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D-16 1

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SEQUÊNCIA 
01 
APRESENTAÇÃO DA DINÂMICA, LEITURA E DISCUSSÃO 
DOS TEXTOS 
 
Leitura e Discussão dos Textos: 
 
Identificação dos traços de humor ou ironia presentes nos textos é o objetivo desta 
dinâmica. Para tanto, na SEQUÊNCIA 1, da ação 1.1, a turma fará a leitura e a discussão 
dos textos motivadores nos grupos e evidenciará o que perceberam de SEMELHANTE E 
DIFERENTE ENTRE ELES, no tocante a FORMA DE EXPRESSAR A MENSAGEM de 
cada texto. Também, na etapa em questão, os alunos apresentaram suas observações 
para o grupão, mediante solicitação do docente. 
Na etapa 1.2, o professor aprofundará, ampliará as discussões a partir das 
colocações apresentadas por cada grupo. Na fase em questão, o professor fará 
exposição do material utilizado pelas equipes e, a partir de projeções, dialogará com a 
turma sobre os recursos empregados em cada texto para expressar a mensagem 
pretendida e concluirá o momento fazendo uma breve explanação conceitual acerca do 
conteúdo em questão. 
 
 
▪ Apresente a proposta de trabalho para a turma sem mencionar o conteúdo da aula. 
▪ Faça agrupamentos de, no máximo, cinco integrantes. 
▪ Distribua os textos para cada grupo e peça para que leiam, discutam e pontuem o teor 
dos textos, a mensagem que trazem e o que os autores utilizaram para expressar a 
mensagem de cada texto. Por fim, cada grupo indicará um representante para expor 
as observações da equipe. 
▪ A plenária com as observações de cada grupo deverá ser conduzida pelo docente que 
questionará, dialogará e, posteriormente, ampliará, a partir das falas dos alunos, as 
discussões com a revisita aos textos e observações conceituais sobre humor e ironia 
que deverão aprofundar o estudo. 
▪ Comente com a turma os principais gêneros textuais que utilizam os recursos em estudo. 
▪ Organize uma breve tempestade textual de exemplos que sejam apresentados pelos 
alunos, ouça a opinião e os argumentos deles acerca dos textos apresentados. 
▪ Oriente como atividade de estudo domiciliar o vídeo sobre Efeitos de sentido: humor e 
ironia 
 
 
O objetivo desta dinâmica é reconhecer os efeitos de sentidos e os recursos expressivos 
empregados nos mais diversos gêneros textuais a fim de provocar humor ou ironizar situações desde as 
mais corriqueiras até aquelas que só existem no universo da imaginação. Para atender a esse objetivo, 
trabalhar-se-á com letras de música, tirinhas, piadas e textos literários a fim de se identificar o conteúdo 
do estudo em questão. 
Uma observação relevante para se fazer antes de levar a temática para a sala de aula é atentar 
que, inúmeras vezes, se faz humor ou constrói ironia de forma preconceituosa, debochada que fere o jeito 
de ser do outro, o direito individual ou coletivo. A fim de analisar o fato supracitado é válido assistir ao vídeo 
de um fragmento de uma entrevista de Roberto Dávila com o historiador Leandro Karnal sobre “O humor e a 
ironia”, disponível na página https://www.youtube.com/watch?v=bpDeZRr9Jtk- que elucida alguns traços da 
construção desses mecanismos de expressão. 
Para esta dinâmica, dispor-se-á da letra da música Aluga-se (Raul Seixas e Cláudio Roberto 
Andrade de Azevedo), dos textos Aula de Inglês e Missão de Carteiro (autores desconhecidos), O 
casamento (Luís Fernando Veríssimo), Aula de português (Autor desconhecido) e Charge 1º de maio 
https://www.youtube.com/watch?v=bpDeZRr9Jtk-
 
 
(Amarildo). Tais textos, além de servirem para demonstrar o uso do humor ou da ironia, permitirão fazer 
reflexões sobre comportamentos humanos, análises sociais, éticas, de criatividade para se dizer o que se 
deseja exprimir. 
No ensejo, segue um link que poderá funcionar como exercício complementar a ser feito, 
domiciliarmente, pelos alunos para intensificar os estudos sobre o conteúdo em estudo. Na página Videoaula 
EM-3º ANO, Língua Portuguesa 06- Efeitos de sentido: humor e ironia, disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=GLFda6_-5vs, será possível ampliar para observações da possibilidade 
de humor e ironia andarem juntos, além de refletir sobre um papel muito desenvolvido pelos textos que se 
utilizam da ironia: crítica social. 
 
