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Concreto Material compósito, que consiste de um meio aglomerante, onde estão agrupadas partículas de diferentes naturezas, de modo homogêneo. O concreto é largamente empregado pois é resistente à água, possui alta plasticidade, o que permite realizar formas construtivas inusitadas, e consome menos energia, e emite menos gases e poluentes, comparado a outros materiais. O cimento moderno é obtido pela queima de uma mistura definida de rocha calcaria e argila, moídas, até sua fusão inicial, gerando uma substancia chamada clínquer. Antigamente, o cimento era feito em fornos precários, com queima desigual, e sua mistura não era total nem homogênea. Depois de um tempo, começaram-se a fabricar objetos utilizando concreto com armadura de aço, até investigarem e descobrirem o efeito da aderência entre o concreto e o aço, passando- se a colocar armadura apenas no lado tracionado das peças de concreto. Em seguida, percebeu-se que o efeito da protensão (tratamento para aumentar a resistência do concreto) era perdido com o passar do tempo, por conta da retração e deformação lenta do concreto. Aglomerantes: Cal, Gesso e Cimento Portland Material ligante, de forma geral pulverulento, que faz a união entre os grãos dos agregados (areias e pedras). Sua utilização é diversa, como a obtenção de argamassas e concreto, revestimento de paredes e obtenção, união de componentes de construção, construção de elementos e componentes estruturais e estabilização de solos. Classificação dos aglomerantes Quanto ao princípio da pega: Aéreos: endurecem expostos ao ar, não resistem a ação da água. Cal aérea e gesso. Hidráulicos: endurecem pela ação exclusiva da água, sendo esse fenômeno chamado de hidratação. Cal hidráulica e cimento Portland. Poliméricos: tem reação devido a polimerização de uma matriz [processo químico que resulta na formação de macromoléculas (moléculas grandes) denominadas de polímeros, mediante a combinação de moléculas menores, os monômeros]. Asfalto e polímeros. Quanto a atividade química: Aglomerante quimicamente inerte: processo de endurecimento ao ambiente por conta da evaporação da água de emassamento (água utilizada para misturar e hidratar os componentes secos durante a produção de concreto). Baixa resistência mecânica e o processo pode ser revertido. Argila. Aglomerante quimicamente ativo: processo de endurecimento ao ambiente decorre de uma reação química. Maior resistência físico-mecânica e o processo é irreversível. Cimento, cal e gesso. Aglomerantes aéreos - Cal Aglomerante é um material ligante pulverulento que promove a união entre agregados. Conceito de Pega: os tempos de pega são as etapas do processo de endurecimento, solidificação ou enrijecimento do aglomerante; Pega aérea: enrijece exposto ao ar, e não é resistente à ação da água depois de enrijecido; Pega hidráulica: enrijece pela ação exclusiva da água; Cal Aglomerante inorgânico ou mineral, produzido a partir de rochas calcarias, composto basicamente de cálcio e magnésio. Em mistura com água forma uma pasta com propriedades aglomerantes, pois reage com CO² da atmosfera. Depois de endurecido (por conta da reação com CO²) , não resiste muito bem à ação da água. Tem endurecimento lento, depende da difusão do CO² para o interior do produto, sua resistência é inferior ao cimento, e apresenta sistemas porosos. Possui menor modulo de elasticidade (menor rigidez da argamassa com a cal, o que contribui para sua maior durabilidade) que o cimento. Tipos de Cal: Quanto à extinção: Cal virgem, constituída de oxido de cálcio e magnésio; Cal hidratada, constituída de hidróxido de cálcio, magnésio e oxido não hidratado, além de carbonato de cálcio; Cal hidráulica, produto industrial constituído de calcário argiloso (marga), e se hidrata semelhante ao cimento. Quando ao teor de oxido de cálcio (cal virgem): Cal cálcica, teor de CaO >= 90%; Cal magnesiana, teor entre 65% e 90%; Cal dolomítica, teor < 65%. Cal é solúvel em água, sua composição química (controlada pela composição da matéria prima e pelas condições do processo de produção) influencia seu desempenho e sua área específica é 10x maior que dos cimentos. Processo de fabricação: Matéria prima com alto teor de CaCO³ são levados para fornos de calcinação (submeter o calcário britado (CaCO³) a temperaturas que chegam a 1200°C, obtendo-se CaO (oxido de cálcio – cal viva), com desprendimento de gas carbônico (CO²). 