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Introdução aos Contratos e Classificação

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Classi�cação – Parte 1
Introdução
Em toda disciplina é importante nos dedicarmos a entender, inicialmente, a conceituação, sobre o que iremos
trabalhar, em qual terreno a técnica jurídica deverá realizar-se. Com o direito civil, que lida com as relações entre
os sujeitos de direito e os bens da vida, as coisas, não é diferente. Especialmente, no campo dos contratos, onde
há forte presença do ordenamento jurídico relativo às relações obrigacionais. Assim temos que contrato é:
um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé,
autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades"
— GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Manual de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 443
“
”
Sobre a manifestação da manifestação de vontade e liberdade / desenvolvimento Econômico
A manifestação de vontade é verdadeira condição de existência dos contratos, eis que não se pode falar, neste
campo jurídico, de nenhuma avença que haja sido fruto de opressão ou violência. Trata-se, assim, de um campo
onde se manifesta a vontade livre, de negócio jurídico que se a�rma como um instrumento de conciliação de
interesses contrapostos (GAGLIANO; FILHO, 2020). 
O contrato, pois, realiza e conforma vontades, conforma interesses, manejando-os sob a rubrica legal e do
contexto de circulação de bens e serviços, de circulação de capitais - algo que é imprescindível para o
desenvolvimento econômico.
Direito Civil - Contratos
Introdução aos Contratos e Classi�icação
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!
Fonte: shutterstock.
Assim como a propriedade, os contratos também possuem uma função social, que necessariamente deve estar
presente. Esse aspecto diz respeito, sobretudo, a uma leitura constitucional e social dos contratos, que é instituto
típico de direito privado. Há, assim, uma relevância social nos contratos, que vai desde a característica destacada
quanto ao desenvolvimento econômico, quanto a uma ideia de paci�cação social e segurança jurídica.
Essa socialização dos contratos, e do direito privado em geral, diga-se de passagem, vai muito além da primária
noção de harmonização de interesses contrapostos, à medida que busca respeitar a dignidade humana, relativizar
a igualdade das partes contratantes, isto é, considerando as posições reais e não meramente formais das partes, a
presença da cláusula implícita da boa-fé objetiva (deveres de lealdade, con�ança, con�dencialidade e
transparência), o respeito ao meio ambiente e os valores sociais do trabalho. 
Introdução à função social dos contratos
Socialização dos contratos.
Além da harmonia dos interesses contrapostos.
Dignidade / relativização da igualdade / boa-fé objetiva / preservação do meio ambiente / valor social do
trabalho.
Introdução à função social dos contratos
Do que estudamos até aqui, é possível propor uma rede�nição do contrato, para que alcance o plexo de valores
constitucionais a partir dos quais, a�nal, todo o direito deve ser lido, interpretado e aplicado. O contrato, então, é 
negócio jurídico bilateral, por meio do qual as partes, visando a atingir determinados interesses patrimoniais, convergem as
suas vontades, criando um dever jurídico principal (de dar, fazer ou não fazer), e, bem assim, deveres jurídicos anexos,
decorrentes da boa-fé objetiva e do superior princípio da função social"
— GAGLIANO; FILHO, 2020, p. 446
“
”
A natureza contrato é a de negócio jurídico. jurídica do
Corrente voluntarista
Domina no direito brasileiro a corrente voluntarista, isto é, que considera a declaração de vontade como elemento
predominante, inclusive à luz do disposto no art. 112 do Código Civil, segundo o qual:
Críticas a corrente voluntarista
As críticas a essa corrente dizem respeito ao fato de que nem sempre a verdadeira premissa dos contratos é a
vontade destinada a uma determinado �m previamente conhecido, até mesmo porque é possível a conversão
substancial do negócio, segundo o princípio da conservação, quando o negócio inicialmente entabulado, inválido,
converte-se em outro válido desde que apresente os respectivos pressupostos deste último. Ademais, o negócio
jurídico
Logo, o consentimento ou consenso, é que é verdadeiramente importante para a formação de um contrato
(negócio jurídico), formado, portanto, a partir das vontades emitidas pelos declarantes. Sem isso, o negócio
jurídico será considerado inexistente. 
Natureza jurídica do contrato
"Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que sentido literal da
linguagem". 
é a manifestação de vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e e�cácia, com o
propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico, pretendidos pelo agente" 
— GAGLIANO; FILHO, 2020, p. 447
“
”
O contrato de execução imediata, instantâneo ou de execução única, designam os contratos cujas prestações
podem ser realizadas em um só instante. 
