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Inspeção ante e post mortem de animais de abate: A inspeção está à procura das 4 qualidades: higiênico- sanitária, comercial, tecnológica e ambiental. A tendencia é dar mais importância ao post mortem, mas o resultado ideal é a análise das duas para o fechamento do diagnóstico do animal. A importância da inspeção ante- faz o teste de triagem, se há alguma alteração, o que facilita o diagnóstico post mortem e post mordem é importante para descobrir se há alguma patologia, fazendo um diagnóstico. Todo animal de abate fera 1 carcaça e 2 meias/semi/hemi carcaças- meia direita e meia esquerda (quando a carcaça é dividida no sentido longitudinal ao longo da coluna vertebral). ➢ Não fazem parte da meia carcaça bovinas olhos, cabeça, vísceras, mocotós (pés), sendo assim são compostas basicamente por osso e carne, assim como para os suínos, exceto que, para eles, a cabeça pode fazer parte o O produto bovino recebe pelas meias- carcaças, sendo assim, não recebe pela cabeça, olhos, vísceras, mocotós, enquanto o de suínos recebe pelo PV do animal. ➢ A indústria nunca comercializa a carcaça inteira, mas sim meia carcaça ➢ A maioria das grandes empresas já vendem o corte desossado, pois possui maior agregação de valor, já as empresas médias e de pequeno corte vendem meias carcaças para que os açougues desossem ➢ Existe a comercialização de carcaça inteira, em último caso, que é a de leitões, mas essa situação quase não é vista. ➢ Quanto mais pesado o animal chega na indústria, melhor para ela e também para o produtor, pois ambos ganham por peso, e para a indústria é interessante, pois ela dilui o custo (o valor que ela gasta para abater um animal de 100kg ou de 500kg é o mesmo- n° de funcionários, equipamentos, tempo, mas quando menos pesados ganham menos e quando mais o custo é diluído). ➢ No suíno a cabeça pode fazer parte da meia carcaça, diferente do bovino, que não está presente. ➢ O animal é pendurado sempre de cabeça para baixo para facilitar a sangria, ou seja, a ação da gravidade ajuda na retirada de sangue ➢ A serragem da carcaça não é exatamente ao meio, pois o próprio animal não é simétrico e a serragem é feita manualmente com uma serra, além de que, se o magarefe conseguisse dividir exatamente no meio a medula seria lesada, o que não pode ocorrer, pois para o bovino ela precisa ser incinerada pois pode contaminas por BSE (classificada como MER) e no suíno é vendida para a indústria farmacêutica já que é ótima fonte de gorduras e colágeno. o O lado que ficará maior é critério da indústria, mas deve ser patronizado sempre para o mesmo lado. Quem realiza essa inspeção? ➢ Equipe de inspeção, chama Serviço de Inspeção Oficial podendo ser SIM, SIE e SIF, sendo o M.V coordenador dessa equipe ➢ Art. 14: a inspeção e fiscalização previstas neste decreto são de atribuições do Auditor Fiscal Federal Agropecuário (AFFA) com formação em Medicina Veterinária, do Agente de Inspeção Sanitária e Industrial de POA e dos demais cargos efetivos de atividades técnicas de fiscalização agropecuária, respeitadas as devidas competências; o AFFA: Médico Veterinário, ligado ao SIF o Agente de Inspeção Sanitária e Industrial de POA: é um cargo de nível médio, sendo este um cargo concursado o SIM e SIE: funcionam de maneira semelhante (outro nome do cargo de M.V. Inspetor)- no IMA a nomenclatura do AFFA é fiscal agropecuário o Algumas tarefas só o M.V. AFFA pode fazer, outras só o Agente de Inspeção faz, subordinado, coordenado e supervisionado pelo M.V. ➢ Dentro de uma sala de abate, os funcionários são divididos por cores, para que se identifiquem em relação a sua profissão ( o máximo que se vê em uma indústria são 2 AFFAs ao mesmo tempo, dependendo do porte da indústria, já Agentes de Inspeção podem ter +/- 10, também variando de acordo com o porte da empresa) o Todos os funcionários estarão de branco ou cores claras para facilitar a visualização de sujeiras dos alimentos, assim como o M.V, porém este estará com capacete de proteção identificado com uma cruz verde, assim como no peito e no braço e os Agentes de Inspeção também estarão de branco, porem a cruz é azul, importante para diferenciar quem pode e quem não pode tocar em algo – o pessoal da limpeza geralmente não usa branco, mas sim cáqui. ➢ Quem paga o salário de ambos é o Governo ➢ Existe ainda o cargo Auxiliar de Inspeção, que fazem exatamente a mesma coisa que o Agente de 1. Introdução Inspeção Sanitária e Industrial de POA, mas é contratado pela Indústria e a distribuição de tarefas cabe ao M.V. inspetor, que é chefe do serviço (pode ser por falta de gente para trabalhar, mas o certo seria contratá-los através de concursos públicos e, por não passarem pelo concurso, são treinados pela equipe de inspeção, tanto o M.V como o Agente de Inspeção). ➢ O Serviço de Inspeção tem poder de demitir o Auxiliar de Inspeção, assim como qualquer colaborador (margarefe, etc.) → Inspeção do animal vivo, antes de ser abatido → Faz um “teste de triagem”, facilitando o fechamento do diagnóstico, pois pega algumas alterações que podem não ser percebidas com o animal no post mortem, como parâmetros clínicos de temperatura, FC,FR, facilitando o fechamento do diagnóstico. → Por ser em animais vivos, é feita em currais (bovinos) e baias/pocilgas (suínos) e o tamanho destes locais limita a capacidade da indústria, pois se deseja abater 1000 animais, deve-se ter 1000 baias/currais, principalmente, porque os bovinos precisam cumprir o período de descanso e não dá tempo de passar vários animais por ali, para suínos já é possível. • Para bovinos é obrigatório que haja plataforma elevada, para que o Serviço de Inspeção possa observá-los passando por ela, isso porque o animal deve ser visto por cima (para suínos não é obrigatório por serem menores) → Atribuição da equipe do Serviço de Inspeção, ou seja, do M.V e dos Agentes de Inspeção ➢ Fazem checagem da documentação, condições das instalações e funcionamento da sala de abate, avaliação do acesso a água e cumprimento do período de descanso, avaliação dos característicos zootécnicos dos grupos de animais e então o exame ante mortem. → Exame visual de caráter geral, não sendo observados individualmente, baseado no comportamento dos animais (é esperado um comportamento usual dos animais), sendo eles observados em repouso e em movimento (feito pelos margareges, pois