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INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS

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INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS 
 
Questões de múltipla escolha 
 
1. Considere a charge a seguir, que parodia o famoso quadro O Grito, de Edward Munch. 
 
Disponível em: <http://www.esmaelmorais.com.br/2012/09/23/>. Acesso em: 3 fev. 2013. 
 
I. A charge aponta que o motivo do desespero do personagem é o apelo excessivo dos candidatos políticos pelo voto. 
II. A charge apresenta intertextualidade com o quadro e assume uma postura de crítica ao sistema democrático, que 
impõe ao cidadão a obrigação do voto. 
III. A charge é uma defesa do pluripartidarismo, que permite a candidatura de políticos com ideologias diferentes. 
 
Está correto somente o que se afirma em: 
 
A) I e III. 
B) II. 
C) III. 
D) I e II. 
E) I. 
 
2. O Pisa, exame internacional desenvolvido e aplicado pela Organização para a Cooperação Econômica e 
Desenvolvimento (OCDE), avalia o letramento dos estudantes na faixa dos 15 anos nas áreas de matemática, ciências e 
leitura. Os resultados do Pisa são apresentados de acordo com a escala de desempenho da tabela a seguir, que mostra 
seis níveis de proficiência em função da pontuação obtida. 
 
 
 
 
 
Alunos com menos de 358 pontos são classificados como “abaixo do nível 1”, pois não conseguem compreender nem 
os enunciados mais simples do exame. 
A periodicidade do Pisa é trienal e ele já foi aplicado em 2000, 2003, 2006, 2009, 2012 e 2015. No gráfico a seguir, estão 
indicadas as pontuações em matemática de alguns países que participaram de todas as edições do Pisa, incluindo o 
Brasil. 
 
Pontuações de alguns países em matemática em várias edições do Pisa. 
 
Com base nos dados fornecidos, analise as afirmativas. 
I. O Brasil já apresentou, no Pisa, resultados em matemática classificados como “abaixo do nível 1”, em escala de 1 a 6. 
II. Embora os resultados em matemática do Brasil e do México, nas diversas edições do Pisa, nunca tenham superado o 
nível 1, em escala de 1 a 6, esses países sempre mantiveram crescimentos de pontuações. 
III. A Polônia apresentou significativo crescimento de pontuações em matemática no Pisa de 2009 para 2012, mas, ainda 
assim, nunca superou o desempenho da China (Hong Kong). 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
A) I, II e III. 
B) II e III, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) I, apenas. 
E) III, apenas. 
 
3. Considere a charge a seguir e assinale a alternativa que melhor a interpreta. 
 
 
Disponível em: 
<https://www.facebook.com/DepositoDeCartuns/photos/a.141674892627444.26560.141672549294345>. Acesso em: 2 
jul. 2017. 
 
A) Hoje em dia, as pessoas não querem ler, gostam apenas de aparelhos eletrônicos. 
B) Na vida, a pessoa precisa ter luz própria para achar seu caminho. 
C) A leitura transforma o modo como vemos as coisas. 
D) O livro impresso é um objeto arcaico, que oferece um modo de leitura pouco atraente. 
E) As pessoas andam nas trevas até absorverem mensagens de caráter religioso, que iluminam seus caminhos. 
 
4. Considere a charge e o trecho da notícia e analise as afirmativas a seguir. 
 
Disponível em: 
<https://www.facebook.com/LinguagemGeografica/photos/a.462181793864622.1073741828.462133257202809/14125
24115497047/?type=3&theater>. Acesso em: 3 jul. 2017. 
 
Brasil é o 10º país mais desigual do mundo 
País apresenta mais disparidades que vizinhos como Chile e México 
Marcelo Corrêa 
21/3/2017 
O Brasil é o décimo país mais desigual do mundo, segundo dados divulgados nesta terça-feira no Relatório de 
Desenvolvimento Humano (RDH), elaborado pelas Nações Unidas. O levantamento usa como referência o chamado Índice 
de Gini, uma forma de calcular a disparidade de renda. O indicador varia de 0 a 1 - quanto menor, melhor. No Brasil, ficou 
em 0,515 em 2015, mesmo número registrado pela Suazilândia, e maior que vizinhos da América Latina, como Chile 
(0,505) e México (0,482). 
O ranking é liderado pela África do Sul, a nação mais desigual, com Gini de 0,634. Namíbia, com 0,610, e Haiti, com 0,608, 
completam o top 3. Todos esses três países têm Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerados baixos ou médios. 
O Brasil, que ficou estagnado em 2015, tem IDH de 0,754, considerado alto. 
Já na parte de baixo da tabela, a Ucrânia se destaca como país menos desigual, com Gini de 0,241. Slovênia (0,256) e 
Noruega (0,259) completam a lista das economias com menores disparidades de renda. 
A desigualdade social é apontada como um dos principais problemas do Brasil. Há vários anos, o ranking de 
desenvolvimento humano mostra como o país seria prejudicado por esse desequilíbrio, caso as disparidades fossem 
consideradas para calcular o IDH. No relatório mais recente, o Brasil perderia 19 posições no ranking, com os ajustes pela 
desigualdade. 
 
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/brasil-o-10-pais-mais-desigual-do-mundo-
21094828#ixzz4oN96HYQB>. Acesso em: 17 jul. 2017. 
 
I. A charge tem como objetivo mostrar que o cidadão necessita de segurança (representada pelo muro alto e com 
arame), pois a criminalidade provocada pela desigualdade social é alta. 
II. O índice de Gini do Brasil revela que a desigualdade social é grande, mas a situação do país é melhor do que a 
de vizinhos latinos, como Chile e México. 
III. O Brasil apresenta alto Índice de Desenvolvimento Humano, apesar da grande concentração de renda. 
 
Está correto o que se afirma apenas em: 
 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e III. 
E) II e III. 
 
5. Considere a ilustração e as afirmativas a seguir. 
 
 
Disponível em: <http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2012/04/TV-faz-mal-ao-cerebro.jpg>. 
Acesso em: 20 jun. 2016. 
 
I. O objetivo da ilustração é mostrar que os meios de comunicação tecem o conhecimento das crianças, contribuindo 
para um mundo mais bem informado. 
II. A ilustração é uma crítica aos meios de comunicação ultrapassados, que não promoviam o acesso à informação como 
a internet faz atualmente. 
III. A ilustração sugere que os meios de comunicação de massa provocam perda de autonomia do raciocínio. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e III. 
E) II e III. 
 
6. A primeira ilustração foi construída com base no mito de Narciso, cuja imagem mais conhecida é a representada no 
quadro de Caravaggio (a segunda ilustração). De acordo com a mitologia grega, Narciso era um jovem extremamente 
belo e, embora muito assediado, preferia ficar só. Um dia, ele debruçou-se à beira de um lago e viu sua imagem na 
água. Sem saber que era ele a figura refletida, apaixonou-se pela sua beleza. Em uma versão, Narciso, ao tentar alcançar 
a “pessoa” no lago, acabou morrendo afogado. Em outra, Narciso ficou tão enfeitiçado pela imagem que não saiu mais 
de lá e definhou, morrendo de fome e de sede. 
O termo narcisista é, então, usado para se referir às pessoas que idolatram a própria imagem. 
 
 
Disponível em: 
<https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1627324970849655&set=a.1489160314666122.1073741828.100007165
034998&type=3&theater>. Acesso em: 15 nov. 2015. 
 
 
Disponível em: <http://www.amigodaalma.com.br/2009/12/29/espelho-portal-para-o-si-mesmo/caravaggio-1573-
1610-narciso-na-fonte/>. Acesso em: 15 nov. 2015. 
 
 
Com base nas informações e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. 
 
I. A ilustração, ao colocar uma tela do celular com uma rede social no lugar do lago, altera o conceito de 
narcisismo, uma vez que a imagem do dispositivo é compartilhada socialmente. 
II. A ilustração tem como objetivo alertar sobre o perigo de morte que a moda das selfies vem provocando no 
mundo. 
III. A ilustração critica o modo narcisista como algumas pessoas utilizam as redes sociais. 
IV. A ilustração tem por objetivo mostrar os aspectos positivos das redes sociais, que melhoram a autoestima. 
 
Está correto o que se afirma apenas em: 
 
A) I e IV. 
B) II e III. 
C) I e III. 
D) III. 
E) III e IV. 
 
7. Leia a charge. 
 
Disponível em: https://www.reddit.com/r/brasil/comments/mk5z37/brasil_2021/.Acesso em: 2 ago.2021. 
 
O objetivo do texto é: 
 
 
A) Criticar a linguagem científica, que é indecifrável para a população em geral. 
B) Mostrar as vantagens do aprendizado por meio das novas tecnologias. 
C) Criticar o discurso negacionista, que se opõe à ciência. 
D) Enaltecer a agilidade da pesquisa nas redes sociais. 
E) Valorizar a pluralidade de pontos de vista na ciência. 
 
