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Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Esôfago Esofagectomia total ou parcial → megaesôfago grau IV ou tumor O estômago é comumente utilizado para a reconstrução esofágica Não pode comer em excesso, sem líquidos junto às refeições Dietoterapia Pré-operatório EM geral, líquidos claros (lavagem) – na véspera Líquida prova Líquida total/Semilíquida Pastosa Branda Livre Pós-operatório SNE – quando iniciar via oral (VO) evoluir conforme aceitação Fracionada, ↓ volumes, ↑ densidade calórica, evitar líquidos + sólidos Vagotomia total ás vezes é acompanhada por diarreia e esteatorréia (DAN,2017) Estômago - Câncer gástrico Sintomatologia Início: assintomático Dor, empachamento, eructações, anorexia, hemorragia, anemia, perda de peso Tratamento cirúrgico Gastrectomia total: Reconstrução em Y de Roux (Esofagojejunoanastomose e anastomose jejunojejunal) Gastrectomia parcial: Reconstrução em Billroth I (Gastroduodenoanastomose) Reconstrução em Billroth II (Gastrojejunoanastomose) Reconstrução em Y de Roux (Esofagojejunoanastomose e anastomose jejunojejunal) Dieta sem irritantes gástricos, c/a, seguida de jejum de 8 à 12h antes do procedimento cirúrgico (PROJETO ACERTO) Gastrectomia Total: Esofagojejunoanastomose Iniciar dieta por SNE progredir via oral: Líquida de prova progredir até branda (sem sacarose e sem lactose) fracionada e em pequena quantidade por 30 dias. Gastrectomia Subtotal: Gastrojejunoanastomose Dieta via oral: Liquida de Prova, evoluindo até branda, sem sacarose, sem lactose por 30 dias. Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Evitar CHO simples para evitar síndrome de dumping ou esvaziamento rápido Jejuno proximal absorção de CHO Síndrome de dumping rápida absorção de sacarose, com aumento de glicemia e consequente aumento rápido de insulina na tentativa de compensar a hiperglicemia, o que ocasiona hipoglicemia de rebote A redução do estômago e a ausência do piloro permitem a passagem rápida do conteúdo gástrico hiperosmolar, levando a SD ou do esvaziamento rápido Manejo nutricional para controlar sintomas da Síndrome de Dumping Refeição pequenas, em maior frequência Alta ingestão de proteina (reduz índice glicêmico) Pouca ingestão de CHO simples (mais CHO complexos) Pouca ingestão de fibras insolúveis (mais fibras solúveis) Evitar líquidos nas refeições Retardar o tempo de trânsito intestinal Evitar alimentos hiperosmolares Alimentos mais pastosos, menos sólidos Alimentos sem lactose, se necessário Mecanismos que levam à desnutrição após gastrectomia Ingestão calórica inadequada (sensação de plenitude gástrica, flatulência, perda de apetite (anorexia), dispepsia, alteração na motilidade intestinal, disfagia, diarreia, náuseas, vômitos e refluxo) Insuficiência pancreática exócrina (inatividade do duodeno. Má absorção de gorduras) Assincronismo entre alimentos e suco pancreático secretado Tempo de trânsito intestinal reduzido Progressão da doença maligna em pacientes gastrectomizados Aversões alimentares Síndrome de dumping (pode comprometer a ingestão e evoluir com deficiência de cobre, anemia e Neutropenia) Ocorre também redução de secretina e colecistocinina ↓ Bile ↓ Enzimas pancreáticas Percentual de perda e peso ponderal Pós-operatório - Perda de 10 - 15% 1 mês Perda e peso de 5 a 10 % dentro de seis meses – representa alto risco nutricional Outras alterações nutricionais Anemia ferropriva Anemia por carência de vit B12 (células parietais – fator intrínseco) Maior risco de osteopenia e