é importante para saber se o animal estará mancando, com distúrbios de comportamentos) ➢ Para os que possuírem distúrbios, estes serão deslocados/apartados para curral de observação/pocilga de sequestro para exame clínico separado e detalhado. → O Agente também pode fazer inspeção ante mortem, mas o exame clínico é privativo do M.V. (antigamente isso era atribuição exlusiva do M.V. por conta dos exames clínicos, etc.) → Preenchimento da papeleta/documento do S.I (“Documento de Inspeção Ante Mortem”) ➢ Neles são anotados quantos animais foram avaliadas dentro dos currais, quantos apresentarem alterações e o n° deles ➢ Os animais com afecções são identificados com número para que, se forem ao abate, após a inspeção post mortem, passam ser identificados e ajudar a fechar diagnóstico (bovinos possuem brinco de identificação e suínos possuem tatuagem, como se fosse um carimbo). RIISPOA: art.85 e 101 Objetivos: examinar o estado sanitário dos animais e auxiliar a inspeção post mortem, pois a inspeção ante mortem funciona como uma triagem. → É a tarefa do Serviço de Inspeção (equipe): ➢ Exigir documentos de guia de trânsito dos animais (GTA)- 100% deles devem apresentar, caso não tenham devem voltar, não sendo nem descarregados. o Quem emite GTA é o Órgão Sanitário Oficial, em MG, é o IMA e para isso deve sercomprovada vacinas para Brucelose de fêmeas, Febre Aftosa, etc. Além de comprovar raça, espécie, idade, etc. O produtor que pede, e é conferido antes de descarregar o caminhão. ➢ Refugar/rejeitar as fêmeas pelo prazo regulamentar (mínimo 10 dias), quando diagnosticado parto recente ou aborto e gestação adiantada (=últimos 10% de gestação, não mais o último terço de gestação, não mais o último terço de gestação) – não devem (pode, mas não deveria) ser abatidas (Portaria 365/2021) o A fêmea estará metabolicamente deficiente e com imunidade diminuída, além de estar sujeita a transmissão de zoonose como a Brucelose (devido ao aborto) o Não é fácil identificar isso, a não ser que a fêmea esteja com a placenta para fora ou se estiver muito gorda, mas na prática todas acabam sendo abatidas o Ao ser identificada, deve separá-la e esperar os 10 dias e então poderá ser abatida e se tiver o bezerro, deve esperar 30 dias o Ao separar a fêmea do bezerro para que espere o tempo correto, não há onde colocá-la devendo devolvê-la ao produtor, mas o caminhão já terá voltado a muito tempo, portanto não há como ser 2. Inspeção Ante Mortem: cumprida, mas cabe o bom senso nesses casos (a maioria das indústrias possui um piquete podendo deixá-la nele, mas a responsabilidade é do inspetor e se ela morrer não tem muito o que fazer). o Pela legislação: qualquer femea que tenha sofrido parto recente ou aborto, não deve ser abatido- foi diagnóstica, a fêmea tem que ser separada e esperar 10 dias e pode ir para o abate, se tiver bezerro deve esperar 30 dias para ser abatido. Os primeiros 90% da gestação pode ser abatida normalmente, nos últimos 10% da gestão pode ser abatida, mas não deve. Mas é difícil o diagnóstico. E não tem como ser cumprido, não tem onde colocar a fêmea. ➢ Verificar jejum, dieta hídrica e período de descanso (os 2 últimos podem ser comprovados pela oferta de água nas baias e pela contagem a partir do momento de descarga do caminhão, respectivamente). ➢ Conferir programação de abate fornecida pela empresa ao SI com 72h de antecedência ao abate (Art. 73, RIISPOA 2017) – por questão de organização e para evitar a fraude fiscal (sonegação fiscal, se for abater 1000 os 1000 tem que sair com nota fiscal) ➢ Cerificar condições de higiene das instalações, quem dita quando vai abater é o serviço de inspeção, verifica se tem água, luz, número de funcionário suficiente, limpeza. ➢ Verificar prazo, raça e categoria dos animais abatidos, informações que vem na GTA, pegam as informações e cadastram no SIGSIF- número de animais abatidos, raça, peso, idade. A informação tem que tá lá todos os meses, isso é importante para levantamento de dados. ➢ Apartação dos animais suspeitos enfermidades para o Curral de Observação (bovinos) ou Polciga/Baia de Sequestro (suínos), geralmente pintados de outra cor (pintadas normalmente de vermelho) uma vez nesses locais, o animal não volta mais ao abate normal com os animais, sendo feito o abate de emergência. Os animais que vão para esses locais são os animais que durante o exame clínico geral apresentou alteração de comportamento, sinal ou sintoma de alguma doença. ➢ Usar brete de contenção para exame clínico mais detalhado para preservar o M.V ➢ Animais retidos no curral para observação são abatidos sempre em separado (abate de emergência) Aves: ➢ Exigir documentos do GTA- trânsito e certificado sanitário dos animais ➢ Verificar jejum, dieta hídrica e período de descanso ➢ Examinar visualmente os lotes para abate (remover, para a graxaria as aves que chegarem mortas) ➢ Conferir programação de abate fornecida pela empresa SI com 72h de antecedência ao abate ➢ Observar condições higiênicas das instalações ➢ Verificar peso, raça e categoria dos animais abatidos (índices zootécnicos) ➢ A inspeção ante mortem delas é feita com as aves dentro das caixas em cima do caminhão nos galpões de chada ou na plataforma de desmbarque, portanto, elas não são descarregadas, sendo assim o exame será muito mais generalizado – o inspetor pede para retirar algumas caixas e faz por amostragem e, se já possuir alguma ave morta ou em sofrimento e faz o deslocamento cervical (abate sanitário) para cessar o sofrimento e é mandada direto para a graxaria (Unidade de beneficiamento de Produtos não comestíveis) Abate de Emergência: → RIISPOA 2017 (Art. 105 a 111): é destinado aos animais que teoricamente chegam sadios, mas durante a inspeção ante mortem foram detectadas algumas alterações neles → Para animais: ➢ Em precárias condições de saúde ➢ Impossibilidade de atingir a sala de abate por seus próprios meios- animal contundido, fratura de membro ➢ Retidos no curral de observação ou pocilga de sequestro – sinais ou sintoma durante o exame geral ou que apresentou algum distúrbio de comportamento. → É importante que o exame post mortem seja realizado pelo mesmo M.V que realizou a inspeção ante mortem- para ajudar a fechar o diagnóstico. → IMEDIATO: antes do abate normal, -animais em sofrimento, é o primeiro a ser abatido sendo dos animais incapacitados de locomoção contundidos, com ou