8. Sociedade e economia: globalização (desigualdade social). 
Leia a charge e o trecho de Milton Santos. 
 
 
Disponível em: <https://mcartuns.wordpress.com/2013/08/02/globalizacao-3/>. Acesso em: 15 ago. 2017. 
 
De fato, para grande parte da humanidade, a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades. O 
desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário 
médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. A mortalidade infantil permanece, a 
despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de qualidade é cada vez mais inacessível. Alastram-se e 
aprofundam-se males espirituais e morais, como o egoísmo, o cinismo e a corrupção. A perversidade sistêmica que está na 
raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos 
que atualmente caracterizam as ações hegemônicas. Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputáveis ao 
presente processo de globalização. 
SANTOS, M. Por uma outra globalização, do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. A charge e o texto apresentam visões antagônicas sobre o processo de globalização, pois a charge mostra a 
inclusão de todos, e o texto critica a perversidade da economia global. 
II. Para Milton Santos, a perversidade caracterizada pelas desigualdades é intrínseca à globalização. 
III. A charge destaca o aumento das ofertas de emprego promovido pela globalização, ao contrário do texto, que 
afirma que o desemprego é crescente e crônico. 
IV. A charge e o texto contrapõem-se ao discurso comum de que a globalização promove igualdade e crescimento 
a todos os países e classes sociais. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
A) II e IV. 
B) I, II e IV. 
C) II, III e IV. 
D) I e III. 
E) II e III. 
 
9. Leia a charge. 
 
 
Disponível em: http://arevolucaotecnologica.blogspot.com/2011/09/evolucao-humana.html. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. O objetivo da charge é enaltecer a evolução humana, mostrando, em ordem cronológica, os avanços 
tecnológicos em diversos períodos da história. 
II. A charge ironiza a ideia de que há progresso na história da humanidade, mostrando que o comportamento do 
homem no trato com as ferramentas de trabalho não sofreu alterações. 
III. A charge tem por objetivo indicar que apenas a partir da Era Moderna as tecnologias deixaram de ter finalidade 
bélica. 
 
Assinale a alternativa certa: 
 
A) Nenhuma afirmativa é correta. 
B) Apenas a afirmativa I é correta. 
C) Apenas as afirmativas I e III são corretas. 
D) Apenas a afirmativa II é correta. 
E) Todas as afirmativas são corretas. 
 
10. Leia o texto a seguir, fragmento da entrevista do filósofo Zygmunt Bauman ao periódico El País, e analise as 
afirmativas que seguem. 
As redes sociais são uma armadilha 
A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a você. É possível 
adicionar e deletar amigos, e controlar as pessoas com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam 
um pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar 
e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar 
gente com quem se precisa ter uma interação razoável. Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um 
diálogo […]. As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… Muita gente as usa não 
para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde 
o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas próprias caras. As 
redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha. 
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/30/cultura/1451504427_675885.html>. Acesso em: 6 ago. 
2017. 
 
 I. Segundo o texto, as redes sociais permitem que o indivíduo gerencie suas relações pessoais sem 
necessariamente lançar mão de aptidões sociais, como, por exemplo, o diálogo. 
II. Para Bauman, as redes sociais são uma armadilha, porque nelas estão presentes pessoas mal intencionadas. 
III. De acordo com o autor, as redes sociais constituem um espaço de muitas controvérsias e não há possibilidade 
de diálogo. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
 
A) I. 
B) I e II. 
C) I e III. 
D) II e III. 
E) II. 
 
11. Leia o texto a seguir. 
- Mas o que é a língua? Para nós, ela não se confunde com a linguagem; é somente uma parte determinada, essencial 
dela, indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções 
necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Tomada em seu todo, a 
linguagem é multiforme e heteróclita; o cavaleiro de diferentes domínios, ao mesmo tempo física, fisiológica e psíquica, ela 
pertence, além disso, ao domínio individual e ao domínio social; não se deixa classificar em nenhuma categoria de fatos 
humanos, pois não se sabe como inferir sua unidade. A língua, ao contrário, é um todo por si e um princípio de classificação. 
Desde que lhe demos o primeiro lugar entre os fatos da linguagem, introduzimos uma ordem natural num conjunto que 
não se presta a nenhuma outra classificação. 
A esse princípio de classificação, poder-se-ia objetar que o exercício da linguagem repousa numa faculdade que nos é dada 
pela Natureza, ao passo que a língua constitui algo adquirido e convencional, que deveria subordinar-se ao instinto natural 
em vez de adiantar-se a ele. 
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2006. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. De acordo com o texto, a língua não é uma linguagem, pois é um fenômeno social e convencional. 
II. Segundo o autor, a língua, com suas dimensões físicas, fisiológicas e psíquicas, é subordinada a um instinto 
natural; essas características não permitem que a língua seja classificada como um fato social. 
III. Para o autor, a língua, entendida como um sistema estruturado e convencional, ocupa o primeiro lugar entre os 
fatos de linguagem. 
 
Assinale a alternativa certa: 
 
A) Nenhuma afirmativa é correta. 
B) Apenas a afirmativa III é correta. 
C) Apenas as afirmativas I e III são corretas. 
D) Apenas a afirmativa II é correta. 
E) Todas as afirmativas são corretas. 
 
12. Leia o trecho do sociólogo contemporâneo Zygmunt Bauman, extraído do livro Amor líquido, e o meme feito com 
sua imagem. 
 Nos compromissos duradouros, a líquida razão moderna enxerga a opressão; no engajamento permanente percebe 
a dependência incapacitante. Essa razão nega direito aos vínculos e liames, espaciais ou temporais. Eles não têm 
necessidade ou uso que possam ser justificados pela líquida racionalidade moderna dos consumidores. Vínculos e liames 
tornam “impuras” as relações humanas - como o fariam com qualquer ato de consumo que presuma a satisfação 
instantânea e, de modo semelhante, a instantânea obsolescência do objeto consumido. […] 
 A vida consumista favorece a leveza e a velocidade. E também a novidade e a variedade que elas promovem e 
facilitam. É a rotatividade, não o volume de compras, que mede o sucesso na vidado Homo consumens. 
 Em geral, a capacidade de utilização de um bem sobrevive à sua utilidade para o consumidor. Mas, usada 
repetidamente, a mercadoria adquirida impede a busca por variedade, e a cada uso a aparência de novidade vai se 
desvanecendo e se apagando. Pobres daqueles que, em razão da escassez de recursos, são condenados a continuar usando 
bens que não mais contêm a promessa de sensações novas e inéditas. Pobres daqueles que, pela mesma razão, 
permanecem presos a um único bem em vez de flanar entre um sortimento amplo e aparentemente inesgotável. Tais 
pessoas são os excluídos da sociedade de consumo, os consumidores falhos, os inadequados e os incompetentes, os 
fracassados - famintos definhando em meio à opulência do banquete consumista. 
BAUMAN, Z. Amor líquido. p. 31. 
 
 
 
Observação: Tinder é um aplicativo que promove relacionamentos. 
Disponível em: https://www.picbear.org/tag/modernidadeliquida. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Com base na leitura, analise as asserções e a relação proposta entre elas. 
 
I. Segundo o pensamento de Bauman, os relacionamentos atuais seguem a mesma lógica do consumo de 
mercadorias: observam-se a descartabilidade e a valorização da novidade. 
 
PORQUE 
 
II. O meme, ao colocar uma foto de Bauman em que ele parece espantado, ratifica as ideias do sociólogo, 
criticando a volatilidade dos relacionamentos atuais. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
B) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
C) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. 
D) A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. 
E) As duas asserções são falsas. 
 
13. Leia os quadrinhos a seguir. 
 
 
Disponível em: <http://www.quadrinhosacidos.com.br/2015/07/89-e-mais-facil-descartar.html?m=1>. Acesso em: 17 
dez. 2015. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 
I. O objetivo dos quadrinhos é criticar o discurso da descartabilidade da sociedade contemporânea, na qual os objetos 
e as relações pessoais tendem à efemeridade. 
II. Os quadrinhos enaltecem a sociedade contemporânea, na qual problemas são resolvidos rapidamente com a 
substituição de produtos. 
III. A crítica dos quadrinhos concentra-se no machismo, uma vez que os homens esperam que as mulheres resolvam 
seus problemas cotidianos. 
 
A) Apenas as afirmativas I e II são corretas. 
B) Apenas as afirmativas I e III são corretas. 
C) Apenas a afirmativa I é correta. 
D) Apenas a afirmativa II é correta. 
E) Nenhuma afirmativa é correta. 
 
14. Considere a ilustração e as afirmativas. 
 
 
I. A ilustração vale-se apenas de signos não verbais para enaltecer o potencial econômico das florestas. 
II. O texto é uma crítica à exploração econômica dos recursos naturais. 
III. O objetivo da ilustração é incentivar a preservação ambiental e promover o crescimento econômico. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e II. 
E) I e III. 
 
