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APG 28 - Dores Articulares

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Carla Bertelli – 5° Período 
Dores Articulares 
1 – Compreender, diferenciar e diagnosticar as dores articulares 
inflamatórias e mecânicas 
2 – Conhecer os fatores de risco associado à dores articulares 
inflamatórias e mecânicas 
3 – Estudar a classificação de Dor Articular 
 
Morfofisiologia das Articulações e 
Líquido Sinovial 
Os elementos rígidos do esqueleto unem-se em locais chamados 
articulações ou junturas. 
Duas funções importantes dos ossos são o apoio e o movimento. O 
movimento é possibilitado pela articulação dos ossos nas junturas e pela 
contração dos músculos esqueléticos inseridos nos ossos. 
As articulações sejam sempre os pontos mais fracos do esqueleto, 
sua estrutura lhes permite resistir a esmagamentos, dilacerações e 
a várias forças que as impulsionariam para fora do alinhamento. 
Elas são classificadas em função ou estrutura. A classificação 
funcional centra-se na quantidade de movimento permitido. 
• Sinartroses – Articulações imóveis 
• Anfiartroses – Articulações ligeiramente móveis 
• Diartroses – Articulações livremente móveis 
As diartroses predominam nos membros, enquanto as sinartroses e 
anfiartroses são mais restritas ao esqueleto axial. 
A classificação estrutural baseia-se no material que une os ossos, e 
na presença ou ausência de uma cavidade articular. Estruturalmente, 
as articulações são classificadas como fibrosas, cartilagíneas e 
sinoviais 
Sinóvia/Líquido sinovial: O líquido viscoso dentro da 
cavidade articular também é chamado fluido ou líquido sinovial. A 
sinóvia é essencialmente um filtrado do sangue, resultante de 
capilares na membrana sinovial. Ela também contém moléculas 
glicoproteicas especiais, secretadas pelos fibroblastos da membrana 
sinovial, que a tornam um lubrificante escorregadio que facilita o 
movimento da articulação. A sinóvia não só ocupa a cavidade 
articular, como também ocorre dentro das cartilagens articulares, 
pois a compressão sobre as articulações durante o movimento 
normal a força para dentro e para fora das cartilagens articulares. 
Esse mecanismo de lubrificação nutre as células nas cartilagens 
articulares (a cartilagem é avascular) e lubrifica as superfícies livres 
dessas cartilagens, permitindo que ossos adjacentes se desloquem 
entre eles com um mínimo de fricção (atrito). 
Ligamentos: Algumas articulações sinoviais são fortalecidas e 
reforçadas por ligamentos em forma de cordões ou faixas. 
Geralmente, os ligamentos são capsulares, isto é, são partes mais 
espessas da membrana fibrosa da cápsula articular. Em outros casos, 
os ligamentos são extracapsulares ou intracapsulares. Os ligamentos 
extracapsulares estão localizados fora da cápsula. Já os ligamentos 
intracapsulares são internos à cápsula e são cobertos com 
membrana sinovial que os separa da cavidade articular através da 
qual eles passam. 
Movimentos realizados: À medida que os músculos se 
contraem, eles fazem que os ossos se movam nas articulações 
sinoviais. Os movimentos resultantes são de três tipos básicos: (1) 
deslizamento de uma superfície óssea em outra; (2) movimentos 
angulares, que alteram o ângulo entre os dois ossos; e (3) rotação 
em torno do eixo longo de um osso 
Deslizamento – Deslizamento das superfícies planas de dois 
ossos entre si 
Movimentos Angulares: 
• Flexão – Diminuição do ângulo entre 2 ossos 
• Extensão – Aumento do ângulo entre 2 ossos 
• Abdução – Movimento de afastamento de um membro em 
relação à linha média do corpo 
• Adução – Movimento do membro em direção à linha média 
do corpo 
• Circundação – Movimento de um membro ou dedo de forma 
que ele descreva um cone no espaço 
Rotação: Giro de um ossos ao redor do eixo longitudinal 
• Rotação Medial – Rotação em direção ao plano sagital 
• Rotação Lateral – Rotação em direção oposta ao plano sagital 
 
