Buscar

RESUMÃO PSICANÁLISE E ADOLESCÊNCIA (LUTOS E REVIVÊNCIA DO ÉDIPO)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo Adolescência 1
Resumo Adolescência
Puberdade X Adolescência
O período psíquico da Adolescência inicia-se com a puberdade, a qual consiste em uma 
explosão hormonal e o posterior amadurecimento dos órgãos reprodutores. Entretanto, não se 
pode confundir, adolescência com puberdade. Puberdade é, nesse sentido, apenas uma etapa 
biológica enquanto a adolescência é um período extenso e complexo de transformações 
psíquicas profundas. 
“Quando o processo somático de maturação sexual dá nova vida às antigas fixações libidinais 
aparentemente superadas, a vida sexual se revelará inibida, carecendo de unidade e 
desintegrada em anseios conflitantes entre si.” (Compêndio 7)
"Do ponto de vista psicanalítico, a partir das transformações biológicas o adolescente se vê 
diante de verdadeiro terremoto subjetivo capaz de abalar, no plano interno, suas bases 
narcísicas e fazer reviver complexos infantis recalcados.” (Adolescência e Separação/ Cap 1) 
E que mudanças psíquicas são essas? 
Reinvestimento Libidinal 
“Ficamos sabendo que na época da puberdade, quando o instinto sexual pela primeira 
vez faz suas demandas com força plena, os velhos objetos familiares e incestuosos são 
retomados e, de novo, investidos de libido.” (Conferência XX)
Observação: O que é libido? → “A libido, de maneira análoga, à fome, designa a força 
que o instinto se manifesta — nesse caso o sexual, assim como, no caso da fome, o de 
alimentação.” (Conferência XX) Libido seria uma energia psíquica direcionada para os 
objetos pulsionais do sujeito. 
Resumo Adolescência 2
As ameaças da Adolescência (Adolescência e Separação/ Cap 1) 
Ameaça exterior → “[…] se refere ao corpo púbere que se modifica rapidamente e é 
vivido pelo ego do sujeito como estranho, como objeto externo não representado em 
um sentimento de continuidade de existência.”
Ameaça interna → “[…] tem origem na libido pubertária que põe em perigo o 
equilíbrio narcísico-objetal pela realização das fantasias edipianas.”
Os 4 lutos da Adolescência (Adolescência e Separação/ Cap 1) 
Perda do corpo infantil → “a genitalização do corpo provoca mudanças na imagem 
do corpo infantil, causando grande desconforto psíquico com o progressivo 
desenvolvimento do corpo adulto.”
Perda da imagem dos pais infantis → “o adolescente precisa fazer uma escolha 
objetal fora do mundo familiar, o que implica renunciar os objetos incestuosos e à 
segurança que os acompanha para poder investir em novos modelos 
identificatórios.” 
Perda da bissexualidade infantil → “imposição [social] de se fazer uma escolha 
objetal (hetero ou homossexual) e, também, do abandono do sentimento (ilusório) de 
onipotência infantil que acompanha a bissexualidade.”
Perda da imagem infantil → “necessidade de entrar no mundo adulto e arcar com 
todas as responsabilidades ( e prazeres) que ele proporciona.”
O que torna a sexualidade "perversa”? 
“O essencial das perversões não está na transgressão da meta sexual, na substituição dos 
órgãos genitais e nem mesmo na variação do objeto, e sim apenas na exclusividade com 
que acontecem tais desvios, os quais põem de lado a função reprodutora do ato sexual.” 
!Observação: O que é sexual para a Psicanálise? → A sexualidade, para Freud, vai além 
do genital e do coito em si, estando envolvida intrinsecamente com a a energia psíquica 
que busca o prazer pelo contato com um outro objeto de desejo. 
Sexualidade Infantil X Sexualidade Adulta
“A vida sexual — ou, como dizemos, a função libidinal — não surge como algo pronto e 
acabado e tampouco segue desenvolvendo-se da mesma forma como se apresenta, mas passa 
por uma série de fases sucessivas que não se assemelham umas às outras.”
A transição entre uma sexualidade dita “infantil” para uma “adulta” estaria na primazia dos 
genitais e, com isso, na subordinação da sexualidade à função reprodutora. Sendo assim, a 
Resumo Adolescência 3
sexualidade humana seria primariamente perversa, visto que sua meta inicial seria o alcance 
do prazer e não a reprodução. A inserção no mundo social necessariamente demanda uma 
lapidação dessa sexualidade perversa inicial, o que ocasionaria, em casos extremos, as 
neuroses. → “há realmente uma exigência pulsional, cujo domínio em princípio fracassa ou 
se dá de modo insatisfatório , e que há um período da vida que se apresenta de modo 
exclusivo ou prevalentemente propício [a adolescência] para o surgimento de uma neurose.” 
O bebê (Período pré-edípico) → Aproximadamente de 0 - 2 anos / Seria a Fase Oral 
“O primeiro objeto erótico da criança é o seio da mãe que a alimenta; ” / “[..] esse 
primeiro objeto completa-se na pessoa da mãe, que não apenas alimenta, mas 
também dela cuida e, assim, desperta na criança tantas outras sensações corporais, 
prazerosas e desprazerosas.”(Compêndio 7) 
“Descobrimos, portanto que o lactante executa ações que não têm outro 
propósito senão a obtenção de prazer. Acreditamos que ele experimenta esse 
prazer pela primeira vez ao se alimentar, mas que logo aprende a dissociá-lo da 
alimentação. Só podemos relacionar essa obtenção de prazer à excitação da 
região da boca e dos lábios, partes do corpo a que chamamos, então, zonas 
erógenas, e o prazer alcançado no ato de sugar, nós o caracterizamos como 
sexual.”(Conferência XX)
“Mamar no peito da mãe torna-se o ponto de partida de toda a vida sexual, o 
modelo inalcançado para toda satisfação sexual posterior, aquele ao qual, em 
momentos de necessidade, a fantasia retorna com frequência.”(Conferência XX)
“Mas inicialmente o bebê abre mão dele, substituindo-o por outra parte do corpo em 
seu ato de sugar. A criança passa a sugar o polegar ou a própria língua. Na obtenção 
de prazer, ela se faz, portanto, independente da aprovação do mundo exterior e, além 
disso, intensifica esse prazer mediante a excitação de uma segunda região do corpo. 