𝐶𝑎𝐶𝑂3 + 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 (𝑓𝑜𝑟𝑛𝑜) → 𝐶𝑎𝑂 + 𝐶𝑂² A cal hidratada (hidróxido de cálcio) é um aglomerante utilizado em argamassas para assentamento de blocos ou revestimento de paredes. Argamassa fresca é a recombinação dos hidróxidos (Ca(OH)²) com gás carbônico da atmosfera, formando cristais de carbonato de cálcio (CaCO³) e endurecendo (que acaba por ligar os agregados a ela incorporados ). 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 + 𝐶𝑂2 → 𝐶𝑎𝐶𝑂3 + 𝐻²𝑂 Classificação da Cal: Tipos NBR 7175: CH I – cal hidratada especial; CH II – cal hidratada comum; CH III – cal hidratada comum com carbonato. Quanto à composição química: Cal cálcica: óxidos CaO > 75%; Cal magnesiana: óxidos MgO > 20%. Vale ressaltar que a soma dos óxidos (CaO + MgO) tem que ser maior que 88% da amostra. Exigências químicas: Exigências físicas: Rendimento da cal: Cal gorda: 1m³ de cal produz mais de 1,82m³ de pasta, e 1m³ de pasta requer menos de 550kg de cal; Cal magra: 1m³ de cal produz menos de 1,82m³ de pasta, e 1m³ de pasta requer mais de 550kg de cal. Um bom exemplo é a cal magnesiana, na maioria das vezes. Tempo de extinção: Cal rápida: extinção inicia com 5 minutos depois de adicionado água; Cal média: extinção inicia entre 5 e 30 minutos depois de adicionado água; Cal lenta: extinção inicia com mais de 30 minutos depois de adicionado água; Extinção da cal gorda: dificuldade da dissipação do calor pode ir a gerar temperaturas altas, o que prejudica a cal. Logo, diz que a cal foi queimada; Extinção da cal magra: ou cal magnesiana, calor se dissipa com tanta facilidade que as vezes não se extingue completamente. Logo, diz que a cal ficou afogada . Propriedades da Cal: Plasticidade: fluidez à argamassa, facilitando seu espalhamento. Partículas finas lubrificantes tornam a argamassa mais plástica e trabalhável. Cal magnesiana produz argamassa mais plástica que a cal cálcicas. Retenção de água: evita a perda excessiva da água de amassamento, medida indireta da plasticidade da cal, prolonga o tempo no estado plástico da argamassa fresca, aumentando a produtividade. Vale ressaltar que a associação do cimento e cal em argamassa, quando reage ao ar, a cal libera a água mantida retida em sua estrutura molecular, e essa água é aproveitada na cura do cimento, evitando formação de trincas por retração da massa. Incorporação de areia: facilidade de a pasta de cal hidratada envolver e receber os grãos do agregado, unindo-os. Cal com alta plasticidade e alta retenção de água tem maior capacidade de incorporar areia. Essa propriedade justifica o emprego da cal na produção de argamassa. Poder de incorporação de areia da cal hidratada: 1:3 a 4; Poder de incorporação de areia do cimento: 1:2 a 2,5; Endurecimento: carbonatação da cal hidratada pela absorção do CO² da atmosfera. Quando a espessura do revestimento argamassado é acima de 20 mm há prejuízo no processo de carbonatação da argamassa, pois reduz a aderência do revestimento. Pouca contribuição na resistência a compressão das argamassas. Capacidade de absorver deformações: importante para argamassas em paredes ou lajes muito solicitadas. Durabilidade: utilização da cal aumenta a durabilidade de argamassas, pois combate a presençade fungos e diminui a ocorrência de eflorescência. Aplicações da Cal: Misturas solo-cal, produção de argamassas para assentamento de blocos, revestimentos e tijolo silico- cal. Armazenamento da Cal: Estocada em local seco e protegido da umidade. Pilhas de sacos devem ter no máximo 10 unidades a 30 cm do chão. Pode-se colocar lonas plásticas para prolongar o tempo de conservação da cal. Aglomerante Gesso Gesso é da família de aglomerantes obtido