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Currículos de Geografia (96024)

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1) Há que se ressaltar que a comunidade geográfica brasileira composta por professores e alunos dos diferentes níveis da educação e materializada, por exemplo, na Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), tem se mostrado, historicamente, combativa no que se refere à aceitação de propostas curriculares de ensino de geografia feitas desde uma lógica centralizadora, sem a participação ampla e contínua dos diferentes sujeitos nos processos de elaboração e implementação (GIROTTO, 2017).
GIROTTO, E. D. Dos PCNs a BNCC: o ensino de Geografia sob o domínio neoliberal. GeoUERJ, n. 30, v. 1, p. 419-439, 2017.
Qual a mais relevante função que tem sido cumprida por parte dessa combatividade relativa ao debate do currículo de geografia no Brasil que tem acontecido desde a época da construção dos PCNs e, agora, na elaboração da BNCC?
A) Um meio de construir uma tradição de senso comum no Brasil sem se confundir com o currículo em si ou com o documento formal, caracterizado por uma lista de conteúdos e procedimentos.
B) Um disfuncional papel diante de um contexto de precarização do trabalho dos professores e professoras de geografia sob orientação de políticas curriculares tecnicistas.
C) Um importante movimento que articula a luta política com o compromisso de elaboração de uma Educação Geográfica que contribua para a construção de uma educação de qualidade para todos.
D) Um mecanismo da tradição que reedita o ensino enciclopedista na transição do século XIX ao XX e que tem sido reforçado por políticas curriculares de cunho neoliberal com forte espaço para criação e participação efetiva.
2) As políticas que permeiam as reformas educacionais do país nas últimas décadas têm sido alvo de tensas e constantes discussões entre a sociedade em geral. Mais recentemente, com a aprovação do Plano Nacional de Educação - PNE, tornou-se emergente a implantação da base nacional comum dos currículos, pautada em estabelecer os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano/série do ensino e cada área do conhecimento para a Educação Básica (SILVA, 2017).
SILVA, A. de S. Questões que perpassam o ensino de Geografia com as proposições da Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 7, n. 13, p. 417-437, 2017.
Qual alternativa se distancia de uma reflexão crítica que envolve o plano de fundo da BNCC?
A) O processo de construção da BNCC, elencado como prioridade nas metas de governo, provocou um movimento de análise e debate bastante consolidado na academia e demais instâncias simpatizantes com o assunto.
B) A mola motriz das discussões se centra na questão em que, mesmo diante de uma sociedade contemporânea, fluida, plural e com forte teor de desigualdades, o currículo ainda é uma ação exclusiva e de controle do Estado, bem como da necessidade da definição de um currículo comum em meio às diferenças, em que as relações hegemônicas de poder conduzem todo esse processo.
C) A BNCC é um mecanismo permeado por um campo de forças conflituosas em que as relações de poder são evidenciadas, sendo caracterizado como instrumento de alienação ou mesmo de emancipação social, a depender da forma de sua implementação.
D) Estabelece-se uma conexão entre as intencionalidades que permeiam a definição do currículo comum e os pontos de tensão acarretados por tal política, que são incomuns em discussões no campo curricular.
3) A Base Nacional Comum Curricular possui, como um dos seus principais objetivos, propor uma remodelação das diretrizes e orientações de construção do currículo para a Educação Básica brasileira por meio de uma estruturação que prima pelo processo de ensino e aprendizagem por meio de habilidades e competências. Tanto essas habilidades como competências possuem referenciais teóricos e metodológicos específicos e estabelecidos, são organizadas e os avanços dos processos cognitivos fazem com que os estudantes alcancem cada vez maior desenvolvimento em seu percurso escolar. 
Qual alternativa apresenta uma compreensão coerente e sustentável acerca das competências?
A) As competências podem ser compreendidas como processos de negação das habilidades mais específicas, com processos cognitivos de complexidade não tão elevada, para que, quando colocados em relação mútua uns com os outros, possam estabelecer novos patamares de cognição e compreensão de uma atividade, seja prática, teórica, reflexiva, criativa, propositiva e comparativa.
