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DPOC

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 Transcrição Rayanne Persi - ano 2023 - Clínica Médica 
 → Definição: 
 “DPOC é uma doença comum, prevenível e 
 tratável, caracterizada por sintomas 
 respiratórios persistentes e limitação ao 
 fluxo aéreo, que é devido às alterações nas 
 vias aéreas e nos alvéolos causadas por 
 exposição significativa a partículas e gases 
 nocivos.” (GOLD 2021) 
 → Epidemio: 
 ● Prevalência no Brasil é de 15,8% 
 ○ Diagnosticados cerca 12% 
 ○ Tratados cerca de 25% 
 ● É a 3º causa de morte no mundo 
 É muito prevalente todavia muito 
 subdiagnosticada, e subtratada. 
 → Fenótipo: 
 Temos 2 tipos de fenótipos: 
 ● Enfisema (tem destruição na via 
 aérea / alveolos. Tem uma alteração 
 irreversível.) 
 ● Bronquite Crônica (presença de 
 inflamação alveolar / brônquio) 
 E temos os fenótipos agindo separadamente, 
 ou concomitantemente. 
 → Fatores de Risco: 
 ● Idade 
 ● Tabagismo 
 ● Biomassa 
 ● Exposição ocupacional a poeiras / 
 produtos químicos 
 O tabaco é responsável por 85% dos 
 casos de DPOC no mundo. Pois a fumaça do 
 cigarro atrai células inflamatórias na via 
 aérea , levando a inflamação, aumentando o 
 risco de uma bronquite / bronquiolite , e 
 aumenta o risco de destruição dos alvéolos 
 e da via aérea. A fumaça estimula a 
 liberação da elastase , ela é uma proteína 
 que quebra a elastina , fazendo uma 
 deformidade e destruindo a via aérea, além 
 de inativar a alfa-1-antitripsina contribuindo 
 para destruição da elastina (é raro todavia, 
 há pacientes que têm uma mutação 
 hereditária nessa alfa-1-antitripsina, 
 independente do uso do cigarro, 
 desenvolvendo DPOC em jovens e 
 principalmente em bases pulmonares, e pode 
 causar lesão hepática.) 
 E pode haver uma suscetibilidade 
 genética a doença. 
 → Fisiopatologia: 
 Há uma destruição no alvéolo, ou 
 seja, destruição da musculatura lisa do 
 alvéolo, hiperplasia das glândulas, 
 hiperprodução de muco, isso tudo leva a 
 deformidade do alvéolo. 
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 Transcrição Rayanne Persi - ano 2023 - Clínica Médica 
 E se o paciente parar de fumar + 
 tratamento correto, essas alterações se 
 desfazem, ou seja, reversíveis. Todavia, caso 
 tenha uma perda da conexão alveolar ou 
 enfisema, já uma alteração irreversível. 
 → Quadro Clínico: 
 ● Dispneia 
 É progressiva, persistente e piora com o 
 esforço. 
 ● Tosse crônica 
 Pode ser intermitente e seca, geralmente 
 uma tosse matinal (clássico do fumante). É o 
 primeiro sintoma a surgir. 
 ● Expectoração 
 Pode estar presente e com variações. 
 → Exame Físico: 
 ● Parede normal 
 ● Tórax em tonel = formas avançadas 
 (muito raro) 
 ● Sibilos e roncos, principalmente nas 
 exacerbações 
 ● Hipertimpanismo à percussão 
 ● Expansibilidade reduzida 
 ● Estertores ausentes 
 Radiografia de Tórax: 
 Pode ser normal. Todavia não exclui a 
 doença. 
 → Diagnóstico: 
 Espirometria: 
 É o padrão ouro! 
 VEF¹ / CVF pós - broncodilatador < 70 
 Toda espirometria < 70 é DPOC? 
 NÃO! Temos que ter sinais e sintomas e 
 histórico de fatores presentes. 
 CVF = capacidade vital forçada (é 
 todo o ar tirado do pulmão) 
 VEF¹ = volume no primeiro segundo 
 ● Marcador de mortalidade (quanto 
 menor ele for, maior chance de 
 mortalidade) 
 ● Usado para classificar gravidade 
 ● Razoável correlação com os sintomas 
 (baixo valor, maior a dispneia) 
 Quando uma pessoa com DPOC faz esse 
 teste, no início temos um brônquio fechado, e 
 no 1 seg expulsando o ar do pulmão, temos 
 uma demora até o brônquio se abrir, nesse 
 tempinho demos uma redução do fluxo. É por 
 isso que a relação VEF1 / CVF, quanto 
 menor o número de cima, menor a relação. E 
 no diagnóstico para DPOC o < 70 significa 
 que é o ar que sai do pulmão no primeiro 
 segundo é menor que 70% da capacidade de 
 soltar o ar. 
 → Classificação: 
 Iremos classificar depois do 
 pós-broncodilatador, da confirmação do 
 diagnóstico, e assim vamos determinar a 
 gravidade da obstrução do fluxo aéreo 
 (escala GOLD 1 a 4). 
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 Transcrição Rayanne Persi - ano 2023 - Clínica Médica 
 Caso a espirometria confirme o 
 diagnóstico → obstrução do fluxo aéreo. 
 GOLD 1 = VEF¹ > 80 (leve) 
 GOLD 2 = VEF¹ 50 - 79 (moderado) 
 GOLD 3 = VEF¹ 30 - 49 (grave) 
 GOLD 4 = < 30 (muito grave) 
 Essa classificação é bom pra ver 
 prognóstico, mas não tratamos de acordo 
 com essa classificação. 
 → Tratamento: 
 Iremos classificar GOLD A - D e 
 subsequente partiremos pro tratamento 
 farmacológico mais apropriado, através da 
 avaliação dos sintomas e histórico de 
 exacerbações (incluindo hospitalizações). 
 Histórico de Exacerbações: 
 Iremos perguntar: 
 ● Como é a falta de ar 
 ● Como é a exacerbação 
 mMRC 2+ = Paciente sente falta de 
 ar ao andar no plano ou para andar com 
 pessoas referente a sua idade → ele está 
 sintomático (indo para o lado esquerdo do 
 esquema - B ou D). 
 Ou seja, A / C é o paciente 
 sem dispneia. 
 Paciente sem exacerbação ou 
 apenas 1 sem internação, ele fica no A / B. 
 Caso ele já tenha 1 hospitalização ele é 
 classificado como exacerbado, ou mais de 2 
 exarcebaçõe nos ultimos 12 meses, ficando 
 no quadrado C / D 
 A → pouco assintomático e sem 
 exacerbação 
 B → muito sintomático e não exacerbado 
 C → exacerbador e não sintomático 
 D → sintomático e exacerbador (mais grave) 
 → Diagnóstico Diferencial: 
 ● EVALI = e-cigarette, or vaping, 
 product use-associated lung injury 
 → Tratamento Farmacológico: 
 Objetivo: 
 ● Reduz as exacerbações 
 ● Tratar sintomas 
 ● Melhorar tolerância ao exercício 
 Mas não altera a mortalidade! 
 Inicial: 
 0 ou 1 exacerbação (sem internação) 
 ● Grupo A → Qualquer broncodilatador 
 ● Grupo B → um broncodilatador de 
 longa ação (LABA ou LAMA) 
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 Transcrição Rayanne Persi - ano 2023 - Clínica Médica 
 > 2 exacerbações moderadas ou > 1 levando 
 a internação 
 ● Grupo C → LAMA 
 ● Grupo D → LAMA ou; LAMA + LABA 
 ou; ICS + LABA 
 O LAMA + LABA devemos considerar se for 
 muito sintomático. Já o ICS (corticoide 
 sistêmico) + LABA deve-se considerar 
 quando os eosinófilos forem > 300. 
 Legenda: 
 LABA = medicamentos beta 2 agonista de 
 longa duração (formoterol). Efeitos 
 colaterais: taquicardia e tremores. 
 LAMA = anticolinérgico ou antagonista 
 muscarínico de longa duração (tiotrópio). 
 Efeitos colaterais: boca seca, retenção 
 urinária, glaucoma agudo. 
 Corticoide inalatório = budesonida, 
 mometasona e fluticasona. Efeito colateral: 
 monilíase oral, rouquidão e PNM. 
 Dispneia: 
 ● LAMA ou LABA 
 ● LAMA + LABA 
 Exacerbação: 
 → Tratamento Não Farmacológico: 
 Parar de fumar melhora sobrevida / 
 reduz mortalidade! 
 E Oxigênio em pacientes com 
 indicação (tbm melhora sobrevida): 
 ● PaO2 < ou SatO2 < com ou sem 
 hipercapnia 
 ● PaO2: 55 e 60 mmHg; SatO2 de 88 - 
 90%; HP 
 ● Edema periférico ou Policitemia (Ht > 
 55%) 
 → Exacerbação: 
 É um evento agudo caracterizado 
 pelo agravamento dos sintomas respiratórios. 
 Onde deve ser mais do que variações 
 normais do dia a dia e deve resultar em 
 mudanças na medicação. 
 O diagnóstico se baseia na avaliação 
 clínica. Onde mostra um aumento da 
 dispneia, aumento da expectoração e 
 aumento da purulência do catarro (usar 
 ATB).Diagnóstico: 
 ● Caráter agudo 
 ● Atendimento em PS e / ou Internação 
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 Transcrição Rayanne Persi - ano 2023 - Clínica Médica 
 ● Febre não é comum 
 ● Resultado de raios X de tórax 
 geralmente é normal 
 Principal causa de mortalidade em VEF1 < 
 50%. 
 Fisiopatologia: 
 Inflamação da via aérea, mas não tem 
 alteração no parênquima pulmonar. 
 Diagnósticos Diferenciais: 
 ● Pneumonia 
 ● Pneumotórax 
 ● TEP (não respondem ao tratamento + 
 grave) 
 ● Depressão respiratória por fármacos 
 IC, SCA e arritmias 
 ● Ansiedade e pânico 
 Tratamento: 
 ABCO 
 A = antibiótico 
 B = broncodilatador 
 C = corticóide 
 O = Oxigênio 
 O2 se saturação estiver 88 - 92% e usar VN 
 se for preciso, a fim de manter uma 
 saturação próximo a 92 - 94%. 
 Broncodilatador de curta duração 
 para todo mundo! 
 As xantinas não são mais 
 recomendadas devido aos efeitos colaterais. 
 Os corticoides sistêmicos: 
 ● Diminuem o tempo de recuperação 
 ● Melhoram a função pulmonar (VEF1) 
 ● Reduz o risco de recaída precoce / 
 falha no tratamento / duração da 
 internação 
 Uso da: prednisona 40 mg de 5 - 7 dias. 
 O antibioticos usamos para: 
 ● Aumento da dispneia + Aumento do 
 volume e da purulência 
 ● Aumento da purulência do escarro + 
 aumento da dispneia ou volume 
 ● Escarro 
 ● Exacerbação grave com VM / VNI 
 Uso de 5 - 7 dias via oral ou intravenoso. 
 → VNI - Ventilação Não Invasiva: 
 Dispneia moderada a grave, indicação: 
 ● Músculos acessórios 
 ● Movimento paradoxal abdominal 
 ● Retração dos espaços intercostais pH 
 < 7,35 e / ou PaCo2 > 45 mmHg, FR 
 > 25 irpm 
 Como temos uma insuficiência respiratória 
 onde retém muito CO2, logo, temos que lavar 
 esse CO2. Ai que entra a VNI. 
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 Transcrição Rayanne Persi - ano 2023 - Clínica Médica 
 Benefícios: 
 ● Diminuição da IOT em 62% dos 
 casos 
 ● Diminuição da mortalidade em 47% 
 ● Diminuição de dias de internação 
 hospitalar 
 ● Aumento do pH e diminuição PaCO2 
 ● Diminuição da FR