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142 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV Unidade IV 7 ELEMENTOS DE CENOGRAFIA: ABORDAGEM CONSTRUTIVA 7.1 Cenógrafo ou cenotécnico? O cenógrafo e o cenotécnico são profissionais com formações diferentes, mas complementares. O cenógrafo, em geral, não tem formação para executar a parte construtiva de um grande cenário. Mesmo que ele esteja capacitado tecnicamente no manejo de ferramentas pesadas, quem está habilitado é o cenotécnico. O cenógrafo é o profissional que cria, conceitua, projeta e coordena a construção do cenário de teatro, show, teledramaturgia, eventos e entretenimento em geral. É função do cenógrafo depois da criação fornecer ao cenotécnico todas as informações necessárias para a construção e montagem do cenário. O cenógrafo pode fornecer ao cenotécnico informações através de maquetes e desenhos em escala, desenhos técnicos de detalhes construtivos, estudos de cores e de materiais etc. O cenógrafo deve ter o domínio sobre a estética do espetáculo como um todo: figurino, adereços, maquiagem, peruquerias, iluminação, efeitos especiais, audiovisual, cenografia etc. Todo cenógrafo deve estabelecer uma sólida relação com sua equipe, construindo e ativando a comunicação entre todas as pessoas envolvidas na realização do espetáculo ou evento, informando‑as sobre o andamento das etapas, atualizando cronogramas, distribuindo tarefas e coordenando as equipes. O cenógrafo não faz nada sozinho, ele depende de todos os técnicos para que a cenografia aconteça no prazo, de acordo com as aprovações dos responsáveis. Um bom cenógrafo mantém um bom clima de trabalho com as equipes, reconhecendo e valorizando as melhores habilidades de seus contratados. Um dos profissionais que trabalham mais próximos do cenógrafo é o cenotécnico, eles são os profissionais responsáveis pela construção material dos ambientes cênicos, concebidos pelo cenógrafo. Entendem tudo de montagem, conhecem palcos, docas de carga e descarga, medidas e melhores formas de executar um cenário. Muitas vezes entregamos ao cenotécnico um projeto completo, com todos os detalhes executivos e quando chegamos na marcenaria para acompanhar a execução, nos deparamos com uma realização mais prática e simplificada. Em outros casos a surpresa pode não ser nada agradável. O grau de liberdade na execução dos cenários por parte do cenotécnico vai depender da afinação que ele tem com o cenógrafo e se as instruções foram corretamente repassadas a ele. Os cenotécnicos devem saber ler e interpretar o projeto cenográfico (os desenhos e as maquetes) em algo material, construído na escala real. 143 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO Observação Os cenotécnicos têm conhecimentos específicos de marcenaria e serralheria muito diferentes dos profissionais convencionais. A efemeridade, a necessidade de montagem e desmontagem são diretrizes que norteiam a execução dos cenários. O cenógrafo monta sua equipe de trabalho pautado na pontualidade de entrega e compreensão das especificidades construtivas da cenografia. Muitas vezes um bom marceneiro de mobiliário não é eficiente em cenografia em que os detalhes têm muito mais uma função visual do que de acabamento real e funcional. Portanto, estabeleça uma relação duradoura com sua equipe, especialmente com o cenotécnico, pois ele será seu aliado. 7.2 O saber técnico teatral Antes dos anos 1990 os grandes teatros públicos tinham equipes fixas de cenotécnicos, maquinistas, costureiras, peruquerias etc. Essas equipes eram contratadas através de concursos públicos e os conhecimentos eram passados dos mais velhos para os mais novos. O aprendizado era baseado na experiência, mas o que observamos a partir dos anos 1990, em todas as esferas públicas, foi o direcionamento dos recursos financeiros para as áreas culturais concedidos através dos incentivos indiretos. Deu‑se início ao processo, que atualmente é um dos poucos meios possíveis para financiar espetáculos, às leis de incentivo fiscais, que financiam o espetáculo pela iniciativa privada, que recebe isenção fiscal quando apoia projetos culturais. Para levantar financeiramente um espetáculo é necessário buscar incentivos captando recursos em empresas públicas e privadas, essas empresas privadas são autorizadas a transferir partes dos impostos pagos ao Estado para projetos culturais. Os governos passam a analisar e a julgar a pertinência dos projetos, se aprovados, os gestores culturais podem captar os valores nas empresas. Há também os editais com recursos proporcionados pelas instâncias federal, estadual e municipal, que disponibilizam recursos para eixos temáticos. Conforme a iniciativa privada, passa a ser decisória na aceitação ou não dos projetos, a lógica do livre mercado que concorre com as políticas públicas no âmbito da gestão da cultura. O Theatro Municipal de São Paulo, em 1981, aumentou seu quadro técnico, porém retirou a estabilidade de emprego desses cargos através da Lei Municipal no 9.320, de 15 de setembro de 1981, a qual determinava que as novas contratações de cargos técnicos na área de apoio aos espetáculos seriam efetivadas através de cargos comissionados e não mais concursados. Os novos contratados têm vínculo de trabalho temporário e permanecem em temporadas artísticas específicas, quando o trabalho acaba, são dispensados. A equipe, entretanto, envelhece e se aposenta, mas essas vagas não são preenchidas através de novos concursos e muitos saberes se perdem. Em consequência disso, a profissão técnica ficou progressivamente 144 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV precária. Os conhecimentos técnicos sempre foram transmitidos na prática. Com o desaparecimento dos maquinistas contratados pelos teatros, os conhecimentos não estão sendo repassados às novas gerações de técnicos. É importante investir e sistematizar esses conhecimentos em espaços de aprendizagem de formação profissional e muitas vezes os cenógrafos são aqueles que estão em condições de reunir esses conhecimentos através de suas equipes, de encontros, seminários e cursos. Algumas dicas para quem está começando No início de carreira é importante tentar estagiar com bons profissionais. Fazendo assistência a um diretor de arte ou cenógrafo, você poderá aprender a dominar as etapas de produção de um cenário, das construções de palco, dos materiais e dos jargões da cenografia (termos específicos). Há também produtoras de eventos e festas, grandes montadoras de cenário que aceitam estagiários, especialmente com habilidades em desenho no computador. Portfólio Por isso é importante ao longo do curso montar um portfólio com bons desenhos, tanto aqueles realizados no computador, como também à mão livre. Capriche nas maquetes e nas fotos, organize tudo, um bom portfólio de estudante deve abranger suas habilidades expressivas, ser organizado com legendas e uma diagramação que favoreça a leitura e o entendimento de seu desenvolvimento. Organize um pequeno fragmento de abertura, com sua formação, trabalhos realizados e aspirações. Escreva textos curtos, enxutos, mostrando suas motivações para seguir nessa profissão Frequente o meio profissional O teatro é um manancial de conhecimento para o cenógrafo. Mesmo que ele se torne um profissional voltado para televisão ou para eventos corporativos, conhecer as técnicas teatrais sempre será um diferencial no seu currículo. Mesmo porque muitos programas de televisão são gravados com plateia em teatros, além das premiações em eventos que não raro são comemoradas em palcos teatrais também. Busque informações e conhecimentos através de visitas guiadas a bons teatros (principalmente aqueles que possuam caixa cênica completa). Visite o teatro com olhar profissional e você poderá conhecer a função dos elementos cênicos e estruturais: cortinas, bambolinas, varas, cicloramas,rotunda, alçapão, elevadores, urdimento, passarelas, varas etc. Assista a espetáculos observando as mudanças de luz, sonoplastia, tipos e movimentação de cenário, trocas de roupa etc. Volte mais de uma vez para assistir ao mesmo espetáculo, afinando o olhar para todos os detalhes técnicos. Procure ensaios abertos, leituras de textos, montagens de cenografia, ensaios de luz; o cenógrafo deve aprender com os maquinistas dos teatros a manipular as peças de palco. Imagine que um diretor solicita ao cenógrafo uma mudança rápida de cenário em uma determinada cena ou se é necessário que durante uma premiação haja troca de cenografia sem que os apresentadores saiam do palco. Como resolver? 