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Instrumentais cirúrgicos -É todo conjunto de objetos, instrumentos ou equipamentos que entra em contato direto ou indireto com a região operatória, para execução de determinado procedimento cirúrgico. -Procedimento cirúrgico é dividido em 3 etapas: Diérese; Hemostasia; Síntese. -material básico (cirurgia geral), neurológicos, ortopédicos, oftálmicos, cardiovasculares; ★ Bisturis - instrumento de corte usados para cortar o tecido; cabos de bisturi reutilizáveis (nº 3 e 4) com lâminas destacáveis são os mais utilizados em medicina veterinária; existem cabos de bisturi e lâminas descartáveis; Bisturis descartáveis com trava de retração são feitos para minimizar o risco de ferimentos cirúrgicos causados pela lâmina enquanto esta é trocada entre as etapas do procedimento e durante o descarte; lâminas são disponibilizadas em vários tamanhos e formatos, dependendo do que requer a tarefa; A lâmina de nº 10 é mais comumente usada em cirurgias de pequenos animais para incisão e excisão dos tecidos. Uma lâmina nº 15 é uma versão menor de uma nº 10 e é usada para incisões precisas em tecidos menores. Uma lâmina nº 11 é ideal para incisões em estruturas repletas de fluido ou órgãos. O ângulo da curva da lâmina nº 12 limita a sua aplicabilidade, porém é mais frequentemente usada em gatos para Onicectomia de dissecação eletiva ( retirada completa das garras dos gatos - proibido ); podem ser segurados como um lápis/caneta (permite incisões pequenas, finas, melhores, facilita o equilibrio das mãos e é mais precisas que com outras formas de segurá-lo, pois o bisturi fica, no máximo, em um ângulo de 30 a 40 graus com relação ao tecido; No entanto, esse ângulo reduz a área de contato da borda de corte do bisturi, tornando essa forma de manter o bisturi menos útil para incisões longas), com as pontas dos dedos ou violino ( Segurar o bisturi com a ponta dos dedos oferece melhor precisão e estabilidade para incisões mais longas; maximiza o contato da borda de corte da lamina com o tecido que está sofrendo a incisão) , ou com a palma das mãos/faca (Segurar com a palma das mãos é o método mais forte e permite grande esforço de pressão sobre o tecido para incisá-lo, mas isso é muitas vezes desnecessário em situações cirúrgicas); agulha (inciso-punção; uso do movimento do braço); violino invertido (bisturi com a parte cortante voltada pra cima; camada tecidual a ser incisada é elevada ao mesmo tempo que é promovido o corte); ★ Tesouras - diferentes formatos, tamanhos e pesos; classificadas de acordo com o tipo da ponta (p. ex., romba-romba, afiada-afiada (fina-fina) ou afiada-romba (fina-romba)), com a forma da lâmina (p. ex., reta ou curva), ou de acordo com a borda de corte (p. ex., simples ou serrilhada); tesouras curvas > maior facilidade no manuseio e maior visibilidade; tesouras retas > dão maior vantagem mecânica quando cortam tecidos resistentes ou espessos; - Metzenbaum (também chamado de Metz, Nelson, sensível ou de tecido) - mais delicadas que a posterior; projetadas para dissecção aguda e sem corte ou incisão de tecidos mais finos; maior; tecidos finos e delicados; -tesoura de Mayo - usadas para o corte de tecido mais resistente, denso, como fáscias, tendões e ligamentos; Tesouras menos delicadas são usadas para cortar fio de sutura, mas estes são instrumentos separados dos que são usados para cortar os tecidos. -Tesouras para sutura são diferentes das tesouras para a remoção de sutura (stitch,spencer, littauer ) - tem uma concavidade em uma lâmina de gancho, que distancia suavemente o fio de sutura para longe da pele e facilita a remoção; -Tesouras delicadas (p. ex., tesoura de tenotomia, tesouras para a íris) são frequentemente utilizadas em procedimentos oftalmológicos e outras cirurgias meticulosas, tais como uretrostomia perineal, que exige cortes precisos e finos. tesoura de castroviejo; -tesouras de ataduras (Lister)- têm uma ponta romba que reduz o risco de cortar a pele quando as tesouras são introduzidas embaixo da atadura; podem ser usadas para cortes precisos ou para dissecção grosseira. - tesoura para corte de fios metálicos - cirurgias ortopédicas (corte de fio de aço); seguradas com as pontas dos dedos polegar e anelar pelos aros digitais da tesoura e com o dedo indicador repousando sobre o corpo da tesoura, perto do fulcro. dedo anelar ou o polegar não deve “cair” pelo cabo da tesoura; os aros digitais devem ser mantidos perto da junção distal do dedo. Isso é referido como um aperto tripé com base em largura. maioria das tesouras é feita para ser usada com a mão direita, de modo que a pressão natural do polegar e dos dedos possibilite a obtenção de um corte melhor e forneça maior torque às lâminas. Quando usada na mão esquerda, a perda de cisalhamento e forças de torque resulta em menor precisão e maior trauma do tecido. Portanto, os cirurgiões canhotos devem aprender a cortar com uma tesoura com a mão direita ou deve investir em tesouras projetadas especificamente para canhotos. Quanto maior o ângulo entre as lâminas na hora do corte, menos a tesoura estabiliza o tecido e menos preciso é o corte. Utilizando a extremidade da lâmina, o tecido é estabilizado com mais segurança e permite um corte mais preciso. A tesoura não deve ser completamente fechada se a incisão for continuada, pois resultará em uma incisão desigual; a tesoura deve ser quase fechada, avançada, e quase fechada de novo. Dissecção (separação do tecido, inserindo os pontos e a abertura da pega) pode ser usada para separar os tecidos frouxamente ligados, tais como o músculo ou gordura, ou para enfraquecer as bordas da pele para o fechamento da ferida; anéis ou empunhadura; hastes ou ramos; ★ Porta-agulhas - usados para agarrar e manipular agulhas; tamanho e o tipo de são determinados pelas características da agulha a ser segurada e da localização do tecido a ser suturado; agulhas maiores requerem garras maiores e mais fortes. Se forem usados para segurar fios de sutura, suas garras devem ser suavemente serrilhadas ou lisas para não danificar o fio de sutura por desgaste ou corte. porta-agulhas longos facilitam o trabalho em ferimentos profundos. Os de alta qualidade são fabricados de uma liga de metais não corrosivos e de alta resistência e têm um acabamento fosco. pontas são endurecidas por uma cobertura superficial de diamante ou pela fusão de carboneto de tungstênio. As inserções de carboneto de tungstênio devem ser substituídas quando se danificarem ou não segurarem adequadamente os fios de sutura; maior parte tem uma trava com catraca distalmenteao polegar (p. ex., os tipos de Mayo-Hegar e Olsen-Hegar), mas alguns (p. ex., tipo Castroviejo) têm um mecanismo de mola e ferrolho na trava; -porta-agulhas de Mayo-Hegar > usados para a manipulação de agulhas médias a grossas; - porta-agulhas de Olsen-Hegar > usados de modo semelhante, mas têm lâminas de tesoura que permitem que o fio de sutura seja amarrado e cortado com o mesmo instrumento; desvantagem é que para amarrar as suturas sem cortá-las acidentalmente é necessária certa experiência no seu manuseio; - porta-agulhas de Mathieu > têm uma trava com catraca no final proximal dos cabos, que permite o travamento e o destravamento apenas apertando progressivamente os cabos; não possui anéis nas hastes ; melhor indicação para sutura de estruturas que oferecem pouca resistência à passagem da agulha. Um bom indício disto é que não possuem a fenda longitudinal que aumenta o apoio da agulha agulhas em geral devem ser posicionadas perpendicularmente ao porta-agulhas, porque isso permite maior facilidade de manuseio. Quando as agulhas são colocadas em ângulo nos cabos, isto exige um largo movimento em arco durante a sutura. agulha é, geralmente, fixada perto do seu centro para permitir que ela seja inserida no tecido com uma força maior e um risco menor de quebra. Quando a agulha é fixada perto do orifício ou perto de sua estampa de forja, proporciona sutura com o máximo do comprimento da agulha, e menos risco de a agulha deslizar; no entanto, a agulha está mais sujeita a se entortar ou quebrar, a menos que esteja sendo suturado um tecido delicado. Inversamente, segurar a agulha perto da ponta pontiaguda permite uma força motriz maior no momento de suturar tecidos resistentes, mas a extração da agulha é difícil ; podem ser segurados na palma da mão (nenhum dedo é colocado nos aros, e o aro de cima repousa contra a base do polegar), na posição tenar (o aro superior repousa contra a base do