Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Dr. Alexandre Juan UNIDADE I Política de Saúde A palavra “política” se origina da palavra grega pólis, que significa “cidade”, pois, na Antiguidade, na Grécia, demonstrava a ação empreendida pelos cidadãos nas cidades- estados gregas para a convivência das pessoas e para com as cidades-estados vizinhas. Na explicação de Aristóteles, em seu livro Política, o filósofo define a política como um meio para alcançar a felicidade dos cidadãos, para isso, os governantes devem ser justos; e as leis, obedecidas. Assim, podemos dizer que a política busca o consenso para uma convivência harmoniosa e pacífica na comunidade, sendo necessária, uma vez que vivemos em sociedade e porque o respeito à diferença de pensamento é essencial para o bom convívio. Definição de política O termo políticas públicas pode até soar como uma redundância, uma vez que o governo seria o principal responsável pelas ações políticas na sociedade, entretanto, as políticas públicas são demandadas pelos cidadãos na sociedade organizada, que elenca as prioridades e repassa aos seus representantes (deputados e senadores), que irão elaborar as leis e políticas necessárias, e cabe ao governo, entre as suas várias atribuições, garantir a implementação das políticas públicas para o bem-estar da sociedade. Portanto, a política é uma doutrina relativa à organização dos Estados, e o responsável por esta organização é o governo. E o papel da sociedade é fundamental para que as políticas públicas sejam implementadas. Políticas públicas Para compreender o atual cenário das políticas de seguridade social, é preciso compreender o contexto histórico da saúde pública, previdência e assistência social no Brasil. Política de seguridade social no Brasil Descobrimento do Brasil até 1923 (Lei Eloy Chaves). Este período é, basicamente, caracterizado pela centralização e pela desorganização administrativa, iniciado com o descobrimento do Brasil, passando pelo período colonial e pelo império, até chegar ao início da República. São, de qualquer forma, dignas de notas (e louvor) algumas das iniciativas adotadas nesse período. Mas, de qualquer modo, as medidas de saúde pública implementadas traziam sempre a marca das iniciativas isoladas, nem sempre concatenadas entre si, fundamentadas, basicamente, na filantropia. História da saúde pública, previdência e assistência social no Brasil De 1923 a 1988 (promulgação da Constituição Federal). Com o advento da Lei Eloy Chaves, em 1923 (quando foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Pensão), seguidas (e substituídas) pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), esses, depois (em 1960), foram substituídos pelo INPS, paralelamente à criação do Ministério da Saúde (em 1953, com suas finalidades mais bem definidas em 1967) e o Sistema Nacional de Saúde (em 1975), o sistema de saúde público foi adotando contornos vinculados às políticas previdenciárias, até mesmo quanto à parte de seu custeio e manutenção. História da saúde pública, previdência e assistência social no Brasil Vigência da Constituição Federal – de 1988 aos dias atuais. Assim, somente com o advento da Constituição Federal, em 1988, sucedida pela legislação complementar (Lei n. 8.080/1990, Lei n. 8.142/1990, Emenda Constitucional n. 29/2000, Decreto n. 7.508/2011, Lei Complementar n. 141/2012), é que, finalmente, foram traçadas as bases legais atuais de funcionamento do Sistema Único de Saúde. História da saúde pública, previdência e assistência social no Brasil Com a Constituição Federal de 1988, foi criado o: a) Inamps. b) Suds. c) INPS. d) SUS. e) Sust. Interatividade Com a Constituição Federal de 1988, foi criado o: a) Inamps. b) Suds. c) INPS. d) SUS. e) Sust. Resposta A Constituição Federal de 1988, ao tratar do Título VIII (“da Ordem Social”), divide-o em nove capítulos, dedicando o capítulo II à seguridade social, subdividindo-o nas Seções I (“Disposições Gerais” – artigos 194 e 195), II (“Da Saúde” – artigos 196 a 200), III (“Da Previdência Social” – artigos 201 e 202) e IV (“Da Assistência Social” – artigos 203 e 204) (BRASIL, 1988). Esta estrutura é adotada pela Constituição Federal justamente porque a saúde pública, a Previdência Social e a assistência social são três componentes da seguridade social. Seguridade social – atualidade O SUS é um sistema, instituído pela Constituição Federal de 1988, como política de Estado, e não pode ser classificado apenas como um serviço ou uma instituição, mas sim um conjunto de unidades, de serviços e ações coordenadas, visando a um fim comum, qual seja a realização de atividades, cujos objetivos são: a promoção, a proteção e a recuperação e reabilitação da saúde, bem como a prevenção