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Semiologia do sistema digestório

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O exame do sistema digestório se inicia na avaliação do 
sistema funcional, seja pela observação do animal, seja 
pela anamnese realizada com o tutor ou proprietário. É 
importante observar parâmetros como: 
• Apetite do animal: inapetência (ausência de 
apetite), anorexia (ingestão diminuída), bulimia 
(excesso de apetite), parorexia (apetite por 
alimentos não usuais, podendo ser específico ou 
inespecífico), etc. 
• Sede do animal: polidipsia (ingestão aumentada de 
água), adipsia (ausência de ingestão de água), etc. 
• Forma de apreensão do alimento: se o animal 
utiliza da língua, lábios, dentes, bico, e se essas 
estruturas possuem alguma alteração. 
• Mastigação: se há ptialismo (aumento da 
produção de saliva), aptialismo (ausência de 
produção salivar, muito comum na rânula em 
cães), sialorreia (excesso de saliva caindo da boca 
do animal), hipossialia (redução da produção 
salivar, muito comum em quadros de 
desidratação), etc. 
• Deglutição: se há disfagia (dificuldade para 
engolir), aerofagia (deglutição de ar, comum em 
distúrbios graves do bem-estar de equídeos), 
odinofagia (dor para deglutir), etc. 
• Eructação: se está aumentada (a presença de 
qualquer eructação nos equídeos indica dispepsia 
grave), diminuída ou ausente (em ruminantes 
indica obstrução ou indigestão ruminal). 
• Ruminação: se há hipotonia ou atonia ruminal (o 
normal é entre 5 e 13 movimentos ruminais em 
5 minutos). 
• Defecação: se a defecação é difícil, frequente, 
ausente, involuntária, presença de flatulências 
(não ocorrem em ruminantes), se há disquesia 
(dor ao defecar), tenesmo (vontade intensa de 
evacuar, porém não ocorre o esvaziamento 
completo), etc. 
• Vômito: se há a presença de vômito, avaliar 
origem (central, periférica ou mista), frequência, 
momento, odor, cor, aspecto, etc. 
• Fezes: avaliar forma, cor, odor, consistência, 
presença de corpos estranhos, etc. 
♯ Exame físico 
👅Boca 
↬ Inspeção: avaliação da mucosa oral, língua, 
dentes, lábios e hálito. 
↬ Palpação: apenas se constatada alguma 
alteração na inspeção. 
OBS.: sempre abrir a boca do animal 
posicionando os polegares e os indicadores/anelares 
atrás dos caninos. 
👅Faringe 
 ↬ Inspeção: avaliar as amígdalas e glândulas 
salivares. 
 ↬ Palpação: avaliar as amígdalas e glândulas 
salivares. 
👅Esôfago 
 ↬ Inspeção: presença de desvios, aumentos de 
volume, etc. 
↬ Palpação 
👅Abdome 
 ↬ Inspeção: avaliar forma e volume, procurando 
buscar a possível causa de determinada alteração. 
 ↬ Palpação externa: busca avaliar a tensão, 
sensibilidade, conteúdo, nº de movimentos ruminais, 
superfície e teste de piparote. 
 São palpados o epigastro (avaliando o estômago 
e o baço), o mesogastro (avaliando as alças intestinais) e 
o hipogastro. 
@pads.vet 
 ↬ Palpação interna em bovinos: avalia mucosa 
retal, saco cego dorsal caudal esquerdo do rume, rim 
esquerdo, alças intestinais, linfonodos internos, bexiga, 
genitália interna e aorta abdominal. 
 ↬ Palpação interna em equinos: avalia mucosa 
retal, baço, rim esquerdo, alças intestinais, anéis inguinais, 
base do ceco, bexiga, genitália interna e aorta abdominal. 
 ↬ Palpação interna em caninos: avalia a mucosa 
retal, cólon descendente, bolsas adanais, próstata, ossos 
pélvicos, uretra em fêmeas. 
 ↬ Percussão: avalia a presença de gás, líquidos 
ou sólidos na cavidade abdominal. 
 ↬ Auscultação: avalia os movimentos ruminais 
em animais ruminantes e borborigmos em equinos 
(movimentação intestinal – 10 a 12 em 5 minutos) 
O sistema digestório dos ruminantes é muito específico e 
requer exame detalhado. 
 
