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trabalho familia simultâneas ou paralelas

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FAMÍLIAS SIMULTÂNEAS OU PARALELAS
 
 
 
 
 
FACULDADE OBJETIVO 
CURSO DE DIREITO 
 
FAMÍLIAS SIMULTÂNEAS OU PARALELAS 
 
 
 
GOIÂNIA 
2023 
 
0 
 
1 
 
CARLA MARTINS DE C. UCHÔA – R.A. 002290013215 
DIEGO ROBERTO FARIA DE PAIVA RA 02290013472 
GABRIEL MOREIRA BORGES – R.A. 02290013388 
GABRIEL SCALON PUREZA – R.A. 02290013422 
IVANI FONSECA LIMA – R.A. 02290013559 
MICHELLI MELO QUEIROZ MIRANDA - R.A.02290013668 
 
 
 
FAMÍLIAS SIMULTÂNEAS OU PARALELAS 
 
 
 
 
Trabalho acadêmico apresentado à 
disciplina de Direito de Família, curso de 
Direito da UNICEUG para obtenção de 
nota na NP2. 
 
 
Prof (a). Elza 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2023 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Toda a doutrina social que visa 
destruir a família é má, e para mais 
inaplicável. Quando se decompõe uma 
sociedade, o que se acha como resíduo 
final não é o indivíduo mas sim a 
família..”. 
Victor Hugo 
 
 
 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 4 
Reconhecimento de união estável "post mortem" ................................................................. 5 
1 - ADVOGADO DE MARIA ................................................................................................................ 6 
2 – ADVOGADO DE CAROLINA .....................................................................................................11 
OS DEVERES MARITAIS, A PARTILHA DE BENS, PENSÃO POR MORTE E QUESTÕES 
RELACIONADAS AO PROCESSO DE INVENTÁRIO ................................................................12 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................................14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A união estável é um instituto do Direito de Família que reconhece a convivência 
duradoura, pública e contínua entre duas pessoas, conhecida como uma entidade 
familiar. No nosso ordenamento jurídico, a união estável é regulamentada pelo Código 
Civil, nos artigos 1.723 a 1.727. Abaixo, uma fundamentação com base nos principais 
artigos relacionados à união estável. 
- Artigo 1.723: Este artigo estabelece que a união estável é reconhecida como entidade 
familiar quando ocorrer a convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de 
constituição de família. Essa definição permite que a união estável seja configurada 
independentemente de qualquer formalidade ou presunção. 
- Artigo 1.724: Estabelece que a união estável pode ser provada por diversos meios, 
como documentos, testemunhas, entre outros. Significa que não é necessário um 
contrato ou registro formal para comprovar a existência da união estável, a 
comprovação pode ser feita por meio de indícios e circunstâncias que demonstrem a 
convivência do casal. 
- Artigo 1.725: Dispõe que a união estável não se configura quando um dos conviventes 
estiver casado. Assim, se uma das partes está casada, não pode estabelecer uma união 
estável com outra pessoa enquanto o casamento não for dissolvido. 
- Artigo 1.726: Este artigo estabelece que a união estável pode ser convertida em 
casamento, mediante pedido ao juiz, sendo observado as formalidades legais para a 
celebração do casamento. Isso significa que, caso o casal opte por formalizar sua união 
estável em casamento, eles têm o direito de fazê-lo. 
- Artigo 1.727: estabelece que os direitos e deveres referentes à união estável aplicam-se 
também às relações homoafetivas. Isso significa que casais do mesmo sexo têm o 
direito de constituir uma união estável e desfrutar dos mesmos direitos e obrigações 
conferidos aos casais heterossexuais. 
Além desses artigos, é importante destacar que existem outras normas e jurisprudências 
que complementam a união estável, vejamos: 
- Súmula 382 do STJ: Essa súmula estabelece que "a vida em comum sob o mesmo teto, 
a mútua assistência, inclusive econômica, e a intenção de constituir família são 
elementos que caracterizam a união estável". Em outras palavras, essa súmula oferece 
diretrizes para identificar a configuração da união estável, levando em consideração 
critérios como a convivência, assistência mútua e intenção de constituir família. 
- Súmula 588 do STJ: Essa súmula dispõe que "configura união estável a relação não 
eventual entre o homem e a mulher, impedidos de casar, por motivo de parentesco em 
linha reta", ou seja, essa súmula reconhece a união estável mesmo nos casos em que há 
um impedimento legal para o casamento, como é o caso de parentesco em linha reta. 
5 
 
- Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) - Reconhecimento da União 
Homoafetiva: O STF em 2011proferiu uma decisão reconhecendo a união estável entre 
casais do mesmo sexo. A partir dessa decisão, os casais homoafetivos passaram a ter os 
mesmos direitos e deveres atribuídos aos casais heterossexuais em união estável, 
assegurando o mesmo tratamento. 
- Emenda Constitucional nº 66/2010: Essa emenda alterou o artigo 226, § 6º, da 
Constituição Federal, eliminando a necessidade de separação judicial prévia de casais 
para que possam se divorciar e contrair uma nova união estável ou casamento. Com 
isso, ficou mais ágil o processo de dissolução da união estável ou do casamento para 
permitir a formação de novas entidades familiares. 
Reconhecimento de união estável "post mortem" 
A Constituição Federal, no artigo 226, § 3º, e o Código Civil, no artigo 1.723, 
reconheceram como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, 
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo 
de constituição de família. Cabe à parte autora, nos termos do art. 373, inciso I, do 
Código de Processo Civil, comprovar os fatos constitutivos de seu direito, notadamente 
a convivência more uxório, a data de início e fim de seu relacionamento, bem como o 
ânimo de constituir família. Compete ao réu, nos termos do art. 373, inciso II, do Novo 
Código de Processo Civil, comprovar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos 
do direito do autor. Demonstrado, de maneira inconteste, que a autora e o falecido 
possuíam um relacionamento público, estável e que conviveram sob o mesmo teto por 
vários anos, até o óbito deste, tais elementos são suficientes para caracterizar a 
existência de união estável”. 
Sendo assim, o reconhecimento em caso de falecimento do parceiro deve ser realizado 
pela via judicial, com a ajuda de um profissional para solicitar a entrada do processo, 
que deve conter a explicação e todo o período de duração da união. Sendo reconhecida 
a união estável por sentença, o companheiro fará parte do inventário, que é o processo 
necessário para a transmissão dos bens do falecido para os seus sucessores. 
Nesse caso seu companheiro(a) terá direito à meação (metade) de todos os bens 
adquiridos onerosamente durante a união estável, bem como terá direito à herança 
quanto aos bens particulares por ele deixados – em concorrência com eventuais 
herdeiros legítimos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1 - ADVOGADO DE MARIA 
 
PETIÇÃO 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZO DA ____ VARA DE FAMÍLIA 
E SUCESSÕES DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP. 
 
MARIA, brasileira, viúva, trabalhadora do lar, portadora do Registro Geral sob o nº. 
000-0 SSP/SP e inscrita no CPF sob o Nº. 000.000.000-00; neste ato representada por 
seu advogado que esta subscreve, (procuração anexa), com escritório profissional 
localizado na Rua 205 nº 13 St Coimbra, Goiânia-GO, vêm à presença de Vossa 
Excelência, com sucedâneo no Art. 1.723 e 1.725 do Código Civil Brasileiro, propor a 
presente 
AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM E 
ANULAÇÃO DE CASAMENTO POSTERIOR POR 
em face dos herdeiros de JOAO; brasileiro, caminhoneiro, portadora do Registro Geral 
sob o nº. 000-0 SSP/SP e inscrita no CPF sob o Nº. 000.000.000-00, falecido em 
03/04/2017, conformecertidão de óbito anexa. 
1. HERDEIROS 
MARIA, brasileira, viúva, trabalhadora do lar, portadora do Registro Geral sob o nº. 
000-0 SSP/SP e inscrita no CPF sob o Nº. 000.000.000-00; e 
BERNARDO, brasileiro, filho, estudante, portadora do Registro Geral sob o nº. 000-0 
SSP/SP e inscrita no CPF sob o Nº. 000.000.000-00. 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
1. DOS FATOS QUE MOTIVAM O PEDIDO 
A Requerente e o falecido JOAO conviveram em União Estável por mais de 22 (vinte e 
dois) anos, sendo referida convivência pública, contínua e duradoura com o intuito de 
constituir família, reconhecida por parentes e amigos. 
O casal não formalizou a união antes do falecimento do de cujus. Referida união 
persistiu até o falecimento de seu companheiro em 03/04/2017. (certidão de óbito 
anexa). 
João trabalhava como caminhoneiro autônomo e namorava Maria, que residia em um 
apartamento alugado na cidade de são Paulo. Ocorre que, a partir de 15/01/1995, o casal 
decidiu morar juntos. Com o passar do tempo, João fez um financiamento, no banco, 
para adquirir uma casa própria, o contrato foi firmado em janeiro de 1996. Após dois 
anos, ele finalmente quitou o financiamento (em 05 de janeiro de 1998). A vida era 
comum, os gastos divididos, andavam de mãos dadas pela cidade, iam a festas e 
churrascos dos vizinhos. 
7 
 