145 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO Figura 56 Em primeiro lugar, cheque se o espaço dispõe de cortina de boca de cena maquinada e cortina de manobra. As cortinas de boca de cena são aquelas que abrem e fecham o espetáculo ou grandes atos e se movem lateral ou verticalmente. São vários modelos de mecanismo para subir ou abrir os panos, entre elas estão a romana, a veneziana, a wagneriana, a americana e a francesa. Cada teatro opta por um deles e a abertura dos panos já contém parte de energia do local, é o momento no qual a mágica se inicia. Além da cortina de boca, verifique se há cortina de manobra (consulte o glossário anexo), essa é uma cortina mais leve e simples, arranjada logo atrás da cortina de boca e serve justamente para descidas rápidas para trocas de cenário sem que seja necessário interromper a atuação. Nesses casos, os atores passam a representar no proscênio (figura a seguir), ele é um espaço estreito longitudinal ao palco, logo à frente da boca de cena, portanto, o conhecimento dos elementos técnicos de palco norteia as melhores escolhas técnicas de execução do seu projeto. Figura 57 – Tipos de cortinas e suas aberturas 146 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV Curiosidade Um cenógrafo iniciante deve ser muito curioso e também deve aceitar, com humildade, as colocações de um profissional com experiência prática, a escuta acelera em muito seu processo de aprendizado. Assimile tudo que ouve e vê sobre montagem, pois os problemas que surgem em uma montagem são geralmente novos, mas a experiência anterior sempre cria atalhos na busca de soluções; você reflete que já resolveu algo parecido antes. Pesquise materiais e ouse em suas aplicações, o acerto vem do olhar aberto às possibilidades de materiais de outras origens aplicados no palco. Pergunte, não tenha medo, olhe, desenhe e anote tudo que julgar importante. 8 METODOLOGIA DE PROJETO DE CENÁRIO TEATRAL Sugerimos um passo a passo para quem está fazendo um projeto de cenário para teatro pela primeira vez. Claro que não é a única forma de se começar um trabalho, mas apenas uma sugestão para que todas as etapas mais importantes sejam contempladas. Aos poucos, você terá desenvolvido sua própria forma de trabalhar. Passo a passo: • A visita ao espaço: visite o espaço munido de câmera fotográfica, trena e material de desenho, gaste um bom tempo, mova‑se por todos os cantos da plateia e sente‑se em todas fileiras. Fotografe explorando todos os ângulos possíveis, suba no palco, mexa‑se do fundo para frente, ao contrário, de costas e de um lado para o outro. Explore cada ângulo visto desde a plateia, veja o que fazer para deixar os atores bem visíveis, observe o ponto de vista do ator, coloque cadeiras em várias posições no palco, suba nelas e olhe em volta. Se houver uma escada faça o mesmo, subindo cada vez mais alto, fotografe tudo, meça tudo, sem pressa; pois será necessário voltar mais vezes. • Croquis: desenhe bastante, os croquis esquentam sua relação com o espaço, redesenhe sobre as fotos que você tirou, desenhe com papel croqui sobre a planta baixa e explore graficamente esse espaço. Decerto ele não é neutro, assim, quando você for começar a esboçar as propostas cênicas, o espaço já estará na ponta dos seus dedos. • Inspiração: busque alimentar os sentidos na hora de projetar, uma forma interessante é alterar o espaço de trabalho, seja ele uma mesa ou um atelier. Crie uma playlist de músicas afinadas com a ambiência que você pretende com o cenário para ouvir enquanto trabalha, outra estratégia é montar painéis semânticos com fotos de objetos, lugares e referências visuais que fiquem ao alcance da visão. Vale também criar painéis com materiais e cores referentes à pesquisa cenográfica. • Parceria: muitos palcos são tecnicamente deficientes e para contornar problemas, discuta com os cenotécnicos ou os funcionários da casa quais as possíveis maneiras de superar essas deficiências com manobras de execução. Certamente outros profissionais já se depararam com as mesmas questões e encontraram soluções que acabaram sendo incorporadas pelos funcionários. 147 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO • Maquetes teatrais: as maquetes arquitetônicas, tão elegantes e limpas, não servem ao teatro, elas representam espaços ainda inabitados. Já as maquetes dos cenógrafos reconstroem um espaço existente e usado, com cantos escuros, tubulações aparentes, paredes desgastadas, pisos arranhados. São essas marcas de uso que alimentam o espaço teatral de carga simbólica, logo, a maquete teatral deve traduzir, em uma escala adequada, a força expressiva das marcas que fazem desse espaço um lugar específico. • Materiais: todo objeto ou elemento de cena que for adicionado à maquete também deverá conter a força do material que será usado. Se a parede projetada for de madeira, não adianta representá‑la com acrílico, a madeira usada na maquete provavelmente não será a mesma do cenário, mas a expressividade tem que estar lá. 8.1 Colocar as ideias em prática: desenhos e maquetes Figura 58 – Prancha contendo partes do processo de criação do cenário da peça Piolim: das pesquisas formais, passando pelos croquis e desenhos em escala 148 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV Saiba mais Para conhecer mais sobre a profissão do cenógrafo, assista o documentário: ABSTRACT: The Art of Design. Tremolo Productions; RadicalMedia. Episódio 3: Es Devlin. Netflix, 2017. 43 minutos. Escalas apropriadas para representar suas ideias Após cumprir os estudos preliminares, a sequência é desenhar a planta baixa na escala certa, localizando os elementos principais em suas dimensões corretas: • 1:100: planta geral do cenário; • 1:50: elementos, como biombos, praticáveis; • 1:20 ou 1:25: detalhes construtivos; • Se houver algum detalhe muito importante, desenhe‑o na escala 1:10; • Execute perspectivas de diversos pontos de vista. Maquete A maquete é um dado à parte, em primeiro lugar ela é uma ferramenta de estudo, exploração, soluções formais e técnicas. Construindo a caixa cênica do teatro em escala, é possível pensar tridimensionalmente, uma maquete bem‑feita ajuda inclusive no orçamento dos materiais a serem utilizados, pois dela podemos tirar estimativas de quantidades de materiais, como tintas, tecidos e acabamentos. Sua função está relacionada ao diálogo entre o cenógrafo e o diretor de teatro. A maquete física ainda é o caminho mais curto para o cliente entender seu conceito. Não economize nos materiais, nem use nada pronto, construa todas as partes do cenário, evite a todo custo usar objetos e miniaturas compradas, o fazer teatral inclui o trabalho manual. Não se esqueça de que um cenário deve ser conceituado a partir da proposta dramatúrgica. 149 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO Figura 59 – Maquete de J. C. Serroni : quadrienal de cenografia de Praga, 1999 Figura 60 – Maquete de J. C. Serroni – Quadrienal de Cenografia de Praga, 1999Lembrete A tecnologia de palco deve favorecer sempre o desenrolar do espetáculo: as traquitanas nunca devem obstruir a ação, pois o mais importante é o ator. 8.2 Importância do conhecimento técnico Para realizar um bom projeto de cenografia, é necessário não apenas ter boas ideias, mas também conhecer bem os materiais com os quais podemos contar para a sua execução. O que há de novo no mercado? Quais espessuras de compensado existem disponíveis? 150 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV A melhor forma de executar uma tapadeira, por exemplo, está relacionada com a as medidas dos painéis de madeira que serão utilizadas para revestir a estrutura, para que, ao final, o painel tenha o menor número possível de emendas. Por mais que elas sejam retocáveis com massas e pintura, um eventual transporte do material e a movimentação das peças, acaba por fazer as trincas e emendas ressurgirem. A partir disso, um painel com uma emenda aparente precisa ser todo pintado de novo, agora imagine se a pintura for de arte e com efeitos marmorizados. Retocar trabalho artístico é muito complicado e exige mão de obra especializada e cara, o melhor é planejar as emendas do que remediá‑las. Saiba mais Para entender mais dos bastidores do palco e de cenário para dança, assista o filme: CISNE Negro. Dir. Darren Aronofski, EUA: Cross Creek Pictures; Phoenix Pictures; Protozoa Pictures; Dune Entertainment, 2011. 