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Práticas Clínicas de Atenção a Saúde da Mulher - Aula 01 (1)

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Professora:
Ruthe Éllen
Anatomia e fisiologia do aparelho
reprodutor feminino.
Prática Clínica do Processo de Cuidar da Saúde da Mulher 
O sistema reprodutor feminino é responsável
pela produção dos hormônios progesterona e
estrógeno e também pela produção dos
gametas femininos. Além disso, é nesse
sistema que encontramos o útero, órgão em
que ocorre o desenvolvimento do bebê durante
a gestação.
É formado pelas seguintes estruturas: Os
órgãos externos do sistema reprodutor
feminino, também chamados de vulva, são os
lábios maiores, os lábios menores e o clitóris.O
sistema genital feminino apresenta como
órgãos internos o ovário, as tubas uterinas, o
útero e a vagina.
VAGINA
Lábios maiores: São dobras de pele, ricas
em tecido adiposo, que protegem e
circundam o restante da vulva.
Lábios menores: Essas estruturas, que são
dobras da mucosa vaginal, delimitam a
abertura da vagina e da uretra.
Vulva
É delimitada e protegida por duas pregas
cutâneas, mucosas intensamente irrigadas e
inervadas: os grandes lábios, mas
interiormente , encontra-se os pequenos
lábios.
Clitóris: É uma estrutura homóloga ao pênis.
Também apresenta corpos eréteis, os quais
terminam em uma glande clitoridiana e um prepúcio.
Durante a excitação sexual, esse órgão se preenche
de sangue. É um dos pontos mais sensíveis do corpo
da mulher, fato explicado pela grande quantidade de
terminações nervosas ( 8.000 a 10.000). Logo abaixo
localiza-se a abertura uretral e vaginal. 
Vulva
Vagina: A vagina é um órgão
muscular e elástico no qual o pênis é
introduzido durante a cópula. Esse
órgão conecta o sistema ao exterior e
é o local de saída da criança no parto
normal. Possui cerca de 6 a 10 cm de
comprimento. 
Canal Vaginal
Canal Vaginal
É revestido por uma membrana mucosa,
cujo as células liberam glicogênio. Bactérias
presentes na mucosa vaginal ( Lactobacilos)
Fermentam o Glicogênio produzindo ácido
latico , impedindo a proliferação dos micro-
organismos patogênicos. 
 São responsáveis por liberar um líquido transparente
ou esbranquiçado, que representa a ejaculação
feminina (Contudo, isso não acontece para todas as
mulheres) durante a relação sexual. Seu
desenvolvimento varia de mulher para mulher, sendo
que em algumas, pode ser mais difícil estimular essa
glândula. Além de secretar um líquido viscoso durante
o clímax feminina na relação sexual — entendido
popularmente como a ejaculação feminina — existem
outras funções que a glândula desempenha.
Esse líquido secretado tem propriedades
antimicrobianas, que servem para proteger o trato
urinário contra infecções. 
Glândula de Skene 
As glândulas de Bartholin fazem parte da região
genital da mulher e estão localizadas no terço interior
dos grandes lábios. Elas são responsáveis por
produzir um fluido mucoso, que serve para lubrificar e
umidificar a vulva, principalmente durante a relação
sexual. Quando o ducto é obstruído nas glândulas de
Bartholin, existe a formação de um cisto, chamado de
cisto de Bartholin, que muitas vezes é assintomático,
mas eventualmente pode causar algum desconforto
ou dor ao sentar ou durante as relações sexuais. 
Glândulas de Bartholin
A entrada da Vagina é protegida por uma
membrana circular, o Hímen, que fecha
parcialmente o orifício Vulvovaginal, podendo ter
formatos diferentes. 
Anular: “É o mais frequente. Possui apenas um
orifício central na membrana”.
Complacente: “Também possui apenas um orifício
central, porém sua membrana é mais forte e mais
elástica. Por isso, dificilmente se rompe durante o
ato sexual. Por ser flexível, ele se adapta à
penetração”.
Hímen
Septado: “Possui um único orifício, mas existe uma
pequena pele que divide o orifício em dois. Por ser mais
resistente à penetração, ele pode estar associado às
dificuldades para ter as primeiras relações. 