Movimentos Especiais: 
• Elevação – Mover uma parte do corpo para posição superior 
• Depressão – Mover a parte elevada para uma posição inferior 
• Protrusão – Movimento não angular na direção anterior 
• Retração – Movimento não angular na direção posterior 
• Supinação – Ocorre quando o antebraço, especificamente 
rádio, gira lateralmente, de movo que a palma volte-se 
anteriormente. Esta é a posição anatômica normal 
• Pronação – Ocorre quando o rádio faz uma rotação medial, de 
modo que a palma da mão volta-se posteriormente. A 
pronação faz o rádio cruzar com a ulna de forma que os dois 
ossos formem um X 
• Oposição – Na palma da mão, a articulação selar, entre o 
primeiro metacarpal e o trapézio, permite um movimento 
chamado oposição do polegar 
• Inversão e Eversão – Movimentos especiais do pé nas 
articulações intertarsais. Para inverter o pé, gire a planta do pé 
medialmente; para everter, gire a planta lateralmente 
• Dorsiflexão – Levantar o pé, de modo que a sua superfície 
superior aproxime-se da face anterior da perna 
• Flexão Plantar – elevar o calcanhar (apontando os dedos do 
pé) 
 
Dores Articulares 
 
 Carla Bertelli – 5° Período 
Classificação das Artralgias 
• É um sintoma de lesão, infecção, doenças (em 
especial artrite ou uma reação alérgica ao 
medicamento. 
• O termo “artralgia” só deve ser usado quando a 
condição é não-inflamatória, e o termo “Artrite” deve 
ser usado quando a condição é inflamatória. 
As articulações podem simplesmente estar doloridas 
(artralgia) ou também inflamadas (artrite). A inflamação 
das articulações costuma apresentar calor, edema (por 
causa do líquido intra-articular, ou derrame) e, raramente, 
eritema. A dor pode ocorrer somente com o uso ou em 
repouso. Às vezes o que é descrito pelos pacientes 
como dor na articulação pode ter uma fonte extra-
articular (p. ex., uma estrutura periarticular ou óssea). 
Artralgia corresponde à dor da articulação desencadeada 
por trauma ou inflamação com redução da função 
articular (leve à severo). A dor articular pode ser 
adjacente à cápsula articular, acometendo tendões ou 
bursas, e assim, originando a Periartrite ou Reumatismo 
não Articular. Esse tipo de origem de dor articular pode 
simular a artrite ou artralgia, que se referem ao 
comprometimento da sinóvia. (sinovite) 
Número de articulações envolvidas: são determinadas pelo 
número de grupos articulares afetados: monoartrite (1), 
oligoartrite (2-4) ou poliartrite (5 ou mais). A dor 
poliarticular pode ser oriunda de inflamação 
(infecção, artrite induzida por cristais, doenças 
inflamatórias sistêmicas como AR e artrite psoriática) ou 
por doença mecânica ou não inflamatória 
(osteoartrite, síndromes de hipermobilidade, flexibilidade 
articular, trauma excessivo). Pode envolver articulações 
periféricas e/ou articulações axiais (sacroilícia, apofisária, 
discovertebral ou costovertebral). 
A artrite poliarticular aguda associa à infecção, 
geralmente viral; surto de alguma doença inflamatória 
sistêmica, gota ou artrite por pirofosfato de cálcio 
(pseudogota), enquanto a crônica está relacionada à 
artrite reumatoide e à espondiloartropatias soronegativa 
(espondilite anquilosante, artrite reativa, artrite psoriásica 
ou enteropática). Em crianças, a forma crônica está 
relacionada à artrite idiopática juvenil. 
A causa mais comum é a artrite, que é a inflamação das 
articulações. Existem muitos tipos diferentes de artrite 
 
