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Intoxicação por cumarínicos (rodenticidas)

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Intoxicação por cumarínicos
Roedores – no campo:
· Prejuízos econômicos nas plantações;
· Destroem sementes recém plantadas;
· Atacam cereais armazenados;
· Estima perda de 1/5 da produção mundial de cereais – perdida;
· Na pecuária infestam propriedades de criação e confinamento;
· Granjas de aves e suínos – compartilhamento da ração, consumo dos ovos, atacam os pintinhos (carnívoros);
Roedores – na cidade:
· OMS estima prejuízo de 10 dólares / rato / ano;
· Nas grandes metrópoles – SP 3 ratos por habitante – prejuízo de 500 milhões de dólares;
· Danos estruturais em materiais – hábito de roer;
· Perda no armazenamento e estocagem de alimentos – consumo de 10% do seu peso diário;
· Contaminação do alimento com fezes e urina;
· OMS estima 200 doenças transmitidas pelos roedores – sarna, micoses, Salmonelose, leptospirose, etc.;
Características:
· Rattus rattus – rato do telhado, rato preto;
· Rattus novergircus – ratazanas;
· Mus musculus – camundongos;
· Vivem 1 a 2 anos;
· Número de filhotes por gestação é de 7 a 12 filhotes de rato, 3 a 8 filhotes de camundongos;
· Tempo de gestação 21 dias;
· Camundongos – formam casais permanentes (perda de um – não reproduz). Ratos não ocorre isso;
· Camundongos são curiosos (neofilias), ratos são neofóbicos;
· Não distinguem cores, são onívoros;
· Olfato, equilíbrio e audição aguçados;
· Ratos mantém hierarquia – dominante e dominado;
Rodenticidas
Compostos inorgânicos (uso PROIBIDO):
· Arsênio, Tálio;
Compostos orgânicos (uso PROIBIDO):
· Fluoracetato de sódio;
· Aldicarb;
· Estricnina;
Rodenticidas anticoagulantes (uso legalizado):
· Cumarínicos;
· Idantiona;
Classificação:
· Saneantes domissanitários;
Regulamentação:
· Anvisa – registro na gerência geral de saneantes (GGSAN);
· Raticidas de uso profissional;
· Raticidas de uso livre (somente anticoagulantes de efeito crônico);
· Intoxicações acidentais (homem e animais não alvo) – tempo hábil para o tratamento;
· Necessidade de um antídoto específico;
· Por razões humanitárias, não deve causar morte violente nos animais-alvos;
Derivados cumarínicos:
· Primeira geração (dose múltipla) – dicumarol, varfariba e difenacoum;
· Segunda geração (dose única) – brodifacoum, bromadiolona;
Derivados da idantiona:
· Primeira geração – pindona, clorfacinona;
· Segunda geração – difacinona;
Exposição:
· Ingestão acidental – iscas (premix ou blocos), ratos envenenados, pós de contato ou de arrasto (uso profissional – gatos);
· Não são permitidas formulações líquidas, em pasta, pós solúveis, pós molháveis e iscas em pó;
Toxicidade:
95% ligados a proteína plasmática. Potencializadores da toxicidade dos anticoagulantes ↓
· Fenilbutazona / Sulfonamidas / Cloranfenicol;
· Acetominofen / Glucagon / Salicilatos;
· Metronidazol / Neomicina / Cimetidina;
Toxicocinética:
· Absorção via gastrointestinal;
· Cai na corrente sanguínea onde possui elevada ligação às proteínas plasmáticas;
· Distribuição pelo fígado, pulmão, baço e rins;
· A meia-vida variável depende da espécie do animal, em média os de primeira geração dura em torno de 14 dias e os de segunda em torno de 30 dias;
· Eliminação ocorre pela urina;
Coagulação sanguínea:
1. Agregação plaquetária e vasoconstrição;
2. Formação do coágulo;
3. Fibrinólise;
Toxicodinâmica:
· Inibem competitivamente as enzimas Vitamina K epóxido e Vitamina K redutase;
· Interferência na ativação dos fatores II, VII, IX e X da cascata de coagulação sanguínea;
· Manifestações hemorrágicas;
Sinais clínicos:
· Hematomas;
· Epistaxe;
· Hemorragia gengival;
· Fezes escuras (melena) ou com corante (azul ou rosa);
· Hematêmese;
· Anemia;
· Mucosas pálidas;
· Fraqueza;
· Ataxia / dispneia;
Hemorragias:
· Internas – anemia aguda, cianose e choque;
· Cerebral – ataxia, paralisia, depressão, convulsões ou morte súbita;
· Placentária – abortamento;
· Peri ou intra-articular – claudicação, edema, dor;
· Hematúria;
*Manifestações um a dois dias após exposição
Diagnóstico:
· Clínico;
· Laboratorial – testes hemostáticos (tempos aumentados), baixo número de plaquetas (trombocitopenia), hemograma (anemia), proteínas plasmáticas (hipoproteinemia);
· Toracocentese / abdominocentese;
· Radiografia torácica (efusão pleural, infiltrado pulmonar), abdominal (perda de definição);
· Diagnóstico diferencial (CID, coagulopatias de origem hereditárias, trombocitopenia autoimune, hepatopatias;
· Análises toxicológicas – fígado congelado (HPLC, TLC);
· Lesões anátomo patológicas – hematomas múltiplos, sangue livre em órgãos e músculos, necrose hepática centrolobular, hemorragia generalizada;
Tratamento:
· Diminuir absorção – carvão ativado + catárticos, lavagem gástrica ou eméticos;
· Tratamentos de suporte – tranquilizantes, transfusão (plasma e sangue total), oxigenioterapia, toracocentese;
· Antídoto;
Antídoto:
· Fitonadiona (Vitamina K1) – hipovita K, vitamina K, K-Vitan;
· Primeira dose SC e depois via oral a cada 8 ou 12 horas;
Prognóstico:
· Reservado a favorável;
Ácido monofluoracético
 
