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Professora: Ruthe Éllen Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino. Prática Clínica do Processo de Cuidar da Saúde da Mulher O sistema reprodutor feminino é responsável pela produção dos hormônios progesterona e estrógeno e também pela produção dos gametas femininos. Além disso, é nesse sistema que encontramos o útero, órgão em que ocorre o desenvolvimento do bebê durante a gestação. É formado pelas seguintes estruturas: Os órgãos externos do sistema reprodutor feminino, também chamados de vulva, são os lábios maiores, os lábios menores e o clitóris.O sistema genital feminino apresenta como órgãos internos o ovário, as tubas uterinas, o útero e a vagina. VAGINA Lábios maiores: São dobras de pele, ricas em tecido adiposo, que protegem e circundam o restante da vulva. Lábios menores: Essas estruturas, que são dobras da mucosa vaginal, delimitam a abertura da vagina e da uretra. Vulva É delimitada e protegida por duas pregas cutâneas, mucosas intensamente irrigadas e inervadas: os grandes lábios, mas interiormente , encontra-se os pequenos lábios. Clitóris: É uma estrutura homóloga ao pênis. Também apresenta corpos eréteis, os quais terminam em uma glande clitoridiana e um prepúcio. Durante a excitação sexual, esse órgão se preenche de sangue. É um dos pontos mais sensíveis do corpo da mulher, fato explicado pela grande quantidade de terminações nervosas ( 8.000 a 10.000). Logo abaixo localiza-se a abertura uretral e vaginal. Vulva Vagina: A vagina é um órgão muscular e elástico no qual o pênis é introduzido durante a cópula. Esse órgão conecta o sistema ao exterior e é o local de saída da criança no parto normal. Possui cerca de 6 a 10 cm de comprimento. Canal Vaginal Canal Vaginal É revestido por uma membrana mucosa, cujo as células liberam glicogênio. Bactérias presentes na mucosa vaginal ( Lactobacilos) Fermentam o Glicogênio produzindo ácido latico , impedindo a proliferação dos micro- organismos patogênicos. São responsáveis por liberar um líquido transparente ou esbranquiçado, que representa a ejaculação feminina (Contudo, isso não acontece para todas as mulheres) durante a relação sexual. Seu desenvolvimento varia de mulher para mulher, sendo que em algumas, pode ser mais difícil estimular essa glândula. Além de secretar um líquido viscoso durante o clímax feminina na relação sexual — entendido popularmente como a ejaculação feminina — existem outras funções que a glândula desempenha. Esse líquido secretado tem propriedades antimicrobianas, que servem para proteger o trato urinário contra infecções. Glândula de Skene As glândulas de Bartholin fazem parte da região genital da mulher e estão localizadas no terço interior dos grandes lábios. Elas são responsáveis por produzir um fluido mucoso, que serve para lubrificar e umidificar a vulva, principalmente durante a relação sexual. Quando o ducto é obstruído nas glândulas de Bartholin, existe a formação de um cisto, chamado de cisto de Bartholin, que muitas vezes é assintomático, mas eventualmente pode causar algum desconforto ou dor ao sentar ou durante as relações sexuais. Glândulas de Bartholin A entrada da Vagina é protegida por uma membrana circular, o Hímen, que fecha parcialmente o orifício Vulvovaginal, podendo ter formatos diferentes. Anular: “É o mais frequente. Possui apenas um orifício central na membrana”. Complacente: “Também possui apenas um orifício central, porém sua membrana é mais forte e mais elástica. Por isso, dificilmente se rompe durante o ato sexual. Por ser flexível, ele se adapta à penetração”. Hímen Septado: “Possui um único orifício, mas existe uma pequena pele que divide o orifício em dois. Por ser mais resistente à penetração, ele pode estar associado às dificuldades para ter as primeiras relações. Cribiforme: “Nele existem vários orifícios menores, semelhante a uma peneira. Também pode necessitar de intervenção cirúrgica por dificultar a penetração”. Imperfurado: “É muito raro, mas costuma ser detectado muito antes do início da vida sexual da mulher. A procura por atendimento médico costuma acontecer pela ausência de menstruação em menina na puberdade, porque o sangramento fica retido, dores em baixo ventre e aumento do abdome. Neste caso, o tratamento é sempre cirúrgico”. Hímen Útero útero é um órgão, em formato de pera, que possui paredes espessas e faz parte do sistema reprodutor feminino. Esse órgão apresenta como sua principal função servir de local para o desenvolvimento do bebê e está localizado na parte anterior da cavidade pélvica, mais precisamente em frente ao reto e acima da bexiga. Esse órgão é móvel, porém é fixado por vários ligamentos (largo, redondo, cardinal e uterossacro). Útero Partes do útero O útero, em seu estado normal, apresenta cerca de 7 cm de comprimento e 5 cm de largura. Esse órgão é encontrado em número de um no corpo feminino e apresenta em seu interior uma cavidade triangular. A porção dilatada é chamada de corpo do útero e a porção mais estreita, a qual se abre na vagina, é denominada de colo uterino, cérvice ou cérvix. Útero A parte superior da porção dilatada do útero apresenta o formato de cúpula e é denominada fundo do útero. É possível observar que uma tuba uterina penetra a cada lado da parte superior do órgão pelos chamados óstios tubários. Desse modo, o fundo do útero está localizado entre duas tubas. Vale destacar que as tubas uterinas são a parte do sistema reprodutor feminino em que ocorre, geralmente, a fecundação. Útero Útero O colo do útero, porção também chamada por cérvice uterina, é a parte mais baixa do útero. Nesse local, a camada muscular é menor e observa-se maior quantidade de tecido conjuntivo denso. Há, nele, uma grande presença de glândulas que liberam uma secreção importante no momento da fertilização. Quando a mulher está ovulando, secreções mais fluídas são liberadas e facilitam a penetração do esperma para o interior do útero. Útero O colo do útero pode ser dividido em duas partes, sendo uma mais inferior, chamada colo intravaginal, e a outra denominada colo supravaginal ou extravaginal. O colo intravaginal caracteriza-se por ser englobado por projeções que partem da parede da vagina, enquanto o colo supravaginal não se apresenta circundado por essas projeções da parede. Útero O interior do útero é revestido por um tecido muito vascularizado e sua parede é formada por três camadas : Perimétrio, Endométrio e Miométrio Útero Perimétrio: é o músculo que envolve a parte externa do útero e garante sua localização na cavidade uterina. amada média ou miométrio: caracteriza-se por ser a mais espessa e é formada por tecido muscular liso. Nessa camada, verifica-se vários feixes musculares entrelaçados e tecido conjuntivo separando esses feixes. O miométrio, por sua vez, pode ser dividido em outras camadas que não podem ser muito bem definidas, sendo que, nas camadas intermediárias, observa-se a passagem de vasos sanguíneos que garantem a irrigação do órgão. Durante a gravidez, o miométrio apresenta grande aumento do número de células musculares e também o aumento dessas células. Camada média ou miométrio: caracteriza-se por ser a mais espessa e é formada por tecido muscular liso. Nessa camada, verifica-se vários feixes musculares entrelaçados e tecido conjuntivo separando esses feixes. O miométrio, por sua vez, pode ser dividido em outras camadas que não podem ser muito bem definidas, sendo que, nas camadas intermediárias, observa-se a passagem de vasos sanguíneos que garantem a irrigação do órgão. Durante a gravidez, o miométrio apresenta grande aumento do número de células musculares e também o aumento dessas células. Útero Camada interna ou endométrio: reveste a cavidade uterina e é formada por um tecido epitelial e um tecido conjuntivo. O tecido epitelial é do tipo simples colunar, formado por células ciliadas e células secretoras. O tecido conjuntivo, por sua vez, apresenta fibroblastos e é rico em matriz extracelular. Podemos distinguir duas camadasno endométrio: a camada basal (mais profunda) e a camada funcional (a qual sofre muitas variações durante os ciclos menstruais e é eliminada no processo de menstruação). O endométrio é altamente vascularizado, nele são observadas artérias retas e artérias espirais, sendo as primeiras responsáveis pela irrigação da camada basal; e as últimas, pela irrigação da camada funcional. Útero Tubas Uterinas intramural (parte uterina); istmo, porção medial do órgão, com menor calibre; ampola, parte mais dilatada, onde ocorre a fertilização do óvulo; infundíbulo, extremidade distal, mais próxima aos ovários. As tubas uterinas são dois tubos, de aproximadamente 10 cm cada, que conectam o útero aos ovários. São compostas por três camadas, tecido mucoso, muscular e seroso — assim como o útero. Anatomicamente, as trompas se dividem em 4 partes: Tubas Uterinas Tubas Uterinas A função das tubas uterinas é captar o óvulo e conduzi-lo para o local da fecundação. É no interior de uma das tubas que o embrião se forma. Assim, no momento da ovulação, as fímbrias se movimentam, capturam o óvulo que é liberado pelo ovário e o levam para a região da ampola — as fímbrias são franjas localizadas no infundíbulo, que se abrem próximo ao ovário. Tubas Uterinas O infundíbulo, que é a extremidade distal da tuba, tem um formato de funil e se abre na cavidade peritoneal, no óstio abdominal. Projeções mucosas semelhantes a dedos estão presas à extremidade distal do infundíbulo e são chamadas de fímbrias. Essas fímbrias têm 1 mm de largura e se projetam sobre a superfície medial dos ovários. A mais longa das fímbrias, a fímbria ovárica, insere-se na face superior de cada ovário. Tubas Uterinas A ampola, que é a parte mais longa do tubo, tem 1 cm de diâmetro no seu ponto mais largo e 5 a 7 cm de comprimento. Possui uma parede fina e uma superfície luminal dobrada, onde ocorre a fertilização. Tubas Uterinas O istmo, que é uma continuação lateral da parte intramural, é uma parte arredondada e muscular com 3 cm de comprimento e entre 1 e 5 mm de largura. a mucosa a muscular a serosa As paredes das tubas uterinas são constituídas de três camadas principais: A mucosa é composta por pregas longitudinais, mais pronunciadas no infundíbulo, e é revestida por uma única camada de epitélio colunar alto. Existem três tipos de células colunares dentro do epitélio: células secretoras ciliadas, não ciliadas e células intercaladas. Tubas Uterinas Tubas Uterinas As células ciliadas são mais predominantes na porção distal das tubas e desenvolvem mais cílios na primeira metade do ciclo menstrual. O movimento ondulatório dos cílios auxilia no movimento do óvulo pelas tubas uterinas. As células secretoras não ciliadas mais longas são mais ativas durante a ovulação e, diferentemente das células ciliadas, são mais predominantes na porção proximal das tubas. Essas células secretam um fluido que é impulsionado com o óvulo em direção ao útero, pelos cílios. A secreção fornece um nutriente para o óvulo fertilizado e também auxilia na capacitação, uma etapa da maturação, dos espermatozoides. Após a menopausa, o epitélio diminui em altura devido à redução do número de células ciliadas. Tubas Uterinas A camada muscular é subdividida em duas camadas: uma camada circular interna e uma camada longitudinal externa. A atividade contrátil conjunta dessas camadas resulta em contrações peristálticas das tubas uterinas, que auxiliam na propulsão do óvulo fertilizado. Endometriose Quais condições podem afetar as tubas uterinas? Como vimos, a função das tubas uterinas é essencial para o processo de fecundação que ocorre na gravidez espontânea. Entretanto, existem algumas doenças e condições que prejudicam a permeabilidade tubária, provocando infertilidade. Veja quais! A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina e pode afetar várias funções do sistema reprodutor, incluindo a permeabilidade tubária. Isso ocorre porque, nessa doença, existem implantes de endométrio (tecido que recobre a parede uterina) fora do útero. Esse tecido ectópico provoca uma inflamação nos órgãos lesionados, o que pode resultar em formação de cicatrizes e distorção anatômica das tubas uterinas. Tubas Uterinas Salpingite A salpingite é uma inflamação nas tubas uterinas que normalmente faz parte da doença inflamatória pélvica (DIP), um quadro que envolve outros processos patológicos simultâneos, como a endometrite (inflamação no endométrio). A DIP é uma condição polimicrobiana e está fortemente associada com as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Nesses casos, a salpingite pode levar ao acúmulo de líquido no interior das tubas uterinas, condição chamada hidrossalpinge, dificultando a movimentação dos espermatozoides até o óvulo. Além disso, tanto a DIP quanto a endometriose são causas de gravidez ectópica, uma vez que, quando a fecundação acontece, o embrião não consegue migrar até o útero e se implanta na própria tuba. Tubas Uterinas Laqueadura Malformações congênitas A laqueadura é uma cirurgia eletiva de contracepção definitiva que envolve a obstrução das tubas uterinas. Para isso, as trompas são cortadas, amarradas ou bloqueadas com grampos, anéis cirúrgicos ou outros métodos. Dessa forma, os gametas masculino e feminino não conseguem se unir para gerar um embrião. Apesar de ser uma escolha consciente, algumas mulheres mudam de planos após anos de laqueadura e decidem ter mais filhos. A cirurgia de recanalização tubária nem sempre tem bons resultados e a restauração da fertilidade também depende de outros fatores, como idade da paciente e situação da reserva ovariana. Em raros casos, a mulher nasce com as tubas uterinas subdesenvolvidas devido a falhas no processo de formação dos órgãos reprodutores, ainda no período intrauterino. Isso pode ser parte de um quadro de agenesia que envolve ainda a ausência ou a malformação do útero e da parte superior da vagina. Tubas Uterinas Ovários Ovários Características gerais Os ovários são duas estruturas localizadas na cavidade pélvica que mudam sua posição durante o desenvolvimento. Essas estruturas apresentam formato de amêndoa, tendo forma alongada no sentido craniocaudal. Durante o ápice da atividade menstrual da mulher, a superfície do ovário apresenta-se rugosa em razão do desenvolvimento dos folículos ovarianos (ovócitos envolvidos por células foliculares, também chamadas de células da granulosa). Geralmente os ovários possuem 3 cm de comprimento, 1,5 cm de largura e 1cm de espessura.O ovário possui duas zonas distintas principais: o córtex e a medula. Na região do córtex, é possível observar os folículos em diferentes estágios de desenvolvimento. Já a medula ocupa a região central e fornece células intersticiais que formam a teca dos folículos. No início da vida, o ovário apresenta-se pequeno, mas vai aumentando de tamanho até a fase adulta. Durante a menopausa, observa-se regressão. Quando ocorre o crescimento do ovário no feto, milhares de ovogonias são produzidas. Vale frisar que, apesar de aumentar de tamanho durante o desenvolvimento, o ovário não está produzindo novas células reprodutivas." Ovários Os ovários possuem duas funções básicas: ovogênese e esteroidogênese. Esse último processo relaciona-se com a produção de hormônios sexuais, como o estrógeno e a progesterona. São esses dois hormônios os responsáveis pelo funcionamento adequado do ciclo ovulatório, além de atuar no surgimento de caracteres sexuais secundários. A ovogênese diz respeito à formação dos ovócitos e inicia-se ainda na fase fetal, quando várias ovogonias são produzidas. Essas células interrompem sua atividade na prófase da meiose (ovócitos primários), voltando a se dividir apenas na puberdade, quando se iniciam os ciclos menstruais e, consequentemente, a ovulação. A ovulação é o momento em que ocorre a liberação da célula germinativa feminina (ovócito II) que está pronta para ser fecundada. Essa liberação ocorre por meio da ruptura da parede do folículo. A ovulação ocorreem intervalos regulares em mulheres na fase reprodutiva e geralmente acontece na metade do ciclo menstrual, aproximadamente." Ovários
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