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Farmacologia Amanda Göedert Aula 1 - Farmacocinética: - Usar Goodman como referência, manual do goodman é um resumo Fármaco: substância química, estruturalmente definida com ação terapêutica. Princípio ativo do medicamento. Ex: Clonazepam. 1) Segundo a legislação brasileira como o médico deve prescrever o medicamento? Nome comercial ou DCB (nome do fármaco/ denominação comum brasileira)? Qual o impacto dessa ação para o paciente? R: Sempre pelo DCB, os nomes comerciais são variáveis, dessa forma, se restringe o fármaco Medicamento referência: medicamento inovador, a primeira vez que aquele fármaco está sendo comercializado. Cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente por ocasião do registro. Denominado referência pois se trata do primeiro a definir tal efeito para aquela substância. Há um período de proteção patentária, que dura de 10 a 15 anos. Quando o fármaco está sob proteção patentária, não existe outro fármaco como aquele circulante, quando são feitos, devem ser disponibilizados com toda a fórmula da sua confecção, entretanto, enquanto estiver na proteção patentária, nenhuma outra indústria pode fazer aquele fármaco. Quando cai a patente, outros laboratórios podem fazer o fármaco e comercializar, porém com outro nome comercial, e deve ser um medicamento similar ou genérico do referência Medicamento similar: Aquele produzido a partir de um medicamento de referência, mas com outro nome comercial. Obedece duas regas: A via do medicamento similar deve ser a mesma do medicamento referência e a indicação terapêutica tem que ser a mesma (pois o similar não precisa de estudos como o referência, então deve seguir aquilo que foi estudado e comprovado) → Apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. Os similares normalmente mudam o excipientes, início de ação etc. como diferencial Excipientes: coisas adicionadas ao princípio ativo, inertes de forma terapêutica (ex: lactose, corantes), dão dureza e a possibilidade de desagregar no estômago. - Melhoram a forma em que o fármaco está apresentado e sua absorção Medicamento genérico: Precisa seguir a mesma biodisponibilidade e bioequivalência do medicamento referência (mesma composição, mesma dosagem, mesma forma farmacêutica e mesmo tempo de absorção e ação), o similar não é obrigatório (pode mudar a velocidade de absorção por exemplo, para medicamentos de dor faz bastante diferença, para os que a pessoa consome todos os dias não muita) No genérico obrigatoriamente contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes à do medicamento de referência podendo, com este, ser intercambiável. - Bioequivalência: Genérico tem que ser igual ao referência na bioequivalência. Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental. - A ideia do medicamento genérico é que seja sempre mais barato que o medicamento referência - Biodisponibilidade: indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. Tripé da farmacologia: Eficácia (medicamento deve ser eficaz a doença para a qual é proposto), segurança (seguro para a pessoa que está usando, respeitando a dose e a posologia) e acesso (custo, paciente precisa ter como comprar o medicamento) - O médico deve prescrever pelo nome do fármaco, e não pelo nome do medicamento de referência, pois isso impede que o paciente possa trocar pelo medicamento similar, que pode ser mais barato, ele só pode comprar o referência ou o genérico. Se o médico prescrever pelo simular, o paciente só tem a opção de comprar o similar - Prescreveu nome referência: paciente só pode comprar referência ou genérico - Prescreveu nome similar: paciente só pode comprar o similar - Ideal é prescrever pelo nome do fármaco, dando maior opção ao paciente, que pode avaliar qual comprar dentro da sua condição financeira → Existe uma legislação do similar equivalente: Às vezes o similar fica tão famoso, que não há necessidade de fazer um genérico, só que para que possa ser comprado como referência, esse similar deve ser registrado como similar equivalente - “não pegou”, não funciona bem essa legislação Conceitos: Fármaco: Princípio ativo do medicamento, a substância que faz o efeito farmacológico Medicamento: Produto farmacêutico pronto (fármaco e excipientes), que contenha um ou mais fármacos ativos, que tenha como finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins diagnósticos Forma farmacêutica: Como ele é comercializado (cápsula, pomada, gel, injetável etc). Garante ao paciente uma dose uniforme, facilita a administração Placebo/excipiente: Tudo que há no medicamento, mas farmacologicamente não tem efeitos (pode apresentar alguns adversidades, ex: excipiente de lactose e o paciente é intolerante) Efeito placebo: É um efeito psicológico que depende da fé ou confiança que o paciente tem no medicamento Princípio ativo: É o componente químico capaz de produzir efeito biológico/farmacológico. Uma substância ativa biologicamente, se estiver dentro de um medicamento ele é o fármaco. Mas não necessariamente existe só em fármacos, por exemplo: a cocaína é o princípio ativo do craque. Princípio ativo é qualquer substância que tenha ação biológica Forma farmacêutica: É a forma de apresentação do medicamento Soluções: Quando o fármaco está completamente dissolvido (injetáveis, gotas, etc.). Pode ser empregada em diferentes vias, na via oral, as formulações em soluções sempre tem início de ação mais rápido do que uma sólida, pois é rapidamente absorvido pelo organismo. As soluções costumam ser mais amargas, então pode ser desagradável é preferível o comprimido, entretanto, em situações como dor, é muito mais indicada Suspensão: Pó suspenso em um líquido ou um gás (ex: bombinhas de aerossol), por isso precisa agitar antes de utilizar e imediatamente fazer o uso. Efeito bem rápido, mas tem a limitação de uso, o paciente precisa seguir a forma de usar corretamente Comprimido: Precisa desagregar, depois dissolver o fármaco, para depois ser absorvido, por isso o seu tempo de ação é 20-30 minutos mais tarde que as soluções Drágeas: Comprimido revestido com várias camadas de açúcar, isso melhora alguns comprimidos muito amargos como a dipirona, mas isso acaba levando a um maior tempo para iniciar seu efeito, pois precisa desagregar essas camadas a mais, mais lento que o comprimido Cápsula: Gelatinosas, se dissolvem quase que imediatamente, é uma formulação mais rápida que o comprimido Cremes: Sempre indicados para áreas úmidas (mucosa bucal, cremes vaginais). Base aquosa, quando coloca em uma mucosa que também é aquosa se dissolve e age Pomadas: Áreas secas como a pele, é mais gordurosa, o que emulsifica a pele e o fármaco penetra e faz a ação Gel: Base aquosa, podem ser aplicados tanto na mucosa quanto na pele seca Denominação Comum Brasileira (DCB): denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo aprovado pelo órgão federal responsável pela vigilância sanitária. (nome do fármaco) Denominação Comum Internacional (DCI): denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Nãoexite no brasil e vc quer importar, tem que pedir autorização e tals. Produto Farmacêutico Intercambiável: equivalente terapêutico de um medicamento de referência, comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e segurança. Ex: genéricos e similares intercambiáveis. Medicamento fitoterápico: É aquele que tem que ser obtido necessariamente de matérias-primas ativas vegetais (exemplo: óleo de canabidiol). Para ser fitoterápico precisa ter uma droga vegetal (parte da planta com a qual é produzida aquele medicamento). Não pode ter substâncias ativas isoladas sintéticas, tem que ser obtido exclusivamente por extrações de formas vegetais (droga vegetal), ex: passiflora - citocalme, tem inúmeras substâncias ativas em concentrações pequenas que agem em sinergia ( juntas atuam e dão o efeito farmacológico final, dando um boost no efeito farmacológico) - Percebe-se menos efeitos adversos em fitoterápicos, pois pequenas doses deram uma sinergia, enquanto um sintético para ter o mesmo efeito deve estar em uma dose muito grande. - Obs: chás medicinais não são fitoterápicos, pq não são medicamentos (produtos farmacêuticos). Na fitoterapia (emprego direto da droga vegetal) tradicional usa-se chás medicinais. - tem uma lista com 81 plantas, com doses certas para serem usadas e os efeitos - Fitoterapia ação é imediata, nem sempre tem efeito pois as pessoas não costumam obedecer a posologia Medicamentos biológicos: são moléculas complexas de alto peso molecular obtidas a partir de fluidos biológicos, tecidos de origem animal ou procedimentos (tecnologia do DNA recombinante) ou alteração dos genes que ocorre devido à irradiação, produtos químicos ou seleção forçada. 