108 minutos. Algumas medidas acabam sendo absorvidas pelo cenógrafo e sua aplicação no desenho das peças torna‑se automática, é sempre bom consultar as lojas de sua região e verificar se há um catálogo disponível. Outra alternativa é montar uma tabela a partir das consultas presenciais ou por meio da internet, aos poucos as medidas vão sendo memorizadas e a menos que surja um novo material, você acaba sabendo exatamente o que pedir na loja de materiais de construção. Seguem algumas medidas básicas de madeiras: Figura 61 – Tipos de madeira 151 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO • Compensado naval — Medidas: 160 cm x 220 cm – espessura: 10 mm, 15 mm, 20 mm e 25 mm — 160 cm x 250 cm – espessura: 25 mm • Compensado de virolinha — Medidas: 122 cm x 250 cm – espessura: 4 mm — 160 cm x 220 cm – espessura: 10 mm, 15 mm, 18 mm, 20 mm e 25 mm • MDF – Laminado de branco uma ou duas faces — Medidas: 184 cm x 275 cm – espessura: 9 mm, 15 mm e 18 mm • OSB — Medida: 120 cm x 225 cm – espessura: 9 mm, 18 mm e 30 mm • MDF cru — Medidas: 184 cm x 244 cm – espessura: 3 mm — 184 cm x 275 cm – espessura: 9 mm, 15 mm, 18 mm e 25 mm • Sarrafos — 7 cm x 300 cm – espessura 25 mm — 5 cm x 300 cm – espessura 25 mm • Madeira para deque — 10 cm x 200 a 300 cm – espessura 2,3 cm 8.2.1 Montagem: alguns detalhes construtivos e seus elementos Tipos de painéis cenográficos As paredes, as divisórias e os biombos são feitas de painéis estruturados com quadros de sarrafo e revestidas de madeira ou tecido para depois receberem os acabamentos e ornamentos. 152 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV Figura 62 – Revestimento de trainel Trainéis Se os painéis forem de tecido, os chamados trainéis (trainel, no singular), são mais baratos e leves do que os de madeira, seu uso é ideal para grandes planos com pintura de arte. Os cenários para balé clássico, por exemplo, costumam usar um grande painel no fundo do palco, para manter o espaço livre de obstáculos para coreografias, por isso, cenógrafos lançam mão desse tipo de painel. A superfície de um trainel é uma tela de tecido que é grampeada em um chassi de madeira. Lembrete Os trainéis são painéis leves, revestidos de tecidos ou telas; as tapadeiras são painéis também, mas revestidos com folhas de compensado. Quem executa a pintura são os chamados pintores de arte, sua técnica de pintura de paisagens é conhecida como Trompe L’oleil, que significa enganar a visão. O objetivo dessa pintura é retratar com fidelidade alguma paisagem que ambienta o balé, essa arte teatral está se perdendo (somente os mais idosos a dominam) o que ocorre atualmente é a substituição da pintura por uma mescla de técnicas. As impressões digitais em tecido estão cada vez mais baratas e a projeção de imagens na cenografia se encontra corriqueira. Embora a pintura de telões seja uma arte em processo de desaparecimento, é sempre muito valorizada no meio profissional. Há momentos em que a materialidade da pintura dá a dramaticidade que o diretor imagina e que não pode ser substituída por outra técnica. Os trainéis também são utilizados em casos de que os painéis não necessitem janelas ou portas realistas, podem ser simplesmente planos de cor. Eles podem ser pendurados nas varas, são leves e de manipulação mais simples que os painéis de madeira. 153 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO Tapadeiras Se os painéis forem de madeira (são as chamadas tapadeiras) normalmente cenários feitos com madeira serão montados no piso do palco, necessitando de estruturação para se manterem de pé e em segurança. Figura 63 – Tipos de tapadeira Apesar de seus chassis serem executados com sarrafos de madeira, também há a opção da construção de chassis em tubos quadrados de metalon, que são mais leves e seguros. O problema em diversificar demais os materiais na execução de um cenário é a necessidade de mão de obra diversificada, a 154 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV consequência é que a realização do cenário acaba demandando mais etapas, pois nem toda marcenaria cenográfica possui instrumental e pessoal para realizar os chassis de metal. A partir disso, o material precisará ser deslocado de um atelier a outro, o que aumentará os custos, mas essas decisões dependem do projeto; o conselho é concentrar tudo na marcenaria se o cenário for de pequeno porte. Observe que algumas tapadeiras com aberturas do tipo janela ou porta devem ser estruturadas para se manterem rígidas, principalmente quando o cenário for montado sobre o palco. Figura 64 – Esquema de montagem de um fundo de palco composto por painéis (tapadeiras ou trainéis) Figura 65 – Esquema de montagem de uma tapadeira com porta 155 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO Observação Muito cuidado com a estrutura dos praticáveis, a segurança dos atores deve ser priorizada. É melhor superestimar as medidas de peças estruturais que suportarão peso caso esteja em dúvida. O esquema de montagem de cenários com biombos é dos mais simples possíveis e pode ser experimentado em peças de teatro infantil ou amador. A cenografia ilustrada nas fotografias a seguir foi feita com esquadros de madeira revestidos de papelão e posteriormente encapados com tecidos, simulando papéis de parede. Foi uma produção para um grupo de teatro amador e feito com poucos recursos financeiros, mas com muita criatividade na elaboração dos adereços. Figura 66 – Teatro infanto‑juvenil, Clube Monte Líbano, 1996 Figura 67 – Teatro infanto‑juvenil, Clube Monte Líbano, 1996 Depois de tiradas as medidas do palco, foram iniciados os estudos, sempre com medidas na escala. A extensão do palco foi dividida em um número de biombos que fosse confortável de manipular no espaço do atelier, pois não havia recursos para contratação de uma marcenaria especializada. Os sarrafos foram cortados nas medidas do projeto e montados no atelier com auxílio de um cenotécnico. 156 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV Enquanto a estrutura era montada, a produção buscou fabricantes de placas de papelão e optou‑se pelo fornecedor com produtos mais resistentes e com maioresdimensões de placas. As placas foram grampeadas com reforço de cola branca nos chassis de sarrafo, depois de montados, os painéis foram encapados com tecidos e demais acabamentos. Cada biombo foi embalado com muito cuidado, pois no transporte o material poderia amassar por sua fragilidade. Para unir um biombo a outro usamos “sargentos”, o que dispensou a ajuda de cenotécnicos na montagem, bastando dois ajudantes orientados pelas cenógrafas. As portas retratadas na foto anterior são painéis planos pintados sobre algodão cru e colados sobre o mesmo papelão dos biombos. Os desenhos representam a perspectiva das portas abertas, sugerindo tridimensionalidade. O próximo exemplo de montagem teve como ponto de partida deixar a estrutura das tapadeiras aparentes, transformando‑as em estantes nas quais os atores armazenavam e retiravam seus objetos de cena necessários para cada momento. Este partido formal se deu por motivações financeiras a princípio, mas foi um processo interessante: por se tratar de um trabalho de conclusão do curso de Dramaturgia, apenas foi entregue o projeto de cenografia para que os próprios alunos do curso a construíssem em grupo. O importante é perceber como o material bruto (simples sarrafos) pode ter uma estética própria a ser explorada e que a iluminação é fundamental na dramaticidade do espaço. Lembrete Nunca se esqueça de medir as portas de acesso ao teatro. Meça as aberturas desde a área de descarga até chegar ao palco. Figura 68 – Curso de teatro Tuca PUC‑SP, 2002 As tapadeiras, como mencionamos anteriormente, devem ser pensadas a partir das medidas dos materiais para evitar excesso de emendas. 157 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO Figura 69 – Cenografia estruturada sobre palco Quando os painéis são pendurados no urdimento, a estrutura pode ser mais leve, já que estará suspensa nas varas. Figura 70 – Cenografia suspensa no urdimento 158 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV Observação Os cenários podem ser montados mesclando as duas soluções, coexistindo painéis suspensos no urdimento e painéis montados sobre o palco. Praticáveis Os praticáveis são plataformas de diversos formatos e dimensões que servem para elevar partes do cenário. Para dar um exemplo, quando o baterista de uma banda fica sobre uma base mais alta, ele está em um praticável, podemos formar uma passarela com os praticáveis. Quando forem redondos, chamamo‑nos de queijo, se forem bem baixos, de pizza; os praticáveis também servem para aumentar tamanhos de palco. Figura 71 – Ilustração de tipos de praticáveis Rodízios Os rodízios são opções simples para movimentação de cenografia no palco, mas atenção para a escolha das rodas, rodas “loucas” possuem um eixo que lhes permite virar 360º. Normalmente quando montamos um carrinho com quatro rodízios, dois são loucos e dois fixos, não se esqueça de escolher pelo menos dois com travas, dispostos entre eles na diagonal. 