polegar, e o dedo anelar é introduzido no aro inferior ), na posição polegar-anelar (o polegar é colocado no aro superior e o dedo anelar no aro inferior) ou como um lápis (o dedo indicador e o polegar ficam no cabo do porta-agulhas ), como ocorre com os porta-agulhas de Castroviejo; contenção com a palma das mãos é mais vantajosa para suturar tecidos resistentes que requerem uma forte força motriz da agulha; no entanto, a agulha não pode ser facilmente liberada e segurada novamente após um ponto, sem que haja o reajuste do porta-agulhas, tornando a sutura menos precisa. posição tenar-anelar permite que se solte e segure novamente a agulha para extraí-la, sem haver necessidade de reposicionar o porta-agulhas. Embora permita mobilidade, soltar a agulha pela pressão exercida no aro com a base do polegar faz com que os cabos do porta-agulhas se separem com um “estalo”. Durante esse procedimento, ocorre um certo movimento da agulha. A maior vantagem da posição polegar-anelar é que ela confere maior precisão na hora de soltar a agulha. É utilizada quando o tecido é delicado ou quando se necessita de uma sutura precisa, embora seja mais demorada do que a posição palmar e a posição tênar; ★ Pinças Teciduais (de polegar) - instrumentos sem trava e utilizados para pinçar o tecido; extremidades proximais são unidas para permitir que as extremidades de agarramento se mantenham abertas ou sejam apertadas para fechar; disponíveis em vários formatos e tamanhos; as pontas (extremidades de agarramento) podem ser pontiagudas, planas, arredondadas, lisas ou serrilhadas com dentes pequenos ou grandes; pinças teciduais com dentes grandes não devem ser usadas para manusear tecidos que são facilmente traumatizados; pinça com pontas lisas, como fórceps DeBakey, é recomendada para a manipulação de tecido delicado, tal como vísceras ou vasos sanguíneos; pinças teciduais mais usadas (ou seja, pinças teciduais de Brown-Adson) têm pequenos serrilhados nas pontas que provocam um traumatismo mínimo, mas facilitam a apreensão do tecido de modo seguro; pinças com dentes de rato são mais traumáticas, sendo utilizadas na preensão de tecidos mais densos como pele e aponeurose. pinças sem dentes apresentam ranhuras transversais nas pontas devido ao seu pinçamento atraumático e destinam-se à manipulação de tecidos delicados como vasos, nervos e parede de vísceras; usadas na mão não dominante; devem ser seguradas de modo que uma lâmina funcione como uma extensão do polegar e a outra funcione como uma extensão dos dedos opostos (p. ex., posição de lápis); Segurar o corpo da pinça na palma da mão limita o manuseio. Quando as pinças teciduais não estão em uso, elas podem ser apoiadas na palma da mão e seguradas com o dedo anelar e mínimo, deixando os dedos indicador e médio livres; usadas para estabilizar o tecido e/ou expor as camadas de tecido durante a sutura. Durante a sutura, as pinças teciduais são usadas no lado mais distante da ferida para agarrar a camada acima da que está sendo suturada. Essa camada é retraída para cima e para fora com a pinça, expondo a camada a ser suturada. A ponta da agulha pode, então, ser colocada no nível desejado. Antes de a agulha ser inserida completamente no tecido, a pinça deve ser movida da camada superficial para agarrar a camada que está sendo suturada. Essa camada pode, então, ser elevada para expor a saída da agulha depois que ela passa pelo tecido. A camada de tecido sobre as proximidades do local que está sendo suturado é agarrada e elevada para expor o local desejado para a entrada da agulha. Depois de posicionar a ponta da agulha no local desejado, a pinça tecidual é movida e usada para retrair a camada mais superficial, expondo, desse modo, o local de saída. Quando a agulha é agarrada com fórceps durante a sutura, ela deve ser presa perpendicularmente ao eixo da pinça. pinça dente de rato e pinça anatômica, pinça de adson; ★ Pinças Hemostáticas - instrumentos esmagadores para pinçar vasos sanguíneos; pontas retas ou curvas e variam em tamanho desde as menores pinças hemostáticas mosquito com serrilhados transversais até pinças vasculares maiores (22,86 cm). As serrilhas das lâminas das pinças hemostáticas maiores podem ser transversais, longitudinais, diagonais ou uma combinação destes. Os serrilhados longitudinais são geralmente menos agressivos ao tecido do que serrilhados cruzados. Em cirurgia vascular, utilizam-se pinças hemostáticas atraumáticas para que não se produzam danos na parede dos vasos quando aplicados, não favorecendo a trombose; As atraumáticas mais utilizadas são as de Buldogue e Satinsky . As pinças hemostáticas traumáticas, quando aplicadas, são substituídas por ligadura ou eletrocoagulação, sendo as mais utilizadas:Rochester, Kelly e a longa de Mixter (ponta curva, também usada para dissecação vascular) . pinças mosquito de Halsted (vasos de menor calibre e reparo de fios; outros nomes: hartmann-halsted) e as pinças de Kelly (para vasos de pequeno calibre e vasos e fios calibrosos) pinças de Crile, Kocher, e Carmalt para grandes feixes teciduais e vasos calibrosos. - Os serrilhados/ranhaduras transversais normalmente se estendem das pontas da pinça até as travas/em toda a porção (ex. mosquito de Halsted ), mas nas pinças de Kelly , serrilhados transversais (i.e., horizontais) se estendem somente sobre ⅔ da lâmina . podem ser retas ou curvas; -pinças de Crile de tamanho similar têm serrilhado transversal que se estende ao longo de toda a lâmina. pinças de Kelly e Crile são usadas em vasos maiores. -pinças de Rochester-Carmalt são pinças compressoras maiores frequentemente usadas para controlar grandes feixes de tecido, como em uma ovário-histerectomia. têm ranhuras longitudinais com ranhuras cruzadas nas pontas para evitar que o tecido escape; - pinças cardiovasculares especializadas (p. ex., pinça de Satinsky ) possibilitam a oclusão de apenas uma parte do vaso; atraumática; serrilhados proporcionam a compressão do tecido sem cortar as delicadas paredes dos vasos; grandes dentes na ponta de algumas pinças (p. ex., Oschner também chamado de kocher ) ajudam a evitar o deslizamento do tecido nas próprias pinças, robusta com rachaduras transversais em toda sua extensão; dente de rato na ponta, reta ou curva; pinças hemostáticas curvas devem ser colocadas no tecido com a face curva voltada para cima. Para minimizar o trauma, deve-se pegar a menor quantidade de tecido possível e usar a menor pinça hemostática possível para executar a tarefa. De modo a evitar que os dedos fiquem presos momentaneamente nos aros das pinças hemostáticas, devem ser inseridas apenas suas pontas ou até a primeira articulação. ★ Pinças Teciduais - usadas para apreensão do tecido, variando o grau de trauma de tecido que é criado. - pinça Allis > dentes afiados na superfície de apreensão; usado para pinçar firmemente o tecido que será removido do corpo; usada em tecido conjuntivo ou planos fasciais; não deve ser usada em pele e vísceras ocas; -pinça Babcock > a extremidade prensora um pouco mais larga e também fenestradas e rombas para apreensão que são mais delicadas do que uma pinça Allis, e pode ser usada com cuidado em tecido remanescente no corpo. - Pinças intestinais Doyen > são não esmagadoras, contêm estrias/sulcos longitudinais superficiais na superfície de preensão que são usadas para ocluir temporariamente no lúmen do intestino, durante ressecções de segmentos do tubo digestivo; ajuda a posicionar os segmentos durante as anastomoses intestinais; reta ou curva; ★ Afastadores - manuais e autoestáticos; usados para afastar o tecido e melhorar a visualização. pontas dos afastadores manuais podem ser em formato de gancho, curvas, em formato de espátula (ou seja, Hohmann) ou dentadas. Alguns afastadores manuais (p. ex., afastadores maleáveis ou fita) podem ser arqueados pelo cirurgião para se conformar à estrutura ou área do corpo a ser afastada. - Afastadores de Senn (com pente) são pequenos afastadores, de dupla terminação com três projeções pequenas digitiformes em uma extremidade e uma lâmina curva plana sobre a outra. -Afastadores Army-Navy são maiores, com grandes lâminas sem corte, em cada extremidade para retração de grandes quantidades de tecido. - afastadores autoestáticos (p. ex., Gelpi e Weitlaner ) mantêm a tensão sobre o tecido e são mantidos abertos por uma trava ou por outro dispositivo (p. ex., um parafuso de retenção, como nos afastadores de Balfour e Finochietto ); afastadores de Balfour geralmente são usados para afastar a parede