pela calcinação da rocha de gipsita (mineral). Pode ser obtido também como subproduto da indústria de fertilizantes (fosfogesso ou gesso químico), subproduto da produção de ácido fluorídrico e subproduto da purificação de gases (sulfogesso). O gesso de construção é um aglomerante aéreo, produzido pela calcinação do gipso (minério mais comum dos sulfatos, é a matéria prima da produção do gesso de construção). Após a desidratação, o gesso é triturado, peneirado e embalado. Matéria prima na produção de gessos: Sulfato de Cálcio di-hidrato (CaSO4.2H²O 80- 95%), encontrado em evaporitos (rochas sedimentares formadas pela cristalização e precipitação química dos sais dissolvidos em meio aquoso, devido ao processo de evaporação), calcário e argilas. Sua matéria prima é a rocha gipsita. Definições: Gesso de construção: produzido por calcinação do minério natural gipso, constituído de sulfatos de cálcio e gipsita; Hemidrato : produzido a partir da calcinação do gipso (CaSO4.0,5H²O); Anidrita III: anidrita solúvel, é a fase intermediaria ao hemidrato e à anidrita II (CaSO4.H²O). sua formula indica que esse produto pode conter um teor de água de cristalização variável. Essa anidrita reage de forma rápida com a água; Anidrita II: anidrita insolúvel ou supercalcinada, produzida a 350°C. reage de forma lenta com a água; Anidrita I: anidrita de alta temperatura, obtida pela calcinação da gipsita a 1200-1100°C. tem pega e endurecimento lento. O que a diferencia da II é a presença de CaO. Tipos de gipsita: Selenita: arranjo monoclínico prismático ou tubulares dos cristais; Fibrosa: cristais estão ordenados em formas de fibras paralelas alongadas; Maciça: alabrasto, formação compacta, granulometria fina e cor branca translucida. Fabricação do gesso: Produzido a partir da calcinação do CaSO4, entre 140 e 160°C. Nessa temperatura, o material é desidratado, passando de di-hidrato para hemi-hidrato. Pode ser obtido também do resíduo de industrias fertilizantes (fosfogesso). 𝐶𝑎𝑆𝑂4 ∗ 2𝐻2𝑂 + 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 → 𝐶𝑎𝑆𝑂4 ∗ 0,5𝐻2𝑂 + 1,5𝐻²𝑂 1. Extração da matéria prima; A gipsita é obtida pela mineração. Suas jazidas podem ser subterrâneas ou a céu aberto, possui baixa dureza, logo pode ser usado escavadeira ou brocas, explosivos ou escarificação. 2. Britagem, moagem grossa e estocagem com homogeneização; Britadores de mandíbula ou britagem incolo (50mm-5mm) 3. Secagem (10% de umidade); 4. Calcinação: 1 forno vai produzir hemidrato puro ou contendo também gipsita ou anidrita; 2 fornos produzem hemidrato e anidrita em separado Dependendo o tipo de forno, influencia no resultado final. Existem fornos abertos (aquecimento indireto sem contato com gases), autoclaves (perca de água enquanto em suspensão aquosa). Gesso : gesso industrial, alta resistência mecânica, por ter cristais compactos e regulares (obtido através da calcinação por autoclave). Aplicações hospitalares, Gesso : construção civil, calcinado em forno aberto, a água de cristalização é liberada rapidamente, produzindo cristais mal formados e porosos, tendo cristais irregulares esponjosos. 5. Moagem e seleção de granulometria; 6. Armazenamento em silos e estabilização; O material não é completamente puro, contento anidritas. Logo a estabilização tende tornar a anidrita III em hemi-hidrato por meio do contato com a umidade ambiente, armazenando o material em silos. 7. Ensacamento e comercialização. Geralmente em sacos de 20 a 40 kg. Devem ser mantidos em ambientes secos, livre de umidade, afastado do solo e paredes. Calcinação – variações de gesso: Hemi-hidrato – gesso industrial (CaSO4.0,5H²O): cristais compactos regulares (forno autoclave), alta resistência mecânica, boa trabalhabilidade com baixos fatores a/g. Peças pré moldadas, cerâmicas, giz, hospitalar; Hemi-hidrato – gesso de fundição (a) e revestimento (b): produzido a partir da calcinação entre 140°C e 160°C. Construção civil; Anidrita III (CaSO4.H²O): calcinada entre 160°C e 190°C (dupla cozedura), possui entre 0,06 e 0,11 moléculas de água, extremamente reativa (pode se