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LEGISLAÇÃO COMERCIAL AULA 6 Profª Sonia de Oliveira 2 CONVERSA INICIAL Olá! Sejam bem-vindos ao último encontro da disciplina. Nele, continuaremos a estudar o Código de Defesa do Consumidor, mas agora conversaremos sobre os aspectos de práticas comerciais e as penalidades aplicadas aos que violam os direitos dos consumidores, e também estudaremos os títulos de crédito. Nesta primeira parte, falaremos sobre os seguintes temas: 1. Das práticas comerciais: oferta e publicidade; 2. Das práticas comerciais: políticas abusivas e cobranças de dívidas; 3. Da proteção contratual do consumidor; 4. Títulos de crédito; 5. Das sanções penais e administrativas. Vamos iniciar os estudos? Boa Aula! CONTEXTUALIZANDO Diariamente, na oferta de produtos e serviços no mercado de consumo, empresas praticam atos de oferta e publicidade que, muitas vezes, podem ser interpretados como abusivos. Por isso, é muito importante conhecer a legislação para atuar de forma a não causar prejuízos ao empreendimento. Ainda, a cobrança de dívida dos clientes não realizada de acordo com os ditames legais é considerada abusiva e, por consequência, a empresa pode ser responsabilizada no caso de reclamação formal por parte do consumidor junto aos órgãos competentes. A proteção contratual do consumidor está inserida neste contexto, sendo imprescindível que seja respeitada, para que, igualmente, não gere sanções penais ou administrativas para a empresa, as quais também estudaremos neste encontro. Os títulos de crédito estão inseridos nesta parte, pois são a forma utilizada para que o consumidor realize o pagamento. Para tanto, faz-se necessário estar ciente do processo de cobrança e de pagamento. Esta segunda parte dos estudos sobre o Direito do Consumidor envolve as práticas por parte da empresa em relação aos consumidores, por isso, seu estudo é fundamental para sua atividade. 3 TEMA 1 – DAS PRÁTICAS COMERCIAIS: OFERTA E PUBLICIDADE No exercício da atividade comercial, é possível, apenas, ofertar produtos e serviços, de forma indiscriminada, pois algumas condutas devem ser adotadas para que não se pratiquem atos abusivos contra o consumidor. O CDC regula o assunto entre os artigos 30 e 38, sobre os quais passaremos a estudar. Toda informação ou publicidade veiculada ao consumidor, seja por rádio, TV, outdoor, panfleto, jornal, revista etc., deve ser precisa, sem deixar dúvidas sobre o seu conteúdo. As informações ou publicidades veiculadas obrigam o fornecedor a garantir ao consumidor aquilo que anunciou, de modo que o conteúdo da informação ou publicidade deve integrar o contrato que vier a ser celebrado. Sobre a oferta e a apresentação dos produtos e serviços, exige-se que a informação seja: correta, clara, precisa, visível e em língua portuguesa. Caso um destes requisitos não seja atendido, o fornecedor precisa arcar com as consequências, como garantir o preço do anúncio que foi veiculado de forma equivocada. Nesta questão do anúncio do preço de forma equivocada, especialmente quando tratamos de comércio eletrônico, não é raro nos depararmos com ofertas que não condizem com a realidade do preço esperado do produto ou serviço. Dessa forma, muitos consumidores adquirem o produto/serviço anunciado e, depois, a empresa retifica a oferta, cancelando a venda e não entregando o que tenha sido adquirido, de modo que o caso acaba parando na justiça. Nestes casos, as decisões não têm sido unânimes, mas, em regra, determinam que o fornecedor deve garantir a oferta anunciada desde que não tenha havido erro grosseiro, capaz de ser identificado pelo consumidor, no anúncio. Vamos ver alguns exemplos? RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, CUMPRIMENTO FORÇADO DE OFERTA DE PRODUTO C/C DANO MORAL. PROPAGANDA ENGANOSA. VEICULAÇÃO DE ANÚNCIO PUBLICITÁRIO DE DESCONTO NA COMPRA DE DUAS PANELAS. OFERTA NÃO CUMPRIDA. COBRANÇA DE VALORES ACIMA DO ANUNCIADO. OFERTA EM PREÇO NÃO ÍNFIMO QUE OBRIGA O CUMPRIMENTO. INTELIGÊNCIA DO ART. 30 DO CDC. FALHA NA PRESTAÇÃODO SERVIÇO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. Recurso conhecido e desprovido, esta Turma Recursal resolve, por unanimidade de votos, conhecer e negar 4 provimento aos recursos interpostos, nos exatos termos deste voto. (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0064997-41.2014.8.16.0014 - Londrina - Rel.: Aldemar Sternadt - J. 04.12.2015, destaque nosso) RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS. PRODUTO NÃO ENTREGUE. COMPRA FEITA PELA INTERNET. CAMISA DE TIME. ERRO GROSSEIRO NO ANÚNCIO DA OFERTA. VALOR MUITO ABAIXO DO PREÇO DE MERCADO. AUSÊNCIA DE PLUS AO CASO CONCRETO, MEDIANTE PROVAS MÍNIMAS NOS AUTOS, DE OFENSA À HONRA SUBJETIVA. BEM NÃO ESSENCIAL. AUSÊNCIA DE COBRANÇA E RETRATAÇÃO DA RECORRIDA ANTES DA EFETIVAÇÃO DA COMPRA. INFORMAÇÃO A TEMPO EFICIENTE PELA RÉ SOBREPONDO-SE À ALEGADA INEFICIÊNCIA DE CALL CENTER. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. MERO ABORRECIMENTO DO COTIDIANO QUE NÃO ENSEJA REPARAÇÃO. INEXISTENTE DEVER DE INDENIZAR. SENTENÇA MANTIDA PELOS SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS (ART. 46, LJE). AUTORIZAÇÃO LEGAL E POR REITERADO ENTENDIMENTO DO STF. RECURSO CONHECIDO DESPROVIDO. Ante o exposto, esta 1ª Turma Recursal - DM92 resolve, por unanimidade dos votos, em relação ao recurso de XXXX, julgar pelo (a) Com Resolução do Mérito - Não-Provimento nos exatos termos do vot (TJPR - 1ª Turma Recursal - DM92 - 0016762- 72.2016.8.16.0014 - Londrina - Rel.: Daniel Tempski Ferreira da Costa - J. 23.05.2017) Existem alguns produtos no mercado que podem requerer manutenção ou troca de peças. Por este motivo, a legislação determina que o fabricante e o importador garantam a oferta de componentes para reposição enquanto o produto estiver sendo fabricado ou importado. Quando parar de ser vendido, esses componentes ainda devem ser disponibilizados por tempo razoável, no entanto, a lei não esclarece o período exato dessa disponibilidade. Outra situação muito comum é a utilização de palavras em inglês, e é bem provável que você já tenha se deparado com expressões como delivery, show room, off etc. Tais expressões, de certa forma, podem ser consideradas populares e de conhecimento do consumidor, mas o risco é sempre do fornecedor ao utilizá-las, pois, caso o consumidor sofra algum tipo de prejuízo por enganar-se, aquele poderá ser responsabilizado. No caso importação, os importadores devem inserir, no rótulo do produto, as informações em língua portuguesa, de modo a permitir que o consumidor identifique o produto e suas características. Nas ofertas e vendas realizadas pelo telefone ou reembolso postal, o nome do fabricante e o seu endereço devem ser inscritos na embalagem, na publicidade e/ou em quaisquer outros impressos que venham a ser utilizados na transação comercial. Em se tratando de publicidade por telefone, seja de bem ou serviços, proíbe-se a sua realização quando a ligação for onerosa para quem recebe. É o 5 caso em que o consumidor entra em contato com o fornecedor, por telefone, e enquanto aguarda ser atendido, veicula-se propaganda de produtos ou serviços daquele prestador. Como a legislação não proíbe que os fornecedores entrem em contato com o consumidor para oferecer produtos e serviços, já que neste caso a ligação não é custeada pelo consumidor, em alguns estados, o Procon permite cadastramento dos consumidores que não desejam receber tais ligações. O estado de São Paulo, por exemplo, tem uma lei estadual neste sentido, a qual pode ser consultada. Acesse: <http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2008/lei-13226- 07.10.2008.html>. No caso de o fornecedor se recusar a cumprir a apresentação, publicidade ou oferta, poderá o consumidor optar entre: a) exigir o cumprimento forçado; b) aceitar outro produto ou prestaçãosemelhante/equivalente; ou c) rescindir o contrato, recebendo, em valores atualizados, a quantia paga. Em relação à veiculação do produto, o consumidor deve conseguir identificá-lo facilmente como tal. Assim, é vedada publicidade mascarada ou publicidade subliminar, ou seja, aquela que induz, indiretamente, o consumidor à compra de determinado produto. Vídeo Sobre mensagem subliminar, assista o vídeo “Direito do Consumidor - Casos de publicidade subliminar - FGV Direito Rio”, que explica rapidamente o que isso significa. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=c5o- 3xYh_Xc>. É importante destacar que o CDC não proíbe o merchandising, técnica de veicular produtos e serviços, de forma “camuflada” ou não, em programas de televisão, rádio, espetáculos, filmes etc. Também não há vedação legal em relação ao teaser, técnica para criar uma curiosidade ou expectativa em relação a algum produto ou serviço a ser lançado. (Garcia, 2008, p. 205) Uma modalidade de publicidade enganosa é a publicidade chamariz, na qual o fornecedor faz uma publicidade de um serviço ou produto, com preço altamente competitivo e, ao chegar na loja, o consumidor é informado sobre o 6 término dos estoques daquilo que foi anunciado e a ele é ofertado outro, com preço não tão atrativo. (Garcia, 2008, p. 206) Saiba mais Veja a notícia de uma empresa condenada ao pagamento de multa milionária por propaganda enganosa acessando <http://g1.globo.com/mato- grosso-do-sul/noticia/2017/03/extra-e-condenado-pagar-r-1-milhao-por- propaganda-enganosa.html>. A legislação impõe ao fornecedor a guarda de todos os elementos fáticos, técnicos e científicos que sustentam a publicidade para o caso de legítimos interessados (consumidores e seus protetores) requisitarem. Essa ideia se recorre do princípio da transparência das fundamentações, que deve nortear as condutas comerciais. O art. 37 do CDC proíbe expressamente toda publicidade enganosa e a abusiva. Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre o tema. TEMA 2 – DAS PRÁTICAS COMERCIAIS: POLÍTICAS ABUSIVAS E COBRANÇA DE DÍVIDAS O CDC apresenta um rol de práticas abusivas vedadas no fornecimento de produtos ou serviços. Este rol é apenas exemplificativo, podendo alguma conduta ali não descrita ser assim considerada por autoridade competente que faça a sua interpretação no caso concreto. Vamos analisar cada um dos incisos do artigo 39 do CDC: “I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos” (Brasil, 1990). A situação de condicionar um produto ou serviço à aquisição de outro, também conhecida como venda casada. Neste caso, o consumidor que precisa de determinado bem ou serviço acaba se submetendo à exigência do fornecedor e, por consequência, é onerado no valor. Ainda, o inciso proíbe que o fornecedor limite, de forma injustificada, quantidade máxima ou mínima de aquisição, pois faz com que o consumidor seja limitado em suas necessidades de menor ou maior quantidade. 7 Exemplos de venda casada: obrigatoriedade de adquirir seguro pessoal na abertura de conte corrente; cinema que permite somente entrar nas salas cinematográficas com produtos comprados no seu estabelecimento; aquisição de seguro habitacional na aquisição de imóvel; aquisição de outro bem específico para aceitação de pagamento com cartão de crédito etc. Exemplos de limitação de quantidade: o famoso “leve 3 e pague 2”, desde que não seja dada ao consumidor a possibilidade de adquirir em unidades o produto; limitar o número máximo de um determinado produto sem que ele esteja em promoção e sem informação prévia do consumidor etc. “II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes” (Brasil, 1990). Situação que evita uma discriminação ao consumidor. Não pode o fornecedor de produtos e serviços negar-se a realizar a venda para quem a queira e tenha condições de pagar o preço. Exemplo: deixar o comerciante de vender apenas uma bala; negar-se o taxista a fazer a corrida porque a distância percorrida é curta etc. “III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço” (Brasil, 1990). Assim como a venda casada, esta prática é uma das mais comuns por parte dos fornecedores de produtos e serviços. Trata-se das hipóteses em que o fornecedor afronta a liberdade de consumo e não respeita a vontade do consumidor, impondo a ele produtos e serviços. O problema ainda se agrava quando o produto ou serviço, não requerido, passa a gerar ônus para o consumidor, como anuidades, mensalidades, faturas etc., bem como a inserção do seu nome em órgão de proteção ao crédito pelo não pagamento da cobrança indevida. Para que haja a responsabilização do fornecedor, basta o simples envio ou a entrega do produto ou serviço, não sendo necessária a realização de qualquer tipo de cobrança. Exemplos: envio de cartão de crédito, que pode ter, ou não, cobrança posterior de anuidade; envio de aparelhos de telefone celular com linha ativa e, posteriormente, cobrança de mensalidades; cobrança de seguros no cartão de crédito etc. 8 “IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços” (Brasil, 1990). É o caso em que o fornecedor se aproveita de alguma condição pessoal do consumidor que o torne vulnerável para facilitar a aquisição de produto ou serviço, sendo expressamente previsto: idade, saúde e conhecimento ou condição social. Exemplos: contratação de empréstimo a analfabetos, que não podem identificar e conhecer as cláusulas contratuais; empréstimos consignados com taxas abusivas a idosos etc. “V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva” (Brasil, 