sem fratura e não apresentem alteração de temperatura ou outro sintoma de doença infecto-contagiosa, visto que a sala de abate é a mesma, e os instrumentos também, podendo contaminar e passar para outras carcaças ➢ Nesses casos o animal é transportado em carrinhos, primeiro até o curral de observação e depois até a sala de abate → MEDIATO: após o abate normal, por conta do risco de contaminação, sendo os animais verificados doentes, do curral de observação ou pocilga de sequestro e bovinos com certificado de tuberculinizarão ou de soro-aglutinação brucélica positivos. Se o animal estiver em sofrimento, mas com a febre, ele fica em sofrimento no curral de observação, visto que o que manda é a questão higiênico- sanitária. ➢ Podem ser destinados animais que cheguem sabidamente doentes na indústria (geralmente não ocorre, pois acaba sendo cobrado o valor desses animais da mesma forma, então o produto acaba abatendo-o na propriedade, também para que a doença não se dissemine), mas a legislação dita que o animal deve sofrer abate humanitário devendo ir até o abatedouro para ser insensibilizado. Há especialistas que acreditam que o abate deve ser feito na própria propriedade para não correr risco de transmitir para outros animais. Em seguida esses animais vão ser incinerados. É obrigatório que um dos equipamentos da sala de necropsia seja um crematório ou um incinerador ou autoclave. ➢ A necropsia é realizada obrigatoriamente, no departamento de necropsia, em animais que chegam mortos, que morrem nas dependências do estabelecimento ou que são sacrificados devido a doenças infectocontagiosas. O destino desses animais é graxaria para a fabricação de coprodutos não comestíveis pelo homem, ou para o forno crematório ou autoclave do departamento de necropsia, quando for confirmado ou deixar suspeitas de doenças infectocontagiosas. ➢ Nos currais de observação ou nas pocilgas de sequestro é realizado um exame mais detalhado, preenchido uma documentação, em bovinos utilizam brincos de identificação, em suínos é feito uma tatuagem. Na documentação preenche quem são esses animais, o que eles apresentam. ➢ As atividades de exame clínico são privativas do médico veterinário inspetor ➢ Antes de iniciar o processo de abate, são verificadas a integridade e limpeza de todas as instalações, disponibilidade de água e de energia elétrica, e se há colaboradores disponíveis em quantidade suficiente para execução das atividades industriais. → Os animais do abate de emergência não vão ser condenados totalmente, se tiver só a perna fraturada, o resto pode ser reaproveitado.Se o animal estiver com febre, mas na necropsia não tiver dado nada, pode ser reaproveitado. Insensibilizado e sangrado normal → Existe a possibilidade do abate sanitário, que consiste no abate no próprio curral (diferente do abate, antes ou depois do abate normal) por estar sem nenhuma condição de chegar até a sala de abate, mas ao fazer isso o animal vai direto para a graxaria, diferente do abate de emergência, o qual o animal ainda pode ser aproveitado. ➢ Feito antes de abater animais que vieram com ele, sendo que eles vão todos para um curral/pocilga separados ➢ O mesmo serve para animais que morreram no curral de observação e não se sabe o motivo ➢ Animais que chegam com atestado de positivo (por tuberculização ou brucélica), também podem ser abatidos nesse departamento (abate mediato ou no departamento, a critério da indústria) ➢ Depois de necropsiado, depende da causa morte do animal, se na necropsia foi observado uma doença infectocontagiosa o animal deve ser incinerado nesse próprio local para matar todo o agente etiológico, mas se não for infectocontagiosa ele vai para a graxaria ➢ A principal causa de mortalidade durante o transporte é estresse de transporte, veria na necropsia, hiperemia (acúmulo de sangue em órgãos, vísceras), não encontra outro tipo de lesão, esplenomegalia ou contração esplênica, aumento da proliferação microbiana, levando a um esverdeamento da cavidade abdominal, devido a produção de pigmentos dos microrganismos. → Para realizá-la há um passo a passo: avaliação da documentação pré-abate (GTA, boletim sanitário)→ recepção→ avaliação e segregação dos animais (caráter geral)→ abate de emergência (mediato ou imediato)→ necropsia→ tem que ficar documentado -registro de inspeção ante mortem, o que foi observado, o que esses animais apresentaram tem que ser documentado todo dia de abate. → Efetuada rotineiramente em TODOS os animais de abate → Se não tiver GTA os animais não desembarcam na indústria, verificada a programação de abate. Os animais desembarcam, os que chegam mortos vão para necrópsia, quem realiza a necrópsia é o AFFA; os que estão vivos, vão para as pocilgas ou para os currais de observação, ou vão sofrer abate normal (sadios), se apresentarem algum sinal clínico durante a inspeção ante mortem, vão para o curral de observação ou pocilga de sequestro e sofrem o abate de emergência mediato e imediato, depois são necropsiados. → O curral de observação costuma ser vermelho, para melhorar a identificação → Exames nas “linhas de inspeção” é realizada por agentes de inspeção treinados, sob a supervisão do Médico Veterinário Inspetor, caso haja alguma dúvida durante os trabalhos nas linhas de inspeção post mortem, as carcaças e órgãos/vísceras são encaminhados para o DIF, onde o médico veterinário inspetor irá realizar uma inspeção mais minuciosa. Avalia animal por animal. → Realizado exame macroscópico das peças e a indústria deve garantir que as peças estejam limpas e em condições de serem inspeção. • Alteração da cor, volume • Palpação • Faz incisões para aumentar a área de visualização Palpação e a visualização são obrigatórias. As incisões caso esteja tudo na normalidade, não é necessária ser realizada. → Fase preparatória: indústria obrigada a apresentar as peças em condições de serem inspecionadas e limpas; realizada por funcionários da indústria. Não é o serviço de inspeção que vai abater, quem faz isso é o agente ou auxiliar de inspeção na mesa de evisceração. As tarefas acontecem simultaneamente. → O que determina o porte do abatedouro é a capacidade de animais abatidos por hora. Divide o corpo do animal em 11 linhas: A1, A, B*, C, D*, E*, F*, G, H*, I*, J. Todas as linhas são obrigatórias *algumas linhas inspecionam o órgão e os linfonodos, para ver se há problema na área de drenagem. Não