Contrato de execução imediata
Isso signi�ca que, cumprida a obrigação tais contratos serão exauridos, não importando que execução seja
absolutamente imediata à formação do vínculo ou em algum tempo depois.
Contrato de execução diferida e sucessiva
Natureza da prestação.
É a natureza da prestação que determina os chamados contratos de duração.
Os contratos de duração, diferentemente do anterior, não podem ser cumpridos apenas num instante. Logo, os
contratos de duração assim o são pela sua própria natureza.
Existem casos em que a prestação não é satisfeita quando da formação do contrato, de maneira contemporânea,
mas a execução se protrai no tempo. 
Contratos de duração.
Os contratos de execução diferida são cumpridos em um só ato, porém em momento futuro à formação do
pacto; logo, depende-se aqui de determinado termo.
Os contratos de trato sucessivo ou de execução continuada são aqueles cumpridos mediante a prática de
atos reiterados, ao longo do tempo.
Contrato personalíssimo
Intuitu personae
O contrato é personalíssimo (intuitu personae) quando as qualidades pessoais de um dos contraentes é
elemento determinante para a conclusão da avença. A uma das partes é conveniente a contratação somente
com determinada e especí�ca pessoa, de sorte que seu interesse é de que as obrigações sejam por ela
cumpridas. 
Pessoa é elemento determinante da conclusão
A pessoa especí�ca passa a ser elemento causal, essencial, do próprio negócio. Basta pensar, por exemplo,
quando se contrata certo pintor para a elaboração de um retrato. 
É importante frisar que, como consequência, um contrato personalíssimo é intransmissível, tampouco pode
ser cedido a outrem para a sua execução.
Contratos Impessoais
Via de regra, os contratos são impessoais. Vamos destacar a seguir os aspectos de cumprimento e
transmissibilidade. 
Cumprimento por qualquer pessoa 
Por ser impessoal a prestação poderá ser cumprida pela pessoa que está diretamente obrigada na avença ou
até mesmo por terceiro, à medida que, neste caso, a qualidade pessoal do contraente não se mostra como
elemento con�gurador essencial do pacto. 
transmissibilidade / cessão
Pode haver, por conseguinte, transmissão da obrigação ou até mesmo a cessão das obrigações ali
convencionadas. 
Princípios
Introdução à principiologia contratual
Os princípios são ditames superiores, que fundam e informam o conjunto de regras do direito positivo.
(GAGLIANO; FILHO, 2020). Conferem, assim, fundamento de validade e signi�cado legitimador à integralidade da
legislação.
Neste sentido, no campo do direito privado, contratual, em particular, abandona-se uma postura excessivamente
patrimonialista, visando a buscar uma condição de dignidade à leiturados contratos, centrada na pessoa humana.
Isso faz com que haja a constitucionalização do direito civil por meio da introjeção de princípios fundamentais nas
relações privadas, com verdadeira força normativa.
Conheceremos, a partir de agora, os princípios mais importantes da doutrina contratual de nosso tempo.
Princípio da autonomia da vontade ou consensualismo
Liberdade de contratar
A liberdade contratual é elemento que está na base da autonomia da vontade, isto é, de se decidir se é
oportunidade ou não de celebrar um contrato, ou se o contrato será com esta ou aquela pessoa, de uma
forma ou de outra, e em qual prazo.
Limitações inerentes - Dirigismo contratual
 No entanto essa autonomia e essa liberdade não são absolutas, porque existem normas que precisam ser
observadas apesar da vontade das partes, como característica da socialização que nós vimos. Nesse sentido,
fala-se em dirigismo contratual, justamente para que se entenda que existem limitações de ordem pública
aplicadas à realidade dos contratos. Então, como já foi dito, a função social, a boa-fé objetiva, a preocupação
com a dignidade, o respeito ao meio ambiente, são alguns exemplos desse dirigismo.
Princípio da força obrigatória do contrato
Pacta sunt servanda
O princípio da força obrigatória do contrato, conhecido como pacta sunt servanda, indica que o contrato faz
lei entre as partes. A�nal de contas, de nada valeria um contrato se o que estivesse ali estipulado não devesse
ser cumprido, não fosse obrigatório. Ocorre que este princípio não pode ser levado às últimas consequências
(GAGLIANO; FILHO, 2020), isto é, não possui caráter absoluto.
Relativização
Inúmeras são as circunstâncias da vida real que podem modi�car o funcionamento das cláusulas previstas
num contrato, por exemplo. Imagine que uma prestação se torne excessivamente onerosa em virtude da
ocorrência de uma pandemia que resultasse em altos índices de desemprego e bruscas quedas da renda.