1990). Não se pode admitir que o fornecedor se valha da sua condição de superioridade econômica e financeira em relação ao consumidor para deste exigir vantagem excessiva, causando um desequilíbrio contratual entre as partes. Exemplo: exigir cheque caução para atendimento hospitalar emergencial de paciente que tenha plano de saúde. “VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes” (Brasil, 1990). Trata-se do caso em que o fornecedor age por conta própria, sem manifestação prévia de aceitação por parte do consumidor. O fato de este solicitar um orçamento não autoriza a execução do serviço, a qual deve ser feita mediante aprovação do consumidor. Caso o fornecedor realize serviço sem a autorização do consumidor, este terá valor de amostra grátis, nada sendo devido. Exemplo: você solicita a uma farmácia de manipulação um orçamento. Ela expõe o valor, mas não há expressa aceitação da sua parte. Mesmo assim, ela informa que o produto foi manipulado e pode ser retirado. “VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos” (Brasil, 1990). A legislação civil, em especial o CDC, confere ao consumidor o direito de acesso aos órgãos administrativos e judiciais de proteção, sem que ele seja depreciado no mercado de consumo por se valer de tais instrumentos. 9 Assim, o fornecedor não pode publicar ou divulgar qualquer informação depreciativa do consumidor que tenha buscado autoridades no intuito de fazer valer direito a ele legalmente garantido, pois isso lhe causaria constrangimentos e, até quem sabe, negativa de atendimento de outros fornecedores. Exemplo: em sites de vendas, que permitem ao consumidor qualificar vendedor e vice-versa, o vendedorinforme que foi demandado pelo consumidor, sem explicar as circunstâncias, depreciando-o. VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) (Brasil, 1990, grifo nosso). Alguns produtos e serviços devem atender a padrões de normas técnicas previstas por alguns órgãos como ABNT, Inmetro ou Conmetro. Portanto, colocar esses produtos no mercado em desacordo com tais normas é considerado conduta abusiva. Essas normas técnicas visam à melhora da qualidade e segurança do produto ou serviço garantindo a sua eficiência, de modo que sua existência não é simples exigência formal. Exemplo: o Inmetro, a partir de denúncias, analisou um modelo específico de determinada marca de um fogão e verificou que ele não atendia aos critérios de segurança, pois a liberação de monóxido de carbono estava acima dos níveis permitidos. Leia na íntegra o resultado dos testes acessando <http://www.inmetro.gov.br/noticias/verNoticia.asp?seq_noticia=4094>. “IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais” (Brasil, 1990). A diferença entre este inciso e o II é de que, neste caso, o fornecedor se recusa a atender diretamente o consumidor, impondo a participação de um intermediário, com exceção das intermediações permitidas em lei. O fato é que o fornecedor não pode se negar a atender o cliente, ou seja, ele deve ser impessoal em relação aos que lhe procuram. Quando o texto fala em “pronto pagamento”, entende-se dinheiro, pois a transferência é imediata, ao contrário do cheque ou do cartão de crédito. 10 Exemplo: não podem as concessionárias de serviços públicos (luz e água, por exemplo) se negarem a firmar contrato com o consumidor que as procuram. “X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços” (Brasil, 1990). Ao fornecedor, não é proibido o reajuste de preços dos produtos ou serviços, entretanto, este deve fazê-lo de forma a não prejudicar os consumidores. Justificariam o aumento do valor do produto o aumento da matéria-prima ou inflação, bem como demais elementos do mercado que interfiram do preço final do produto. Em 2015, o Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento de que é abusiva a prática de preços diferenciados para pagamento com cartão de crédito ou dinheiro para o mesmo produto. Ou seja, quem pagar em dinheiro paga valor menor e quem opta pelo cartão de crédito paga um outro valor maior. Em 2016, foi editada a Medida Provisória n. 763, que prevê justamente o contrário da decisão do STJ antes informada. Ou seja, o texto permite o valor diferenciado da mercadoria de acordo com a forma de pagamento. Entretanto, a medida provisória ainda não foi convertida em lei, estando em tramitação. Exemplo: o fornecedor anuncia um produto e, dentro do período de sua validade, aumenta o preço; valores