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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL -UNIPLAN
CURSO DE PEDAGOGIA.
ANTONIA LUCRECIA MELO DE SOUSA - UL 22115094
ISA MIRANDA DOS SANTOS - UL 22113573
MADALENA FERREIRA DO NASCIMENTO - UL22121465
MARCELI BRITO SOUSA - UL 22120652
MARIA DO SOCORRO GOMES SANTIAGO - UL 22108035
MARJORIE SUAMY DOS REIS - UL 22115095
NATHALLY MOREIRA DA SILVA - UL 22107421
SAMANTHA CRISTINA DA COSTA ALVES - UL 22120209
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
3ºSEMESTRE
BRAGANÇA-PA. 
2023
ANTONIA LUCRECIA MELO DE SOUSA - UL 22115094
ISA MIRANDA DOS SANTOS - UL 22113573
MADALENA FERREIRA DO NASCIMENTO - UL22121465
MARCELI BRITO SOUSA - UL 22120652
MARIA DO SOCORRO GOMES SANTIAGO - UL 22108035 MARJORIE SUAMY DOS REIS - UL 22115095 NATHALLY MOREIRA DA SILVA - UL 22107421
SAMANTHA CRISTINA DA COSTA ALVES - UL 22120209
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
PPAP apresentado ao Centro Universitário Planalto do Distrito Federal - UNIPLAN, como requisito obrigatório para cumprimento de projetos e práticas de ação pedagógicas.
Supervisora	Acadêmica:	Camila	Janine Rodrigues das Merces.
BRAGANÇA-PA
2023.
A Importância da Afetividade na construção da Identidade da Criança na Educação Infantil.
1 TEMA:
O vínculo afetivo na escola, em nossa sociedade atual, parece estar se perdendo; ele é constituído inicialmente na Educação Infantil, primeira etapa de escolaridade, e acaba se perdendo aos poucos no Ensino Fundamental e no Médio, dando lugar a relacionamentos distantes e conflituosos, marcados por transmissão de conhecimento e avaliação.
O tema afetividade na relação entre professor e aluno traz à memória muitas experiências passadas, como a figura do “professor amigo” que se perde quando passamos a enxergá-lo como um “mero avaliador” ao longo da segunda etapa do Ensino Fundamental, causando certa negação por parte da turma em ter uma relação afetiva e de qualidade e com o professor e gerando desmotivação na aprendizagem.
A presente pesquisa aborda a conceituação de afetividade e sua importância no ambiente escolar para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Buscamos articular um diálogo entre construção do conhecimento e afetividade como dimensões interligadas.
É fato que não se pode separar afetividade de cognição, pois ambas caminham juntas. Segundo Wallon (1979), a personalidade é formada por duas funções básicas: inteligência e afetividade. A inteligência ou conhecimento está vinculado ao mundo físico, à construção do objeto. Já a afetividade está ligada às sensibilidades internas e orientada à construção da pessoa. Assim, a afetividade assume papel anterior à inteligência, no sentido de que assume função essencial no desenvolvimento humano, definindo os interesses e as necessidades individuais da pessoa.
A partir de reflexões e revisões teóricas acerca do tema em questão, desejamos investigar a importância da Afetividade na construção da Identidade e no processo de aprendizagem das crianças da Educação Infantil. Para isso, buscaremos suporte principalmente nas contribuições teóricas de Wallon e Vygotsky, bem como outros autores tendo como base também a nossa prática de Estágio Curricular numa turma de Educação Infantil realizada numa Unidade Escolar do nosso município. Portanto, as reflexões aqui apresentadas nada mais são do que um recorte do cotidiano escolar vivenciado na prática de estágio docente.
2 SITUAÇÃOPROBLEMA
Apontamos como situação-problema que guiou e norteou nosso trabalho: Qual importância da afetividade no processo de aprendizagem das crianças de Educação Infantil?
Acreditamos que somente num ambiente onde há interação social, troca de sentimentos, afetos, vínculos e consciência afetiva a aprendizagem será mais humana e haverá um desenvolvimento cognitivo mais rico.