15. Observe a figura, retirada de uma reportagem da edição 73, de 2015, da revista Ser médico e analise as afirmativas 
a seguir. 
 
 
 
I. Segundo o gráfico, 71% das pessoas ganham salários mensais de até 10 mil dólares. 
II. De acordo com o gráfico, 8,1% da população mundial concentram mais de 80% da riqueza mundial. 
III. O gráfico mostra que a má distribuição de renda é responsabilidade dos países não desenvolvidos, como o Brasil. 
IV. Na base da pirâmide, encontram-se aproximadamente 3,4 bilhões de pessoas que, juntas, possuem 3% da riqueza 
global. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
 
A) II, III e IV. 
B) I e II. 
C) II e IV. 
D) I, II e IV. 
E) III e IV. 
 
16. Leia a charge a seguir. 
 
 
Disponível em 
https://www.facebook.com/humorinteligente01/photos/a.302397109784937/2636082953082996/?type=3&theater. 
Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. A charge mostra o processo de fabricação de um ovo de chocolate com a intenção de ilustrar a complexidade 
da produção e mostrar a sua importância na economia do país. 
II. O objetivo da charge é criticar o sistema econômico excludente, que explora mão de obra infantil e impede que 
o trabalhador consuma o que ele ajudou a produzir. 
III. A charge alinha-se ao discurso da meritocracia ao mostrar o esforço pessoal e a necessidade de aspirações. 
 
É correto o que se afirma apenas em: 
 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e II. 
E) II e III. 
 
17. Leia o texto a seguir. 
A descartabilidade das mercadorias e pessoas: consumo, obsolescência e relacionamentos humanos 
Rita Alves 
Recentemente, circulou pelas redes sociais digitais uma pequena história na qual um casal de idosos, juntos há décadas, é 
interrogado sobre o segredo de se manter um relacionamento tão longo; respondem que na época em que se casaram não 
se costumava jogar fora um aparelho quebrado, mas se buscava consertá-lo e, assim, seguia-se a vida por muitos anos 
com os mesmos equipamentos. O casal estava dizendo, em outras palavras, que a longevidade de seu relacionamento se 
baseava na capacidade de “consertar” as fissuras da relação em vez de descartá-la quando os problemas aparecem. 
Os relacionamentos, assim como as mercadorias, passam por um período de intensa descartabilidade. O cientista social 
polonês Zygmunt Bauman já apontou a íntima relação entre as práticas de consumo contemporâneas e a fragilidade dos 
laços humanos na atualidade. 
O consumo é pautado pela obsolescência planejada e pelo desejo intenso por novidades, mudanças e, principalmente, 
novos desejos. Para ele, a satisfação dos desejos é angustiante na medida em que nos obriga a eleger um novo objeto de 
desejo; aponta que atualmente “o desejo não deseja a satisfação; o desejo deseja o desejo”. Daí a sensação constante de 
angústia e a incessante busca por novos desejos e realizações. O mesmo acontece com os relacionamentos atuais. As 
relações amorosas, as amizades, os contratos de trabalho e até mesmo os laços familiares são afetados por essa lógica da 
descartabilidade e da efemeridade do consumo, ou melhor, do consumismo. 
Segundo o antropólogo David Harvey, trata-se da lógica do capitalismo implementada após a Segunda Guerra Mundial, 
que trouxe a alteração das nossas noções de tempo e espaço a partir da aceleração do tempo de giro das mercadorias. Os 
bens materiais passaram a ser produzidos, distribuídos, consumidos e descartados com maior velocidade. Com essa 
compressão do tempo, passamos a valorizar a velocidade e a aceleração, que se transformaram em valores inquestionáveis, 
como se o veloz fosse, necessariamente, o bom e o desejável. 
A partir daí, nosso cotidiano passou a ser pautado pela efemeridade, pela volatilidade, pela instantaneidade, pela 
simultaneidade e, no limite, pela descartabilidade. Para Bauman, neste mundo líquido, flexível e mutável em que vivemos, 
a única coisa sólida e perene que nos sobra é o lixo, que se amplia, acumula e permanece como um dos maiores problemas 
do planeta. 
O desejo de mudança já está interiorizado e presente nas nossas ações. Desejamos mudar os cabelos, a cor das paredes 
das nossas casas, nossos corpos, automóveis. “Mude a sua sala de estar mudando apenas a mesinha de centro”, dizia o 
anúncio de uma revista de decoração. 
“Mude, seja outra pessoa”, sugere a cultura contemporânea. Os reality shows de intervenção trocam todo o guarda-roupa 
dos participantes e jogam no lixo toda sua história, todas as suas lembranças e memórias impregnadas nas roupas; trocam 
todos os móveis da casa por outros novos e alinhados com as tendências contemporâneas, mas que, sabe-se, não durarão 
mais que cinco ou seis anos em boas condições, posto que são feitos apenas para atender à moda do momento. Essas 
práticas de consumo envolvem não só a qualidade das mercadorias adquiridas, mas também a quantidade,nunca tivemos 
tantos objetos. 
É esse o cenário que envolve também os relacionamentos humanos, dos matrimônios às amizades, da sexualidade aos 
circuitos familiares. As relações amorosas, por exemplo, entram na mesma lógica quantitativa e efêmera que 
desenvolvemos com os objetos, especialmente entre os jovens, que não escondem a valorização dos “ficantes” nas suas 
baladas noturnas; numa mesma noite “fica-se” com vários parceiros efêmeros e passageiros, às vezes nem mesmo 
perguntam-se os nomes e já partem para outra conquista rápida; ao final da noite, uma contabilidade geral indica o status 
de cada um. Mesmo quando a relação é duradoura, o tempo entre o namoro, o casamento e a separação pode ser de 
alguns anos, às vezes meses. A angústia do compromisso duradouro está na base dessa volatilidade amorosa; “será que 
estou perdendo algo melhor?”; o medo da descartabilidade aflige as duas partes: ou seremos descartados ou descartaremos 
nosso par. Entre as amizades juvenis, acontece quase o mesmo; troca-se de turma, incorporam-se novos amigos; as redes 
sociais digitais registram a intensidade do relacionamento, “adorei te conhecer!”, e, depois de alguns dias de exposição das 
afinidades e afetos, deixa-se que a nova amizade esfrie até que seja substituída por outra mais nova ainda. No âmbito de 
trabalho, antigamente dedicava-se à mesma empresa por 30 ou 40 anos; hoje em dia, dizem os especialistas em gestão de 
carreiras que não se deve permanecer num mesmo emprego por mais de cinco anos, que isso pode parecer acomodação e 
falta de ousadia profissional. Busca-se descartar o emprego antes de ser descartado pelo patrão. 
De certa forma, as redes sociais digitais vieram contribuir para essa situação, provocando o aumento dos relacionamentos 
superficiais e passageiros, as conversas fragmentadas e teatralizadas, o excesso de “amigos” e convites para eventos aos 
quais não conseguimos dar muita atenção. 
As vozes pessimistas consideram que as tecnologias digitais estão contribuindo para o isolamento, a separação e a 
superficialidade das relações humanas. Isso pode ser verdadeiro em muitas situações, mas existem outros lados dessa 
questão. As redes on-line também resgatam antigas amizades e recuperam, mesmo que pontualmente, relações deixadas 
no passado; recuperam-se fotografias antigas, marcam-se encontros de turmas do colégio, apresentam-se os filhos e 
maridos ou esposas. Com a recente entrada dos idosos nas redes sociais, temos presenciado interessantes alterações nas 
dinâmicas familiares, com a criação de novos canais de comunicação entre avós e netos, por exemplo, ou ainda entre 
parentes há muito separados pela distância ou dificuldades de locomoção; as separações geográficas e geracionais no 
âmbito familiar estão sendo reconfiguradas de forma interessante e contribuindo positivamente para o resgate da 
socialização dos idosos. 
Apesar do quadro desalentador que envolve o consumo exacerbado e os relacionamentos humanos, temos observado 
práticas alternativas que vão na contramão dessa situação. Espalha-se pelo mundo o movimento slow, que questiona a 
velocidade e a descartabilidade das mercadorias e relações, propondo um retorno às práticas desaceleradas de tempos 
atrás. A vertente mais conhecida desse movimento é o slow food, que propõe que voltemos a preparar a comida lentamente, 
que conversemos com o açougueiro, o padeiro e o verdureiro; que convivamos com nossos amigos na beira do fogão 
enquanto preparamos a comida lentamente. Na contramão do fast food, o slow food busca resgatar os rituais de 
alimentação que sempre estruturaram as relações familiares e de amizades. Vemos ainda a emergência de grupos que 
questionam o consumo excessivo e inconsequente, propondo o consumo consciente no qual se buscam informações sobre 
as práticas sociais das empresas produtoras, questionam-se as embalagens, aponta-se a possibilidade de reutilizar e reciclar 
embalagens e objetos. 
Existe ainda o recente consumo colaborativo, no qual os sujeitos partilham equipamentos como máquinas de cortar grama, 
furadeiras elétricas e até automóveis, considerando que individualmente estão subutilizados e que com os usos partilhados 
e coletivos pode-se otimizar os recursos. Do ponto de vista das relações humanas, temos observado nas grandes cidades o 
surgimento de grupos que propõem o resgate das relações de vizinhança, a ocupação e revitalização das praças públicas, 
a produção de hortas urbanas comunitárias, piqueniques coletivos e o resgate da convivência comunitária nos bairros. Na 
base desses movimentos está uma consciência ecológica renovada, que vai além dos discursos de preservação da natureza 
e que se volta à transformação dos cotidianos e das relações interpessoais. Para além da descartabilidade das mercadorias 
e pessoas, continuamos com a certeza de que a base da humanidade não está no avanço da tecnologia ou no acúmulo de 
riquezas, mas na força dos relacionamentos humanos; foram eles que ergueram o edifício da sociedade e da cultura e, 
seguramente, não serão descartados com tanta facilidade. 
Disponível em: <http://www.sescsp.org.br/online/artigo/6687_OBSOLESCENCIA+PROGRAMADA#/tagcloud=lista>. 
Acesso em: 15 dez. 2015. 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. 
 
