Desembargador Federal GILBERTO RODRIGUES JORDAN, Data de Julgamento: 25/02/2021, 9ª Turma, Data de Publicação: e - DJF3 Judicial 1 DATA: 03/03/2021)
Diante do acima exposto, em homenagem ao Princípio da Cooperação (artigo 6 do CPC), Princípio Constitucional da Legalidade e Princípio Constitucional do Acesso à Justiça, o Autor requer, humildemente, a aceitação de Vossa Excelência do comprovante de residência ora juntado inicialmente a estes Autos e/ou a consideração da indicação do endereço e veracidade do alegado por seu patrono (caso haja advogado representando o Autor).
Nestes termos,
pede deferimento.
Cidade, dia de mês de ano.
ADVOGADO
OAB/XX XXX.XXX

Continue navegando