são todas as linhas que têm inspeção de linfonodos, mas a maior parte tem. Deve-se associar a inspeção post mortem e associá-las a ocorrência de enfermidades, os conhecimentos anatomopatológicos são essenciais para determinar o comportamento local ou sistêmico das doenças. A inspeção das linhas é feitas na ordem, mas algumas linhas ocorre simultaneamente. → Macho não passa pela linha A1 e exclui útero da linha D A1 → Exame da glândula mamária: • Exame visual, palpação e incisões no úbere • Realizado em cima de uma mesa • Principais lesões: mastite e tuberculose (granulomas na glândula mamária) • Destino: graxaria- unidade de beneficiamento de produtos não comestível. Deve ser inspecionado para ver se tem lesão que leva a complicações sistêmicas ou doenças zoonóticas • Glândula mamaria não é comestível, vai para as graxarias, e serão utilizadas para fabricação de farinha, sebo (alimentação ou fábrica de sabão), fertilizantes. A → Exames dos lábios e pés: mocotós • Deve ser realizado em todos os estabelecimentos- lesões pode indicar febre aftosa (lesão interdigital) ou pododermatite • Exame visual dos pés, palpação • Verificar lesões de Febre Aftosa (não pode ser exportado, mas pode ser consumido no mercado interno- a carcaça) e pododermatites • Linha importante em estabelecimento exportadores, tendo em vista que a febre aftosa leva a formação de vesículas nos pés, o que torna a carcaça não expotável (carimbo NE) • Aproveitamento: unhas e pés propriamente ditos. • Normalmente, o mais comestível é do membro torácico, o pélvico é duro. • Em casos de alteração, o destino é a graxaria. B: → Exame do conjunto de cabeça-língua: os lábios podem ser inspecionados junto com a B Cabeça: • Exame visual (volume de coloração); • Incisar sagitalmente masseteres e pterigoides (corte- duplo) – músculos mastigatórios- de ambos os lados, procurando possíveis alterações características de cisticercose, considerando o tropismo do agente etiológico por músculos de alta atividade. No total, são 8 incisões, 4 de cada lado. • Tonsilas (lingual e palatina) são removidas pela empresa após a inspeção, e são incineradas, pois caracterizam-se por ser Material Especificado de Risco (MER) Língua: • Exame visual + palpação; • Lesões: febre aftosa (vesículas) e cisticercose (cistos vivos ou calcificados). • Se detectada alteração à palpação, identifica qualquer tipo alteração, a língua é incisada. • Incisão longitudinal dos linfonodos: retrofaríngeos, mandibulares e parotídeos (atloidianos, se estiverem presentes- na hora da desarticulação pode ficar na carcaça). 3. Inspeção Post Mortem: 3.1 Inspeção Post Mortem de bovinos: • Inspecionar pelo menos 6 linfonodos. C: → Cronologia dentária: para determinar a idade aproximada do animal • É obrigatória- era uma linha facultativa até pouco tempo • Objetivo: determinar a idade aproximada dos animais abatidos; • Baseada o grau de desenvolvimento dos incisivos inferiores (bovinos não tem incisivos superior) • O dente decíduo é mais claro. Os permanentes sofrem mais desgastes, são maiores e mais retangulares. • É importante para a indústria fazer a triagem do produto (animais mais jovens são melhores); de acordo com a idade do animal tem MER (importante para diagnóstico de BSE) diferente- condição higiênico- sanitária. Material é incinerado. • Idade estimada: o Zero dentes permanentes: em torno de 18 o Pinças: 18-24 meses o 1os médios: 24-30 meses o 2os o Animal boca cheia: troca de todos os dentes- aproximadamente 42 meses D: → Exame do canal alimentar, baço, pâncreas, bexiga urinária e útero: • Exame visual + palpação • Incisar linfonodos da cadeia mesentérica (mínimo 10), sempre longitudinal, analisar o formato, cor, tamanho. • Linfonodos gástricos e pancreáticos • A incisão nos órgãos não é obrigatória, apenas se for detectado algum tipo de alteração.• Nessa linha, as doenças e lesões de maior probabilidade de serem detectadas são tuberculose, perfuração, equimoses, aderências por peritonites, parasitas, esplenomegalias por infecções, metrites e piometra. • Vísceras contaminadas com conteúdo gastrointestinais, principalmente quando o período de jejum não é respeitado = graxaria • Carcaças contaminadas com conteúdo gastrointestinal = D.I.F- departamento de inspeção final, geralmente é onde o veterinário inspetor fica • Útero = não é víscera comestível. • Pâncreas = não é comestível • Baço é comestível- passarinha • Bexiga é o envoltório da mortadela E: → Exame do fígado: • Exame visual + palpação e incisão dos ductos biliares e da veia cava, na veia cava, procura pela formação de trombos • Paraditas: fascíola hepática e Eutytrema sp; deve-se comprimir os ductos biliares para verificar a presença desses parasitas • Incisar longitudinalmente os linfonodos hepático, portais e peri-portais • Nessa linha, as alterações mais comuns são esteatose e a telangiectasia, em virtude da migração parasitária F: → Exame dos pulmões e coração: Pulmões: • Exame visual + palpação= pulmões e traqueia • A traqueia deve ser obrigatoriamente incisionada até na bifurcação brônquica. Observa a luz traqueal. • Incisão linfonodos mediastinais e pulmonares • Víscera comestível – baixo valor comercial – Bofe e se isola a heparina do pulmão que é um anticoagulante • As lesões mais comuns nesse órgão são enfisema, edema, pneumonia e parasitas (Dictyocaulus viviparus). Coração: • Exame visual + palpação • Incisar o saco pericárdio – antes, observar coloração do líquido pericárdico, deve estar translúcido. • Incisar longitudinalmente o coração da base ao ápice, expondo para exame as cavidades atriais e ventriculares. Faz o corte em uma parede • As lesões mais importantes a serem detectadas são cisticercose e coração tigrado (lesão comum em casos crônicos de febre aftosa) G → Exame dos rins • Feito com o rim preso à carcaça (é o mais comum) ou já na mesa de evisceração • Observar: coloração, aspecto, volume e consistência • Parasitoses (Dioctophyma renale; Stephanurus dentatus) , congestão, nefrite, isquemia, o rim vai para as graxarias, mas a carcaça não deve ser apreendida. • Observar relação patológica de lesões nos rins com a carcaça (Tuberculose, Leucose) = desviar meias carcaças para o DIF, pode acometer a carcaça inteira. H: → Exame da parte caudal da meia-carcaça • É a carcaça alta, feita na parte alta da plataforma • Exame visual: aspecto visual, palpação e coloração • Contaminação