Fisiopatologia 
As origens articulares da dor situam-se no interior da 
articulação. As origens periarticulares da dor situam-se 
nas estruturas que envolvem a articulação (p. ex., 
tendões, ligamentos, bursas, músculos). A dor poliarticular 
causada por fontes articulares pode resultar do seguinte: 
✓ Inflamação (p. ex., infecção, artrite induzida por 
cristais, doenças inflamatórias sistêmicas como AR e 
artrite psoriática) 
✓ Doença mecânica ou outras não inflamatórias (p. ex., 
osteoartrite, síndromes de hipermobilidade)A sinóvia e a cápsula articular são as principais origens de 
dor no interior de uma articulação. A membrana sinovial 
é o principal local atingido pela inflamação (sinovite). A dor 
que atinge várias articulações na ausência de inflamação 
pode ser decorrente do aumento da flexibilidade articular 
e de trauma excessivo, como na síndrome de 
hipermobilidade benigna. 
A poliartrite pode envolver as articulações periféricas 
e/ou articulações axiais (p. ex., sacroilíaca, apofisária, 
discovertebral, costovertebral). 
 
Evolução – Aguda, subaguda ou crônica (>6 meses). 
Pode ser também permanente ou transitória 
Característica da Dor – Dor vaga e surda (não sendo 
possível determinar com tanta especificidade a 
localização) 
Sinais e Sintomas Associados – Hiperalgia, alodinia (dor a um 
estímulo que não seria doloroso em uma articulação 
normal), rigidez, calor, instabilidade 
Início da Dor – Abrupto ou Gradual 
Contato Sexual Desprotegido – Pode surgir artrite 
infecciosa bacteriana com infecção gonocócica 
disseminada 
Contato com Animais (carrapatos) – Doença de Lyme 
Comumente, a artralgia e a artrite aumentam o volume 
e causam dor à palpação, evidenciando o 
comprometimento de toda articulação e não parte dela; 
o edema é “menos firme” quando comparado ao inchaço 
de origem periarticular; existe dor ao movimento ativo e 
passivo. 
 
 Carla Bertelli – 5° Período 
Etiologia 
A artrite oligoarticular periférica e a artrite poliarticular 
costumam estar associadas a infecção sistêmica (p. ex., 
viral) ou doença inflamatória sistêmica (p. ex., AR) do que 
a artrite monoarticular. Uma causa específica pode 
geralmente ser determinada (Algumas causas da dor ≥ 
5 articulações* e algumas causas da dor em ≤ 4 
articulações); entretanto, algumas vezes a artrite é 
transitória e desaparece antes de um diagnóstico ter sido 
claramente estabelecido. O comprometimento axial 
sugere espondiloartropatia soronegativa (também 
denominada de espondiloartrite), mas também pode 
ocorrer na AR (atingindo a coluna cervical, mas não a 
coluna lombar). 
Normalmente a artrite polarticular aguda ocorre 
devido à infecção (geralmente viral), surto de alguma 
doença inflamatória sistêmica, gota ou pseudogota (artrite 
por pirofosfato de cálcio). 
Já a crônica, em agudos, pode estar associado à 
Artrite Reumatoide, Espondiloartropatia Soronegativa. 
 
Dor poliarticular não inflamatória em adultos decorre 
mais frequentemente de Osteoartrite. 
Na maioria das vezes a poliartralgia crônica em adultos 
é causada por AR e osteoartrite. 
Em crianças, a artralgia poliarticular crônica decorre 
mais frequentemente de Artrite idiopática juvenil. 
 