Assim é que a força obrigatória dos contratos deve ceder lugar a uma leitura conformativa, de
proporcionalidade, consoante as circunstâncias concretas. 
Neste contexto, a questão do equilíbrio contratual é tema de fundamental importância, sobretudo quando
tratado à luz da teoria da imprevisão, que
é invocada quando um acontecimento superveniente e imprevisível torna excessivamente onerosa a prestação imposta a
uma das partes, em face da outra que, em geral, se enrique à sua custa ilicitamente" (GAGLIANO; FILHO, 2020, p. 453).
— GAGLIANO; FILHO, 2020, p. 453
“
”
Princípio da função social do contrato
Conceito aberto / indeterminado
É certo que a constante transformação da sociedade faz com que os institutos de direito privado, como dos
contratos, sofram adaptações, sobretudo considerando o fato de que precisam ser compreendidos à luz dos
direitos e garantias fundamentais, bem como do dirigismo contratual que estudamos. É por isso difícil e até
pouco recomendável conceituar de maneira precisa e única a função social dos contratos, que, com efeito,
poderá variar, quanto ao sentido, de acordo com as situações concretas. 
Níveis intrínseco e extrínseco
É possível dizer que a função social se manifesta numa perspectiva ou nível intrínseco ao contrato, no que diz
respeito à imposição de lealdade negocial e à boa-fé objetiva na relação mútua entre as partes, a �m de
assegurar equivalência material entre as mesmas (isto é, ausência de desequilíbrio). Por outro lado, num nível
extrínseco, tem-se em mira a proteção da coletividade, quanto às possíveis repercussões do contrato, isto é,
quanto ao seus efeitos. Como visto, questões de ordem moral, bem como relacionadas à proteção do meio
ambiente, são importantes de ser consideradas.
Um contrato, portanto, não é só um mero contrato entre as partes, justamente porque a função social traz
esses deveres anexos, que são necessários, cuja observância é verdadeira condição de legitimidade. Ademais,
a liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato, conforme expressa previsão do
art. 421 do Código Civil.
Princípio da equivalência material
Para Paulo Luiz Netto Lôbo:
Há quem entenda diferente, de modo que tal princípio seria mais uma proveniência da função social do contrato
(GAGLIANO; FILHO, 2020). 
Equilíbrio real entre direitos e deveres.
Conexão com a função social.
o princípio da equivalência material busca realizar e preserva o equilíbrio real de direitos e deveres no contrato, antes,
durante e após sua execução, para harmonização dos interesses. Esse princípio preserva a equação e o justo equilíbrio
contratual, seja para manter a proporcionalidade inicial dos direitos e obrigações, seja para corrigir os desequilíbrios
supervenientes, pouco importando as mudanças de circunstâncias pudessem ser previsíveis.”
— LÔBO, Paulo Luiz Netto. Princípios Sociais dos Contratos no CDC e no Novo Código Civil. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 7, n.
55, 1 mar. 2002
“
”
Princípio da boa-fé
A boa-fé pode ser analisada sob dois diferentes primas subjetivo e objetivo.
Boa fé subjetiva
A boa-fé entendida, sob o prisma subjetivo diz respeito à uma situação psicológica, "um estado de ânimo ou
de espírito do agente que realiza determinado ato ou vivencia dada situação, sem ter ciência do vício que a
inquina" (GAGLIANO; FILHO, 2020, p. 466). Tal estado subjetivo deriva do reconhecimento da ignorância do
agente a respeito de determinada circunstância, que macularia o contrato (GAGLIANO; FILHO, 2020).
Boa fé objetiva
A boa-fé objetiva pode ser aferida, medida, comprovada, veri�cada.
Ela é princípio contratual consagrado, delineado em conceito jurídico indeterminado, que consiste em regra
de comportamento, com notável fundo ético, porém com exigibilidade do ponto de vista jurídico. Essa
exigência de comportamento de boa-fé, segundo uma média da sociedade, do que é razoável e pertence ao
bom-senso, traz consigo alguns deveres anexos, que também são exigíveis juridicamente, como os deveres
de con�ança, lealdade, informação, transparência, assistência, con�dencialidade etc. Um contrato válido,
portanto, é aquele dever jurídico que consiste numa prestação de fazer, não fazer ou de dar, bem como nos
deveres inerentes e decorrentes da boa-fé objetiva.
Funções da boa-fé objetiva
O princípio da boa-fé objetiva é tão importante, que precisamos realizar um desdobramento no seu estudo, de
maneira a compreender melhor suas funções e importância na disciplina contratual.