B) As competências podem ser compreendidas como habilidades mais específicas, com processos cognitivos de complexidade não tão elevada, para que, quando colocados em relação mútua uns com os outros, possam estabelecer novos patamares de cognição e compreensão de uma atividade, seja prática, teórica, reflexiva, criativa, propositiva, comparativa etc.
C) As competências podem ser vistas como verossimilhanças de habilidades mais específicas, com processos cognitivos de complexidade apenas um pouco elevada, para que, quando colocados em relação mútua individualizante, possam estabelecer novos patamares de cognição e compreensão de uma atividade, seja prática, teórica, reflexiva, criativa, propositiva, comparativa etc.
D) As competências podem ser interpretadas como habilidades mais específicas, com processos empíricos de complexidade elevada, para que, quando colocados em relação mútua uns com os outros, possam estabelecer antigos patamares de cognição e compreensão de uma atividade, seja prática, teórica, reflexiva, criativa, propositiva, comparativa etc.
4) As políticas curriculares, da maneira como são implementadas, se configuram ainda como um instrumento de alienação ou mesmo de emancipação social: alienação, quando a escola se volta para a reprodução dos interesses hegemônicos, capitalistas; quando legitima e afirma os projetos de expansão dos mercados, preparando os sujeitos para assumirem os papéis que lhes são destinados e, emancipatório, quando se organiza de forma a ensinar o conhecimento exigido pela sociedade, de forma a desenvolver práticas que melhor expressam as significações e os sentidos para a vida social autônoma dos sujeitos (SILVA, 2017).
SILVA, A. de S. Questões que perpassam o ensino de Geografia com as proposições da Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 7, n. 13, p. 417-437, 2017.
Diante dessas sinalizações, qual alternativa melhor expressa a tríade que sustenta pensar o atual currículo como política exclusiva do Estado?
A) Constituição, ideologia e contextualização.
B) Interdisciplinaridade, contextualização e hegemonia.
C) Soberania, dignidade e interdisciplinaridade.
D) Hegemonia, poder e ideologia.
5) Um dos principais questionamentos de Lacoste (1998) em relação à geografia escolar, a qual denominou de “Geografia dos Professores”, refere-se ao fato de essa disciplina estar centrada na memória e na informação. A crítica se dá em função da fragmentação curricular e da maneira como essa área do conhecimento foi desenvolvida – ele afirma que “de todas as disciplinas ensinadas na escola, a geografia é a única a parecer um saber sem aplicação prática fora do sistema de ensino”, realidade que ainda hoje se pode constatar em várias situações do cotidiano das salas de aulas (CASTELLAR, 2005, p. 210).
CASTELLAR, S. M. V. Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar. Cad. Cedes, Campinas, v. 25, n. 66, p. 209-225, 2005.
Nessa perspectiva, qual dos aspectos apontados nas alternativas mais demanda aprofundamento em termos de ensino em geografia?
A) A complexidade.
B) O saber-fazer.
C) O agir-comunicativo.
D) A teorização.
6) A Geografia, e seu objeto de estudo, o espaço geográfico, devem, portanto, ser vistos como uma abertura ao diálogo interdisciplinar e construção de instrumentos, técnicas e estratégias de ensino. É preciso buscar pontes com campos do saber mais distanciados de seus métodos e teorias.
Qual alternativa está mais distante da proposta de interdisciplinaridade, considerando a Geografia Escolar?A) O professor de Geografia pode trazer a abertura da Geografia como ponto de partida para a produção, elaboração e aproveitamento de projetos de aprendizagem, juntamente com os estudantes e gestores da sua escola.
B) O professor de Geografia consegue trabalhar de forma mais integrada ao considerar a Pluralidade Cultural, o Meio Ambiente, a Saúde e os Temas Locais, mas certamente tem o que contribuir para outros assuntos, conforme o planejamento das escolas na cooperação mútua.