A avaliação deve determinar se as articulações ou 
estruturas periarticulares, ou ambas, são a causa dos 
sintomas ou se há inflamação. Sintomas e achados 
extraarticulares, que podem sugerir doença inflamatória 
sistêmica específica, também devem ser procurados e 
avaliados, particularmente se houver inflamação nas 
articulações. 
A história da doença atual deve identificar as 
características da dor articular, sintomas articulares 
associados e sintomas sistêmicos. Entre as características 
importantes do sintoma articular estão gravidade do início 
(p. ex., abrupto, gradual), padrões temporais (p. ex., 
variação diurna, persistente ou intermitente), duração (p. 
ex., aguda ou crônica) e fatores agravantes e atenuantes 
(p. ex., repouso, atividade). Devese perguntar ao paciente 
sobre contato sexual sem proteção (indicando risco de 
artrite infecciosa bacteriana com infecção gonocócica 
disseminada), picada de carrapatos ou se ele reside ou 
viaja para uma área onde a doença de Lyme é endêmica. 
A história clínica anterior e a história familiar devem 
identificar distúrbios sistêmicos inflamatórios conhecidos e 
outras doenças que podem causar sintomas articulares 
(Algumas causas da dor ≥ 5 articulações* e algumas 
causas da dor em ≤ 4 articulações). Algumas doenças 
inflamatórias sistêmicas são mais prevalentes em famílias 
com determinados perfis genéticos. 
Algumas coisas que podem causar dor nas articulações são: 
• Doenças autoimunes, como artrite reumatoide e 
lúpus 
• Bursite 
• Condromalácia patelar 
• Cristais na articulação – gota (especialmente 
encontrada no dedão do pé) e artrite CPPD 
(pseudogota) 
• Infecções causadas por um vírus 
• Lesão, como uma fratura 
• Osteoartrite 
• Osteomielite (infecção óssea) 
• Artrite séptica (infecção articular) 
• Tendinite 
• Esforço incomum ou uso excessivo, incluindo 
distensões ou entorses 
 
 
Diferenciar Dores Articulares e Mecânicas 
Comumente, a artralgia e a artrite aumentam o volume 
e causam dor à palpação, evidenciando o 
 Carla Bertelli – 5° Período 
comprometimento de toda articulação e não parte dela; 
o edema é “menos firme” quando comparado ao inchaço 
de origem periarticular; existe dor ao movimento ativo e 
passivo. 
O exame musculoesquelético deve começar 
diferenciando articular de periarticular ou outra dor em 
tecido conjuntivo ou muscular. O exame da articulação 
começa com a verificação de deformidades, eritema, 
edema ou derrame e, então, prossegue para palpação 
em busca de derrames articulares, calor e ponto de 
sensibilidade. Deve-se avaliar a amplitude de movimento 
passiva e ativa. A crepitação pode ser sentida durante a 
flexão e/ou a extensão articular. A comparação com a 
articulação contralateral não afetada normalmente ajuda 
a detectar mudanças mais sutis. Durante o exame, deve-
se verificar se a distribuição das articulações afetadas é 
simétrica ou assimétrica. As articulações doloridas 
também podem ser pressionadas sem serem flexionadas 
ou estendidas. 
As estruturas periarticulares também devem ser 
examinadas em busca de envolvimento dos tendões, 
bursas ou ligamentos, como edema leve e discreto no 
local de uma bursa (bursite) ou pontos de sensibilidade 
na inserção de um tendão (tendinite). 
 
 
Sinais de Alerta 
✓ Calor, edema e eritema nas articulações 
✓ Qualquer sintoma extra-articular (p. ex., febre, 
calafrios, exantema, sensação de frio, placas, úlceras 
mucosas, conjuntivite, uveíte, sopro cardíaco, 
púrpura, perda ponderal) 
 