Cribiforme: “Nele existem vários orifícios menores,
semelhante a uma peneira. Também pode necessitar de
intervenção cirúrgica por dificultar a penetração”.
Imperfurado: “É muito raro, mas costuma ser detectado
muito antes do início da vida sexual da mulher. A
procura por atendimento médico costuma acontecer
pela ausência de menstruação em menina na
puberdade, porque o sangramento fica retido, dores em
baixo ventre e aumento do abdome. Neste caso, o
tratamento é sempre cirúrgico”.
Hímen
Útero
 útero é um órgão, em formato de pera,
que possui paredes espessas e faz parte
do sistema reprodutor feminino. Esse
órgão apresenta como sua principal
função servir de local para o
desenvolvimento do bebê e está
localizado na parte anterior da cavidade
pélvica, mais precisamente em frente ao
reto e acima da bexiga. Esse órgão é
móvel, porém é fixado por vários
ligamentos (largo, redondo, cardinal e
uterossacro).
Útero
Partes do útero
O útero, em seu estado normal,
apresenta cerca de 7 cm de
comprimento e 5 cm de largura. Esse
órgão é encontrado em número de um
no corpo feminino e apresenta em seu
interior uma cavidade triangular. A
porção dilatada é chamada de corpo do
útero e a porção mais estreita, a qual se
abre na vagina, é denominada de colo
uterino, cérvice ou cérvix.
Útero
A parte superior da porção dilatada do
útero apresenta o formato de cúpula e
é denominada fundo do útero. É
possível observar que uma tuba uterina
penetra a cada lado da parte superior
do órgão pelos chamados óstios
tubários. Desse modo, o fundo do útero
está localizado entre duas tubas. Vale
destacar que as tubas uterinas são a
parte do sistema reprodutor feminino
em que ocorre, geralmente, a
fecundação.
Útero
Útero
O colo do útero, porção também chamada
por cérvice uterina, é a parte mais baixa do
útero. Nesse local, a camada muscular é
menor e observa-se maior quantidade de
tecido conjuntivo denso. Há, nele, uma grande
presença de glândulas que liberam uma
secreção importante no momento da
fertilização. Quando a mulher está ovulando,
secreções mais fluídas são liberadas e facilitam
a penetração do esperma para o interior do
útero.
Útero
O colo do útero pode ser dividido em duas
partes, sendo uma mais inferior, chamada
colo intravaginal, e a outra denominada
colo supravaginal ou extravaginal. O colo
intravaginal caracteriza-se por ser
englobado por projeções que partem da
parede da vagina, enquanto o colo
supravaginal não se apresenta circundado
por essas projeções da parede.
Útero
O interior do útero é revestido por um
tecido muito vascularizado e sua parede é
formada por três camadas : Perimétrio,
Endométrio e Miométrio 
Útero
Perimétrio: é o músculo que envolve a parte
externa do útero e garante sua localização na
cavidade uterina.
amada média ou miométrio: caracteriza-se por ser a mais espessa e é formada por tecido muscular liso. Nessa camada, verifica-se vários feixes musculares entrelaçados e tecido conjuntivo separando esses feixes. O miométrio, por sua vez, pode ser dividido em outras camadas que não podem ser muito bem definidas, sendo que, nas camadas intermediárias, observa-se a passagem de vasos sanguíneos que garantem a irrigação do órgão. Durante a gravidez, o miométrio apresenta grande aumento do número de células musculares e também o aumento dessas células.
Camada média ou miométrio: caracteriza-se por
ser a mais espessa e é formada por tecido
muscular liso. Nessa camada, verifica-se vários
feixes musculares entrelaçados e tecido
conjuntivo separando esses feixes. O miométrio,
por sua vez, pode ser dividido em outras camadas
que não podem ser muito bem definidas, sendo
que, nas camadas intermediárias, observa-se a
passagem de vasos sanguíneos que garantem a
irrigação do órgão. Durante a gravidez, o
miométrio apresenta grande aumento do número
de células musculares e também o aumento
dessas células.