abdominal, e os afastadores de Finochietto são comumente usados durante toracotomias; -afastador de farabeuf ● OUTROS: -Material cirúrgico oftálmico: -instrumentos para sucção de fluidos, para pinçar campos ou tecidos ou outros objetos inanimados, cortar e remover fragmentos de ossos (ruginas, apreensão óssea durante o reparo de fraturas, curetar a superfície de tecidos densos (curetas), como afastador de periósteo (raspadores periosteais, para cortar ou dar forma a ossos e cartilagens (osteótomos e cinzéis) e perfurar orifícios em ossos (trépanos); cubas, ponteiras de aspirador; -lupas são úteis quando se necessita de um corte ou sutura precisos no tecido (p. ex., cirurgias cardiovasculares ou neurológicas) e quando são manuseados tecidos relativamente pequenos (p. ex., anastomose uretral); ganchos para ovariohisterectomia; ● Organização da mesa de instrumento ● Fases do trans-operatório -etapas: 1. DIÉRESE - corte ou separação de tecidos orgânicos e geralmente é o tempo inicial da intervenção cirúrgica, tendo como finalidade a execução de uma via de acesso adequada para manipulação do órgão ou estrutura; cuenta > curetagem (usada para remoção de tecidos neoformados ou indesejáveis, remoção de fibrinas em otohematoma, reativação cicatricial, remoção de restos placentários; usa-se curetas); debridamento (remoção de tecidos fibrosos resultantes de cicatrização indesejada; usa-se tesoura e bisturi); escarificação (raspado superficial de pouca profundidade, usado em úlceras e na córnea; usa cureta pequena, bisturi, ponta de agulha); exérese ou ressecção (Eliminação de uma estrutura anatômica indesejável para o organismo ou parte dela; Remoção de tumores, sacos herniários, cadeia mamária, amputação de membros); punção (Fins diagnósticos ou aliviar pressão dentro da região; Administração de contrastes, medicamentos e anestésicos nos vasos sanguíneos; Aferições de pressão arterial central; usa trocarte, agulha, cateter, bisturi n 11); punção-incisão (Punção com instrumento cortante agudo (bisturi, lanceta); Promove posteriormente uma incisão (ampliação da abertura inicial); Indicações: Drenagem de abcesso e otohematoma); incisão (usada em todos os procedimentos cirúrgicos; usa bisturi e tesoura; Pele > bisturi deitado sobre a pele prevenção de cortes em bisel; deve ser realizada de uma só vez, em um só tempo; Uso de bisturi - pele, ligamentos, tendões, mucosa gengival, remoção de bridas, abertura de cavidades (pique); facilitada com o apoio dos dedos de cirurgião. realizada na mesma direção das fibras dos tecidos, vasos e nervos; Evitar uso de bisturi elétrico em incisões de pele: temperatura local, necrose de tecidos, dificuldade de cicatrização); incruenta > arrancamento (Tração vigorosa e bruta; Atenção para sequestro, hemorragias internas;Vaso calibroso manobra passa a ser cruenta; Empregado para remoção de nervos (neurorrexe); descolamento (Realizada com instrumentos rombos: -Tesouras, pinças hemostáticas e afastadores; - Dedos do cirurgião envolvidos de gazes; - Cabo de bisturi. CORTE E DIVULSIONAMENTO CORTE: bisturi com lâminas descartáveis; instrumento de corte de tecidos moles; Apropriadamente utilizado, este instrumento permite que o cirurgião seccione os tecidos com menor traumatismo possível; eletrocirurgia - corte ocorre pela vaporização do tecido resultante da absorção de corrente elétrica de alta freqüência; energia é focalmente transmitida ao tecido, dependendo de seu conteúdo hídrico; resultado é a vaporização das células ao longo da linha de incisão, um grau variável de necrose térmica das bordas da ferida e a chamada incisão sem sangue; Existem dois tipos de sondas de eletrocauterização: Nos aparelhos monopolares a corrente sai do gerador por um fio e entra no campo operatório por um eletrodo ativo na ponta do instrumento. A corrente passa do eletrodo ativo para o tecido, causando o efeito térmico. A ponta do eletrodo possui vários formatos, sendo puntiforme para coagulações precisas; em forma de espátula para combinação de corte e coagulação ou esférica para coagulação generalizada. Após causar o efeito térmico no ponto de contato entre o tecido e o eletrodo ativo, a corrente atravessa o corpo do paciente e retorna ao gerador, completando o circuito; O eletrodo de retorno é uma placa (eletrodo neutro) de área considerável e, portanto, a densidade de corrente que abandona o corpo é pequena, o que evita que estruturas sejam lesadas na passagem; cauterização bipolar é feita com um instrumento semelhante a uma pinça recoberta com material isolante. Como uma lâmina da pinça é um eletrodo ativo e outra é o neutro, a corrente só atravessa a distância entre as duas, limitando a lesão tecidual. eletro cirurgia utiliza uma corrente de radiofreqüência, para que sejam produzidos um ou mais dos seguintes efeitos: incisão, coagulação, dessecção ou fulguração dos tecidos. O efeito predominante depende da forma da onda da corrente. Ondas sinusais contínuas e não amortecidadas promovem níveis máximos de corte e mínimos de coagulação. Por outro lado, ondas interrompidas e amortecidas maximizam a coagulação e minimizam a capacidade de corte. Ondas sinusais pulsadas e moduladas permitem simultaneamente a ocorrência de corte e coagulação ou um funcionamento misto. VANTAGENS - Redução da perda sangüínea total - Menor necessidade de ligaduras, reduzindo assim a quantidade de material estranho que é deixado na ferida - Redução do tempo de operação; desvantagens - retardo na cicatrização e redução na resistência das feridas à infecção; contra-indicada na presença do cicloprofano, éter, álcool, devido aos riscos de fogo e explosão; DIVULSIONAMENTO: Separação das fibras dos tecidos geralmente no sentido longitudinal; tesouras de Mayo, Metzenbaum e de uso geral, são recomendáveis para divulsão e dissecção dos tecidos delicados; lâminas mais fortes da tesoura de Mayo são mais apropriadas para a dissecção de camadas teciduais densas. Tesouras (uso geral) de com pontas rombas são recomendadas para o corte de suturas; métodos básicos de incisão e excisão de tecidos com tesouras são: INCISÃO COM TESOURA: É mais aplicável às incisões curtas. As incisões longas são freqüentemente iniciadas com o corte com tesoura, tendo então continuidade pelo empurramento, para frente, das lâminas da tesoura praticamente fechadas, objetivando o corte de tecido num movimento contínuo - técnica INCISÃO POR EMPURRAMENTO, é útil para a incisão de folhetos de tecido, como pleuras, peritônio, pericárdio e fáscias mais finas.. Tecidos mais densos como paredes de órgãos ocos, músculos e pele, podem ser seccionados mais atraumaticamente com a incisão por tesoura ou com bisturi; divulsão romba é conseguida mediante a inserção das lâminas fechadas da tesoura entre as camadas teciduais a serem separadas, seguida pela abertura das hastes da tesoura, para que as lâminas se afastem. A tesoura é retirada da lesão antes de fechar as lâminas. As lâminas fechadas são reinseridas na lesão para que a divulsão romba possa ter prosseguimento. Para tal manobra, tesouras rombas são preferíveis a qualquer outro instrumento. A divulsão romba fica geralmente reservada para a separação de estruturas anatômicas, como os ventres musculares, que estão frouxamente interligadas por tecido de menor resistência à tensão, como tecido areolar e adiposo. tipos > incisão, divulsão, dilatação, secção, punção, serração; 2. HEMOSTASIA - conjunto de manobras manuais ou instrumentais que visa prevenir ou deter uma hemorragia ou ainda impedir a circulação de sangue em uma determinada área por um tempo limitado; importante, porque: • Sangramento mascara o campo operatório, reduzindo a precisão e eficiência operatória; • A presença de sangue no campo, nas luvas, instrumentos e panos de campo de campo, favorece meio ideal para o crescimento bacteriano e aumenta a possibilidade de infecção; • A hemorragia pós-operatória impede a coaptação apropriada das bordas da ferida, retarda a cicatrização e estimula a ocorrência de infecção • Hemorragia grave e prolongada pode resultar em choque hipovolemico, hipoxemia progressiva e morte do paciente. -HEMORRAGIA PRIMÁRIA: Ocorre imediatamente após a ruptura traumática de vasos sanguíneos. É consequência previsível, mesmo no caso de dissecção cirúrgica extremamente habilidosa; -HEMORRAGIA RETARDADA: denominada intermediária no caso de ter ocorrido dentro de 24 horas após a cirurgia, e secundária no caso de ocorrer depois de transcorrido esse período, é freqüentemente o resultado do tratamento ineficaz