Interpretação dos Achados 
Uma determinação inicial importante, com base 
principalmente em exame físico feito cuidadosamente, é 
se a dor se originou nas articulações, em outras 
estruturas adjacentes (p. ex., ossos, tendões, bursas, 
músculos), ambas (p. ex., como na gota) ou em outras 
estruturas. Sensibilidade ou edema em um lado da 
articulação ou fora da linha da articulação sugere uma 
origem extra-articular (p. ex., tendões ou bursas); 
sensibilidade localizada na linha articular ou envolvimento 
mais difuso da articulação sugerem uma causa intra-
articular. Pressionar a articulação sem flexionar ou 
estender não é particularmente doloroso nos pacientes 
com tendinite ou bursite, mas é bastante doloroso nas 
pessoas com artrite. Dor que piora com movimento 
articular ativo, mas não passivo, pode indicar tendinite ou 
bursite (extra-articular); inflamação intraarticular 
geralmente restringe significativamente a amplitude 
passiva e ativa do movimento articular. 
Outra determinação importante é se as articulações 
estão inflamadas. Dor durante repouso ou no início de 
uma atividade sugere inflamação articular, enquanto a dor 
que piora com o movimento e alivia com o repouso 
sugere distúrbios mecânicos ou não inflamatórios (p. ex., 
osteoartrite). Aumento da temperatura e eritema 
sugerem inflamação, mas esses resultados são 
frequentemente insensíveis, assim sua ausência não 
exclui inflamação 
Resultados clínicos de rigidez matinal prolongada, rigidez 
depois de inatividade prolongada (fenômenogel), edema 
articular não traumático, febre ou perda ponderal não 
intencional são sugestivos de um distúrbio inflamatório 
sistêmico envolvendo as articulações. Dor difusa, 
vagamente descrita e atingindo as estruturas miofasciais 
sem sinais de inflamação sugere fibromialgia. 
O envolvimento simétrico articular pode ser uma pista. O 
comprometimento tende a ser simétrico na AR, 
enquanto a assimetria é mais sugestiva de artrite 
psoriática, gota e artrite reativa ou artrite enteropática. 
 
 
 
 Carla Bertelli – 5° Período 
Dor Articular Inflamatória/Artrite 
 
Deve ser caracterizada quanto ao/à/a: 
Número de articulações envolvidas: são determinadas pelo 
número de grupos articulares afetados: monoartrite (1), 
oligoartrite (2-4) ou poliartrite (5 ou mais). 
Sinais inflamatórios: presença de, ao menos três dos 
cinco sinais possíveis (edema, calor (temperatura), 
hiperemia, dor e perda funcional). 
Tempo: se inflamado a dor alivia, com medicação, em 24h 
e desaparece apenas em 48 ou 72h (ela não desaparece 
de um dia para outro). 
Simetria: simétrico ou assimétrico (comparar SEMPRE um 
lado com o outro). 
Crepitação: se sim, há indício de degeneração da 
cartilagem, como condromalácia. Quanto mais rude for, 
maior o comprometimento. 
Edema: diferenciar sua origem de inflamatória ou por 
outra etiologia, como túnel do carpo ou fibromialgia, e 
determinar sua duração. 
Sinais sistêmicos: presença de febre e alteração no sono. 
Diferenciar fadiga de fraqueza: a fadiga alivia com o 
repouso, enquanto a fraqueza se associa, por exemplo, 
à miopatia inflamatória e, se há comprometimento de 
apenas um membro, é necessário cogitar doenças do 
SNC ou SNP. 
Frequência: contínua ou episódica. 
Deformidades: presentes ou não. 
Articulações envolvidas: grandes ou pequenas 
articulações. 
Tipo: migratória ou aditiva. 
Localização: distal ou proximal. 
Relação com atividades físicas: comumente, há alívio à 
movimentação leve. 
Período em que a dor piora: dores articulares inflamatórias 
estão associadas à dor pela manhã (ausência de 
drenagem do líquido sinovial quando há repouso 
prolongado; fenômeno gel). Geralmente, a presença de 
dor noturna relaciona-se à doença mais grave. 
Diagnóstico diferencial: inflamatório, degenerativo-
metabólico, funcional (percepção alterada da dor) 
 
 
 
Dor Articular Mecânica 
A osteoartrose é muito comum a partir dos 65 anos, em 
que há comprometimento de, ao menos, uma 
articulação. Inicialmente, pode não haver artralgia 
associada. Resulta em deterioração física, claudicação, 
diminuição do movimento e da força. 
 