1. Apetite 
↬ Oferecer alimento e avaliar o interesse do 
animal por ele. Os ruminantes apreendem o 
alimento com a língua e cortam-no com os 
incisivos inferiores. 
2. Boca 
↬ Examinar a mastigação (amplos movimentos 
de lateralidade), deglutição, regurgitação, 
remastigação, redeglutição, etc. 
↬ Inspeção dos lábios: integridade, forma, 
presença de irregularidades, fechamento 
adequado da cavidade bucal, assimetria dos 
lábios, halitose (alimento na cavidade oral que o 
animal não consegue mastigar e/ou engolir), etc. 
↬ Inspeção dos dentes: abrir a boca do animal 
com os dois polegares no palato, inserindo a mão 
pelo diastema (região sem dentes), inspecionando 
cuidadosamente integridade, forma, etc. 
↬ Inspeção da língua: segurar com cuidado a 
língua e afastar para as laterais, examinando o 
lado oposto. Pode-se usar a lanterna. Avaliar 
também o tônus da língua ao soltá-la (deve voltar 
à posição original rapidamente). 
 
Feitosa 5ª ed. 
3. Esôfago 
↬ Inspeção: integridade do sulco da veia jugular, 
por onde passa o esôfago, do lado esquerdo do 
animal. 
↬ Palpação: usar as pontas dos dedos dos dois 
lados do esôfago e puxar para baixo. 
↬ Palpação interna: no exame do sistema 
digestório, é necessário realizar a palpação 
interna do esôfago com o uso de uma sonda 
esofágica, não apenas para o exame do esôfago 
(avaliação de obstrução, estenose, etc.), mas 
também para a colheita de conteúdo a fim de 
avaliar a microbiota ruminal. 
 
OBS.: Testes da microbiota ruminal 
♯ Estratificação do conteúdo ruminal 
1ª camada → gás (essa camada aparece como uma 
espuma) 
2ª camada → partículas maiores 
3ª camada → camada pastosa 
4ª camada → camada líquida 
♯ Teste do azul metileno 
O teste de azul de metileno consiste na observação de 
dois recipientes contendo suco ruminal do pacienta, um 
deles adicionado de azul de metileno. O tempo que a 
flora gram-negativa do conteúdo ruminal leva para 
reduzir o corante e a cor do recipiente retornar à 
original é cronometrado. Esse teste pode dizer se a 
flora ruminal encontra-se aumentada (indicando acidose 
ruminal), reduzida ou normal. 
♯ Infusórios 
Os infusórios são protozoários que habitam a microbiota 
dos ruminantes. A ausência ou redução desses seres 
indica indigestão ruminal. 
4. Abdome 
↬ Inspeção: contorno, integridade, assimetria, 
etc. 
↬ Palpação: palpar toda a região abdominal 
esquerda, onde o rúmen se encontra. Avaliar 
tensão, sensibilidade e conteúdo. 
 
5. Rúmen 
➤ Delimitação ruminal 
Guiar-se pelas delimitações pulmonar e cardíaca 
→ Limite craniodorsal do rúmen: limite posterior da 
delimitação pulmonar 
→ Limite dorsal: linha das apófises transversas, a partir 
do 11º EI 
→ Limite cranioventral: fazer uma linha nivelada entre a 
articulação escapuloumeral e o limite caudoventral do 
pulmão. Dessa interseção, faz-se uma linha até o coto 
umbilical do animal. 
→ Limite caudal: contornar a prega íleofemoral, 
passando pela entrada da pelve, e contornar a 
articulação femurotiobiopatelar até a linha branca. 
→ Limite ventral: continuar o limite caudal até o coto 
umbilical. 
OBS.: Estratificação ruminal (sentido dorsoventral) 
→ 1ª camada: camada gasosa – produz som 
subtimpânico na percussão; 
→ 2ª camada: camada pastosa – produz som 
submaciço na percussão; 
→ 3ª camada: camada líquida – produz som maciço não 
completamente na percussão; 
→ 4ª camada: camada sólida – produz som maciço 
absoluto na percussão; 
 