1) Alérgenos; 2) Anticorpos monoclonais; 3) Biomedicamentos; 4) Hemoderivados; 5) Probióticos; 6) Vacinas. No geral, são mais caros, envolvem tecnologias específicas para produção FARMACOCINÉTICA/toxicocinética: Relacionada a absorção, distribuição, biotransformação e excreção (ADME) a partir do momento que o xenobiótico entra em contato (fármacos também são xenobióticos - substância estranha ao organismo) Esses fatores, associados às propriedades físico-químicas dos mesmos, determinam a concentração destes no seu local de ação e o seu tempo de permanência no organismo. A velocidade com que esses processos ocorrem determina o início, a intensidade e a duração da atividade do fármaco no organismo. Antes de iniciar a farmacocinética precisa passar pela fase de exposição, que compreende: - Via: oral, dérmica e inalatória, são as principais formas de exposição a xenobióticos - Fenômeno: Acidental ou intencional. Determina condutas Após isso, inicia-se a farmacocinética pela absorção. Absorção - É a transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. A velocidade e a eficiência da absorção dependem do ambiente onde o fármaco é absorvido, das suas características químicas e da via de administração, por isso que a via intravenosa é a única que não tem absorção, pq já se coloca 100% do fármaco na circulação sistêmica. → Tudo aquilo que é absorvido pelo TGI passa pela circulação porta primeiramente, ou seja, passam pelo fígado, e depois caem na circulação sistêmica → No momento que passam no fígado, pode ocorrer de as reações de metabolização ocorre, e até mesmo perderem seu efeito, isso se chama de efeito de primeira passagem, mas isso é minoria, a maioria passa pelo fígado, perde algumas moléculas (têm um atraso) e depois vão para a circulação sistêmica. → Para um fármaco realizar o seu efeito, é necessário atingir a janela terapêutica, e para isso ocorrer precisa de uma concentração máxima tolerada. O fármaco é administrado, o tempo vai passando e é absorvido, até que atinja a concentração mínima efetiva, o que significa que na circulação sistêmica já há concentração mínima de fármaco para que tenha efeito terapêutico, mas no intestino ainda há o que ser absorvido, as concentrações vão aumentando, até que atingem um máximo que pode ser absorvido, a concentração máxima tolerada. Para ter efeito terapêutico, o fármaco precisa atingir a janela terapêutica, e para atingir a janela, é preciso tomar uma concentração correta para o local que será absorvido. → O fármaco possui um tempo de latência, que é o tempo necessário para que atinja a concentração mínima efetiva. → O momento em que há maior concentração de fármaco no sangue, é quando terá maior ação farmacêutica. - C máximo → Quando passa o tempo necessário para o C máximo, só há duas hipóteses: ou foi erro diagnóstico e o tratamento era outro, ou o paciente possui refratariedade, ele por algum motivo não responde aquela classe de medicamento → Sempre deve olhar T máximo e C máximo (tempo para atingir a concentração máxima) → O intervalo em que a concentração passa da mínima efetiva, e se mantém na janela, é chamada de duração da ação do fármaco (importante para a posologia ex: medicações de 8/8 hrs, sempre importante descontar o tempo de latência no cálculo da posologia, com uma margem de segurança) → A janela terapêutica é o intervalo entre a mínima e o máximo que se é tolerado, quando ultrapassa essa janela, entra em uma janela tóxica, em que os danos resultam em perdas → A janela terapêutica reflete a margem de segurança do fármaco → Mesmo estando dentro da janela terapêutica, efeitos adversos vão acontecer (efeitos toleráveis, não há dano irreversível) → Dose de ataque: às vezes um fármaco demora muito pra atingir a janela terapêutica, então dá uma dose para atingir rápido a janela terapêutica e pra ele se manter dentro dessa janela (quadro B) → a letra C é muito rara - sempre que toma vai acumular até chegar na tóxica → Na letra D do quadro, é um exemplo do que pode ocorrer em tomar um medicamento quelante junto da alimentação Dose de ataque: ou dose de carga do fármaco (dose elevada – comumente, o dobro da dose) é administrada para alcançar com rapidez concentrações plasmáticas desejadas, seguida de uma dose de manutenção para manter o estado de equilíbrio. Com excessão da via IV, as demais podem resultar em absorção parcial e menor biodisponibilidade (Biodisponibilidade é a quantidade