da hemorragia primária; pode ser classificada em: temporária e definitiva. -HEMOSTASIA TEMPORÁRIA: executada como primeiro procedimento para uma hemostasia definitiva ou como meio para auxiliar a execução de uma determinada manobra cirúrgica. Aplicação de garrote, manguito pneumático ou torniquete, faixa de Ermach – Usada em membros, cauda ou vasos de grosso calibre para a interrupção total , temporária, da passagem de sangue. Ligaduras falsas – Consiste em dupla laçada em torno do vaso e tração contínua através de pinça, sendo usada para artérias e veias de médio calibre; Oclusão endovascular com sonda provida de balão insuflável na ponta – Pelo enchimento do balão se interrompe o fluxo para a parte distal. Compressão digital ou instrumental – Pode ser feita digitalmente em troncos vasculares ou em grandes superfícies através de cintas de borracha ou balão inflável em vísceras ocas. Pinçamento por clamps vasculares – é a técnica mais empregada em cirurgiavascular ou microcirurgia, podendo ser transversal ou perpendicular. Vasoconstrictores locais – É a aplicação local de adrenalina para se diminuir o sangramento em nível capilar. hemostasia por pinçamento é traumática porque causa necrose do tecido apreendido; -HEMOSTASIA DEFINITIVA – Usada em vasos normalmente seccionados na diérese ou naqueles que perderam sua função, como em ressecção de tecidos ou órgãos. ligadura, cauterização e angiotripsia; Aplicação de celulose oxidada ou esponja de fibrina - Usadas para sangramento a nível capilar; Aplicação de “clips” metálicos – Usados em neurocirurgias para ligaduras de vasos em volta de aneurismas de difícil acesso; Ligaduras - mais empregada para vasos a nível arteriolar, vascular e maiores, como artéria e veia de pedículos de órgãos; Quando determinados vasos sangüíneos devem ser sacrificados e não reparados, estas estruturas podem ser pinçadas com pinças hemostáticas; Em contraste com a oclusão atraumática dos vasos com pinças vasculares, as pinças hemostáticas esmaguam o tecido no ponto de aplicação. hemostáticas são providas de cremalheira, de modo que o instrumento pode ser aplicado e deixado em posição, para oclusão de vasos sangüíneos, o que interromperá temporariamente a hemorragia e lesionará a parede vascular o suficiente para que seja ativado o mecanismo fisiológico da coagulação; hemostasia definitiva pelo esmagamento vascular ou pelo esmagamento/torção vasculares, está limitada aos pontos hemorrágicos pequenos e de baixa pressão. Este procedimento depende do período de tempo adequado de pinçamento e da existência dos fatores da coagulação normais para a efetiva formação do trombo. Técnica de ligadura: A ligadura é feita após o pinçamento do vaso com pinça hemostática. O primeiro tempo consta da apresentação da pinça pelo auxiliar e passagem do fio por detrás da pinça. O segundo tempo consiste na apresentação da ponta da pinça pelo auxiliar e confecção do primeiro nó. No terceiro tempo retira-se a pinça com o primeiro nó em tensão, sendo no quarto tempo realizados os nós de fixação e segurança . suturas podem ser também empregadas com finalidade hemostática; Cauterização com bisturi elétrico - É aplicada em vasos com diâmetro inferior a 1 mm. A ponta do bisturi elétrico pode ser aplicada diretamente no local da hemorragia ou indiretamente, através da pinça hemostática. 3. SÍNTESE - consiste na aproximação das bordas dos tecidos seccionados; Visa, pela manutenção da contigüidade dos tecidos, facilitar as fase iniciais do processo de cicatrização, a fim de que a continuidade tecidual possa ser restabelecida. conjunto de manobras destinadas a unir tecidos seccionados, restituindo lhes sua continuidade anatômica e funcional; visa restituir a integridade das estruturas, órgãos e tecidos que foram exploradas; CLASSIFICAÇÃO De acordo com o material utilizado na união dos tecidos, a síntese pode ser classificada em: - Síntese sem sutura - uso de adesivos biológicos com a finalidade de uma síntese mais rápida e eficiente; derivados dos cianocrilato, em especial o 2-octil e o N-butil-cianocrilato, devido sua biocompatibilidade, tem sido bastante utilizados como adesivos de pele e mucosa para uma variedade de procedimentos. É um material de grande potencial adesivo, biodegradável, bacteriostático, além de promoção de hemostasia e manutenção da posição dos tecidos lesados -Síntese com sutura - sutura tem como objetivo manter os tecidos bem coaptados, favorecendo e tornando ágil a recuperação dos tecidos incisados; -Síntese com prótese - Quando se deseja reforçar os tecidos ou estruturas envolvidas no processo cirúrgico, ou quando se faz necessária à reconstrução tecidual, são utilizados enxertos ou implantes, que podem ter origem biológica (ex: membrana biológica) ou sintéticas (ex: malhas sintéticas de polipropileno, teflon e dacron); Por servirem de arcabouço para o desenvolvimento de novo tecido, as próteses ou enxertos, representam uma alternativa viável para cicatrização tecidual, induzem mínima reação tecidual do receptor e resultam em uma especializada regeneração do tecido conjuntivo ➢ Síntese com sutura - união definitiva dos tecidos só é possível devido à cicatrização. Para que esse fenômeno ocorra, é necessário que os tecidos unidos, permaneçam perfeitamente justapostos, pois a mobilidade relativa impede a cicatrização e a necessidade de reconstrução anatomo-funcional imediata que é imperativa; promover a aproximação e manutenção das bordas dos tecidos incisados; Aliada a cicatrização, a sutura constituí, um conjunto cuja finalidade é a restauração da continuidade dos tecidos. Ambos se imbricam em seus respectivos papéis e a missão da primeira não deve terminar antes que a segunda já esteja em pleno curso; -sutura é a união ou aproximação de estruturas através de um ou mais pontos cirúrgicos. -Ponto cirúrgico é a unidade de síntese, corresponde ao segmento de fio cirúrgico compreendido entre uma ou duas passagens deste no tecido, cujo objetivo é união, fixação e sustentação deles, durante o processo de cicatrização; -Instrumentos de síntese: responsáveis pelas manobras de fechamento da ferida cirúrgica; agulhas, porta-agulhas, fios cirúrgicos e elementos metálicos estes mantém as bordas aproximadas e resistentes as trações e tensões, além dos instrumentos especiais que auxiliam o fechamento; 1. Agulhas cirúrgicas: finalidade de transfixar os tecidos servindo de guia aos fios de sutura; pequena e fina haste feita a partir de ligas metálicas, que podem ser descartáveis ou reutilizáveis; possuem uma ponta, corpo, fundo; tipos variam conforme seu formato e curvatura, estilo de curvatura, estilo de ponta e fundo (local onde o fio é passado ou preso); retas, semi-retas e curvas; mistas (retas e curvas - possuem a porção posterior reta e porção anterior curva; finalidade de facilitar a sua inserção junto ao tecido e aplicação dos pontos, como no caso da agulha em “S”, frequentemente empregada para síntese de pele em bovinos e bubalinos); Agulha Especial de Reverdin é uma agulha provida de um cabo fixo e uma haste de aço que se estende até a ponta da agulha, comandada por um botão situada entre o cabe e agulha. São indicadas para sutura hemostática. Esta agulha não permite a realização de suturas delicadas, além de serem traumatizantes e de custo elevado; variar de alguns milímetros até 10 centímetros - tamanho é ditado pela dimensão do campo operatório e tipo de tecido a ser suturado; Geometria da secção transversal do corpo e da ponta > Agulha cilíndrica : Agulha atraumática empregada em tecidos menos resistentes de fácil penetração.Agulha de ponta romba: Apresenta corpo cilíndrico e ponta romba; usada apenas em órgãos como baço, fígado e rim, cujos parênquimas são macios e esponjosos, não oferecendo resistência à agulha; Agulha cortante convencional: Agulha traumática que tem ponta triangular cortante. corpo pode ter formato circular, retangular ou triangular; utilizados em tecidos mais resistentes como, por exemplo, aponeurose e pele; Agulha cortante invertida: Superfície cortante, voltada para fora e corpo triangular. Utilizadas em tecidos de difícil penetração; Agulha Tapercut : Uso em tecidos fortes, onde é desejável uma agulha de ponta cortante e corpo estreito. Possui ponta cortante invertida, com o restante da agulha afilando no corte transversal. As bordas da ponta são afiadas para proporcionar um corte uniforme. Agulha quadrangular espatulada e lanceolada : agulhas prismáticas, extremamente afiadas usadas para atravessar tecidos nobres