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Aula 13 - Queda em Idosos

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Carla Bertelli – 5° Período 
Queda em Idosos Queda em Idosos 
• Compreender os aspectos relacionados ao controle 
postural e quedas em idosos. 
• Identificar os fatores de risco para quedas em idosos. 
• Caracterizar quedas na pessoa idosa (epidemiologia, 
complicações, causas, fatores associados. 
• Conhecer a avaliação clínica, manejo e prevenção 
de quedas. 
Referências: FREITAS, Elizabete, V. de; P.Y., Ligia (Eds.). Tratado de 
Geriatria e Gerontologia. 4ª edição. Grupo GEN, 2016. Cap. 94. 
Caderno de Atenção Básica nº 19, cap. 12. 
Mais sério e frequente mecanismo de trauma que ocorre 
em idosos, é a principal etiologia de morte acidental em 
pessoas acima de 65 anos e responsável por 70% das 
mortes cima de 75 anos. Sinalizador de declínio da 
capacidade funcional. 2 episódios de queda no intervalo 
de 1 ano é sinal de fragilidade. Pode ser sintoma de nova 
doença 
A queda representa um grande problema para as pessoas 
idosas dadas as suas consequências (injúria, incapacidade, 
institucionalização e morte) que são resultado da 
combinação de alta incidência com alta suscetibilidade à 
lesões. 
É um deslocamento não-intencional do corpo para um 
nível inferior à posição inicial, com incapacidade de 
correção em tempo hábil. A mais comum é fratura do 
colo do fêmur, sendo a principal causa de hospitalização 
aguda por queda 
As causas mais comuns relacionadas às quedas de 
pessoas idosas na comunidade são: 
• Relacionadas ao ambiente. 
• Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha. 
• Tontura/vertigem. 
• Alteração postural/hipotensão ortostática. 
• Lesão no SNC. 
• Síncope. 
• Redução da visão. 
Fatores intrínsecos: decorrem das alterações fisiológicas 
relacionadas ao avançar da idade, da presença de 
doenças, de fatores psicológicos e de reações adversas 
de medicações em uso. Podem ser citados: 
• idosos com mais de 80 anos; 
• sexo feminino; 
• imobilidade; 
• quedas precedentes; 
• equilíbrio diminuído; 
• marcha lenta e com passos curtos; 
• baixa aptidão física; 
Fatores extrínsecos: relacionados aos comportamentos 
e atividades das pessoas idosas e ao meio ambiente. 
Ambientes inseguros e mal iluminados, mal planejados e 
mal construídos, com barreiras arquitetônicas 
representam os principais fatores de risco para quedas. 
Fatores de Risco Extrínsecos – Tapetes, pisos 
escorregadios, escadas, calçadas inadequadas, iluminação, 
animais domésticos, obstáculos, ausência de corrimão., 
roupas compridas, armários em níveis elevados, altura da 
cama, violência física. 
Fatores de Risco Intrínsecos – Diminuição do equilíbrio, 
diminuição da acuidade visual, disautonomia (diminuição 
ação do SN autônomo), >80 anos, sexo feminino, 
alterações nos pés, uso de medicamentos, diminuição da 
audição, aumento do tempo de reação á situação de 
perigo, fraqueza muscular, osteoporose, queda prévia, 
estado psicológico e medo de quedas. 
Fatores de Risco Comportamentais – Polifarmácia, uso 
excessivo de álcool, sedentarismo, negação da fragilidade. 
 
Fatores que agravam a ocorrência de lesão na queda: 
• Ausência de reflexos de proteção; 
• Densidade mineral óssea reduzida – osteoporose; 
Carla Bertelli – 5° Período 
• Desnutrição; 
• Idade avançada; 
• Resistência e rigidez da superfície sobre a qual se cai; 
• Dificuldade para levantar após a queda. 
Após a queda, o idoso pode restringir suas atividades por 
temor, pela dor, ou pela própria incapacidade funcional. 
Reabilitação pós-queda pode ser demorada, e no caso de 
imobilidade prolongada, leva a complicações como úlceras 
de pressão 
 
Avaliação das Quedas 
Instabilidade postural e quedas são importantes 
marcadores de diminuição de capacidade funcional e 
fragilidade em pessoas idosas. Por essa razão, a 
referência da ocorrência de queda sempre deve ser 
valorizada. A avaliação da queda visa: 
a) Identificar a causa que levou a queda e tratá-la 
b) Reconhecer fatores de risco para prevenir futuros 
eventos, implementando intervenções adequadas. 
A Caderneta da Pessoa Idosa é um instrumento que 
ajuda identificar os idosos que caem com mais frequência, 
principalmente, nos últimos 12 meses. Na visita domiciliar, 
o agente comunitário de saúde pode identificar esse 
problema e encaminhar para a equipe de Atenção 
Básica/Saúde da Família. 
A avaliação da queda envolve aspectos biológicos, físico-
funcionais, cognitivos e psicossociais. Devem ser 
levantados dados relacionados: 
• Ao contexto e mecanismo das quedas. 
• Às condições clínicas da pessoa idosa, considerando as 
doenças crônicas e agudas presentes. 
• A medicação em uso (prescritas ou automedicadas). 
 