 Carla Bertelli – 5° Período 
Número de articulações envolvidas: são determinadas pelo 
número de grupos articulares afetados: monoartrite (1), 
oligoartrite (2-4) ou poliartrite (5 ou mais). 
Simetria: simétrico ou assimétrico (comparar SEMPRE um 
lado com o outro). 
Crepitação: se sim, há indício de degeneração da 
cartilagem, como condromalácia. Quanto mais rude for, 
maior o comprometimento. Ela é percebida à extensão 
ou flexão articular. 
Diferenciar fadiga de fraqueza: a fadiga alivia com o 
repouso, enquanto a fraqueza se associa, por exemplo, 
à miopatia inflamatória e, se há comprometimento de 
apenas um membro, é necessário cogitar doenças do 
SNC ou SNP. 
Frequência: geralmente, é contínua e pode haver, em 
um tipo particular, dor à noite. 
Deformidades: presentes ou não 
Evolução: aguda ou crônica. 
Articulações envolvidas: grandes ou pequenas 
articulações. 
Tipo: migratória ou aditiva. 
Localização: distal ou proximal. 
Relação com atividades físicas: piora com atividade física, 
podendo aliviar ao repouso. Isso acontece devido aos 
receptores periféricos (os nociceptores se tornam mais 
sensíveis por fatores inflamatórios, como bradicinina, PTG 
e citocinas) ou centrais (amplificação central da dor 
captada por receptores articulares). 
 
Diagnóstico: é feito com base no exame físico, em 
radiografias, imagens por RM e TC, hemograma e líquido 
sinovial. 
• RX: deformações, perda cartilaginosa, ruptura de 
ligamentos, calcificações, etc. 
• RM: hiperplasia sinovial, edema da medula óssea e 
outras alterações do tecido mole. 
• TC: alteração óssea. • Hemograma: marcadores 
inflamatórios (VHS, PCR) 
 
 
Doenças das articulações, bursas e dos 
tendões 
Doença ou febre reumática: é uma complicação 
tardia, não supurativa, que surge entre 15 e 20 dias após 
a infecção de um indivíduo jovem (7 a 15 anos) e 
hipersensível ao estreptococo beta-hemolítico do grupo 
A de Lancefield. Manifesta-se por um quadro de 
poliartrite migratória, que não deixa sequelas na 
articulação afetada; cardite (nódulos de Aschoff, lesões 
vegetantes, que podem regredir ou comprometer, 
preferencialmente, as valvas aórtica e mitral) que se 
manifesta por taquicardia, aumento do volume cardíaco, 
bloqueio AV, atrito pericárdico e ICA; coreia de 
Sydenham (movimentos involuntários amplos, 
desordenados, de frequência inesperada, arrítmicos, 
multiformes, sem finalidade, na face e nos MMSS/MMII), 
surgimento de nódulos de Meynert (em nível do 
olecrano), eritema marginado na face anterior do tórax e 
braços e sintomas gerais (febre, emagrecimento, 
anorexia e palidez). 
Doença ou artrite reumatoide: doença crônica 
que afeta adultos jovens, mais do sexo feminino, com 
etiologia autoimune que afeta o tecido conjuntivo e se 
manifesta de modo simétrico e bilateral por inflamação 
articular, que se estende para pulmões, coração e nervos 
periféricos., além de nódulos subcutâneos, rigidez pós-
repouso, atrofia muscular e sintomas gerais (febre, perda 
de peso, anorexia e astenia). Cursa com deformidades 
pela anquilose e pela fusão de extremidades epifisárias 
(uma articulação pode assim desaparecer). É muito 
incapacitante, mas o prognóstico é bom 
Artrose ou osteoartrose: com surgimento após 50 
anos de idade, é uma doença degenerativa da cartilagem 
articular (articulações que suportam peso, interfalangianas 
distais ou nódulos de Heberden, interfalangianas proximais 
ou nódulos de Bouchard, metatarsofalangeana do 
primeiro dedo dos pés, carpometacarpianas e 
temporomandibulares), sem sinais sistêmicos, mas com 
comprometimento do estado geral, rigidez articular, pior 
ao repouso, limitação do movimento e crepitação. 
Desenvolve-se pela interação entre idade, obesidade, 
clima, dieta, genética e alterações da mecânica articular. 
Gota: hiperuricemia, recidivas de artrite aguda que se 
torna crônica com o passar do tempo, formando tofos 
gotosos (acúmulos de monourato de sódio), 
principalmente nos pavilhões auriculares e primeiro dedo 
do pé; pode cursar com IR. Pode ser primária (genética 
em que há muita produção ou pouca excreção de ácido 
 Carla Bertelli – 5° Período 
úrico) ou secundária (muita produção de ácido úrico por 
outra causa, como leucemia, IRC, mieloma múltiplo ou 
medicamentosa, por exemplo, diuréticos tiazídicos que 
afetam o metabolismo das purinas). É mais frequente no 
sexo masculino na faixa etária de 50 anos. Manifesta-se 
por podagra (hálux), gonagra (joelho) e quiragra (punhos). 
Após a primeira crise (monoartrite aguda), passam a 
surgir crises poliarticulares cíclicas, com intervalos 
assintomáticos cada vez menores. Podem haver lesões 
saca-bocado observadas no exame de imagem que 
correspondem à reabsorção cartilaginosa das 
articulações afetadas. 
OUTROS: bursites, tendinites, tenossinovites e 
entesopatias (epicondilite ou cotovelo de tenista), 
doenças do tecido conjuntivo, como LES. 
 
Diagnóstico 
• Artrocentese 
• Normalmente, velocidade de hemossedimentação 
(velocidadede hemossedimentação) e proteína C-
reativa 
• Exames sorológicos 
• Na artrite crônica, radiografias e/ou ultrassonografia 
A artrocentese é de extrema importância para a maioria 
dos pacientes que tiveram um novo derrame e pode 
ajudar a excluir infecção e identificar cristais. Também 
pode ajudar a diferenciar uma doença inflamatória de um 
processo não inflamatório. O exame do líquido sinovial 
inclui a leucometria com diferencial, coloração de Gram 
e culturas, e exame microscópico para cristais usando luz 
polarizada. A presença de cristais no líquido sinovial 
confirma a artrite induzida por cristais, mas não exclui 
infecção conjunta. 
Se não for possível firmar um diagnóstico com base na 
história e no exame físico, pode ser necessário fazer 
exames complementares. A VHS e a proteína C-reativa 
podem ser feitas para ajudar a determinar se a artrite é 
inflamatória. Níveis elevados de VHC e proteína C-reativa 
sugerem inflamação, mas são inespecíficos, 
particularmente em adultos mais velhos. Os resultados 
são mais específicos se os valores forem elevados 
durante as crises inflamatórias e normais entre as crises. 
Quando o diagnóstico de uma doença inflamatória 
sistêmica é clinicamente suspeito, testes serológicos de 
suporte para anticorpos antinucleares. 
Se a artrite é crônica, radiografias e/ou ultrassonografia 
são tipicamente feitas para procurar sinais de dano 
articular. A ultrassonografia articular tem muitas vantagens 
em relação às radiografias, incluindo melhor identificação 
do líquido ao redor das articulações, visualização dos 
tendões e outras estruturas periarticulares durante o 
exame físico e orientação para artrocentese e injeções 
articulares.

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