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Autores: Prof. Túlio Cearamicoli Vivaldini Prof. Pedro José Gabriel Ferreira Profa. Thais Cavalheri dos Santos Profa. Iara Batista de Lima Colaboradores: Prof. Pedro Americo Frugoli Profa. Ana Carolina Bueno Borges Tópicos de Física Geral e Experimental Professores conteudistas: Thais Cavalheri dos Santos / Iara Batista de Lima / Túlio Cearamicoli Vivaldini / Pedro José Gabriel Ferreira © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) V855t Vivaldini, Túlio Cearamicoli. Tópicos de Física Geral e Experimental. / Túlio Cearamicoli Vivaldini. – São Paulo: Editora Sol, 2022. 176 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 1. Tópicos de física. 2. Física geral. 3. Física experimental. I. Título. CDU 53 Thaís Cavalheri dos Santos Bacharela em Física Médica pela Universidade de São Paulo (USP), tem MBA em Gerenciamento de Hospitais e Sistemas de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado em Ciências no Programa de Física Aplicada em Medicina e Biologia pela USP e doutorado em Ciências – Tecnologia Nuclear – Aplicações pela USP, pertencente ao programa de tecnologia nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Coordenadora do curso de licenciatura em Física, coordenadora do curso técnico em Edificações do Pronatec, professora titular do curso de Engenharia e líder das disciplinas de Estática dos Fluidos e Fenômenos de Transporte da Universidade Paulista (UNIP), ministrando disciplinas ligadas à Física e Mecânica dos Fluidos. Professora adjunta do curso de Engenharia da Universidade São Judas Tadeu (USJT), ministra disciplinas de Mecânica, Oscilações e Eletromagnetismo. Líder do Grupo de Pesquisa em Ensino de Física para Engenharias (GruPEFE), trabalha com temas que abrangem novas tecnologias e técnicas de aprendizagem. Tem publicações em revistas e anais de congressos no Brasil e no exterior, premiados em 2015 nos Estados Unidos. Iara Batista de Lima Bacharela em Física pela Pontifícia Universidade Católica (PUC – SP), mestre e doutora em Ciências – Tecnologia Nuclear – Aplicações pela USP, pertencente ao programa de tecnologia nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Possui experiência na área de Física, com ênfase em Métodos Experimentais e Instrumentação para Partículas Elementares e Física Nuclear, atuando principalmente em pesquisa com detectores gasosos de radiação, operando em regime de ionização e em regime de multiplicação de cargas e transporte de elétrons em gases. É professora do curso de Engenharia e líder da disciplina Mecânica da Partícula da UNIP, ministrando disciplinas ligadas à Física e Mecânica dos Fluidos. Túlio Cearamicoli Vivaldini Bacharel em Física pela Pontifícia Universidade Católica (PUC – SP), mestre e doutor em Ciências – Tecnologia Nuclear – Aplicações pela Universidade de São Paulo (USP – SP), pertencente ao programa de tecnologia nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Possui experiência na área de Física, com ênfase em Métodos Experimentais e Instrumentação para Partículas Elementares e Física Nuclear, atuando principalmente com análise de sinais de detectores de gasosos de radiação, operando em regime de ionização e em regime de multiplicação de cargas, e transporte de elétrons em gases. É professor do curso de Engenharia e líder da disciplina Tópicos de Física Geral e Experimental da UNIP, ministrando disciplinas ligadas à Física. Pedro José Gabriel Ferreira Bacharel em Engenharia de Controle e Automação, especialista em Ensino Superior e Mestre em Engenharia de Produção pela UNIP. Trabalhou como engenheiro nas áreas de manutenção, produção, normatização e projetos de novos equipamentos na área de engarrafamento de gás liquefeito do petróleo (GLP). Coordenador de laboratórios dos cursos do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET) da UNIP, atuando na montagem e desenvolvimento de tecnologias educacionais. Atualmente coordena o curso de Engenharia da UNIP e atua como professor do no campus Marquês de São Vicente, ministrando disciplinas ligadas à Física e Mecânica dos Fluidos. Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Ensino de Física para Engenharias (GruPEFE), trabalha com temas que abrangem novas tecnologias, sistemas de controle e automação e técnicas de aprendizagem. Possui publicações em revistas e anais de congressos no Brasil e no Exterior, premiados em 2015 nos Estados Unidos.. U514.31 – 22 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Profa. Sandra Miessa Reitora em Exercício Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez Vice-Reitora de Graduação Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini Vice-Reitora de Administração Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia Vice-Reitor de Extensão Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades do Interior Unip Interativa Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático Comissão editorial: Profa. Dra. Christiane Mazur Doi Profa. Dra. Angélica L. Carlini Profa. Dra. Ronilda Ribeiro Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista Profa. Deise Alcantara Carreiro Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Aline Ricciardi Giovanna Oliveira Sumário Tópicos de Física Geral e Experimental APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 SISTEMAS DE UNIDADES E PRINCIPAIS CONVERSÕES .......................................................................9 1.1 Sistema Internacional de Unidades (SI) .........................................................................................9 1.2 Sistema CGS de Unidades ................................................................................................................. 11 1.3 Sistema Inglês de Unidades ............................................................................................................. 11 2 PROJEÇÕES DE FORÇAS E CONCEITOS TRIGONOMÉTRICOS .......................................................... 12 3 LEIS DE NEWTON: INTERAÇÃO ENTRE DOIS CORPOS ....................................................................... 15 3.1 Primeira Lei de Newton ..................................................................................................................... 16 3.2 Segunda Lei de Newton ..................................................................................................................... 16 3.3 Terceira Lei de Newton ....................................................................................................................... 16 4 FORÇAS ESPECIAIS E SUAS PROPRIEDADES ........................................................................................ 17 4.1 Força peso ............................................................................................................................................... 17 4.2 Força normal .......................................................................................................................................... 18 4.3 Força de atrito ....................................................................................................................................... 18 4.4 Força de tração ......................................................................................................................................19 Unidade II 5 ESTÁTICA DO PONTO I ................................................................................................................................... 23 6 ESTÁTICA DO PONTO II .................................................................................................................................. 41 7 ESTÁTICA DO SÓLIDO ..................................................................................................................................... 47 8 ATRITO SÓLIDO ................................................................................................................................................. 62 Unidade III 9 PITÁGORAS ........................................................................................................................................................ 77 10 ARISTÓTELES ................................................................................................................................................... 79 11 ARQUIMEDES .................................................................................................................................................. 81 12 LEIS DE KEPLER .............................................................................................................................................. 88 12.1 Primeira Lei de Kepler: Lei das Órbitas Planetárias .............................................................. 89 12.2 Segunda Lei de Kepler: Lei das Áreas Equivalentes ............................................................. 89 12.3 Terceira Lei de Kepler: Lei dos Períodos Iguais ....................................................................... 90 Unidade IV 13 GALILEU GALILEI ........................................................................................................................................... 