I. O foco do texto é valorizar o mundo atual, em que os produtos são efêmeros e o consumo é possível, pois há 
liberdade de mercado. 
II. Segundo o texto, apesar do consumismo desenfreado da sociedade atual, surgiram movimentos contrários a 
essa tendência, que propõem a desaceleração das atividades cotidianas e questionam a descartabilidade de objetos e 
relacionamentos. 
III. Para o sociólogo Bauman, vivemos na época das relações líquidas e qualquer mudança é negativa. 
IV. A autora posiciona-se contra o fim dos matrimônios, que deveriam ser indissolúveis como antigamente. 
 
A) Apenas as afirmativas I e II são corretas. 
B) Apenas a afirmativa II é correta. 
C) Apenas as afirmativas II e III são corretas. 
D) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas. 
E) Nenhuma afirmativa é correta. 
 
18. Leia a charge e trechos de um ensaio, escrito pelo professor Eduardo Marks, publicado pela filósofa Márcia Tiburi. 
 
Disponível em: <http://angloguarulhos.com.br/temas-pos-verdade-e-manipulacao-das-redes-sociais/>. Acesso em: 5 
fev. 2018. 
Obs.: No primeiro quadrinho, vê-se uma caricatura do filósofo René Descartes (1596-1650) e a frase conhecida como a 
máxima do seu pensamento. 
 
No campo das pós-verdades; ou quando o verde também é azul 
Eduardo Marks de Marques 
Até meados de novembro de 2016, se alguém me falasse em “pós-verdade”, talvez a minha referência mental imediata 
fosse ao trabalho realizado pelo Ministério da Verdade na Inglaterra, (já nem tão) distópica criada por George Orwell em 
seu romance 1984. O referido ministério era responsável por promover ações de propaganda para a manutenção do partido 
no poder e, talvez mais sintomaticamente para os tempos em que vivemos, rever e reescrever a história para que ela sempre 
esteja alinhada aos interesses presentes do poder. Para mim, “pós-verdade” era isso: transformar o passado a partir dos 
alinhamentos ideológicos do presente. No entanto, com a nomeação do termo como a palavra do ano pelos lexicógrafos 
do Oxford Dictionaries, me vi obrigado a rever uma série de posições. 
Conforme a definição, “pós-verdade” relaciona-se ou denota circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos 
importantes em moldar a opinião pública do que apelos emocionais e crenças individuais. Ao ler tal definição, fiquei 
duplamente surpreso; primeiramente, porque ela consegue, in a nutshell, resumir bem os últimos anos, ao menos no 
Ocidente. Quem frequenta as redes sociais como eu não consegue mais ignorar não só a polarização maniqueísta pela 
qual a sociedade está passando, mas também (e, quiçá, como sua causa e consequência ao mesmo tempo) essa tentativa 
vorazde transformar vivências e opiniões pessoais em experiência universal e senso comum. A pós-verdade surge para dar 
nome a essa prática humana assustadora não para entendê-la e eventualmente domesticá-la, mas, sim, para validá-la. A 
pós-verdade é meta-pós-verdade em sua essência. 
Estamos perdendo a habilidade de refletir criticamente sobre a realidade que nos circunda, e essa tentativa constante de 
transformar ontologia em epistemologia de forma direta é sua consequência mais maligna, especialmente porque ela vem 
acompanhada de um complexo de deus (…). 
Na língua japonesa, o kanji 青 pode referir-se ao mesmo tempo às cores azul e verde. O contexto faz com que saibamos a 
qual delas o ideograma aponta em determinado momento. A aceitação da polissemia faz com que haja harmonia em seu 
uso. Será que conseguiremos chegar a um estágio em que superemos as pós-verdades e consigamos voltar a conviver com 
dúvidas? 
 
Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/no-campo-das-pos-verdades-ou-quando-o-verde-tambem-e-
azul/>. Acesso em: 8 fev. 2018 (com adaptações). 
 
I. A charge valoriza a evolução do pensamento humano e a superação das ideias cartesianas, promovida pelo 
acesso à informação que temos atualmente. 
II. A charge e o texto indicam que a pós-verdade é marcada pela supressão da razão, da reflexão, que é substituída 
pela mera crença. 
III. De acordo com o texto, na era da pós-verdade, opiniões e crenças pessoais tendem a ser divulgadas como 
verdades universais e alimentam o senso comum, que é desprovido de reflexão crítica. 
IV. O autor espera que a pós-verdade seja superada e, assim, as pessoas reaprendam, por meio da razão, a separar 
o azul do verde, eliminando dúvidas e divergências. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) II e III. 
D) III e IV. 
E) II e IV. 
 
19. Leia o trecho extraído do livro As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano. 
 
É a América Latina, a região das veias abertas. Do descobrimento aos nossos dias, tudo sempre se transformou em capital 
europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal se acumulou e se acumula nos distantes centros do poder. Tudo: a 
terra, seus frutos e suas profundezas ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos 
naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar foram sucessivamente 
determinados, do exterior, por sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. Para cada um, se atribuiu uma 
função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e se tornou infinita a cadeia de 
sucessivas dependências, que têm muito mais do que dois elos e que, por certo, também compreende, dentro da América 
Latina, a opressão de países pequenos pelos seus vizinhos maiores, e fronteiras adentro de cada país, a exploração de suas 
fontes internas de víveres e mão de obra pelas grandes cidades e portos. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. De acordo com o autor, historicamente, a América Latina serviu aos interesses dos países centrais do capitalismo 
internacional. 
II. Segundo o texto, os países da América Latina são explorados pela Europa e pelos Estados Unidos, mas são parceiros 
e solidários entre si. 
III. A organização social, econômica e política dos países latino-americanos, segundo Galeano, foi determinada de modo 
a atender à engrenagem do sistema capitalista internacional. 
IV. A metáfora das veias abertas refere-se à cordialidade e à pouca produtividade dos povos latinos, responsáveis pelo 
baixo desenvolvimento econômico desses países. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
A) I, II e III. 
B) I e II. 
C) II, III e IV. 
D) I e III. 
E) I e IV. 
 
20. Assunto/tema. Sociedade: trabalho escravo. 
 Leia o trecho do texto de Natalia Suzuki e Thiago Casteli e observe a figura a seguir. 
Trabalho escravo ainda é uma realidade no Brasil 
O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. A sua existência foi assumida pelo 
governo federal perante o país e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1995, o que fez com que se tornasse 
uma das primeiras nações do mundo a reconhecer oficialmente a escravidão contemporânea em seu território. Daquele 
ano até 2016, mais de 50 mil trabalhadores foram libertados de situações análogas às de escravidão em atividades 
econômicas nas zonas rural e urbana. 
Mas o que é trabalho escravo contemporâneo? O trabalho escravo não é somente uma violação trabalhista, tampouco se 
trata daquela escravidão dos períodos colonial e imperial do Brasil. Essa violação de direitos humanos não prende mais o 
indivíduo a correntes, mas compreende outros mecanismos, que acometem a dignidade e a liberdade do trabalhador e o 
mantêm submisso a uma situação extrema de exploração. 
Quem é o trabalhador escravo? Em geral, são migrantes que deixaram suas casas em busca de melhores condições de vida 
e de sustento para as suas famílias. Saem de suas cidades atraídos por falsas promessas de aliciadores ou migram 
forçadamente por uma série de motivos, que podem incluir a falta de opção econômica, guerras e até perseguições políticas. 
No Brasil, os trabalhadores provêm de diversos estados das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, mas também podem 
ser migrantes internacionais de países latino-americanos - como Bolívia, Paraguai e Peru -, africanos, além do Haiti e do 
Oriente Médio. Essas pessoas podem se destinar à região de expansão agrícola ou aos centros urbanos à procura de 
oportunidades de trabalho. 
O trabalho escravo é empregado em atividades econômicas na zona rural, como a pecuária, a produção de carvão e os 
cultivos de cana-de-açúcar, soja e algodão. Nos últimos anos, essa situação também é verificada em centros urbanos, 
principalmente na construção civil e na confecção têxtil. 
No Brasil, 95% das pessoas submetidas ao trabalho escravo rural são homens. Em geral, as atividades para as quais esse 
tipo de mão de obra é utilizado exigem força física, por isso os aliciadores buscam principalmente homens e jovens. Os 
dados oficiais do Programa Seguro-Desemprego de 2003 a 2014 indicam que, entre os trabalhadores libertados, 72,1% 
são analfabetos ou não concluíram o quinto ano do Ensino Fundamental. 
Disponível em: http://www.cartaeducacao.com.br/aulas/fundamental-2/trabalho-escravo-e-ainda-uma-realidade-no-
brasil/. Acesso em: 21 fev. 2020. Adaptado. 
 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=i5rdHZvekXY. Acesso em: 21 fev. 2020. Adaptado. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. A figura visa a denunciar, por meio dos produtos selecionados, os setores da indústria que mais se valem do 
trabalho escravo. 
II. Em 2016, segundo o texto, havia 50 mil trabalhadores no Brasil em condições de escravidão. 
III. O texto sugere uma relação entre a falta de instrução e a sujeição a condições que caracterizam o trabalho 
escravo. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
A) I e II. 
B) II e III. 
C) I e III. 
D) II. 
E) III. 
 