de origem gastrointestinal, contusões, edemas, são removidas as áreas lesadas com margem de segurança, quando essas forem pequenas. Em casos pronunciados = desviar a meia carcaça para o DIF. • Deve-se observar casos de caquexia (nutricional ou patológica) e, quando for o caso, as meias-carcaças devem ser destinadas à fabricação de derivados ou de coprodutos. • Incisão longitudinal dos linfonodos: ilíaco, subilíaco, isquiático, inguinal (ou mamário) I: → Exame da parte cranial da meia-carcaça • É a carcaça baixa. Feita na parte baixa da plataforma (no nível do solo) • Exame visual: aspecto visual, palpação e coloração • Contaminação de origem canal alimentar, contusões, edemas, deve-se remover as áreas lesadas, quando essas forem pequenas. Em casos pronunciados deve desviar a meia para o DIF. • Incisão longitudinal do linfonodo cervical superficial • Deve-se atentar ao exame do ligamento nucal, que está associado às lesões sugestivas de brucelose, em que há o acúmulo de pus, mas, também à onconcercose. Uma lesão comum de se observar nessa linha de inspeção é o abcesso vacinal, decorrente, sobretudo, da vacinação de febre aftosa. • Examinar ligamento cervical: lesões de brucelose e oncocercose. J: → Carimbagem das meias-carcaças • Carimbo do S. I= coxão, lombo, ponta-de-agulha e paleta • É a única linha que pode ser feita pelo magarefe. • Uma meia carcaça recebe 4 carimbos • Um animal inteiro recebe 8 carimbos. • Uma carcaça maior o carimbo é maior- Para POA utilizadas Departamento de inspeção final- DIF: → Finalidade: recepção das carcaças, órgãos e vísceras para serem minuciosamente examinados pelo Médico Veterinário – Inspetor, a fim de se chegar a uma conclusão sobre o critério de julgamento e destino mais adequados para determinadas situações que ocorrem durante o abate. → O inspetor coordena o fluxo de abate, mas não é ele quem realiza. → Exame: completa revisão dos exames praticados nas linhas de inspeção. Materiais Especificados de Risco- MER Só existe no abate de ruminante, devido a ocorrência das encefalopatias espongiformes bovina (BSE) e Scrapie em ovinos e caprinos. Está no RIISPOA 2017 no artigo 124- é obrigatória a remoção, a segregação e a inutilização dos materiais especificados de Risco- MER para encefalopatias espongiformes transmissíveis de todos os ruminantes destinados ao abate. É vedado o uso dos MER para alimentação humana ou animal, sob qualquer forma. Vão para o incinerador específico para isso, o material irá virar pó. Atualmente não pode terceirizar a incineração. As pessoas que mexem com o MER utilizam roupa azul e não pode mexer em outras carnes, visto que tem contaminação cruzada. São MER: tonsilas, parte final do íleo (últimos 70cm), encéfalo, olhos, medula espinhal → Animais acima de 30 meses: só tonsilas e parte final do íleo → Animais de qualquer idade: tonsilas, parte final do íleo, encéfalo, olhos, medula espinhal Os trabalhos científicos mostraram, que o príon da BSE tem predileção por estes locais e foi comprovado que animais mais jovens só tem o príon em tonsilas e parte final do íleo. À medida que vai envelhecendo espalha para os outros órgãos, tendo predileção por sistema nervoso e sistema linfático. Não retira os mesmos órgãos em animais jovens para fazer o aproveitamento. Por este motivo, é importante que seja realizado a inspeção de cronologia dentária – C Para caprinos e ovinos: → Animais de qualquer idade: tonsilas, íleo completo, encéfalos, olhos, medula espinhal → Animais menores de 12 meses: encéfalo, olhos e medula espinhal. Portaria DAS n° 651/2022 → Procedimentos de vigilância e mitigação de risco da EEB nos estabelecimentos de abate de bovinos → Coleta de amostras e envio para laboratório oficial de bovinos com alterações comportamentais ou neurológicas compatíveis com BSE, feito na inspeção ante mortem; vísceras e carcaças provenientes desses animais devem ser inutilizadas (incineração ou autoclavagem). →O MAPA tem LFDA que coletam amostras e enviam para esses materiais para os laboratórios, a inspeção de carnes é macroscópica, raramente faz análises laboratoriais, vão ser feitas quando os bovinos estão esperando para ser abatidos e são diagnosticados- sinais neurológicos. → Apesar de nas graxarias passarem por altas temperaturas, o príon é muito resistente. As linhas de inspeção post mortem de suínos envolvem o exame de órgãos e carcaças de todos os animais de abate, seguinte uma sequência cronológica de ações que determinam o ritmo do processo de abate. São 8 linhas de inspeção: A1*, A,B*,C,D*,E*,F,G. Os linfonodos são importantes para poder analisar como está a drenagem da região, a incisão obrigatoriamente deve ser longitudinal para aumentar a área de visualização. A1: → Exame da cabeça e nodos linfáticos da papada Cabeça: • Exame visual do órgão e cavidade bucal e nasal • Incisar sagitalmente os masseteres e pterigoides na busca por lesão de cisticercose, mesmo a ocorrência destes não sendo mais tão comum na espécie. • Os linfonodos protídeos e a glândula parótida deve ser examinados visualmente e incisado.Linfonodos da papada: • Exame visual interna e externa, associados ao exame dos linfonodos da papada • Incisão longitudinal dos linfonodos: cervicais, retorofaríngeos e mandibulares A → Exame do útero • Visualização e palpação do órgão • Lesões: metrite, maceração ou mumificação fetal, gestação avançada e anomalias. • Não é um órgão comestível, após a inspeção vai para graxaria B → Exame do canal alimentar, baço, pâncreas, bexiga urinária • Exame visual + palpação • Incisar longitudinalmente linfonodos da cadeia mesentérica, no mínimo de 10 a serem inspecionados • Condenar os intestinos intensamente parasitados • Condenar o conjunto de vísceras quando tiver sido contaminado por conteúdo gastrointestinal • Pâncreas não é comestível C → Exame do coração e língua Coração: • Exame visual da superfície, endocárdio e válvulas + palpação • Incisar o saco pericárdio – observar possíveis aderências e coloração do líquido pericárdico (deve ser amarelada) • Após a abertura do saco pericárdico, deve-se incisar, longitudinalmente, o lado esquerdo e direito do órgão, da base do ápice, para melhor exame da cavidade atrioventricular. Língua: • Exame visual + palpação do musculo, da laringe e da faringe. • Corte longitudinal obrigatório profundo na face ventral mediana – pesquisa de cisticercose e sacosporidiose (protozoário, é