fraturas por déficit de cálcio - Duodeno é responsável por absorver minerais – cálcio Polineuropatia por deficiência de tiamina Má absorção de gorduras: a intolerância a gordura pode estar presente especialmente se o nervo vagal é ressecado Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Cirurgia Bariátrica Critérios de indicação de CB IMC > 40 (tinha na de 2010 e foi retirado, depois voltou sob retificação publicado no D.O.U 29.jan.2016, Seção I, p.287) IMC > 35 + doenças sistêmicas Idade: 16 – 18 a 65 anos Obesidade há > 2 anos – IMC Falência no tratamento clínico < 2 anos Ausência de dependência: drogas e álcool Ausência de transtornos de humor grave, quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados INDICAÇÃO DA CIRURGIA Como era Como ficou Pacientes com IMC maior que 35kg/m2 e portadores de comorbidezes que ameacem a vida como: diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronária, osteoartrites e outras Pacientes com IMC maior que 35kg/m2 e portadores de comorbidezes (doenças agravadas pela obesidade e que melhoram quando a mesma é tratada de forma eficaz) que até ameacem a vida como: diabetes, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardiovasculares incluindo doença arterial coronariana, infarto do miocárdio (IM) angina, insuficiência cardíaca congestiva(ICC), acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale e síndrome de hipoventilação, asma grave não controlada, osteoartroses, hérnias discais, refluxo gastroesofageno, com indicação cirúrgica, colecistopatia calculosa, pancreatites agudas de repetição, esteatose hepática, incontinência urinária de esforço da mulher, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas e doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática (pseudotumor cerebri), estigmatização social e depressão. Procedimentos aprovados em cirurgia bariátrica Puramente restritivos: Banda gástrica ajustável Gastrectomia vertical (sleeve) Mistos Predominantemente restritivo – Derivação em Y de Roux Predominantemente disabisortivo – Derivação biliopancreática Reganho de peso após retirada: Banda gástrica ajustável e Balão gástrico – 6 meses no máximo Preparo pré-operatório Superobesos, ou seja, aqueles com IMC ≥ 50, deveriam emagrecer 10% do peso pré, a fim de garantir melhor controle das comorbidades e reduzir risco cirúrgico e anestésico Perda de aproximadamente 10% do peso no pré pode relacionar-se à melhor perda ponderal no primeiro ano de pós-operatório Avalição antropométrica: IMC atual, circunferência abdominal e avaliação do histórico do peso habitual (MURA, 2016) Dieta Liquida ↓ Cal e ↑ PTN/3 dias (Burgos, 2011) Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal CÂNCER HIPERCALÓRICA E HIPERPROTEICA BARIÁTRICA HIPOCALÓRICA E HIPERPROTEICA Nutrição oral continuada com carboidratos, incluindo goles de líquidos claros até 2h no pré-operatório (ASMBS, 2019) Balão intragástrico (BIG) Método auxiliar de perda de peso. NÃO É CIRURGIA Tempo máximo: 6 meses Se houver necessidade de recolocar guardar intervalo de 30 dias Baixo risco, mas geralmente cursa com reganho após ser retirado. (ABESO, 2016) Cinturão gástrico ou banda ajustável A perda de excesso de peso é de aproximadamente 50% Após a banda a perda tende a ser + gradual Apresenta melhor resultado de perda e manutenção que mudança de estilo de vida isolada. (ABESO, 2016) Bypass gástrico em Y de Roux (BPGYR) 1º mês: 30 mL de 15 em 15 minutos – 1 hora = 180mL – 6 copos de 30mL - 30 Dias: 15 – Liquida 15 – Semilíquida Sem sacarose, 30mL de