21. Leia o texto e analise as afirmativas. 
Como o brasileiro cuida e quanto gasta com seus animais de estimação 
Pesquisa mostra que brasileiros consideram seus animais de estimação como membros da família e gastam mais 
dinheiro com os bichinhos 
Animais de estimação são cada vez mais considerados como membros da família ou filhos para seus donos. Eles passam 
mais tempo dentro de casa e recebem mais ração, sachês ou petiscos. 
Com tanto afeto pelos bichinhos, é natural que o gasto com eles esteja crescendo. Donos de cães gastam em média R$ 389 
por mês, sendo R$ 121 em ração. Os donos de gatos gastam em média R$ 291, sendo R$ 90 em ração. A pesquisa 
entrevistou 3.675 donos de cães e 2.270 donos de gatos em todo o país. De acordo com o documento, os petshops de 
bairros e os mega petshops concentram cada vez mais as compras, em detrimentode supermercados. 
 
 
 
 
Gastos com animais de estimação. 
Disponível em: https://abrilexame.files.wordpress.com/2018/04/animais-de-estimaccca7acc83o-karin-salomacc83o1-
1.png. Acesso em: 21 fev. 2020. Adaptado. 
 
I. A pesquisa revelou que os donos de cães são mais numerosos e têm mais cuidados com seus animais do que 
os donos de gatos. 
II. De acordo com a pesquisa, os gastos com ração, tanto para os donos de cães quanto para os donos de gatos, 
representam cerca de 31% do total. 
III. Segundo os dados, observa-se tendência de crescimento do percentual de animais com plano de saúde. 
 
É correto o que se afirma apenas em: 
 
A) I e II. 
B) II e III. 
C) I e III. 
D) III. 
E) II. 
 
22. Considere a charge e as afirmativas a seguir. 
 
Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-
_rK1dxxjr5A/UEdLJxXuSHI/AAAAAAAAB2U/83zDyMGCxsY/s1600/As+pessoas+de+hoje+em+dia+PROC.png>. Acesso 
em: 6 mar. 2013. 
 
I. A charge tem por objetivo enaltecer o valor da imagem como registro dos fatos cotidianos. 
PORQUE 
II. A charge evidencia que a curiosidade das pessoas supera a solidariedade em momentos de tragédia. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
A) As asserções I e II são verdadeiras, e a II justifica a I. 
B) As asserções I e II são verdadeiras, e a II não justifica a I. 
C) A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. 
D) A asserção I é falsa, e a II é verdadeira. 
E) As asserções I e II são falsas. 
 
23. Leia a charge a seguir. 
 
 
Disponível em: <https://charges.uol.com.br/emails-comentados/2017/05/02/desabafo-da-semana>. Acesso em: 21 fev. 
2020. 
 
A charge: 
 
A) Retrata um jogo infantil semelhante à “amarelinha”, mas adaptado aos adultos. 
B) Ilustra o isolamento em que as pessoas vivem atualmente. 
C) Faz uma crítica à falta de convergência de opiniões entre as pessoas. 
D) Apresenta uma situação em que o correto e o incorreto dependem do ponto de vista. 
E) Defende a livre manifestação de ideias ideologicamente distintas. 
 
24. Leia a charge a seguir. 
 
 
Disponível em: <http://www.bixodagoiaba.com.br/2013/04/padrao-de-beleza-ao-longo-dos-anos.html>. Acesso em: 
10 ago.2017. 
 
O objetivo da charge é: 
 
A) Criticar o crescimento da obesidade na sociedade contemporânea. 
B) Mostrar que há 400 anos as mulheres tinham uma vida mais saudável e isso se refletia no seu peso. 
C) Evidenciar o desenvolvimento tecnológico da pintura para a fotografia. 
D) Mostrar que, em épocas distintas, existem pessoas insatisfeitas porque não apresentam o padrão de beleza 
socialmente determinado. 
E) Criticar a imobilidade e a falta de realização prática, provocadas pelo excesso de idealização. 
 
25. Considere o gráfico e analise as afirmativas a seguir. 
 
 
ONU, International Migration Report, 2015. Disponível em: 
<http://www.un.org/en/development/desa/population/migration/publications/migrationreport/docs/ 
MigrationReport2015_Highlights.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016 (com adaptações). 
 
I. A Ásia é o lugar de destino que, em 2015, apresentou a maior diferença entre o número de homens e o de mulheres 
imigrantes. 
II. O número de mulheres com destino à Europa cresceu mais no período de 2000 a 2010 do que no período de 2010 a 
2015. 
III. O número de imigrantes que chegaram à Europa em 2015 foi de 35 milhões. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
A) I, II e III. 
B) I e II, apenas. 
C) II e III, apenas. 
D) I e III, apenas. 
E) I, apenas. 
 
26. Leia a charge a seguir. 
 
 
Disponível em: http://inclusaodigital82013.blogspot.com.br/2013/. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Com base na leitura, assinale a alternativa correta: 
A) A charge mostra como o acesso às novas tecnologias é importante e muda as condições de vida dos cidadãos. 
B) A charge tem por objetivo criticar a inclusão digital, pois algumas pessoas não têm preparo suficiente para usar as 
novas tecnologias. 
C) A charge propõe a reflexão sobre a prioridade das necessidades na definição das políticas públicas. 
D) A charge visa a enaltecer as políticas governamentais de inclusão digital, pois elas atingem até comunidades do 
sertão. 
E) A charge denuncia o consumismo, que faz as famílias pobres adquirirem bens desnecessários. 
 
27. Leia o texto a seguir. 
A pipoca 
Rubem Alves 
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as 
palavras do que com as panelas. 
Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". 
Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate, 
feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. 
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que 
chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. 
A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem 
dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E 
algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. 
Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que 
estoura, de forma inesperada e imprevisível. 
A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, 
meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido 
religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. 
Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria 
(porque vida, só vida, sem alegria, não é vida…). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. 
Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida 
sagrada do Candomblé… 
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos 
aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. 
Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não 
sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela 
sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. 
Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. 
Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário 
era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as 
crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, 
brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente das crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas! 
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. 
Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do 
Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. 
Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos e desvendou 
cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no 
mundo da poesia, as explicações científicas não valem. 
Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos 
quarenta,lamentava: “Fiquei piruá!”. 
Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se 
recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. 
Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê-la-á”. A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho 
que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não 
vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem 
para nada. Seu destino é o lixo. 
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande 
brincadeira… 
Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. 
Disponível em: <http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp>. Acesso em: 3 out. 2013. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir. 
 
I. A pipoca é usada como metáfora para a transformação de pessoas fisicamente feias em bonitas. 
II. O autor emprega a palavra “piruá” para pessoas duras que resistem às transformações. 
III. O autor considera que só as pessoas não religiosas tornam-se piruás, pois são incapazes de se transformarem. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e II. 
E) II e III. 
 
28. Leia a charge e a reportagem. 
 
Charge publicada na Folha de S. Paulo, 1º set. 2019. 
 