C) A Geografia, por estudar o espaço geográfico, composto por dimensões múltiplas, e considerar as relações existentes entre a sociedade e a natureza, traz conhecimentos que podem contribuir para os temas transversais.
D) A Geografia, por trabalhar o espaço das pessoas, composto por dimensões unidimensionais, e considerar as relações existentes entre a sociedade e a natureza, traz conhecimentos que podem contribuir para os temas transversais.
7) A Geografia está alocada no campo das Ciências Humanas e Sociais e Aplicadas. No Ensino Fundamental, anos iniciais e finais, há a exploração dos princípios fundamentais do raciocínio geográfico, composto pela analogia, diferenciação, conexão, distribuição, extensão, localização e ordem. Para a organização da Geografia Escolar para o Ensino Fundamental, a BNCC organiza-se em unidades temáticas, competências específicas da geografia, habilidades e objetos de conhecimento. Para o Ensino Médio, a BNCC abre mão do direcionamento dos objetos de conhecimento e unidades temáticas, deixando apenas as habilidades gerais das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e conceitos a serem trabalhados por todos os componentes curriculares das humanidades, tais como: Simbolização e Abstração, Tempo e Espaço, Território e Fronteira, Ética, Indivíduo e Sociedade, Natureza e Cultura e Política e Trabalho. Essas orientações da BNCC também chegam e impactam a Geografia Escolar, fazendo com que professores, gestores e estudantes se vejam diante das novas orientações. Qual das alternativas contraria as orientações acerca dos conceitos que envolvem a BNCC?
A) Competências: normalmente são considerados agrupamentos de habilidades mais específicas, tornando-se campos temáticos, a partir dos quais as orientações curriculares ou de ensino irão se pautar no processo de ensino e aprendizagem.
B) Objetivos de Conhecimento: estão próximos dos conhecidos conteúdos, diferenciando-se pelo fato de não possuírem o caráter de organização programática clássica. Os objetos de conhecimento, portanto, caracterizam-se por agregar, em si, a possibilidade de uma concentração de riquezas temáticas, dialógicas e de momentos de aprendizagem distintos e complementares, que dialogam e são interdependentes aos objetivos de aprendizagem e, consequentemente, às habilidades e competências.
C) Objetivos de aprendizagem: são elaborados a partir das orientações e gradações de complexidade, previstas nas habilidades e competências de áreas do conhecimento ou componentes curriculares específicos. São esses objetivos que determinam, por exemplo, como serão os avanços de complexidade do que está sendo ensinado, de acordo com a fase, etapa, ano ou demais momento de aprendizagem dos estudantes.
D) Habilidades: processos experimentais elaborados para o cumprimento de tarefas ou processos de resolução de conflitos, com vistas ao alcance de determinadas aprendizagens mais amplas. Essa organização das habilidades é facilmente encontrada nas teorias de Paulo Freire, sobre os processos cognitivos e suas revisões, indo de processos menos complexos para os de maior exigência de proposição, criatividade e resolução;
8) Com a urgência à aprovação da BNCC, podemos inferir que o Estado define o currículo como a política central ao alcance da qualidade da Educação Básica. Talvez essa ação seja justificada por questões financeiras/neoliberais, em que o investimento na construção de uma referência curricular comum ao país seja mais econômico do que nas estruturas totais dos sistemas educativos. As demais políticas: Política Nacional de Formação de Professores, Política Nacional de Materiais e Tecnologias Educacionais, Política Nacional de Avaliação da Educação Básica e Política Nacional de Infraestrutura Escolar são apresentadas como decorrentes da BNCC e não como condições para a implementação das propostas curriculares (SILVA, 2017).
SILVA, A. de S. Questões que perpassam o ensino de Geografia com as proposições da Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 7, n. 13, p. 417-437, 2017.
Qual das alternativas apresenta uma mudança que é incoerente com a ideia de urgência defendida para o momento educacional brasileiro?