Útero
Camada interna ou endométrio: reveste a
cavidade uterina e é formada por um tecido epitelial
e um tecido conjuntivo. O tecido epitelial é do tipo
simples colunar, formado por células ciliadas e
células secretoras. O tecido conjuntivo, por sua vez,
apresenta fibroblastos e é rico em matriz
extracelular. Podemos distinguir duas camadasno
endométrio: a camada basal (mais profunda) e a
camada funcional (a qual sofre muitas variações
durante os ciclos menstruais e é eliminada no
processo de menstruação). O endométrio é
altamente vascularizado, nele são observadas
artérias retas e artérias espirais, sendo as primeiras
responsáveis pela irrigação da camada basal; e as
últimas, pela irrigação da camada funcional.
Útero
Tubas Uterinas
intramural (parte uterina);
istmo, porção medial do órgão, com menor calibre;
ampola, parte mais dilatada, onde ocorre a fertilização
do óvulo;
infundíbulo, extremidade distal, mais próxima aos
ovários.
As tubas uterinas são dois tubos, de aproximadamente 10
cm cada, que conectam o útero aos ovários. São
compostas por três camadas, tecido mucoso, muscular e
seroso — assim como o útero. Anatomicamente, as
trompas se dividem em 4 partes:
Tubas Uterinas
Tubas Uterinas
A função das tubas uterinas é captar o
óvulo e conduzi-lo para o local da
fecundação. É no interior de uma das
tubas que o embrião se forma. Assim, no
momento da ovulação, as fímbrias se
movimentam, capturam o óvulo que é
liberado pelo ovário e o levam para a
região da ampola — as fímbrias são
franjas localizadas no infundíbulo, que se
abrem próximo ao ovário.
Tubas Uterinas
O infundíbulo, que é a extremidade distal da
tuba, tem um formato de funil e se abre na
cavidade peritoneal, no óstio abdominal.
Projeções mucosas semelhantes a dedos
estão presas à extremidade distal do
infundíbulo e são chamadas de fímbrias. Essas
fímbrias têm 1 mm de largura e se projetam
sobre a superfície medial dos ovários. A mais
longa das fímbrias, a fímbria ovárica, insere-se
na face superior de cada ovário.
Tubas Uterinas
A ampola, que é a parte mais longa do tubo,
tem 1 cm de diâmetro no seu ponto mais
largo e 5 a 7 cm de comprimento. Possui uma
parede fina e uma superfície luminal
dobrada, onde ocorre a fertilização.
Tubas Uterinas
O istmo, que é uma continuação lateral da parte
intramural, é uma parte arredondada e muscular
com 3 cm de comprimento e entre 1 e 5 mm de
largura.
a mucosa
a muscular
a serosa
As paredes das tubas uterinas são constituídas de três
camadas principais:
A mucosa é composta por pregas longitudinais, mais
pronunciadas no infundíbulo, e é revestida por uma
única camada de epitélio colunar alto. Existem três tipos
de células colunares dentro do epitélio: células
secretoras ciliadas, não ciliadas e células intercaladas.
Tubas Uterinas
Tubas Uterinas
As células ciliadas são mais predominantes na porção distal
das tubas e desenvolvem mais cílios na primeira metade do
ciclo menstrual. O movimento ondulatório dos cílios auxilia
no movimento do óvulo pelas tubas uterinas.
As células secretoras não ciliadas mais longas são mais
ativas durante a ovulação e, diferentemente das células
ciliadas, são mais predominantes na porção proximal das
tubas. Essas células secretam um fluido que é impulsionado
com o óvulo em direção ao útero, pelos cílios. A secreção
fornece um nutriente para o óvulo fertilizado e também
auxilia na capacitação, uma etapa da maturação, dos
espermatozoides. Após a menopausa, o epitélio diminui em
altura devido à redução do número de células ciliadas.
Tubas Uterinas
A camada muscular é subdividida em duas
camadas: uma camada circular interna e uma
camada longitudinal externa. A atividade contrátil
conjunta dessas camadas resulta em contrações
peristálticas das tubas uterinas, que auxiliam na
propulsão do óvulo fertilizado.
Endometriose
Quais condições podem afetar as tubas uterinas?
Como vimos, a função das tubas uterinas é essencial para o processo de fecundação que
ocorre na gravidez espontânea. Entretanto, existem algumas doenças e condições que
prejudicam a permeabilidade tubária, provocando infertilidade. Veja quais!
A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina e pode afetar várias
funções do sistema reprodutor, incluindo a permeabilidade tubária. Isso ocorre porque, nessa
doença, existem implantes de endométrio (tecido que recobre a parede uterina) fora do útero.