Jornada maior que 24 horas e um salário menor que o mínimo, a vida dos ciclistas de aplicativo em SP 
Estudo inédito traça o perfil dos entregadores e constata que a presença de menores de 18 anos é comum no ramo 
 
GIL ALESSI 
São Paulo - 07 AGO 2019 
 
[…] Trabalhar de segunda a domingo sem contrato, em jornadas que podem chegar a mais de 24 horas seguidas, se 
arriscando entre carros e ônibus, sem garantias ou proteções legais e muitas vezes por menos de um salário mínimo. E 
mais: em um emprego realizado até por menores de 18 anos. Este cenário - que deixaria de cabelo em pé qualquer 
fiscal do Trabalho - é o cotidiano de milhares de jovens que trabalham de bicicleta como entregadores de aplicativos. 
Com a mochila térmica nas costas, eles cruzam a cidade vindos, em sua maioria, das periferias da capital rumo aos 
principais centros comerciais da cidade. 
Uma pesquisa da Associação Aliança Bike, criada em 2003 com o objetivo de fortalecer a economia que gira em torno 
da bicicleta, traçou o perfil desses trabalhadores com base em centenas de entrevistas: 99% são do sexo masculino, 71% 
se declaram negros, mais de 50% têm entre 18 e 22 anos de idade, 57% trabalham todos os dias da semana, e 75% 
ficam conectados ao aplicativo por até 12 horas seguidas - sendo que 30% trabalham ainda mais tempo. Tudo isso por 
um ganho médio mensal de 992 reais (seis reais a menos do que o salário mínimo, fixado em 998 reais). O menor valor 
mensal recebido encontrado no levantamento foi 375 reais, para entregadores que trabalham três horas diárias, e o 
maior foi 1.460 reais, para 14 horas trabalhadas. 
Não existe um balanço preciso de quantos entregadores utilizam bicicletas em São Paulo - os aplicativos se negam a 
divulgar esses números porque afirmam que são estratégicos. Mas estima-se que a cifra chegue aos milhares. Em um 
cenário de recessão econômica e com os índices de desemprego atingindo quase 13 milhões de brasileiros, esse tipo 
de serviço altamente precarizado oferece flexibilidade de horários e uma fonte de renda para os jovens. Prova disso é a 
justificativa para entrar nesse ramo de trabalho: de acordo com a pesquisa, para 59% dos entrevistados a principal 
motivação para começar a fazer entregas por aplicativo foi o desemprego. 
O serviço de entrega com bicicleta é uma espécie de porta de entrada para o mundo do delivery. “Um motoca consegue 
tirar até 500 reais por dia em um final de semana”, conta Daniel Cesário de Moraes, 18 anos. Morador do Jardim Vaz de 
Lima, zona sul de São Paulo, ele pedala diariamente pela perigosa marginal do rio Pinheiros para chegar à zona oeste. 
Mas o boom dos aplicativos e a concorrência de outros ciclistas e motoqueiros já se fazem sentir no bolso. Moraes viu 
sua renda diária cair de 80 para 40 reais nos últimos meses. Se antes o frete mínimo pago por corrida, um valor que 
também flutua a cada entrega, era de 6,50 reais, hoje dificilmente se alcança este valor. Para driblar a crise, ele sonha 
em comprar uma moto para “progredir” no ramo de entregas. De qualquer forma, já conseguiu com o fruto de seu 
trabalho adquirir uma bike própria: “Custou 700 reais, parcelado em duas vezes”. Quem não tem bicicleta própria usa o 
sistema de aluguel. 
As empresas responsáveis pelos aplicativos afirmam que apenas fazem a “ponte” entre as partes, que trabalham de 
forma autônoma e com liberdade de acordo com sua disposição e necessidades - um argumento frequente em tempos 
de uberização do trabalho. Mas, para especialistas, não é bem assim. “Este modelo de trabalho se apoia no discurso do 
empreendedorismo, na ideia de você não ter patrão e poder fazer o seu próprio horário”, afirma Selma Venco socióloga 
do Trabalho e professora da Unicamp. Segundo ela, este “discurso neoliberal camufla a real situação, que é a de 
precarização não apenas nas relações de trabalho, mas também nas condições de vida”. Por trás dessa “máscara do 
empreendedorismo, existe uma situação análoga à escravidão”, diz Venco. “Há uma superexploração do trabalhador, 
pois ele sabe que terá que trabalhar uma jornada de 14 ou 15 horas para ter um ganho mínimo, irá além dos limites 
físicos para poder sobreviver. E sem nenhuma proteção, nenhum direito associado a isso.” 
Os resultados da pesquisa endossam a tese da socióloga com relação à precariedade do trabalho neste modelo de 
aplicativos. Quando indagados sobre o que faria a diferença em seu dia a dia, 35% dos entregadores citaram um “seguro 
de invalidez temporária”, para os casos em que o ciclista tenha que ficar parado por algum tempo em função de doença 
ou acidente. 
 
Trabalho de menores de idade sobre rodas 
Mas um dos problemas menos abordados dos serviços de entrega por aplicativo é a utilização de mão de obra de 
menores de 18 anos - constatada na pesquisa da Aliança Bike e confirmada pela reportagem. Os aplicativos exigem que 
os entregadores enviem fotos dos documentos ao realizar o cadastro, mas as fraudes são comuns, e a fiscalização 
deficiente. W. B., 18, começou a trabalhar com entregas com “16 ou 17 anos”. “Usei os documentos de um primo no 
cadastro porque sou agilizado, não posso ficar parado sem receber, entendeu?”, explica. A presença de menores de 18 
anos atuando como entregadores contraria frontalmente o decreto federal 6.481, de 2008, que fala sobre a proibição 
do trabalho infantil, seguindo disposições da Organização Internacional do Trabalho. 
A legislação brasileira permite o trabalho de jovens entre 16 a 17 anos apenas em atividades que não sejam “insalubres 
ou perigosas” - classificadas como “Piores Formas de Trabalho Infantil” no decreto. Entre o que é vetado para essa faixa 
etária estão os “serviços externos, que impliquem manuseio e porte de valores que coloquem em risco a sua segurança 
(office boys, mensageiros, contínuos)”. Os riscos vão de “traumatismos; ferimentos; ansiedade e estresse” decorrentes de 
“acidentes de trânsito”. “Eu sei que, se acontecer alguma coisa, estou por minha conta”, diz W. B., saindo para mais uma 
entrega no horário do almoço no bairro de Pinheiros. 
Disponível em: 
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/06/politica/1565115205_330204.html?fbclid=IwAR0RymnJ8M5eSLnhAPvKav8
QVF9J_s3j9tEw_DcZxfNMhJlBNv_Kzy-wC2U. Acesso em: 21 fev. 2020. Adaptado. 
 
I. A charge enaltece a possibilidade que o trabalho informal oferece às famílias na busca da subsistência, apesar 
dos baixos salários eda jornada longa de trabalho. 
II. O texto aponta a precarização do trabalho, disfarçada sob a máscara do empreendedorismo, mesma crítica que 
aparece na charge. 
III. O texto destaca a falta de direitos e garantias a que estão submetidos os entregadores de aplicativos e a 
superexploração do seu trabalho. 
IV. De acordo com o texto, 59% dos desempregados fazem entregas por aplicativos. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
A) I, II, III e IV. 
B) II e III, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) I, II e IV, apenas. 
E) II, III e IV, apenas. 
 
24: Analise o gráfico, com o levantamento da renda familiar no Brasil em 2013, e as afirmativas a seguir. Considere que 
o salário mínimo na época da pesquisa era de R$ 678,00. 
 
 
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/2014/01/1398643-o-role-do-brasil.shtml>. 
Acesso em: 22 mar. 2016. 
 
I. Em 2013, a renda de 66% das famílias era de três salários mínimos. 
II. O fato de a soma dos percentuais indicados na pirâmide resultar em 96% mostra que o levantamento da renda mensal 
familiar foi incompleto. 
III. Pouco mais de um terço das famílias, em 2013, tinha renda mensal entre dois e cinco salários mínimos. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
A) I e III. 
B) II e III. 
C) III. 
D) I. 
E) II. 
 
25. Analise a ilustração e as afirmativas a seguir. 
 
 
Disponível em: 
<https://www.facebook.com/137459689780175/photos/a.409068539285954.1073741892.137459689780175/40906888
2619253/?type=3&theater>. Acesso em: 15 out. 2015. 
 
I. A ilustração aponta o aspecto positivo das redes sociais na construção da autoestima. 
II. Segundo a ilustração, as curtidas recebidas na página da rede social representam a aprovação do outro, o que 
alimenta o ego do indivíduo e o torna mais sensível à coletividade. 
III. O foco da crítica da ilustração é o uso das redes sociais como forma de exposição da intimidade das pessoas. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
A) Nenhuma afirmativa é correta. 
B) Apenas a afirmativa I é correta. 
C) Apenas a afirmativa II é correta. 
D) Apenas a afirmativa III é correta. 
E) Apenas as afirmativas II e III são corretas. 
 
26. Leia a charge a seguir, de autoria de Laerte. 
 
 
Disponível em: 
<http://40.media.tumblr.com/e654441e9cf174a5bd39b1521a95f98b/tumblr_nvg2ejfcHR1qmggloo1_500.jpg>. Acesso 
em: 15 dez. 2015. 
 