↬ Inspeção: avaliar a integridade da fossa 
paralombar, contar os movimentos ruminais 
(normal de 5 a 13 movimentos em 5 minutos). 
↬ Palpação: iniciar recontando os movimentos 
ruminais, em regiões onde não há presença da 
costela, e medindo sua amplitude. Colocar o punho 
sobre o vértice craniodorsal da fossa 
paralombar esquerda. Palpar também as 
camadas do rúmen (posicionar a parte distal da 
palma da mão sobre as costas dos dedos da 
outra). 
↬ Percussão: deve-se observar os sons 
subtimpânico (zona gasosa), submaciço (zona 
pastosa), maciço não completamente (zona 
líquida) e maciço absoluto (zona sólida). 
↬ Auscultação 
 
6. Avaliação cardiorreticular 
➤ Delimitação reticular 
Guiar-se pela delimitação ruminal, cardíaca e 
pulmonar 
→ Completar o limite caudal da delimitação cardíaca (6º 
EI) até a cartilagem xifoide. 
→ No lado direito o limite caudal vai até o umbigo, mas 
sua altura em relação à articulação escapuloumeralmuda de acordo com a idade do animal: 
Adultos: 1 dedo abaixo 
Jovens: 2 dedos abaixo 
Filhotes: 3 dedos abaixo 
 ↬ Teste de dor cardiorreticular/Gotze: avalia a 
dor na região cardiorreticular, sendo o 3º teste de dor 
feito no exame clínico. 
1. Apetite 
↬ Oferecer alimento e avaliar o interesse do 
animal por ele. Os equinos apreendem e 
selecionam o alimento com os lábios e cortam 
com os incisivos. 
2. Boca 
↬ Avaliar a mastigação (normal: movimento 
lateral da mandíbula) 
↬ Inpeção dos dentes (principalmente os 
incisivos): introduzir o dedo na área da bochecha 
e avaliar a superfície dos dentes, atentando-se 
à presença de pontas dentárias (problemas no 
desgaste). Pode-se usar sedação e 
instrumentações adequados para abrir a boca do 
cavalo caso necessário. 
 
OBS.: Cronolagia dentária 
A cronologia dentária é determinada pelos incisivos, 
nomeados a partir de uma linha imaginária que divide as 
hemimandíbulas (do medial para a lateral: pinça, médio e 
canto). 
 
SILVA, M. F. et al. 2003 
Os processos de desgaste do dente do equino são: 
⁂ Rasamento: somente a cavidade externa é visível 
⁂ Nivelamento: a camada externa torna-se apenas 
uma linha pouco visível, e a estrela dentária (cavidade 
interna) torna-se visível 
⁂ Triangulação: o formato do dente torna-se mais 
triangular. 
⁂ Biangulação: o formato do dente torna-se mais 
biangulado, às vezes quase retangular. 
Esses processos de desgaste, bem como a troca dos 
dentes decíduos pelos permanentes, ocorre em 
diferentes idades, de acordo com as tabelas: 
 Nascimento Rasamento Muda 
Pinças 7 dias 1 ano 2,5-3 anos 
Médios 30 dias 1,5 ano 3,5-4 anos 
Cantos 6 meses 2 anos 4,5-5 anos 
Tabela 1: processos de desgaste dos incisivos decíduos 
 
SILVA, M. F. et al. 2003. Cavalo de 1,5 ano de idade. Nota-se o rasamento das 
pinças, rasamento discreto dos médios e desgaste pouco visível dos cantos. 
 
SILVA, M. F. et al. 2003. Cavalo próximo aos 3 anos de idade. Nota-se o 
rasamento de todos os dentes decíduos e a erupção das pinças permanentes 
(presença da cavidade externa) 
 Pinças Médios Cantos 
Rasamento 6 anos 7 anos 8 anos 
Nivelamento 9 anos 10 anos 11-12 anos 
Triangulação 13 anos 14 anos 15-16 anos 
Biangulação 17 anos 18 anos 19-20 
anos 
Tabela 2: processos de desgaste dos incisivos 
permanentes. 
 