TEXTO 1: 
 
ALUGA-SE 
 
(Raul Seixas e Cláudio Roberto Andrade de 
Azevedo) 
A solução pro nosso povo eu vou 
dá Negócio bom assim ninguém 
nunca viu 'Tá tudo pronto aqui é só 
vim pegar 
A solução é alugar o Brasil 
 
Nós não vamo paga 
nada Nós não vamo 
paga nada É tudo free 
 
Tá na hora agora é 
free Vamo embora 
Dá lugar pros gringo entrar 
Esse imóvel tá pra alugar ah ah ah ah 
 
Os estrangeiros eu sei que eles vão 
gostar Tem o Atlântico tem vista pro 
mar 
A Amazônia é o jardim do 
quintal E o dólar dele paga o 
nosso mingau 
 
Nós não vamo paga 
nada Nós não vamo 
paga nada É tudo free 
'Tá na hora agora é 
free Vamo embora 
Dá lugar pros gringo entrar 
Pois esse imóvel está pra alugar, 
alugar ei Grande soluça, uh ei 
 
Nós não vamo paga 
nada Nós não vamo 
paga nada Agora é 
free 
'Tá na hora é tudo 
free Vamo embora 
Dá lugar… 
https://www.youtube.com/watch?v=GLFda6_-5vs
 
 
Nós não vamo paga 
nada Nós não vamo 
paga nada Agora é 
free 
'Tá na hora é tudo 
free Vamo embora 
Dá lugar pros outro entrar 
Pois esse imóvel tá pra alugar ah ah ah ah 
 
Nós não vamo paga 
nada Nós não vamo 
paga nada Agora é 
free 
'Tá na hora é tudo 
free Vamo embora 
Dá lugar pros gringos 
entrar Pois esse imóvel 
Está pra alugar 
 
Está pra alugar meu 
Deus Nós não vamo 
paga nada Nós não 
vamo paga nada 
É absulamente free, tá na 
hora É tudo free, vamo 
embora. 
Disponível em: https://www.letras.mus.br/raul-seixas/48296/. Acesso em: 25 maio 2019. 
 
Obs.:A música acima foi composta no início da década de 80 e apresenta de forma 
irônica o comportamento a ser adotado para solucionar os problemas brasileiros. Vale 
destacar que uma análise histórica sobre os fatos daquela época e a letra música em 
observação auxiliarão os alunos a melhor compreenderem a mensagem que os autores 
desejaram apresentar. 
 
TEXTO 2: 
 
http://www.letras.mus.br/raul-seixas/48296/
 
 
 
 
 
TEXTO 3: 
 
Disponível em: https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/9f3d1eed-82. Acesso em: 15 
maio2019. 
 
TEXTO 4: 
 
O CASAMENTO 
 
– Eu quero ter um casamento tradicional, papai. 
– Sim, minha filha. 
– Exatamente como você. 
– Ótimo. 
– Que música tocaram no casamento de vocês? 
– Não tenho certeza, mas acho que era o Mendelssohn. Ou Mendelssohn ou a 
Marcha fúnebre? Não, era Mendelssohn mesmo. 
– Mendelssohn, Mendelssohn... acho que não conheço. Canta alguma coisa dele aí. 
– Ah, não posso, minha filha. Era o que o órgão tocava em todos os casamentos no meu 
tempo. 
– O nosso não vai ter órgão, é claro. 
– Ah, não. 
– Não. Um amigo do Varum tem um sintetizador eletrônico e ele vai tocar na cerimônia. 
O Padre Juca já deixou. Só que esse Mendelssohn, não sei não... 
É claro que no sintetizador não fica bem... 
– Quem sabe alguma coisa do Queen... 
– Quem? 
– O Queen. 
– Não é a Queen? 
– Não. O Queen. É o nome de um conjunto, papai. 
– Ah, certo. O Queen. No sintetizador. 
– Acho que vai ser o maior barato! 
– Só o sintetizador ou... 
– Não. Claro que precisa ter uma guitarra elétrica, um baixo elétrico... 
– Claro. Quer dizer tudo bem tradicional. 
– Isso. 
http://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/9f3d1eed-82
 
 
VERÍSSIMO, Luis Fernando. O casamento. In: Para gostar de ler. SP: Ática, 
1994. 
 
 
 
 
TEXTO 5: 
 
AULA DE PORTUGÊS DO JOÃOZINHO 
 
A professora entra na sala e diz: 
-Fábio me diga um verbo. 
-Prastico professora! 
-Não se diz prastico se diz plástico e isso não é um verbo. 
-Luiz me diga um verbo. 
-Bicicreta fessora! 
-Não se diz bicicreta se diz bicicleta e também não é um verbo. 
-Joãozinho. 
-Sim fessora! 
-Me diga um verbo. 
-Hospedar! 
-Isso Joãozinho, agora me fale uma frase com hospedar. 
-Os Pedar da bicicreta é de prastico. 
 