e delicados praticamente sem resistência, como na microcirurgia. Fundo > extremidade oposta à ponta, pode apresentar-se com ou sem orifício para encaixe do fio. As agulhas que possuem orifícios são consideradas traumáticas, uma vez que, carreiam o fio de sutura dobrado, esse volume extra formado dificulta a passagem pelos tecidos e alarga o trajeto pelo qual a agulha passa. Seu formato varia de arredondado, retangular ou quadrado. Existem ainda agulhas com dois buracos, conhecida como buraco francês (tipo mola) utilizada apenas para fios finos, para suturar tecidos delicados. Com a finalidade de diminuir a lesão causada pelo conjunto agulha/fio foi desenvolvida a agulha considerada atraumática, também chamada de prensada ou encastoada > O fio é previamente e mecanicamente fixado a um furo longitudinal na extremidade posterior da agulha, formando um conjunto no qual, idealmente, não haveria diferenças entre o diâmetro da agulha e do fio. agulhas de fundo falso são aconselháveis para toda a cirurgia gastrointestinal, cardiovascular e oftálmica; 2. Porta-agulhas - Embora haja porta-agulhas muito delicado para a preensão de agulhas pequenas, uma característica destes instrumentos é a robustez da sua parte preensora, bastante diferenciada das pinças hemostáticas. Somente as agulhas retas e as de conformação em "S" dispensam o seu uso. 3. pinças - com dente de rato indicadas aplicação na confecção de sutura cutânea, de músculos e aponeuroses. Para manipulações de vísceras, serosas e estruturas frágeis, empregam-se pinças mais delicadas, que possuem estrias transversais nas faces internas das pontas como a pinça de dissecção sem dente de rato ou anatômica e a adson; 4. Fio Cirúrgico - É uma porção de material, sintético ou derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas, flexível, de secção circular com diâmetro muito reduzido em relação ao comprimento. Destinado a contenção ou fixação de estruturas orgânicas ou elementos usados em cirurgias através de nós; podem ser utilizados tanto na síntese quanto na hemostasia. Para hemostasia são utilizados de forma isolada e para síntese são empregados em associação com agulhas; são regulamentados pela Administração de Alimentos e Drogas (FDA) e devem atender os padrões mínimos de tamanho, resistência à tensão (o grau que o fio pode suportar antes de romper), esterilidade, acondicionamento, corantes usados nos fios e integridade da união fio-agulha; Cada fio de sutura possui características peculiares que devem ser consideradas durante a escolha e acrescenta-se as particularidades das feridas, tipo de tecido, preferência do cirurgião e espécie animal. fios de suturas possuem diversas características e estas servem de base para a escolha do fio a ser utilizado em determinada situação, considerando ainda o tipo de tecido e sua condição no momento do uso, como, por exemplo, a presença de processo infeccioso, contaminação, isquemia e necrose; Estas características podem ser físicas, de manuseio ou de reação tecidual 1. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS - ★ Configuração física: composição dos fios quanto aos seus filamentos: mono ou multifilamentados (este, trançado ou torcido). Os multifilamentados aumentam chances de infecção; ★ Biocompatibilidade - é a forma e magnitude com que o corpo estranho e o tecido adjacente se influenciam; ★ Capilaridade: capacidade de captar líquidos ★ Absorção de fluidos: é o poder que o fio tem de captar fluido quando está totalmente imerso. A capilaridade e absorção de fluidos estão intimamente relacionados à capacidade que o fio tem de captar, transportar e reter bactérias; multifilamentados têm maior capacidade de absorção; é a capacidade absortiva quando totalmente submerso, porém quando parcialmente submerso denomina-se capilaridade; A absorção principalmente de soro cria um ambiente propício para a aderência e proliferação de microrganismos. Por sua vez, quanto maior a capilaridade, maior a disseminação de secreções e fluidos corpóreos entre os planos cirúrgicos, o que aumenta a probabilidade de instauração de processos infecciosos; ★ Aderência bacteriana: propriedade relacionada às três anteriores; capacidade que o fio possui de fazer as bactérias aderirem em sua superfície e/ou interstício. Portanto, fios monofilamentados têm indicação em ferida contaminada; facilidade de fixação de microrganismos na superfície do fio; Quanto maior a aderência, maior a chance de instauração de processos inflamatórios infecciosos; ★ Diâmetro: é o calibre do fio, determinado em milímetros e expresso em zeros. numeração dos fios varia de 12-0 (de 0,001 a 0,01 mm) a 3 (de 0,60 a 0,80 mm); ★ Força tênsil: A força tênsil deve ser diferenciada no fio em repouso e em utilização (com o nó). Esta é a força tênsil efetiva; equivale à resistência do fio à degradação ao qual é submetido, e está diretamente relacionada à composição e a forma de construção do fio. Portanto, quanto maior a força tênsil do material, maior a capacidade de manter os tecidos unidos por mais tempo; ★ Força do nó: é a força necessária para um determinado tipo de nó escorregar ou escapar. O fio ser “escorregadio” significa que ele tem um baixo coeficiente de atrito; segurança do nó em não se desfazer, não deslizar. ★ Elasticidade: é a capacidade que o fio tem de retomar sua forma e tamanho original após tracionado. ★ Plasticidade: expressa a capacidade que o fio tem de manter-se sob a nova forma após ter sido tracionado. ★ Memória: é a propriedade relacionada à elasticidade e plasticidade após ter sido dado o nó. Fios com alta memória tendem a desatar o nó, e retornar à sua forma original, como o nylon (náilon). A memória influenciano manuseio; Fios com alta memória dificultam o manuseio. Fios com alta memória, que são pouco elásticos e com grande força tênsil têm tendência a cortar tecidos; 2. CARACTERÍSTICAS DE MANUSEIO - ★ Pliabilidade: é a facilidade que o cirurgião encontra no fio para cerrar o nó, para dobrar o fio. fios de maior pliabilidade são os multifilamentados, principalmente os trançados, como a seda; facilidade do cirurgião em manusear o fio ★ Coeficiente de atrito: é a capacidade do fio em deslizar pelos tecidos, e de desatar o nó. Fios com elevado coeficiente de atrito chegam a “raspar” nos tecidos dificultando, portanto, sua retirada. Fios monofilamentados são utilizados em suturas cutâneas por possuírem baixo coeficiente de atrito; Quanto menor este coeficiente é mais fácil reposicionar o nó, entretanto, mais fácil de ele escapar. ★ reação tecidual: capacidade de um fio em induzir uma reação tecidual, ocasionada pelo tipo de material utilizado no fio, pelo trauma da passagem da agulha e pela isquemia provocada pela confecção do fio; ★ antigenicidade e alerginicidade: são características inerentes ao tipo de material que compõe o fio, bem como a reação orgânica do paciente; CLASSIFICAÇÂO: de acordo com a origem (orgânica e sintética), absorção (absorvível ou inabsorvível) e quantidade de filamentos (mono e multifilamentares); Quanto a origem, podem ainda ser divididos em animal (categute e seda), vegetal (algodão e linho) ou mineral (aço). multifilamentares podem ser torcidos (categute, algodão), trançados (seda, poliglactina, poliglicólico e poliamida) ou encapados em paralelo (aço); fios absorvíveis > não precisam ser removidos; observou-se em alguns casos que a permanência destes em contato com os tecidos, provocaram inflamação, granulação, fístula e abcessos, sanados apenas após a remoção; indicados para sutura de tecidos viscerais, porém os mais resistentes como a polidioxanona e o poligliconato podem ser utilizados em tecidos de cicatrização lenta, como é o caso de fáscias e tendões; sintéticos apresentam uma maior padronização da degradação da força tênsil, adicionalmente menor velocidade de absorção e menor indução de reação tecidual quando comparados aos de origem orgânica; absorvíveis > categute - fio orgânico de origem animal, produzido da submucosa do intestino de ovinos ou da serosa intestinal dos bovinos, constituído de colágeno e tratados com formaldeído; torcido e esterilizado por ação do óxido de etileno, fato que aumenta o tempo de absorção; Não deve ser autoclavado, pois altas temperaturas desnaturam as proteínas do colágeno, influenciando na perda de resistência do fio; encontrados comercialmente, nas formas simples e cromada com os nomes Catgut® , Biogut® , Tech-gut®; O banho com sais de cromo aumenta a resistência à tensão, diminui a indução de reação tecidual e retarda