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Um construto psicológico é um conceito abstrato (1)

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Um construto psicológico é um conceito abstrato, uma variável ou uma ideia teórica utilizada para descrever, explicar ou prever processos mentais, comportamentos e experiências humanas (RODRIGUES, 2010). Esses construtos são desenvolvidos com base em teorias e modelos psicológicos e são fundamentais para a compreensão e a avaliação da psicologia humana.
Os principais constructos psicológicos variam de acordo com as diferentes áreas da psicologia e as teorias subjacentes a cada uma delas. Alguns exemplos de constructos psicológicos comumente utilizados incluem:
1. Cognição: A cognição refere-se aos processos mentais envolvidos no conhecimento, percepção, pensamento, raciocínio, compreensão e resolução de problemas (SMITH, 2015). Envolve a capacidade de processar informações, armazenar conhecimento, adquirir novas habilidades e adaptar-se a novas situações. Os estudos sobre a cognição abrangem diversas áreas, como a psicologia cognitiva, a neurociência cognitiva e a inteligência artificial. Esses campos investigam como as pessoas adquirem, organizam, interpretam e utilizam informações para interagir com o mundo ao seu redor.
2. Inteligência: A inteligência é um construto psicológico que se refere à capacidade de aprender, compreender, raciocinar, resolver problemas, adaptar-se a novas situações e utilizar o conhecimento de forma eficaz (GARDNER, 1983). É uma característica individual que varia de pessoa para pessoa. A inteligência pode ser medida por meio de testes de QI (Quociente de Inteligência), que avaliam habilidades cognitivas, como a capacidade verbal, o raciocínio lógico, a memória de trabalho e a resolução de problemas.
Existem diferentes teorias sobre a natureza da inteligência. A teoria mais conhecida é a proposta por Howard Gardner, chamada de teoria das inteligências múltiplas. Segundo essa teoria, a inteligência não é uma capacidade unitária, mas sim composta por diferentes tipos de inteligência, como a linguística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista (GARDNER, 1983).
3. Memória: A memória é o processo que permite às pessoas codificar, armazenar e recuperar informações (TULVING, 1983). Desempenha um papel fundamental em nossa capacidade de aprender, lembrar experiências passadas e utilizar essas informações no presente. A memória pode ser dividida em diferentes sistemas, como a memória de curto prazo, a memória de longo prazo e a memória de trabalho.
A memória de curto prazo é responsável por reter informações por um curto período de tempo, enquanto a memória de longo prazo refere-se ao armazenamento duradouro de informações. A memória de trabalho está relacionada à capacidade de manter e manipular informações em mente enquanto realizamos tarefas cognitivas.
Diversos fatores podem influenciar a memória, como a atenção, o contexto, as emoções e a prática repetida. Além disso, a memória não é um processo totalmente preciso e imparcial, sendo influenciada por nossas percepções, experiências anteriores e crenças (ROEDIGER III, 1996).
4. Atenção: A atenção é o processo mental que nos permite focar seletivamente em estímulos relevantes e filtrar informações irrelevantes do ambiente (POSNER, 1980). Desempenha um papel crucial em nossa capacidade de processar e perceber o mundo ao nosso redor. A atenção pode variar em intensidade e duração e pode ser afetada por fatores internos, como estados emocionais, motivação e interesse.
O construto psicológico da atenção é um dos conceitos fundamentais no campo da psicologia e refere-se à capacidade de direcionar e concentrar conscientemente os recursos mentais em um estímulo específico, uma tarefa ou um aspecto relevante do ambiente. A atenção desempenha um papel crucial em nossa experiência diária, influenciando nossa percepção, memória, processamento cognitivo e desempenho em diversas atividades.
Existem diferentes componentes e aspectos da atenção que os pesquisadores têm estudado ao longo do tempo. Um deles é a seletividade da atenção, que envolve a capacidade de focalizar a atenção em uma determinada informação, enquanto ignoramos ou suprimimos estímulos irrelevantes. Isso nos permite filtrar a quantidade significativa de estímulos presentes em nosso ambiente e concentrar nossos recursos mentais nas informações mais relevantes.
Outro aspecto importante é a atenção sustentada, que se refere à capacidade de manter o foco e a concentração em uma tarefa ao longo do tempo. A atenção sustentada é essencial para realizar tarefas que exigem esforço mental contínuo, como estudar para um exame ou completar um projeto no trabalho.
Além disso, a atenção também pode ser dividida entre a atenção voluntária e a atenção automática. A atenção voluntária é aquela que controlamos conscientemente e direcionamos para um estímulo ou tarefa específica, enquanto a atenção automática ocorre de forma involuntária, em resposta a estímulos que são inerentemente chamativos ou significativos para nós.
A pesquisa sobre a atenção tem sido ampla e abrange várias áreas da psicologia, incluindo a psicologia cognitiva, a psicologia experimental e a neuropsicologia. Esses estudos têm revelado que a atenção é influenciada por uma variedade de fatores, como a motivação, o estado emocional, a experiência anterior e até mesmo características individuais (CARRERA et al., 2018).
Distúrbios da atenção, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), também têm sido objeto de estudo. Esses distúrbios envolvem dificuldades crônicas de atenção, concentração e controle impulsivo, afetando significativamente o funcionamento diário das pessoas afetadas.
Em resumo, o construto psicológico da atenção é um fenômeno complexo e multifacetado, que desempenha um papel fundamental em nossa capacidade de processar informações e interagir com o mundo ao nosso redor. Seu estudo contínuo contribui para uma compreensão mais aprofundada dos processos mentais e pode ter aplicações práticas em várias áreas, como a educação, a terapia cognitivo-comportamental e o desenvolvimento de estratégias para melhorar o desempenho cognitivo.
5. Personalidade: Se perguntarmos a diferentes psicólogos o que é personalidade, teremos respostas diversas. Estamos convencidos de que nenhuma definição substantiva de personalidade pode ser generalizada. Personalidade é definida pelos conceitos empíricos específicos que fazem parte da teoria da personalidade empregada pelo observador (HALL; LINDZEY, 1984, p. 33). Os autores ainda relatam que devemos conhecer algumas definições e abraçar aquela que melhor atenda à nossa percepção sobre o fenômeno. Alguns autores definem personalidade como o resultado da mensuração e avaliação de traços psicológicos. O termo "traço" tampouco possui consenso dentro da literatura, mas ele é relacionado constantemente com estruturas mentais estáveis ao longo da vida do indivíduo, que se refletem em comportamentos. De uma forma mais simples, traços psicológicos são as características pessoais de como pensar, sentir e agir. Dependendo da teoria utilizada para definir personalidade, teremos como resultado um teste que avalia a personalidade de forma diferente. A maioria dos testes de personalidade hoje em dia acaba derivando da teoria psicanalítica, teoria de Maslow, ou segue alguma teoria de traços sobre personalidade.
A importância do conhecimento dos construtos psicológicos para a avaliação psicológica reside no fato de que eles fornecem a base teórica para a seleção e o desenvolvimento de instrumentos e técnicas de avaliação. Compreender os construtos subjacentes a um processo ou comportamento específico permite aos psicólogos escolher as ferramentas de avaliação apropriadas para medir, quantificar ou qualificar esses aspectos. Além disso, o conhecimento dos construtos psicológicos ajuda os profissionais a interpretar e entender os resultados da avaliação. Por exemplo, ao realizar um teste de personalidade, é necessário ter conhecimento sobre os construtos da personalidade para interpretar corretamente os escores e forneceruma compreensão mais precisa do indivíduo avaliado.

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