Função interpretativa
Num primeiro momento, a boa-fé traz consigo a função interpretativa, também chamada de colmatação
(GAGLIANO; FILHO, 2020), de verdadeiro preenchimento de lacunas e obscuridades. Trata-se, assim, de um
referencial hermenêutico, "para que possa extrair da norma, objeto de sua investigação, o sentido
moralmente mais recomendável e socialmente mais útil"(GAGLIANO; FILHO, 2020, p. 469). Essa função está
presente no art. 113 do Código Civil, segundo o qual os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme
a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Função criadora de deveres jurídicos anexos
A função criadora de deveres jurídicos são os anexos, como a lealdade, transparência, informação, etc. 
Função delimitadora do exercício de direitos subjetivos
A chamada função delimitadora do exercício de direitos subjetivos diz respeito a se evitar o abuso de direito,
como, por exemplo, se um contrato impedisse explicitamente a possibilidade de utilização da teoria da
imprevisão para o reajuste das prestações mesmo em casos de desequilíbrio contratual.
Previsão normativa da boa-fé objetiva
A boa-fé está prevista expressamente no Código Civil, no art. 422, segundo o qual
Ainda sobre a previsão normativa da boa-fé objetiva devemos ressaltar os seguintes pontos:
Execução / Conclusão dos contratos 
O Código citado indica que a guarda da boa-fé deve ser apenas na execução e na conclusão do contrato,
olvidando do texto o momento de formação dos contratos, chamado de puntuação.
Boa-fé e formação dos contratos
No entanto,a doutrina e a jurisprudência admitem que a boa-fé deve abranger a fase das tratativas
preliminares, até mesmo porque eventual desconsideração dos deveres éticos nesta fase poderá gerar
responsabilização civil por parte do infrator. 
os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da
probidade e da boa-fé
— BRASIL, 2002
“
”
Desdobramentos da boa-fé objetiva
Venire contra factum proprium
O venire contra factum próprio (vir contra um fato próprio) é um desdobramento prático da boa-fé objetiva,
que consiste numa vedação; vedação de comportamento contraditório da parte. "Não é razoável admitir-se
que uma pessoa pratique determinado atoou conjunto de atos e, em seguida, realize conduta
diametralmente oposta" (GAGLIANO; FILHO, 2020, p. 478). O exemplo, nós o encontramos no art. 330 do
Código Civil, em que o credor que aceitou, durante a execução de contrato de trato sucessivo, o pagamento
em lugar diverso daquele inicialmente convencionado, não poderá surpreender o devedor com a exigência
literal então prevista em contrato para efeito de alegar eventual descumprimento por parte deste. Também
se aplica ao descumprimento habitual de um contrato (o atraso no adimplemento), sem que haja qualquer
oposição por parte do credor; este, portanto, também não poderá cobrar mora pelo atraso no período.
(GAGLIANO; FILHO, 2020). 
Supressio
A supressio - outro desdobramento - consiste na perda (supressão) de um direito pela falta de seu exercício
por lapso razoável de tempo. Aqui, trata-se de um comportamento omissivo por um lapso temporal, de
modo que o exercício posterior de eventual direito (então não praticado) torna-se incompatível (com a boa-
fé). Exemplo comum fornecido pela doutrina é quanto ao uso de área comum em condomínio,
exclusivamente, por um condomíno, com exclusividade, por tempo considerável, que implica na
impossibilidade de cobrança de aluguel pelo período de uso. (GAGLIANO; FILHO, 2020). 
Surrectio
A surrectio é o contrário da supressio. Se na supressio há a perda de um direito, na surrectio ocorre o ganho
de um direito. No mesmo exemplo dado, do art. 330 do Código Civil, se o credor aceitou, por razoável lapso
de tempo, receber a prestação num determinado local, surge para o devedor o direito de exigir que o
adimplemento das prestações ocorra no novo lugar, então tolerado pelo credo. Houve, assim, supressio para
o credor e surrectio para o devedor. 
Tu quoque
Tu quoque, vem da expressão por todos conhecida, atribuída a Júlio César, diante da traição que sofrera: "até
tu, Brutus?". Esse desdobramento da boa-fé objetiva diz respeito a situações em que se veri�ca um
comportamento que rompe com a con�ança, de modo que surpreende uma das partes da relação negocial,
colocando-a em situação de injusta desvantagem. (GAGLIANO; FILHO, 2020). 
Exemplo: pode ser extraído do art. 180 do Código Civil, segundo o qual o "menor entre dezesseis e dezoito
anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando
inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior" (BRASIL, 2002). 