Maria tinha o desejo de ter um filho em comum com João que resistia a idéia de ser pai, 
razão pela qual brigaram. 
Em 31/12/1998 João conheceu Carolina em uma festa e constrangido pelo pai de 
Carolina se casaram apressadamente em junho de 1999, fato esse ocorreu sem o 
conhecimento de Maria, e sem terminar seu relacionamento com ela, pois como prova 
um mês após o casamento ele engravidou Maria com filho que nasceu nove meses 
depois em 11/04/2000 com nome de Bernardo. 
O fato de Bernardo ter nascido com problemas de saúde, levou Maria a sair do emprego 
para se dedicar ao filho, pois ele necessitava de cuidados especiais. 
1. DO DIREITO 
O Código Civil em seu Art. 1.723. assevera que é reconhecida como entidade familiar a 
união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e 
duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.” 
Ainda, esclarece o legislador no mesmo diploma legal o seguinte: 
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se 
às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
Entende-se pela leitura conjugada destes dois artigos que a Requerente possui direitos 
ao reconhecimento da união estável com o de cujos, uma vez que viveu com o mesmo 
constituindo família por mais de 22 anos. 
Elucida, por fim, Roberto Senise Lisboa, em Manual de Direito Civil, vol. 5, 3.ª ed., 
RT, p. 213, o a seguir aduzido: 
União Estável é a relação íntima e informal, prolongada no tempo e assemelhada 
ao vínculo decorrente do casamento civil, entre sujeitos de sexos diversos 
(conviventes ou companheiros), que não possuem qualquer impedimento 
matrimonial entre si. 
A dissolução da união estável ocorre por morte de um dos companheiros, pela vontade 
das partes de não mais viverem como se casados fossem ou por infringirem um dos 
deveres estabelecidos no artigo 1.724 do código civil, ou ainda pelo casamento. Neste 
caso ocorreu a morte do companheiro Sr. JOSE BENEDITO DE SOUSA, em 
30/06/2013, conforme certidão de óbito anexa. 
Sendo assim a dissolução deverá ser homologada judicialmente, na qual requer a este 
douto juízo a declaração do reconhecimento e a dissolução da união estável. 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E 
DISSOLUÇÃO DEUNIÃO ESTÁVEL CUMULADA COM PARTILHA DE 
PATRIMÔNIO. JUNTADA DEDOCUMENTO EM GRAU RECURSAL. 
POSSIBILIDADE, DESDE QUE OBSERVADO OCONTRADITÓRIO, COMO 
NA HIPÓTESE. REQUALIFICAÇÃO JURÍDICA DOS FATOS. 
POSSIBILIDADE. [...]. CONFIGURAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL. PRESENÇA 
CUMULATIVA DOS REQUISITOS DE CONVIVÊNCIA PÚBLICA, 
CONTINUIDADE, DURABILIDADE E INTENÇÃO DE ESTABELECER 
FAMÍLIA A PARTIR DE DETERMINADO LAPSO TEMPORAL [...] 5- Embora 
a identificação do momento preciso em que se configura a união estável, deve se 
8 
 