líquidos – 15/15 min Leite sem lactose: Evitar Dumping / Evitar fermentação Suco de frutas naturais – Evitar sucos osmolares – Laranja puro, uva puro – Dumping Frutose e concentrado em açúcar Liquido coado, pode usar suplemento para diabético, água de coco em poucos horários e coada, pode usar whey CAPELLA - + restritiva / disabsortiva Recomendações no BPGYR Não há consenso quanto à evolução da dieta pós-operatória Inicia com dieta líquida de prova Segue com dieta líquida completa por 1 mês Volume: 30mL de 15 em 15 minutos HipocalóricaHiperproteica Suplemento vitamínico mineral para adulto Sem sacarose para evitar síndrome de dumping Evitar jejum > 3 para evitar hipoglicemia Após 1 mês: dieta branda por 3 dias e após, livre hipocalórica Gastrectomia vertical ou Sleeve gástrico Sem produção de grelina Sem risco de Dumping Recomendações no Sleeve Consistência: manter dieta líquida durante os primeiros 15 dias. Após: liquida pastosa, até 30 dias Volume: tomar 100mL de 1/1 hora Dividir as principais refeições (café da manhã, almoço e jantar) em 2 horários Pode leite desnatado Não há consenso quanto à evolução da dieta pós-operatória Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Exemplos de protocolos de dieta pós-operatória de CB: Cuppari, 2019 Guia prático nacional de CB, 2019 ASMBS, 2020 Adoçantes – síndrome metabólica / epidemia da obesidade Os receptores do sabor doce presentes na língua também estão presentes no intestino, tendo suas paredes revestidas por grande rede de neurônios complexos. É sistema nervoso entérico, capaz de identificar tais compostos Quanto mais doce a preparação, maior é a ativação desses receptores e maior absorção de açúcar, ou seja, adoçante pode ser um facilitador da absorção do açúcar O ideal, então, é usar adoçantes em pouca quantidade e com menor potencial de doçura Ressalta-se sempre que o paladar se modifica Recomenda-se o uso de adoçantes naturais, em menor quantidade possível, como estévia e xilitol (xilitol pode causar sintomas gastrintestinais) Para minimizar o sabor residual da estévia, pode-se usar associada à taumatina (é uma mistura de proteínas de sabor doce extraída de um fruto africano (o Thaumatococcus daniellii) – Katemfe ou “fruta milagrosa” (Ferraz e Galdencio, 2019) Bebidas Evitar, nos primeiros 6 meses PÓS-OPERATÓRIO Bebidas carbonadas e alcoólicas Ácido fosfórico interfere na absorção de cálcio Aspartame, sacarina e sucralose alteram a microbiota ↓Bacterioides ↑ Firmicutes ↑ > Consumo calórico e ganho de peso Açúcar ↑ Insulina ↑ Gordura Disbiose Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Derivação Biliodigestiva - Cirurgias mistas, predominantemente disabsortiva - Scopinaro → + restritivas (30 – 50mL) - Duodenal switch → + disabsortiva (300 – 500mL) HIPOLIPÍDICAS Recomendações Nutricionais para Cirurgia Bariátrica Proteínas: mínimo de 60g/dia e até 1,5g/Kg de peso ideal/dia (até 2,1g PTN/Kg de peso ideal/dia devem ser avaliadas individualmente) (ASMBS, 2019) Renais: 1,2g/Kg Dan, 2017: 90g ASMBS, 2020: Deve constituir 10% a 35% da ingestão da ingestão calórica diária Manutenção de peso: 0,8 – 1,2g/Kg de peso por dia Perda de peso ativa: 1,2g/Kg de peso (DBP/O DS pode exigir 1,5-2,0g/Kg de peso/dia) LEUCINA: estimula síntese proteica inclusive no catabolismo Whey protein: maior concentração de leucina comparado à caseína, albumina, proteína isolada de soja e proteína do trigo Cálcio – Citrato de cálcio melhor absorvido Calorias: Cal 1000 -1200 (Burgos, 2011) HIDRATAÇÂO > 1,5 Litros/dia (30 minutos após as