159 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO Figura 72 O exemplo a seguir mostra um cenário para uma peça sobre Nelson Rodrigues (1912‑1980), um importante dramaturgo brasileiro. Para esta encenação de Rodrigues, ser jornalista foi o mote da ambientação. Apesar de ser todo estruturado em madeira, o cenário era composto por inúmeras pilhas de jornal. Esse material é barato, mas não é fácil de trabalhar, pois torna‑se pesado e instável a partir de uma certa altura. Para manter a estabilidade e formas que desejávamos, foi necessário amarrar e estruturar. Figura 73 – Teatro Jovem, Clube Monte Líbano, 1997 O detalhe da foto mostra os atores sentados sobre cubos de amarrados de jornal montados sobre base de madeira encapada e rodízios. Esses cubos tinham múltiplas funções em cena, em um momento eram usados como cadeiras, em outro, viravam sofás, mesas e até palanques. Por isso, a movimentação tinha que ser facilitada, os rodízios utilizados suportavam o peso do jornal e do ator. Optamos por dois rodízios com trava colocados na diagonal para garantir a segurança dos atores. As dimensões do cubo também foram testadas para garantir que não tombassem. 160 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV Iluminação O cenógrafo não tem obrigação de saber montar e instalar equipamentos de iluminação cênica, no entanto, é importante conhecer os equipamentos básicos e quais os efeitos que cada refletor consegue obter. A cenografia depende imensamente da luz que incidirá sobre ela. Luz e cenografia são inseparáveis. A iluminação no teatro tem a intenção de aumentar a dramaticidade e criar ambiência, mas não deve nada ao realismo, como já abordamos anteriormente. A plateia estará assistindo ao espetáculo ao vivo e toda a iluminação visa à percepção da retina, já na televisão, a visão é mediada pelas lentes das câmeras e o resultado tende a ser achatado. Por isso, a iluminação em TV é tão importante e específica, para dar relevo e profundidade, além de naturalidade e realismo. Em televisão, temos três tipos de iluminação básica: • Luz-chave: esta é a principal fonte de iluminação da cena, criando sombras sob os objetos. • Luz de preenchimento: preenche de luz as sombras da luz primária para que possamos enxergar detalhes nas sombras. • Luz de cenário ou de ciclorama: luz de preenchimento do fundo do cenário. É feita através de encaixe gelatinas, material transparente colorido resistente ao calor dos refletores que corrige ou dá cor. Como o que vemos na telinha da TV não é o mesmo que vemos com nossos olhos no estúdio, a melhor forma de verificar se a luz está bem montada no cenário é através de um monitor de TV preto e branco ligado às câmeras. Se o resultado for bem contrastado estará tudo certo, se a imagem aparecer “lavada”, é porque algo não saiu bem na combinação de cores. Tipos de refletores e suas qualidades técnicas Figura 74 – Tipos de refletores: A) Ciclorama; B) Geladeira; C) Set‑Light; D) Minibrute; E) Scoop 161 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO • Ciclorama: esse refletor tem grande abertura angular e, por isso, serve para iluminar e colorir fundos de estúdio e de cenário que tenham a forma de ciclorama ou fundo infinito. Esse é um tipo de equipamento em que o LED ganhou muito espaço • Geladeira: são indicadas para preencher de luz fundos que não precisam de profundidade. • Set Light: gera um tipo de luz de foco difuso e largo, possui aletas para colocação de gelatinas. • Mini Brute: equipamento que fornece uma grande quantidade de luz, por isso pode ser usado para preencher grandes áreas. Figura 75 – Tipos de refletores : F) Moving Heads; G) Canhão Seguidor; H) Plano‑Convexo ou PC; I) PAR; J) Elypso • E. Scoop: esse refletor produz uma luz suavizada que preenche bem os espaços, por isso pode ser utilizado para iluminar plateias que não precisam de efeitos e focos definidos. Seu custo de locação é baixo, por isso está sempre presente nos estúdios e teatros. Movem‑se em torno de um eixo em todas as direções, projetando grafismos e cores em movimento. Alguns possuem movimentação complexa e opções de sobreposição e trocas de lentes. • Canhão seguidor: utilizado para seguir o movimento do ator com um foco de luz. Geralmente é operado manualmente e permite troca e mistura de cores. • Refletor PAR (canhão): seu foco é bem definido, com a forma oval e luz muito brilhante. • Plano convexo ou PC: muito usado no teatro, é um tipo de refletor muito versátil, pois com ele é possível conseguir vários efeitos – desde focos bem marcados até os indefinidos, além de banhos de cores e contraluz (luz vinda de trás). 162 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV• Elipsoidal: equipamento que consegue um foco muito definido, proporcionando luz dura (sem nuances ou efeitos, de grande contraste). O elipso é usado para projetar recortes de imagens em fundos de estúdios e teatros. As projeções são feitas através de gobos, são discos de metal que se encaixam em frente à lente do refletor com desenhos e grafismos vazados. • Fresnel: o nome do equipamento deve‑se à particularidade de sua lente, que foi inventada por um físico francês, Jean‑Augustin Fresnel, para ser colocada em faróis de sinalização marítima no século XIX. Seu desenho foi adaptado para equipamentos de televisão, pois a forma da lente consegue diluir a iluminação do centro à periferia, gerando reflexos menos marcados e sombras menos definidas. Encontramos esse tipo de equipamento em utilização nos teatros, estúdios de vídeo e filmagens para cinema. Veja a simulação de uma cena com e sem a utilização da lente: Figura 76 – Características da lente Fresnel 163 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO Figura 77 – Correção do reflexo com a lente Fresnel Resumo Através de desenhos, esquemas básicos de montagem de elementos cênicos, como tapadeiras, trainéis e praticáveis, vimos que o cenógrafo não faz nada sozinho, que ele depende de todos os técnicos para que a cenografia aconteça no prazo e de acordo com as aprovações dos responsáveis. Por isso, um bom cenógrafo mantém o clima de trabalho com bom astral, reconhecendo e valorizando as melhores habilidades dos que estão à sua volta, é importante estabelecer uma relação duradoura com sua equipe. Os cenotécnicos são os maiores aliados do cenógrafo, pois são eles os responsáveis pela construção material dos ambientes cênicos concebidos pelo cenógrafo. Ficou explicitado que um cenotécnico não é marceneiro comum, do tipo que faz móveis, monta e desmonta a cenografia, exige acabamentos e estruturas diversas de um móvel funcional. É importante tentar estagiar com bons profissionais, fazendo assistência a um diretor de arte ou cenógrafo, você poderá aprender a dominar as etapas de produção de um cenário, das construções de palco, dos materiais e dos jargões da cenografia. O iniciante deve montar um portfólio com 164 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV bons desenhos, tanto aqueles realizados no computador, como também à mão livre, capriche nas maquetes e nas fotos, organize tudo. Um bom portfólio deve abranger suas habilidades expressivas. Lembre‑se de que o teatro é um manancial de conhecimento para o cenógrafo, mesmo que ele se torne um profissional voltado para a televisão ou para eventos corporativos, conhecer as técnicas teatrais sempre será um diferencial no seu currículo. Para realizar um bom projeto de cenografia é necessário, além de boas ideias, conhecer bem os materiais com os quais podemos contar para a execução. Seja curioso, pesquise o que há de novo no mercado e suas especificações. Quais espessuras de compensado existem disponíveis? Será que esse plástico pode servir como revestimento? Ele estica? Enruga? Esteja aberto a experimentações. Um cenógrafo iniciante deve ser muito curioso sim, mas também deve aceitar, com humildade, as colocações de um profissional com experiência prática, a escuta acelera em muito seu processo de aprendizado. Exercícios Questão 1. Leia o trecho do texto Pensando Elementos do Cenário, de Sílvia Dotta, e as afirmativas a seguir: A primeira coisa ao pronunciarmos a palavra cenário é pensarmos em cena. Porém, vamos alterar brevemente este fluxo natural e pensar na palavra perspectiva. Todo filme, cenas de novela, vídeos educativos, de alguma maneira, baseiam‑se no conceito de perspectiva, o qual é rico de significações. Segundo Gadotti (2000) perspectiva vem do latim tardio perspectivus e é derivada de dois verbos: perspecto (olhar até o fim, examinar atentamente) e perspício (olhar através, ver bem, olhar atentamente, examinar com cuidado, reconhecer claramente). Em uma cena, portanto, o conceito de perspectiva auxilia que o vídeo ganhe maior apreensão, que as ideias vinculadas sejam mais bem assimiladas. Adotamos aqui o conceito não pela ótica física, mas pela filosófica, entendendo perspectiva como uma antecipação qualquer do futuro (Abbagnano, 1998). Pensar em cenário é, enfim, pensar em antecipar e aprimorar um olhar sobre uma cena futura, a qual não se faz apenas por um texto escrito ou por um áudio, mas por imagens. O