Exceptio doli 
A exceptio doli ou "exceção dolosa" visa a "sancionar condutas em que o exercício do direito tenha sido
realizado com o intuito, não de preservar legítimos interesses, mas, sim, de prejudicar a parte contrária"
(GAGLIANO; FILHO, 2020, p. 479). 
Exemplo: o disposto no art. 940 do Código Civil, segundo o qual "aquele que demandar por dívida já paga, no
todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, �cará obrigado a
pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que
dele exigir, salvo se houver prescrição."(BRASIL, 2002).
Classi�cação - Parte 2
Agora vamos estudar sobre mais algumas importantes classi�cações sobre os contratos. 
Contratos principais
Quanto ao modo por que existem 
A classi�cação neste caso leva em conta o modo pelo qual os contratos existem. Daí, falaremos sobre os
contratos principais, acessórios e derivados. 
Existência própria / autonomia
Os contratos principais possuem existência própria, autônoma e não dependem de qualquer outro contrato
para produzirem seus naturais e regulares efeitos, por exemplo um contrato de compra e venda, uma
locação. 
Contratos acessórios
Existência subordinada ao contrato principal e a função de garantir o principal
Os contratos acessórios são aqueles que têm a sua existência subordinada à do contrato principal
(GONÇALVES, 2018), como é o caso de um contrato de �ança, por exemplo. Eles tem a precípua �nalidade de
garantir o cumprimento das obrigações avençadas no contrato principal. 
Relevância da distinção entre principal e acessório
A relevância na distinção entre contratos principais e acessórios justi�ca-se em razão da regra de que o
“acessório segue o principal”, de modo que se for veri�cada a nulidade do contrato principal, o acessório
também será nulo (CC/02, art. 184), embora o contrário não seja verdadeiro. 
O eventual reconhecimento da prescrição relativamente ao contrato principal também acarretará na
prescrição do contrato acessório; neste caso, também, o inverso não ocorre.
Contratos drivados
Contratos derivados tem por base direitos �rmados e previstos em um contrato principal, como, por exemplo, a
sublocação, a subempreitada. Ocontrato derivado tem a mesma natureza do contrato principal, relativamente ao
seu objeto e é �rmado, portanto, dentro dos seus limites. 

Contratos paritários
No que diz respeito à classi�cação que leva em conta a formação dos contratos, eles podem ser paritários ou de
adesão.
Contratos paritários
Os contratos paritários revelam o modelo mais usual e tradicional, onde as partes discutem ampla e
livremente as condições contratuais, eis que se encontram em situação de paridade, isto é, igualdade. Há a
fase de negociações preliminares para efeito de discussão das cláusulas e condições gerais e especí�cas dos
negócios. 
Contrato de adesão
No contrato de adesão não há margem de liberdade para um dos contratantes, porque prevalece e
prepondera a vontade de um apenas. Na verdade, há alguma liberdade de uma das partes que poderá
contratar ou não, porém sem oportunidade de discussão, em fase preliminar, das condições do negócio. A
parte aceita ou não.
Exemplos de contrato de adesão: Contratos de seguro, consórcio, transporte etc.
Cláusulas abusivas no contrato de consumo
Dada a estreita relação entre a disciplina contratual e os contratos de consumo, cabe elucidar que, basicamente,
as cláusulas abusivas têm o intuito de estabelecer uma relação desigual de vantagens e desvantagens entre as
partes envolvidas na relação consumerista.
Art. 51 do CDC
As situações que caracterizam a abusividade têm previsão, de forma exempli�cativa, no art. 51 da Lei n.º
8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), ou seja, outras hipóteses, além das estabelecidas em tal
dispositivo, dão ensejo à abusividade, já que a redação da lei assinala que "são nulas de pleno direito, entre
outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços [...]”. Logo, no caso concreto,
as hipóteses de�nidas servirão como nortes iniciais, mas não se exaurem apenas na lei, pois dependem das
circunstâncias concretas. 
Algumas cláusulas abusivas
Assim, são nulas de pleno direito, por exemplo, as cláusulas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos, ou seja, não têm validade as cláusulas tendentes a diminuir ou excluir o
dever de o fornecedor responder por eventuais problemas em seus produtos ou na prestação de serviços. 
As cláusulas que subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, que funciona como
verdadeiro instrumento de vedação ao enriquecimento ilícito. cláusulas que estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas, isto é, que coloquem o consumidorem desvantagem exagerada ou que
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.
Contrato de Adesão no Código de Defesa do Consumidor
Previsto no art. 54 do Código de Defesa do Consumidor, o contrato de adesão é aquele não houve discussão das
cláusulas, sobretudo por parte do consumidor que, por conseguinte, meramente adere a ele. 