refeições) (ASMBS, 2019) Carboidratos: Pós-operatório precoce – 50g/dia À medida que a ingestão aumenta – 130g/dia Lipídios 20% a 35% da ingestão calórica diária Maior parte da ingestão de gordura deve ser insaturada (ASMBS, 2020) Polivitamínico mineral: ASMBS, 2019 e 2020: Bypass e GV - 2 comprimidos com fórmula para adultos, inicialmente na forma mastigável, contendo ferro e tiamina, ASMBS, 2013 e 2020: 1 comprimido com requisitos mínimos para BGA e 2 comprimidos para as outras técnicas. ASMBS, 2008: 100% recomendações diárias para banda e 200% para as outras técnicas Anemia pode estar relacionada à deficiência de ferro, b12, ácido fólico, proteínas, cobre, selênio e zinco. ASMBS, 2019 Cirurgia metabólica A cirurgia metabólica pode ser considerada como opção para adultos com DM2 e IMC 30,0 – 34,9 Kg/m que não conseguem manter perda de peso e melhora das comorbidades (incluindo hiperglicemia) com métodos não cirúrgicos) - Qualquer cirurgia que mexa com o TGI e que tragam benefícios metabólicos Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Papel das Incretinas São hormônios liberados pelo intestino, após refeição, para estimular a produção de insulina (insulinotrópicos) IN – Intestine CRE – Secretion TIN – Insulin Principais: GIP (peptídeo inibidor gástrico): Estimula secreção de insulina pelo pâncreas GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon): Melhora a sensibilidade a insulina e reduz o consumo de alimentos Age no cérebro: PROMOVE SACIEDADE E REDUZ APETITE Bypass gástrico Ingestão do alimento – Trato GI (liberação de hormônios incretinas – GLP-1 e GIP ativos Células β – Captação periférica de glicose - controle de glicemia / ↑ Insulina ↓glucagon ↓ Produção hepática de glicose Células α – ↑ Insulina ↓glucagon ↓ Produção hepática de glicose ↑ Insulina – das células beta (GLP-1 e GIP) Depende de glicose ↓ Glucagon – das células alfa (GLP-1) Depende de glicose Outros entero-hormônios Outros entero-hormônios, como: Polipeptideo YY (PYY) Oxintomodulina (OXM), com o GLP-1 - Induzem um retardo no trânsito intestinal, levando à saciedade, sinalizando ao pâncreas e ao hipotálamo que houve ingestão alimentar suficiente CM e seus efeitos no DM2 A normalização da glicemia nos primeiros dias da cirurgia sugeriu que a perda de peso não explica inteiramente este processo Segundo Le Roux et al., este panorama hormonal começa a surgir tão cedo quanto 48h pós-operatórias Surgiram 2 teorias: Hipótese de Foregut (intestino superior) Hipótese Hindgut (intestino inferior) Hipótese de Foregut (intestino superior o proximal) A exclusão duodenal e do jejuno proximal do trânsito alimentar previne a secreção de um suposto sinal que promoveria resistência insulínica e DM2 Bloqueio do fator Rubino Rubino, 2006; Dan, 2017; Campos et al, 2016 Sem nutrientes no duodeno Evita secreção de um fator antiincretinico pelo duodeno ("FATOR RUBINO") Permitindo ↑ de fatores incretínicos Levando a redução e normalização da glicemia Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Hipótese Hindgut (intestino inferior ou distal) Baseia-se na exposição do intestino distal aos alimentos aumentando secreção de GLP-1 e PYY. A chegada de nutrientes menos digeridos mais rapidamente ao intestino distal estimularia a produção de hormônios que levam ao controle glicêmico Neste caso são os hormônios incretínicos, com ação de estimular a secreção insulínica e reduzir a ingestão alimentar Campos et al, 2016; Cummings et al, 2007; Dan, 2017 Alterações hormonais com a CB Ocorre: Aumento de GPL-1 (saciedade) Aumento