uma zoonose). D → Exame do fígado e pulmão Pulmões: • Exame visual + palpação + incisão de orgãos • Incisão longitudinal dos linfonodos pulmonares, traqueobrônquicos e mediastinais • Incisar os pulmões à altura da base dos brônquios- exploração da luz bronquial e traqueal- verificar o estado da mucosa, se tem presença de muco, coloração; parênquima pulmonar. • Condenas os pulmões que lesões locais= bronco- pneumonia, enfisema, aspiração de sangue e água, congestão. • Para esses casos, geralmente não é necessária a condenação da carcaça. Fígado: • Exame visual + palpação • Incisar transversalmente e comprimir ductos biliares (verificar presença de parasitas e da veia cava (para verificar se há formação de trombos) • Incisar linfonodos hepáticos, portais e peri-portais E → Exame da carcaça – quando chega já está dividida em duas meias carcaças. • Exame visual das porções interna e externa das meias-carcaças (coloração, aspecto da pele e das serosas, estado de nutrição) • Verificar: contaminação, contusões, abscessos, hemorragias, edemas. o Área pequena = retirar e liberar a carcaça o Lesão intensa= desviar a carcaça para o DIF • Incisão linfonodos inguinal superior e ilíacos anterior e posterior. 3.2. Inspeção post mortem suínos: • A inspeção dos linfonodos da papada já dá noção de como está a parte dianteira dos animais, por isso só inspeciona nessa linha linfonodos da parte traseira F → Exame dos rins • Inicialmente, liberar os rins da gordura perirrenal e da cápsula, sem desprendê-los da carcaça • Retira-los da carcaça examinando-os (coloração, aspecto, volume e consistência) -são retirados com as demais vísceras • Condenar os rins cujas causas de rejeição não determinem a apreensão da carcaça: congestão, cistos urinários, nefrite, infarto e estefanurose nos rins. • Deve-se atentar para possíveis correlações entre as lesões renais com doenças sistêmicas (peste suína, abcessos por Stephanurus spp.) e, quando for o caso, as meias-carcaças devem ser desviadas para o DIF. G → Exame do cérebro • Inspecionado somente se a indústria optar por comercializar o cérebro para consumo humano • Comércio in natura ou para fabricação de derivados. • A indústria não necessariamente precisa comercializar o cérebro, pode mandar para graxaria e não ocorre a inspeção dessa linha. IN 79/2018 MAPA Nova metodologia de inspeção a ser adotada no abate de suínos. → As incisões de linfonodos não são feitas, pois favorece a disseminação de salmonela, uma vez que o suíno é autóctone para salmonela. →Incisões para cisticercose e atualmente, a carne industrializada prega controle de parasitose. → Não é todo abatedouro que adota essa metodologia, são poucas, visto que tem que ter boas práticas de produção. → Para adotar essa metodologia as indústrias devem ter controle de boas práticas de produção e da qualidade da matéria prima (por isso muitas não aderem, pois funciona como uma parceria entre Serviço de Inspeção e indústria. Etapas: O abate começa na propriedade, visto que afeta no produto final. → Currais de chegada e seleção e de matança (mais próxima da sala de abate), lavagem dos animais- mangueira- é opcional, só é obrigatório se os animais chegarem muito sujos. É feita a inspeção ante mortem baseada no seu comportamento. Em casos que for observado qualquer tipo de alteração, esses animais são encaminhados para o curral de observação, onde será 4) Fluxograma de abate- Bovinos: realizado um exame clínico detalhado e individualizado do animal. → Rampa de acesso à matança (os animais são colocados aos poucos). Os currais de matança se comunicam com a sala de abate por meio de uma rampa a nível do solo. Durante o percurso dos animais recebem um banho coletivo com água hiperclorada (3 ppm) em temperatura ambiente durante três minutos e com pressão de água de 3 ATM (a indústria não deve trabalhar com valores acima de 5ppm), cujo objetivo é o efeito sanitizante, redução do estresse térmico, vasoconstrição periférica e redução da matéria-orgânica e da carga microbiana. A quantidade de cloro utilizada como sanitizante é de 50ppm. → Seringa é um corredor para caber um bovino sem espaço para ele virar para traz, vai para direto para sala de abate. A capacidade deve ser de 10% do abate/hora do estabelecimento. → Box de atordoamento: é a primeira secção da sala de abate e é neste local que acontece a insensibilização do animal. Tem um porta tipo guilhotina, que é fechada logo após a entrada do animal, contendo-o dentro do box, e uma porta lateral, que, após a insensibilização, é aberta e permite que o animal role para a área ou praia de vômito. → Insensibilização: com equipamento de pistola de ar pneumático (dardo cativo)- fura o lobo frontal do bovino, ele precisa cair para ser insensibilizado o animal não deve morrer nessa etapa, se matar, está errado, visto que o sangue fica retido em vísceras, músculos)tem o tempo máximo de 60s para a sangria. Mesmo com o emprego de um método de insensibilização irreversível, o período entre a insensibilização e a sangria não deve ser maior que um minuto. A insensibilização efetiva gera um colapso imediato no animal, sua musculatura contrai, ocorre a flexão dos membros traseiros e extensão dos dianteiros, observa-se pupilas fixas e dilatadas, ausência de respiração rítmica, de reflexo corneal e de piscar espontâneo, de vocalização, do reflexo de endireitamento da cabeça e de tentativa de recuperar a postura, a mandíbula relaxada e ocorre exposição da língua (protusa). → Área de vômito: pendura do animal- por um dos membros pélvicos- Como a insensibilização atinge a chamada "centro do vômito" no cérebro, quando o animal é içado por uma das pernas, para ser preso ao trilho aéreo, é comum que haja uma regurgitação. Não vomita, pois está em jejum. → Sangria (mínimo de 3 minutos): deve ser o que realmente irá provocar a morte do animal. Deve ter duração mínima de três minutos, garantindo que o maior volume de sangue possível seja eliminado do corpo do animal (50 % da volemia, 3,5 % do peso vivo, aproximadamente 35 litros de sangue). Esse processo é realizado por meio do corte da veia carótida e jugular de ambos os lados. A fim de otimizar o processo de sangria e promover a maior eliminação de sangue, pode-se realizar um estímulo elétrico no animal. A sangria impacta diretamente nos aspectossensoriais e microbiológicos da carne. Uma sangria ineficiente, ou seja, que