95 14 DESCOBERTAS DE NEWTON ...................................................................................................................103 15 PRINCIPIA ......................................................................................................................................................105 15.1 As três leis de Newton ...................................................................................................................106 15.2 Lei da Gravitação Universal .........................................................................................................107 16 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CALOR E TEMPERATURA ..............................................................108 16.1 Termômetros ......................................................................................................................................108 16.2 Calor ......................................................................................................................................................109 16.3 Lei dos gases ......................................................................................................................................110 7 APRESENTAÇÃO Caros alunos, Iniciaremos este livro-texto respondendo o que são tópicos de Física Geral e Experimental e por que iremos estudá-los. Vivemos em um mundo onde a tecnologia foi desenvolvida com base em descobertas de grandes físicos e matemáticos. No século passado, houve uma explosão de teorias, das quais algumas ainda são objetos de estudo, como a Teoria da Evolução de Charles Darwin e a Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Diversas situações de nossas vidas têm relação com o estudo da Física. Na Grécia Antiga, o homem já procurava entender o funcionamento e princípio físico das coisas. Hoje, a Física envolve diversos conceitos, como Mecânica, Ótica, Ondas, Eletricidade e Física Nuclear. A evolução da Física passa por Arquimedes, o qual descobre que os corpos flutuam, pois deslocam volume de líquido para os lados; depois pela descoberta de Galileu Galilei, que estabelece que os corpos caem numa mesma velocidade, sem depender de sua massa; e por Newton, definindo as principais leis da mecânica e demonstrando que os corpos se atraem pela ação da força da gravidade. A responsabilidade de estudar e compreender a interação entre dois corpos é de grande importância para o aprendizado em Engenharia e para isso faz-se necessário estudá-la a fundo, devendo, para isso ser muito bem fundamentadas as leis físicas e demais conceitos matemáticos. Temos como objetivo principal preparar o nosso aluno para interpretar e agir nas mais diferentes situações envolvendo a Física. Para estudar, o aluno deve compreender o que foi solicitado: analisar todos os dados necessários, imaginar as hipóteses, aplicar os conceitos matemáticos necessários a cada situação e utilizar os sistemas de unidade apropriados. Apresentaremos todos os conceitos desenvolvidos por esses cientistas renomados de maneira simples e com muitos exemplos, como poderemos ver a seguir. INTRODUÇÃO Os tópicos abordados nesta disciplina estão divididos em quatro unidades. Iniciaremos apresentando as grandezas físicas, discutindo os sistemas de unidades, as principais conversões e trigonometria, habilitando o aluno a iniciar seus estudos na Física. Será apresentado o sistema de projeções de forças, as Leis de Newton, a interação entre dois corpos e as forças especiais e suas propriedades. 8 O próximo tema será fundamental, pois nele serão apresentados os conceitos de estática do ponto, estática do sólido e força de atrito. O aluno poderá fixar os conceitos aprendidos da interação entre dois corpos. Depois será discutida a evolução dos conceitos da Física fundamentada por cientistas e filósofos como Pitágoras, Aristóteles, Arquimedes e Kepler. Finalizaremos a fundamentação da evolução dos conceitos da Física, apresentando Galileu, as descobertas de Newton, o Principia e a evolução do conceito. No apêndice do livro-texto, são apresentados todos os conceitos para as aulas práticas e os roteiros experimentais. Nesta disciplina, realizaremos os experimentos de baricentro, mesa de forças, equilíbrio de barra, densidade de líquidos e sólidos e atrito sólido. Para o bom entendimento do conteúdo, este livro-texto apresenta exemplos resolvidos, testes, exemplos de aplicação e indicação de conteúdos complementares ao estudo do aluno. 