a absorção; absorção completa pode ser prolongada, porém o categute cromado apresenta perda de 33% da força tênsil em sete dias e 67% após 28 dias; Já o categute simples é absorvido entre cinco e sete dias. Esse processo é feito por um mecanismo duplo. Inicialmente ocorre a quebra das ligações por ação do ácido hidrolítico e atividade das colagenases. No segundo momento, ocorre a digestão e absorção por ação das enzimas proteolíticas lisossomais dos neutrófilos e macrófagos; constituição à base de colágeno propicia o reconhecimento de proteína heteróloga ou xenóloga pelo receptor do biomaterial, iniciando assim uma reação de corpo estranho no leito receptor. A composição também propicia redução da força tênsil e, consequentemente, aumento na taxa de absorção, quando implantados em animais caquéticos (catabolismo acentuado), em órgãos como intestino e estômago (rico em enzimas proteolíticas), ou ainda quando utilizados para síntese de feridas altamente vascularizadas e ou infectadas; fato de ser torcido cria vários pontos de fragilidade no fio e possibilita o esgarçamento; várias desvantagens, como a indução de uma grande reação tecidual, falta de segurança do nó, principalmente quando molhado, apresenta capilaridade, inconstante taxa da perda de força tênsil e há relatos de reação de sensibilidade em animais, sendo mais pronunciada nos felinos domésticos, indução da formação de aderência; utilização do categute simples é raramente indicada; limitado a ligadura de vasos sanguíneos do tecido subcutâneo e é frequentemente utilizado em procedimentos orais ; Categute simples absorção (5-7 dias); Categute cromado absorção (15-20 dias); simples sofre grande absorção em uma semana, período durante o qual ele perde metade da sua resistência. Devido às suas características físico-químicas, o fio categute não foi indicado em tecidos que exigem um tempo de cicatrização com mais de uma semana; Elevada reação inflamatória - maior no categute simples; Baixa força tênsil, risco de deiscência (alta capilaridade); Indicado para tecidos com pouca resistência (ligaduras de vasos sanguineos e vias urinárias); Contraindicados em suturas de tensão; Não deve ser utilizado em aponeuroses, tecido edemaciado e contaminado. Ácido poliglicólico > fio sintético, composto por polímeros trançados do ácido glicólico (hidroxiacético)/MultifilameNtoso; bastante resistente e induz discreta reação tecidual, sendo Comparado à outros fios sintéticos como o náilon e a poliglactina 910; perda de 33% da força tênsil até sete dias e cerca de 80% até 14 dias, tendo absorção completa estimada em 120 dias; foi totalmente absorvido em sete dias quando aplicada na cavidade oral; absorção ocorre por hidrólise, sendo acelerada em ambientes alcalinos; utilizado com cautela em cistotomias de pacientes com cistite com elevação do pH urinário, pois além de acelerar a absorção, reduz a força de tensão; Adicionalmente, em outro estudo, concluíram que a utilização deste fio, promoveu a calcificação da linha de sutura em 66,67% das feridas de 24 cadelas com urina ácida após o vigésimo primeiro dia do procedimento de iliocistoplastia, fato que pode predispor a formação de urólitos; Devido ao fato de ser multifilamentar, provoca notável atrito ao transpassar os tecidos, facilitando à ruptura de tecidos friáveis, fato que pode ser minimizado umedecendo o fio antes do uso. nó possui baixa segurança; Apesar de ter uma superfície bastante aderente, pode ser utilizado em ambientes infectados, uma vez que estudos “in vitro” demonstraram que a liberação de ácido glicólico proveniente da degradação do fio apresentou potencial antibacteriano; Também é indicado para aproximação do tecido subcutâneo; Comercialmente são denominados Dexon® e Safil®; Período de absorção 40-70 dias; Perde a força tênsil em torno de 28 dias; Sofre ação da lipase e amilase não usarno pâncreas; Fio estável , pouca reação inflamatória; boa pliabilidade; indicado para cirurgias plásticas, urológicas, oftalmológicas, ginecológicas, obstétricas e ortopédicas; indicada praticamente para todos os tecidos, sendo que seu uso em aponeurose é controverso devido à perda de sua resistência tênsil em aproximadamente quatro semanas. É contraindicado para neurocirurgias e cirurgias cardiovasculares . Poliglactina 910 > multifilamentar, trançado e bem estirado, absorvido num período de 60 a 80 dias, com boa resistência à tração e de fácil manuseio, além de não favorecer aderências e não desencadear reação inflamatória significativa em seu redor; Por todas essas qualidades, tem sido considerado um material excelente para qualquer tipo e plano de sutura, podendo ser empregada em suturas mais delicadas ou que requerem maior tempo de permanência; fio Vycril à base de poliglactina 910 (90% de ácido glicólico e 10% de ácido lático), afirma que este é um material de sutura absorvível confeccionado a partir de polímeros que são inertes, não-antigênicos, não piogênicos e provocam somente uma leve reação tissular durante a absorção; em cirurgias vesical e uretral de pequenos animais, a poliglactina 910 parece perder a força tênsil mais rapidamente em urina alcalina que em urina ácida infectada ou estéril. indicação suturas intradérmicas, grande resistência frente a urina alcalina, podendo ser utilizado com segurança em cistotomias (recuperação total da força tênsil natural em 14 a 21 dias); diversos procedimentos de suturas sepultadas, sendo considerado ideal para o reparo de feridas de episiotomia ou de cirurgia perineal como um todo; absorvido por hidrólise; Por conter molécula mais hidrofóbica, quando comparado ao ácido poliglicólico, é mais resistente à absorção, notando-se maior força de tensão até 21 dias após implantação. estável mesmo em feridas contaminadas comercialmente com o nome Vicryl ®; Poliglecaprone (Monocryl® , Caprofyl® ) > sintético, altamente flexível, composto por 75% de glicolida e 25% de coprolactona; excelente força tênsil inicial, porém apresenta rápida degradação. É mantida em 40-50% na primeira semana e 20-30% na segunda, sendo inexistente após a terceira semana; absorção total ocorre de maneira rápida e por hidrólise em 91-119 dias, produzindo discreta reação tecidual, a qual mesmo comparada com as respostas obtidas pelos fios de poliglactina e ácido poliglicólico, mostrou-se superior na qualidade; recomendado com cautela para uso em sutura da musculatura abdominal e sem restrições para ligaduras e rafias de tecidos moles em geral, incluindo o intestino, cirurgias urológicas, reparação muscular, histerorrafia pós cesariana e redução do tecido subcutâneo; menor coeficiente de atrito ; Força tênsil regular e baixa memória; Contraindicado aponeurose/ microcirurgia/neurologia/oftalmologia e cirurgia cardiovascular; abs: 90- 120 dias; perde 50% da força tênsil em 7 dias e perde 80% em 14 dias; indicação: situações em que a cicatrização seja rápida, trato genito-urinário, tecidos contaminados, estética (pele/reconstrução) Polidioxanona > sintético, de alto custo, encontrado no mercado com o nome PDS® . produzido pelo polímero de paradioxanona com flexibilidade superior aos fios de poliglicólico, poliglactina 910 e polipropileno; grande resistência, sendo maior que a do náilon e polipropileno quando testada antes da implantação; A absorção ocorre lentamente por hidrólise ao longo de 180 dias. Perde 42% da força tênsil após 28 dias e 86% depois de 56 dias; sem capilaridade, menor coeficiente de atrito; fácil manipulação, boa segurança do nó, alto custo; abs: 180 dias; perde 50% da força tênsil em 35-42 dias; indicação: SC, fáscias, músculos, vasos, trato genito-urinário, intestino, tecido contaminado uso é adequado a quase todos os tecidos; contraindicado para tecidos que requerem prolongada manutenção de aproximação, para procedimentos neurológicos e próteses em geral. Poligliconato > fio absorvível sintético de monofilamento; absorvido entre 120 e 160 dias por hidrólise; Pode ser utilizado em todos os tecidos, sendo o fio que apresenta a melhor força tênsil e o menor coeficiente de atrito, produzindo menor arrasto tecidual; Tem baixa memória, boa segurança dos nós, boa pliabilidade, baixa absorção de fluidos e baixa reação tecidual; fios não absorvíveis > Seda > multifilamentar trançado, não absorvível, originário do casulo da larva do bicho-da-seda, sendo de origem biológica; baixo custo e apresenta boa pliabilidade, baixa memória e boa força tênsil, que decai lentamente; reação tecidual alta e pode potencializar processos infecciosos; indicado seu