não é capaz de eliminar o máximo de sangue possível do animal, irá gerar alterações na coloração e sabor da carne e órgãos, em virtude dessa retenção de sangue. Além disso, o sangue também é um ótimo meio de cultura e, com isso, o prazo de validade da carne acaba sendo reduzido. Após a sangria de cada animal, a faca utilizada pelo colaborador deve ser imediatamente esterilizada. Para a fabricação do chouriço, derivado cuja matéria-prima principal é o sangue, é necessário o emprego de uma faca especial, denominada como faca vampira, que é responsável pela captação do sangue e o encaminha para um galão por meio de uma mangueira, sem que haja qualquer tipo de contato do sangue com as instalações e outros equipamentos do abate. → Estimulação elétrica (somente após a morte do animal, acelera a conversão de músculo em carne e previne o encurtamento pelo frio- a carne fica fria), é uma etapa opcional. → Serragem dos chifres (não acontece em animais mochos) e retirada dos mocotós dianteiros LINHA A (pés)- quem tira é magarefe. Essa é a etapa mais demorada do fluxograma de abate, podendo durar até sete minutos. Inicia-se pela região do traseiro até a região dianteira, sendo favorecida pela gravidade, e conta com colaboradores trabalhando em diferentes alturas a partir do auxílio de plataformas. Com a tirada do couro e dos mocotós traseiros, o corpo do animal passa a ser preso pelo jarrete. → Esfola da parte do trazeiro → Oclusão do reto: o consiste em envolver e amarrar a região ao redor do ânus, sendo extremamente importante para evitar o extravasamento de conteúdo intestinal que, consequentemente, contaminaria a carcaça. Essa etapa é considerada um procedimento sanitário operacional (PSO). Coloca um plástico ao redor do anus e amarra, visto que o anus fica mais protuberante. → Remoção da glândula mamária- LINHA A1 (úbere) → Esfola da região abdominal da carcaça → Esfola da região do dianteiro: Após a remoção do couro, que é uma etapa suja, ocorre a abertura do esterno no sentido longitudinal. A partir dessa etapa, a sala de abate já é considerada como área limpa e, antes dela, como área suja. → Roletamento do couro: Em virtude do porte do animal, a retirada completa do couro acontece de forma mecânica, por meio do roletamento. O couro é enganchado próximo a região da cabeça e está ligado a uma corrente que, juntamente com uma roleta, vai tencionando e promovendo a remoção do couro. Após a remoção do couro, que é uma etapa suja, ocorre a abertura do esterno no sentido longitudinal. A partir dessa etapa, a sala de abate já é considerada como área limpa e, antes dela, como área suja. → Serra de peito: para serrar o esterno – magarefe. → Limite entre área suja e limpa: deve ser instalada uma barreira sanitária, a fim de diminuir o carreamento de contaminação de uma área mais suja para uma área mais limpa da sala de abate. Os colaboradores que exercem suas funções na área suja não devem ir à área limpa, tendo em vista a quantidade de sujidades (fezes, regurgitação, sangue, couro) em sua vestimenta e sapatos. Assim, somente o médico veterinário inspetor pode transitar entre essas duas seções, mas, ainda assim, após a sua higienização na barreira sanitária. → Desarticulação da cabeça (oclusão do esôfago- separação do esôfago e da traqueia)- numeração da cabeça e asa do atlas. A cabeça é lavada com jato de água sob alta pressão. → Oclusão do esôfago: é uma etapa crítica e importante do fluxograma de abate, pois é responsável por evitar o extravasamento de conteúdo gástrico durante a manipulação das vísceras do animal. → Retirada da cabeça Linhas B e C (cabeça e língua, cronologia). A evisceração ocorre do sentido caudal ao cranial, para ter ajuda da gravidade. Uma etapa crítica no fluxograma de abate, pois, caso haja o rompimento das vísceras e sua consequente contaminação por conteúdo gástrico e intestinal, essas devem ser totalmente condenadas. A evisceração acontece em sentido longitudinal até o diafragma e, após a retirada dos órgãos, esses são colocados sobre as bandejas na mesa de evisceração que é um equipamento rolante e, em virtude do grau de contaminação local, é higienizada mecanicamente e de forma constante durante o abate. → Abertura da cavidade abdominal: deve acontecer longitudinalmente, no sentido caudo-cranial, assim como a retirada das vísceras. → Evisceração genital → Retirada das vísceras abdominais Linhas D e E (TGI e fígado) → Retirada das vísceras torácicas Linha F → Serragem da carcaça: no sentido longitudinal ao longo da coluna vertebral gera duas meias-carcaças. Como não é possível serrar exatamente no meio, uma meia-carcaça fica ligeiramente maior que a outra. → Linhas G- se os rins ainda estiverem juntos com a carcaça,H e I (toalete)- rins e meias-carcaças) → Carimbagem das meias-carcaças Linha J (carimbagem) → Toalete final: consiste na retirada de linfonodos e na apara de espículas ósseas. Após isso, já no final do fluxograma de abate, as meias-carcaças são pesadas e, é neste momento, que é determinado o valor que será pago ao produtor com base no peso das meias-carcaças. → Pesagem das meias-carcaças → Chuveiro de carcaça → Câmara fria (estocagem) MER- só o íleo pode ser retido na triparia. → Cabeça, carcaça e íleo, olho, tonsilas * Lavanderia para limpeza de funcionários, limpeza dos caminhões e incinerador para o MER (próxima a caldeira), deve ter em toda planta de indústria Etapas: ➔ Pocilgas de chegada e seleção- pocilga de sequestro: Nas pocilgas/baias de chegada e seleção e matança ocorre a inspeção ante mortem dos animais, que é baseada no seu comportamento. Em casos em que for observado 4.1) Fluxograma de abate- Suínos: qualquer tipo de alteração, esses animais são encaminhados para a pocilga de sequestro, onde será realizado um exame clínico detalhado e individualizado do animal. Deve ser coberto, visto que corpo de suínos queima. ➔ Pocilgas de Matança: Para o cumprimento do período de descanso, os animais são encaminhados para as baias de matança. Essas baias devem apresentar estrutura coberta, para que os animais não se lesionem em virtude da exposição ao sol, e cada baia deve ser separada da outra por alvenaria. Essa instalação se comunica com a sala de abate por meio da rampa de acesso à matança. ➔ Rampa de acesso à matança (banho coletivo): Durante esse percurso os animais recebem um banho coletivo com água hiperclorada durante três