A) Os investimentos materiais e imateriais com oferta de condições dignas para que a escola desenvolva o seu trabalho.
B) A valorização dos profissionais da educação.
C) Oferecer aos educandos condições de acesso e permanência no ambiente escolar.
D) Fomentar a qualidade nas inovações dos referenciais curriculares em divergência de aspectos totalizadores.
9) A ação docente está, portanto, relacionada com os objetivos pedagógicos e educacionais que estabelecemos para desenvolvermos os conteúdos em sala de aula. Se tivermos uma prática que contribua para a evolução conceitual do aluno, atuaremos na perspectiva da construção do conhecimento, refletindo sobre a realidade vivida pelo aluno, respeitando a sua história de vida e contribuindo para que ele entenda o seu papel na sociedade: o de cidadão (CASTELLAR, 2005).
CASTELLAR, S. M. V. Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar. Cad. Cedes, Campinas, v. 25, n. 66, p. 209-225, 2005.
De acordo com o fragmento do texto, assinale a alternativa que expressa a noção que se distancia da perspectiva sinalizada acerca da ação docente?
A) A concepção que temos de geografia deve estar relacionada com a concepção pedagógica.
B) O professor e o aluno precisam ser seres de existência passiva na sociedade.
C) A preocupação de contribuir para desenvolver as capacidades de pensar, refletir, criticar, criar etc.
D) A articulação entre o conteúdo específico e a metodologia de ensino de geografia.
10) As Geografias contemporâneas expressam algumas das tendências da ciência geográfica atual. É importante lembrarmos, sempre, que o protagonismo temático ou de análise varia de acordo com o contexto e ambiente que analisamos, sendo que essas tendências sofrem constantes mudanças e atualizações por parte do meio científico geográfico e da ciência como um todo. O mundo contemporâneo está em transformação, e assim sempre foi e continuará sendo com a realidade objetiva.
Qual das alternativas apresenta divergência no que se refere às características das novas tendências das geografias contemporâneas?
A) Geografia Geotecnológica - A política é tanto um desafio como uma porta aberta para os estudos geográficos. Acompanhar os desdobramentos das relações de poder locais, regionais e globais sempre será fonte de grandes possibilidades didáticas e pedagógicas para a Geografia escolar.
B) Geografia Ecológica - Agenda 2030: Em continuidade aos acordos e tratados ambientais assinados nas últimas décadas e, em especial, na esteira do Rio-ECO/92 e Rio +20, a UNESCO estabeleceu novas metas ambientais e ecológicas para 2030, e a Geografia, tanto acadêmica como a escolar, deve estar atenta aos rumos dessa nova fase da agenda ambiental global.
C) Geografia Existencial - Como um passo adiante no desenvolvimento da corrente de pensamento humanista e cultural, como desmembramentos também da liquidez pós-moderna, atualmente, o existencialismo e o método fenomenológico estão encontrando novos nichos acadêmicos, pautando seus estudos na escala do sujeito, em aspectos psicoemocionais e na interação pessoal. Traduzir e levar essas novas direções epistemológicas para a sala de aula são desafios, ofertando novas estratégias pedagógicas aos professores de Geografia.
D) Geografia Pós-Crítica - A Geografia radical sofreu alguns recuos teóricos e metodológicosnas últimas décadas. Como resposta a essa inflexão, houve um movimento de incremento epistemológico e resgate histórico dos caminhos que poderiam ser trilhados para sua atualização aos novos tempos, especialmente no que se refere ao estudo da diversidade escalar da cultura, em micro ou macro análise, um dos campos de maior desenvolvimento das atuais geografias de análise histórico-dialética.
11) A proposta de construção de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) representa um importante momento de debate sobre a educação pública que queremos para as próximas décadas no Brasil. Significa, também, um momento crucial para a compreensão dos diferentes interesses e estratégias que atravessam a educação pública brasileira e o ensino de geografia e, por isso, precisa ser lida a partir da articulação de diferentes escalas espaço-temporais (GIROTTO, 2017).