de PYY (saciedade) Diminuição da leptina (produzida pelo tecido adiposo (saciedade) (obeso produz muita leptina mas ocorre resistência à leptina)) Diminuição da grelina (fome) Repercussões nutricionais positivas Diminuição da resistência à insulina Remissão/melhora de patologias (DM, DLP, HAS, apneia do sono, esteatose hepática) Fatores que aumentam o risco de deficiência de vitamina B12 em consequência, principalmente, da técnica do BGYR (Bordalo, 2011) Incapacidade de liberação da vitamina B12 a partir de alimentos proteicos em decorrência da hipocloridria gástrica Má absorção ileal devido a produção inadequada de fator intrínseco no estômago Ressecção ileal em técnicas disabsortivas Intolerância alimentar a alimentos fontes de vitamina B12 como a carne vermelha Mecanismos envolvidos na deficiência de ferro no paciente bariátrico Absorção insuficiente do ferro dos alimentos e dos suplementos orais pelo desvio intestinal (duodeno e primeira porção do jejuno) Aumento da concentração de hepcidina, decorrente do estado inflamatório crônico da obesidade e que leva a um aumentoda excreção de ferro pelas fezes Redução da secreção de ácido clorídrico pelo estômago, que é fundamental para auxiliar na absorção do ferro dos alimentos, seja por intolerância ou por saciedade precoce Redução do consumo de carne vermelha, que é a principal fonte de ferro dos alimentos, seja por intolerância ou por saciedade precoce Perda por hemorragias, como observado em mulheres com fluxo menstrual aumentado INFLAMAÇÃO ↑ HEPCIDINA Exposição precoce a nutrientes ↑ Produção de GLP-1 e PYY (anorexígeno) Reduzindo RI Melhora do quadro metabólico Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Intestino Câncer colorretal - Pólipos Tratamento mais comuns – ressecção do tumor Cirurgia Quimioterapia Radioterapia Colectomia / Retossigmoidectomia C L A X A N O T N E S T I P A N T E Dietoterapia Pré-operatório: Líquidos claros (Véspera) Pós-operatório: 1ºDPO – liquida de prova, e posteriormente dieta normal a depender da tolerância gradativa do paciente Com perda da válvula ileocecal (VIC) (lado direito): CONSTIPANTE Sem perda da VIC: prevenir constipação IMPLICAÇÕES DIETÉTICAS NO PÓS-OP DE COLECTOMIA INDICADA A PACIENTES COM ALTERAÇÕES NOS PADRÕES DOS MOVIMENTOS INTESTINAIS (DAN, 2017) Reduzir ou suprimir fibra insolúvel; Laxante/ puxa água/ amolece as fezes Reduzir inicialmente o total de gordura, aumentar gradativamente de acordo com tolerância Reduzir ou suprimir a lactose, reintroduzir gradativamente conforme tolerância Evitar estimulantes do peristaltismo: alimentos excessivamente condimentados, pimenta, café e bebidas gaseificadas Evitar alimentos flatulentos: repolho, pepino, couve-flor, leguminosas com casca, melancia, grão de bico, alcachofra Fracionar dieta: 5 – 6 pequenas refeições Volume hídrico: 1,5 – 2 L/dia, fracionando em pequenos volumes Suplementos de fibra solúvel (goma guar, plantago, ovata) antes das principais refeições p/ aumentar consistência e volume das fezes Quando o íleo terminal for removido, Vit. B12 intramuscular Evitar frituras, alimentos muito quentes ou frios Repouso sentado 30 min após as refeições Evitar durante 2-3 meses após a cirurgia: leite e derivados, embutidos, patês, carnes muito duras e fibrosas, mariscos, cereais integrais e derivados, legumes e verduras muito fibrosas como alcachofra e repolho, frutas cruas muito fibrosas, frutas secas, bebidas alcoólicas, maionese, doces e chocolate Após fase inicial (2-3 meses): reintroduzir gradativamente alimentos