Autorização das cláusulas por autoridade competente
No contrato de adesão, as cláusulas ou foram aprovadas por alguma autoridade competente (como pode
acontecer em contratos bancários, onde há cláusulas aprovadas pelo Banco Central) ou, como é mais
comum, foram estabelecidas de maneira unilateral pelo fornecedor. 
Exemplos: contratos de adesão são os de natureza Bancária (expressa precisão no CDC, art. 3º, §2º). 
Contrato de consumo e oferta
A oferta no mercado de consumo está disciplinada no art. 30 do CDC. Trata-se de toda e qualquer informação ou
conteúdo publicitário preciso o bastante, veiculado em qualquer meio ou por qualquer forma de comunicação,
com relação a produtos ou serviços. A oferta, nestes termos, vincula o fornecedor a cumprir exatamente o que foi
oferecido. 
I. poderá exigir o estrito cumprimento, de maneira forçada, da obrigação nos exatos termos da oferta,
apresentação ou propaganda.
II. poderá aceitar um produto ou prestação de serviço que seja equivalente.
III. poderá rescindir o contrato de consumo, com direito à que lhe seja restituído eventual quantia
antecipada, com atualização monetária e perdas e danos.
Contrato-tipo
O contrato-tipo, também chamado de massa, em série ou por formulários (GONÇALVES, 2019) é bastante próximo
do contrato de adesão.
A diferença é que embora pré-formatado esse tipo de contrato poderá:
ser alvo de discussão preliminar acerca do seu conteúdo;
não há imposição do contrato (como ocorre no de adesão);
as cláusulas encontram-se apenas pré-redigidas. São aqueles contratos com espaços em branco “no tocante à
taxa de juros, prazo e condições do �nanciamento, a serem estabelecidos de comum acordo” (GONÇALVES,
2018, p. 824).
Conceitos, requisitos e classi�cação
Agora iremos abordar alguns conceitos, requisitos e as derradeiras classi�cações dos contratos. 
Requisitos dos Contratos
O mais importante elemento de formação dos contratos é a manifestação de vontade livre e desembaraçada, que
faça convergir num acordo de vontades, que convirja, como já sabemos, em consenso.
As negociações preliminares entre as partes comportam falarmos em proposta e aceitação. 
A proposta, também chamada de oferta, policitação ou oblação, é que dá início à formação do contrato, não
dependendo, para ser realizada, de forma especial. (GONÇALVES, 2018).
Proposta Aceitação
Proposta
Agora vamos aprofundar um pouco acerca da proposta, tratando da oferta o dos elementos essenciais que
compõe uma proposta e sua obrigatoriedade.
A oferta “representa o impulso decisivo para a celebração do contrato, consistindo em uma declaração de vontade
de�nitiva” (GONÇALVES, 2018, p. 801).
A proposta deve conter todos os elementos essenciais do negócios proposto, como, por exemplo:
o preço;
a quantidade;
eventuais prazos;
forma de pagamento etc.
A proposta deve ainda ser séria e consciente, à medida que vincula o proponente, conforme indicado no art. 427
do Código Civil. Ademais, com esclarece (GONÇALVES, 2018), deve ser:
clara;
completa e inequívoca;
formulada em linguagem simples e direta, que possa ser compreendida.
O art. 429 do Código Civil indica que a “oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos
essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos” (BRASIL, 2002). Entende-se
que a proposta é limitada ao estoque existente (GONÇALVES, 2018). É assim que a oferta vale como proposta
obrigatória, portanto, quando reúne os elementos essenciais do contrato. 
A proposta não obrigatória é possibilidade que está prevista no mesmo art. 427 do Código Civil. Se a proposta
contiver, por exemplo, cláusula expressa a respeito, como indicando a não de�nitividade da proposta ou a
possibilidade de retirá-la a qualquer tempo, não haverá vinculação. Então, em cada caso é necessário avaliar
sobre se não há ressalva feita que desconstitua o caráter vinculante e obrigatório da proposta. 
Aceitação
Agora vamos aprofundar um pouco acerca da aceitação, tratando da Concordância com a proposta, aceitação
(expressa / tácita) e as hipóteses de inexistência de força vinculante da aceitação.
A aceitação é a concordância com os termos da proposta. (GONÇALVES, 2018). A aceitação pode ser:
Expressa
Quando a declaração do aceitante é evidente no sentido da manifestação da sua anuência.
O Código Civil apresenta duas situações nas quais a manifestação de vontade não será vinculante. 
