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Teoria geral dos direitos reais

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02/06/2023, 16:08 Teoria geral dos direitos reais
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02820/index.html#imprimir 1/38
Teoria geral dos direitos reais
Filipe Medon
false
Descrição
Análise da evolução histórica e das principais classificações dos direitos reais.
Propósito
Compreender as principais noções e classificações acerca dos direitos reais é extremamente importante
para a formação e, principalmente, na atuação profissional futura, uma vez que essa temática está sendo
revisitada sob perspectiva funcionalizante a partir da Constituição e esses conhecimentos têm sido cada
vez mais exigidos dos operadores do Direito, independentemente da carreira que o aluno venha a abraçar.
Preparação
Antes de iniciar o conteúdo, tenha à mão o Código Civil (Lei nº 10.406/2002).
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Objetivos
Módulo 1
Principais noções gerais
Identificar as principais noções gerais envolvendo direitos reais.
Módulo 2
Principais classi�cações
Reconhecer as principais classificações dos direitos reais.
Módulo 3
Obrigações mistas
Analisar as obrigações mistas dentro do Direito das Coisas.
Neste conteúdo, vamos enfrentar um dos assuntos mais tradicionais no estudo do Direito Civil: o
Direito das Coisas, que, em alguns cursos, também é chamado pelo nome geral de Direitos Reais.
Trata-se de um tema cujos institutos vêm sendo reproduzidos muitas vezes sem grandes alterações
desde o Direito Romano. No entanto, vamos perceber que uma visão mais contemporânea, cujas
bases se assentam no Direito Civil Constitucional, nos permite enxergar que esse ramo tão
Introdução
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1 - Principais noções gerais
tradicional também sofreu influências do fenômeno da constitucionalização do Direito, de modo que
seus institutos precisam ser relidos.
Como veremos em nosso estudo, hoje, não tutelamos mais a propriedade por si mesma: ela precisa
cumprir uma função social dentro do ordenamento para receber a sua adequada proteção jurídica.
É assim que vamos, em primeiro lugar, esmiuçar história, natureza, constituição e objeto dos Direitos
Reais, para, em seguida, aprofundar em algumas de suas classificações. Por fim, vamos analisar três
tópicos:
Obrigações mistas
Direitos reais plenos
Direitos reais limitados
Os temas serão analisados isoladamente em módulos próprios, mas fica aqui desde já uma questão
importante que deve ser objeto de reflexão por todos nós:
Qual a importância de uma análise funcionalizante em vez de uma perspectiva meramente
estrutural dos direitos reais?
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Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de identi�car as principais noções gerais
envolvendo direitos reais.
Objeto de estudo
Neste momento, iniciamos buscando definir o objeto da nossa análise: o Direito das Coisas. Para isso,
recorremos a uma definição clássica, replicada por praticamente todos os manuais e que vem de Clóvis
Beviláqua. Para ele, o Direito das Coisas:
(...) é o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às
coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisa são, ordinariamente,
do mundo físico, porque sobre elas é que é possível exercer o poder de
domínio.
(BEVILÁQUA, 2003, p. 9)
Antes de prosseguirmos, no entanto, é importante delimitar conceitualmente duas noções que, por vezes,
são confundidas:

Coisas

Bens
Aqui, não há consenso na doutrina, nem nos ordenamentos jurídicos ao redor do mundo sobre essa
distinção conceitual, já que cada Código Civil adota uma perspectiva distinta. Vejamos, por exemplo, o
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Código Civil Português, que acaba designando como coisa aquilo que aqui no Brasil entendemos como
bem.
Nesse sentido, o artigo 202 do código lusitano dispõe que:
1. Diz-se coisa tudo aquilo que pode ser objecto de relações jurídicas.
2. Consideram-se, porém, fora do comércio todas as coisas que não podem ser
objecto de direitos privados, tais como as que se encontram no domínio
público e as que são, por sua natureza, insusceptíveis de apropriação
individual.
Atenção
No Brasil, o Código de 2002, além de não ter sido claro, é bastante assistemático. A consequência dessa
ausência de rigor terminológico é que acaba ficando a cargo da doutrina diferenciar bens e coisas. Nesse
sentido, para Gustavo Tepedino e Milena Donato Oliva: “(...) consideram-se coisas todas as entidades do
universo, algumas das quais, designadas tecnicamente como bens, são identificadas como ponto de
referência objetivo de relação jurídica” (TEPEDINO; OLIVA, 2021, p. 184). Por esse motivo é que a doutrina
somente considera como coisas em sentido jurídico “aquelas suscetíveis de se constituir objeto de direito,
coincidindo, nesta acepção estreita, com a noção de bem, corretamente adotada pela codificação atual
(muito embora mantenha a designação “Direito das Coisas” para seu Livro III)” (TEPEDINO; OLIVA, 2021, p.
184).
Nessa direção, vejamos:
Bem seria tudo aquilo que possa ser objeto de direito, ou seja, tudo aquilo que, direta ou indiretamente,
satisfaça um interesse ou necessidade humana e como tal possa ser tutelado pelo Direito. Deve existir
palpavelmente ou ser tangível. Assim, um carro, uma conduta e uma criação são bens. A lua é uma
coisa, embora não seja um bem. Por seu turno, a honra e os direitos autorais são bens que não são
coisas.
Dizemos que: “coisa constitui-se em gênero, que abrange todos os elementos perceptíveis, sendo bem
a espécie, a traduzir aquilo que pode consubstanciar objeto de direito, e que pode ser considerado
coisa em sentido jurídico” (TEPEDINO; OLIVA, 2021, p. 184). Ou seja, a coisa é algo corpóreo, com