desaconselhados, observando a tolerância. Continuar evitando cereais integrais, legumes e verduras muito fibrosas. Consumir com moderação frutas, verduras e hortaliças Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Ileostomia – Dietoterapia Necessidade acima da média de sal e água para compensar as perdas excessivas nas fezes Sódio: a dieta normal fornece sódio adequado Líquidos: beber 1L a mais do que a quantidade diária produzida pela ostomia Calorias: o gasto calórico é semelhante ao de indivíduos normais Ressecção do íleo terminal: Suplementar Vitamina B12 Pode haver baixa ingestão de vitamina C e ácido fólico, por causa da baixa ingestão de hortaliças e frutas frescas, requerendo suplementação A absorção de nutrientes pode ser um pouco melhor a partir de frutas e hortaliças cozidas, trituradas ou amassadas Alertar sobre evitar vegetais muito fibrosos e mastigar bem os alimentos – evitar que um bolo alimentar seja retido no ponto onde o íleo se estreita Fora isso, os pacientes com Ileostomia ou colostomia devem ser encorajados a seguir a sua dieta normal restringindo apenas os alimentos que causam problema Colostomia – Dietoterapia No pós-operatório imediato: Iniciar com a dieta líquida e evoluir progressivamente para dieta normal, porém com baixo teor de fibras Quantidade normal ou aumentada de sal e 1 – 2 litros de líquidos/dia, entre as refeições Introdução de novos alimentos lenta e gradativa para identificar os que causarem desconforto, a fim de controlar e evitar Colectomia na região descendente/sigmoide, ingestão aproximada de 30g de fibras, priorizando solúveis, associada à alto consumo de água (3L) para evitar constipação Podem causar obstrução do estoma: casca de maçã, repolho cru, milho, coco, frutas secas, laranjas, nozes, abacaxi, pipoca, frutas com cascas e sementes Tratado de nutrição e Metabolismo em Cirurgia, 2013 Ostomias: Colostomia e Ileostomia Evitar alimentos que possam aumentar a produção de gases: Bebidas alcoólicas, refrigerantes, chicletes, feijão, milho, ervilha, grão-de-bico, couve-flor, repolho, beterraba, pepino, brócolis, batata doce, pimentão, cebola, alho, doces e frituras, e qualquer outros alimentos que testado, produza esse sintoma Dan, 2017: Evitar a ingestão de frutas secas, nozes, coco, milho, pipoca, repolho, leguminosas, cebolas e demais alimentos que aumentam a produção de gases podem melhorar a adaptação do paciente à sua nova condição clínica Evitar alimentos que possam produzir mau odor das fezes (em caso de necessidade): Peixes, carnes em conserva, temperos fortes, ovo cozido. A dieta do ostomizado é normoglicídica e normolipídica. No pós-operatório imediato deve ser Hiperproteica (1,2 – 1,5g/Kg/Dia) Hemorroidectomia As hemorroidas são veias dilatadas, localizadas em volta do ânus (externas) ou dentro do ânus (interna) A cirurgia consiste na remoção do tecido que causa a hemorragia e a dilatação Dieta pós-operatória de cirurgias anorretais De imediato à cirurgia, dieta líquida e, lentamente introduzir alimentos sólidos que devem ser bem mastigados Consumir alimentos ricos em fibras e sem condimentos Maior ingestão de líquidos Psyllium – prevenir diverticulite Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Doença Diverticular Diverticulose: Laxante ↑ FIBRAS (25g/dia mulher e 38g/dia homem), ↑ líquidos (2 – 3L) (Krause, 2018) 90 % dos pacientes com dieta ↑ teor de fibras permanecem sem sintomas por 5 anos Diverticulite: inicialmente com baixo resíduo, dieta elementar ou, em casos complicados NPT. Após remissão do quadro inflamatório retornar gradualmente para uma dieta rica em fibras Pós-operatório: dieta laxante, ↑ fibras Volvo ou Vôlvulo de Sigmoide Volvo que refere a uma torção de segmento do trato digestivo, o que geralmente leva à obstrução Os locais mais comuns de ocorrência são cólon sigmoide e o ceco Tratamento: DISTORÇÃO DO VOLVO OU RESSECÇÃO DO SEGMENTO Dieta igual à da Colectomia, em caso de ressecção. Em longo prazo, prevenir constipação Síndrome De Má Absorção (SMA) Sinais e/ou sintomas associados à absorção inadequada de nutrientes, podendo ser global (todos os nutrientes) ou seletiva (Ex: Vit. B12 no caso de ressecção do íleo) Comprimento ID > 620cm – 6m Duodeno= 25cm Jejuno= 240cm Íleo= 360cm Cólon= 150cm Síndrome Do Intestino Curto (SIC) < 2m do ID funcionante Conceito: consiste em um conjunto de sinais e sintomas usados para descrever as consequências nutricionais e metabólicas de grandes ressecções do intestino delgado A SIC ocorre quando existe menos de 200cm de intestino delgado residual funcional Pacientes que não sofreram ressecção intestinal, mas que apresentam redução acentuada da superfície de absorção do intestino delgado (Ex: DII, espru, enterite por radiação), podem apresentar as mesmas sequelas Modificações adaptativas após ressecção intestinal O processo de adaptação pode durar até 6 meses /1 ano Quase todos os indivíduos podem compensar fisiologicamente a perda de aproximadamente 50% do delgado A ressecção de todo o delgado é incompatível com a vida. A não ser que o indivíduo recebe NP indefinidamente Complicações da SIC – sinaise sintomas A SIC é caracterizada por diarreia, anormalidades dos fluidos e eletrólitos, ↓ K, Ca, Mg, e Zn, ↓ Vit.B12 (ressecções extensas do íleo), Fe, vit. Lipossolúveis, má absorção e perda de peso Pode haver: Formação de cálculos de oxalato o Ocorre hiperoxalúria, devido à excessiva absorção de oxalato o O oxalato dietético, em geral, se liga ao cálcio intraluminal e é excretado nas fezes. Porém, na SIC, o cálcio liga-se aos ácidos graxos não absorvidos e deixa o oxalato livre para ser absorvido no cólon Normal – OXALATO+CÁLCIO → Fezes SIC – ÁCIDOS GRAXOS Ñ ABSORVIDOS+CA → Oxalato – mucosa / colón Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Colelitíase – cálculos biliares de colesterol podem desenvolver secundariamente aos sais biliares diminuídos dentro da circulação enterohepática Supercrescimento bacteriano (remoção da válvula ileocecal) Hipersecreção gástrica Ocorre porque as secreções do intestino delgado normalmente inibitórias, não estão mais presentes O ácido excessivo danifica a mucosa proximal remanescente, reduzindo consequentemente a absorção A má digestão e absorção consequentes resultam em fezes diarreicas ácidas Acidose lática: CHO mal absorvido → fermentados no cólon → D-lactose D-lactose → absorvida → acidose lática Alterações físicas e metabólicas de acordo com a região ressecada As ressecções do jejuno causam: o Hipersecreção gástrica (por diminuição da degradação da gastrina no jejuno) o Diarreia osmótica (pela diminuição da absorção) o Esteatorreia (muito ácido inativa a lipase) Em geral, a adaptação é rápida e sem repercussões nutricionais As ressecções do íleo causam: o Diarreia o Esteatorreia o Hiperoxalúria (nefrolitíase) o Podem causar carência de Vit.B12 Em geral, a adaptação é difícil e com importantes repercussões nutricionais e metabólicas O comprimento do segmento jejuno-ileal que um adulto precisa para sobreviver sem NP é: > 120cm (sem cólon em continuidade) > 60cm (com cólon em continuidade) A