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Patologia – aula 25/05 REPARO Reparo ▪ “CURA” ▪Restauração da arquitetura e função dos tecidos após a lesão ▪2 tipos de reação ▪ Regeneração ou cicatrização ▪ REGENERAÇÃO ▪ Substituição de células lesadas → retorno ao estado normal do tecido ▪ Mecanismo: proliferação de células não lesadas (capacidade de divisão e por substituição de células troncos teciduais) - fatores de crescimento ▪ Local de ocorrência: epitélios que se dividem rapidamente ▪ Pele, intestinos, fígado ▪ Fatores de crescimento = protéinas que estimulam a sobrevivência e a proliferação de várias células ▪ Podem promover migração, diferenciação e outras respostas celulares ▪ Capacidade proliferativa dos tecidos (habilidade em se autorreparar) ▪ Tecidos lábeis (dividem-se continuamente) = células desses tecidos são continuamente perdidas e substituídas pela maturação de células-tronco e por proliferação das células maduras. Regeneração rápida após a lesão Ex.: células hematopoiéticas na medula óssea e a maioria dos epitélios de superfície (incluindo os das glândulas, TGI, útero, trato urinário) ▪ Tecidos estáveis = células desses tecidos são quiescentes e, em seu estado normal, possuem baixa atividade replicativa. Entretanto, essas células são capazes de proliferar em resposta a lesão ou perda de massa tecidual. Possuem capacidade limitada de regeneração após a lesão (exceção do fígado) Ex.: fígado, rim, pâncreas, células endoteliais, fibroblastos e células musculares lisas ▪ Tecidos permanentes = células desses tecidos são consideradas terminalmente diferenciadas e não proliferativas na vida pós-natal. Reparo é tipicamente dominado por formação de cicatriz. Ex.: neurônios, células musculares cardíacas ▪ PAPEL DA REGENERAÇÃO NO REPARO TECIDUAL ▪ Tecidos lábeis = células rapidamente substituídas por proliferação ▪ Em tecidos estáveis é um processo limitado - Pâncreas, a adrenal, a tireoide e os pulmões possuem alguma capacidade regenerativa. - Remoção cirúrgica de um rim = resposta compensatória do rim contralateral (hipertrofia e hiperplasia) ▪ Fígado: órgão com grande potencial de regeneração ▪ Extensa regeneração ou hiperplasia compensatória ocorre apenas se tecido conjuntivo residual estiver estruturalmente intacta. ▪ Tecido todo lesado por infecção ou inflamação = regeneração incompleta e feita por cicatrização. ▪ FORMAÇÃO DE CICATRIZ ▪ Tecidos incapazes de regeneração ou em tecidos gravemente lesados (danos as células do parênquima e do tecido conjuntivo) ▪ Mecanismo: deposição de tecido conjuntivo (fibrose) ▪ Fibrose não tem função das células substituídas, mas confere estabilidade estrutural ▪ ETAPAS PARA FORMAÇÃO DE CICATRIZ ▪ Processo sequencial que segue a resposta inflamatória 1. Fase inflamatória - formação de novos vasos (angiogênese) 2. Migração e proliferação de fibroblasto + deposição de tecido conjuntivo (tecido de granulação) 3. Maturação e reorganização do tecido fibroso (fase de remodelação) 1. Angiogênese ▪ Processo de desenvolvimento de novos vasos a partir de vasos preexistentes (primariamente vênulas) ▪ Essencial para a cura – surgimento de circulação colaterais em locais de isquemia 2. Migração e proliferação de fibroblasto + deposição de tecido conjuntivo (tecido de granulação) ▪ Células inflamatórias são as principais fontes de fatores de crescimento (pp. Macrófagos) 3. Maturação e reorganização do tecido fibroso (fase de remodelação) ▪ Tecido conjuntivo da cicatriz se modifica e se remodela ▪ Degradação dos colágenos e de outros componentes da matriz é realizada por uma família de metaloproteinases (produzidas por vários tipos celulares como macrófagos, fibroblastos, neutrófilos, células sinoviais e algumas células epiteliais) ▪ São ativadas por proteases no local da lesão ▪ FATORES QUE INFLUENCIAM O REPARO TECIDUAL ▪ Infecção – prolonga a inflamação e ↑ lesão local ▪ Nutrição – ex.: deficiência de proteínas, vitamina C = inibição da síntese de colágeno = retardo na cicatrização ▪ Glicocorticóides – cicatrização deficiente - Às vezes desejados como nas inflamações da córnea (↓ probabilidade de opacidade resultante da deposição do colágeno) ▪ Fatores mecânicos - Ex.: ↑ pressão ou torção do local = separação e deiscência da ferida ▪ Perfusão deficiente ▪ Corpos estranhos ▪ Tipo e extensão da lesão ▪ Local da lesão e natureza do tecido ▪ Alterações do crescimento celular ▪ Quelóide (acúmulo excessivo de colágeno) ▪CURA DE FERIDAS CUTÂNEAS - Regeneração do epitélio e formação de cicatriz de tecido conjuntivo ▪ CURA POR PRIMEIRA INTENÇÃO ▪ CURA POR SEGUNDA INTENÇÃO ▪ CURA POR PRIMEIRA INTENÇÃO ▪ Reparo de incisões cirúrgicas limpas e não infectadas ▪ Etapas são bem definidas ▪ 24 horas = neutrófilos na borda da incisão; células basais da epiderme da borda do corte com ↑ da atividade mitótica ▪ 24 – 48 horas = células epiteliais de ambas as margens começam a migrar e a se proliferar ▪ 3º dia = neutrófilos substituídos por macrófagos e tecido de granulação invade espaço; fibras de colágeno estão verticalizadas ▪ 5º dia = neovascularização em ponto máximo e tecido de granulação preenche espaço da incisão; fibras de colágeno começam a formar pontes; epiderme em espessura normal ▪ Segunda semana = contínua proliferação de fibroblastos e acúmulo de colágeno ▪ ↓ infiltrado leucocitário, edema e vascularização ▪ 30 dias = cicatriz coberta por epiderme normal ▪ CURA POR SEGUNDA INTENÇÃO ▪ Perda de células e de tecido é extensa ▪ ↑ reação inflamatória, formação abundante de tecido de granulação, formação de grande cicatriz ▪ Diferença da união por primeira intenção: - Coágulo ou crosta maior rica em fibrina e fibronectina na superfície da ferida. ▪ Inflamação mais intensa ▪ ↑ defeitos teciduais = ↑ quantidade de tecido de granulação ▪ Envolve contração da ferida ▪FIBROSE ▪ Deposição excessiva de colágeno e de outros componentes da matriz extracelular ▪ Induzida por estimulo lesivo persistente (infecções, reações imunológicas, habronema...) ADAPTAÇÃO CELULAR ADAPTAÇÕES DO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULARES ▪ Capacidade de uma dada célula em se adaptar às condições que lhe são impostas depende: ▪ Do tipo, intensidade e duração do estímulo ▪ Dos graus de diferenciação e especialização celulares ▪ Alterações reversíveis ▪ Alterações celulares – várias formas distintas ▪ Hiperplasia, hipoplasia, hipertrofia, atrofia (hipotrofia), metaplasia e displasia HIPERPLASIA ▪ Aumento no número de células em um órgão ou tecido ▪ Frequentemente tem associação com aumento das células (Hipertrofia) ▪ Tipos: Fisiológicas ou Patológicas ▪ Fisiológicos: compensadores (nefrectomia= hiperplasia renal / hepatectomia parcial= regeneração hepática), secundários a estímulo hormonal (útero na prenhez, mama na lactação) ▪ Patológicos: por excesso de estímulo hormonal ou por fatores de crescimento ▪ Hiperplasia endometrial pela ação do estrogênio; hiperplasia das adrenais na Síndrome de Cushing... MECANISMO ▪ Proliferação de células maduras induzida por fatores de crescimento ou aumento pelo surgimento de novas células a partir de células-tronco teciduas EX.: hepatectomia parcial → fígado produz fatores de crescimento → se ligam a receptores nas células remanescentes → ativação de vias de sinalização → estímulo a proliferação celular - Capacidade proliferativa dos hepatócitos comprometida (hepatites com lesão celular) → regeneração dos hepatócitos a partir de células-tronco intra-hepáticas HIPOPLASIA ▪ Diminuição da população celular de um tecido, órgão ou parte do corpo ▪ Causas: embriogênese (hipoplasia pulmonar, renal, etc.) ▪ Tipos: Fisiológicas ou Patológicas ▪ Fisiológicas: involução do timo, involução das gônadas em animais idosos ▪ Patológicas: hipoplasia da medula óssea por agentes tóxicos ou infecções ▪ Consequências: reversíveis, salvo as congênitas HIPERTROFIA ▪ Aumento do tamanho da célula = aumento do órgão - Órgão hipertrófico não possui novas células, apenas células maiores! ▪ Aumento da capacidade estrutural e funcional ▪ Causas: aumento da demanda funcional/ compensação, aumentoou desequilíbrio na produção de hormônios e hiperestimulação de hormônios e fatores de crescimento ▪ Tipos: Fisiológicos ou patológicos ▪ Fisiológicos: útero na prenhez ▪ Patológicos: hipertrofia miocárdica (hipertensão e estenose valvar), hipertrofia de musculatura lisa de órgãos ocos (bexiga, próstata) MECANISMO ▪ Resultado do aumento na produção de proteínas celulares ATROFIA (OU HIPOTROFIAS) ▪ Diminuição do tamanho da célula por redução dos componentes estruturais e das funções celulares - Redução do tamanho das células e organelas = diminuição do volume celular = redução das necessidades metabólicas da célula ▪ Progressão = morte celular por apoptose ▪ Tipos: fisiológicas e patológicas - Fisiológicas: diminuição do tamanho do útero após o parto - Patológicas: caquexias, doenças degenerativas, envelhecimento, desuso, desregulação endócrina METAPLASIA ▪ Conversão de um tecido maduro e diferenciado em outro igualmente maduro e diferenciado, mas com características diferentes. ▪ Lesões benignas e essencialmente reversíveis ▪ Influências que predispõem à metaplasia, se persistentes, podem iniciar a transformação maligna no epitélio metaplásico Exemplos: ▪ Metaplasia escamosa em próstata de cães adultos inteiros (artigo próximo slide) ▪ Dioctofimatose renal (artigo próximos slides) Morte celular e ativação do mecanismo de regeneração e reparo tecidual + inflamação crônica = tecido alterado DISPLASIA ▪ Alterações simultâneas na proliferação e diferenciação das células que precedem o aparecimento de determinadas neoplasias ▪ Alta taxa de divisão celular ▪ Não se diferenciam adequadamente ▪ Perda da uniformidade das células, perda de arranjo em camadas ▪ Frequentemente ocorre em epitélios metaplásicos
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