cenário neste ponto de vista não é meramente um adendo, ao contrário, ele será responsável por fazer com que as ideias do seu vídeo sejam potencializadas, já que as imagens, vinculadas a um escopo artístico, afastam‑se de uma racionalidade comum e permitem a apreensão da realidade por outras formas que não as impostas por um pensamento lógico formal. Cabe ressaltar que as “imagens não reproduzem o real, elas representam ou o reapresentam” (Novaes, 2008, p. 456). É importante que você pense nisso ao planejar o cenário para seu vídeo, todos os elementos devem estar em perfeito arranjo 165 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENOGRAFIA E VITRINISMO para construir um contexto favorável à percepção da ideia vinculada. Muitas vezes, uma mensagem é veiculada apenas com uma imagem ou por um conjunto delas, o que aumenta a responsabilidade pela escolha dos elementos do cenário. Outro dado que reforça este argumento é o fato de que as imagens têm um caráter paradoxal: por um lado estão eternamente ligadas ao seu referente concreto, por outro, são passíveis de inúmeras leituras, dependendo de quem é o receptor (Novaes, 2008, p. 457). Disponível em: <http://proec.ufabc.edu.br/uab/index.php/aulaslpt/47‑ rpv/aulas‑producao‑de‑video/modulo‑1/288‑texto‑8>. Acesso em 26 nov. 2018. I – De acordo com a autora, a palavra cenário não deve ser relacionada à palavra cena, mas à palavra perspectiva. II – Perspectiva, em uma visão filosófica – segundo o texto –, significa antecipação do futuro. III – Filosoficamente falando, a ideia de cenário está ligada à antecipação e ao aprimoramento do olhar sobre uma cena futura. Está correto o que se afirma apenas em: A) I, II e III. B) I e II. C) II e III. D) I e III. E) III. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: a palavra cenário está ligada à palavra cena e à palavra perspectiva; segundo a autora, mais a esta do que àquela. Não diz, no entanto, que o termo cenário não deva ser relacionado ao termo cena. II – Afirmativa correta. Justificativa: perspectiva, em uma abordagem filosófica, representa uma antecipação do olhar. 166 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Unidade IV III – Afirmativa correta. Justificativa: cenário é a concretização dessa antecipação. Questão 2. Leia o conceito a seguir. Técnica de efeito visual que consiste em colocar uma imagem sobre outra através da anulação de uma cor padrão, como, por exemplo, o verde ou o azul. É uma técnica de processamento de imagens cujo objetivo é eliminar o fundo de uma imagem para isolar as personagens ou objetos de interesse que, posteriormente, são combinados com outra imagem de fundo. Disponível em <http://proec.ufabc.edu.br/uab/index.php/aulaslpt/47‑r pv/aulas‑producao‑de‑video/modulo‑1/288‑texto‑8>. Acesso em 26 nov. 2018 (com adaptações). O conceito diz respeito a: A) Iluminação. B) Grafismo. C) Áudio. D) Chroma Key. E) Posicionamento de câmera. Resolução desta questão na plataforma. 167 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 7 ARGAN, G. C. Clássico, Anticlássico: o Renascimento de Brunelleschi a Brueguel. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 288. Figura 9 DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotaçõesde um cenógrafo e o discurso da cenografia. São Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 190. Figura 10 DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 51. Figura 12 DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 212. Figura 13 RATTO, G. Antitratado de cenografia: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Editora Senac, 1999. p.87. Figura 14 DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 219. Figura 16 DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 257. Figura 17 NEUMANN, D. org. Film Architecture: sets design from Metropolis t Blade Runner: Munich‑New Yorl: Prestel, 1996. p. 50. Figura 18 DROSTE, M. Bauhaus archiv: 1919‑1933. Berlin: Taschen. 1993. p. 102. 168 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Figura 19 ARGAN, G. Walter Gropius e a Bauhaus. Lisboa: Editorial Presença, 1984. p. 103 e 105. Figura 20 URSIC, G. U. Josef Svoboda: Scenographer. Union of the Theatres of Europe: Paris, [s.d.]. p.50. Figura 21 URSIC, G. U. Josef Svoboda: Scenographer. Union of the Theatres of Europe: Paris, [s.d.]. p.95. Figura 24 ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 599. Figura 25 BENEVOLO, L. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2014. p. 588. Figura 26 JODIDIO, P. Serpentine Gallery Pavillions. Germany: Taschen. [s.d.]. 2001. p. III. 9. Figura 27 JODIDIO, Phipip. Serpentine Gallery Pavillions. Germany: Taschen. [s.d.]. 2001. p. X. 11. Figura 36 GOUDET, Rafael, 2018. Figura 37 GOUDET, Rafael, 2018. Figura 41 GOUDET, Rafael, 2018. Figura 46 VM+SD MAGAZINE. Visual Merchandising. ST Publications: Ohio, 1997. p. 121. 169 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Figura 48 VM+SD MAGAZINE. Visual Merchandising. ST Publications: Ohio, 1997. p. 92. Figura 51 GOUDET, Rafael, 2018. Figura 52 VM+SD MAGAZINE. Visual Merchandising. ST Publications: Ohio, 1997. p. 42. Figura 53 MAGRITTE, R. A sala de audição. 1952. Tinta a óleo. 45 cm x 54 cm. Figura 54 CÉZANNE, P. O cesto de maçãs. 1895. Tinta a óleo. 65 cm x 80 cm. Figura 55 VAN GOGH, V. Doze girassóis numa jarra. 1888. Óleo sobre tela. 91 x 72. REFERÊNCIAS Audiovisuais ABSTRACT: The Art of Design. Tremolo Productions; RadicalMedia. Episódio 3: Es Devlin. Netflix, 2017. 43 minutos. A CAVERNA dos sonhos esquecidos. Dir. Werner Herzog. EUA: IFC Films, 2013. 90 minutos. CISNE Negro. Dir. Darren Aronofski, EUA: Cross Creek Pictures; Phoenix Pictures; Protozoa Pictures; Dune Entertainment, 2011. 108 minutos. ELEKTRA. Dir. Rob Bownan. Canadá; EUA: 20th Century Fox, 2005. 97 minutos. O GLADIADOR. Dir. Ridley Scott. EUA: Scott Free Productions; Red Wagon Entertainment, 2000. 154 min. A INVENÇÃO de Hugo Cabret. Dir. Martin Scorcese. EUA: GK Films, 2012. 126 minutos. SEM destino. Dir. Dennis Hopper. EUA: 1969. 94 minutos. 170 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 O SHOW de Truman. Dir. Peter Weir. EUA: Paramount Pictures, 1998. 103 minutos. VIAGEM à Lua. Dir. Georges Méliès; França. 1902.16 minutos. VIAGEM à Lua. Dir. Georges Méliès; França. 1902.16 minutos. Textuais ARGAN, G. C. Walter Gropius e a Bauhaus. Lisboa: Editorial Presença, 1984. ___. Clássico, Anticlássico: o Renascimento de Brunelleschi a Brueguel. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. ___. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. BECKS‑MALORNY, U. Cézanne. Colônia: Taschen, 2001. BENEVOLO, L. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2014. BERTHOLD, M. História mundial do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2001. BLUR Building. Dsrny, [s.d.]. Disponível em: <https://dsrny.com/project/blur‑building?index=false&tags =installation§ion=projects>. Acesso em: 29 nov. 2018. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Capítulo XIX – Dos crimes de trânsito. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm>. 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Bahia é destaque nacional em arquitetura efêmera. [s.d.]. Disponível em: <http://www.cauba.gov.br/bahia‑e‑destaque‑nacional‑ em‑arquitetura‑efemera/>. Acesso em: 21 dez. 2018. DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São Paulo: Sesc; Senac, 2009. DEMETRESCO, S. Vitrina: construção de encenações. São Paulo: Educ, 2001. ___. Vitrina e exposições: arte e técnica do visual merchansiding. São Paulo: Érica, 2014. ___. Vitrinas entre vistas: merchandising visual. São Paulo: Senac, 2004. DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisagistas e designers de interiores. 2. ed. Tradução de Renate Schinke. São Paulo: Bookman, 2007. DROSTE, M. Bauhaus archiv: 1919‑1933. Berlin: Taschen, 1993. EBSTER, C. Design de loja e merchandising visual: criando um ambiente que convida a comprar. São Paulo: Saraiva, 2013. ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO (ECAD). [s.d.]. 