GIROTTO, E. D. Dos PCNs a BNCC: o ensino de Geografia sob o domínio neoliberal. GeoUerj, n. 30, v. 1, p. 419-439, 2017.
Qual é a única alternativa que é incoerente para representar os pontos relevantes a serem considerados quanto à compreensão e uso da BNCC?
A) É indispensável desconsiderar as concepções de educação inerentes ao projeto de desenvolvimentos econômico e social manifestado pelo documento.
B) É necessário considerar os silêncios da proposta para se ter em mente as consequências promovidas pelo documento. 
C) É importante considerar os conteúdos, objetivos e habilidades apontados para o ensino de Geografia no documento. 
D) É relevante atentar para os sujeitos ocultos que estão na base da construção do documento.
12) A categoria diz respeito à agregação de sentidos múltiplos que um objeto ou fenômeno pode receber em sua concretude ou abstração. Uma categoria, dessa forma, reverte em si a complexidade de diversas possibilidades de desdobramento e aplicações de pensamento e método. Os conceitos são desmembramentos categoriais, assim como os princípios lógicos. Toda ciência possui tanto categorias primárias como miríades de princípios e conceitos, compondo o seu escopo epistemológico. Tanto a categoria como os conceitos e princípios possuem diferentes modulações espaciais e temporais, pois representam os contextos de suas concepções e usos, refletindo a sociedade e os discursos científicos. Podemos organizar a epistemologia do pensamento geográfico com base em uma categoria primária e fundamental, que é o espaço, e seus conceitos-chave, desmembrados dessa referência categorial, que são o território, o lugar, a paisagem e a região.
Assim, qual das alternativas expressa as principais características do referencial epistemológico e metodológico do pensamento geográfico denominado “lugar”?
A) O conceito está ligado a dois pontos ora distintos ora complementares. De um lado, há as relações de poder que podem ser encontradas e estudadas no espaço geográfico. O controle, domínio, disputas, encontros e choques dos interesses e poderes na espacialidade definem o território em estabelecimento de fronteiras, expansão ou retração de limites espaciais, estabelecimento de referenciais de apoderamento etc.
B) O conceito, assim como a demais conceitos-chave da Geografia, perpassou por diferentes correntes geográficas de pensamento. De modo geral, com esse conceito podemos estabelecer limites epistemológicos mais claros, já que sua complexidade se dá pela diferenciação de áreas. Dessa forma, esse conceito já se trata do recorte espacial estabelecido, de acordo com algum critério específico, elegido como tal a partir do interesse econômico, político, científico, cultural. Ainda, é, sempre, um processo, um movimento contínuo de busca pela melhor divisão do espaço para se chegar a uma integração mais aprimorada da sua diversidade, como ocorre, por exemplo, nas diferentes propostas de regionalização de países, estados e cidades, que precisam passar constantemente por atualizações.
C) O conceito-chave mais ligado à questão da identidade, sendo muito explorado na corrente geográfica de pensamento conhecida como Geografia Cultural ou Humanista. Além dessa relação com a significação do espaço, esse conceito obteve importante protagonismo conceitual na vertente mais crítica do pensamento geográfico contemporâneo, pelo fato de poder ser utilizado como pêndulo escalar entre o movimento de globalização e os fluxos produtivos do mercado mundial. O local e o global, dessa forma, receberam, e ainda recebem, atenção em tais linhas de estudos geográficos, assim como a questão das proximidades afetiva e simbólica com o espaço, também com grande perenidade científica em discursos, teorias e metodologias geográficas.
D) O conceito-chave de Geografia possui sua importância para a ciência desde o seu surgimento. Sua ideação aproxima-se de um recorte imagético do meio, compondo-o em seus diferentes elementos, em sobreposição, justaposição ou mesclagem, originando as diversas feições que conhecemos. Antes de se configurar como um campo científico estabelecido, era esse conceito que congregava os estudos geográficos, normalmente aproximando intensamente de uma abordagem mais descritiva e não analítica, elencando os elementos tanto naturais como sociais do espaço. Durante a passagem das décadas, a partir do início do século XX, houve maior protagonismo, inicialmente no possibilismo francês e, posteriormente, ganhando notoriedade na Geografia Cultural, em novas interpretações e aplicações desse conceito em diferentes morfologias.