1. Se a aceitação, embora expedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do
proponente, quando, por exemplo, o proponente já celebrou negócio com outra pessoa – neste caso, esse
fato (novo negócio já celebrado em função do atraso) deverá ser comunicado imediatamente ao aceitante,
sob pena de perdas e danos, com base no art. 430 do Código Civil.
2. Outra hipótese é a prevista no art. 433 do Código Civil, que considera “inexistente a aceitação, se antes dela
ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante” – é o caso de retratação da aceitação, isto é, o
desfazimento da declaração de vontade que havia sido, inicialmente, feita pelo aceitante.
Tácita
Quando decorre do seu comportamento que acaba por revelar a sua conduta. 
Conclusão do Contrato
Quanto ao momento de conclusão do contrato, algumas modalidades precisam ser comentadas.
Contrato entre presentes
Se o contrato for celebrado entre presentes, a proposta poderá estipular ou não prazo para aceitação
(GONÇALVES, 2018). Se não houver nenhum prazo, a aceitação deverá ser feita imediatamente, pois, do
contrário, a oferta perderá sua força vinculativa. Se houver prazo, a aceitação deverá ocorrer dentro do lapso
temporal previsto.
Contrato entre ausentes
Quando o contrato é celebrado entre ausentes, por correspondência (em qualquer meio), ou intermediários,
a resposta pode levar algum tempo para chegar ao conhecimento do proponente. O art. 434 do Código Civil
acolheu a chamada teoria da expedição, de modo que a�rma que os contratos entre ausentes tornam-se
perfeitos, isto é, concluídos, desde quando a aceitação é expedida, exceto no caso do art. 433 (a retratação
da aceitação, como vimos), bem como se o proponente se houver comprometido a esperar resposta ou se
ela não chegar no prazo convencionado.
Lugar da celebração
Quanto ao lugar da celebração de contrato o art. 435 do Código Civil, “reputar-se-á celebrado o contrato no lugar
em que foi proposto”. (BRASIL, 2002).
Classi�cação de contrato quanto suas formas
Vamos conhecer com são classi�cados os contratos quanto à sua forma que pode ser solenes, não-solenes,
consensuais e reais
Contratos solenes
Contratos solenes são os que devem obedecer à forma prescrita em lei para que possam aperfeiçoar-se.
Nestes casos, a forma é exigida como condição de validade do negócio, como, por exemplo, na escritura
pública para a alienação de imóveis, no pacto antenupcial, no testamento público, etc. (GONÇALVES, 2018). Se
a forma não for observada, o contrato será nulo, conforme previsto no art. 166, IV, do Código Civil.
Contratos não-solenes
Os contratos não-solenes são de forma livre, de modo que a lei nada exige, enquanto condição de validade,
para que sejam perfeitos. Podem ser escritos ou até mesmo verbais. O contrato de locação é um bom
exemplo. Vale lembrar que o art. 107 do Código Civil aduz que “A validade da declaração de vontade não
dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”. (BRASIL, 2002).
Contratos consensuais 
Os contratos consensuais são aqueles formados única e basicamente pelo acordo de vontades,
independentemente da forma e da entrega da coisa ou da observância de alguma forma, motivo pelo qual
são não-solenes. A lei, neste caso, não exigenada mais do que o consentimento. É a regra no nosso sistema
(GONÇALVES, 2018).
Contratos reais 
OS contratos reais são os que dependem da traditio, a tradição, isto é, a entrega da coisa que é objeto do
pacto. Claro que aqui também há o consentimento, mas há uma dependência da entrega da coisa.
Classi�cação de contrato quanto ao efeitos
Vamos conhecer com são classi�cados os contratos quanto à seus efeitos. Analisaremos a seguir as seguintes
modalidades:
Contratos unilaterais
São aqueles que geram obrigações para apenas uma das partes, como numa doação, por exemplo – apenas
uma das partes contratantes possui uma obrigação; a outra, nada precisa fazer.
Contratos bilaterais
Também chamado de sinalagmáticos, são os que geram obrigações para ambas as partes, como ocorre, por
exemplo, numa compra e venda, no contrato de locação, de transporte, etc. As obrigações, por conseguinte,
são recíprocas; cada parte tem que fazer alguma coisa.
Contratos plurilaterais
São aqueles que possuem mais de duas partes; também são chamados de contratos plúrimos. Atente, no
entanto, que embora possa haver várias partes, elas estarão ou no polo ativo (como credoras) ou no polo
passivo (como devedoras), no que se refere à relação obrigacional. Exemplo comum é o contrato de uma
sociedade ou um contrato de consórcio.