As zonas erógenas não são, todas elas, igualmente generosas; por isso, constitui 
experiência importante quando, como relata Lindner, o lactente, ao procurar em seu 
próprio corpo, descobre a particular excitabilidade de seus órgãos genitais, 
encontrando aí o caminho que conduz do ato de sugar à masturbação.” (Conferência 
XX)
A criança → [Aproximadamente de 2-4 anos / Seria a Fase Anal] + [4-5 anos / Seria a 
Fase Fálica]
“[A sexualidade infantil] surge associada à satisfação das grandes necessidades 
eróticas e se comporta de forma autoerótica, isto é, a criança procura e encontra seus 
objetos no próprio corpo.” (Conferência XX)
Resumo Adolescência 4
“O autoerotismo só se constitui pela perda do objeto primário, absoluto, que 
garantiu as satisfações iniciais do bebê.” (Adolescência e Separação/ Cap 1) 
“Inferimos que o lactente tem sensações prazerosas ao esvaziar a bexiga e o 
intestino, e que ele logo organiza essas ações de modo que elas, mediante a 
correspondente excitação da zona erógena da membrana mucosa, lhe proporcionem 
o máximo prazer possível.”(Conferência XX)
“Se a criança tem de fato vida sexual, ela só poderá ser de tipo perversa, pois, 
executando uns poucos e obscuros indícios, falta-lhe o que torna a sexualidade uma 
função reprodutora.”
Na fase fálica, há a percepção de um terceiro, o qual irá iniciar o Complexo de 
Édipo e o de Castração.
O período de latência → Aproximadamente dos 6 - 11 anos
“Do sexto ao oitavo ano de vida em diante, aproximadamente, nota-se uma 
paralisação e um recuo no desenvolvimento sexual, fenômeno que, nos casos 
culturalmente mais favoráveis, ganha o nome de período de latência.” + A maioria 
das experiências e dos impulsos psíquicos vividos anteriormente à instauração desse 
período de latência mergulha então na amnésia infantil, o já mencionado 
esquecimento que recobre nossos primeiros anos de vida e os torna alheios a nós.” 
(Conferência XXI)
O adolescente → Aproximadamente dos 12 anos - até o final da vida
“O sujeito se vê sempre em uma situação extrema em relação ao objeto onde a 
proximidade ameaça que se confunda com ele e o afastamento ameaça sua perda 
vivenciada,em última instância, como perda de si mesmo.” (Adolescência e 
Separação/ Cap 1) → Depender do objeto X busca por autonomia 
“Sabemos que as transformações do corpo adolescente são sentidas como violentas, 
já que o jovem é “vítima” de uma mudança que não pode controlar (Cardoso, 
2006).” (Adolescência e Separação/ Cap 1) → O adolescente sente que seu corpo 
não o pertence, o que abala suas bases narcísicas. → Fragilização egoica/narcísica 
na adolescência que gera uma série de sentimentos relacionados com o desamparo e 
a angústia. 
Síndrome da Adolescência Normal
“Knobel (1981) […] ressalta que uma característica própria do processo 
adolescente é a obrigatoriedade de o sujeito reformular os conceitos tem a 
respeito de si mesmo, abandonando sua autoimagem infantil para se lançar ao 
Resumo Adolescência 5
mundo relacional adulto. Deve realizar uma série de lutos que, em uma 
instância, representam um ataque ao “conservadorismo” do ego narcísico, uma 
vez que demandam que o ego dê conta de uma série de reorganizações e 
remanejamentos.” (Adolescência e Separação/ Cap 1) 
Revivência do Édipo 
Édipo como ainda mais ameaçador do que na infância. → “Sentimentos 
incestuoso ganham mais força, já que agora há um corpo capaz do encontro 
sexual.”
Adolescência como fase propícia para Neuroses
O Eu fracassa em lidar com as exigências pulsionais e para evitar um desprazer trazido por 
revivências edipianas, o Eu acaba recalcando esses desejos. → “O eu desamparado defende-
se delas por meio de tentativas de fuga (recalques), que posteriormente se mostram ineficazes 
e que significam restrições duradouras no desenvolvimento ulterior."/ "Porder-se-ia dizer que 
os sintomas das neuroses são invariavelmente uma satisfação substitutiva de algum anseio 
sexual ou medidas para seu impedimento.” (Compêndio 7)
Adolescência como uma experiência essencialmente traumática → “Nenhum indivíduo 
humano é poupado de tais vivências traumáticas, nenhum se livra dos recalcamentos que 
delas se originam.” (Compêndio 7)
"Cardoso (2006) aponta para a tênue fronteira que separa dois destinos da 
adolescência: de um lado, o impacto traumático inescapável e constitutivo, que 
consegue uma via de elaboração e, de outro, o de um traumático desestruturante, que 
extrapola os limites da representação.”
“A dificuldade do trabalho de separação na adolescência remete aos primeiros momentos 
da vida, em que o ego é “fundado” psiquicamente pelo outro.”

Continue navegando