13) A aprendizagem escolar, pensando nos escopos teórico e metodológico da Geografia, deve primar pela alfabetização geográfica, o raciocínio espaço-temporal, a correlação entre os diferentes olhares que permeiam o pensamento geográfico – em especial suas dualidades, o urbano e o rural, o humano e o natural etc. –, confecção, uso e interpretação das projeções cartográficas e uma compreensão tanto holística quanto relacional das camadas de fatos e fenômenos que compõem a textura física, humana, econômica, social, cultural e histórica do ser humano com o espaço (ARAÚJO, 2018).
ARAÚJO, G. C. C. de. As regionalizações do Brasil nos 7º anos do ensino fundamental no Distrito Federal. GEOSABERES: Revista de Estudos Geoeducacionais, v. 9, n. 18, p. 1-12, 2018.
Em face desses aspectos sinalizados, qual alternativa se distancia da proposta geográfica elucidada?
A) Independentemente da proposta utilizada pelo professor com seus alunos, o importante é buscar a dialogia entre as diferentes regionalizações, de modo a favorecer um olhar agregador diante das diferenciações, singularidades e particularidades de cada uma das propostas. A diversidade do olhar deve ser o fim pretendido a se chegar pelos professores de Geografia.
B) Pensar as diferenciações de um território significa colocá-lo na esteira de uma compreensão sobre sua contiguidade, unindo suas diversidades, social e natural, econômica e política, histórica e geográfica.
C) Os professores de geografia precisam assumir uma postura didática para tratar temas como regionalização, buscando as convergências de entendimento e de pensamento uníssomos, problematizando questões que ainda se encontram em discussão na academia, dado que o foco deve ser em uma busca de escala única para cada fenômeno.
D) Os professores precisam pensar sua prática docente, metodologias de ensino, a chegada e tradução dos embasamentos teóricos e as possibilidades de instrumentação didática para aplicação na sala de aula.
14) Buscar a geografia do custo zero (gcz) e pensar sobre o que se vê (qsv) deixam de implicar em se conformar com a pobreza de nossas escolas. Podemos incluir nossos alunos no próprio planejamento de nossas aulas e conteúdos porque a geografia deve falar dos espaços e pessoas e com quem convivemos (KAERCHER, 2011).
KAERCHER, N. A. A geografia escolar não serve para quase nada, mas... Revista Geográfica de América Central, v. 2, p. 1-12, 2011.
Qual das alternativas encontra-se fora de sintonia com as estratégias que se alinham com essa postura de valorização do estudante?
A) Imaginação, buscado belo e “perguntação” são a busca do sentido da boa docência.
B) O professor pode até amar seus alunos, mas deve ter a clareza que é sozinho que constrói a verdadeira geografia.
C) Fazer perguntas é uma estratégia de sedução e curiosidade com o aluno.
D) É conveniente que o professor se proponha a ouvir o aluno com atenção, a inseri-lo na geografia do cotidiano da sala de aula.
15) A Geografia, assim como outras ciências humanas, muitas vezes, não demonstra claramente quais são as suas fronteiras nas correntes de pensamento que fazem parte do seu desenvolvimento epistemológico. Dessa maneira, é sempre bom ter em mente que podemos encontrar obras e autores em diferentes fases (especialmente em situações de passagem temporal) da história do pensamento da Geografia.
Considerando essa posição, qual das alternativas aponta descompasso no que se refere às características a respeito das matrizes do pensamento geográfico e seus desdobramentos conceituais, teóricos, metodológicos e discursivos?