uso na cirurgia gastrointestinal e em ligaduras de vasos sanguíneos, sendo contraindicado para cirurgia do sistema urinário e quando houver sensibilidade ou alergia ao linho; algodão > não absorvível biológico, multifilamentar torcido. Apresenta boa pliabilidade e menor resistência que o fio de seda; pode vir associado ao poliéster; náilon > produzido a partir de poliamida; fio inabsorvível sintético, monofilamentar ou multifilamentar trançado; pouca reação tecidual, alta memória, boa força tênsil, baixa capilaridade e coeficiente de atrito baixo; bastante inerte e pouco flexível e pode ser utilizado em diversos tecidos, inclusive em anastomoses intestinais, vias biliares, cirurgia cardiovascular e neurocirurgia. É contraindicado seu uso em vias urinárias e em tecidos nos quais se requer manutenção permanente da força tênsil. polipropileno > não absorvível, sintético, monofilamentar, inerte, com baixa reação tecidual, com coeficiente de atrito baixo, boa plasticidade, alta memória e elasticidade baixa. É um excelente fio que tem aplicação diversa, sendo muito utilizado em anastomose vascular, não induzindo a formação de trombos. É um bom fio para sutura intradérmica. Devido a sua boa e estável resistência tênsil tem sido indicado para fixação de próteses cardíacas; força de nós relativamente elevada, maleável e tenaz; sutura menos tromboembólica, sendo frequentemente usado nas cirurgias vasculares. Devido à sua elasticidade, o polipropileno é adequado para sutura de tecidos com maior capacidade de alongamento como musculatura e pele; Poliéster > fio não absorvível sintético multifilamentar trançado. Quimicamente pode ser fabricado a partir da polimerização de um éster que resulta da reação entre o etilenoglicol e o ácido tereftálico; Pode ser revestido por teflon, silicone e polibutilato ou, ainda, não sofrer revestimento; reação tecidual baixa, memória média, pouca segurança do nó, sendo o fio mais resistente depois do náilon e podendo ser usado para a síntese de aponeuroses;Aço > fio não absorvível, mono ou multifilamentar, torcido ou trançado; apresenta maior força tênsil e menor reação tecidual; baixa pliabilidade e é pouco flexível, podendo ocasionar lesões teciduais e levar, inclusive, a necrose, devido a sua grande dificuldade de manuseio; A maior parte das suturas é difícil de ser confeccionada com este material; - se desejamos que a tensão da sutura se mantenha por um tempo maior, devemos optar pela escolha de um fio não absorvível -fatores como processo inflamatório, necrose tecidual, contaminação e infecção devem ser considerados; -Outra recomendação está relacionada com órgãos com presença de fluidos corporais, como a bexiga e a vesícula biliar, onde a presença de um fio não absorvível pode levar à precipitação de cristaloides, ocasionando a formação de cálculos; ➢ Suturas - objetivo de aproximar e estabilizar as bordas das feridas por um tempo suficiente para recuperação da força tênsil natural. -favorecem a cicatrização, garantem o retorno da função do tecido e resultam numa aparência mais cosmética possível. -Para efetuá-las, existe uma diversidade de fios e ainda que o fio de sutura auxilie a reparação tecidual, o contato com a ferida pode resultar em reação tecidual, isquemia, facilitar a absorção e disseminação de secreções e microrganismos, desencadear maior traumatismo, induzir formação de aderências, retardando e alterando o processo cicatricial; - O processo de cicatrização e fechamento das feridas são eventos naturais que ocorrem independente dos fatores de risco. Este último, pode ser primário, primário retardado, secundário ou por fechamento terciário, sendo que as três primeiras são direcionadas e garantidas pela força tênsil de um fio de sutura. - cicatrização ocorrerá em etapas ao longo de vários dias, sendo didaticamente dividida em etapas: inflamatória, proliferativa e de maturação . Assim, a ferida vai restabelecendo a força tênsil de maneira a construir um gráfico força vs tempo como uma curva sigmoide, sendo que o maior ganho ocorre durante a fase de reparação e o início da fase de maturação. O processo cicatricial pode ser avaliado, quantitativamente e qualitativamente no universo macro e/ou microscópico 1. Macroscopicamente - avalia-se quanto a presença de aderências, formação de fístulas, abcessos, deiscência da ferida, secreções e aparência; 2. microscópica - é possível avaliar a resposta tecidual quanto a celularidade (macrófagos, monócitos, linfócitos, fibroblastos), vasos sanguíneos e tecido conjuntivo (colágeno tipo I e tipo III); feridas ainda podem ser avaliadas quanto a resistência mecânica, seja pela capacidade de resistir à tração ou insuflação com água ou gás ; - importante no reparo de feridas, promovendo hemostasia e suporte para o tecido de cicatrização; -Tecidos diferentes apresentam diferentes requisitos quanto ao suporte da sutura, dependendo do tipo de tecido e do tempo previsto para cicatrização; -Alguns tecidos necessitam de apoio por alguns dias (p. ex., músculos, tecido subcutâneo e pele), enquanto outros requerem semanas (fáscia) ou meses (tendão) para cicatrizar. -variação individual entre pacientes interfere mais na escolha da sutura. - cicatrização da ferida talvez seja retardada por infecção, obesidade, desnutrição, neoplasia, drogas (p. ex., esteroides) e distúrbios do colágeno; -Em tecido de cicatrização rápida, a sutura ideal é aquela que irá perder sua força de tensão enquanto o tecido ganhará força e a sutura será absorvida por ele de modo que nenhum material estranho permaneça na ferida. -Não somente deve ser mantida a boa segurança do nó, mas também o lubrificante de superfície deve assegurar a facilidade de manipulação, dano mínimo ao tecido e boa biocompatibilidade, com resposta inflamatória mínima; - Características da Sutura ideal : deve ser de fácil manipulação, reagir minimamente no tecido, inibir o crescimento bacteriano, manter firmemente o nó serrado, resistir à contração do tecido, absorver com mínima reação o tecido cicatrizado, e ser não capilar, não alérgica, não carcinógena e não ferromagnética; mas tal material não existe. Portanto, o cirurgião deve escolher uma sutura que mais se aproxime do ideal para o procedimento e o tecido a ser suturado. - Tamanho da sutura > deve ter o menor diâmetro possível para minimizar o trauma causado por sua passagem através do tecido e reduzir a quantidade de material estranho deixado na ferida; Não há nenhuma vantagem em utilizar uma sutura mais forte que o tecido a ser suturado. padronização de sutura mais comumente usada é a da USP (United States Pharmacopeia – Farmacopeia dos Estados Unidos), que classifica as dimensões de fina a espessas (com diâmetros em polegadas) de acordo com uma escala numérica, com 12-0 sendo a menor e 7 a maior; Quanto menor o tamanho da sutura, menos força de tensão ela apresenta; -se busca a perfeita coaptação das bordas da ferida que foram promovidas por incisão cirúrgica ou por traumatismo. -Com o objetivo de alcançarmos a integridade da ferida por meio de uma boa cicatrização devemos seguir as normas: • cuidados com a assepsia e antissepsia; • hemostasia cuidadosa; • eliminação de espaço morto; • regularidade nas bordas das feridas (eliminação de anfractuosidades); • realização da limpeza da ferida (se a ferida estiver suja ou com tecidos necrosados, convertê-la em ferida limpa mediante limpeza rigorosa, retirando tecidos necrosados, corpos estranhos ou, ainda, secreções purulentas e outras); • reposicionamento dos tecidos anatomicamente de modo que as bordas da ferida fiquem bem coaptadas; • evitação de tensão excessiva nas suturas; quando não se puder evitar, optar por um tipo mais indicado para suturas com tensão; • escolha do material adequado para cada tipo de tecido e o tipo de fio mais indicado. A experiência e a habilidade de cada cirurgião deverão ser levadas em conta. • evitação do excesso de fio e nós de sutura, minimização da manipulação exagerada do tecido, não ocasionando traumas adicionais; • a idade do animal, o estado nutricional, a espécie, a raça e o temperamento também deverão ser levados em consideração, além da região a ser suturada - classificadas em contínuas ou descontínuas 1. Contínuas: aquelas que, após passarmos o fio nas bordas da ferida cirúrgica e darmos o nó inicial, não são cortadas após cada repasse nas bordas. Geralmente o ponto é feito apenas nas extremidades, ou, mesmo se houver uma interrupção na sutura contínua, o fio nunca é cortado antes de chegar ao final da