Contratos gratuitos (bené�cos)
Os contratos gratuitos, também chamados de bené�cos, são aqueles nos quais o benefício ou a vantagem
patrimonial é auferida apenas por uma das partes, como na doação pura (incondicional), no comodato e o no
reconhecimento de �lho. Enquanto uma parte recebe algo, a outra entrega ou faz algo. (GONÇALVES, Carlos
Roberto. Direito Civil 1 Esquematizado. Parte Geral, Obrigações e Contratos (Parte Geral). 9ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2018, p. 821).
Contratos onerosos
Por sua vez, os contratos onerosos podem ser subdivididos em comutativos e aleatórios. A onerosidade
impõe, de maneira geral, prestações de ambos os lados, como numa compra em venda, onde o vendedor
entrega a coisa e o comprador paga o preço.
Contratos onerosos comutativos 
São aqueles que possuem prestações certas e determinadas, de modo que as partes já sabem o que irá
ocorrer, quanto às vantagens e sacrifícios de cada uma, ao longo da relação obrigacional. (GONÇALVES,
2018). Nestes contratos não há riscos, portanto.
Contratos aleatórios 
São também bilaterais, onerosos, nos quais ao menos uma das partes não poderá prever as vantagens que
receberá em virtude da prestação fornecida (GONÇALVES, 2018). Neste caso, portanto, não há certeza, não
há comutatividade.
Com efeito, a distinção que acabamos de realizar é muito importante, dado que o regime jurídico aplicado a
uma situação ou outra é diferente. O fenômeno da evicção, por exemplo, diz respeito aos contratos
comutativos, bem como os chamados vícios redibitórios (que também iremos estudar mais à frente) e a
rescisão por lesão. No caso dos contratos aleatórios, há um regime especí�co para eles, previsto entre os
arts. 458 a 461 do Código Civil.
Contrato típico / Contrato Atípico
Contratos típicos
Contratos típicos são aqueles que possuem seus requisitos regulamentados pela lei, como um contrato de
compra e venda, de doação, de locação, etc.
Contratos atípicos
São aqueles que dependem exclusivamente do acordo de vontades, eis que não há previsão legal quanto aos
respectivos requisitos, como nos demais casos. De acordo com o art. 425 do Código Civil: “É lícito às partes
estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais �xadas neste Código”. 
Situação-problema
Uma pessoa ofereceu para outra um veículo automotor, pelo valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). O
proponente, no entanto, fez a oferta por intermédio de aplicativo de comunicação à distância, eis que reside em
local distante. Para tanto, �xou o prazo de 48h para a aceitação.
O recebedor da proposta enviou a mensagem no prazo adequado e, dias depois dirigiu-se para buscar o veículo,
mas, por problema na internet, a mensagem chegou atrasada ao proponente, que, por esta razão, realizou o
negócio com outra pessoa, sem avisar aquele.
Assim, o recebedor da proposta vai até você para que, na qualidade de especialista em direito contratual, ofereça
parecer técnico-jurídico sobre a questão. Quais elementos devem constar nesse parecer consultivo?
Resolução da Situação-Problema
Para resolver esta Situação-Problema vamos considerar os seguintes tópicos:
Aceitação / Concordância com a proposta
Fixação de prazo para a aceitação expressa
Expedição da aceitação a tempo / imprevisto
Ausência de comunicação / Possíveis perdas e danos
A aceitação é a concordância com os termos da proposta. (GONÇALVES, 2018).
A aceitação pode ser expressa, quando a declaração do aceitante é evidente no sentido da manifestação da sua
anuência, ou tácita, quando decorre do seu comportamento que acaba por revelar a sua conduta.
O Código Civil apresenta a situação na qual a manifestação de vontade não será vinculante. Se a aceitação,
embora expedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do proponente, quando, por
exemplo, o proponente já celebrou negócio com outra pessoa – neste caso, esse fato (novo negócio já celebrado
em função do atraso) deverá ser comunicado imediatamente ao aceitante, sob pena de perdas e danos, com base
no art. 430 do Código Civil. Neste caso, portanto, poderão ser pleiteadas perdas e danos, porque não há notícia de
que houve comunicação por parte do policitante ao oblato quanto à realização do negócio com pessoa diversa. 
Referências bibliográ�cas
BANDEIRA, Paula Greco; KONDER, Carlos Nelson; TEPEDINO, Gustavo. Fundamentos de Direito Civil: Contratos. 1ª
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível em: https://bit.ly/3jUGqTV.
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras
providências. Disponível em:https://bit.ly/2P7eZrS
https://bit.ly/3jUGqTV
https://bit.ly/2P7eZrS

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