Disponível em:https://piadastpish.wordpress.com/2011/09/22/a-aula-de-portugues-do-joaozinho/. Acesso em: 13 
maio2019.TEXTO 6: 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DOS TEXTOS E SISTEMATIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
 
 
Reconhecimento de recursos expressivos e efeitos de sentido apresentados a partir 
do humor e da ironia 
 
Os recursos expressivos são mecanismos utilizados pelo autor para transmitir sua 
mensagem em conformidade com as suas intencionalidades. O humor e a ironia são duas 
dessas possibilidades. Assim, fazendo rir e/ou dizendo de forma contrária aquilo que, de 
fato, se quer dizer, são formas de se apresentar o pretendido pelo autor. Destaque-se que 
 
 
nesses processos entre o rir e o ironizar, a crítica a fatos, dados, comportamentos... são 
constantemente empregadas para propagar a informação, a reflexão. Às vezes, esta 
última, aparece de forma bem evidente e em outros casos, precisa-se estar conectado 
aos fatos, momentos históricos para que se possa compreender a mensagem. 
Para exercitar o que foi supracitado, é importante que se trabalhe com questões 
abertas, pois elas exploram o universo de análise, crítica, exposição de posicionamentos 
e ideias de forma a propiciar maiores exposições sobre os diferentes pensamentos. 
 
 
▪ Antes de começar esta etapa, revise os conceitos de humor e ironia e ressalte que o objetivo desta 
dinâmica é estudar os recursos expressivos supracitados. 
▪ Na atividade 1, solicite que os alunos leiam os exemplos apresentados e depois acresçam mais três 
sentenças que apresentem o efeito de ironia. Dê um tempo de aproximadamente 05 minutos para que 
eles façam suas frases individualmente e, em seguida, comente as frases apresentadas, mesmo as 
equivocadas, explorando o sentido estabelecido a partir da ironia. 
▪ Oriente a turma também na resolução das atividades 2 e 3. Leia com eles o comando e durante a 
prática, média de 15 minutos, circule pela sala e elucide as possíveis dúvidas. 
▪ Nos 10 minutos finais, corrija as questões oralmente com a turma. Explore os comandos, as respostas, as 
justificativas e intensifique o efeito de sentido presente em cada questão, seja ele o humor ou a ironia 
bem como os mecanismos que os autores utilizarão na construção dos textos. 
 
 
Nesta atividade, a apresentação das relações entre os recursos expressivos e seus efeitos de 
sentido a partir do emprego da ironia será reforçada pelos exemplos construídos pelos alunos, que serão 
inspirados na fala deles mesmos. 
Já as questões 2 e 3 explorará o efeito provocado pela construção de forma humorística a partir do emprego 
de termos que palavras centrais para a construção do sentido e do efeito almejado pelos autores. Essa 
estratégia didática objetiva dar continuidade às discussões levantadas na etapa 01 e possibilitar a fixação 
dos conceitos trabalhados. 
Os objetivos desta etapa são: reforçar a construção dos conceitos de humor e ironia bem como 
analisar seus empregos, função e os mecanismos da língua que possibilitam a apresentação, exploração de 
uma mensagem por meio de diversos gêneros, repletos de intencionalidades que exigem muito do leitor 
para ler, compreender o dito. 
 
ATIVIDADE 1: 
 
A seguir, apresentamos algumas sentenças que conferem teor irônico às falas. 
Acrescente três exemplos e depois os explique. 
 
A. “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”. (Machado de Assis) 
B. “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”. (Monteiro Lobato) 
C. “O meu nome é Dejair, “facinho” de ser confundido com João do Caminhão”. 
(Mamonas Assassinas) 
D) 
 
E) 
 
F) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 2: 
 
Observe o texto abaixo e faça uma análise sobre os recursos empregados pelo autor para 
expressar sua observação sobre o contexto social brasileiro. 
 