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existência física; e os bens, que são espécies de coisas, são tudo aquilo que seja objeto de direito e
satisfaça uma necessidade ou interesse humano.
Diante disso, sintetiza Carlos Roberto Gonçalves que “o direito das coisas resume-
se em regular o poder dos homens, no aspecto jurídico, sobre a natureza física, nas
suas variadas manifestações, mais precisamente sobre os bens e os modos de sua
utilização econômica” (GONÇALVES, 2016, p. 20).
Essa denominação também foi adotada pelos Códigos Civis de Portugal, Alemanha e Áustria. Contudo, a
maioria da doutrina e dos Códigos ao redor do mundo prefere “a expressão direitos reais, preconizada por
SAVIGNY. Ambas as expressões possuem, todavia, conceito e objetivo idênticos, tratando da mesma
matéria” (GONÇALVES, 2016, p. 20).
Como foi a evolução histórica da disciplina do Direito das Coisas ou Direitos Reais?
É inegável que “[o] direito das coisas constitui o ramo do direito civil mais influenciado pelo direito romano e
em relação ao qual, atualmente, se encontra mais homogeneidade no direito comparado do mundo
ocidental” (GONÇALVES, 2016, p. 21). Dito diversamente: por beberem da mesma fonte romanista, os
ordenamentos ao redor do mundo costumam ser homogêneos nesta disciplina que passou a ter no Estado
Moderno uma significativa influência de normas de direito público para regular um espaço que era
exclusivamente relegado ao Direito privado (GONÇALVES, 2016, p. 21).
Não há dúvidas de que a evolução do tema se encontra diretamente ligada ao desenvolvimento do direito à
propriedade privada, cujas estruturas remontam ao Direito Romano, sendo fortemente marcado por uma
concepção altamente individualista. Com a Revolução Francesa e a ascensão da burguesia, a liberdade foi
alçada a uma posição tão central que se chegou a considerar legítimaaté mesmo “a possibilidade de o
proprietário abusar do seu direito de propriedade, colocando, destarte, a propriedade num verdadeiro altar,
cujo sacerdote era o proprietário” (GONÇALVES, 2016, p. 22).
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Todavia, gradativamente, essa concepção egoística e individualista acabou sendo modificada:
(...) passando a ser enfocado com mais frequência o aspecto da função social
da propriedade, a partir da Encíclica do Quadragésimo Ano, na qual Pio XI
sustenta a necessidade de o Estado reconhecer a propriedade e defendê-la,
porém em função do bem comum. O sopro da socialização acabou
impregnando o século XX, influenciando a concepção da propriedade e o direito
das coisas. Restrições foram impostas à onipotência do proprietário,
proclamando-se o predomínio do interesse público sobre o privado.
(GONÇALVES, 2016, p. 22)
Pouco a pouco foram surgindo variadas leis que impunham algum tipo de restrição aos poderes dos
proprietários em razão da necessidade de se atender a algum interesse público. O ápice desse processo é o
reconhecimento de que a propriedade deverá atender à sua função social, consagrada no inciso XXIII do
artigo 5º da Constituição da República. Nessa mesma direção, o Código Civil de 2002 traz no parágrafo
primeiro do seu artigo 1.228 que:
O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de
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conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas.
Trata-se, portanto, de uma perspectiva funcionalizada. Não mais se tutela a propriedade por si mesma: é
preciso que ela concretize alguma função relevante para a sociedade. O não cumprimento desse comando
implica uma série de consequências gravosas para os proprietários previstas no ordenamento, culminando
até mesmo na perda da propriedade em situações mais limítrofes.
Do ponto de vista normativo, o Direito das Coisas possui no Código Civil Brasileiro uma seção
especialmente a ele dedicada: trata-se do Livro III de sua Parte Especial. Importante ressalvarmos, contudo,
que a disciplina do Direito das Coisas não se encerra no Código, havendo diversas outras leis igualmente
importantes.
Exemplo
Podemos pensar na Lei nº 13.465/2017 que, dentre outras matérias, dispõe sobre a regularização fundiária
rural e urbana. Foi essa lei, inclusive, que instituiu no Direito Brasileiro o chamado direito real de laje, que
acabou sendo por ela incluído no Código Civil, tornando-se um dos direitos reais do ordenamento pátrio.
De�nição e distinção em relação aos direitos pessoais
ou de crédito
Direitos reais
No vídeo a seguir, o professor Filipe Medon define os direitos reais e trata das suas principais
características, as quais os diferenciam dos diretos de crédito. Vamos assistir!