Obs.: Nas faixas, da esquerda para a direita, leem-se as seguintes frases: “100 salários mínimos”, “50 salários mínimos”, 
“10 salários mínimos” e “5 salários mínimos”. 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. O objetivo da charge é criticar as faixas exclusivas de ônibus, que provocam mais congestionamentos nas cidades. 
II. A quantidade e o tipo de veículos em cada faixa ilustram a distribuição de renda da população brasileira. 
III. O objetivo da charge é mostrar a ascensão da classe média, que pôde conquistar o sonho de adquirir um automóvel 
nos últimos anos. 
IV. De acordo com a charge, a maioria das pessoas tem renda na faixa de 10 salários mínimos. 
 
Está correto o que se afirma apenas em: 
 
A) I e II. 
B) II e IV. 
C) III. 
D) IV. 
E) II. 
 
27. Leia o texto de Antonio Candido e analise as afirmativas a seguir. 
Em comparação a eras passadas, chegamos a um máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre a natureza. Isso 
permite imaginar a possibilidade de resolver grande número de problemas materiais do homem, quem sabe inclusive o da 
alimentação. No entanto, a irracionalidade do comportamento é também máxima, servida frequentemente pelos mesmos 
meios que deveriam realizar os desígnios da racionalidade. Assim, com a energia atômica podemos ao mesmo tempo gerar 
força criadora e destruir a vida pela guerra; com o incrível progresso industrial aumentamos o conforto até alcançar níveis 
nunca sonhados, mas excluímos dele as grandes massas que condenamos à miséria. 
CANDIDO, Antonio. Direito à Literatura, in: Vários Escritos. 
 
I. O autor considera irracionais as tecnologias modernas. 
II. O autor destaca as contradições materiais do nosso tempo, afirmando que a racionalidade técnica não implica o fim 
das desigualdades sociais. 
III. O autor afirma que a racionalidade técnica, com o domínio sobre a natureza, é suficiente para resolver os problemas 
da humanidade. 
IV. O autor enaltece a evolução tecnológica, uma vez que ela melhora as condições de vida da população, possibilitando 
confortos nunca antes imaginados. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
A) I e II. 
B) II. 
C) III e IV. 
D) II e IV. 
E) II e III. 
 
28. Observe a ilustração. 
 
Observação: a imagem ilustra “um mar de aparelhos celulares”. 
 
Disponível em: 
https://www.facebook.com/notaterapia/photos/a.1395172920517894/1896365387065309/?type=3&theater. Acesso 
em: 21 fev. 2020. 
 
O objetivo da ilustração é: 
 
A) Valorizar a internet como um mar de informações. 
B) Apontar o livro como um lugar seguro de conhecimento. 
C) Criticar as mídias tradicionais, como o livro impresso. 
D) Estimular a solidariedade, especialmente entre os jovens. 
E) Incentivar o intercâmbio de conhecimentos. 
 
29. Analise o anúncio divulgado pela WWF, ONG dedicada à conservação da natureza, há alguns anos. 
 
 
Texto traduzido: “Antes que seja tarde demais”. 
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/218072806928416329/. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
 
I. A imagem remete aos pulmões humanos e procura conscientizar o leitor de que o fumo pode trazer várias 
doenças respiratórias. 
II. O anúncio vale-se da metáfora bastante usada de que florestas são o pulmão do mundo. A floresta amazônica, 
por exemplo, é conhecida por esse título. 
III. A parte verbal do anúncio chama a atenção para a urgência de medidas de proteção ambiental. 
IV. O anúncio tem por objetivo mostrar que, apesar do desmatamento, a maior parte das florestas está preservada, 
pois só uma parte de um pulmão está afetada. 
V. O anúncio avisa ao leitor de que o processo de desmatamento é irreversível. 
 
É correto o que se afirma apenas em: 
 
A) I, II e III. 
B) II e III. 
C) II, III, IV e V. 
D) IV e V. 
E) I, II, III e IV. 
 
30. De acordo com o Dicionário Houaiss, utopia pode ser definida como “um lugar ou estado ideal, de completa 
felicidade e harmonia entre os indivíduos, ou ainda como qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, 
fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar 
da coletividade”. 
A respeito do tema, leia os textos a seguir. 
 
 
Texto 1. 
 
Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/116320345739/o-pensador-e-escritor-eduardo-galeano-
partiu. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Texto 2. 
A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas estático, em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos, 
então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homem que, tendo alcançado o mais alto grau de domínio 
racional da existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. O homem iria perder, 
com o abandono das utopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade de compreendê-la. 
Disponível em: https://www.imaginie.com.br/temas/redacao-fuvest-as-utopias/. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Com base na leitura dos textos, analise as asserções e a relação proposta entre elas. 
 
I. A utopia pode ser entendida como um horizonte que nunca será alcançado, cuja função é orientar e motivar 
certas ações. 
 
PORQUE 
 
II. A utopia diz respeito à sociedade futura, a um estágio definitivo da organização social, no qual se contemplam 
as consequências das ações que fazemos no presente. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
B) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
C) A primeira asserção é verdadeira, ea segunda é falsa. 
D) A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. 
E) As duas asserções são falsas. 
 
31. Com base no texto a seguir, analise as afirmativas. 
O vírus letal da xenofobia 
Eliane Brum 
Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença que esteve sempre 
lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face horrenda. Foi assim no Brasil na semana 
passada. Era uma suspeita de ebola, fato suficiente, pela letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das 
autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a deformação causada por um vírus que nos consome há 
muito mais tempo, o da xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por 
uma herança escravocrata jamais superada. 
O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora, mas dentro de nós. 
Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual pesava uma suspeita 
de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu rosto foi exposto. O documento em que pedia refúgio foi 
exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas como o rato que traz a peste para essa Oran chamada Brasil. Deste 
crime, parte da imprensa, se tiver vergonha, se envergonhará. 
Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, devemos 
desculpas. 
Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa solidão abissal. E pedir refúgio, essa 
palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal, e cada um há de saber como a fragilidade 
da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o melhor plano de saúde num país desigual. Ele, desabitado da língua, 
era desterrado também do corpo. Para alcançar o que viveu o homem desconhecido, porque o que se revelou dele não é 
ele, mas nós, é preciso vê-lo como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso vestir 
o homem. Mas só um humano pode vestir um humano. 
E logo ouviu-se o clamor. “Não é hora de fechar as fronteiras?”, cobrou-se das autoridades. Que os ratos fiquem do lado 
de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não há solidariedade nem compaixão. 
Parece que nada se aprendeu com a Aids, com aquele momento de vergonha eterna em que os gays foram escolhidos 
como culpados, o preconceito mascarado como necessária medida sanitária. 
E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros? 
Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No Facebook, desde que 
a suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao ebola era “preto”. “Ebola é coisa de 
preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que esses pretos da África têm que vir para o Brasil com essa 
desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou outro. “Graças ao ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa 
aqui na frente”, defecou um terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham. 
“Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de totalitarismo que maculam uma 
sociedade. Neste quesito, os brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de comunicação que atingem dezenas 
de milhões de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da África, como suspeito de ebola, foi a apoteose do fantasma 
do estrangeiro como portador da doença”, afirmou a esta coluna Deisy Ventura, professora de direito internacional da 
Universidade de São Paulo, pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro Direito e Saúde Global - O caso 
da pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo negros, nunca 
em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O escravagismo, terrível doença da sociedade brasileira, associa-se ao desejo 
conjuntural de dizer: este governo não deveria ter deixado essas pessoas entrarem. É uma espécie de lamento: tanto se 
esforçaram as elites para branquear este país, e agora querem preteá-lo?”. 
A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado por nuances e diversidades 
reduzido à homogeneidade da ignorância - a um fora. 
Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S. Paulo: “Os brasileiros 
não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é tudo a mesma coisa porque somos negros”. 
Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares públicos na cidade 
de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se “os caras com ebola”, apontados na 
rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”. 
O ebola não parece ser um problema quando está na África, contido entre fronteiras. Lá é destino. O ebola só é problema, 
como escreveu o pesquisador francês Bruno Canard, porque o vírus saiu do lugar em que o Ocidente gostaria que ele 
ficasse. 
“A militarização da resposta ao ebola, que com a anuência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em setembro 
último, passou da Organização Mundial da Saúde a uma Missão da ONU, revela que a grande preocupação da comunidade 
internacional não é a erradicação da doença, mas a sua contenção geográfica”, reforça Deisy Ventura. 
Para o homem que alcançou o Brasil em busca de refúgio e teve sua dignidade violada na exposição de seu nome, rosto e 
documentos, ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, 
devemos desculpas. Devemos reparação, ainda que saibamos que a reparação total é uma impossibilidade, e que essa 
marca pública já o assinala. Não é uma oportunidade para ele, é para nós. 
É preciso reconhecer o rato que respira em nós para termos alguma chance de nos tornarmos mais parecidos com um 
humano. 
Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/13/opinion/1413206886_964834.html>. Acesso em: 13 out. 
2014. 
 
I. Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, alimentada por postagens em redes sociais. 
II. A xenofobia manifesta-se, no Brasil, contra o estrangeiro em geral, pois somos um povo ainda culturalmente atrasado. 
III. O ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente excluídos ou desprivilegiados. 
 
De acordo com o texto, é correto o que se afirma em: 
 
A) I, II e III. 
B) I, apenas. 
C) II, apenas. 
D) I e III, apenas. 
E) III, apenas. 
 
32. Observe a charge a seguir. 
 
 
Disponível em: 
<https://www.facebook.com/photo.php?fbid=218228768604968&set=a.122730144821498.1073741829.10001253539
6791&type=3&theater>. Acesso em: 25 jul. 2018. 
 
Com base na análise, considere as afirmativas. 
 
I. A charge, ao ilustrar o mapa do Brasil rachado, propõe o separatismo das regiões do país como possível solução para 
os problemas que atingem a nação. 
II. A charge apresenta o Brasil como um país separado pelas desigualdades sociais. 
III. A charge tem por objetivo mostrar que o país está em um buraco e que a crise que vivemos afeta igualmente ricos 
e pobres. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) II e III. 
E) I e II. 
 
33. Leia o texto, observe as imagens e analise as afirmativas a seguir. 
A mais grave crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial parece longe do fim. Atualmente, há ao menos 65 
milhões de pessoas deslocadas de seus lares, dos quais 21,3 milhões vivem em situação de refúgio. 
A Síria é um dos países que registram o maior fluxo de refugiados. Palco de uma guerra civil que assola suas cidades há 
seis anos e de uma luta incessante contra o estabelecimento do grupo terrorista Estado Islâmico, a Síria é o país de origem 
de 4,9 milhões dessaspessoas. 
Uma delas é o artista sírio Abdalla Al Omari. Nascido na capital, Damasco, em 1986, deixou o país em 2011 em razão da 
violência. Agora, vive em Bruxelas, na Bélgica, com o status de refugiado. Seu trabalho mais recente tem uma proposta 
ousada: mostrar ao mundo como seria a vida dos atuais líderes globais, se refugiados fossem. 
Na série de pinturas, pertinentemente intitulada como “A Série da Vulnerabilidade” (The Vulnerability Series), o artista 
retrata nomes como o presidente americano Donald Trump, a premiê alemã Angela Merkel, o presidente russo Vladimir 
Putin e o sírio Bashar Al-Assad. 
 
 
 
 
 
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/e-se-os-lideres-mundiais-fossem-refugiados-este-artista-
responde/>. Acesso em: 8 jan. 2018. 
 
I. O objetivo dos quadros é evidenciar a sensibilidade e a empatia dos líderes políticos, que sabem se colocar no 
lugar dos imigrantes e adotam medidas que visam a beneficiar os refugiados. 
II. Os quadros, ao retratarem líderes mundiais em situações de vulnerabilidade, têm a intenção de denunciar as 
precárias condições a que são submetidos os refugiados e mostrar que qualquer pessoa poderia estar nessa situação. 
III. Ao atribuir aos políticos a vulnerabilidade, o artista mostra que somos todos iguais e que os que detêm o poder 
não devem ser responsabilizados pela crise que atravessa os refugiados. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
A) Nenhuma afirmativa é correta. 
B) Apenas a afirmativa II é correta. 
C) Apenas a afirmativa I é correta. 
D) Apenas a afirmativa III é correta. 
E) Apenas as afirmativas II e III são corretas. 
 
34. Leia o texto e os quadrinhos a seguir. 
O papel da mulher mudou radicalmente nas sociedades mais desenvolvidas durante as últimas quatro décadas. 
Mas ainda há muito a fazer. E o apoio dos homens é fundamental para conseguir a tão esperada igualdade. 
A palavra “empoderar” aplica-se perfeitamente à mulher do século XXI. Ela, que se adapta a qualquer papel na sociedade, 
mudou nos últimos 40 anos, em parte devido à sua progressiva incorporação ao mercado de trabalho. Desde então, a 
incessante luta pela igualdade salarial e para ocupar posições de poder empresarial e institucional, bem como a conciliação 
trabalhista e as medidas de ação afirmativa configuraram um papel feminino mais ativo. Mesmo assim, as estatísticas 
mostram que isso não é suficiente. Nenhum país alcançou a igualdade de gênero. E mesmo os mais igualitários oferecem 
menos oportunidades para as mulheres. Um dado significativo: 44% dos europeus continuam pensando que o papel mais 
importante da mulher é cuidar da casa e da família. Essa é a opinião de 44% das mulheres e de 43% dos homens. A mesma 
porcentagem afirma que a função mais importante do homem é ganhar dinheiro. Elas continuam ganhando muito menos. 
Portanto, esses dados revelam que ambos os gêneros têm um longo caminho pela frente até alcançar a verdadeira 
igualdade. 
RAMIREZ, P. El País. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/27/eps/1511812441_406375.htm. Acesso 
em: 21 fev. 2020. Adaptado. 
 
 
Disponível em: http://soacomomusica.blogspot.com.br/. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. De acordo com o texto, mais de 40% de mulheres e homens europeus mantêm arraigados valores tradicionais 
da sociedade, pois consideram que o trabalho doméstico é função feminina. 
II. Os quadrinhos têm o objetivo de mostrar que homens e mulheres exercem as mesmas funções hoje em dia, 
contrariando o que afirma o texto. 
III. As desigualdades de gênero ocorrem apenas em países subdesenvolvidos, como no Brasil, em que até o idioma 
é pobre para expressar a condição feminina, como evidenciam os quadrinhos. 
IV. O objetivo dos quadrinhos é apontar que o uso da linguagem é ideológico e reflete as desigualdades presentes 
na sociedade. 
 
Assinale a alternativa certa: 
 
A) Nenhuma afirmativa é correta. 
B) Apenas a afirmativa I é correta. 
C) Apenas as afirmativas I e IV são corretas. 
D) Apenas as afirmativas III e IV são corretas. 
E) Apenas as afirmativas I e II são corretas. 
 
35. Observe a foto, leia os versos extraídos do poema “Navio negreiro”, de Castro Alves, e analise as afirmativas. 
 
A única foto de que se tem notícia de um navio negreiro brasileiro, tirada por Marc Ferrez. 
Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2016/09/9-expressoes-populares-com-origens-ligadas-a-escravidao-e-
voce-nem-imaginava/. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
Era um sonho dantesco... o tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar... 
 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs! 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais ... 
Se o velho arqueja, se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. 
E voam mais e mais... 
 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia, 
E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri! 
 
No entanto o capitão manda a manobra, 
E após fitando o céu que se desdobra, 
Tão puro sobre o mar, 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
Fazei-os mais dançar!...” 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
 Faz doudas espirais... 
Qual um sonho dantesco as sombras voam!... 
Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 
 E ri-se Satanás!... 
 
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus, 
Se eu deliro... ou se é verdade 
Tanto horror perante os céus?!... 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
Do teu manto este borrão? 
Astros! noites! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão! ... 
 
Disponível em: https://www.culturagenial.com/poema-o-navio-negreiro-de-castro-alves/. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
I. Foto e poema revelam aspectos horrendos dos navios negreiros, meio pelo qual africanos eram trazidos ao 
Brasil como escravos. 
II. Castro Alves denuncia os castigos e as más condições a que eram submetidos os negros no navio, fossem eles 
homens ou mulheres. 
III. Alguns versos do poema, como “E ri-se a orquestra irônica, estridente”, revelam a alegria que predominava no 
navio, apesar da escravidão. 
IV. A foto, que registra uma cena espontânea do cotidiano do navio, comprova que os versos de Castro Alves são 
ficcionais, sem referencialidade histórica. 
 
É correto o que se afirma apenas em: 
 
A) I e II. 
B) II e IV. 
C) I e III. 
D) III e IV. 
E) I, II e III. 
 
36. Observe a ilustração a seguir. 
 
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/340514421817058668/>. Acesso em: 30 jul. 2018. 
 
O objetivo da ilustração é: 
 
A) Enaltecer o papel das novas tecnologias no desenvolvimento do pensamento autônomo. 
B) Mostrar que o homem depende da agricultura, pois todas as riquezas são decorrentes dela. 
C) Criticar a homogeneização do pensamento e do comportamento. 
D) Criticar as sociedades agrárias, que não têm acesso às tecnologias de comunicação. 
E) Denunciar o trabalho escravo, especialmente nas lavouras. 
 
37. Observe a ilustração a seguir. 
 
 
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/333336809906423953/>. Acesso em: 20 set. 2018. 
 
Com base na análise, considere as afirmativas: 
 
I. O objetivo da ilustração é defender a pena de morte como punição a quem comete crimes hediondos. 
II. A ilustração ratifica a ideia do ditado popular “em terra de cego, quem tem um olho é rei”. 
III. A ilustração opõe a singularidade à massificação, mostrando que aquele que não

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