Disponível em https://incentivo.wordpress.com/2010/11/30/previc-oferece-100-vagas 
-banca-examinadora-cespe-unb/. Acesso em: 13 maio 2019. 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 3: 
 
 
 
O humor da tirinha está no 3º quadrinho. Depois que o lemos, a frase do 2º quadrinho 
adquire duplo significado. 
 
a) Que palavra do 2º quadrinho é responsável por isso? 
 
 
b) Qual o significado dessa palavra antes e depois da leitura do 3º quadrinho? 
https://incentivo.wordpress.com/2010/11/30/previc-oferece-100-vagas-banca-examinadora-cespe-unb/
https://incentivo.wordpress.com/2010/11/30/previc-oferece-100-vagas-banca-examinadora-cespe-unb/
https://incentivo.wordpress.com/2010/11/30/previc-oferece-100-vagas-banca-examinadora-cespe-unb/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARA COMPLEMENTAR: 
 
Professor(a), 
 
Ao aprofundarmos um estudo a respeito dos recursos expressivos e seus efeitos a partir do 
humor e da ironia, vê- se sua constante presença de ambos em registros que se estendem desde 
as mais corriqueiras situações até algumas não antes pensadas por um ser humano “comum”, mas 
que os autores, a partir de imaginações criativas, observações maduras se cercam de 
mecanismos da língua e conseguem provocar risos, reflexões e até críticas ferrenhas. 
Nesse universo de possibilidades para se dizer o desejado a Língua permite que se faça uso 
das variadas figuras de linguagem, definidas por Cereja e Magalhães (2010, p.57) como meios 
para ampliar o significado de uma palavra, suprir a falta de termos adequados, criar significados 
diferentes. E é nesse agrupamento que se encontra a ironia, forma de expressar o contrário do que 
se deseja e que exige do leitor reflexões sobre o tema abordado e a posição que toma o escritor. 
Para tanto, atenções sobre o que se utiliza para construir esse mecanismo devem ser voltadas 
para todo o texto verbal ou não, para a associação entre os dois. Nossos alunos precisam 
evidenciar detalhes, minúcias para ir a fundo do que se inicialmente vê. 
Já o recurso humor deverá ser trabalhado para desmistificar que tem por finalidade essencial 
apenas o riso fácil. Há muito que se pode dizer fazendo rir e para tanto, exige-se um leitor mais 
atento e consciente das nuances que podem ser expressadas nos textos humorísticos, pois a partir 
dele podem-se analisar os comportamentos humanos, a situação política e social, por exemplo. 
Exercícios constantes, intencionais, pensados e marcados, estudados e apresentados no nosso 
meio querem, inúmeras vezes, nos dizer mais, muito mais e precisamos aprender a lê-los com 
mais qualidade e criticidade. 
Diante do exposto, as explorações feitas pelo SAEB se apresentam para identificar, a partir do 
conteúdo em estudo nesse documento, grau de maturidade leitora que, muitas vezes, ultrapassa o 
nível literal e requer conhecimentos, da língua e do mundo, que se somam para que haja 
compreensão, análise e crítica do material que se lê. 
 
 
 
 
 
1. QUESTÕES COMENTADAS: 
 
LEIA O TEXTO E RESPONDO O ITEM 
1. Nesse texto, o tom irônico está presente 
(A) na primeira observação do menino. 
 
 
(B) na expressão concentrada do gato. 
(C) no que o menino acha da natureza. 
(D) no que o gato pensou sobre os sapatos. 
(E) na expressão de alegria do menino. 
 
COMENTÁRIOS: 
Este item avalia a habilidade de reconhecer o efeito de ironia em um texto. O suporte é uma 
tirinha, gênero bastante familiar a alunos desse nível de escolarização. 
O comando solicita que o aluno identifique em que parte do texto há a presença de ironia. 
O aluno que optou pela letra A pode ter sido influenciado por um conhecimento pessoal de que a 
natureza vem sendo desrespeitada, mas o texto não autoriza essa leitura. 
O estudante que optou pela letra B pode ter pensado que, desde o início, o gato ironizava o 
menino e aquele que optou pela letra C equivocou-se na identificação de um efeito de humor. 
O aluno que seguiu a sequência de imagens e da história optou pela 
letra D, o gabarito. Já o aluno que selecionou a letra E não atentou para 
a expressão final do menino. 
 
 
 
2. O humor desse texto reside no(a) 
(A) contradição entre a expressão do menino e a do tigre no primeiro quadrinho. 
(B) dúvida do tigre em chamar a mamãe para buscá-los no passeio. 
(C) fato do menino tentar parecer que é valente, mas sentir medo. 
(D) fato do tigreafirmar que estavam perdidos, mas estarem no quintal de casa. 
(E) formato da palavra dita pelas personagens no último quadrinho. 
 