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Esclarecidas essas questões históricas e terminológicas, torna-se imprescindível passar à definição de
direitos reais, agora com letras minúsculas. Ou seja: não se trata mais de compreender o alcance da
disciplina, mas de delimitar o seu principal objeto de estudo, uma vez que os direitos reais são apenas uma
parte do nosso estudo, que inclui, por exemplo, a análise da posse.
Nesse sentido, vejamos:
Uma definição clássica, de Lafayette Rodrigues Pereira, é a de que “[o] direito real é o que afeta a
coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer
que a detenha” (PEREIRA, 2004, p. 21). Os direitos reais têm “como elementos essenciais: o sujeito
ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito sobre a coisa, chamado domínio” (GONÇALVES, 2016, p.
26).
Ao direito real, costumamos contrapor o chamado direito pessoal ou de crédito, que “consiste numa
relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação.
Constitui uma relação de pessoa a pessoa e tem, como elementos, o sujeito ativo, o sujeito passivo e
a prestação” (GONÇALVES, 2016, p. 26).
Para percebermos a diferença, pensemos no seguinte exemplo:
Direito real 
Direito pessoal 
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Uma importante consequência é que o objeto de um direito real é uma coisa, enquanto nos direitos pessoais
é uma prestação. Além disso, “o objeto do direito real há de ser, necessariamente, uma coisa determinada,
enquanto a prestação do devedor, objeto da obrigação que contraiu, pode ter por objeto coisa genérica,
bastando que seja determinável” (GONÇALVES, 2016, p. 30).
É assim que Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Felipe Braga Netto sintetizam as três principais
distinções entre os direitos reais e os direitos pessoais, a que esses autores designam como “direitos
obrigacionais”:
a) quanto à eficácia: erga omnes nos direitos reais e relativa nos direitos
obrigacionais.
A e B celebram um contrato de compra e venda por meio do qual pactuam a transferência da
propriedade de um veículo de A em troca de uma contraprestação pecuniária a ser efetuada
por B.
No momento inicial, A possui um direito real de propriedade sobre o veículo: o chamado ius in
re (“direito na coisa”).
Após a celebração do contrato e antes da entrega da coisa, B, que já efetuou o pagamento,
possui apenas um direito pessoal/de crédito, que consiste no poder de exigir que A cumpra a
sua obrigação de entregar o carro. Tem, portanto, o chamado ius ad rem (“direito à coisa”).
No entanto, após a tradição do veículo, B passará a ter, em lugar de A, um direito real de
propriedade, um ius in re.
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b) quanto ao objeto: a coisa nos direitos reais e a prestação nos direitos
obrigacionais. O direito real requer a existência atual da coisa. Em
contrapartida, a prestação é bem incorpóreo, que existe apenas em abstrato, e
como conduta humana virtual só terá consistência no mundo fático ao tempo
de seu cumprimento.
c) quanto ao exercício: nos direitos reais, o titular age direta e imediatamente
sobre o bem, satisfazendo as suas necessidades econômicas sem o auxílio ou
intervenção de terceiros. Há um direito sobre a coisa (jus in re); Já nas
obrigações, o titular do crédito necessariamente dependerá da colaboração do
devedor para a sua satisfação. O credor tem direito a uma coisa (jus ad rem),
que só será obtida pela atividade do devedor.
(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 969-970)
Em relação à primeira distinção, é relevante comentar que essa eficácia erga omnes, isto é, contra todos,
decorre de um atributo dos direitos reais, qual seja, o absolutismo: tais direitos se exercem contra todos, que
deverão se abster de perturbar o titular. É daí que surge, inclusive, o chamado direito de sequela, ou seja, o
direito “de perseguir a coisa e de reivindicá-la em poder de quem quer que esteja (ação real), bem como o
jus preferendi ou direito de preferência” (GONÇALVES, 2016, p. 31).
No que diz respeito à terceira distinção, é importante fazermos menção ao chamado princípio da aderência,
especialização ou inerência, que estabelece entre o titular do direito e a coisa uma relação direta e imediata,
isto é: tamanha é a relação de senhoria entre titular e coisa que não se torna necessária a intermediação ou
colaboração de ninguém para que o direito seja exercido. Isso não ocorre, porém, com os direitos pessoais,
pois, nesses, o vínculo obrigacional que se forma entre credore devedor só confere ao primeiro o direito de
exigir, eventualmente em juízo, a prestação prometida pelo segundo (GONÇALVES, 2016, p. 31-32).
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É assim que, embora o titular de um direito real de propriedade possa exercê-lo imediata e diretamente, para
que um comodatário, que tem um direito pessoal, “possa utilizar a coisa locada precisa que, mediante o
contrato de comodato, o proprietário da coisa lhe entregue, assegurando-lhe o direito de usá-la com a
obrigação de restituí-la após o decurso de certo tempo” (GONÇALVES, 2016, p. 31).
Nada obstante, hoje, tem tido cada vez menos espaço essa distinção entre direitos reais e pessoais. Basta
pensar que, apesar de estes últimos, em princípio, serem eficazes apenas entre as partes (relatividade), não
se pode negar a projeção de efeitos também para sujeitos que não integram aquela relação jurídica. No
Direito dos Contratos, por exemplo, chega-se a falar na chamada tutela externa do crédito. É por isso que se
afirma que:
No estágio atual da ciência do Direito, contudo, não se pode mais enaltecer a
dicotomia entre direitos reais e obrigacionais. Há uma necessária mitigação da
eficácia entre os dois grandes direitos subjetivos patrimoniais, a ponto de se
afirmar o caráter unitário da relação patrimonial, com base no princípio
constitucional da solidariedade, que demanda o respeito por parte de todos às
situações jurídicas regularmente estabelecidas, sejam elas reais ou
obrigacionais. Haverá, em qualquer situação, um especial cuidado em relação
às situações jurídicas existenciais. A flexibilização do princípio da relatividade
das obrigações e a consideração da possibilidade de oposição do direito de
crédito em face de quem não foi parte da relação obrigacional – a ponto de lhe
impor um dever de abstenção – demonstram a necessidade de um reexame do
ordenamento sob uma perspectiva relacional.
(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 970)
Finalmente, antes de passarmos ao próximo módulo e nos ocuparmos das diferentes classificações dos
direitos reais, cabe-nos analisar o modo de constituição desses direitos. Para isso, é preciso compreender o
chamado sistema do numerus clausus, que se exprimiria de dois modos: significaria, em primeiro lugar, a
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taxatividade das figuras típicas, quando for “examinado do ponto de vista da reserva legal para a criação dos
direitos subjetivos. Traduz-se, ao revés, no princípio da tipicidade propriamente dito, quando analisado sob o
ângulo de seu conteúdo, significando que a estrutura do direito subjetivo responde à previsão legislativa
típica” (TEPEDINO; MONTEIRO FILHO; RENTERIA, 2020, p. 11-12).
Dito de outra forma, ao criar os direitos reais, “[a] lei os enumera de forma taxativa, não ensejando, assim,
aplicação analógica da lei. O número dos direitos reais é, pois, limitado, taxativo, sendo assim considerados
somente os elencados na lei (numerus clausus)” (GONÇALVES, 2016, p. 32). Isso não significa, contudo, que
a taxatividade seja restrita ao Código Civil: é possível que direitos reais sejam previstos fora do rol do artigo
1.225, que previu os seguintes em seus incisos:
Propriedade
Superfície
Servidões
Usufruto
Uso
Habitação
Direito do promitente comprador do imóvel
Penhor
Hipoteca
Anticrese
Concessão de uso especial para fins de moradia
Concessão de direito real de uso
Laje
Para alguns autores, como Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Felipe Braga Netto, os direitos
reais não se submeteriam à tipicidade, que delimitaria o conteúdo de cada tipo de direito real. Segundo
esses autores:
Se houvesse tipicidade, não existiria qualquer espaço para a autonomia privada
inovar dentro dos direitos reais forjados pela norma. O fato de existirem direitos
típicos no rol do art. 1.225 impede a criação de novos direitos reais, mas não
elimina a possibilidade de modelação expansiva dos direitos reais já
existentes.
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(2021, p. 971)
Diante disso, a constituição dos direitos reais parece estar condicionada ao monopólio da legislação:
somente uma lei poderia dizer que um direito é real e atribuir a ele todas as consequências que essa
definição implica.
Atenção
É preciso ressaltar a existência de vozes esparsas na doutrina as quais advogam que, eventualmente, a
autonomia privada poderia criar novos direitos reais. Essa era, por exemplo, a discussão quanto ao chamado
direito de laje, que, para alguns, já seria um direito real antes mesmo da positivação em 2017.
Todavia, essa posição é extremamente minoritária e não conta com ampla adesão na doutrina e muito
menos na jurisprudência. Isso porque essa reserva legal é compreendida como um princípio de ordem
pública, sendo inderrogável, portanto, apesar de “que, no âmbito do conteúdo de cada tipo real, há um vasto
território em que atua a autonomia privada e que carece de controle quanto aos limites (de ordem pública)
permitidos para esta atuação” (TEPEDINO; MONTEIRO FILHO; RENTERIA, 2020, p. 15).
Orlando Gomes, em página clássica, ainda complementa que:
Os direitos reais adquirem-se por efeito de fatos jurídicos lato sensu, que lhes
servem de causa, como característicos de sua finalidade econômica. Esses
fatos são denominados, na doutrina alemã, relação causal ou básica. Na
aquisição da propriedade pela compra e venda, este contrato é a relação
jurídica básica ou a causa do direito de propriedade adquirido sobre a coisa
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vendida. Na aquisição do usufruto por testamento, este negócio jurídico é a
relação causal daquele direito real limitado. Assim, a constituição de um direito
real vincula-se ao fato jurídico que informa sua destinação econômica.
(GOMES, 2012, p. 24)
Concluído este módulo introdutório, passemos, então, ao estudo das diversas classificações dos direitos
reais.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Estudamos neste módulo noções introdutórias sobre direitos reais. A esse respeito é correto afirmar
que:
A A sua constituição não se submete à reserva legal.
B São direitos reais apenas aqueles previstos no Código Civil.
C São sinônimos de direitos pessoais.
D Não obedecem ao sistema do numerus clausus.
E São características o direito de sequela e preferência.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Trata-se de duas das principais características dos direitos reais.
Questão 2
O princípio da inerência significa que:
Parabéns! A alternativa C está correta.
O princípio da aderência, especialização ou inerência estabelece entre o titular do direito e a coisa uma
relação direta e imediata, isto é: tamanha é a relação de senhoria entre titular e coisa que não se torna
necessária a intermediação ou colaboração de ninguém para que o direito seja exercido. Isso não
ocorre, porém, com os direitos pessoais, pois nesses o vínculo obrigacional que se forma entre credor e
devedor só confere ao primeiro o direito de exigir, eventualmente em juízo, a prestação prometida pelo
segundo.
A A propriedade é inerente ao homem.
B Direitos pessoais e reais são inerentes.
C Há uma relação direta e imediata entre o titular do direito e a coisa.
D O proprietário pode reaver a coisa de quem a possua injustamente.
E Direitos reais são inerentes ao homem.
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2 - Principais classi�caçõesAo �nal deste módulo, você deverá ser capaz de reconhecer as principais classi�cações dos
direitos reais.
Classi�cações dos direitos reais
Panorama
No vídeo a seguir, o professor Filipe Medon faz um panorama das classificações dos direitos reais. Vamos
assistir!