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É importante que essas tradições sejam registradas, pois são patrimônios imateriais da cultura técnica da profissão. As ilustrações têm o objetivo de ajudar a entender certos mecanismos e especificidades da cenografia, cenotécnica e da arquitetura teatral. ABRAÇADEIRA: peça de metal de vários tamanhos, tipos e formas, servindo para conectar, fixar elementos ou peças de equipamentos cenográficos. ACÚSTICA: qualidade da propagação de som em uma sala de espetáculo. ADERECISTA: profissional encarregado da organização dos adereços cênicos do espetáculo. Confecciona bonecos e trabalhos em metal, isopor, tecidos, arames, gesso, entalhes em madeiras. ADEREÇOS: indumentária, objetos que participam na composição de cenários. AFINAÇÃO: ajuste da posição das varas ou peças da vestimenta cênica, nivelando alturas e distâncias. Usa cordas ou cabos. ALÇAPÃO: abertura escondida no chão do palco, por onde entram e saem os atores. Figura 1 ‑ Esquema de alçapão sob palco com sistema manual de corda vai‑e‑vem 175 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 AMARRAÇÃO: para fixar o cenário usa‑se pedaços de sarrafo, esquadros, mãos francesas, evitando que balance. Figura 2 ‑ Ilustração de americana de cortina com carrinho (MARTINS, 2009, p. 16) AMERICANA: treliça de madeira onde se apoiam cenários ou cortinas. Geralmente com largura em torno de 30 cm e comprimento de uma vara, reforçada para suportar peças de maior peso. APONTAR: colocação de um prego deixando aproximadamente 5 cm para fora para maior facilidade no desmonte. Dizemos “deixar o prego apontado”. ARARA: peça feita em madeira ou estrutura tubular com pés para suportar figurino no camarim. ARENA: área circular central, onde se exibem os artistas. Palco no teatro grego. Picadeiro no circo, onde se dá o espetáculo. ARQUIBANCADA: assentos colocados sobre estrutura geralmente metálica em espaços de usos diversos. 176 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 ARQUIBANCADA RETRÁTIL: assentos e encostos dobráveis, fixados em estruturas telescópicas. Utilizada em teatro black‑box ou salas multiusos. ARQUITETURA CÊNICA: é toda arquitetura que se relaciona mais diretamente com o espetáculo, sua estruturação e organização espacial, iluminação palco e plateia. ASSOALHO: o piso do palco. Deve ser em madeira pela facilidade de implantação do cenário, som e ter boa estabilidade para os atores. A madeira deve ter encaixe macho‑fêmea. AUDITÓRIO: local projetado para atender a realização de conferência ou eventos que não envolvam equipamentos cênicos. Contém equipamentos de som e luz para necessidades específicas. BALCÕES: locais com assentos para o público localizados acima da plateia. São geralmente dispostos no fundo da sala, podem avançar pelas paredes laterais até a boca de cena, fazem‑se necessários em teatros tipo ferradura. BAMBOLINA: faixa de pano, normalmente preta, que serve para dar o acabamento no entorno e/ou parte superior do palco, tornando invisíveis para a plateia as varas de luz e outros equipamentos. A bambolina pode ser confeccionada em tecido ou ainda em forma de trainel. Figura 3 ‑ Ilustração de uma bambolina de tecido BANDEIRA: conjunto de quatro placas metálicas com inclinações reguláveis fixadas em alguns tipos de refletores para direcionamento e foco variável da luz. BIFE: gíria teatral que significa uma fala importante, mais longa dentro de um diálogo em cena. Um bife é uma boa oportunidade de atuação para o ator. 177 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 BLACK-OUT: completo escurecimento do palco, para troca de cena, de atmosfera ou de atores. BASTIDOR: armação de madeira, forradade tecido, geralmente situada nas partes laterais do palco para junto com as bambolinas formar um conjunto que define as coxias. Pode compor o fundo ou as paredes de cenários. BILHETERIA: local do teatro onde se vendem ou reservam ingressos para o espetáculo. BOCA DE CENA: espaço visual da cena. É o recorte da parede frontal do palco, pode ser controlada por reguladores horizontais e verticais. BIOMBO: dois ou mais painéis unidos de forma angulada para esconder ou guardar objetos de cena ou atores. BONECO: figura usada em teatro como adereço cênico. Confeccionado em madeira, louça, trapo ou, papel machê para imitar uma pessoa. Termo usado também para modelo gráfico de um programa ou cartaz. CABINE DE CONTROLE: sala onde são instalados os equipamentos para controle dos sistemas de iluminação cênica e sonorização, geralmente situadas nos fundos das salas. CAIXA CÊNICA: a caixa onde se situam as estruturas do palco e os maquinismos cênicos de forma volumétrica. CAMAREIRA: pessoa encarregada de cuidar das peças de roupas dos atores, providenciando sua limpeza e lavagem. Auxilia tanto atores como figurantes a vestirem‑nas, organiza o guarda‑roupa e cuida da sua embalagem em caso de viagem. CAMARIM: local da caixa dos teatros onde os atores descansam, vestem os figurinos e se maquiam. CANHÃO: refletor potente; se for do tipo seguidor, é utilizado para acompanhar o movimento dos atores e bailarinos. CARPINTEIRO TEATRAL: profissional que produz peças cenográficas de madeira: portas, janelas, mobílias etc., projetados pelo cenógrafo. CENÁRIO: espaço onde decorre a ação dramática, cena e dispositivos cênicos. CENÁRIO DE GABINETE: são cenários realistas e reproduzem, por exemplo, um interior de casa ou apartamento. CENOGRAFIA: estudo, criação, projeto e execução de cenários para espetáculos de teatro, de cinema, de televisão, de shows etc. 178 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 CENÓGRAFO: aquele que cria, projeta e orienta a montagem do projeto cenográfico. CENOTÉCNICO: técnico que executa e faz funcionar cenários e dispositivos cênicos. CICLORAMA: grande tela semicircular, geralmente em cor clara, situada no fundo da cena para simular fundo infinito. “COMER GATO”: termo usado para apontar que o pintor esqueceu de pintar algumas partes do cenário. CONTRAPESO: no teatro, utilizado para aliviar o peso e facilitar subidas e descidas das varas que sustentam cenários, cortinas, pernas ou bambolinas. Figura 4 ‑ Dois esquemas de contrapeso para varas CONTRA-REGRA: pessoa que tem como função cuidar dos cenários e objetos de cena, apontar as entradas e saídas dos atores, dirigir as movimentações dos maquinários cênicos, distribuir horários e informações. CORDA VAI-E-VEM: corda ligada ao sistema de polias que permite abrir/fechar, subir/descer elementos de cena. 179 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Figura 5 ‑ Esquema de cordas e polias da corda vai‑e‑vem CORTINA: peça feita em tecido ou material sintético, que ampara o palco. Chamada de pano de boca, pode subir e descer ou abrir e fechar lateralmente. CORTINA ALEMÃ: cortina inteiriça, fixada na parte superior a uma barra horizontal e que sobe para abrir a cena. CORTINA A POLICHILENO: cortina teatral, inteiriça, com um tubo inferior e que se abre ao ser içada por duas cordas que a enrolam de baixo para cima. CORTINA CORTA-FOGO: cortina produzida em tecido antichamas para proteção contra incêndios, podendo também ser, em alguns casos, uma porta corta‑fogo, produzida em material rígido para o mesmo fim. CORTINA DE BOCA: cortina usada na boca de cena que se movimenta nos sentidos laterais, fechando ou abrindo nas mudanças de atos, encerramentos ou aberturas das sessões. CORTINA DE MANOBRA e CORTINA RÁPIDA: cortinas leves, situadas atrás do pano de boca e que são usadas para fechamentos rápidos para troca de cena. 180 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Figura 6 ‑ Cortina de manobra e Lambrequim CORTINA VENEZIANA: possui plissado (pregas) no sentido vertical; seu pano inteiriço fica suspenso, criando gomos de acordo com o plissado. COXIA: espaços de serviço e circulação localizados nas laterais e fundo do palco, não visíveis ao público. Na coxia, os atores aguardam para entrar em cena e a cenografia é posicionada para mudanças de cena. CHROMA KEY: essa técnica consiste em selecionar nos frames gravados uma única cor sólida para que seja anulada e recortada da imagem gravada. Após o recorte, é possível preencher o espaço com outra imagem estática ou animada. As cores recomendadas são as do sistema RGB, ou seja, o azul, o verde ou o vermelho. CUTELO: um sarrafo de cutelo é estruturado de pé, no sentido da sua grossura. O sarrafo pode ser utilizado deitado ou de cutelo. Dizemos também que o sarrafo foi colocado “de topo”. DIGITAL BACKLOTS: técnica para efeitos audiovisuais que permite a inclusão de qualquer elemento em cena, virtualmente. É montado um estúdio equipado com um conjunto de câmeras de alta resolução, fundos infinitos e um parque de iluminação capaz de emular a mesma qualidade de luz do cenário virtual ao cenário físico. A aposta está no acervo de imagens em altíssima resolução e no parque de equipamentos utilizados. DIMMERS: equipamento de iluminação cênica que possibilita o controle da intensidade de funcionamento dos refletores e seu acender e apagar, comandados por uma mesa de iluminação cênica. DISCO GIRATÓRIO: trecho de piso em forma de disco apoiado sobre o palco ou embutido nele (quando então é chamado de palco giratório). Pode constituir‑se de um único, grande, ou de dois ou três menores, próprio para espetáculos com várias mudanças de cena. 181 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 DOCUDRAMA: termo para designar um gênero televisivo situado entre a ficção e o documentário, utilizando o recurso da atuação dramática para reconstituir uma história verídica. ELEVADORES: divisões do piso do palco para cima e para baixo. Podem ocupar todo o palco ou apenas parte dele. O controle pode ser manual, elétrico, hidráulico etc. Existem elevadores que, além de subir e descer, possibilitam inclinação e montagem de rampas. Próprio dos palcos dos grandes teatros. ENSAIO CORRIDO: ensaio completo, com técnica e atores, no qual a peça é repassada integralmente para conferência final de todos os detalhes técnicos. ENSAIO TÉCNICO: ensaio para marcação da luz, som e cenografia, computando os tempos de trocas de cena e corrigindo possíveis discrepâncias. ESPAÇO CÊNICO: espaço onde se dá a cena. Coincide com o palco, em espaços alternativos pode chegar a abranger toda a sala. ESQUADRO: igual à mão francesa; artefato em madeira ou metal que serve para estabilizar tapadeiras, em forma de L, parafusado ou colado. FIGURINISTA: pessoa que cria e orienta confecção dos trajes para um espetáculo em geral. FIGURINO: vestimenta pela qual os atores caracterizam seus personagens de acordo com sua natureza, a época e o local da ação. Traje de cena. FORRO ACÚSTICO: nos teatros, os forros devem ser feitos de material próprio para absorção e reflexão de sons, calculados para um bom rendimento acústico. FOSSO DE PALCO: espaço localizado sob o palco, dando acesso por meio de alçapões, ali são instalados elevadores, escadas e outros equipamentos para efeitos de saída ou aparição em cena. FOSSO DE ORQUESTRA: espaço onde se instala a orquestra, abaixo e à frente do palco. FOYER: saguão adjacente à sala de espetáculos, para a reunião do público antes, depois ou nos intervalos do espetáculo. FRAME: é um termo utilizado no audiovisual, de origem inglesa, que significa quadro ou fotograma. É uma unidade de medida que contabiliza o número de imagens por segundo que um dispositivo eletrônico capta. FRESNEL: são lentes finas de grande abertura e curta distância focal, que permitem,por seu desenho, a passagem de mais luz que outras lentes. FUGA: local destinado às saídas de cena dos atores, muitas vezes através de rampas e escadas não visíveis pelo público. 182 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 FUMAÇA: utiliza‑se fumaça produzida a partir de produtos químicos inodoros, não tóxicos ou prejudiciais às pessoas. Geralmente é produzida por máquinas específicas para esse fim, chamadas de máquinas de fumaça. FUNDINHO: tela pintada para cobrir lacunas de janelas, portas e fundos de balcões e balaustradas. Geralmente retratam paisagens. FUNDO INFINITO: é um plano de fundo que serve para cenas nas quais o horizonte não aparece. Muito usado em estúdios de fotografia, cinematográficos e de televisão. FUNDO NEUTRO: sinônimo de ciclorama, muito comum em estúdios de televisão e de fotografia. Normalmente possui uma cor única: branca, cinza ou, eventualmente, preta. GALERIA: assentos contínuos para os espectadores localizados acima dos balcões. Acompanha as paredes laterais e o fundo da sala de espetáculos. GALHARUFA: espécie de trote ou brincadeira comum no meio teatral, na qual os atores fazem troça dos iniciantes. GAMBIARRA: termo utilizado para designar instalações improvisadas de cenotécnica ou iluminação cênica. Também pode ser um termo referente à arrumação de luzes em calha, colocada sobre a ribalta ou sobre a plateia. Figura 7 ‑ Ilustração de gambiarra (eletricidade/iluminação cênica) GANCHOS: usados nos cenários para pendurarem elementos cênicos, cordas, roupas etc. 183 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 GARRA: peças de formato variados para fixação de refletores e outros equipamentos às varas de cenografia e iluminação cênica. GELATINA: lâmina de material transparente, poliéster ou policarbonato, colocada em frente aos refletores para colorir, corrigir ou filtrar luzes. É feita de material resistente ao calor dos refletores. Antigamente, quando não havia tecnologia, era feita de gelatina de tutano de animais. GOBO: disco em metal ou vidro utilizado para a projeção de efeitos luminosos, de logomarcas ou grafismos, utilizados para mascaramento do feixe de luz. Os gobos de vidro podem ser coloridos. GRAMPO: utilizado em teatro para fixação de tecidos, papéis e emborrachados em painéis, sarrafos e tapadeiras. Utiliza‑se para isso um grampeador especial. GUINCHO: máquina que contém um ou mais tambores presos a um eixo horizontal. Pode se movimentar manualmente ou através de energia elétrica, servindo para movimentar varas e outros equipamentos. ILHÓS: orifícios geralmente guarnecidos de aro metálico por onde se passa uma fita ou cordão. Utilizados na confecção de figurinos e, em cenotécnica, para a passagem dos cadarços de amarração de telões, cortinas e outras peças de vestimenta cênica. ILUMINADOR: o iluminador cria efeitos de luz, próprios e necessários à atmosfera do espetáculo, determina as cores, intensidades, afinação e sequência de acendimento dos refletores, além de geralmente programar a mesa de controle. O iluminador cria, o eletricista, diferentemente, é quem monta. ILUMINAÇÃO CÊNICA: conjunto de equipamentos e técnicas que compõem o sistema de iluminação de uma sala de espetáculos, composta por varas, tomadas, refletores, equipamentos de comando etc. LAMBREQUIM: uma espécie de acabamento na cortina da boca‑de‑cena. Geralmente franzida e colocada na parte superior à frente do pano de boca. Pode ser trabalhada ou lisa. LEVADIÇO: elemento cênico que pode ser levantado e baixado em cena por meio das manobras. LINÓLEO: tapete de borracha especial colocado como forração do piso do palco, com função de proteção e/ou acabamento acústico, também utilizado para amortecer o impacto dos movimentos, geralmente utilizado em espetáculos de dança. LUZ ALTA: iluminação proveniente de refletores instalados sobre a cena. Geralmente o efeito é de uma luz mais geral, sem recortes ou diferentes intensidades. LUZ ATENUANTE: tipo de iluminação que auxilia no design luminotécnico da cena por eliminar e corrigir sombras indesejáveis geradas pela luz‑chave (descrita a seguir). LUZ A PINO: a iluminação a pino emula a luz do sol em seu ponto mais alto, do meio‑dia. 184 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 LUZ BÁSICA: luz difusa e uniforme, ajustada de maneira a não produzir sombras. LUZ-CHAVE: luz que incide diretamente sobre pessoa ou objeto, produzindo sombra e evidenciando a posição das fontes de luz e dos refletores. LUZ DE CHÃO: iluminação resultante de refletores posicionados em média e baixa altura nas laterais do palco, em direção ao chão. É um efeito muito usado em espetáculos de dança por valorizar os pés. LUZ CRUZADA ou CROSS-LIGHT: feixes de luz posicionados em diagonal e à frente da pessoa ou objeto. LUZ ESTROBOSCÓPICA: essa luz especial acende e apaga em vibração constante e rápida, produzindo um efeito especial de movimento. LUZ LATERAL: luz proveniente das coxias. LUZ ZENITAL: luz resultante de refletores posicionados no alto do palco, iluminando do alto para baixo. Também chamada top‑light. LUZ DE SERVIÇO: iluminação usada quando se está montando um cenário ou trabalhando no palco fora do horário de espetáculo. MACACO DE ROSCA: elemento usado para sustentar plataformas e o piso do palco, utilizado para regulagem de altura das quarteladas e para permitir a abertura do fosso. MACHO E FÊMEA: tipo de união de peças de madeira. Os pisos de palco devem ser construídos utilizando esse sistema. MALAGUETA: pequenas varas de madeira ou de ferro chanfrado nas pontas, dispostas em série contínua nas traves da varanda, nas quais se amarram as cordas que sustentam os cenários do urdimento. MANOBRA: conjunto de no mínimo três cordas ou cabos de aço, que pendem do urdimento, onde se fixam as varas de cenário. MÃO FRANCESA: peça triangular, de madeira ou metal, usada para sustentação de elementos cenográficos ou cenotécnicos. 185 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Figura 8 ‑ Ilustração de mão francesa de madeira MAQUETE: em teatro, é um modelo de cenário em uma escala reduzida. Muito útil para a visualização do projeto e para as marcações que serão feitas pelo diretor. MAQUIADOR: pessoa que faz o trabalho de caracterização na maioria das vezes facial dos personagens de um espetáculo teatral. MAQUINARIA: maquinismos e suas estruturas cênicas de palco de teatro. Varas manuais, elétricas, elevadores, alçapões, quarteladas, manobras, pontes etc. MAQUINISTA: profissional encarregado da manipulação dos maquinários de um teatro, monta cenários. MAQUINISTA DE VARANDA: pessoa encarregada do controle das manobras e demais equipamentos do urdimento. MÁSCARAS: estilizadas ou não, emulam o rosto humano ou animal; são esculpidas em argila, cortiça, isopor, massas diversas etc., guarnecidas de texturas, cores. São a expressão fisionômica do ator, refletindo o estado emocional do personagem que ele interpreta. MOITÃO: equipamento de metal dentro da qual há uma roldana e uma catraca, por onde passam cordas ou correntes. Servem para elevar e baixar peças pesadas com menor esforço através do trabalho de polias. 186 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Figura 9 ‑ Ilustração de moitão MOLINETE: peça de uso manual com caixa, base, gorne, eixo e manivela. Utilizado para movimentar varas de luz, cortinas, palcos, elementos giratórios etc. MONTA-CARGAS: tipo de elevador usado na construção civil, grande e aberto. Serve para levar cenário e grandes máquinas do subsolo ao palco. MOODBOARD: o mesmo que painel semântico, é uma ferramenta gráfica muito usada por designers de todas as áreas de atuação para organizar e traduzir visualmente uma ideia, definir um estilo. NÓ: no teatro há nós fixos e nós que saem com apenas um puxão. PALCO: é o espaço destinadoàs representações, em geral são tablados de madeira fixos, giratórios ou transportáveis. Os palcos assumem as mais variadas formas e localizações em função da plateia, que pode situar‑se à frente dele ou circundá‑lo por dois ou mais lados. PALCO ELISABETANO: feito de madeira, com aproximadamente 12 m de largura e 8 m de profundidade, com duas colunas frontais e duas portas laterais. Poderia haver uma galeria para músicos e portas nos fundos. 187 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 Figura 10 ‑ Palco elisabetano baseado na forma do Globe Theater, em Londres, construído para a companhia de Shakespeare PALCO GIRATÓRIO: palco dotado de piso giratório promovendo mudanças rápidas de cenários. PALCO ITALIANO: possui formato retangular com a caixa aberta na parte anterior, situado frontalmente em relação à plateia, provido de moldura (boca‑de‑cena) e, geralmente, de bastidores laterais, bambolinas e cortina ou pano‑de‑boca. É o mais utilizado no Brasil. PANO-DE-BOCA: tecido movimentado no sentido vertical, logo atrás da boca‑de‑cena, usado entre os atos de uma peça. PANO-DE-FUNDO: diversos telões ou cortinas que encerram o fundo o cenário. PASSARELA: em teatro, são pontes de estrutura metálica posicionadas próximas do forro da plateia, para acesso de equipamentos e varas de iluminação (manutenção e afinação de refletores). PASSARELA DE SERVIÇO: situada na parede de fundo do palco, entre as coxias, serve à circulação de maquinistas na função. PERNA: bastidor que não é estruturado. Trata‑se de um pano solto, desde acima da boca de cena até o chão, serve de demarcação lateral do espaço cênico, evita vazamentos de cena. Serve também para regular a abertura de boca do palco. 188 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 PERSPECTIVA: técnica de representação tridimensional, utilizada em locais planos, para dar ilusão de forma, profundidade e espessura próximos da visão real. PESO: objeto feito de vários materiais como ferro, pedra ou areia, usado para fazer fixação ou contrapeso dos cenários ou parte deles quando amarrado na ponta da corda que sobe para a roldana no urdimento, também no pé do esquadro, para firmá‑lo. PINTURA: cobertura com tinta dos cenários ou elementos de cena nas mais variadas cores e texturas, também chamada pintura de liso. PINTURA DE ARTE: é o tratamento da superfície, serve para criar a atmosfera do cenário, também é produção de quadros, filetes. O pintor de telão é considerado um pintor de arte. PLANTA DO PALCO: planta onde o diretor e o cenógrafo marcam o movimento dos atores e simulam a linha de visão dos expectadores e possíveis posições que seriam prejudicadas. PLATEIA: local reservado para os espectadores, a partir do palco, de preferência inclinados para dar boa visibilidade. POLIA: tipo de roldana utilizada para guiar os cabos de suspensão de uma vara (de luz ou cenografia) e outros equipamentos cenotécnicos. Existem vários tipos de polias, como polia de base, polia de cabeça, polia de urdimento etc. Figura 11 ‑ Ilustração de polias de acordo com o sentido do deslocamento: vertical ou horizontal PONTE: passarela localizada no interior do palco, dividindo a caixa cênica no sentido paralelo à boca de cena. PORÃO: espaço situado abaixo do palco, com um ou mais níveis, para movimentação de maquinaria cênica ou como recurso cenográfico. 189 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 PRATICÁVEL: estrutura usualmente em madeira revestida ou pintada com tampo firme, usada nas composições dos níveis dos cenários onde se faz uma apresentação. É construído em diversas dimensões e formatos, normalmente modulado, para facilitar as composições, e pode conter pequenas rodas. PROSCÊNIO: parte do palco que avança além da boca de cena, normalmente em curva, que se projeta para a plateia, delimitando o fosso da orquestra ou cobrindo‑o. QUARTELADA: pranchões que formam piso do palco e podem ser removidos manual ou mecanicamente. Em geral, medem 2 m x 1 m e sua colocação no palco é feita com a face maior paralela à boca‑de‑cena. QUEIJO: qualquer praticável de forma circular. RAMPA: praticável em desnível. REFLETORES: equipamento que reflete facho de luz com abertura regulável promovido pelo deslocamento anteroposterior da lâmpada. REGULADOR HORIZONTAL: reguladores rígidos para boca de cena no sentido de sua altura. O movimento de subir e descer é feito através de cabos de aço, definindo a altura da boca de cena. REGULADORES VERTICAIS: são dois bastidores móveis, geralmente correndo em trilhos, logo atrás da boca de cena. A movimentação lateral dos bastidores define a largura da boca de cena. RIBALTA: renque de lâmpadas instaladas no chão do proscênio, dispostas em rebaixo oculto para o público por meio de anteparo. As luzes da ribalta devem ser corrigidas pela iluminação cênica, pois só iluminam os atores por baixo. RODA LOUCA ou MALUCA: rodízio que gira em torno do seu eixo. Utilizada em praticáveis e elementos cênicos, permitindo mudança de direção para quaisquer lados. ROLDANA: polia de metal para deslize de cabos de aço. ROTUNDA: peça usada no fundo de palco, geralmente em flanela veludo ou feltro com caimento reto para delimitar a profundidade do espaço cênico. SACO DE AREIA OU PEDRA: bolsa de tecido recheada de areia, concreto ou pedra servindo como contrapeso. SAIA: arremate de algumas cortinas, carros ou praticáveis em tecido. Às vezes utiliza‑se tecido grampeado. SAPATA: suporte de base para instalação de elementos verticais. 190 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 SARGENTO: ferramentas usadas para fixar peças de forma rígida e segura durante a colagem, montagem e marcação da madeira. Na cenografia, os sargentos são usados para fixar cenários e refletores. Seus grampos impedem que biombos, por exemplo, se separem ou se movimentem. Figura 12 ‑ Ilustração de sargento tipo C SARRAFO: pedaço de madeira comprido de seção retangular, muito utilizado pelos cenotécnicos na construção de vários elementos cênicos, como mão francesa, tapadeiras, painéis, praticáveis, escoras e emendas de madeiras. SERRALHERIA: oficina para trabalhos em ferro, primordial na execução de projetos cenográficos. SITCOM: abreviatura da expressão anglicana situation comedy. Esse formato televisivo e cômico é geralmente gravado com plateia ao vivo. Trata de personagens tipo comum encenando histórias corriqueiras, como reuniões de amigos ou o dia a dia no ambiente de trabalho. TABLADO: chapas de compensado muito utilizadas em espécie de palco improvisado, criando uma estrutura de apoio. TAPADEIRA: painéis rígidos, usados para composições de cenografia. TAPETE: colocado sobre o piso para absorver ruídos no palco cenográfico. TELÃO: grande painel de tecido pintado, com pintura realista, ou não, utilizado no fundo do palco. TRAINEL: uma espécie de tapadeira, sempre armado com tecido ou lona esticada e pintada. Há trainel liso, trainel fixo, trainel com rodinhas, trainéis de proteção etc. TRAMBOLHO: lastro preso à ponta de uma manobra (conjunto de três cordas) sustentando vara ou cenário que não esteja em uso, de modo que propicie sua descida rapidamente. TRAQUITANA: refere‑se aos truques feitos e idealizados por cenógrafos e aderecistas. TRANSPARÊNCIA: tela transparente usada no palco para cobrir, total ou parcialmente, um plano vertical. 191 Re vi sã o: S he ila - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 01 /1 9 TRAVAMENTO: maneira de que os cenotécnicos lançam mão para fixar e tornar rígidos os cenários, impossibilitando sua movimentação. TRAVE: pedaço de madeira utilizado na sustentação ou reforço de uma estrutura de cenografia. TRAVESSÃO: sarrafo de madeira utilizado para unir painéis entre si. TRÊS TABELAS: caixas de madeira bastante resistentes compostas por três medidas diferentes, podendo ser utilizadas
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