COMENTÁRIOS 
Este item avalia a habilidade de identificação de efeitos de humor produzidos em textos diversos. 
Essa é uma habilidade que se relaciona diretamente aos processos de compreensão que 
ultrapassam as barreiras da mera identificação literal de sentidos, exigindo do estudante a 
capacidade de construir uma representação coerente do texto e perceber que o humor se 
estabelece pela quebra de uma expectativa. Para avaliar essa habilidade foi utilizada uma tirinha. 
Os estudantes que marcaram a alternativa A parecem ter considerado apenas a situação do 
primeiro quadrinho. 
Os alunos que optaram pela alternativa B parecem ter realizado uma leitura equivocada da fala 
do tigre no terceiro quadrinho. 
Os alunos que assinalaram a alternativa C, o gabarito, conseguiram perceber que o gritar pela mãe, 
no último quadrinho, contradiz a atitude das personagens nos dois primeiros, estabelecendo, assim, 
uma ruptura com a lógica que se construía. A escolha da letra D não é autorizada pelo texto, pois 
se apoia essencialmente em elementos extratextuais que remetem ao conhecimento da 
construção das histórias vividas pelas personagens, mas esse conhecimento, especificamente, 
não interfere na realização da tarefa. 
Os alunos que escolheram a alternativa E parece que se apoiaram apenas forma e não na ideia que 
gera o grito. 
 
 
 
 
 
Observe a charge, que satiriza o comportamento dos participantes de uma entrevista 
coletiva por causa do que fazem, do que falam e do ambiente em que se encontram. 
Considerando-se os elementos da charge, conclui-se que ela 
 
(A) defende, em teoria, o desmatamento. 
(B) valoriza a transparência pública 
(C) destaca a atuação dos ambientalistas. 
(D) ironiza o comportamento da imprensa. 
(E) critica a ineficácia das políticas. 
Comentário: 
O autor da charge elabora sua crítica a partir de dois recursos: as imagens utilizadas 
(recursos não linguísticos) e a fala dos personagens (recursos linguísticos). A crítica à 
ineficácia das políticas a serem adotadas para combater o desmatamento baseia-se no 
fato de que, pelas imagens, é possível perceber que a natureza já foi totalmente 
desmatada. GABARITO: E 
 
7. Questões nos três níveis de dificuldade: 
Questões abertas 
 
O sobrevivente 
 
Impossível compor um poema a essa altura da evolução da 
humanidade. Impossível escrever um poema – uma linha que seja – 
de verdadeira poesia. O último trovador morreu em 1914. 
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais. 
 
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais 
simples. Se quer fumar um charuto aperte um botão. 
Paletós abotoam-se por 
eletricidade. Amor se faz pelo 
sem fio. 
Não precisa estômago para digestão. 
 
 
 
Um sábio declarou a O Jornal que ainda 
falta muito para atingirmos um nível 
razoável de cultura. Mas até lá, 
felizmente, estarei morto. 
 
Os homens não melhoram 
e matam-se como percevejos. 
Os percevejos heróicos renascem. 
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado. 
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio. 
(Desconfio que escrevi um poema.) 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião: 19 livros de poesia. Rio de Janeiro: José 
Olympio, 1985. Disponível em:http://educacao.globo.com/portugues/assunto/recursos-
expressivos/ironia.html. Acessado em 12 maio 
2019 
 
 
1. Os dois primeiros versos enfatizam uma ideia que será desconstruída pela leitura integral 
do poema, caracterizando uma ironia, expressa também no título. Transcreva o verso do 
texto que, em comparação com os dois primeiros, revela essa ironia. 
 
 
 
 
OBSERVE A IMAGEM ABAIXO. 
 
TRICÔ VIRTUAL 
 
2. Sobre o texto acima informe: 
A. O que basicamente produz o humor na charge em questão? 
 
 
 
 
B. Na sua opinião, se a personagem que está jogando fosse um garoto, existiria humor? Por 
quê? 
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/recursos-expressivos/ironia.html
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/recursos-expressivos/ironia.html
 
 
 
 
 
 
C. Que outra sugestão de título você daria para a charge? 
 
 
 
 
 