minutos, cujo objetivo é o seu efeito sanitizante, redução do estresse térmico, vasoconstrição periférica, remoção da matéria orgânica e redução da carga microbiana. ➔ Seringa: é um corredor mais estreito ao final da rampa de acesso à matança. Sua capacidade deve ser de 10 % do abate/hora do estabelecimento. O objetivo da sua largura reduzida é para que os animais, uma vez na seringa, não consigam retornar à rampa de acesso à matança e que só tenham a opção de seguir em direção à sala de abate. ➔ Box de insensibilização: é a primeira seção da sala de abate e é neste local que acontece a insensibilização do animal. Geralmente, comunica- se com a seringa por meio de uma porta tipo guilhotina, que é fechada logo após a entrada do animal, contendo-o no box. ➔ Insensibilização (eletrocussão- é a mais usado)- existem 3 técnicas- câmara de CO2, eletrocussão, choque elétrico. é realizada por meio da eletronarcose, com um choque de cerca de 300 V e 20 A, com o uso de uma haste em formato de Y, com duração de dois a três segundos. A insensibilização demonstra-se efetiva quando o animal cai, contrai os músculos da face de forma involuntária, apresenta ausência de respiração rítmica, de reflexo corneal e de sensibilidade a estímulosdolorosos. Como esse método de insensibilização é reversível, o tempo máximo até o início da sangria deve ser de 15 segundos. A eletrocussão é uma técnica que vem sendo empregada na rotina de abate da espécie suína, e além dos eletrodos da cabeça, também conta com um outro ponto de choque próximo ao coração, causa fibrilação cardíaca e a insensibilização é mais eficiente. Apesar de não ser tão comum, a insensibilização também pode ser realizada com o auxílio da pistola de dardo cativo, contudo, neste caso, passa a ser uma insensibilização de caráter irreversível, em que ocorre a laceração cerebral. A voltagem e amperagem é regulado de acordo com o peso do animal, mas a indústria faz uma média. ➔ Sangria: A sangria pode acontecer com o animal sobre uma mesa, que é o mais comum, ou com ele içado, assim como ocorre no abate de bovinos. Deve-se realizar o corte da veia cava e aguardar o período mínimo de três minutos para o início das demais etapas do abate. Após a sangria de cada animal, a faca utilizada pelo colaborador deve ser imediatamente esterilizada. ➔ Chuveiro: Antes das carcaças serem direcionadas para os tanques de escaldagem, ainda durante o período da sangria, as mesmas passam pelo chuveiro a fim de retirar o excesso de sangue aderido à carcaça e minimizar a contaminação da água dos tanques de escaldagem ➔ Escaldagem: em que o animal entra em contato direto com água hiperclorada de 53 a 55 ºC, durante três a cinco minutos, tem como objetivo facilitar a retirada das cerdas do animal por meio da abertura do folículo piloso. Se a sangria, etapa anterior, não for realizada corretamente, ou seja, se o animal ainda estiver vivo durante essa etapa, ocorre a aspiração da água presente no tanque de escaldagem. Apesar do binômio tempo- temperatura da escaldagem poder ser alterado, deve-se tomar cuidado para não cozinhar o animal em virtude de uma temperatura muito elevada da água e/ou a permanência do animal nesta etapa por tempo prolongado. Em virtude da possibilidade de proliferação de microrganismos termófilos, é necessária a troca constante da água presente no tanque de escaldagem. É um PCC, por conta de contaminação cruzada. ➔ Depilação: o animal encontra-se sob uma esteira que apresenta movimentos de trepidação e, assim, é capaz de remover as suas cerdas ➔ Flambegem: que é a etapa seguinte, consiste em um "banho de fogo", por onde o animal passa rapidamente e já dependurado. ➔ Chuveiro- área limpa. Após o chuveiro, o animal passa por uma toalete de depilação, onde é realizada a depilação manual para a retirada das últimas cerdas. ➔ Limite entre área suja e limpa: Abertura da papada (desarticulação da cabeça) Linhas A1 e G (Cabeça e papada) ➔ A oclusão do reto é realizada de forma mecânica, encostando um equipamento no ânus do animal, promovendo a sua torção, colabando completamente o orifício. É uma etapa extremamente importante para evitar o extravasamento de conteúdo intestinal que, consequentemente, contaminaria a carcaça, sendo considerada um Procedimento Sanitário Operacional (PSO). ➔ A abertura da cavidade abdominal e torácica é realizada de forma manual, com o auxílio de uma faca, iniciando o corte na região inguinal ventral. Após abertura das cavidades, é realizada a remoção das vísceras no sentido caudo-cranial e, em seguida, essas são colocadas sob a mesa de evisceração. ➔ Após a inspeção dos órgãos nas linhas de inspeção post mortem, as vísceras comestíveis são colocadas em um carrinho branco ou inox, com destino a outras etapas do processamento industrial. Já as vísceras não comestíveis são colocadas em um carrinho vermelho cujo destino é a Unidade de beneficiamento de produtos não comestíveis (graxaria). Atualmente, visando a otimização e segurança do processo, as indústrias adotam o sistema de "chutes", que são tubulações em que as vísceras são colocadas de acordo com o seu destino, o que elimina o uso dos carrinhos e o potencial risco de contaminação dos órgãos. ➔ Com a remoção das vísceras comestíveis e não comestíveis e carcaça segue para a etapa de serragem de carcaça que dará origem a duas meias-carcaças. ➔ A carimbagem das meias-carcaça ocorre de maneira semelhante ao abate de bovinos, entretanto, em suínos, essa etapa não é considerada uma linha de inspeção post mortem. A carimbagem acontece na região dos cortes da paleta, pernil, lombo e barriga. ➔ A toalete final é uma etapa manual, realizada com faca, em que há remoção de espículas ósseas, gorduras e da medula espinhal. Após essa etapa, as meias-carcaças são lavadas com água hiperclorada e seguem para a pesagem. ➔ A pesagem das meias-carcaças é realizada apenas para avaliar o rendimento da carcaça, pois o pagamento ao produtor é realizado com base no peso vivo do animal. ➔ Os animais são encaminhados para as câmaras- frias para a conversão do músculo em carne e esse processo tem duração de 24h. Após esse período mínimo, as meias-carcaças podem ser direcionadas para a desossa, fabricação de derivados ou podem ser expedidas como meia- carcaça inteiras *Abertura da papada (desarticulação da cabeça) Linhas A1 e G (Cabeça e papada)
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