examinar a presença cumulativa dos requisitos de convivência pública (união não 
oculta da sociedade), de continuidade (ausência de interrupções), de durabilidade e 
a presença do objetivo de estabelecer família, nas perspectivas subjetiva 
(tratamento familiar entre os próprios companheiros) e objetiva (reconhecimento 
social acerca da existência do ente 
familiar). 6- Na hipótese, deve ser afastada a data gravada nas alianças docasal - 
25/08/2002 - como termo inicial da união estável, eis que ausente o requisito da 
convivência pública e diante da ausência deprova da específica simbologia 
representada pelas referidas alianças, como também deve ser afastada a data de 
nascimento do filho primogênito - 18/06/2004 - como termo inicial da convivência, 
eis que produzida prova suficiente de que os requisitos configuradores da união 
estável estavam presentes em momento anterior. 7- Os elementos de prova colhidos 
nos graus de jurisdição, interpretados à luz das máximas de experiência e da 
observação do modo pelo qual os fatos normalmente se desenvolvem, somada a 
existência de coabitação entre as partes desde Fevereiro de 2003, mantida ao 
tempo da descoberta da gravidez, ocorrida em 24/10/2003, do primeiro filho do 
casal, permitem estabelecer essa data como o momento temporal em que a união 
estável havida entre as partes ficou plenamente configurada. 8- A dessemelhança 
fática entre o acórdão recorrido e os acórdãos tidos como paradigmáticos impede o 
conhecimento do recurso especial pela divergência jurisprudencial. 9-Recurso 
especial parcialmente conhecido e, nessa extensão,parcialmente provido.(STJ – 
Superior Tribunal de Justiça- REsp 1678437 / RJ-RECURSO ESPECIAL-
2016/0253462-3. Relator (a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118), T3 - 
TERCEIRA TURMA, Data do Julgamento 21/08/2018, Data da Publicação: DJe 
24/08/2018. 
Esse também é o entendimento da jurisprudência de nossos tribunais, como se observa 
no julgado do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, a seguir aduzido: 
APELAÇÃO – AÇÃO DECLARATÓRIA DE EXISTÊNCIA DE SOCIEDADE 
DE FATO – UNIÃO ESTÁVEL – COMPROVADA – A união estável se configura 
pela união entre homem e mulher, baseada na convivência pública, contínua e 
duradoura, caso dos autos. Apelação conhecida e não provida.” (TJES – AC 
011980228289 – 3ª C.Cív. - Rel. Des. Nivaldo Xavier Valinho – J. 21.09.2004). 
A Constituição Federal em seu artigo 226 reconhece a união estável, dando-lhe todo o 
abrigo tal qual às uniões legais e devidamente constituídas, sendo hoje pacífico na 
jurisprudência, conforme entendimento sumulado, Súmula 380 do Supremo Tribunal 
Federal, que, comprovada a existência de sociedade de fato entre os pares, é cabível a 
dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum, temos 
ainda a Lei nº 8.971/94 que regula o direito dos companheiros à alimentos e até mesmo 
à sucessão bem como a Lei nº 9.278, de 10.05.1996, que regula o parágrafo terceiro do 
artigo 226 da Constituição Federal, leis essas que oferecem todo o amparo legal a união 
estável e aos direitos dos companheiros. 
Vide abaixo julgado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, como se segue: 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE 
UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM. BENS ADQUIRIDOS DURANTE A 
CONVIVÊNCIA. PARTILHA. POSSIBILIDADE. PRELIMINAR. NULIDADE 
DA SENTENÇA. REJEITADA. PROVA DOCUMENTAL. VALORAÇÃO. 
9 
 