Fluoracetato de sódio, fluoracetamida.
· Obtido da Palicourea marcgravii;
· Proibido no Brasil desde 1982;
· Substância inodora e insípida;
· Morte aguda;
· DL50 baixa em humanos e animais;
Mecanismo de ação:
· Ciclo de Krebs;
· Bloqueio da cadeia respiratória;
· Acúmulo de citrato > se liga ao cálcio – hipocalcemia;
Sinais clínicos:
· Surgem entre 30 min a 2 horas;
· Herbívoros – falência cardíaca;
· Carnívoros – distúrbios nervosos e gastrointestinais (ansiedade, alucinações, convulsões, vômito, sialorreia e ↑ da defecação);
Diagnóstico:
· Sinais clínicos;
· Hiperglicemia, aumento de citrato e hipocalcemia;
Tratamento:
· Não há antídoto;
· Tratamento sintomático;
· Lavagem gástrica, ingestão de leite;
· Diazepínicos e barbitúricos – sedação;
· Assistência respiratória;
· Monoacetato de glicerila (0,1 a 0,5 mg/kg de PV), IM a cada 24 horas, totalizando 2 a 4 mg/kg de PV;
· Óbito 1 hora após ingestão;
Estricnina
Alcaloide obtido da planta Strychnos nux vômica.
Mecanismo de ação:
· Aumento da excitabilidade reflexa da medula espinal (bloqueia receptor da glicina), perda da inibição normal da estimulação do neurônio motor, contração simultânea de todos os músculos. Inibe ação do GABA no SNC;
Sinais clínicos:
· Início 10 min a 2 horas;
· Convulsões principal;
· Ansiedade / ↑ FR respiratória;
· Sialorreia intensa / Ataxia;
· Espasmos de musculatura;
· Midríase / Cianose;
· Óbito em 1 a 2 horas da ingestão;
Tratamento:
· Controle da convulsão;
· Diazepan 2,5 a 20 mg/kg IV ou intraretal;
· Pentobarbital;
· Deixar animal em lugar escuro e silencioso;

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