A) Geografia Clássica ou Tradicional - Esta matriz paradigmática possui sua origem em meio ao grande movimento científico do final do século XIX, envolvendo principalmente as humanidades. Buscava-se um reconhecimento desses campos do saber a partir do estabelecimento de métodos e procedimentos de análise dos fatos e fenômenos da realidade objetiva.
B) Geografia Possibilista - Preocupava-se apenas com a natureza e com as velhas teorias, veiculando sempre a ideia de expansão territorial como forma de poder, sem se preocupar com o lado social. Uma tendência introduzida no movimento socialista europeu que aceitava o princípio do reformismo, considerando obter apenas o que era possível, não incluindo uma revolução proletária.
C) Geografia Contemporânea - Seria mais correto chamarmos de “Geografias Contemporâneas, pois ainda estão surgindo desdobramentos, aperfeiçoamentos e novas dialogias teórico-conceituais no âmbito da ciência geográfica na atualidade.
D) Geografia Moderna - Nesta matriz paradigmática, observa-se uma fase de transição do pensamento geográfico. Por acontecer no período pós-guerra, emergiram diferentes propostas de rotas epistemológicas a partir das quais a Geografia poderia encontrar suas novas identidades científicas.
16) Com a renovação da geografia, na década de 1980, a crítica que se fazia era dirigida para a despolitização ideológica no discurso geográfico, inclusive no da geografia escolar. O desejo maior era fazer com que a disciplina perdesse o rótulo de matéria decorativa, herança deixada pela Geografia Tradicional (CASTELLAR, 2005).
CASTELLAR, S. M. V. Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar. Cad. Cedes, Campinas, v. 25, n. 66, p. 209-225, 2005.
Qual afirmação nas alternativas menos expressa coerência com a realidade educacional do ensino de geografia no Brasil atual?
A) A partir da década de 1980, o debate na geografia avançou nas universidades, mas não seguiu o mesmo ritmo nos currículos escolares.
B) Ainda podemos asseverar que as mudanças precisam ser incorporadas ao cotidiano escolar.
C) O cotidiano escolar, em termos de ensino de geografia, foi radicalmente impactado pelas inovações acadêmicas, sobretudo a partir do início de 1990.
D) Em termos concretos quanto aos discursos, as mudanças foram pouco significativas na geografia escolar.
17) Parto do pressuposto da nossa enorme dificuldade – tão comum na área da educação e da formação de professores - em mudar, para melhor, claro, a administração da escola e das nossas aulas. A dificuldade que temos de superarmos o diagnóstico do que funciona mal para a efetiva resolução dos problemas enfrentados. Falar mal do que não funciona ou dizer o que e como os outros – sempre nos excluindo desses outros – devem proceder é a regra na docência quando sempre partimos do pressuposto que os outros estão em débito e nós somos o (bom) modelo (KAERCHER, 2011).
KAERCHER, N. A. A geografia escolar não serve para quase nada, mas... Revista Geográfica de América Central, v. 2, p. 1-12, 2011.
Diante dessas dificuldades que interferem na docência, qual alternativa se distancia das possibilidades de ações que contribuem para avançarmos na construção de uma Geografia escolar capaz de colaborar com a transformação da realidade socioespacial?
A) Estimular uma leitura mais plural e dinâmica do mundo.
B) Ajudar o aluno a ler e dizer sua palavra.
C) Estimular a capacidade de reflexão acerca do mundo que nos envolve.
D) Considerar que nem todos que estão na escola podem nos ouvir.
18) Utilizando a internet, o professor poderia, por exemplo, propor aos alunos de 4º e 5º anos uma pesquisa no programa “Google Earth” sobre imagens de território, de espaço, de acordo com a realidade desses estudantes. É possível, assim: comparar a proximidade e a localização das áreas dentre as opções escolhidas e registrar no caderno as características humanas/culturais e naturais a partir das imagens de satélite. É uma atividade de leitura e interpretação do território. Incorporar a internet na realização das atividades de ensino pode ser uma maneira de explorar novos campos de pesquisa, criar novas percepções de mundo e sociedade. A continuidade das pesquisas e a divulgação dos conhecimentos produzidos podem ser feitas por meio dos blogs, e-mails, homepages etc. A internet, assim, pode proporcionar uma maior socialização, interação e democratização dos conhecimentos com agilidade (SANTOS; COSTA; KINN, 2010).