1. O juiz é o condutor do processo, cabendo-lhe a função precípua de valorar as 
provas apresentadas, até a formação do convencimento lastreador da prolação da 
sentença. Não padece de nulidade a sentença que aprecia todos os pontos 
controvertidos trazidos nos autos. 
2. Segundo os ditames da lei que regulamenta a união estável, uma vez formada a 
entidade familiar, surgem os efeitos patrimoniais daí decorrentes, de forma que 
não é necessáriaa comprovação de contribuição para a construção do patrimônio 
comum, haja vista a presunção de mútua colaboração dos conviventes, a qual 
somente pode ser afastada por contrato escrito dispondo ao contrário. 
A união estável é Regido pelo Direito de Família, do novo Código Civil Brasileiro – 
Livro IV, artigos 1.511 a 1.783, e Regida pela Lei 9.278/96, de acordo com a 
constituição de 88 em seu artigo 226, é reconhecida como entidade familiar, não há a 
obrigação de formalidade. 
Tendo em vista o reconhecimento por mérito da união estável, iniciada antes do 
casamento com Carolina e perdurada após o casamento, como o casamento foi 
descoberto somente após o falecimento, e sendo a união estável equiparada ao 
casamento para todos os fins, é também considerado para fins de enquadramento como 
impedimento no art. 1.521 inciso VI do C.C. como sendo impedidos de se casar “as 
pessoas casadas;”. 
De acordo com o art. 1.724 do Código Civil/02, as relações pessoais entre os 
companheiros (regidas pela União Estável) obedecerão aos deveres de lealdade, 
respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos, além de o 
art. 1.725 prever que na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, 
aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial bens, 
ou seja, para o caso em tela, temos que JOÃO ainda vinculado pelo instituto da união 
estável com MARIA, tem um casamento forçado e arbitrado com Carolina mesmo 
com todos os indícios de que impedia o casamento e mesmo após o casamento não 
cessou o vinculo conjugal, fato esse que engravidou Maria, cuidou e manteve Maria e 
seu filho por toda a vida. 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CASAMENTO C/C DIVÓRCIO. SENTENÇA DE 
PARCIAL PROCEDÊNCIA. RECURSO DA AUTORA PRELIMINAR EM 
CONTRARRAZÕES. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL DA 
RECORRENTE, EM VIRTUDE DO ACOLHIMENTO DO PEDIDO 
ALTERNATIVO DE DIVÓRCIO. INSUBSISTÊNCIA. PLEITOS INICIAIS 
QUE SÃO SUBSIDIÁRIOS. ART. 326 DO CPC. IMPROCEDÊNCIA DO 
PEDIDO PRINCIPAL DE ANULAÇÃO DO CASAMENTO. INTERESSE DE 
RECORRER VERIFICADO. PRELIMINAR AFASTADA. MÉRITO AUTORA 
BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA. CONDENAÇÃO NOS ÔNUS 
SUCUMBENCIAIS. PEDIDO DE AFASTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 
CONCESSÃO DA BENESSE QUE SUSPENDE A EXIGIBILIDADE DAS 
VERBAS, NOS TERMOS DO ART. 98, §§ 2º E 3º, DO CPC. ANULAÇÃO DE 
CASAMENTO. ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA DO CÔNJUGE. NÃO 
CONFIGURAÇÃO. UNIÃO ESTÁVEL MANTIDA PELO DEMANDADO 
ANTERIORMENTE AO RELACIONAMENTO DAS PARTES. CIÊNCIA 
SUPERVENIENTE DA DEMANDANTE. AUSÊNCIA DE PROVAS DE QUE 
TAL FATO GEROU A INSUPORTABILIDADE DA VIDA EM 
COMUM. EXISTÊNCIA DE DESENTENDIMENTOS 
10 
 
FINANCEIROS. LITIGANTES QUE SE RELACIONARAM POR CURTO 
PERÍODO. NAMORO DE SOMENTE TRÊS MESES PELA INTERNET, COM 
UM ÚNICO ENCONTRO. CASAMENTO PREMATURO. RISCO ASSUMIDO 
PELA APELANTE QUANTO À PESSOA DO CÔNJUGE. REQUISITOS DOS 
ARTIGOS 1556 e 1557, I, DO CC NÃO PREENCHIDOS. IMPROCEDÊNCIA 
DO PEDIDO DE ANULAÇÃO MANTIDA. HONORÁRIOS 
RECURSAIS. CABIMENTO. EXIGIBILIDADE SUSPENSA, DIANTE DO 
DEFERIMENTO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA À 
REQUERENTE. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 
 
2. DOS BENS 
O falecido deixou uma casa, três apartamentos e um caminhão novo. 
 
3. DOS PEDIDOS 
Passando-se dessa maneira, REQUER: 
a) O total procedência da ação para que seja reconhecida a união estável conforme 
demonstrado e anulação do casamento contraído com Carolina. 
b) Seja expedido um mandado de segurança com tutela de urgência para bloquear os 
bens e possível inventario levantado por Carolina até o final do processo em epigrafe. 
c) Seja intimado o Ilustre Representante do Ministério Público, para que se manifeste no 
feito; 
d) Sejam concedidos os benefícios da Justiça gratuita a parte autora, conforme 
declaração de hipossuficiência jurídica já devidamente anexa. 
Protesta provar o alegado, por todos os meios admitidos em direito, rol de testemunhas 
conforme abaixo, os documentos inclusos, depoimento pessoal e demais que julgar 
necessários no decorrer do processo. 
Dá-se a presente o valor de R$: 10.000,00 (dez mil reais) para efeito de alçada. 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
São Paulo 00 de mês de 20__. 
 
DIEGO ROBERTO FARIA DE PAIVA 
OAB GO 00.000 
 
 
11 
 
2 – ADVOGADO DE CAROLINA 
 
RECONHECIMENTO OU NÃO DE TAL SITUAÇÃO COMO FAMÍLIA (AS) 
A pretensão deduzida pela concubina Maria vai contra a literalidade do art. 1.727 
do Código Civil, segundo o qual a relação eventual mantida simultaneamente ao 
casamento constitui concubinato, e não pode ser reconhecida como união estável. 
Do caso concreto, verifica-se que eram relações não eventuais, que perduraram 
mais de uma década. A lei já descreve claramente o que significa uma relação 
não eventual entre um homem e uma mulher impedidos de se casarem, a saber o 
concubinato. 
Vide entendimento jurisprudencial: 
RECURSO ESPECIAL N. 1.754.008 – RJ (2018/0176652-5) 
 
 
12 
 
 
Nesse sentido, Carolina tem sua filiação reconhecida com João considerando que se 
casaram em junho de 1999. Carolina e João mantiveram relacionamento estável na 
constância do casamento por 17 anos e 10 meses. 
Ainda, Carolina não tinha conhecimento da existência de Maria e do filho de João 
Bernardo. 
 OS DEVERES MARITAIS, A PARTILHA DE BENS, PENSÃO POR MORTE E 
QUESTÕES RELACIONADAS AO PROCESSO DE INVENTÁRIO 
João tem como deveres maritais em relação a Carolina: 
O casamento produz várias conseqüências que se projetam no ambiente social, nas 
relações pessoais e econômicas dos cônjuges, dando origem a direitos e deveres que são 
disciplinados por normas jurídicas. 
É possível observar que a partir da análise do artigo 1.724 do Código Civil, “as relações 
pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e 
assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos”. 
Quanto a pensão por morte: 
De acordo com o artigo 74 da lei 8.213/91, a pensão por morte é devida ao conjunto dos 
dependentes do segurado que falecer, quer ele já fosse aposentado ou não. 
O “conjunto de dependentes” mencionado no artigo 74 está descrito no artigo 16 da 
mesma lei. Ele é dividido em três classes, da seguinte forma: 
 1ª Classe 
 Cônjuge 
 Companheiro ou companheira 
 Filho não emancipado menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência 
intelectual ou mental ou deficiência grave 
Outro detalhe importante é que, para os dependentes da primeira classe, não é 
necessário provar a dependência econômica com o segurado falecido. Essa dependência 
é presumida, bastando comprovar o vínculo em si de matrimônio. 
13 
 
Recentemente, os tribunais superiores não vêm admitindo reconhecimento de duas 
uniões estáveis simultâneas, ou o mesmo da união estável e o casamento simultâneo, 
existindo assim, várias decisões conflitantes acerca do tema. 
No tema extraordinário 526, de Repercussão Geral, RE 883168, a impossibilidade de 
concubinato de longa duração gerar efeitos prévio denciários, vejamos: 
É incompatível com a Constituição Federal, o reconhecimento de direitos 
previdenciários (pensão por morte) à pessoa que manteve, durante longo período e com 
aparência familiar, união com outra casada, porquanto o concubinato não se equipara, 
para fins de proteção estatal, às uniões afetivas resultantes do casamento e da união 
estável. (STF, 2021) 
Nesta toar, por unanimidade, decidiu a 3º Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
ao julgar a REsp 191631/31/MG, “é incabível o reconhecimento da união estável” 
simultânea ao casamento, assim como a partilha de bens em três partes iguais (traição), 
mesmo que o início da união seja anterior ao matrimônio” (STJ, 2022). 
No entendimento, firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, nos autos do Recurso 
Especial, restou o entendimento firmado, ao dar parcial provimento ao recurso, o 
Colegiado, entendeu que não há, impedimento ao reconhecimento da união estável no 
período anterior ao casamento, mas a partir do casamento sim, sendo a união fora do 
casamento, classificadocomo concubinato impuro. 
Como não reconhecemos o suposto filho Bernardo, Carolina terá direito na sua 
integralidade da pensão por morte, ante ao fato desta ser casada com João. 
Relativo à partilha de Bens 
Carolina casou-se com João em junho de 1999. João adquiriu um apartamento em 
janeiro de 1998 anterior ao casamento. Na constância do matrimonio comprou três 
apartamentos e um caminhão novo. Carolina era responsável pelos cuidados do lar do 
casal. 
O casal optou pelo regime de comunhão total de bens. Assim, relativo àabertura de 
inventário para a partilha de bens, sendo pleiteado para Carolina a totalidade do 
apartamentode João e dos bens que foram adquiridos pelo casal, com fundamento no 
artigo 1667 do código civil que dispõe:“O regime de comunhão universal importa a 
comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, 
com as exceções do artigo seguinte”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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reconvencao/922444248#:~:text=%C3%89%20poss%C3%ADvel%20o%20reconhecim
ento%20da,publicidade%20e%20notoriedade%20do%20relacionamento. Visto dia 
25/05/2023.

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