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Atenção
Antes de adentrarmos propriamente no estudo das diversas classificações dos direitos reais, precisamos
fazer um alerta inicial: não há unanimidade na doutrina quanto a essas classificações. O que existe é um
consenso mínimo, que procuraremos reproduzir didaticamente neste módulo, apesar de a nomenclatura
variar entre os autores.
Essencialmente, separamos os direitos reais em dois grandes grupos:
Também chamados de ius in re propria.
Também chamados de ius in re aliena. Podem ser subdivididos em mais três espécies:
Direitos de gozo ou fruição;
Direitos de garantia;
Direito à coisa, também chamado por alguns de direito real à aquisição.
A chave para compreender essas classificações é o direito real de propriedade. Isso porque é a partir do
desdobramento dos poderes dominiais (usar, dispor e fruir/gozar) que se originam os direitos de fruição,
garantia e aquisição. (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 972)
Nessa direção, precisamos inicialmente verificar o conteúdo do direito de propriedade. Para isso,
recorremos ao caput do artigo 1.228 do Código Civil, que assim dispõe: “O proprietário tem a faculdade de
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou
detenha”.
Exemplo
Direitos reais na coisa própria 
Direitos reais na coisa alheia ou direitos limitados 
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O proprietário de um imóvel pode, dentre outras coisas, habitá-lo (uso), locá-lo e fruir dos alugueres (gozo ou
fruição), aliená-lo (dispor), bem como reaver o imóvel caso alguém o possua de forma injusta (por exemplo,
locou o imóvel para alguém e o locatário, após o término do contrato, decide não sair do imóvel).
Agora vamos aprender um pouco mais a respeito dos direitos reais na coisa própria e na coisa alheia:
Os chamados direitos reais na coisa própria (ius in re propria) se confundem, por isso, com a própria
noção de propriedade, uma vez que ela:
“É o único direito real originário, de manifestação obrigatória em nosso sistema jurídico. É a
expressão primária e fundamental dos direitos reais, detendo um caráter complexo em que os
atributos de uso, gozo, disposição e reivindicação reúnem-se. Em contrapartida, os direitos reais em
coisa alheia somente se manifestam quando do desdobramento eventual das faculdades contidas
no domínio.”
(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 972)
Os direitos na coisa alheia (ius in re aliena):
“São manifestações facultativas e derivadas dos direitos reais, pois resultam da decomposição dos
diversos poderes jurídicos contidos na esfera dominial. Assim, sua existência jamais será exclusiva,
eis que na sua vigência convivem com o direito de propriedade, mesmo estando ele fragmentado.
Exemplificando: no usufruto, o nu-proprietário vê-se despido dos poderes de uso e gozo da coisa,
porém mantém a faculdade de disposição, a despeito dos atributos dominiais concedidos ao
usufrutuário.”
Direitos reais na coisa própria 
Direitos reais na coisa alheia 
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(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 972)
O que isso significa na prática?
Significa dizer que o direito de propriedade pode comportar uma restrição dessas faculdades ou poderes
dominiais de usar, gozar e dispor: o proprietário pode ceder temporariamente uma ou mais dessas
prerrogativas e isso só é possível devido à característica da elasticidade do direito de propriedade. Tal
elasticidade permite que o direito seja comprimido temporariamente para depois retornar ao seu estado
normal, tal como uma mola. Durante o período de compressão, a faculdade dominial ainda está presente, só
não pode ser exercida. Findo esse prazo, a “mola” retorna ao seu estado natural de plenitude, reunindo mais
uma vez na figura do proprietário os poderes dominiais.
O exemplo mais comum dessa situação é o do usufruto: a partir da sua constituição, o titular do direito de
propriedade, a que designamos nu-proprietário, cede temporariamente o uso e o gozo do objeto do seu
direito a um sujeito designado usufrutuário, que poderá, pelo tempo de duração do usufruto, exercer
livremente e sem quaisquer ingerências do proprietário original essas faculdades dominiais que lhe foram
cedidas de forma temporária. Como a própria nomenclatura “nu-proprietário” permite intuir, esse se despe
de seus poderes para vestir um terceiro. Dispõe o artigo 1.390 do Código Civil: “O usufruto pode recair em
um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou
em parte, os frutos e utilidades”.
Como aprofundam Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Felipe Braga Netto (2021, p. 972):
O domínio é suscetível de desmembramento em diversos direitos
fragmentados, que se manifestam conforme as variadas atividades
desenvolvidas pelo homem sobre as coisas. Cada poder do domínio que é
desmembrado culmina por constituir um novo direito real. Assim, apesar de no
direito brasileiro não se admitir pluralidade de domínios, pode ele se desdobrar
em várias parcelas, em prol de outras pessoas. Nada impede que o titular de
propriedade fracione os poderes do domínio em favor de um credor hipotecário
e de um usufrutuário, simultaneamente. Os direitos reais em coisa alheia são
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de duração temporária, pois a lei não permite que a propriedade mantenha-se
fracionada por períodos indefinidos. Daí a vitaliciedade como termo máximo do
usufruto (art. 1.410, II, do CC) e o prazo fatal de 30 anos de duração da
hipoteca.
(art. 1.485, do CC, com redação dada pela Lei nº 10.931/04)
Ou seja, os direitos na coisa alheia ou direitos limitados, em princípio, são direitos em coisa de propriedade
de outrem. Logo, suas subespécies estão relacionadas em algum grau a esse desmembramento do domínio
de que é suscetível o direito de propriedade.
São subespécies, portanto:

Direitos reais
de garantia
Penhor, anticrese e hipoteca.

Direitos reais
de gozo ou fruição
Todos os demais, com exceção da propriedade. Ou seja: superfície, servidão, usufruto, uso, habitação,
concessão de uso especial para moradia, concessão de direito real de uso e laje.

Direito real
à aquisição
Também chamado por alguns de direito à coisa, tem como exemplo a promessa de compra e venda.
Duas observações precisam ser registradas desde logo:
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Embora não pareça ser um entendimento majoritário na doutrina especializada, há quem aponte que
o direito real de laje seria um direito real sobre coisa própria, pois, para quem sustenta esta noção, a
laje seria uma manifestação do direito de propriedade.
Diz respeito à figura da enfiteuse ou aforamento, que, embora prevista no Código Civil de 1916, não
foi reproduzida pelo Código atual. Nada obstante, ela seria uma espécie de direito real limitado ou
em coisa alheia e, por questões de direito intertemporal, ainda pode existir na prática, como explica
didaticamente Anderson Schreiber:
“A enfiteuse, também chamada aforamento, é definida como o direito real limitado que confere ao
seu titular, perpetuamente, os poderes inerentes ao domínio de bem imóvel, com a obrigação de
pagar ao dono da coisa uma renda anual denominadaforo ou cânon. Na enfiteuse, o proprietário da
coisa, chamado senhorio direto, transfere ao enfiteuta ou foreiro todas as faculdades inerentes ao
domínio. O enfiteuta tem assim o jus utendi, fruendi e disponendi. Daí se dizer, na esteira da
construção medieval, que o senhorio direito é o titular do domínio eminente ou direto, enquanto o
enfiteuta ou foreiro possui o domínio útil. Toda a utilidade econômica da coisa é, em outras palavras,
transferida ao enfiteuta. Por isso se diz que é o mais amplo dos direitos reais sobre coisa alheia. O
Código Civil de 2002 proibiu, no art. 2.038, a constituição de novas enfiteuses e subenfiteuses. Seu
conhecimento na atualidade conserva utilidade por apenas duas razões. Primeiro, a existência de
regra de direito intertemporal, que, contida no mesmo dispositivo, ordena a aplicação da disciplina do
Código Civil de 1916 às enfiteuses já existentes ao tempo da promulgação da nova codificação.
Segundo, o comando constitucional do art. 49, § 3º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias impôs a aplicação da enfiteuse a terrenos de marinha e seus acrescidos.”
(SCHREIBER, 2020, p. 1152)
A doutrina alude, ainda, a uma outra subdivisão dos direitos reais na coisa alheia:
Direitos principais
Observação 1 
Observação 2 
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A enfiteuse ou aforamento, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação e a promessa de compra e
venda (GOMES, 2012, p. 18).
Direitos acessórios
O penhor, a hipoteca e a anticrese.
Orlando Gomes traz, finalmente, uma classificação dos direitos reais quanto ao seu objeto.
(...) dividem-se os direitos reais em mobiliários e imobiliários, e recaem,
respectivamente, em coisas móveis ou imóveis. A distinção é importante,
porque os direitos reais imobiliários estão sujeitos a registro público. Somente
propriedade, o usufruto e o penhor podem ter por objeto bens móveis, sendo
que este último direito real só em casos especiais incide em imóveis. Todos os
outros direitos reais são essencialmente imobiliários.
(2012, p. 18-19)
Como podemos notar, são diversas as possibilidades de arranjos classificatórios dos direitos reais, embora
nem todos possuam relevância prática para o estudo e aplicação do Direito. Em função disso, optamos por
selecionar apenas aqueles que tenham alguma utilidade, seja didática, seja do ponto de vista dos distintos
efeitos.
Analisadas, portanto, as principais classificações, passamos no módulo seguinte a nos debruçarmos sobre
o estudo de:

Obrigações mistas

Direitos reais plenos

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
Direitos reais limitados
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Estudamos neste módulo as classificações dos direitos reais. A esse respeito, é correto afirmar que é
direito real de fruição:
Parabéns! A alternativa D está correta.
A Anticrese
B Penhor
C Hipoteca
D Superfície
E Posse
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As demais alternativas são direitos reais de garantia (a, b, c) e a posse não é um direito real.
Questão 2
Acerca da classificação dos direitos reais, é um direito acessório:
Parabéns! A alternativa E está correta.
O penhor, na classificação de Orlando Gomes, é um direito real acessório. Os demais são direitos
principais.
A Aforamento
B Enfiteuse
C Servidão
D Usufruto
E Penhor
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3 - Obrigações mistas
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de analisar as obrigações mistas dentro do
Direito das Coisas.
Obrigações mistas, direitos reais plenos e direitos reais
limitados
No primeiro módulo, tratamos da parte introdutória do estudo do Direito das Coisas ou
Direitos Reais. Vimos a evolução histórica da disciplina e analisamos, brevemente, as
principais distinções dos direitos reais em relação aos chamados direitos de crédito, também
chamados de pessoais ou obrigacionais.
No segundo módulo, analisamos as principais chaves classificatórias que são apresentadas
pela doutrina para a organização didática do tema.
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Obrigações mistas
No vídeo a seguir, o professor Filipe Medon define as obrigações mistas, as exemplifica e as diferencia dos
Direitos Reais plenos e dos limitados. Vamos assistir!
Começamos, então, por essas obrigações mistas, que estariam no meio do caminho entre direitos
pessoais/obrigacionais/de crédito e direitos reais. Todavia, um esclarecimento prévio se mostra necessário:
a terminologia adotada aqui varia entre os autores. Explica-nos Carlos Roberto Gonçalves a esse respeito
que:
A doutrina menciona, com efeito, a existência de algumas figuras híbridas ou
intermédias, que se situam entre o direito pessoal e o direito real. Constituem
elas, aparentemente, um misto de obrigação e de direito real e provocam
alguma perplexidade nos juristas, que chegam a dar-lhes, impropriamente, o
nome de obrigação real. Outros preferem a expressão obrigação mista. Os
Finalmente, neste módulo, vamos aprofundar as classificações vistas no item anterior,
apresentando, ainda, a figura das obrigações mistas, cuja relevância prática é inegável.

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jurisconsultos romanos as denominavam, com mais propriedade, obligationes
ob rem ou propter rem. Os ônus reais, uma das figuras híbridas, tem mais
afinidade com os direitos reais de garantia.
(2016, p. 39)
Feita essa ressalva de cunho terminológico, podemos ingressar no estudo das chamadas obrigações
propter rem, denominadas por alguns de obrigações ambulatórias. Esse tipo de obrigação é aquela “que
recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. Só existe em razão da situação jurídica do
obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa” (GONÇALVES, 2016, p. 39).
Qualificam-se como propter rem, por exemplo, as obrigações que os condôminos têm “de contribuir para a
conservação da coisa comum e adimplir os impostos alusivos à propriedade, bem como todos os direitos
de vizinhança, referenciados no Código Civil” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 972). Além
disso, alude-se à obrigação constante do artigo 1.297 do Código Civil, referente ao dever de o proprietário
contribuir para as despesas de construção e conservação de tapumes divisórios.
Nada obstante, não há consenso na doutrina quanto à natureza jurídica desse tipo de obrigação. Há, pelo
menos, três correntes doutrinárias, que entendem ser:

De natureza real

Uma �gura obrigacional

De natureza mista
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Mais importante que definir a sua natureza jurídica é delimitar conceitualmente as principais características
das obrigações ambulatoriais, quais sejam: “(i) origina-se necessariamente de um direito real, (ii)
incorporando-se imediatamente à esfera patrimonial do seu titular, como verdadeira e própria obrigação; e
(iii) transmitem-se com o direito real, obrigando quem quer que seja o seu titular” (TEPEDINO; SCHREIBER,
2021, p. 26).
É precisamente por tais características que se afirma que elas estão entre as relações obrigacionais e as
reais. Nessa direção, “[a] obrigação propter rem existe em função da res, impondo-se, tal qual vínculo
obrigacional, ao titular de direito real em virtude justamente desta titularidade, e é acessória à coisa”
(TEPEDINO; SCHREIBER, 2021, p. 27).Vejamos um exemplo da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que entende que as obrigações
ambientais possuem natureza propter rem. A matéria foi pacificada e deu origem à Súmula 623, que assim
dispõe: “As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do
proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor”.
Recente decisão da Corte repetiu este entendimento, que foi assim ementado:
AMBIENTAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. PRETENSÃO
INDENIZATÓRIA DE DANO AMBIENTAL. IMPRESCRITIBILIDADE. RE 654.833/AC - REPERCUSSÃO GERAL. NATUREZA
"PROPTER REM" DA OBRIGAÇÃO. LEGITIMIDADE DOS ATUAIS PROPRIETÁRIOS. SÚMULA 623/STJ. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
DE EVENTUAIS CORRESPONSÁVEIS. CARÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF.
1
"É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental" (RE 654.833/AC, rel. Ministro Alexandre
de Moraes).
2
As obrigações ambientais possuem natureza "propter rem", sendo admissível cobrá-las tanto do proprietário
ou do possuidor atual, quanto dos anteriores, à escolha do credor. Inteligência da Súmula 623/STJ.
3
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Não cumpre o requisito do prequestionamento o recurso especial para salvaguardar a higidez de norma de
direito federal não examinada pela origem, ainda mais quando inexistente a prévia oposição de embargos
declaratórios. Súmulas 282 e 356, do Supremo Tribunal Federal.
4
Agravo conhecido para conhecer parcialmente do recurso especial e, nessa extensão, negar-lhe provimento.
(AREsp 1791545/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em
11/05/2021, DJe 24/05/2021)
Como esclarece a doutrina:
Na vertente contemporânea da função social da propriedade, o adquirente de
bem imóvel também será responsabilizado pelo cumprimento de obrigações
oriundas de normas ambientais, sobremaneira quando a propriedade adquirida
por ele esteja devastada. De acordo com o Código Florestal (Lei nº 12.651/12),
além da responsabilidade civil objetiva e solidária do agente por danos
ecológicos, pesará sobre o seu sucessor (novo proprietário) o dever de
indenizar os danos já causados ao meio ambiente, com direito de regresso em
face do alienante. O adquirente será responsável pelo passivo ambiental
independentemente de ser ou não o autor da degradação. Nesse sentido
caminha a Súmula 623 do STJ.
(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 973)
Outra recente decisão da Corte também reafirmou o entendimento em relação às obrigações tributárias
relativas à cobrança de IPTU, como podemos observar da ementa que abaixo reproduzimos:
TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. IPTU. ADJUDICAÇÃO. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PROPTER REM.
EXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ.
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Esses dois são apenas alguns dos exemplos que ressaltam a importância prática da qualificação jurídica de
determinada obrigação como ambulatória, pois isso irá afetar decisivamente os sujeitos que podem vir a ser
cobrados por elas.
Outra figura que está nessa zona cinzenta entre os direitos reais e os direitos obrigacionais são os
chamados ônus reais, que, embora se assemelhem em alguma medida às obrigações propter rem, com elas
não se confundem. Como explicam Gustavo Tepedino e Anderson Schreiber:
Os ônus reais são também obrigações que acompanham o direito real sobre
certa coisa, mas o vínculo com o direito real é mais intenso que nas obrigações
propter rem. O ônus real recai sobre a coisa como um peso (um ônus) e com
tal intensidade que, na esteira das fontes romanas, alguns autores chegaram a
afirmar que, nos ônus reais, quem deve é a coisa e não o obrigado. Desta maior
intensidade do vínculo com o direito real resulta importante diferença prática:
enquanto nas obrigações reais o titular do direito real só está obrigado a
cumprir as prestações constituídas na vigência do seu direito, nos ônus reais, o
titular do direito real fica obrigado até mesmo com relação às prestações
anteriores, já que sucede o seu antecessor na titularidade de coisa a que está
visceralmente unida a obrigação. O ônus real é dever que surge do direito real e
Em se tratando de adjudicação de bens a jurisprudência do STJ, firmada pela Primeira Seção,
em 25.11.2009, no julgamento do REsp nº 1.073.846/SP, de relatoria do Ministro Luiz Fux,
submetido ao regime previsto no art. 543-C do CPC/1973, restou pacificada no sentido de que
a obrigação tributária, quanto ao IPTU, acompanha o imóvel em todas as suas mutações
subjetivas, ainda que se refira a fatos imponíveis anteriores à alteração da titularidade do
imóvel, exegese que encontra reforço na hipótese de responsabilidade tributária por sucessão
prevista nos artigos 130 e 131, I, do CTN.
Agravo interno não provido. (AgInt no REsp 1898562/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/05/2021, DJe 26/05/2021)
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com este permanece, sem adquirir autonomia como vínculo obrigacional na
esfera patrimonial do respectivo titular. Exemplos de ônus reais no direito
brasileiro são o seguro obrigatório, o imposto territorial urbano e rural, o
imposto sobre veículos automotores, o foro e outras prestações que são
consideradas essenciais ao direito real sobre a coisa.
(2021, p. 28-29)
Resta-nos, ainda, comentar brevemente o ponto relativo aos direitos reais plenos e direitos reais limitados.
Direitos reais plenos e direitos reais limitados
A ideia aqui, como vimos no módulo anterior, é de que, em princípio, a propriedade é plena em relação ao
titular desse direito real, que, dentro de suas faculdades dominiais, é livre, desde que obedecidos o princípio
da função social da propriedade e as diversas limitações impostas pelo ordenamento. Um exemplo são os
direitos de vizinhança, que impedem o uso anormal da propriedade.
É nessa direção que dispõe o artigo 1.277 do Código Civil e seu parágrafo único:
O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as
interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o
habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único.
Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a
localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em
zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.
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(Artigo 1.277 do Código Civil)
Isso significa, em outras palavras, que um proprietário não pode abusar de seu imóvel como bem entender,
pois seu direito encontra limitações impostas pelos direitos de outros proprietários.
Exemplo
Um caso clássico é aquele relativo ao sossego: por mais que um proprietário possa realizar uma festa
dentro de sua casa, o som deverá obedecer ao limite de horários e volume estipulado tanto na convenção de
eventual condomínio como em normas municipais. Ainda que não houvesse norma municipal, a análise do
caso concreto poderia limitar a exploração da propriedade de uma pessoa que, com sua atuação,
perturbasse de forma anormal o sossego, a saúde e a segurança dos proprietários vizinhos.
Vejamos o que previa o Código Civil de 1916 e o que consta no Código Civil atual a esse respeito:
O Código Civil atual prevê em seu artigo 1.231, nesse sentido, uma presunção de plenitude da
propriedade: “A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário”.
O Código Civil de 1916 trazia em seu artigo 525 que: “É plena a propriedade, quando todos os seus
direitos elementares se acham reunidos nodo proprietário; limitada, quando tem ônus real, ou é
resolúvel”. A norma não foi repetida pelo Código atual, que não possui equivalente.
Como pontua Arnaldo Rizzardo, “é desnecessária a previsão, já que ressalta a obviedade da limitação se
incidem encargos, ou se prevista a possibilidade de resolução, como no usufruto e na compra e venda com
Código Civil atual 
Código Civil de 1916 
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pacto de retrovenda. Depreende-se que a propriedade limitada decorre da atribuição a terceiros de alguns
poderes incidentes sobre a coisa. Esta espécie se enquadra no jus in re aliena” (2012, p. 14).
O direito real tem duas manifestações, uma necessária, e a outra possível; ou o
exercemos sobre nossas próprias coisas - jus in re propria, ou sobre coisas de
outros - jus in re aliena. Jus in re propria é a propriedade com todos os seus
direitos elementares. Jus in re aliena, o direito real que tem por objeto a
propriedade limitada. Assim, de acordo com esse ensinamento, a propriedade é
a soma de todos os direitos possíveis que pertencem ao proprietário sobre a
sua coisa, quais os da posse, uso, gozo e livre disposição; os outros direitos
reais são parcelas daquela soma, são os próprios direitos constitutivos do
domínio, são poderes que sobre a coisa se atribuem a outras pessoas. Os
direitos reais na coisa alheia seriam o resultado da decomposição dos diversos
poderes jurídicos contidos no direito de propriedade. O proprietário
desmembraria um desses poderes e o atribuiria a outra pessoa. Os direitos
elementares do domínio ou poderes jurídicos do proprietário são os direitos de
usar, gozar e dispor da coisa (jus utendi, fruendi et abutendi). Destacando algum
ou mais de um desses direitos elementares, o proprietário constitui um direito
real limitado.
(GOMES, 2012, p. 26)
Resumindo
Em razão do desmembramento ou decomposição dos poderes relativos ao domínio, limita-se a propriedade,
que deixa de ser plena e estará condicionada à extensão das faculdades disponíveis.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
São obrigações ambulatórias:
Parabéns! A alternativa D está correta.
Trata-se precisamente da definição do instituto.
Questão 2
Quanto à sua natureza, as obrigações ambientais são tidas como:
A Aquelas constituídas em relações com instituições nosocomiais.
B Espécies de obrigações naturais.
C Sinônimo de ônus reais.
D Aquelas que recaem sobre uma pessoa, por força de determinado direito real.
E Espécies de obrigações ilícitas.
A Obrigações naturais
B Obrigações pessoais
C Obrigações decorrentes de direitos da vizinhança
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Parabéns! A alternativa E está correta.
A correta qualificação das obrigações ambientais quanto à sua natureza é de propter rem ou
ambulatoriais.
Considerações �nais
Como vimos, o estudo do Direito das Coisas ou Direitos Reais nos acompanha dogmaticamente desde o
Direito Romano. No entanto, ele vem atravessando significativas mudanças, que acabam impondo um olhar
mais consentâneo com os valores da Constituição da República. Observamos isso, por exemplo, quando
falamos sobre as limitações ao direito de propriedade, que não pode mais ser exercitado de modo abusivo:
deve, antes, cumprir uma função social desenhada pelo constituinte.
Exploramos, também, as diversas peculiaridades dos direitos reais que os apartam dos direitos
pessoais/obrigacionais/de crédito, além de desbravar as principais chaves classificatórias formuladas pela
doutrina.
Podcast
Agora com a palavra o professor Filipe Medon, relembrando tópicos abordados em nosso estudo. Vamos
ouvir!
D Obrigações mistas
E Obrigações propter rem

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Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Veja a entrevista Prof. Maurício Bunazar - A obrigação "propter rem" e o direito imobiliário, disponível no
canal Blog do Direito Civil e Imobiliário no YouTube.
Referências
BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das coisas. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2003.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson; BRAGA NETTO, Felipe. Manual de Direito Civil: volume
único. 6. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.
GOMES, Orlando. Direitos Reais. Atualizado por Luiz Edson Fachin. 21. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: direito das coisas. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
PEREIRA, Lafayette Rodrigues. Direito das coisas. Brasília: Senado Federal, 2004.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das coisas. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
SCHREIBER, Anderson. Manual de Direito Civil Contemporâneo. 3. ed. (versão digital). São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.
TEPEDINO, Gustavo; MONTEIRO FILHO, Carlos Edison do Rêgo; RENTERIA, Pablo. Fundamentos do Direito
Civil: vol. 5. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
02/06/2023, 16:08 Teoria geral dos direitos reais
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TEPEDINO, Gustavo; OLIVA, Milena Donato. Fundamentos do Direito Civil: vol. 1. 2. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2021.
TEPEDINO, Gustavo; SCHREIBER, Anderson. Fundamentos do Direito Civil: vol. 2. 2. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2021.
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