3 JUSTIFICATIVA
Diante de tal problematização apresentam-se as seguintes hipóteses: o professor atuante da educação infantil deve aprender a lidar com o estado emocional do aluno para melhor estimular seu crescimento individual e social? É importante que esse profissional compreenda que a afetividade é um grande laço que liga professor e aluno? Esse processo engloba um conjunto de qualidades relacionadas tais como: paciência, dedicação e vontade de ajudar. A afetividade é a junção de tais essas qualidades, e aprender a lidar com estas e juntamente com as emoções, deve ser parte integrante do processo diário de ensino aprendizagem da criança, seja em casa ou na escola.
Sendo assim, o referido estudo justifica-se pela intenção de promover uma reflexão na importância do ensino baseado na afetividade no contexto pedagógico, bem como apontar relação da afetividade no processo de ensino aprendizagem na educação infantil.
Logo o tema em questão fora elencado para estudo devido a sua relevância na interação diária entre o professor e o aluno, buscando assim através da afetividade proporcionar um ambiente mais prazeroso e agradável criando um clima de satisfação no qual haja uma relação harmoniosa e de respeito mútuo.
4 EMBASAMENTO TEÓRICO
4.1 A CONCEPÇÃO DE AFETIVIDADE DE HENRI WALLON.
Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962) foi um destacado filósofo, médico, psicólogo e político francês, conhecido principalmente por seus estudos sobre o psiquismo humano, dedicando-se à infância. Sua concepção de desenvolvimento engloba de forma integrada as dimensões intelectual, afetiva e motora.
Lev Vygotsky e Jean Piaget já haviam destacado anteriormente a importância da afetividade, mas Wallon, por sua vez, tratou a temática com mais profundidade, destacando a afetividade como central na construção do conhecimento e da pessoa. Para Wallon (1954, p. 288),
A afetividade é um domínio funcional cujo desenvolvimento é dependente da ação de dois fatores: o orgânico e o social. Entre esses dois fatores existe uma relação recíproca que impede qualquer tipo de determinação no desenvolvimento humano, tanto que a constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência, em que a escolha individual não está ausente.
Fernanda Salla (2011), baseando-se em Wallon (1954), explica que, como seres humanos, somos afetados e respondemos a elementos externos – que podem ser gestos, olhares e atitudes de outras pessoas, objetos que nos chamam atenção, informações que recebemos do meio – e por sensações internas como medo, alegria e fome, entre outros; a essa condição é dado o nome de afetividade, sendo decisiva para o desenvolvimento humano.
A afetividade, segundo Wallon, refere-se à capacidade do ser humano de ser afetado positiva ou negativamente tanto por sensações internas como externas. A afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua, juntamente com a cognição e o ato motor, no processo de desenvolvimento e construção do conhecimento (Salla, 2011).
Com base na explicação do conceito de afetividade em Wallon (1954), percebemos que ele não deve ser considerado como sinônimo de carinho e amor, estando atrelado a estímulos e aprendizagem.
Souza (2013) aponta que Wallon (1954) dá grande importância às emoções no desenvolvimento humano e é por elas que se externam seus desejos e vontades, ressalta ainda que,
segundo Wallon, a afetividade depende de dois fatores: o orgânico e o social, que possuem uma importante relação, tanto que as dificuldades de uma situação podem ser superadas pelas condições mais favoráveis do outro. Essa ligação durante o desenvolvimento do indivíduo modifica a fonte de onde provêm as manifestações afetivas, ou seja, a afetividade, que no início era uma reação basicamente orgânica, passa a sofrer influência do meio social, a constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência, em que a escolha individual não estáausente, a afetividade tem uma evolução progressiva, se distanciando do fator orgânico e tornando-se mais relacionada ao fator social (Souza, 2013, p. 13-14).