A TÁTICA DA BOLSA 
 
(Luís Fernando Veríssimo) 
A Jussara estava a fim de um cara e bolou um plano para conhecê-lo. Ou para ele a 
conhecer. Um plano minucioso, que descreveu para as amigas como se fosse uma 
operação militar. Em vez de conquistar um reduto inimigo, Jussara conquistaria o cara, 
que se renderia ao seu ataque. Ela acreditava que, no amor como na guerra, 
planejamento era tudo. 
Jussara sabia que José Henrique- o nome do cara era José Henrique- tinha dinheiro 
e não tinha namorada firme, duas precondições para seu plano valer a pena. Era bonito, era 
um intelectual (andava sempre com um livro embaixo do braço) e tinha hábitos regulares. 
Todos os dias saía do trabalho e sentava-se numa mesa de bar, sempre a mesma mesa, 
para comer uma empada e tomar uma cerveja (só uma, e ele não fumava nem tinha 
qualquer outro vício aparente) antes de ir pegar seu carro num estacionamento próximo. 
Geralmente bebia sozinho e ia direto para casa, onde morava com a mãe viúva. 
O ataque, de acordo com a melhor tática militar, deveria ser de surpresa. Mas 
surpreendente apenas o bastante para ser inesquecível sem assustar o cara. A ideia da 
Jussara era que, no primeiro contato, ele já descobrisse tudo sobre ela. O que ele faria 
com essa informação dependeria do que viesse depois. Ou, como disse a Jussara, "dos 
desdobramentos". Mas no primeiro instante ele teria que saber tudo a seu respeito. Como 
conseguir isso? 
Com a bolsa. As amigas se entreolharam. Com a bolsa? Com a bolsa. Jussara 
entraria no bar remexendo na sua bolsa, fingindo procurar alguma coisa com tanta 
concentração que esqueceria de olhar para frente, e esbarraria no José Henrique, 
derramando todo o conteúdo da bolsa na mesa à sua frente, ou no chão ao seu lado. 
- E o conteúdo da bolsa dirá tudo o que ele precisa saber a meu respeito, 
entendem? Serei eu dentro da bolsa. Tudo o que eu sou, tudo o que eu gosto. Ele vai me 
ajudar a colocar as coisas de volta dentro da bolsa e em poucos minutos conhecerá minha 
alma e minha biografia. 
Jussara já sabia o que colocaria dentro da bolsa. Um bonequinho de pelúcia que 
certamente enterneceria o cara, mostrando seu coração bom e algo infantil. Envelopes 
com sementes, mostrando sua preocupação com o meio ambiente. E um livro, para ele 
saber que ela também lia. Mas precisava decidir: que livro? Estava aceitando sugestões. 
Poesia? Martha Medeiros? Karl Marx? Pornopopeia? O Pequeno Príncipe? Qual faria 
maior efeito? Escolheram Saramago, desde que não fosse muito pesado. 
E o encontro se deu. Todo o conteúdo da bolsa da Jussara caiu na frente do cara, 
que ajudou a botá-lo de volta, como previsto. Mas ele nem notou o livro e as outras 
coisas. Pegou um estojo de maquiagem da Jussara e disse: "Eu uso o mesmo blush!" 
A Jussara culpa seu fracasso numa falha que costuma frustrar as operações 
militares: reconhecimento insuficiente do terreno. 
- Faltou pesquisa – lamenta. 
 
 
 
 
03- Acerca do texto acima, responda: 
 
a) No que reside, basicamente, o humor do texto? 
 
 
 
 
b) Qual sua opinião sobre o efeito de humor empregado pelo autor na construção 
do texto? Justifique. 
 
 
 
 
 
c) Sobre a sentença “faltou pesquisa”, informe o que ela representa e se é possível e 
como aplicar tal reflexão na nossa prática. 
 
 
 
 
Leia o excerto abaixo, de Vidas Secas, trata da personagem Sinhá Vitória. 
 
Calçada naquilo, trôpega, mexia-se como um papagaio, era ridícula. Sinha Vitória 
ofendera-se gravemente com a comparação, e se não fosse o respeito que Fabiano lhe 
inspirava, teria despropositado. Efetivamente os sapatos apertavam-lhe os dedos, faziam-
lhe calos. Equilibrava-se mal, tropeçava, manquejava, trepada nos saltos de meio palmo. 
Devia ser ridícula, mas a opinião de Fabiano entristecera-a muito. Desfeitasessas 
nuvens, curtidos os dissabores, a cama de novo lhe aparecera no horizonte acanhado. 
Agora pensava nela de mau humor. Julgava-a inatingível e misturava-a às obrigações da 
casa. (...). Um mormaço levantava-se da terra queimada. Estremeceu lembrando-se da 
seca (...). Diligenciou afastar a recordação, temendo que ela virasse realidade. (...) 
Agachou-se, atiçou o fogo, apanhou uma brasa com a colher, acendeu o cachimbo, 
pôs-se a chupar o canudo de taquari cheio de sarro. Jogou longe uma cusparada, que 
passou por cima da janela e foi cair no terreiro. Preparou-se para cuspir novamente. Por 
uma extravagante associa - ção, relacionou esse ato com a lembrança da cama. Se o 
cuspo alcançasse o terreiro, a cama seria comprada antes do fim do ano. Encheu a boca 
de saliva, inclinou-se – e não conseguiu o que esperava. Fez várias tentativas, 
inutilmente. (...). Olhou de novo os pés espalmados. 
Efetivamente não se acostumava a calçar sapatos, mas o remoque de Fabiano 
molestara-a. Pés de papagaio. Isso mesmo, sem dúvida, matuto anda assim. Para que 
fazer vergonha à gente? Arreliava-se com a comparação. Pobre do papagaio. Viajara com 
ela, na gaiola que balançava em cima do baú de folha. Gaguejava: – "Meu louro." Era o e 
latia como Baleia. Coitado. Sinha Vitória nem queria lembrar-se daquilo. 
 
(RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio deJaneiro/São Paulo: Record, 2007, p.41-43.) 
Disponível em https://www.curso- 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/unicamp/2010_2fase/1dia/unicamp2010_2fase_1dia.pdf
 
 
04- Diante do que foi apresentado pelo texto: 
a) Por que a comparação feita por Fabiano incomoda tanto sinhá Vitória? Que lembrança 
evoca? 
 
 
 
b) Tendo em vista a condição e a trajetória de sinhá Vitória, justifique a ironia contida no 
nome da personagem. Que outra personagem referida no excerto acima também revela 
uma ironia no nome? 
 
 
 
(As caravanas 
É um dia de real grandeza, tudo azul 
Um mar turquesa à la Istambul enchendo os 
olhos Um sol de torrar os miolos 
Quando pinta em Copacabana 
A caravana do Arará, do Caxangá, da 
Chatuba A caravana do Irajá, o comboio 
da Penha 
Não há barreira que retenha esses 
estranhos Suburbanos tipo muçulmanos 
do Jacarezinho A caminho do Jardim de 
Alá 
É o bicho, é o buchicho, é a 
charanga (...) 
Com negros torsos nus deixam em 
polvorosa A gente ordeira e virtuosa que 
apela 
Pra polícia despachar de 
volta O populacho pra 
favela 
Ou pra Benguela, ou pra 
Guiné Sol 
A culpa deve ser do sol que bate na 
moleira O sol que estoura as veias 
 
O suor que embaça os olhos e a 
razão E essa zoeira dentro da 
prisão Crioulos empilhados no 
porão 
De caravelas no alto mar 
 
 
05- Na primeira estrofe da canção, há menção às caravanas migratórias do Oriente Médio e 
aos ônibus que saem das periferias e dos morros cariocas até a prestigiada praia de 
Copacabana, retratando evidente desigualdade social. A ironia a essa situação da 
realidade brasileira está presente na referência 
A. ao sol, em “A culpa deve ser do sol”. 
B. ao mar turquesa, em “Um mar turquesa à la Istambul”. 
C. à caravana do Irajá, em “A caravana do Irajá, o comboio da Penha”. 
D. à caravana do Arará, em “A caravana do Arará, do Caxangá, da Chatuba”. 
 
 
E. à praia de Copacabana, em “Quando pinta em Copacabana”. 
 
8. Banco de Questões: 
1. Leia a charge a seguir: 
 
 
 
1. As charges, normalmente, são marcadas pela ironia devido ao efeito de sentido. 
Assim, pode-se concluir que nesta charge 
A. o humor produz uma mensagem otimista diante dos vocábulos “Iphone e Iphome”. 
B. a ironia não faz parte dessa charge, pois prevalece uma linguagem objetiva. 
C. a ironia expressa o contraste social entre os termos “Iphone e Iphome”. 
D. o efeito de sentido produz uma imagem conflituosa da tecnologia. 
E. o humor dos termos “Iphone e Iphome” mostra que a tecnologia é 
necessária. Observe a tirinha: 
 
 
2. Assinale a alternativa que melhor expresse o efeito de humor contido na tirinha. 
A. O discurso feminista de Susanita é responsável pelo efeito de humor, já que o tema é 
tratado de forma irônica, denotando certo machismo por parte do autor da tirinha 
B. Mafalda opõe-se ao discurso da amiga Susanita e, através de suas feições em todos os 
quadrinhos, percebe-se nitidamente seu descontentamento. 
C. A linguagem verbal não contribui para o melhor entendimento da tirinha, pois todo efeito de 
humor 
está contido na linguagem não verbal através da expressão exibida por Mafalda no 
 
 
último quadrinho. 
D. Susanita apresenta um discurso de acordo com as teorias feministas que pregam a 
libertação das práticas tradicionalmente atribuídas à mulher. Contudo, no último 
quadrinho, a personagem defende o uso de uma tecnologia que apenas reforça os 
padrões tradicionais. 
E. Na ausência de comentários de Mafalda sobre o pensamento de Susanita, o que 
confere pactuação do pensamento das duas sobre o assunto. 
Leia a história abaixo: 
 