SILVA, M. F. et al. 2003. Cavalo de 5 anos de idade. Nota-se a erupção de 
todos os incisivos permanentes, mas nenhum deles encontra-se raso. 
 
SILVA, M. F. et al. 2003. Cavalo de 12 anos de idade. Nota-se que todos os 
incisivos já estão nivelados, ou seja, a cavidade externa é apenas uma linha 
pouco visível. 
 
SILVA, M. F. et al. 2003. Cavalo de 16 anos de idade. Nota-se que todos os 
dentes encontram-se nivelados e as pinças e médios encontram-se em 
processo de triangulação. 
 
SILVA, M. F. et al. 2003. Cavalo de 22 anos de idade. Nota-se que todos os 
dentes já se encontram biangulados. 
Também são observadas outras alterações com o 
avançar da idade, como a angulação do perfil de oclusão 
das arcadas. 
 
SILVA, M. F. et al. 2003 
3. Esôfago 
↬ Inspeção da área do sulco da veia jugular, por 
onde passa o esôfago, à esquerda da traqueia 
↬ Palpação externa: integridade, aumento de 
volume, etc. 
4. Abdome 
↬ Inspeção: formato, volume, integridade, etc. 
↬ Palpação externa: sensibilidade, etc. 
↬ Palpação interna 
↬ Auscultação: a auscultação no equino deve ser 
feita em quadrantes, e auscultados os 
borborigmos (movimentação do intestino), cuja 
contagem deve ser de 4-8/min. 
Quadrantes de auscultação: 
⁂ Quadrante dorsal direito: descarga ileocecal (ponto de 
início, na fossa paralombar) 
⁂ Quadrante ventral direito: movimentação dos cólons 
⁂ Quadrante dorsal esquerdo: 
⁂ Quadrante ventral esquerdo: movimentação dos 
cólons 
⁂ Quadrante ventral: 
5. Fezes 
↬ Inspeção: formato, quantidade, umidade, etc. 
1. Inspeção à distância 
↬ Score corporal 
↬ Histórico do animal 
↬ Sinais clínicos específicos (vômito, 
regurgitação, diarreia, constipação intestinal, 
etc.) 
2. Cabeça 
↬ Inspeção: avaliar área dos músculos da 
mastigação, glândulas salivares, conformação da 
mordida e encaixe dos dentes, integridade dos 
palatos, língua e fossas tonsilares (colocar o 
polegar sobre a língua para enxergar). 
↬ Palpação: músculos da mastigação, glândulas 
salivares (apenas submandibulares e parótidas, 
pois as zigomáticas e sublinguais não podem ser 
palpadas), palatos e língua. 
3. Esôfago 
↬ Inspeção: corre pelo lado esquerdo do 
pescoço. Avaliar integridade da área, aumento de 
volume, presença de fístulas, etc. 
↬ Palpação: individualiza-lo da traqueia e palpá-lo 
em toda extensão até o 8º EI. 
4. Abdome 
↬ Inspeção: avaliar se há aumento de volume, 
assimetrias, etc. 
↬ Palpação: a palpação ocorre em diferentes 
setores do abdome, a fim de identificar 
alterações nas vísceras abdominais. 
↬ Auscultação: auscultar os movimentos 
intestinais (normal: até 4 por minuto) 
Divisão do abdome 
⁂ Epigastro → 8º EI até a última costela 
 ↳ Estômago 
 ↳ Início do duodeno 
 ↳ Fígado (lado direito) 
 ↳ Baço (lado esquerdo) 
⁂ Mesogastro → Última costela até a asa ilíaca (palpar 
com as mãos em concha) 
 ↳ Alças intestinas 
 ↳ Cólon ascendente, transverso e parte do 
descendente 
⁂ Hipogastro → Asa ilíaca até o ânus 
 ↳ Parte do cólon descendente 
 ↳ Reto 
5. Ânus 
↬ Inspeção: musculatura coccígea e levantadora 
da cauda, glândulas e sacos anais, integridade do 
orifício anal, etc. 
↬ Palpação: palpar a região com cuidado para 
não esguichar secreção

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