9 TÓPICOS DE FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL Unidade I 1 SISTEMAS DE UNIDADES E PRINCIPAIS CONVERSÕES Uma quantidade física inclui uma dimensão e uma unidade. Nas seções a seguir, serão mostradas as principais unidades segundo o Sistema Internacional (SI) e outros sistemas largamente empregados pela comunidade científica. 1.1 Sistema Internacional de Unidades (SI) O Sistema Internacional de Unidades (SI), também conhecido como sistema métrico, foi estabelecido em 1960 na Conferência Geral de Pesos e Medidas (Conférence Générale des Poids et Mesures – CGPM), responsável por definir os padrões de medidas e suas unidades. Esse sistema é utilizado em quase todo o mundo. O SI possui sete unidades básicas independentes. No quadro a seguir, são mostradas as grandezas físicas básicas do SI com suas respectivas unidades. Quadro 1 – Grandezas físicas e unidades básicas do Sistema Internacional Grandeza física Unidade no SI Comprimento metro (m) Massa quilograma (kg) Tempo segundo (s) Temperatura kelvin (K) Quantidade de matéria mol (mol) Corrente elétrica ampere (A) Intensidade luminosa candela (cd) A partir das unidades básicas do SI, é possível definir as unidades secundárias (ou derivadas) das demais grandezas físicas. No quadro a seguir, são mostradas algumas das principais grandezas físicas, com suas respectivas unidades. Quadro 2 – Grandezas físicas, com suas respectivas unidades no sistema internacional Grandeza física Unidade no SI Velocidade m/s Aceleração m/s² Força kg m/s² = N 10 Unidade I Energia kg m²/s² = N m Pressão kg/m s² = N/m² Massa específica kg/m³ = N s²/m4 Peso específico kg/m² s² = N/m³ Além disso, o SI possuium método geral para formação de múltiplos e submúltiplos por meio da multiplicação por potências de base dez, que correspondem a prefixos que modificam as unidades básicas e secundárias. Na tabela a seguir, são mostrados esses prefixos, com seus símbolos e nomes. Tabela 1 – Prefixos para as unidades do Sistema Internacional (SI) Símbolo Nome Valor Y Yotta 1024 Z Zetta 1021 E Exa 1018 P Peta 1015 T Tera 1012 G Giga 109 M Mega 106 k Quilo 103 h Hecto 102 da Deca 101 d Deci 10−1 c Centi 10−2 m Mili 10−3 µ Micro 10−6 n Nano 10−9 p Pico 10−12 f Femto 10−15 a Atto 10−18 z Zepto 10−21 y Yocto 10−24 Lembrete É importante notar que o aluno deverá conhecer as unidades fundamentais, assim combinando-as para formar as unidades derivadas. 11 TÓPICOS DE FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL 1.2 Sistema CGS de Unidades As unidades básicas do sistema CGS são o centímetro (cm), o grama (g) e o segundo (s). Esse sistema é usualmente utilizado em física atômica e nuclear. No quadro a seguir, são apresentadas algumas grandezas físicas com suas respectivas unidades secundárias no sistema CGS. Quadro 3 – Grandezas físicas com suas unidades secundárias no sistema CGS Grandeza física Unidade CGS Velocidade cm/s Aceleração cm/s² Força dina Energia erg Pressão dina/cm² Massa específica g/cm³ Peso específico dina/cm³ 1.3 Sistema Inglês de Unidades Amplamente utilizado nos Estados Unidos, as unidades de força, comprimento e tempo do Sistema Inglês de Unidades são, respectivamente, libra-força (lbf), pé (ft) e segundo (s). Os fatores de conversão para as unidades no SI são: 1 lbf = 4,448 N 1 ft = 0,3048 m No quadro a seguir, são mostradas algumas grandezas físicas com suas unidades no Sistema Inglês. Nesse sistema, a unidade de força é a libra-força (lbf), a unidade de massa é a libra-massa (lbm), a unidade de comprimento é o pé (ft) e a unidade de tempo é o segundo (s). A relação entre slug e lbm é: 1 slug = 32,2 lbm Quadro 4 – Grandezas físicas, com suas respectivas unidades no sistema inglês Grandeza física Unidade no Sistema Inglês Velocidade ft/s Aceleração ft/s² Força lbf Energia lbf ft Pressão lbf/ft² Massa específica slug/ft3 Peso específico lbf/ft³ 12 Unidade I Ainda, fazem parte do Sistema Inglês unidades maiores e menores como, por exemplo, a polegada e a milha. Os engenheiros devem saber trabalhar tanto com unidades no SI quanto com unidades no Sistema Inglês. Esse conhecimento é importante principalmente em projetos que envolvam pessoas de diversas nacionalidades, já que, dependendo do projeto, um equívoco de conversão pode ocasionar uma grande catástrofe. Uma falha de conversão de unidades foi a causa da destruição da sonda Mars Climate Orbiter, lançada em 1999 pela National Aeronautics and Space Administration (Nasa), para estudar o clima de Marte. Enquanto os engenheiros projetistas fizeram alguns cálculos com unidades do Sistema Inglês, a equipe de controle esperava valores com unidades do SI. Saiba mais No cotidiano, é comum dizermos que iremos à farmácia medir nosso peso, o que é um erro conceitual, pois na verdade medimos a nossa massa. Saiba mais em: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Instituto de Física. Unidades. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/ forcas/unidades/>. Acesso em: 27 dez. 2016. 2 PROJEÇÕES DE FORÇAS E CONCEITOS TRIGONOMÉTRICOS Com o objetivo de melhor compreensão e retomada de conceitos trigonométricos, foram elaborados alguns exemplos, desenvolvidos passo a passo para o fácil e didático acompanhamento do aluno. Além disso, utilizando a trigonometria como ferramenta, é possível encontrar as componentes de uma força (grandeza vetorial) que se encontra inclinada em relação ao eixo de coordenadas adotado em cada caso. Exemplo 1 Calcule as medidas dos catetos do triângulo retângulo, sabendo que AB = 20 cm e que a = 30º. B C Aa Figura 1 13 TÓPICOS DE FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL Solução: cos cos , � � � � � � � � � � � � AB AC AC AC AC cm sen BC AC sen BC o o 30 20 0 87 20 23 30 223 23 30 115BC sen BC cmo� � � � , Exemplo 2 Sabendo que o triângulo a seguir é um triângulo retângulo, calcule a e b. B C Aa b 15 cm 30 cm Figura 2 Solução: tg BC AB tg tg o o o � � � � � � � � � � � � � � � � � � 15 30 0 5 0 5 26 56 180 90 26 5 1 , ( , ) , , 66 90 180 26 56 90 63 44 o o o o o o � � � � � � � � � �, , Exemplo 3 Uma escada de 15 m liga o primeiro andar de uma casa ao segundo andar, conforme representado a seguir. Determine a altura h entre um andar e outro. 30º h Figura 3 . 14 Unidade I Solução: o o h sen30 15 h 15 sen30 h 7,5 m = = ⋅ ⇒ = Exemplo 4 Uma casinha do interior, em determinado horário do dia, projeta uma sombra de 5 m. Sabendo que ao lado dessa casa está uma árvore com 2 m de altura que também tem sua sombra projetada e, nesse instante, os raios solares fazem um ângulo de 45º com o solo, calcule a altura do prédio da casa. Figura 4 Solução: Analisando de forma trigonométrica a sombra projetada da árvore, temos: tg S S S mo45 2 1 2 2� � � � � Por meio da semelhança entre os triângulos das sombras projetadas da árvore e da casinha, determina-se a altura h1: 5 2 2 51 1� � � h h m Exemplo 5 Sabendo que os triângulos ABC e DEF são semelhantes, determine os valores de x e y. 15 TÓPICOS DE FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL A B C E F D 3 y x 9 12 6 Figura 5 Solução: DE AB EF BC DF AC x y x y x e y � � � � � � � � � � 6 3 9 12 2 9 12 4 5 6, Exemplo 6 De acordo com a figura a seguir, determine x. Figura 6 Solução: Em casos envolvendo triângulos quaisquer, utiliza-se a Lei dos Senos com o objetivo de encontrar medidas e ângulos desconhecidos. Logo a seguir, a Lei dos Senos é apresentada como solução do exercício anterior: x sen sen x x o o45 10 75 10 0 97 0 71 7 32� � � � � , , , 3 LEIS DE NEWTON: INTERAÇÃO ENTRE DOIS CORPOS A obra Principia, maior e mais impactante publicação feita por Isaac Newton, apresenta as ferramentas matemáticas necessárias para a análise do movimento enumerando três leis, que são os fundamentos para a análise de qualquer problema em Mecânica. São elas: 16 Unidade I 3.1 Primeira Lei de Newton 1ª Lei de Newton: todo corpo ou objeto tende a se manter em repouso ou em movimento retilíneo uniforme a menos que haja uma força sobre ele compelindo-o a mudar seu estado. A Primeira Lei de Newton define o conceito de inércia. Todo objeto é dotado de uma determinada quantidade de movimento. Se o objeto estiver em repouso, tenderá a permanecer em repouso. Se estiver em movimento retilíneo e uniforme, permanecerá indefinidamente em movimento retilíneo e uniforme. 3.2 Segunda Lei de Newton 2ª Lei de Newton: a alteração de movimento é proporcional à força aplicada e ocorre na mesma direção, com certa aceleração. ASegunda Lei de Newton complementa a primeira. A fim de alterar a direção ou a velocidade de um objeto, é necessária a aplicação de uma força. A mudança de velocidade é diretamente proporcional à força aplicada. É importante ressaltar que corpos de diferentes massas se comportarão de modos diferentes. Matematicamente a segunda Lei de Newton é expressa por F=m.a , sendo F a força aplicada a um corpo de massa m produzindo uma aceleração a. 3.3 Terceira Lei de Newton 3ª Lei de Newton: para toda ação, existe uma reação igual e contrária. A Terceira Lei de Newton trata como as forças são verificadas na natureza. Como exemplo, para que uma pessoa salte, ela empurra o chão para baixo com uma determinada intensidade. O chão, por outro lado, reage produzindo uma força de mesma intensidade com direção contrária, fazendo com que ela saia do chão. Figura 7 – Ilustração de Terceira Lei de Newton 17 TÓPICOS DE FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL Saiba mais Newton verificou algumas características das forças de interação entre dois objetos e ilustrou a lei da ação e reação, utilizando como exemplo um cavalo puxandouma pedra. Saiba mais em: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Instituto de Física. Introdução. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/3a_ lei_de_newton/intro/>. Acesso em: 27 dez. 2016. 4 FORÇAS ESPECIAIS E SUAS PROPRIEDADES As forças especiais surgem devido à interação entre dois corpos. Essa interação pode acontecer de duas formas: de contato ou de campo que, nesse caso, independe do contato entre os corpos. Ainda, classificada como força especial, a força de tração corresponde a uma força de reação à força motora. Logo a seguir serão apresentadas e discutidas brevemente algumas forças tratadas como especiais. 4.1 Força peso A força peso é a consequência da atração gravitacional exercida pela Terra sobre os objetos. Essa interação entre os corpos Terra e objeto é do tipo interação à distância (de campo), pois o campo gravitacional também age tanto em objetos próximos à superfície terrestre quanto a longas distâncias. A força peso explica o porquê de os objetos caírem sobre a superfície terrestre. Sua direção é vertical com sentido sempre apontado para a superfície do planeta. Matematicamente, a força peso é calculada por: P m g � � sendo g a aceleração da gravidade local e m a massa do objeto. De forma geral, a aceleração da gravidade terrestre é adotada g = 9,8 m/s2. A aceleração da gravidade é uma característica local. Sendo assim, cada planeta possui a sua gravidade particular, ou seja, atrairá os objetos com uma intensidade específica. Figura 8 – Ilustração sobre a força peso 18 Unidade I 4.2 Força normal Da mesma forma que a força peso, a força normal geralmente atua na vertical e classifica-se como uma força de contato. Ela é exercida pela superfície sobre o corpo. Tal força, na verdade, sempre se encontra perpendicular (normal) à superfície. Pode-se entender essa força como sendo uma resistência que as superfícies apresentam a fim de evitar que sólidos atravessem uns aos outros. Dessa forma ela pode ser interpretada como sendo a reação perpendicular do plano de apoio sobre a superfície inferior do corpo. n p Figura 9 – Forças atuantes em um carro posicionado em um plano inclinado Observação Em grande parte dos casos, a reação normal é numericamente igual à força peso, entretanto, não se pode adotar isso como regra. Saiba mais Quando um corpo está apoiado sobre uma superfície, surge a reação chamada de reação normal, que é perpendicular ao plano de apoio. Saiba mais em: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Centro de Ensino e Pesquisa Avançada (Cepa). Instituto de Física. Força normal. São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/mecanica/universitario/ cap09/cap09_36.htm>. Acesso em: 27 dez. 2016. 4.3 Força de atrito A força de atrito só surge devido ao contato entre duas superfícies, de forma a se opor sempre à tendência de deslizamento. A direção da força de atrito é a mesma do movimento e o sentido se opõe à tendência de deslizamento. É importante salientar que nem sempre o deslizamento e o movimento possuem o mesmo sentido. 19 TÓPICOS DE FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL O atrito pode se apresentar de duas formas: • Força de atrito estático: só existe na situação de repouso do corpo. Seu módulo varia de acordo com a força aplicada. O seu valor máximo, na situação de iminência de movimento, pode ser calculado por: Fat Ne e� �� sendo me o coeficiente de atrito estático (grandeza adimensional) e N a força normal. • Força de atrito dinâmico (cinético): só existe na situação de movimento do corpo. Seu módulo é praticamente constante e pode ser calculado por: Fat ND D� �� sendo mD o coeficiente de atrito dinâmico ou cinético. A fim de aprender mais a respeito da força de atrito, consulte o título deste livro-texto que trata do atrito sólido, e também o experimento de atrito sólido, localizado no apêndice deste livro-texto. Observação Um erro comum na análise da força especial chamada de atrito é definir o seu sentido como sendo contrário ao movimento do corpo. Esta força é sempre contrária à tendência de deslizamento! 