As principais complicações das quedas são lesões de 
partes moles, restrição prolongada ao leito, 
hospitalização, institucionalização, risco de doenças 
iatrogênicas, fraturas, hematoma subdural, incapacidade e 
morte. 
Medidas práticas para minimizar as quedas e suas 
conseqüências entre as pessoas idosas 
a) Educação para o autocuidado. 
b) Utilização de dispositivos de auxílio à marcha (quando 
necessário) como bengalas, andadores e cadeiras de 
rodas. 
c) Utilização criteriosa de medicamentos evitando-se, em 
especial, as que podem causar hipotensão postural. 
d) Adaptação do meio ambiente (residência e locais 
públicos): 
•Acomodação de gêneros alimentícios e de outros 
objetos de uso cotidiano em locais de fácil acesso, 
evitando-se a necessidade de uso de escadas e 
banquinhos. 
•Orientação para a reorganização do ambiente interno à 
residência, com o consentimento da pessoa idosa e da 
família. 
•Sugerir a colocação de um diferenciador de degraus 
nas escadas bem como iluminação adequada da mesma, 
corrimãos bilaterais para apoio e retirada de tapetes no 
início e fim da escada. 
•Colocação de pisos anti-derrapantes e barras de apoio 
nos banheiros, evitar o uso de banheiras, orientar o banho 
sentado quando da instabilidade postural e orientar a não 
trancar o banheiro. 
Consequências das quedas: 
 
A queda pode ser definida como um evento descrito por 
vítima ou testemunha, em que a pessoa 
inadvertidamente vai de encontro ao solo ou a outro local 
em nível mais baixo que o anteriormente ocupado, 
consciente ou inconsciente, com lesão ou não. Tipos 
Carla Bertelli – 5° Período 
diferentes de quedas apresentam fatores de risco 
específicos, tornando necessária uma determinação 
cuidadosa de suas circunstâncias, tanto para a avaliação 
clínica quanto para a pesquisa epidemiológica. Nos 
estudos de incidência são consideradas quedas quando 
estas são não intencionais e resultam em contato com o 
solo, e não somente cair de costas em um assento, por 
exemplo. 
Os fatores de risco e medidas preventivas associados a 
quedas em pessoas mais velhas, porém ativas e 
saudáveis, que caem porque participam de atividades 
vigorosas e arriscadas diferem dos indivíduos mais frágeis 
que caem por instabilidade. Um modo de avaliar os 
diferentes tipos de quedas pode utilizar o roteiro a seguir: 
• Determinação da contribuição externa à queda, 
avaliando-se se a contribuição teria sido suficiente 
para derrubar alguém saudável e mais jovem 
 
• Investigação somente daqueles indivíduos que 
sofreram duas ou mais quedas 
 
• Classificação da intensidade de movimento no 
momento da queda. 
O controle postural ou equilíbrio pode ser definido como 
o processo pelo qual o sistema nervoso central (SNC) 
provoca os padrões de atividade muscular necessários 
para coordenar a relação entre o CdM e a BdS. Essa 
atividade é um processo complexo que envolve os 
esforços conjugados de mecanismos aferentes ou 
sistemas sensoriais (p. ex., visual, vestibular e 
proprioceptivo) e mecanismos eferentes ou sistemas 
motores (p. ex., força muscular dos membros superiores 
e inferiores e flexibilidade articular). As respostas 
aferentes e eferentes são organizadas por uma 
variedade de mecanismos centrais ou funções do sistema 
nervoso (SNC) que recebeme organizam as 
informações sensoriais e programam respostas motoras 
apropriadas. 
Para que uma queda ocorra, duas condições precisam 
estar presentes: perturbação do equilíbrio e falência, por 
parte do sistema de controle postural, em compensar 
essa perturbação. No que parece ser uma proporção 
relativamente pequena de casos, uma queda ocorre 
quando uma perturbação interna fisiológica interrompe 
momentaneamente a operação do sistema de controle 
postural. Nestes casos ocorre uma interferência na 
perfusão dos centros posturais no cérebro ou tronco 
cerebral (p. ex., ataques isquêmicos transitórios, 
hipotensão postural, arritmias cardíacas, oclusão das 
artérias vertebrais durante movimentação cervical) ou 
com os sistemas sensorimotores (p. ex., episódios de 
tonturas ou vertigens). Mais comumente, uma queda é 
consequente a inabilidades do sistema de controle 
postural em compensar uma perturbação externa. 
Há dois tipos de perturbação externa: mecânica e 
informacional. 
Mesmo em indivíduos adultos jovens as perturbações 
intensas resultam em quedas. A habilidade de evitar 
quedas, em qualquer situação, depende inteiramente da 
extensão na qual a perturbação desafia a capacidade de 
estabilização do sistema de controle postural. O 
envelhecimento pode induzir distúrbios no controle 
motor e da marcha que aumentam o risco de 
perturbações autoinduzidas. De modo semelhante, 
distúrbios perceptivos ou cognitivos limitam a habilidade 
de identificar e evitar riscos ambientais. Existem, porém, 
evidências crescentes de que um risco aumentado de 
quedas pode resultar de uma habilidade reduzida do 
sistema de controle postural em se recuperar de 
perturbações, possivelmente mesmo em situações de 
desestabilização mínima que seriam facilmente 
compensadas por adultos jovens saudáveis. 
 
Prevenção das Quedas 
O programa de prevenção das quedas em pessoas idosas não deve 
se constituir em ações estratégicas isoladas, mas sim em 
intervenções integradas em 3 níveis: vigilância epidemiológica, 
preparação dos profissionais 
Na AB é necessário conhecer os fatores ambientais e 
comportamentais intrínsecos que auxiliem na prevenção das quedas 
Na atenção secundária e terciária se maneja os pacientes com maior 
necessidade

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