SANTOS, R. J.; COSTA, C. L. da; KINN, M. G. Ensino de geografia e novas linguagens. In: MEC. Geografia: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010.
Na perspectiva dos usos das novas tecnologias e linguagens associadas, qual alternativa é incoerente com a compreensão das espacialidades? coletivo.
A) É expressivo o fato de que a paisagem e o espaço possuem baixa potencialidade de articulação como par dialético, visto que a paisagem é a materialização de um instante da sociedade e o espaço contém o movimento dessa sociedade.
B) É importante a construção de uma concepção de ciência em movimento em que o saber produzido seja sempre transformador e passível de transformação.
C) É relevante estudar o lugar numa articulação com o espaço mundial, enfatizando seu caráter identitário, subjetivo e coletivo.
D) É fundamental, para uma leitura geográfica da realidade, na geografia escolar, uma formação teórica com domínio de conteúdos, categorias e conceitos.
19) A geografia no Brasil tem uma maneira própria de se apresentar nos currículos que envolvem as suas características, desafios e perspectivas. Para se discutir o Estado e a sua relação com o ensino, tendo em vista o caso desta disciplina, faz-se relevante perceber como os documentos oficiais tratam o ensino nesse campo e como a realidade dos atos pedagógicos nas escolas brasileiras tem acontecido, verificando as aproximações e os distanciamentos das normas proclamadas/publicadas.
Qual das alternativas expressa equívoco em termos de história do ensino de geografia no Brasil?
A) As ideias geográficas foram inseridas no currículo brasileiro no século XIX.
B) O ensino de geografia, no século XXI, apresenta uma nítida inclinação para contemplar os interesses das forças do nacionalismo do Estado brasileiro com fortes marcas no fator econômico.
C) O caráter enciclopédico era um símbolo do ensino de geografia em nossas escolas, como recurso para a consolidação do Estado Nacional brasileiro que se erguia na descrição dos lugares e na divulgação de um nacionalismo artificial.
D) Em 1930, a institucionalização dessa ciência se deu de modo substancial, em razão dos avanços no conhecimento geográfico do país (sob o ponto de vista físico-nacional).
20) Quando desaparece o esquema bipolar nos anos finais do século XX, o conceito de globalização substitui o triplo esquema territorial. Agora, os manuais escolares se referem aos fluxos internacionais e organizam a explicação dos territórios, tendo, como pontos de referência, assituações política e administrativa (TONINI; CLAUDINO; SOUTO GONZÁLEZ, 2016).
TONINI, I. M.; CLAUDINO, S.; SOUTO GONZÁLEZ, X. M. Manuais escolares de Geografia do Brasil, Espanha e Portugal: quais as inovações didáticas para o ensino de Geografia. 2016.
Assinale a alternativa que se apresenta como incoerente no que se refere às características dos atuais livros didáticos ou manuais escolares?
A) Os manuais escolares do século XXI já não possuem um esquema tão rígido de explicação territorial. Predominava a distribuição dos países por seu grau de desenvolvimento ou pela organização estatal ou mercantil dos espaços produtivos.
B) Mesmo o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) sendo de grande expressão no país, não se tem uma interferência do ENEM na elaboração do manual escolar, pois o exame não é por componente curricular, e sim por grandes áreas.
C) Percebe-se, na análise dos manuais escolares de Geografia, que existe uma tentativa de ressurgir a Geografia tradicional e a banalização das Geografias subjetivas numa ânsia de descrever as novas realidades complexas.
D) Na atualidade, predominam as análises dos fatores de localização que explicam a distribuição das desigualdades, mas dita explicação mantém o lastro do esquema regional (com características do relevo ou do clima).

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