4.4 Força de tração A força de tração pode ser considerada como uma força de reação que aparece em fios e cabos submetidos a forças de extensão ou resistência. A direção da força de atrito é sempre a mesma do fio, enquanto que o seu sentido é contrário ao da força exercida na corda. A intensidade da força (módulo) depende da análise das forças para o problema em questão. Figura 10 – Exemplo simples da força de tração 20 Unidade I Observação Na Física, adotam-se alguns parâmetros como ideais a fim de simplificar o estudo. No caso das trações, utilizamos o conceito de fios inextensíveis e de massa desprezível com este objetivo. Resumo Uma quantidade física inclui uma dimensão e uma unidade. O Sistema Internacional de Unidades é utilizado em quase todo o mundo. Ele possui sete unidades básicas independentes: comprimento (m), massa (kg), tempo (s), temperatura (K), quantidade de matéria (mol), corrente elétrica (A) e intensidade luminosa (cd). As unidades básicas do sistema CGS são o centímetro (cm), o grama (g) e o segundo (s). No Sistema Inglês de Unidades, largamente utilizado nos Estados Unidos, as unidades de força, comprimento e tempo são, respectivamente, libra-força (lbf), pé (ft) e segundo (s). As três Leis de Newton constituem os fundamentos para a análise de qualquer problema em Mecânica, são elas: 1ª Lei de Newton: todo corpo ou objeto tende a se manter em repouso ou em movimento retilíneo uniforme a menos que haja uma força sobre ele compelindo-o a mudar seu estado; 2ª Lei de Newton: a alteração de movimento é proporcional à força aplicada e ocorre na mesma direção, com certa aceleração; 3ª Lei de Newton: para toda ação, existe uma reação igual e contrária. As forças especiais surgem devido à interação entre dois corpos. Essa interação pode acontecer de duas formas: de contato ou de campo que, nesse caso, independe do contato entre os corpos. A força peso é a consequência da atração gravitacional exercida pela Terra sobre os objetos. Essa interação entre os corpos Terra e objeto é do tipo interação à distância. Matematicamente, a força peso é calculada por: P m g � � Da mesma forma que a força peso, a força normal geralmente atua na vertical e classifica-se como uma força de contato. Ela é exercida pela superfície sobre o corpo. A força de atrito só surge devido ao contato entre duas superfícies, de forma a se opor sempre à tendência de deslizamento. O atrito pode apresentar-se como força de atrito estático: o seu valor máximo, na situação de iminência de movimento, pode ser calculado por: Fat Ne e� �� 21 TÓPICOS DE FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL Ou como força de atrito dinâmico (cinético): só existe na situação de movimento do corpo. Seu módulo é praticamente constante e pode ser calculado por: Fat ND D� �� A força de tração pode ser considerada uma força de reação que aparece em fios e cabos submetidos a forças de extensão ou resistência. Exercícios Questão 1 (PUCPR 2016). Para a construção de uma ponte, foram marcados 4 pontos como referência, dois para cada lado do rio, conforme figura a seguir. A D E Rio 60 C B Figura 11 A ponte deverá ligar os pontos A e B. A distância entre os pontos A e D é 100 m e entre C e B é 50 m. Os segmentos AD e CB são paralelos. Os ângulos A DC e DCB são retos e BAD mede 60º. O comprimento da ponte é: a) 150 m. b) 200 m. c) 225 m. d) 300 m. e) 325 m. Resposta correta: alternativa D. 22 Unidade I Análise da questão Justificativa: sabendo que a soma interna de um triângulo é igual a 180º, então sabemos que BAD CBA = . Na figura, termos dois triângulos formados pelos vértices AED e BCE. E sejam AE e EB as hipotenusas dos triângulos AED e CBE. Analisando o triângulo AED e usando o conceito trigonométrico do cosseno, teremos: cos cos � � � � � � � cateto adjacente hipotenusa AD AE AE AE m60 1 2 100 200 Analisando otriângulo CBE e usando o conceito trigonométrico do cosseno, teremos: cos cos � � � � � � � cateto adjacente hipotenusa CB EB EB EB m60 1 2 50 100 Logo, para determinar o comprimento da ponte AB, devemos somar os valores de AE e EB: AB = AE + EB = 300 m Questão 2 (PUCRS-RS). Um livro encontra-se apoiado sobre uma mesa plana e horizontal. Considerando apenas a força de reação normal e a força peso que atuam sobre o livro, são feitas as seguintes afirmativas: I – As intensidades da força normal e da força peso são iguais e uma é a reação da outra. II – As intensidades da força normal e da força peso são iguais e têm origem em interações de tipos diferentes. III – A força normal sobre o livro, devida à interação do livro com a mesa, é de origem gravitacional. IV – A força normal sobre o livro é de origem eletromagnética. Estão corretas apenas as afirmativas A) I e II. B) I e III . C) II e IV. D) III e IV. E) II, III e IV. Resolução desta questão na plataforma.
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