do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica sem sofrer alteração química) Fatores que interferem na absorção de fármacos: ✓ Efeito do pH na absorção de fármacos. (fármacos ácidos são melhor absorvidos em ambientes ácidos etc) ✓ Interação fármacos com outras substâncias - complexação - Alguns fármacos possuem a capacidade de se ligarem (complexarem), principalmente a cátions divalentes (Ca, Zn etc.) Ex: ciprofloxacino, alta capacidade de complexação, forma moléculas muito grandes que não podem ser absorvidas ✓ Fluxo de sangue no local de absorção. ✓ Área ou superfície disponível para absorção. ✓ Tempo de contato com a superfície de absorção - (precisa de um tempo minimo pra absorção, se ele estiver usando alguma coisa pra estimular o esvaziamento gastrico (medicamentos pro sinergica) pode dar ruim, o laxante não conta pq ele é a partir do intestino grosso, então tudo já foi absorvido), doença inflamatoria cronica tambem afeta) ✓ Expressão da glicoproteína P. → Alguns medicamentos, na bula é orientado tomar o fármaco longe de refeições, entretanto, pessoas com sensibilidade gástrica, pode ser necessário a alimentação para diminuir esse desconforto → A maioria dos fármacos podem ser tomados junto da alimentação, isso é uma grande estratégia de adesão ao tratamento Jejum Farmacológico: Se refere a ter que administrar o medicamento 1 hora antes das refeições, ou 2 horas depois das refeições → Qualquer fármaco que for ingerido junto de um medicamento, sempre terá seu tempo de ação alterado, a curva toda se desvia para a direita, o tempo para atingir a concentração mínima e máxima é mais longo ● Se esse medicamento for quelante (complexação), o tempo de ação também é alterado, a curva se desvia para a direita, mas além disso, o C máximo será MUITO MENOR, a ponto de sair da janela terapêutica muito antes do tempo. Porque, ele se complexa e éperdido antes de passar na circulação porta, não há muito mais o que ser absorvido A Biodisponibilidade representa a taxa e a extensão com que um fármaco administrado alcança a circulação sistêmica. A biodisponibilidade é determinada pela comparação entre as concentrações plasmáticas do fármaco depois de uma via de administração comparada com a IV. - quando do fármaco que eu tomei chegou a circulação sistêmica, ou seja, considerando aquilo que eu absorvo (normalmente não é 100%), aquilo que eu perdi no fígado, e por fim, aquilo que de fato chegou na circulação sistêmica, essa é a biodisponibilidade - Um fármaco com baixa biodisponibilidade, por exemplo: morfina, tomar 10 mg, provavelmente, só chega 1mg na circulação. - A indústria farmacêutica já sabe o quanto é perdido, então a concentração dos fármacos de baixa biodisponibilidade já é muito maior Fatores que influenciam a biodisponibilidade ● Fatores que afetam a absorção: Solubilidade do fármaco, instabilidade química, natureza da formulação, etc. - se refere a erros, não foi planejada pela indústria farmacêutica, ex: tomar um quelante com alimentação ● Biotransformação hepática de primeira passagem - perda planejada → Pró- fármaco: Molécula que ainda não faz efeito farmacológico, ela precisa ser biotransformada para então ter efeito farmacológico, nessas situações o efeito de primeira passagem pode ser benéfico, pois é ele que transforma o pró-fármaco em fármaco. A indústria farmacêutica faz esse tipo de medicamento, quando são situações que a molécula não é absorvível → Formas farmacêuticas via oral: ● Liberação controlada ● Liberação programada Fármacos complexados a algum excipiente para que aumente o tempo no tubo digestivo, e tenha sua liberação prolongada (aumenta a dose, ele fica complexado no excipiente que fica preso no tubo digestivo por muito tempo, e sendo absorvido de forma lenta por mais tempo, o medicamento vai chegando aos pouquinhos na circulação sistêmica) - efeito prolongado e diminuir número de “tomadas” ● Não podem ser cortados e nem mastigados ● Liberação entérica - fármaco instável em meio ácido, precisa ficar protegido enquanto passa pelo estômago, para liberar o fármaco somente no intestino Distribuição: Fármaco se distribui por toda a superfície corpórea, chegando ao local onde causará efeitos. Há influências importantes aqui, por exemplo: todos os fármacos chegam ao SNC? Não, para chegar lá precisa ter boa lipossolubilidade, para que consiga atravessar a barreira hematoencefálica - Fármaco precisa ser excretado, mas se ele for lipossolúvel não irá ser excretado pela urina, então ele precisa passar pela metabolização Distribuição de fármacos é o processo pelo qual um fármaco reversivelmente abandona o leito vascular e entra no interstício (líquido extracelular) e, então, nas células dos tecidos A passagem do fármaco do plasma ao interstício depende do débito cardíaco e do fluxo sanguíneo regional, da permeabilidade capilar, do volume do tecido, do grau de ligação do fármaco às proteínas plasmáticas e tissulares e da lipofilicidade relativa do fármaco, das barreiras biológicas (BHE) → A grande maioria dos fármacos vai ser carregado pela albumina, mas há muita albumina circulante o que permite que use-se vários fármacos, salvo exceções de desnutrição ● Coração, rim, fígado, cérebros e órgãos com maior perfusão, são aqueles que mais recebem fármacos ● SNC é muito vascularizado, mas só vai receber o fármaco se ele for lipossolúvel ● Esses órgãos que recebem muita irrigação, consequentemente são os mais afetados ● Alguns tecidos recebem o fármaco de acordo com a afinidade, primeiro circula lentamente e gradualmente chegam ao tecido. (comum no tecido ósseo) Volume de distribuição: Os fármacos com volume de distribuição muito altos têm concentrações bem mais elevadas no tecido extravascular do que no compartimento vascular. (se distribuiu muito, o fármaco está nos tecidos, está livre e por ser removido por diálise) Os fármacos que são completamente retidos dentro do compartimento vascular têm um volume mínimo de distribuição (está no sangue, se está no sangue por muito tempo, significa que está circulando ligado a albumina, isso dificulta a diálise, há baixa distribuição tecidual e alta fixação a proteína plasmática. Esse tipo de fármaco não pode ser removido por diálise) Pode haver diminuição do teor da ligação com proteínas plasmáticas nos casos de hipoalbuminemia por cirrose, síndrome nefrótica, desnutrição grave, uremia, hemodiálise na gestação e em idosos, por menor capacidade de produção de proteínas. Ligação às proteínas e sequestro do fármaco: Um fármaco ligado à albumina é incapaz de difundir-se do espaço vascular para os tecidos circundantes. - A. Os fármacos que não se ligam às proteínas plasmáticas sofrem, de maneira visível, rápida difusão. Isso resulta em alto nível de ligação ao local de ação farmacológica e em alta taxa de eliminação. - B. Os fármacos que exibem altos níveis de ligação às proteínas plasmáticas é necessário concentração plasmática total mais elevada para assegurar concentração adequada do fármaco livre (não ligado) na circulação. Caso contrário, apenas uma pequena fração do fármaco poderá sofrer difusão no espaço extravascular, e poucos receptores estarão ocupados. É preciso ressaltar que a ligação às proteínas plasmáticas constitui apenas uma das numerosas variáveis que determinam a distribuição dos fármacos. → Possibilidade de interação medicamentosa: Quando muitos fármacos são tomados juntos, normalmente, possui 50% de ligação à proteína plasmática (isso é baixo, alta ligação a albumina é mais de 90%). Se um fármaco tem alta ligação à albumina ele não podem competir com outro fármaco de alta fixação a proteína plasmática na mesma hora. Nesse caso, nem todos os fármacos conseguirão se ligar à albumina, ele vai ir direto e rapidamente para o tecido, vão fazer o efeito farmacológico, mas isso pode causar efeitos adversos (esse é um tipo de interação medicamentosa) Esses fármacos devem ser tomados com pelo menos 1 hora de distância de um e de outro Metabolização/biotransformação: Xenobiótico sofre transformações químicas, mediadas por enzimas do fígado, para se tornar mais hidrossolúvel. A metabolização possui duas fases: - Fase 1: reações simples - Fase 2: reações de conjugação Excreção: Predominantemente via urinária, (outras vias como leite da amamentação, suor etc) FARMACODINÂMICA/toxicodinâmica: Ocorre simultaneamente a farmacocinética, é o mecanismo de ação do xenobiótico. O que ele faz no organismo e como ele faz E por fim, chega-se à última fase da intoxicação: clínica. A clínica é como o xenobiótico irá se manifestar RESUMINDO: Fases da intoxicação (farmacocinética): Absorção → distribuição → metabolização → excreção → clínica Enquanto a farmacocinética ocorre a farmacodinâmica age Meia vida: é o tempo necessário para que a concentração plasmática inicial seja reduzida pela metade. Quando o paciente apresenta uma anormalidade que altera a meia-vida do fármaco, são necessários ajustes na dosagem. A meia vida de um fármaco dá uma idéia da duração da ação dele, mas isso não significa que esteja relacionado com ação de fato, pois a metade da concentração pode já ser abaixo da janela terapêutica O aumento da meia-vida de fármacos pode são aqueles que têm: 1) diminuição do fluxo de sangue renal ou hepático (p. ex., choque cardiogênico, insuficiência cardíaca ou hemorragia); 2) diminuição na capacidade de extrair o fármaco do plasma (p. ex., doença renal); 3) diminuição da biotransformação (metabolização do fármaco para se tornar hidrossolúvel) (p. ex., quando outros fármacos concomitantes inibem a biotransformação, ou na insuficiência hepática, como na cirrose). Nesses pacientes, pode ser necessário diminuir a dosagem ou aumentar o intervalo entre as administrações A meia-vida de um fármaco pode ser reduzida quando: 1) Há o aumento do fluxo sanguíneo hepático, 2) Diminuição da ligação do fármaco com as proteínas plasmáticas. 3) Aumento dabiotransformação. Isso pode exigir dosagens maiores ou dosificações mais frequentes. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: 1) ENTERAL: Quando o fármaco entra em contato com qualquer parte do trato digestivo (SL, oral, bucal e retal). A administração enteral, ou administração pela boca, é o modo mais seguro, comum, conveniente e econômico de administrar os fármacos → Oral: A administração oral oferece várias vantagens. Os fármacos orais são facilmente auto administrados, e a toxicidade e/ou a dosagem excessiva podem ser neutralizadas com antídotos como o carvão ativado. Porém, as vias envolvidas na absorção oral são as mais complicadas, e o baixo pH do estômago inativa alguns fármacos. Uma ampla variedade de preparações orais é disponibilizada, incluindo preparações revestidas (entéricas) e de liberação prolongada. - Preparações revestidas (entéricas): O revestimento entérico é um envoltório químico que protege o fármaco do ácido gástrico, liberando-o, porém, no intestino (menos ácido), onde o envoltório se dissolve e permite a liberação do fármaco. Tais revestimentos são úteis para certos fármacos (p. ex., omeprazol) que são instáveis em meio ácido. Fármacos que são irritantes ao estômago, como o ácido acetilsalicílico, podem ser formulados com revestimento que vai se dissolver no intestino delgado, preservando, assim, o estômago - Preparações de liberação prolongada: Medicamentos de liberação prolongada têm revestimentos ou ingredientes especiais que controlam a liberação do fármaco, permitindo, assim, uma absorção mais lenta e uma duração de ação mais longa. Além disso, as formas de LA podem manter as concentrações na faixa terapêutica por um período longo de tempo, em contraste com as formas de liberação imediata, que podem resultar em picos e vales maiores nas concentrações plasmáticas → Sublingual: Absorção muito mais rápido, a restrição é que precisa de uma boa lipossolubilidade, ao mesmo tempo que deve ter um gosto bom, mas também precisa de uma boa solubilidade em água - importante para evitar o efeito de primeira passagem 2) PARENTERAL: Não utilizam tubo digestivo (injetáveis, cutânea, respiratória, conjuntival, etc...). Quando se quer uma ação de gel local, não pode massagear por exemplo, porque isso ativa a circulação, e aumenta a absorção desse gel. Ideal é passar uma pedra de gelo antes, para fazer uma vasoconstrição. Primeira coisa que se pensa na via de administração é se você quer um efeito sistêmico ou localizado, se for sistêmico precisa favorecer a absorção, se for localizado precisa tentar inibir a absorção - Intravenosa (IV): A injeção IV é a via parenteral mais comum. A toxicocinética é mais rápida, pois não precisa passar pelo processo de absorção (passagem do fármaco para a circulação) - Intramuscular (IM): Fármacos administrados por via IM podem estar em soluções aquosas, que são absorvidas rapidamente, ou em preparações especializadas de depósito, que são absorvidas lentamente - Subcutânea (SC): Esta via de administração, como a IM, oferece absorção por difusão simples e é mais lenta do que a via IV. A injeção SC minimiza os riscos de hemólise ou trombose associados à injeção IV e pode proporcionar efeitos lentos, constantes e prolongados - o
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