tornar hidrato a partir da umidade do ar). Acelerador de pega do gesso e gesso de fundição. Anidrita II (CaSO4): calcinada entre 220°C e 800°C. Totalmente desidratada, alto tempo de hidratação. Possui baixa porosidade e alta resistência mecânica e dureza. Gesso de revestimento; Anidrita I: calcinada entre 1100°C e 1200°C. Totalmente desidratada, alto tempo de hidratação (meses). Pode conter óxidos de cálcio (cal livre) por conta da dissociação térmica a partir de 800°C; O gesso tem fusão em 1350°C e 1450°C, e o gesso para construção é composto com predomínio do hemi-hidrato , com pouca quantidade de anidrita II e III, por conta da imperfeição no processo de calcinação e moagem. Mecanismos de hidratação: Acontece com o contato com a água, em quantidade media de 18% em relação a sua massa. 𝐶𝑎𝑆𝑂4 ∗ 0,5𝐻2𝑂 + 2 3 𝐻2𝑂 → 𝐶𝑎𝑆𝑂4 ∗ 2ℎ2𝑂 + 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 Mistura do sulfato de cálcio hemi-hidrato e água; Inicio da hidratação, precipitação do sulfato de cálcio di-hidrato e formação dos núcleos de cristalização; Inicio de crescimento de cristais a partir dos núcleos (núcleo de hidratação – germes); Cristais crescidos, pasta ganha viscosidade; Contato entre os cristais, início de pega; Entrelaçamento entre os cristais, formação de corpo solido. Quanto mais núcleos, mais rápida a formação de cristais (maior n° de cristais em menores dimensões unitárias), logo corpo solido mais denso, e de forma mecânica mais forte. Quanto menos núcleos, mais lenta a formação de cristais, corpo solido mais poroso e mecanicamente mais fraco. O tempo de pega depende da relação água/gesso, da matéria prima, condições de produção, tamanho das partículas, entre outros. Na etapa 1 acima, há uma pequena hidratação seguida de um período de indução, período de mistura e homogeneização da amostra. Início da pega. Na etapa 2, há elevação rápida da temperatura, logo uma elevação rápida da reação, momento propicio a aplicação da pasta em substrato. Por fim, na etapa 3, onde tem a temperatura máxima, é o fim da pega (o que não indica fim do ganho de resistência mecânica). Normas: Servem para que a execução possa ser realizada garantindo que os resultados demonstrem o nível de qualidade do material estudado. Propriedades: Pega: endurece em razão de uma reação exotérmica. Os nacionais são entre 3 e 16 min o tempo de inicio de pega, e fim entre 5 e 24 min. Resistência: 10Mpa e 27Mpa. E podem atingir entre 0,7 e 3,5 MPa de resistência à tração. Isolamento térmico e acústico: quando submetido a altas temperaturas, libera água contida em seus poros, inibindo a propagação de calor, isso até 140°C, depois começa a desidratação. Aderência: adere bem a blocos, pedra e revestimentos argamassados, mas ruim à madeira. Adere ao aço e metais, mas os corrói, principalmente com mais água à pasta de gesso. O grau de cristalização (alfa e beta), homogeneidade (quanto mais, maior resistência), finura (menor as partículas, mais rápido a pega, menor o tempo de pega, aumento da resistência), consistência (fator a/g – maior o fator, maior tempo de pega, menor resistência), mistura com areia (em uma argamassa porexemplo, o tempo de pega e resistência abaixam com seu aumento) e temperatura (quanto maior, menor tempo de pega), influenciam nas propriedades do gesso. Aplicações: Material de acabamento por conta da sua resistência ao fogo e capacidade de absorver calor, mas não pode ser usado em exteriores e banheiros, por ser solúvel em água. Pode ser armado apenas com armaduras galvanizadas, pois corrói o aço. Como revestimento é bom por ter manutenção simples, facilidade de manuseio, rapidez, aceita pinturas e acabamentos e camada única. Usado em pré moldados (moldura, placa de forro, dry wall), por ser leve e ter isolamento termo-acústico melhor que as de alvenaria. Características: Leveza, facilidade de manuseio, infelizmente sujeira, rapidez de aplicação, recebe bem pinturas e acabamentos, limpeza simples (manutenção), não suporta agua, isolante térmico e acústico natural.
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