capacidade de manter um bom estado nutricional na SIC depende da: Extensão e da região ressecada Presença da válvula ileocecal e do cólon A preservação da válvula ileocecal impede que bactérias normalmente presentes no cólon migrem para o delgado, evitando translocação bacteriana A superpopulação bacteriana no delgado pode provocar desconjugação de sais biliares e levar à má absorção de gorduras e Esteatorreia Além disso, aumenta a velocidade de trânsito diminuindo a absorção de nutrientes Terapia nutricional na SIC A SIC é dividida em 3 fases: Reanimação pós-operatória (1ª fase) Estabilização (2ª fase) Adaptação (3ª fase) Fibra insolúvel – esponja, puxa água Nutrição Nas Cirurgias Do Trato Gastrointestinal Necessidades nutricionais Recomendações gerais A alimentação oral deve ser iniciada assim que haja estabilização das perdas eletrolíticas e o controle das perdas fecais Dietas hipogordurosas, ricas em carboidratos e fibras solúveis com restrição de oxalato (chocolate, bebidas à base de cola, chá, pimenta, cenoura, espinafre, pois a absorção aumentada de oxalato nesses pacientes pode levar a formação de cálculos de oxalato de cálcio) 7 - 8 Refeições/dia, pequenos volumes, hipogordurosa e restrita em açúcares simples e fibras insolúveis. Com média de 35Kcal/Kg/dia e 1,5gPTN/Kg/dia Normalmente são necessários 35mL/Kg/dia de líquidos, porém pode haver necessidade de volumes maiores na vigência de diarreia importante e/ou fístula de alto débito Diten, 2011 Vesícula Biliar - Colelitíase Colecistectomia por Videolaparoscopia – COLELAP COLECISTECTOMIA – DIETOTERAPIA Pré-operatório: Hipolipídica Pós-operatório: embora não seja necessária a restrição de lipídios, deve ser considerado que existe uma adaptação do organismo, que ocorrerá 2 meses após a cirurgia Não existe recomendação de restrição de lipídios Nesse período, pode haver Esteatorreia após ingestão de refeições ricas em gorduras (Silva e Mura, 2016) Pâncreas Funções: Endócrina (insulina, glucagon e somatostatina) e exócrina (Enzimas digestivas) Gastroduodenopancreatectomia cefálica Câncer de cabeça de pâncreas Mais comum em homens Alto risco de metástase Tratamento: Qt, Rx e cirurgia Tumor de cabeça de pâncreas tem pior prognóstico Individuo ictérico – bilirrubina – coceira na pele Acolia fecal – fezes sem cor Colúria – urina cor de coca cola MESMA DIETA DA GASTRECTOMIA GPD CEFÁLICA – DIETOTERAPIA Evoluir liquida de prova → branda sem sacarose (1º mês), Hipolipídica 1º Mês: = Gastrectomia o Branda o Sem sacarose o Hipolipídica (40 – 60g/dia) – evitar Esteatorreia com perdas nutricionais. Deve haver substituição de parte da gordura dietética por TCM para favorecer a absorção de gordura e promover ganho de peso (Dan, 2017; Campos. Tratado de Nutrição e metabolismo em Cirurgia, 2013) Calorias: calorimetria indireta, fórmula de bolso (25 – 35Kcal/Kg/dia), Harris-Benedict, DRI (ingestão dietética e referência – fórmula para calorias) Proteínas: POI 1,2 – 1,5g/Kg/dia (Campos, 2013) Segundo Krause, 2018: dieta igual a pancreatite crônica (Hipolipídica- 40 – 60g/dia) ↓ álcool No câncer pancreático avançado – dieta suplementada com altas quantidades de W3 – melhora significativa da caquexia (provavelmente pela ↓ de citocinas pró-inflamatórias) e maior sobrevida. (Dan, 2017; Campos. Tratado de Nutrição e metabolismo em Cirurgia, 2013) 2º mês Livre conforme aceitação Hipercalórica (suplemento) Hiperproteica Geralmente a suplementação de vitamina D e selênio estão indicadas
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