Esse tecido ectópico provoca uma inflamação nos órgãos lesionados, o que pode resultar em
formação de cicatrizes e distorção anatômica das tubas uterinas.
Tubas Uterinas
Salpingite
A salpingite é uma inflamação nas tubas uterinas que normalmente faz parte da doença
inflamatória pélvica (DIP), um quadro que envolve outros processos patológicos simultâneos,
como a endometrite (inflamação no endométrio). A DIP é uma condição polimicrobiana e está
fortemente associada com as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Nesses casos, a salpingite pode levar ao acúmulo de líquido no interior das tubas uterinas,
condição chamada hidrossalpinge, dificultando a movimentação dos espermatozoides até o
óvulo. Além disso, tanto a DIP quanto a endometriose são causas de gravidez ectópica, uma
vez que, quando a fecundação acontece, o embrião não consegue migrar até o útero e se
implanta na própria tuba.
Tubas Uterinas
Laqueadura
Malformações congênitas
A laqueadura é uma cirurgia eletiva de contracepção definitiva que envolve a obstrução das
tubas uterinas. Para isso, as trompas são cortadas, amarradas ou bloqueadas com grampos,
anéis cirúrgicos ou outros métodos. Dessa forma, os gametas masculino e feminino não
conseguem se unir para gerar um embrião.
Apesar de ser uma escolha consciente, algumas mulheres mudam de planos após anos de
laqueadura e decidem ter mais filhos. A cirurgia de recanalização tubária nem sempre tem
bons resultados e a restauração da fertilidade também depende de outros fatores, como
idade da paciente e situação da reserva ovariana.
Em raros casos, a mulher nasce com as tubas uterinas subdesenvolvidas devido a falhas no
processo de formação dos órgãos reprodutores, ainda no período intrauterino. Isso pode ser
parte de um quadro de agenesia que envolve ainda a ausência ou a malformação do útero e
da parte superior da vagina.
Tubas Uterinas
Ovários
Ovários
 Características gerais 
Os ovários são duas estruturas localizadas na cavidade
pélvica que mudam sua posição durante o
desenvolvimento. Essas estruturas apresentam formato
de amêndoa, tendo forma alongada no sentido
craniocaudal. Durante o ápice da atividade menstrual da
mulher, a superfície do ovário apresenta-se rugosa em
razão do desenvolvimento dos folículos ovarianos
(ovócitos envolvidos por células foliculares, também
chamadas de células da granulosa). Geralmente os ovários
possuem 3 cm de comprimento, 1,5 cm de largura e 1cm
de espessura.O ovário possui duas zonas distintas
principais: o córtex e a medula. Na região do córtex, é
possível observar os folículos em diferentes estágios de
desenvolvimento. Já a medula ocupa a região central e
fornece células intersticiais que formam a teca dos
folículos.
No início da vida, o ovário apresenta-se pequeno,
mas vai aumentando de tamanho até a fase
adulta. Durante a menopausa, observa-se
regressão. Quando ocorre o crescimento do ovário
no feto, milhares de ovogonias são produzidas.
Vale frisar que, apesar de aumentar de tamanho
durante o desenvolvimento, o ovário não está
produzindo novas células reprodutivas."
Ovários
 
Os ovários possuem duas funções básicas: ovogênese e esteroidogênese. Esse último processo
relaciona-se com a produção de hormônios sexuais, como o estrógeno e a progesterona. São
esses dois hormônios os responsáveis pelo funcionamento adequado do ciclo ovulatório, além de
atuar no surgimento de caracteres sexuais secundários.
A ovogênese diz respeito à formação dos ovócitos e inicia-se ainda na fase fetal, quando várias
ovogonias são produzidas. Essas células interrompem sua atividade na prófase da meiose
(ovócitos primários), voltando a se dividir apenas na puberdade, quando se iniciam os ciclos
menstruais e, consequentemente, a ovulação.
A ovulação é o momento em que ocorre a liberação da célula germinativa feminina (ovócito II) que
está pronta para ser fecundada. Essa liberação ocorre por meio da ruptura da parede do folículo.
A ovulação ocorreem intervalos regulares em mulheres na fase reprodutiva e geralmente
acontece na metade do ciclo menstrual, aproximadamente."
Ovários

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