de doenças e agravos. O Sistema Único de Saúde – SUS Universalidade. Equidade. Integralidade. Princípios doutrinários do SUS Descentralização. Hierarquização. Regionalização. Resolubilidade. Participação popular. Princípios organizativos do SUS Não é um princípio do SUS: a) Descentralização. b) Universalidade. c) Equidade. d) Dissociabilidade. e) Resolubilidade. Interatividade Não é um princípio do SUS: a) Descentralização. b) Universalidade. c) Equidade. d) Dissociabilidade. e) Resolubilidade. Resposta O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde. Ao mesmo tempo, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social (BRASIL, 2022). Pacto pela Saúde Os recursos do SUS são geridos e administrados pelos entes federativos, por meio de seus respectivos fundos: Fundo Nacional de Saúde (FNS), que: Recebe recursos da União. É administrado pelo Ministério da Saúde. Fundo Estadual de Saúde, que: Recebe recursos dos governos estaduais e da União. É administrado pela Secretaria Estadual de Saúde. É fiscalizado pelo Conselho Estadual de Saúde. Fundo Municipal de Saúde, que: Recebe recursos do governo municipal, estadual e da União. É administrado pela Secretaria Municipal de Saúde. É fiscalizado pelo Conselho Municipal de Saúde. Custeio do SUS Considerado o ente federativo da União (o governo federal), o SUS é custeado por cinco blocos de financiamento, definidos no Pacto pela Saúde: Bloco da assistência farmacêutica. Bloco da atenção básica. Bloco da atenção de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar. Bloco de gestão do SUS. Bloco de Vigilância Sanitária. Custeio do SUS Em qual bloco de financiamento são custeadas as ações de vigilância em saúde (epidemiológica, ambiental e sanitária)? a) Atenção básica. b) Assistência farmacêutica. c) Gestão do SUS. d) Vigilância Sanitária. e) Atenção de média e alta complexidade. Interatividade Em qual bloco de financiamento são custeadas as ações de vigilância em saúde (epidemiológica, ambiental e sanitária)? a) Atenção básica. b) Assistência farmacêutica. c) Gestão do SUS. d) Vigilância Sanitária. e) Atenção de média e alta complexidade. Resposta A participação da sociedade na gestão do SUS está prevista no inciso III, do artigo 198, da Constituição Federal de 1988, e também na Lei 8.080/1990 e na Lei 8.142/1990, além do Decreto 7.508/2011, que regulamenta a Lei 8.080/1990 (BRASIL, 2013). Assim, a sociedade, por meio dos Conselhos de Saúde, passou a exercer o controle social: Participando do planejamento das políticas públicas e da gestão do sistema de saúde. Fiscalizando as ações do governo e verificando o cumprimento das leis relacionadas ao SUS. Analisando as aplicações financeiras realizadas pelosmunicípios ou pelos estados no gerenciamento da saúde. Também os estados e os municípios passaram, desde 1990, a constituir os seus próprios Conselhos de Saúde, havendo, hoje no Brasil, além do Conselho Nacional de Saúde (CNS), os Conselhos Estaduais de Saúde, o Conselho do Distrito Federal e milhares de Conselhos Municipais, além de Conselhos Distritais Sanitários Indígenas, entre outros. Controle social do SUS Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Conselhos de Saúde Política Nacional de Atenção Básica (Pnab). Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24 horas). Programa Aqui Tem Farmácia Popular. Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Política Nacional de Saúde Bucal. Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária. Plano Diretor de Vigilância Sanitária (PDVISA). Política de Educação Permanente em Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan). Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Política Nacional de Segurança do Paciente etc. Principais ações, programas e políticas de saúde do SUS A participação popular no SUS se dá por meio: a) Dos conselhos profissionais de saúde. b) Dos conselhos gestores de saúde. c) Dos conselhos de saúde. d) Dos sistemas de saúde. e) Dos profissionais de saúde. Interatividade A participação popular no SUS se dá por meio: a) Dos conselhos profissionais de saúde. b) Dos conselhos gestores de saúde. c) Dos conselhos de saúde. d) Dos sistemas de saúde. e) Dos profissionais de saúde. Resposta BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 9 jan. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Pactos pela saúde: série pactos pela saúde 2006. Brasília, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/u0Q9CQs. Acesso em: 7 jun. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Para entender o controle social na saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/Manual_Para_Entender_Controle_Social.pdf. Acesso em: 4 jan. 2017. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar