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Modelo de Gestão e Financiamento da 
Saúde no Brasil 
Gestão do 
Financiamento na 
Saúde
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JULIANA APARECIDA PEREIRA MEDEIROS
AUTORIA
Juliana Aparecida Pereira Medeiros
Olá! Sou graduada em Serviço Social (ULBRA) e especialista 
em Qualidade de Saúde e Segurança do Paciente (ENSP/FIOCRUZ). 
Possuo experiência técnico-profissional em serviço social hospitalar, 
hotelaria hospitalar e segurança do paciente. Estou aqui para contribuir 
no desenvolvimento da cultura, da qualidade, e da segurança em saúde, 
auxiliando profissionais e organizações a melhorarem continuamente. 
Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens, a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Princípios da Gestão de Sistemas e de Serviços de Saúde ...... 10
Gerenciamento de Natureza Técnico-Assistencial ................................................. 11
Conceituando a Gestão em Saúde .................................................................................... 13
Indicadores........................................................................................................................................... 15
Políticas e Legislação da Saúde no Brasil ........................................ 17
Marcos Regulatórios do Direito à Saúde no Brasil ................................................ 18
A Criação do SUS .......................................................................................................................... 20
O Pacto pela Saúde de 2006: Consolidação do SUS ......................................... 21
Atenção Primária à Saúde: Fundamentos e Desafios ...........................................22
Conceituando a Atenção Primária à Saúde ................................................................23
Conjuntura da Gestão da Saúde no Brasil ........................................26
Realidade Nacional ........................................................................................................................27
A Judicialização e a Terceirização da Saúde Pública ...........................................29
Perspectivas Teórico-Metodológicas ...............................................................................32
O Sistema Único de Saúde – SUS.........................................................34
Histórico do Sistema Único de Saúde .............................................................................35
Direitos dos Usuários ..................................................................................................................37
Princípios do Sistema Único de Saúde .......................................................................... 39
Princípios Finalísticos do SUS ............................................................................................... 39
Princípios Organizativos ............................................................................................................ 41
Financiamento do SUS ................................................................................................................43
Diretrizes do Sistema Único de Saúde ............................................................................45
O SUS e o Estado .......................................................................................................................... 46
7
UNIDADE
01
Gestão do Financiamento na Saúde
8
INTRODUÇÃO
Sabe-se que, historicamente, o sistema público de saúde do Brasil 
é marcado pela carência de recursos, tidos sempre como insuficientes 
para suprir a demanda crescente da população. A gestão pública 
brasileira, em todos os seus setores, carrega consigo a marca da 
precariedade administrativa e da corrupção, o que acaba por impedir que 
se cumpra a legislação e se concretize as políticas de saúde. Veremos 
como a aplicação dos princípios da gestão, buscando a profissionalização 
administrativa no setor público, será capaz de mudar o paradigma vigente 
de uma saúde deficitária e ineficiente. Analisaremos o atual cenário da 
gestão em saúde no Brasil e como a questão afeta a efetivação das 
políticas de saúde públicas levando o Estado ao descumprimento de 
seu próprio ordenamento jurídico com impactos negativos e severos na 
saúde e qualidade de vida de seu povo. Convidamos você a adentrar 
no universo da saúde brasileira, entendendo seus fundamentos, suas 
políticas, identificando desafios e contribuindo para a evolução de um 
sistema de saúde considerado padrão, altamente dinâmico, em contínua 
construção. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo!
Gestão do Financiamento na Saúde
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1 – Modelo de gestão e 
financiamento da saúde no Brasil.
Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Identificar os aspectos legais da gestão em saúde no Brasil.
2. Identificar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
3. Discernir sobre os desafios da gestão e do financiamento do SUS.
4. Realizar análise crítica do financiamento e gestão do SUS.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
Gestão do Financiamento na Saúde
10
Princípios da Gestão de Sistemas e de 
Serviços de Saúde
OBJETIVO:
Ao finalizar este capítulo, você irá compreender os 
fundamentos da gestão do financiamento dos serviços 
públicos de saúde no Brasil, com base na história da 
constituição do SUS, bem como os princípios, as leis e 
as políticas de saúde que regem o seu funcionamento. 
Também será capaz de analisar criticamente os problemas 
históricos, e os desafios atuais que ainda dificultam a 
efetivação do direito à saúde no país, como preconizado 
no ordenamento jurídico causando disfunções e 
descontentamentos que acabaram por abrir o sistema a 
críticas e promoção de medidas e intervenções discutíveis. 
Animado para desenvolver esta competência? Então 
vamos em frente!
O profissional da gestão em saúde deve compreender a 
complexidade da temática do financiamento dos serviços públicos, 
e buscar executar suas atribuições, baseando-se no conhecimento 
adquirido para promover a eficiência gerencial em prol da qualidade de 
vida e saúde da população.
Em se tratando de serviços públicos de saúde, a adoção de uma 
gestão eficiente é de grande relevância, e deve ser vista como prioridade 
pelos governos devido à crise de credibilidade que se associa ao setor, 
principalmente pela carência de acesso à serviços de qualidade e uma 
política extremamenteirregular. 
Gestão do Financiamento na Saúde
11
REFLITA:
O ex-Ministro da Saúde, José Serra, em discurso pela 
Conferência do Banco Interamericano de Desenvolvimento, 
destacou que a saúde no Brasil não podia ser sinônimo de 
desperdício, precariedade administrativa, falta de metas e 
baixa qualidade dos serviços, demonstrando a preocupação 
com o gerenciamento profissionalizado e especializado do 
setor (SERRA, 2002). 
Dessa preocupação governamental (e necessidade coletiva), 
surge a gestão especializada como um instrumento técnico-assistencial, 
em torno do qual se pode reestruturar o setor para fazer face às reais 
necessidades de saúde do país. Essa gestão deve-se basear na utilização 
de ferramentas de natureza técnico-assistencial para transpor os desafios 
diários na gestão de um sistema tão complexo como o Sistema Único de 
Saúde (SUS). 
Gerenciamento de Natureza 
Técnico-Assistencial
Estudante, para entender os estudos sobre a gestão dos serviços 
públicos de saúde no Brasil, devemos compreender toda a base filosófica, 
doutrinária e operacional que regem o SUS, definidas na Lei no. 8.080/1990, 
que dispõe sobre as condições, a organização e o funcionamento dos 
serviços de saúde, e a Lei nº 8.142/1990, que versa sobre a participação 
da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências de recursos 
financeiros na área da saúde. (BRASIL, 1990a; BRASIL, 1990b)
Gestão do Financiamento na Saúde
12
Figura 1 - A administração especializada pode resolver os problemas de gestão no setor 
público? 
Fonte: Freepik.
De acordo com Ramos e Grigoletto (2012), as ações e estratégias 
para o gerenciamento técnico-assistencial devem ser operacionalizáveis, 
principalmente no âmbito da Atenção Primária baseando-se no respeito 
aos princípios do SUS, e os fundamentos da Estratégia Saúde da Família 
(ESF), reafirmando o papel do Estado de gerir e prover o sistema nas três 
esferas do governo. 
NOTA:
Uma gestão eficiente desses recursos irá refletir na eficácia 
e eficiência do sistema, trazendo melhorias visíveis e 
mensuráveis na oferta de serviços, na qualidade de vida e 
saúde da população.
Em saúde, é importante sempre lembrarmos que a gestão dos 
recursos relacionados à execução das atividades, deve sempre refletir na 
melhoria da oferta de serviços e da qualidade da assistência prestada aos 
usuários, foco primordial do sistema de saúde.
Gestão do Financiamento na Saúde
13
IMPORTANTE:
A melhor maneira de se intervir no sistema é utilizando-se 
de ferramentas de gestão em saúde, sempre avaliando as 
ações por meio de indicadores mensuráveis de resultado. 
Conceituando a Gestão em Saúde
De acordo com Chiavenato (1999), o gerenciamento consiste na 
execução sistemática de todas as atividades próprias de uma organização, 
objetivando o alcance da eficiência e da eficácia. Consideramos eficácia 
o alcance dos objetivos propostos, enquanto o conceito de eficiência 
relaciona-se à busca da otimização dos recursos disponíveis no alcance 
à essa meta. 
REFLITA:
Nas organizações prestadoras dos serviços de saúde, busca-
se a satisfação dos objetivos individuais e organizacionais 
que são, de acordo com os novos paradigmas da saúde: 
a integralidade do ser humano, a qualidade de vida e a 
promoção da saúde, utilizando-se da melhor maneira 
possível os recursos disponibilizados pelo sistema, quase 
sempre considerados insuficientes pela ótica de gestores, 
equipe de saúde e usuários. 
O gerenciamento em organizações prestadoras de serviços de saúde 
(OPSS), públicas ou privadas, relaciona-se sempre a uma unidade social 
idealizada para atingir objetivos e metas traçadas (RAMOS; GRIGOLETTO, 
2012). Essa unidade constitui-se de uma combinação de recursos 
humanos, físicos, políticos, financeiros, econômicos, tecnológicos, dentre 
outros, com o intuito de oferecer assistência à saúde de seus usuários. 
(JUNQUEIRA, 1990)
Gestão do Financiamento na Saúde
14
IMPORTANTE:
Pela complexidade das atividades realizadas nas unidades 
de saúde, o seu gerenciamento envolve uma equipe 
multidisciplinar visando que a junção dos conhecimentos 
em interdisciplinaridade funcione de forma harmoniosa e 
efetiva na organização das ações de saúde nos âmbitos 
assistenciais, clínicos, educativos e gerenciais, atingindo as 
metas traçadas. (RAMOS; GRIGOLETTO, 2012) 
Figura 2 - Toda a equipe multidisciplinar deve estar comprometida com a eficácia e a 
eficiência da gestão nas organizações de saúde
Fonte: Freepik.
NOTA:
A partir disso, os indicadores de resultado proporcionarão 
visão das ações executadas e permitirão sua avaliação pelo 
gestor tornando-se importantes parâmetros gerenciais 
para a tomada de decisão. 
Gestão do Financiamento na Saúde
15
Indicadores
A avaliação dos resultados de uma ação proposta na cadeia de 
assistência à saúde é de grande importância, uma vez que se permite 
visualizar a sua efetividade e se transforma em parâmetro norteador para o 
gestor. Com essa finalidade, padroniza-se indicadores que proporcionarão 
medir, qualitativa e quantitativamente, as repercussões das atividades 
gerenciais nas organizações de saúde. 
DEFINIÇÃO:
De acordo com Bittar (2001), o indicador é uma unidade 
de medida que tem como alvo os resultados, processos 
e estrutura em saúde e que pode ser usado como um 
guia para monitorar e avaliar a qualidade e a quantidade 
da assistência ofertada aos usuários, imprescindível para 
o planejamento, organização, coordenação, avaliação e 
controle das atividades desenvolvidas em um determinado 
processo ou no todo. A comparação entre meta e indicador 
cria importante dado no conhecimento das mudanças 
ocorridas em uma organização.
Já Busato (2017), estabelece que as metas e os indicadores são 
fundamentais no monitoramento das atividades de gestão, e que, estes 
devem refletir não somente o ambiente interno das unidades de saúde, 
mas também a qualidade de vida e o acesso da população aos serviços 
de saúde.
Gestão do Financiamento na Saúde
16
Figura 3 - Os indicadores de resultado são importantes parâmetros gerenciais que balizam 
a tomada de decisão dos gestores de saúde
Fonte: Freepik.
Logo, toda a equipe de saúde está relacionada à busca do alcance 
às metas determinadas e que, após levantamento e análise, devem 
em termos gerenciais, culminar no desenvolvimento de indicadores, 
parametrizando a tomada de decisão. 
IMPORTANTE:
 Importantes metas e indicadores de saúde coletiva que se 
relacionam à qualidade de vida, ao bem-estar e ao acesso 
aos serviços do sistema, estão ligados à atenção primária.
RESUMINDO:
Devemos entender como se dá a gestão de sistemas e de 
serviços de saúde no Brasil.
Gestão do Financiamento na Saúde
17
Políticas e Legislação da Saúde no Brasil
OBJETIVO:
Ao finalizar este capítulo, você irá compreender os princípios 
do Sistema Único de Saúde, com base na sua história. 
Ainda, você vai entender o Pacto pela Saúde de 2006, bem 
como os fundamentos e desafios para a atenção primária 
à saúde. .
Desde que definida como direito universal sob a responsabilidade do 
Estado pela Constituição Cidadã de 1988, a saúde pública brasileira passou 
a ser uma grande fonte de preocupação dos órgãos governamentais de 
modo que políticas e leis foram promulgadas no intuito de se regulamentar 
a oferta dos serviços de saúde no país.
IMPORTANTE:
Diversas conquistas jurídicas garantiram o direito social à 
saúde do cidadão brasileiro, porém, ainda hoje, passadas 
três décadas da criação do SUS, ainda persistem graves 
problemas como o subfinanciamento, a insuficiência 
da gestão (principalmente a nível municipal), a baixa 
resolutividade da rede básica, a formação deficiente de 
profissionais de saúde e gestão, entre outros pontos que 
tornam a efetiva e íntegra implementação do SUS, um 
grande desafio na atualidade, ocupando estudiosos da 
gestão em saúde e preocupando constantemente os seus 
gestores. 
Gestão do Financiamento na Saúde
18
ACESSE:
O documentárioHistória da saúde pública no Brasil - Um 
século de luta pelo direito à saúde enfatiza a luta popular 
na busca pela melhoria de suas condições de saúde em 
diversos momentos históricos brasileiros culminando na 
sua efetivação como direito social pela Constituição de 
1988 (BRASIL, 2006a). Assista aqui. 
Os marcos regulatórios do direito à universalidade, integralidade 
e equidade à saúde no Brasil, demonstram grande embasamento 
sociológico e jurídico. Todavia, ainda estão distantes de serem cumpridos 
conforme o preconizado. 
Marcos Regulatórios do Direito à Saúde 
no Brasil 
Em 1988, foi promulgada a Constituição da República Federativa 
do Brasil, a mais abrangente e extensa de todas as constituições 
anteriormente vigentes no País até então no que se refere aos direitos 
e garantias fundamentais. Conhecida como a “Constituição Cidadã”, 
trouxe o ideal de saúde como um direito de todos os cidadãos e dever 
do Estado, além de grande avanço no que concerne aos direitos sociais 
conquistados pelo povo brasileiro. 
A Seção II preconiza que as necessidades individuais e coletivas 
devem ser consideradas de interesse público e o seu provimento um 
dever do Estado. Em seu texto, apresenta assistência à saúde integral, de 
caráter universal e responsabiliza-se em assegurar a todos os cidadãos o 
acesso aos serviços, hierarquizados segundo parâmetros técnicos, com 
gestão descentralizada e regulada pelos Conselhos de Saúde, órgãos 
colegiados oficiais. (BRASIL, 1988)
Gestão do Financiamento na Saúde
http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/estudos-comunicacao-saude/politicas-de-saude-no-brasil-um-seculo-de-luta-pelo-direito-saude-videos
19
Figura 4 - A Constituição Federal Brasileira de 1988 apresenta a saúde como direito social 
do cidadão brasileiro
Fonte: Freepik
NOTA:
Para se concretizar o acesso universal ao direito à saúde, 
no ano de 1990, a Lei nº 8080 e a Lei nº 8142, forneceram 
o subsídio legal para a criação, o funcionamento, a gestão 
do SUS. 
Gestão do Financiamento na Saúde
20
A Criação do SUS 
Em ato contínuo à Constituição de 1988, no ano de 1990, por 
meio da Lei nº 8.080/90, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS). O 
documento legal conhecido como a Lei Orgânica da Saúde, dispõe sobre 
as condições necessárias à promoção, proteção e recuperação da saúde, 
além da organização e do funcionamento dos serviços de saúde no 
âmbito do SUS (BRASIL, 1990a).
ACESSE:
O médico e cientista Oswaldo Gonçalves Cruz é considerado 
um dos maiores nomes da construção da saúde pública 
no Brasil pela sua contribuição nos idos dos anos 1900. 
Saiba mais sobre esse ícone da saúde pública brasileira, 
acessando aqui. 
No mesmo ano, foi promulgada a Lei nº 8.142/90 discorrendo 
sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e abordando 
as transferências de recursos financeiros para o provimento das ações 
de saúde. Esta Lei trás importante contribuição à regulação do SUS ao 
instituir os Conselhos de Saúde (Federal, Estadual e Municipal), além de 
conferir legitimidade aos órgãos de representação da gestão estadual e 
municipal. (BRASIL, 1990b). 
Desse modo, estava constituído e fundamentado juridicamente o 
Sistema Único de Saúde do Brasil. No ano de 2006, importantes pactos 
foram firmados entre os entes governamentais para se consolidar o SUS e 
aprovar diretrizes operacionais. 
Gestão do Financiamento na Saúde
https://portal.fiocruz.br/trajetoria-do-medico-dedicado-ciencia
21
O Pacto pela Saúde de 2006: Consolidação 
do SUS 
A partir das leis promulgadas em 1990, muitas das iniciativas 
posteriores relacionaram-se à descentralização e a municipalização das 
ações de saúde. Desse modo, buscava-se uma maior autonomia por 
parte dos gestores municipais no que diz respeito à construção de um 
sistema de saúde que respeite as diferenças e as características regionais 
em um país tão diversificado como o Brasil. 
No ano de 2006, foi instituído o tem por:Pacto pela Saúde, no 
qual se propôs sensível reforma nas relações entre os entes federados 
na busca do fortalecimento do SUS. Esse pacto era composto por três 
dimensões (Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão), 
englobando tanto compromissos de financiamento quanto de execução 
das ações de saúde entre os entes. (CECÍLIO et al., 2007)
O Pacto pela Saúde foi divulgado através da Portaria nº 399/2006 e 
trazia os três compromissos firmados com dimensões distintas. (BRASIL, 
2006b; BRASIL, 2008):
a. Pacto pela Saúde: focava na melhoria da qualidade de saúde da 
população, traçando metas a serem alcançadas. Esse pacto foi 
atualizado em 2008 e tem como prioridades a saúde do idoso; 
o controle do câncer do colo do útero e da mama; a redução da 
mortalidade infantil e materna; o fortalecimento da capacidade 
de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase 
na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; a 
promoção da saúde; o fortalecimento da atenção básica; a saúde 
do trabalhador; a saúde mental; o fortalecimento da capacidade 
de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência; a 
atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; e a 
saúde do homem.
b. Pacto em Defesa do SUS: acordo para promover a aproximação da 
população ao SUS, tendo como diretriz uma tentativa de repolitizar 
o sistema de saúde fomentando a mobilização social em torno 
Gestão do Financiamento na Saúde
22
de discussões que busquem a solução de desafios atuais e a 
construção conjunta do SUS, além de garantir o financiamento a 
longo prazo das ações de acordo com as necessidades regionais. 
c. Pacto de Gestão: esse pacto teve como abordagem a regionalização, 
o planejamento, a programação e o financiamento do SUS.
IMPORTANTE:
Na adesão ao Pacto pela Saúde, os gestores assumiam 
conjuntamente o compromisso com os eixos prioritários e 
as metas a serem alcançadas, sendo acompanhados por 
dezenas de indicadores de saúde na busca da efetivação 
dos princípios de integralidade, equidade e qualidade 
estabelecidos pelo SUS. 
O Pacto promoveu importantes melhorias no SUS, porém, uma 
análise da conjuntura atual da gestão saúde pública brasileira, mostra 
importantes desafios a serem superados e mudanças fundamentais a 
serem implantadas.
Atenção Primária à Saúde: Fundamentos e 
Desafios
A atenção primária à saúde é tida como aquela de menor 
complexidade, não especializada, com uso de baixa tecnologia e que se 
baseia, principalmente, em medidas preventivas de cunho individual e 
coletivo no âmago das comunidades. 
Por ser a porta de entrada dos usuários no SUS e ser planejada 
dentro das necessidades da população a que se destina, a atenção 
primária utiliza-se de acompanhamento ambulatorial e da educação em 
saúde como ferramentas para a manutenção da saúde e da qualidade de 
vida dos usuários. Desse modo, suas atividades são menos onerosas ao 
sistema, mas produzem efeitos altamente impactantes no resultado fina,l 
acompanhado através dos indicadores epidemiológicos.
Gestão do Financiamento na Saúde
23
VOCÊ SABIA?
O Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) é inspirado no 
National Health Service Britânico (NHS), sistema de saúde 
público britânico, criado em 1948 após a Segunda Guerra 
Mundial (TANAKA; OLIVEIRA, 2007). 
Para se adentrar na gestão da atenção primária, faz-se necessário a 
conceituação e a caracterização desse nível de cuidado. 
Conceituando a Atenção Primária à Saúde 
A atenção primária à saúde compreende grande parcela dos 
esforços dos órgãos governamentais, uma vez que se espera que a maioria 
das demandas em saúde da população sejam abordadas e resolvidas 
neste nível, durante toda a sua vida, de forma longitudinal, uma vez que 
representa o primeiro nível de atenção e a principal porta de entrada dos 
usuários ao sistema público de saúde (OPAS, 2018). 
SAIBA MAIS:
Um Ministro da Saúde, seus textos e discursos sobre a 
situação e a evolução das políticas de saúde no Brasil: 
ideologia,polêmica e sonhos. Se interessou? Leia o livro 
Ampliando o possível: a política de saúde do Brasil. (SERRA, 
José. Ampliando o possível: a política de saúde do Brasil. 
1ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002.) 
Ribeiro (2017) lembra que o Pacto em Defesa do SUS (BRASIL, 
2006b) estabelece que as ações voltadas à atenção primária (ou atenção 
básica), são de responsabilidade de todos os municípios brasileiros, e que 
esta deve integrar e coordenar todo o cuidado à saúde dos usuários, tendo 
a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como seu principal instrumento de 
fortalecimento.
Gestão do Financiamento na Saúde
24
IMPORTANTE:
Características importantes e idealizadas da Atenção 
Primária, fazem desse nível de atenção uma ferramenta 
eficiente no cuidado à saúde da população justificando a 
sua clara priorização nas políticas de saúde brasileiras na 
atualidade.
A atenção primária é vista como o instrumento fundamental de 
intervenção das políticas públicas de saúde no Brasil. Essa priorização, 
das ações de prevenção e de linhas de cuidado específicas da atenção 
básica, pode ser justificada pela rápida transição demográfica ocorrida no 
Brasil, o aumento da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis 
e o advento de novas formas de adoecer e falecer (violência urbana, 
doenças transmissíveis emergentes e reemergentes), situações que 
influenciam diretamente na gestão do SUS (BRASIL, 2015).
Para Fonseca, Figueiredo e Porto (2017), a gestão na atenção 
primária trata-se da coordenação dos recursos disponíveis e na tomada 
de decisões nas unidades de saúde fundamentados nas evidências 
e no conhecimento dos fenômenos do cotidiano das comunidades 
relacionados ao contexto político local, à organização dos serviços, seus 
aspectos gerenciais clínicos e sua estrutura física.
IMPORTANTE:
Quatro atributos diferenciam a atenção primária dos demais 
níveis de assistência e fazem com que ela seja tratada 
de maneira tão especial pelo SUS: atenção ao primeiro 
contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação. A 
longitudinalidade se revela como característica importante 
por definir um vínculo do usuário com a unidade e com 
o profissional de saúde, fornecendo acompanhamento 
contínuo de seu estado de saúde, de maneira preventiva e 
curativa. (BRASIL, 2015)
Gestão do Financiamento na Saúde
25
Tanaka (2011), propõe que os serviços que compõem a Atenção 
Básica devem passar por constante avaliação, um processo técnico-
administrativo com a finalidade de ser, buscar parâmetros para a tomada 
de decisão racional. Essa avaliação deve envolver os componentes: 
medição; comparação; emissão de juízo de valor e tomada de decisão. 
Todavia, mesmo com eficiência da atenção básica haverá sempre a 
necessidade de investimento na atenção de média e alta complexidades, 
caracterizada principalmente pela atividade hospitalar e que representam 
especialização e incorporação de alta tecnologia, envolvendo altos custos 
aos sistemas de saúde e demandando de financiamento vultuoso. 
De forma geral tem-se a medição por meio de indicadores; a 
comparação desses com outros serviços ativos de Atenção Primária no 
município ou em outros na região; o juízo de valor que possibilitará visão 
da comunidade, sobre esse nível de serviço na porta de entrada da rede 
de atenção, e; a tomada de decisão de intervenção, com a finalidade de 
se modificar/influenciar a realidade da atenção à saúde e a mobilização 
de recursos.
REFLITA:
Para uma gestão eficiente desses recursos necessários ao 
pleno funcionamento do SUS, de modo que se contemple 
as metas idealizadas, o gestor precisa conhecer as políticas 
de saúde e a legislação específica vigentes no país.
RESUMINDO:
Devemos compreender as políticas e a legislação em 
saúde no Brasil, com base na história e consolidação do 
SUS..
Gestão do Financiamento na Saúde
26
Conjuntura da Gestão da Saúde no Brasil
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você vai saber os desafios da gestão 
e do financiamento do SUS, além de entender como 
se dá a judicialização e a terceirização da saúde pública. 
Também, você vai compreender a realidade no Brasil, bem 
como as reflexões e discussões sobre as bases teóricas e 
as metodologias utilizadas pelos gestores de saúde..
O Sistema Único de Saúde do Brasil, apesar de manter firme sua 
base filosófica e doutrinária, preconizada desde a sua constituição, vem 
sofrendo grande mudanças em termos operacionais com a evolução 
do ordenamento jurídico do país, tendo que conviver com os problemas 
clássicos do subfinanciamento e da insuficiência da gestão local e se 
adaptar aos novos desafios, por exemplo, a judicialização e a terceirização 
da saúde pública. 
Figura 5 - Necessidades crescentes e recursos escassos: o subfinanciamento ainda é um 
grande entrave para a efetivação do SUS
Fonte: Pixabay.
Gestão do Financiamento na Saúde
27
IMPORTANTE:
Atualmente, é de extrema importância na transposição das 
grandes barreiras ao fortalecimento do SUS a construção 
social da realidade do nosso sistema de saúde, que 
somente pode ser concretizado por meio de mobilização 
da sociedade e formatação de uma consciência coletiva 
focada na efetiva garantia dos direitos constitucionais. Para 
isso, inicialmente, buscaremos analisar e discutir a realidade 
da saúde pública brasileira. 
Realidade Nacional
Problemas históricos acompanham o Sistema Único de Saúde 
desde a sua constituição até os dias atuais. Tal situação leva à críticas 
ferrenhas ao sistema que muitas vezes tem sua redação considerada 
teórica, idealista e demagógica por não se concretizar na prática cotidiana 
do serviço público e saúde do Brasil. 
Os principais desafios a serem atualmente superados pelo SUS, de 
acordo com Reis, Araújo e Cecílio (2012), são:
a. O subfinanciamento advindo da carência de recursos necessários 
à operacionalização das ações do SUS.
b. A insuficiência da gestão local do SUS, considerada aqui a ausência 
das condições básicas ao funcionamento do sistema.
c. A baixa resolutividade da rede básica de serviços, levando à 
dificuldade de acesso a certos procedimentos, a carência nas 
ofertas de serviços, a fragmentação do cuidado e a formação de 
filas de espera. 
d. A deficiência na formação dos profissionais de saúde, o que afeta 
diretamente o cuidado aos usuários devido ao modelo ainda muito 
centrado em práticas curativas.
Gestão do Financiamento na Saúde
28
NOTA:
Abraham Flexner criou o, atualmente criticado, modelo 
flexneriano de educação médica, que foca na figura do 
médico e na ultraespecialização, deixando de lado a 
observação do indivíduo como um ser humano biológico, 
psicológico e social. Porém, mesmo após mais de 
cem anos o modelo flexneriano ainda se encontra em 
vigência na maior parte das escolas médicas do mundo, 
representando um grande desafio à efetivação da atenção 
básica, da humanização e do trabalho multiprofissional em 
saúde. (PAGLIOSA; DA ROS, 2008).
e. A deficiência na gestão do SUS que pode se caracterizar pela baixa 
especialização do gestor e leva à problemas na regulação, gestão 
do trabalho, planejamento, organização e alocação dos recursos;. 
VOCÊ SABIA?
Pela Lei Complementar nº 141/2012, os municípios devem 
obrigatoriamente aplicar na saúde, no mínimo, 15% de sua 
arrecadação anual. A média da aplicação dos municípios 
brasileiros em saúde no ano de 2017 foi de 23% de suas 
receitas. Consulte a aplicação do seu município aqui.
Salvador, Terra e Arêas (2015) entendem que o sucateamento e o 
investimento insuficiente na saúde pública tornam o acesso universal muito 
distante da realidade cotidiana do cidadão brasileiro. A cada dia, observa-
se uma maior invasão da terceirização dos serviços acompanhados da 
insuficiência de funcionários públicos no quadro de recursos humanos do 
SUS.
Gestão do Financiamento na Saúde
http://portalms.saude.gov.br/repasses-financeiros/siops/demonstrativos-dados-informados
29
NOTA:
Desse modo os usuáriosacabam por buscar alternativas 
discutíveis para ter o seu direito constitucional à saúde 
respeitado, e acabam gerando novos problemas ao 
sistema, como no caso da judicialização. 
Até agora tudo bem. Podemos continuar com nossos estudos?
Vamos lá.
A Judicialização e a Terceirização da 
Saúde Pública
Dois fenômenos atuais com grande impacto no sistema de saúde 
vêm sendo muito discutidos por defensores e opositores de sua prática: 
a judicialização e a terceirização da saúde pública. De fato, todos os dois 
trazem vantagens e desvantagens à gestão dos serviços públicos de 
saúde, e devem ser analisados pelos dois pontos de vista principais da 
cadeia do cuidado: a gestão e os usuários. 
SAIBA MAIS:
O livro Saúde e democracia: história e perspectivas do SUS 
apresenta reflexões, conquistas e desafios sobre a busca 
por um SUS pleno, tido como um um processo civilizatório. 
Quer saber mais? Leia o livro Saúde e democracia: história 
e perspectivas do SUS. 
A política neoliberal afeta as políticas de saúde, por colocarem foco 
na terceirização, na privatização e no fomento ao desenvolvimento da 
saúde suplementar, através dos planos de saúde direcionando o cuidado 
básico e gratuito àquela parcela da população que realmente não pode 
arcar com seu custo. 
Gestão do Financiamento na Saúde
30
NOTA:
Na visão dos autores Salvador, Terra e Arêas (2015), trata-se 
de uma concepção individualista e fragmentada da saúde 
que se contrapõe à idealização coletiva e universal do 
Projeto da Reforma Sanitária preconizado. 
É nítido que o governo brasileiro vem direcionando esforços que 
visam o fortalecimento do projeto privatista. Renúncia fiscal à planos e 
seguros privados, alocação crescente de recursos públicos no setor 
privado, aplicação da lógica de mercado na gestão dos serviços públicos 
e o crescimento da atividade das Organizações Sociais (OS), Organizações 
da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP’s), Empresa Brasileira de 
Serviços Hospitalares (EBSERH) e Fundações de Direito Privado (FEDP’s), 
demonstrando clara tendência à terceirização dos serviços. (BRAVO; 
MENEZES, 2013)
REFLITA:
Se por um lado critica-se a terceirização por representar 
uma desresponsabilização por parte do Estado em cumprir 
com seus deveres constitucionais, por outro baseia-se no 
princípio da maior eficiência na gestão privada. 
A Emenda Constitucional nº 19 (BRASIL, 1998) que introduziu o termo 
“eficiência” ao texto da Constituição Cidadã, aproximou a gestão pública a 
da iniciativa privada no que concerne à prestação de seus serviços. Nesse 
contexto, justifica-se a contratação de empresas especializadas para a 
execução das ações de saúde no âmbito do SUS (AVILA, 2011). 
Gestão do Financiamento na Saúde
31
NOTA:
Alguns estudiosos do tema entendem esse fenômeno 
como a substituição do interesse público, pelos particulares 
numa “privatização perversa” do Estado que evidencia a 
mercantilização da política de saúde brasileira (BRAVO; 
MENEZES, 2013).
Quando se trata da judicialização, a polêmica é ainda maior. Como 
consequência de não ter o seu direito universal à saúde respeitado os 
usuários buscam o Poder Judiciário para se fazer cumprir o que reza 
a Constituição Federal: a saúde é direito de todos e dever do Estado 
(BRASIL, 1988; BRASIL, 1990a). 
REFLITA:
Desse modo, o usuário tem sucesso em sua demanda 
individual, mas gera um problema grave à gestão quanto 
ao financiamento e à programação orçamentária. 
De todo modo judicialização tem como consequência 
o desrespeito a outros valores constitucionais como a 
isonomia (uma vez que usuários que judicializam demanda 
de saúde acabam sendo beneficiados em detrimento aos 
que seguem a tramitação normal do SUS), o princípio da 
equidade (uma vez que torna desigual a distribuição dos 
serviços), além de um grave problema na programação 
(principalmente orçamentária) comprometendo todo o 
funcionamento do sistema de saúde. (VALLE; CAMARGO, 
2010; PEREIRA et al., 2010)
NOTA:
Como os recursos são limitados, a utilização de um valor 
fora da programação orçamentária pode desestruturar uma 
política de saúde implantada e todo um planejamento a ser 
executado (BORGES; UGA, 2010). 
Gestão do Financiamento na Saúde
32
Também, discute-se se os magistrados possuem qualificação 
técnica para julgar questões dessa complexidade, uma vez que no País 
ainda são poucas as varas especializadas em saúde, criadas justamente 
por essa necessidade crescente que se tornou tendência. 
IMPORTANTE:
Existem situações em que medidas judiciais adiantaram 
procedimentos de usuários, em contraposição à pacientes 
em estado mais grave ou até mesmo que solicitaram 
uso de tecnologia ou medicamentos, ainda sem a devida 
comprovação de efetividade e segurança. 
Assim, existe a real necessidade da criação de varas 
especializadas em saúde nos fóruns distribuídos pelo país 
e de que os mesmos se orientem pelas bases teórico-
metodológicas da saúde pública.
Perspectivas Teórico-Metodológicas
Devido à complexidade do tema da gestão dos serviços públicos 
de saúde, principalmente no que se refere ao planejamento e à avaliação, 
observa-se, entre os teóricos do tema, reflexões e discussões sobre as 
bases teóricas e as metodologias utilizadas pelos gestores de saúde 
nesse sentido. 
EXPLICANDO MELHOR:
Sabe-se que a saúde envolve questões muito mais 
abrangentes que a saúde biológica em si, o que leva a um 
conceito ampliado para o termo que carece da incorporação 
de distintas abordagens teórico-metodológicas originárias, 
principalmente das ciências sociais. 
Gestão do Financiamento na Saúde
33
Em Teixeira e Sá (1996), já se defendia que ciências como a Economia, 
a Sociologia, as Ciências Políticas, a História, e a Antropologia formam 
um eixo muito importante de intervenção e análise da efetividade da 
gestão dos serviços de saúde uma vez que, conjuntamente, compõem os 
determinantes sociais do processo de saúde-doença de uma população. 
Essa abordagem multifacetada pode representar um viés no planejamento 
e na avaliação dos serviços de saúde, até mesmo camuflando situações e 
influenciando a análise de indicadores. 
NOTA:
Muito se discute sobre o subfinanciamento dos SUS, porém, 
exemplos de outros países demonstram que a qualidade 
de vida e saúde de uma população não é exclusivamente 
relacionada aos aportes de recursos financeiros destinados 
ao provimento do sistema. 
Cabe então, aos gestores dos serviços públicos de saúde, 
a análise criteriosa de sua realidade social local para a 
alocação racional e eficiente dos recursos públicos.
Assim, vimos que a gestão dos serviços públicos de saúde é uma 
atribuição de grande complexidade e responsabilidade. Os gestores 
precisam estar qualificados, preparados para respeitar a legislação 
vigente no país, seguir as políticas públicas de saúde adequando à sua 
realidade regional se adaptando a todo momento em um contexto tão 
dinâmico e instável.
RESUMINDO:
Devemos entender a conjuntura da gestão em saúde no 
Brasil levando em consideração a legislação vigente e a 
realidade regional em um contexto dinâmico e instável.
Gestão do Financiamento na Saúde
34
O Sistema Único de Saúde – SUS
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você será capaz de entender 
como funciona o Sistema Único de Saúde, a partir de seu 
histórico. Ainda, você vai compreender os princípios do SUS 
e o direito da população em relação ao sistema..
Gerir e financiar o sistema de saúde brasileiro (Sistema Único de 
Saúde ou somente SUS) é um grande desafio. Seus princípios e o modo 
como foi idealizado, claramente visível através da leitura de sua legislação 
de constituição e posteriores, faz com que a sua redação seja considerada 
como um exemplo para o mundo. Porém, será que esses fundamentos 
estão sendo respeitados ou o SUS não passa de um sistema teórico e 
impraticável?
O direito à saúde universal e gratuita no Brasil representa uma das 
maiores conquistas do cidadãodentro da seara dos direitos sociais e foi 
resultado de muita mobilização por parte da população durante toda a 
história do País. Podemos permitir que nossos direitos constitucionais 
sejam cerceados pela ingerência e a precariedade administrativa?
Governantes e gestores têm a diária luta de buscarem alternativas 
para a operacionalização do SUS o que o torna dinâmico, em constante 
mutação nessa busca de excelência. Mas talvez não seja o próprio modelo 
de atenção vigente (arraigado há tempos na nossa cultura), um dos fatores 
dificultadores desse processo de garantia dos direitos no SUS? 
Analisando todo o histórico, o arcabouço legal e os princípios do 
SUS e fazendo um comparativo com sistemas de saúde de outros países 
ao redor do globo, realmente nos deparamos com um belíssimo sistema 
de saúde.
Gestão do Financiamento na Saúde
35
REFLITA:
Seria utopia esperar um sistema tão perfeito ou podemos 
construir, conjuntamente, um SUS melhor?
Histórico do Sistema Único de Saúde
O Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) foi idealizado para ser 
universal e gratuito desenvolvido e regulado com a participação social e 
financiado pelas três esferas do governo por meio de pactos de gestão. 
Porém, após trinta anos de constituição do SUS podemos identificar que 
ele ainda está distante do sistema proposto para resolver os problemas 
de saúde dos brasileiros e diversos pontos podem ser elencados para 
melhoria. 
Dentro do exposto, o financiamento é insuficiente para sanar todas 
as necessidades de saúde, o controle social é ineficiente e o modelo 
assistencial implantado no cerne da cultura brasileira (na postura da 
população e na formação dos profissionais de saúde) não contribui em 
nada para a resolução da problemática da assistência à saúde no País, 
visto que ainda privilegiam a assistência médica curativa em detrimento 
da promoção à saúde. 
IMPORTANTE:
Em seu processo histórico de construção observamos que 
o SUS é, acima de tudo, uma vitória dos cidadãos brasileiros 
conquistado com muita mobilização popular e idealizado 
de forma a ser um sistema de saúde satisfatório, pautado 
na dignidade humana, na qualidade de vida e na promoção 
da saúde.
Gestão do Financiamento na Saúde
36
IMPORTANTE:
A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) pode ser 
considerada o marco fundamental do Sistema Único 
de Saúde ao instituir que a “Saúde é direito de todos e 
dever do Estado”. O objetivo dos constituintes de 1988 
era a criação de um sistema de saúde público para ser 
exemplo, futuramente considerado um dos maiores e mais 
resolutivos do mundo. 
No período anterior à Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) 
o sistema público de saúde vigente no Brasil só oferecia assistência à 
trabalhadores vinculados à Previdência Social. 
A essa parcela da população, os serviços eram oferecidos de 
forma gratuita na rede pública, principalmente os serviços hospitalares 
que, aos demais cidadãos era realizado pelas entidades filantrópicas, 
principalmente ligados à Igreja Católica, como as Santas Casa de 
Misericórdia, Sociedade São Vicente de Paula, dentre outras que, ainda 
hoje compõem de maneira muito importante a rede hospitalar vinculada 
ao SUS (BRASIL, 2018). 
Nessa época, a assistência à saúde no país passava pela filantropia. 
Paralelamente a isso, o Estado se responsabilizava por ações diante de 
epidemias, como ações de vacinação e saneamento básico além de 
intervir também em doenças negligenciadas como a doença mental, a 
hanseníase e a tuberculose. Em 1923, com a Lei Elói Chaves, marco da 
previdência social no Brasil, atrelada à previdência, os trabalhadores 
contribuintes passaram a ter acesso a serviços de saúde. 
A evolução da saúde atrelada à previdência social trouxe ao advento 
do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1966, do Instituto 
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1977, 
até que finalmente, a saúde foi delegada ao Ministério da Saúde com a 
instituição do SUS e a posterior extinção do INAMPS em 1993. (BRASIL 
1923; BRASIL, 1966; BRASIL, 1977; BRASIL, 1990; BRASIL, 1993)
Gestão do Financiamento na Saúde
37
Figura 6 - Saúde direito de todos: uma construção popular no Brasil 
Fonte: Pixabay. 
Nesse ínterim, tivemos como importante marco a 3ª Conferência 
Nacional de Saúde no final de 1963, que discutia pontos para a criação 
de um sistema de saúde introduzindo os conceitos de universalidade 
e descentralização, porém sepultada em 1964 pela ditadura militar. 
(CARVALHO, 2013)
NOTA:
Instituído o direito à saúde, atualmente, o que se busca é 
o respeito à Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde na 
oferta dos serviços de saúde, sejam públicas ou privadas. 
Direitos dos Usuários 
A Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde foi aprovada pelo 
Conselho Nacional de Saúde (CNS) no ano de 2009 e visa orientar os 
cidadãos brasileiros sobre os seus direitos no que tange à oferta de serviços 
de saúde gratuitos com resolutividade e qualidade. (BRASIL, 2009) 
Gestão do Financiamento na Saúde
38
Baseando-se nos princípios norteadores do SUS, o documento 
define, como direitos básicos dos usuários de serviços de saúde, públicos 
ou privado, no Brasil (BRASIL, 2011 p. 3-4):
1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos 
sistemas de saúde.
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para 
seu problema.
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor 
e livre de qualquer discriminação.
4. Todo cidadão tem direito ao atendimento que respeite a sua 
pessoa, seus valores e seus direitos.
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu 
tratamento aconteça da forma adequada.
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da 
saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos.
A Portaria nº 1.820/2009, base da Carta dos Direitos dos Usuários 
da Saúde, é um documento legal extremamente importante para a 
construção do SUS porque, além de dispor sobre os direitos dos usuários 
da saúde também discorre sobre os seus deveres. (BRASIL, 2009) 
IMPORTANTE:
A redação da Constituição Federal, ao trazer a saúde como 
direito de todos os cidadãos e dever do Estado acaba por 
não deixar claro, e, assim, criar disfunções conceituais no 
que diz respeito aos deveres dos usuários do sistema de 
saúde. Hoje, busca-se engajar os usuários na construção 
da assistência médica e, principalmente, conscientizá-
los a assumirem o protagonismo de seus tratamentos e 
saúde, fundamento primordial do modelo de promoção 
do bem-estar. 
Gestão do Financiamento na Saúde
39
Princípios do Sistema Único de Saúde
O SUS é a consagração dos princípios constitucionais da 
Universalidade, Equidade e Integralidade na atenção à saúde. Desse 
modo, concretiza a proposta de um sistema de saúde capaz de garantir 
o acesso gratuito e universal à população a bens e serviços que atendem 
as suas necessidades (de básicas a complexas) de saúde e bem-estar, de 
forma equitativa e integral. (BRASIL, 1990)
VOCÊ SABIA?
Em estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde 
sobre a eficiência em sistemas de saúde no mundo, 
considerando-se 191 países, o Brasil ocupou a 125º posição 
(IPEA, 2012). Você concorda? Saiba mais aqui. 
Na legislação que constitui e regulamenta o SUS podemos 
encontrar, em seus fundamentos, os chamados “princípios finalísticos”, 
sobre a sua natureza filosófica e doutrinária e os “princípios estratégicos” 
ou “princípios organizativos” que orientam sobre as diretrizes políticas e 
operacionais do efetivo funcionamento do sistema. (TEIXEIRA, 2011) 
Princípios Finalísticos do SUS
A Constituição Federal apresenta na Seção II (Da Saúde), nos artigos 
196 a 198, as Diretrizes para a Construção do Sistema de Saúde Público 
do Brasil (BRASIL, 1988). Tais diretrizes representam os princípios básicos, 
posteriormente delineados de maneira específica na Lei Orgânica da 
Saúde. (BRASIL, 1990)
Gestão doFinanciamento na Saúde
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/976/1/TD_1784.pdf
40
Figura 7 - Os princípios básicos do SUS refletem sua natureza inclusiva
Fonte: Pixabay.
Assim sendo, de acordo com a Constituição Federal e a Lei Orgânica da 
Saúde (BRASIL, 1988; BRASIL, 1990), os três princípios finalísticos do SUS são: 
a. Universalização - trata-se da universalidade de acesso aos serviços 
de saúde em todos os níveis de assistência. A saúde, como um 
direito de cidadania sob a responsabilidade de provimento pelo 
Estado, deve ser garantida a todas as pessoas, independente 
de sexo, raça, ocupação, ou demais características sociais ou 
individuais; 
b. Equidade - relaciona-se à igualdade da assistência prestada à 
saúde dos usuários, excluindo-se qualquer forma de preconceitos 
ou privilégios. O fundamento desse princípio é minimizar as 
desigualdades existentes, uma vez que características individuais 
podem influenciar em suas necessidades de saúde.
NOTA:
De modo geral, a equidade significa investir mais 
onde as necessidades são maiores, respeitando-se as 
vulnerabilidades, apesar de todos terem direitos iguais.
Gestão do Financiamento na Saúde
41
c. Integralidade - define a assistência à saúde como um conjunto 
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e 
curativos, individuais e coletivos, exigidos em todos os casos e 
níveis de complexidade do sistema. Por este princípio, enxerga-
se os indivíduos atentando-se para todas as suas necessidades. 
Relaciona-se ao conceito ampliado apresentado pela OMS no 
qual, saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental 
e social e não apenas a ausência de doenças ou enfermidades. 
(OMS, 1946)
NOTA:
Para que esse princípio seja efetivado, deve-se integrar às 
ações a promoção, prevenção, o tratamento e reabilitação, 
articulados com outras políticas públicas assegurando 
atuação intersetorial em diferentes áreas. 
De maneira conclusiva e não menos importante, a legislação 
apresenta também os princípios organizativos como forma de se nortear a 
operacionalização do sistema em termos de gestão, trabalho e regulação. 
Princípios Organizativos 
Teixeira (2011) defende que os chamados princípios estratégicos 
ou organizativos, relacionem-se às diretrizes políticas, organizativas e 
operacionais, que determinam “como” o SUS deve ser construído dentro do 
que se estabeleceu, pela legislação, e o que se pretende institucionalizar. 
Esses princípios são a Descentralização, a Regionalização, a 
Hierarquização e a Participação social, que, de acordo com os documentos 
regulamentadores representam (BRASIL, 1988; BRASIL, 1990): 
a. Regionalização e hierarquização - esses dois princípios 
organizativos complementares determinam que os serviços devem 
ser organizados em níveis crescentes de complexidade (primária, 
secundária e terciária), circunscritos em uma área geográfica 
definida, planejados estrategicamente e baseados em indicadores 
Gestão do Financiamento na Saúde
42
epidemiológicos para que assim as políticas de saúde sejam 
adaptadas à realidade da população atendida. 
b. Descentralização e comando único - o princípio da descentralização 
leva à operacionalização do comando único. A descentralização é 
a distribuição de poderes e responsabilidades entre os três níveis 
de governo (Federal, Estadual e Municipal) com o objetivo de 
aumentar a qualidade das ações de saúde e garantir o controle e 
a fiscalização popular. 
NOTA:
A responsabilidade pelas ações do SUS deve ser 
descentralizada até o nível municipal e devem ser garantidas 
ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas 
e financeiras para a execução dessa atribuição. Desse modo, 
a descentralização tem como necessidade e consequência 
o comando único, que é a autonomia das esferas de governo 
em suas decisões e ações.
c. Participação popular - um dos princípios organizativos visa a 
participação no controle e regulação do sistema de saúde, possível 
por meio de sua cooperação no cotidiano dos serviços de saúde. 
NOTA:
Sua concretização se dá através da constituição dos 
Conselhos e Conferências de Saúde, para a discussão, 
a formulação de estratégias, a efetivação do controle e 
avaliação da execução das políticas de bem-estar.
SAIBA MAIS:
O controle social no SUS exercido pelos conselhos de 
saúde é pauta de um vasto conjunto de normas reguladoras. 
Entenda a ação dos conselhos de saúde lendo o manual 
“Para entender o Controle Social na Saúde” (BRASIL, 2013), 
disponibilizado aqui.
Gestão do Financiamento na Saúde
http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/Manual_Para_Entender_Controle_Social.pdf
43
Para que esses princípios sejam respeitados e reflitam na qualidade 
de vida da população, o sistema precisa de uma fonte de financiamento 
contínuo e suficiente para atender às demandas dos brasileiros em todos 
os níveis de atenção à saúde. 
Financiamento do SUS
Por deliberação constante na Constituição Federal, o SUS é 
financiado de maneira tripartite, ou seja, a fonte dos recursos é de 
responsabilidade dos três níveis de governo – União, Estados e Municípios. 
Além das transferências do Fundo Nacional de Saúde (FNS), os 
fundos estaduais e municipais recebem aportes de recursos provenientes 
seus próprios orçamentos (BRASIL, 1988; SOUZA, 2002).
Figura 8 - Pelo SUS, são ofertados serviços preventivos e curativos, ambulatorial e 
hospitalar, medicamentos, cirurgias e até transplantes
Fonte: Freepik. 
Gestão do Financiamento na Saúde
44
IMPORTANTE:
Os valores destinados à saúde pelas três esferas de 
governo, estabelecidos como percentuais de investimento 
financeiro foram instituídos através da Lei Complementar nº 
141/2012, resultante da sanção da Emenda Constitucional 
nº 29. (BRASIL, 2012)
Os municípios são obrigados a aplicar anualmente um valor mínimo 
de 15% da arrecadação dos impostos em ações e serviços públicos de 
saúde. Aos estados esse valor mínimo é de 12% da arrecadação. No caso 
da União, esse valor deve corresponder ao montante definido pelo cálculo 
do valor empenhado no exercício anterior, somados ao percentual relativo 
à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano antecedente ao da lei 
orçamentária anual. (BRASIL, 2000; BRASIL, 2012a)
REFLITA:
Sabe-se que um dos problemas atuais do SUS é o 
subfinanciamento. Planejar este financiamento e executar as 
ações de saúde dentro do orçamento de forma a garantir o 
respeito aos princípios da universalidade e integralidade, 
mostra-se um dos maiores dilemas da saúde pública brasileira. 
De acordo com a Fiocruz (2018), as restrições orçamentárias para 
a saúde fazem com que as discussões sobre o financiamento ocupem 
continuamente a pauta dos movimentos sociais e políticos que trabalham 
em defesa da saúde pública brasileira. (FIOCRUZ, 2018)
Gestão do Financiamento na Saúde
45
Diretrizes do Sistema Único de Saúde
O SUS, apesar de promover o acesso a todos os níveis de atenção, 
traz como diretriz a operacionalização de seus princípios fundamentais na 
atenção primária, pautada em ações educativas, preventivas, de menor 
complexidade e à nível local. Esse foco na atenção primária à saúde pode 
ser uma forma de se promover a qualidade de vida pelo não adoecimento 
de uma população cada vez mais envelhecida. 
IMPORTANTE:
Assim, em uma realidade de envelhecimento da população 
e o consequente aumento das doenças crônicas ligadas à 
idade, a busca por hábitos de vida saudáveis demonstram 
ser a ação mais efetiva na prevenção de doenças e no 
aumento e manutenção da qualidade de vida. 
SAIBA MAIS:
O documentário Sicko: SOS Saúde, produzido nos EUA, 
reflete a realidade da saúde pública norte-americana 
na qual não há sistema de saúde universal e gratuito e o 
acesso aos serviços se dá através dos planos de saúde 
caros e, muitas vezes, inacessíveis à parcela carente da 
população. (MOORE, 2007) 
A Política Nacional de Atenção Básica estabelece a Estratégia Saúde 
da Família(ESF) como forma de reorganização da atenção básica no país. 
A estratégia vislumbra a expansão, qualificação e consolidação da atenção 
à saúde, por promover reorientação do processo de trabalho, pautado 
na equipe multiprofissional, ampliando a resolutividade e propiciando 
otimização dos recursos financeiros por se ter uma importante relação 
custo-efetividade, importantes fatores no atual cenário da saúde pública 
brasileira. (BRASIL, 2012) 
Gestão do Financiamento na Saúde
46
O SUS e o Estado 
O conceito ampliado que apresenta a saúde como um fenômeno 
complexo resultado um conjunto de determinantes responsabiliza o 
Estado, no provimento ao direito de constitucional de saúde, trabalhar 
as condicionantes ligadas aos aspectos demográficos, epidemiológicos, 
nutricionais e tecnológicos, dentre outros. (BRASIL, 1990) 
NOTA:
A Fiocruz (2018) ressalta que o SUS desafia racionalidades ao 
se manter como uma proposta social, que busca avançar na 
construção de um sistema universal de saúde para um país 
continental, populoso, que vive na periferia do capitalismo, 
conhecido pelas enormes desigualdades sociais. 
O futuro do SUS encontra-se inexoravelmente atrelado ao 
êxito do Estado na formulação de suas políticas públicas voltadas 
ao enfrentamento dos problemas sociais do País. Por se tratar de um 
problema social construído historicamente, os esforços governamentais 
para a erradicação das desigualdades sociais representam o maior desafio 
para a efetivação da saúde universal no Brasil. 
VOCÊ SABIA?
O SUS é o único sistema de saúde pública do mundo que 
atende mais de 190 milhões de pessoas, em um País que 
80% dos usuários dependem exclusivamente dele para 
acesso aos serviços de saúde. Saiba mais aqui. 
Outro problema na gestão atual do bem-estar, é a capacidade 
dos governos e gestores em enxergar e trabalhar a economia da saúde. 
Entender que a saúde pública possui natureza altamente econômica e 
deve ser tratada com vistas à tomada de decisão baseadas em parâmetros 
Gestão do Financiamento na Saúde
47
econômicos, pode auxiliar na otimização dos recursos e na busca pela 
eficiência.
RESUMINDO:
Neste capítulo, foi apresentada a evolução da saúde pública 
no Brasil, passando pela previdência social e culminando 
no Sistema Único de Saúde como conhecemos hoje, fruto 
da luta e mobilização social em prol do direito à saúde 
gratuita, universal e integral. Vimos que a Constituição 
Federal e a legislação em saúde brasileira estabelecem 
princípios e diretrizes que devem ser utilizados com os 
fundamentos das políticas de saúde no país, respeitando-
se as características próprias do país e as contingências 
locais. Também introduzimos a compreensão do 
financiamento das ações de saúde no país, a demanda por 
serviços e os desafios para a construção de uma assistência 
e gestão eficientes. 
Gestão do Financiamento na Saúde
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e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, 
para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e 
serviços públicos de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29, set. 
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Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre 
os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; 
estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a 
saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas 
com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis 
nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e 
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