 
3. A exceção sobre os efeitos de humor da tirinha acima está presente em qual alternativa? 
A. Mafalda emprega o mesmo valor semântico para o vocábulo “indicador” no primeiro e 
no último quadrinho. 
B. Mafalda não sabe a importância do dedo indicador. 
C. A expressão “dedo indicador” é utilizada de maneira metafórica pelo autor da tirinha. 
D. Mafalda ainda não sabe exatamente o significado da expressão “indicador de 
desemprego” 
E. Apesar de ser uma criança, Mafalda já percebe as injustas relações de trabalho 
estabelecidas entre patrões e operários. 
Leia a piada abaixo: 
 
Dois compadres viajavam de carro por uma estrada de fazenda quando um bicho cruzou 
a frente do carro. 
Um dos compadres falou: 
— Passou um largato 
ali! O outro perguntou: 
— Lagarto ou 
largato? 
O primeiro 
respondeu: 
— Num sei não, o bicho passou muito rápido. 
 
 
4. Na piada, a quebra de expectativa contribui para produzir o efeito de humor. Esse 
efeito ocorre porque um dos personagens 
a) reconhece a espécie do animal avistado. 
b) tem dúvida sobre a pronúncia do nome do réptil. 
c) desconsidera o conteúdo linguístico da pergunta. 
d) constata o fato de um bicho cruzar a frente do carro. 
e) apresenta duas possibilidades de sentido para a mesma palavra. 
 
Leia o fragmento abaixo: 
 
Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía 
um caráter ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se 
seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de 
avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma 
virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o deficit. Como 
era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O único 
fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, 
donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e 
os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de 
certo modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se 
pode honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de 
relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios encontrava-se no seu 
amor aos filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara, dali a alguns meses; prova 
irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão de várias 
irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a 
reputação da avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que 
ele fora juiz) mandara- lhe tirar o retrato a óleo. 
 
Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias Póstumas de Brás 
Cubas condensa uma expressividade que caracterizaria o estilo machadiano: a ironia. 
 
5. Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, o narrador personagem Brás 
Cubas refina a percepção irônica ao 
A. acusar o cunhado de ser avarento paraconfessar-se injustiçado na divisão da herança 
paterna. 
B. atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e 
torturava os escravos. 
C. considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da 
filha Sara. 
D. menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias 
irmandades. 
E. insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um 
retrato a óleo. 
 
Observe a tirinha abaixo: 
 
 
 
 
 
6. Considerando-se os elementos verbais e visuais da tirinha abaixo, é correto afirmar que 
A. a ingenuidade dos personagens em acreditarem na existência de poderes sobrenaturais. 
B. o contraste entre os personagens que representam diferentes classes sociais. 
C. o duplo sentido do substantivo “super-herói”, no contexto do 1º quadrinho. 
D. a tentativa fracassada do personagem ao fazer um discurso panfletário. 
E. a quebra de expectativa produzida, no último quadrinho, pelo termo 
“invisibilidade” Analise a tirinha que segue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Considerando-se os elementos verbais e visuais da charge, conclui-se que o humor 
decorre do(a): 
A. crítica despropositada feita a um livro considerado um clássico da literatura universal. 
B. duplo sentido que a palavra “barata” adquire no contexto do último quadrinho da tirinha. 
C. ambiguidade do substantivo “impressão”, presente no segundo quadrinho. 
D. explícita referência intertextual que ocorre no primeiro quadrinho da tira. 
E. traço caricatural das personagens que as aproxima do conteúdo do livro mencionado. 
 
 
 
 
 
8. Sobre o os quadrinhos acima, leia e analise as afirmações abaixo: 
 
I. A tira evidencia ironia ao tratar da rápida obsolescência das linguagens e dos 
conhecimentos tecnológicos. 
II. A expressão “última geração” e a palavra “obsoleta” são antagônicas. 
III. A tira associa o conhecimento tecnológico à empregabilidade. 
IV. O humor da tira reside no fato de que o personagem perdeu a vaga porque chegou 
depois do horário. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
 
A. Apenas as afirmações I e IV são VERDADEIRAS. 
B. Apenas as afirmações I e II são VERDADEIRAS. 
C. Apenas as afirmações III e IV são VERDADEIRAS. 
D. Apenas as afirmações I, II e III são VERDADEIRAS. 
E. Apenas as afirmações II e III são VERDADEIRAS. 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO: 
01 02 03 04 05 06 07 08 
C D B C B E B D

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