Em seus estudos, Wallon defende que o processo de evolução depende tanto da capacidade biológica do sujeito quanto do ambiente, que o afeta de alguma forma. De acordo com o autor, o afeto pode ser expresso de três maneiras: a emoção, que se caracteriza por ativar as reações orgânicas, ou seja, não controlada pela razão; o sentimento,que tem caráter cognitivo, em que o indivíduo expressa o que sente; e a paixão,que é caracterizada pelo autocontrole – o indivíduo controla suas emoções. A afetividade e o espaço se entrelaçam, possibilitando experiências de sensações; Henri Wallon afirma:
O espaço não é primitivamente uma ordem entre as coisas, é antes uma qualidade das coisas em relação a nós próprios, e nessa relação é grande o papel da afetividade, da pertença, do aproximar ou do evitar, da proximidade ou do afastamento (Wallon, 1986, p. 33).
Dessa forma, observa-se que o afeto se faz presente em todos os momentos, movimentos e circunstâncias das ações humanas. O ambiente possibilita a proximidade ou o afastamento nas sensações de bem-estar ou mal-estar.
4.2 AFETIVIDADE NA RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
A afetividade vai além de sentimentos de amor, ternura e carinho; ela está relacionada a emoção, estados de humor, motivação, atenção, personalidade, temperamento, dentre outros termos. Ela exerce papel fundamental nas relações, influenciando o interesse na aprendizagem, a autoestima, a memória, a percepção, a vontade e as ações, favorecendo a construção da personalidade humana. Para Vygotsky (1998, p. 42),
a afetividade é um elemento cultural que faz com que tenha peculiaridades de acordo com cada cultura. Elemento importante em todas as etapas da vida da pessoa, a afetividade tem relevância fundamental no processo ensino-aprendizagem no que diz respeito à motivação, avaliação e relação entre professor e aluno.
Ao falar de afetividade na relação entre professor e aluno, é necessário articular com emoções, motivação, postura de conflito do eu, do outro e disciplina. Em todo meio do qual a criança faça parte, seja família, escola ou outro ambiente, essas questões estão sempre presentes.
Freire (1996, p. 96) ressalta características do professor que envolve afetivamente seus alunos:
O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é, assim, um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.
Piaget (1999, p. 22) aponta que “existe, com efeito, um paralelo constante entre a vida afetiva e a intelectual”; assim, o educador deve trabalhar a afetividade da criança, desse modo se desenvolverá a intelectualidade dela.
De acordo com os autores estudados, Vygotsky, Piaget e Wallon, a afetividade é indispensável para o ato de ensinar, facilitando o processo de aprendizagem.
Atualmente são vistos com frequência nas salas de aula conflitos, alunos desafiando o educador; diante disso, é de extrema importância uma boa relação de afetividade para contornar esses desafios de convivência entre professor e aluno. Quando em sala de aula se tem uma relação de confiança, o ensino se torna mais eficaz e prazeroso, favorecendo um ensino com trocas de conhecimentos; o aluno tem mais disposição para aprender e os educadores se sentem mais motivados.
Assim, em seu trabalho cotidiano, o professor deve atuar de modo que alguns sentimentos e emoções não se façam presentes:
evitar despertar nas crianças determinados sentimentos negativos, como hostilidade, desprezo, ciúme e inveja que em nada contribuem para o convívio em sociedade (...), despertando a cooperação e não a rivalidade. (...) A família e a escola têm uma participação íntima, pois são um meio favorável à aprendizagem de sentimentos que marcam a vida da criança. Por isso, já nos primeiros anos escolares, o professor deve ser competente em preparar a criança para viver em coletividade (Almeida, 2008, p. 353).
Segundo Paulo Freire (1980), para que haja a construção do conhecimento, é necessário que haja em sala de aula o debate e o respeito.
O diálogo é o encontro entre os homens, mediatizados pelo mundo, para designá-lo. Se ao dizer suas palavras, ao chamar ao mundo, os homens o transformam, o diálogo impõe-se como o caminho pelo qual os homens encontram seu significado enquanto homens; o diálogo é, pois, uma necessidade existencial (Freire, 1980, p. 42).
Observamos como o diálogo é importante em sala de aula na mediação do conhecimento; entretanto, para que haja diálogo é necessário ter uma relação positiva e afetiva para haver trocas de experiências, questionamentos sobre o tema e aprendizado em conjunto. Os alunos se sentirão confortáveis para expressar conhecimentos e dúvidas.
Sendo assim, dialogo e o afeto são ingredientes fundamentais para a formação de uma pessoa, com exercício do diálogo e uma forma de despertar o afeto e desenvolver o ato de escutar, de respeitar, de entender, de aprender e de ensinar. Nesse sentido, a afetividade está ligada a várias experiências que o sujeito pode ter, seja na família, no ambiente escolar, na comunidade ou sociedade. Para a construção de laços saudáveis e duradouros, é necessário ter afeto, e essa experiência pode influenciar no decorrer da vida.
Conforme Piaget (1976), o afeto é fundamental para ocorrer o desenvolvimento do raciocínio e inteligência:
vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas. E são inseparáveis porque todo intercâmbio com o meio pressupõe ao mesmo tempo estruturação e valorização. Assim é que não se poderia raciocinar, inclusive em Matemática, sem vivenciar certos sentimentos, e, por outro lado, não existem afeições sem um mínimo de compreensão (Piaget, 1976, p. 16).
Percebe-se assim a importância do papel da afetividade na construção do processo de ensino-aprendizagem. Ela favorece um ensino que levanta questionamentos, participações e relações sociais entre os sujeitos, tornando-se um impulso para que haja interesse nas ações e atividades propostas.
4.3 A AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), em seu Art. 29, preconiza que: “A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. Na Educação Infantil, inicia-se a escolarização da criança, há uma integração entre o educar e o cuidar; nesse aspecto, o professor exerce papel fundamental no desenvolvimento da afetividade.
O profissional que atua diretamente com a criança precisa desenvolver competências específicas na área, como perfil afetuoso, senso de justiça, atenção, solidariedade, cuidados, atitudes cooperativas, princípios éticos etc.
Crianças precisam de afetividade para aprender e se desenvolver seguras e felizes. Quando a criança não faz uso da linguagem oral, utiliza a emoção para se comunicar com todos ao redor, através do choro e sorriso, por exemplo.
Jean Piaget (1976) destaca o desenvolvimento intelectual em dois componentes: o cognitivo e o afetivo; ambos caminham juntos. Para o autor, toda atividade e o pensamento são ações cognitivas, representadas pelas estruturas mentais e o afeto, por uma estrutura energética, a afetividade.
O conhecimento é construído e internalizado em nossas mentes pela forma que nos é apresentado. O olhar especial do educador para o educando é de suma importância, pois é para eles que dedica seu trabalho, tempo e esforços.
Paulo Freire, em seu livro Professora, sim, Tia, não: cartas a quem ousa ensinar (1997), convida a uma reflexão sobre o embate entre os significados sociais travados entre tia e professora. A figura do educador na sociedade por muitotempo se tornou escura e desmerecida, considerada por muitos sem importância e que pode ser desempenhada por qualquer um, ou mesmo ser escolhida por não ter opção e sentir obrigada a “lidar com crianças”. Nisso, vemos que não se espera que o professor seja uma segunda mãe, nem que seja carinhosa como uma tia, mas que seja um profissional afetuoso, que passe segurança para criança.
O trabalho do professor em sala de aula não se resume na transmissão de conhecimento, tampouco no cuidado; é um trabalho complexo de articulação entre teoria adquirida durante sua formação e a prática cotidiana, promoção de momentos para construção do conhecimento, conversa, escuta, troca, incentivo e afetividade que contribuem para a aprendizagem.
Na Educação Infantil a relação entre professor e a turma deve ser positiva; quando o professor é afetuoso, ou seja, atencioso, demonstra se importar com o aluno, busca sempre interagir e despertar interesse no aluno, as crianças desenvolvem melhor o raciocínio, a autoestima e o pensamento.