ferida. também podem ser classificadas, de acordo como posicionamento das bordas, como invaginante, evaginante ou de confrontamento (aposição); Rápida execução; Fácil remoção; Menor reação inflamatória; Melhor coaptação das bordas cirúrgicas. Desvantagens: Deiscência completa; Sutura contínua simples > agulha entra na pele formando um ângulo reto em relação à incisão, em ambos os lados. Quando o cirurgião retorna para o outro lado, o fio vem obliquamente atravessando a borda. indicação: pele, subcutâneo, musculatura; Sutura festonada/ancorada ou de Reverdin : semelhante à sutura contínua simples, é uma modificação desta. Após a agulha passar pelas bordas da ferida o fio é ancorado na laçada anterior, sendo apertado em seguida, e assim se repete o processo de ancoragem em todas as laçadas até o final; Pode ser utilizada em pele, fáscia muscular, vesícula urinária e estômago. Aposição; Pele, hérnia diafragmática, mastectomias radicais, sutura de fáscia lata; Resistência para aproximação das bordas; Suturas longas. empregado quando se tem necessidade de tornar a sutura mais firme, com mais resistência. Sutura de Cushing : trabalha apenas a seromuscular das vísceras, portanto não oferece muito risco de contaminação. A agulha é introduzida paralelamente à borda da ferida de um lado e do outro, contemplando apenas as camadas serosa e muscular, sendo seu retorno através da muscular e da serosa. Pode ser utilizada em associação a outra sutura, sendo o seu segundo plano. Quando ela é feita em dois planos, é um tipo de sutura invaginante. Pode ser utilizada em estômago e vesícula urinária; ão-contaminante; Sepultar a sutura de Schimieden; indicação: Órgãos ocos; invaginantes, mais empregada nas histerorrafias, gastrorrafias, cistorrafias etc; ponto simples fora da ferida, continuação inicia com a agulha entrando no mesmo bordo da primeira que entrou; sutura de lambert continua > primeira perfuração é executada um pouco mais afastada da borda da ferida e sai ainda deste mesmo lado, só que, desta vez, mais perto da borda. Na segunda borda, entra perto e sai longe. É um padrão de sutura invaginante, e apenas a seromuscular é incorporada à sutura. Pode ser utilizada em vísceras ocas, sendo indicada também para sepultamento de outra sutura; Sutura em zigue-zague intradérmica : a agulha penetra na derme nas duas bordas, e sempre paralelas, no mesmo nível, de um lado e do outro. No final o fio de sutura não fica visível, pois está abaixo da epiderme. Pode ser utilizado em cirurgias nas quais se quer ter um efeito estético excelente, como as plásticas, pois este tipo de sutura não deixa cicatriz. Em animais pode ser utilizada com o objetivo de não se retirarem os pontos. Aposição; Intradérmica: simples contínua; Subcutânea: reduzir espaço morto; Não forma cicatriz. Sutura em zigue-zague subcutânea : bastante utilizada no tecido celular subcutâneo para a diminuição ou eliminação do espaço morto, ela é ancorada mais profundamente. Sutura de sapateiro ou de Vachetta : esse tipo de sutura é muito utilizado para conter hemorragias em órgãos ocos. É um tipo de sutura compressiva, evitando assim o sangramento. Utilizada em órgãos parenquimatosos como o baço. Sutura de Schimieden : realizada da mucosa para a serosa, portanto considerada contaminante. As bordas das feridas se mantêm bem unidas. Em uma sutura dupla, é utilizada para o primeiro plano de sutura de uma víscera, cabendo ao cirurgião a confecção de um segundo padrão sobre este; Sutura em bolsa de tabaco/fumo : realizada em círculo, circundando uma abertura ou um orifício. Quando o círculo é concluído, aperta-se o fio e dá-se o nó. Pode ser utilizada em fechamento de orifícios naturais como ânus, evitando contaminação e saída de líquidos para o campo operatório. também promove o fechamento de aberturas feitas por trocarte, especialmente em estômago, servindo ainda para fixação de drenos e tubos Sutura de Parker-Kerr : é uma sutura em dois planos, sendo o primeiro plano confeccionado com um padrão de Cushing aplicado sobre uma pinça de hemostasia. Após o término, a pinça é retirada lentamente e o fio, tracionado. As bordas se invertem e, em seguida, faz-se uma sutura de Lambert contínua. É utilizada em coto uterino. sutura de colchoeiro > wolf contínuo; Evaginação; Tecidos parenquimatosos (baço, fígado), pele; ponto chinês ou bailarina > 2. descontínuas: aquelas em que, após colocarmos as bordas da ferida em aposição, passamos com o fio através delas, a 2 a 3 mm de distância da bordas . Confeccionamos o nó e logo em seguida cortamos o fio, repetindo-se esse procedimento até o final da incisão, na qual podemos perceber espaços entre os pontos; Alguns autores consideram que a distância entre um ponto e outro deveria ser a mesma entre a passagem do fio de uma borda à outra da ferida cirúrgica. nós deverão ficar ao lado da incisão cirúrgica, evitando permanecer sobre a incisão, favorecendo o acúmulo de secreções sob a ferida e a instalação de um processo infeccioso, além de retardar a cicatrização. vantagens > contribuem para a drenagem de líquidos e a diminuição de seroma entre os pontos; e, caso haja a necessidade de retirar apenas um ponto para realizar ou mesmo intensificar a drenagem, não se compromete a sutura em toda sua extensão. possui grande habilidade em manter a sua resistência, Menos isquemiantes; Ajuste preciso da tensão em cada ponto da ferida. Independência entre os pontos. desvantagem é o fato de geralmente ser mais dispendiosa, pois o gasto de material é maior. Sua confecção demora um pouco mais, e, quando em comparação com a sutura contínua, tende a provocar uma reação inflamatória mais intensa devido à quantidade de pontos; sutura simples descontínua > utilizada em pele, fáscia muscular, vaso sanguíneo, intestino, cápsula renal, ureter, uretra, córnea, linha média, traqueia, nervo e diafragma; fácil e rápida, é uma das mais utilizadas, principalmente na pele. Após ser passada nas duas bordas confecciona-se o nó e corta-se o fio; Sutura de Wolff ou U deitado/horizontal ou de colchoeiro > a agulha entra paralela nos dois lados da borda da ferida; Neste tipo de sutura as bordas poderão everter, o que não oferece uma estética muito boa após a cicatrização. Pode ser utilizada em pele, suturas de hérnias ou aponeuroses e ferimentos extensos na pele. Tanto esta como a sutura de Donatti são indicadas para situações em que a sutura ofereça tensão. Sutura em X ou de Sultan > inicia-se como se fossem dois pontos simples paralelos passando através da ferida cirúrgica, mas sem interromper. Ao se confeccionar o nó uma figura em X é obtida; Pode ser utilizada na linha média e fáscia muscular. pele, musculatura abdominal Sutura de Donattiou U em pé/vertical (longe-longe perto-perto): tem como referência a borda da ferida. A agulha entra longe da borda (entre 7 mm e 10 mm) nos dois lados e depois retorna entrando perto da borda, também nos dois lados (2 mm). Formamos assim o U em pé; Neste tipo de sutura o cirurgião deverá envolver também o tecido subcutâneo, além da pele. Pode ser utilizada em pele e fígado. Sutura de Lambert : a agulha entra longe e sai perto em apenas uma borda da ferida e, depois de cruzar a borda, entra perto e sai longe. Sutura que evita contaminação, pois não é perfurante total e é invaginante; Pode ser utilizada em órgãos ocos como o pulmão e o intestino; Sero-muscular; Não-contaminante; Sutura de Swift : a agulha entra pela mucosa e sai na adventícia, no sentido de dentro para fora, e, após cruzar a ferida, volta no sentido contrário, ou seja, da adventícia para a mucosa, de modo que o nó cirúrgico fique para dentro da luz do órgão; Pode ser utilizada em síntese de esôfago cervical, pois alguns autores relatam a proximidade do nervo vago nesta região e este não será estimulado pela ponta do fio, já que estará voltado para a luz do órgão. Evita aderências, o que atrapalharia a sua peristalse; Aposição; Prevenir irritação excessiva e aderências; Esôfago; intestinos; reduzir espaço morto; oclusão cutânea intradérmica Sutura em jaquetão ou técnica de sobreposição de Mayo : há uma sobreposição das bordas da ferida. A agulha entra longe em uma borda da ferida, estando a outra logo abaixo. A agulha entrará perto na outra borda. Pode ser utilizada em suturas de hérnias umbilicais. Fechamento de anéis herniários e fendas palatinas; Excelente resistência a tensão. Sutura Longe perto perto longe > variação da Colchoeiro; indicação: Pele, subcutâneo; fáscias sob tensão. ● organização da mesa de instrumental