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Atividade contextualizada – Inteligência e Segurança Pública Aluno: José Luiz da Silva Matricula: 01568026 Curso: Segurança Pública Em certa medida, os princípios da atividade de inteligência servem como limitadores da atividade de produção de conhecimento, a qual deve ser pautada na observância de suas determinações. Contudo, uma gama está disposta na existência do Estado Democrático de Direito, o qual impõe à sociedade a observância aos princípios constitucionais em vigor. Em especial, os princípios da transparência e do controle das ações governamentais se aplicam à atividade de inteligência, embora esta seja essencialmente sigilosa. Conciliar o princípio da transparência com o exercício da atividade de inteligência, que depende justamente do “segredo sobre seus métodos de atuação e suas fontes de informação para operar de forma eficaz” (CEPIK, 2003, p. 16), parece uma tarefa difícil. Todavia não é impossível. Trata-se de difícil discussão, principalmente por envolver aspectos “da relação entre segurança nacional, segredo governamental e controle das atividades de inteligência” (CEPIK, 2003, p. 137). Além disso, é importante impor a necessidade de justificação pública sobre a própria exigência do segredo na produção de inteligência para que seja atendida a exigência de transparência, o que varia conforme cada uma das categorias de informações reguladas pelo sigilo. A principal justificação na categoria relacionada com a atuação governamental na defesa nacional e na política externa é o dano potencial que a apropriação de informações produzidas ou mantidas pelo governo por uma terceira parte poderia causar à segurança estatal e à própria segurança individual dos membros da coletividade (CEPIK, 2003, p. 152). Quanto ao princípio do controle, Cepik (2003, p. 159) traz sete tipos principais de mecanismos de controle público sobre as atividades de inteligência e segurança: As próprias eleições; A opinião pública informada pela mídia; Mandatos legais, delimitando as funções e missões das diferentes agencias e áreas funcionais; Procedimentos judicias de autorização de certas operações e de resolução de disputas de interpretação sobre os mandatos legais; Inspetores e corregedorias nos próprios órgãos de inteligências; Outros mecanismo de cooperação e supervisão no poder executivo; Mecanismos de supervisão e prestação de contas no poder legislativo; Por fim, a atividade de inteligência possui um limite extrínseco, qual seja, A atividade de inteligência adversa, mais especificamente a contra- inteligência hostil, tendo em vista que “Estados ou outros atores buscam esconder informações de outros Estados ou atores, essa informação deve ser obtida por meios sigilosos ou encobertos” (GONÇALVES, 2009, p. 13). A inteligência de um Estado ou organização busca, essencialmente, a obtenção do dado negado ou protegido pela contrainteligência hostil. Quanto mais eficaz essa contrainteligência, mais limitada estará a produção de conhecimento por aquele que busca as informações sigilosas. De todo modo, “o manuseio do dado sigiloso, bem como as técnicas sigilosas para obtenção do dado negado, são inerentes à atividade de inteligência” (GONÇALVES, 2009, p. 13). Portanto, a inteligência de um Estado se depara com a atividade de inteligência de outro, o que dificulta a obtenção do dado negado ou protegido. Desse modo, os princípios gerais aplicados à inteligência, os princípios democráticos da transparência e do controle e a atividade de inteligência adversa são mecanismos limitadores do exercício da atividade de inteligência. REFERNCIAS: CEPIK, M. Espionagem e democracia: agilidade e transparência como dilemas na institucionalização de serviços de inteligência. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2003. CEPIK, M. Inteligência de Segurança Pública em seis países: mandatos legais e estrutura organizacional. In: RATTON JR., J. L.; BARROS, M. Polícia, democracia e sociedade. Rio de Janeiro: LumenJuris, 2006, pp. 101-149. GONÇALVES, J. B. Atividade de inteligência e legislação correlata. Niterói: Impetus, 2009.
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