Souza (2013) ressalta que
as relações afetivas nas salas de aula dependem muito das atitudes do professor. Se ele se mantiver indiferente ou expressar raiva em relação aos alunos, a tendência é que essas atitudes causem reações recíprocas nos alunos, gerando um ambiente conflituoso que dificultará a aquisição do conhecimento. As emoções e os sentimentos das crianças influenciam o seu desempenho escolar. A relação que elas estabelecem com o meio tem um importante papel na aprendizagem (Souza, 2013, p. 20-21).
Quando se fala de afetividade na EDUCAÇÃO INFANTIL, é acolher a criança a um ambiente totalmente diferente de sua casa, é proporcionar trocas de experiências, estímulos à aprendizagem, despertar para as motivações; não se trata de abraçar o tempo todo e fazer demonstrações de carinho. O professor nessa fase inicial deve preocupar-se com aspectos que influenciam no desenvolvimento cognitivo da criança como um ambiente escolar com afetividade, segurança e confortável.
A Educação Infantil é a etapa em que a criança comece a construir sua identidade, e nesse momento é de suma importância que a criança se sinta amada, acolhida, aceita e ouvida para que possa despertar para a vida, a curiosidade e a busca pelo conhecimento.
Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) acerca dos Objetivos Gerais da Educação Infantil, são apresentadas oito diferentes capacidades que as crianças devem desenvolver a partir da prática na Educação Infantil:
desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
descobrir e conhecer seu próprio corpo, potencialidades e limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a saúde e bem-estar;
estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando suas possibilidades de comunicação e interação social;
estabelecer e ampliar as relações sociais, aprendendo a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;
brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade (Brasil, 1998, p. 63).
O Referencial para a Educação Infantil propõe uma visão do professor como mediador do conhecimento, auxiliando a criança a desenvolver sua identidade, sua autonomia, sua confiança e despertando o olhar crítico e atuante na sociedade. Para que todos esses objetivos propostos pelo referencial sejam cumpridos de forma satisfatória, é imprescindível que o professor na sua sala de aula estabeleça vínculos afetivos. Sendo assim, observa-se que a afetividade proporciona um ensino prazeroso e produtivo.
5 PÚBLICO-ALVO
· Os sujeitos da pesquisa são os pais ou responsáveis, professores e gestores dos alunos matriculados.
6 OBJETIVOS
6.1 Objetivo Geral:
· investigar como a afetividade pode contribuir para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil.
6.2 Objetivos Específicos:
· conceituar a afetividade; 
· refletir sobre a afetividade na relação entre professor e aluno e seu impacto no processo ensino-aprendizagem; e 
· refletir sobre a importância da afetividade na Educação Infantil.
· Compreender discursos sobre a afetividade, políticos e emocionais;
· Discorrer sobre a literatura que defende a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem;
· Discutir sobre a relação frente às fases afetivas concretas;
· Relacionar alguns conceitos de afetividade embasados com o desenvolvimento infantil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALMEIDA, A. R. S. A afetividade no desenvolvimento da criança: contribuições de Henri Wallon. Inter-Ação, v. 33, nº 2, p. 343-357, jul./dez. 2008.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF,1998.
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação - uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 4ª ed. São Paulo: Moraes, 1980.
______. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D’Água, 1997.
______. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PIAGET, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
______. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
SALLA, Fernanda. O conceito de afetividade de Henri Wallon. Nova Escola, 1 de outubro de 2011. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/264/0-conceito-de-afetividade-de-henri-wallon. Acesso em: 25 de mar. 2023.
SOUZA, Cristiane Belarmino de. A afetividade na visão de docentes da Educação Infantil. 2013. 42 f. Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino), Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2013.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
WALLON, Henri. Les mileux, les groupes et la psychogenèse de L’enfant. Enfance, Paris, v. 4, nº 3, p.287-296, mai/oct. 1954.
______. L’evolution psychologique de l’enfant. Paris: Collin, 1986.

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