diferentes para o mesmo produto de acordo com a forma de pagamento. “XI - convertido no inciso XIII” (Brasil, 1990). Esse inciso será analisado no item XIII. “XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério” (Brasil, 1990). Essa previsão do CDC visa à proteção do equilíbrio contratual, pois se o consumidor tem os prazos bem definidos para pagamento, o fornecedor também deve tê-los para entrega dos produtos ou dos serviços adquiridos. O ideal é que seja firmado contrato entre as partes, com a fixação dos prazos de cumprimento das obrigações por cada uma delas no contrato, no intuito de evitar, inclusive, que a relação se perpetue no tempo. Exemplo: contratação de móveis sob medida sem previsão de entrega pelo fornecedor. “XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido” (Brasil, 1990). 11 Nas contratações que se perpetuam no tempo, é comum a previsão de índices de reajuste das parcelas, no intuito de recompor o preço ajustado. Nesse caso, na data firmada, o reajuste deve ser feito, mas é vedado ao fornecedor adotar índice diverso daquele contratado, pois pode onerar ainda mais o consumidor. A legislação não trata de índice diverso que beneficie o consumidor, razão pela qual a ideia é de que não se efetue a alteração, salvo por concordância expressa das partes em adendo ao contrato firmado. Exemplo: contrato de locação residencial que prevê índice de reajuste anual. Como dito anteriormente, este rol é exemplificativo, podendo ser considerada como abusiva outras condutas não descritas pela legislação, desde que assim sejam vistas pelo juiz ou órgão administrativo que analise o caso. O artigo 40 do CDC trata do orçamento. Aduz que ele é obrigatório e deve especificar os valores de mão de obra e materiais a serem utilizados. Caso o prazo não seja convencionado pelas partes, o orçamento tem validade de dez dias e deve ser expressamente aceito pelo consumidor. Sendo, portanto, aceito, ele obriga os contratantes, de modo que suas alterações somente podem se dar por meio de negociação das partes, ou seja, não se admite alteração unilateral por uma delas, apenas. A lei, ainda, determina como imposição aos fornecedores o dever de fornecer produtos e serviços sob o regime de tabelamento de preços de acordo com o previsto, sob pena de responsabilidade e de devolução da diferença paga ao consumidor, que também pode optar pelo desfazimento do negócio. E quanto à cobrança de dívidas, vamos aprender o que o CDC dispõe a respeito? Para tanto, veja o vídeo a seguir. TEMA 3 – DA PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR O CDC tem algumas normas básicas que devem ser atendidas para a proteção contratual do consumidor. Elas precisam ser atentamente observadas no intuito de garantir um equilíbrio contratual entre as partes, evitando, assim, as práticas comerciais abusivas antes estudadas. É direito do consumidor ter acesso prévio às regras contratuais aplicáveis ao seu contrato de consumo, sob pena de não ser obrigado ao seu cumprimento. 12 Ainda, o consumidor estará desobrigado se as normas não tiverem sido redigidas de forma clara e dificultarem a compreensão de seu conteúdo, sentido e alcance. Havendo dificuldades na interpretação de alguma cláusula do contrato, ou caso exista sentido dúbio, a interpretação sempre será feita de forma a beneficiar o consumidor, que não pode arcar com prejuízos ou ser lesado por conduta do fornecedor. Quando a compra do produto ou contratação do serviço se der fora do estabelecimento comercial, por telefone ou a domicílio, o consumidor pode desistir da compra em um prazo de 7 dias contados da assinatura do contrato ou do ato de recebimento do produto ou serviço. Esta previsão configura o chamado “direito de arrependimento” do consumidor, que, se for exercido, dará a este o direito de receber os valores eventualmente pagos, atualizados monetariamente. As partes podem contratar garantias diversas às legais, complementares a estas, devendo ser formalizadas por escrito. O termo de garantia contratada deve esclarecer no que ela consiste, a sua forma, o prazo e o local em que pode ser exercida, bem como o ônus do consumidor, a quem deve ser entregue pelo fornecedor o manual de instruções, de instalação e de uso do produto. Este manual de instrução deve apresentar linguagem didática para permitir a compreensão e ser acompanhado de ilustrações. Algumas cláusulas contratuais podem ser consideradas nulas de pleno direito, ou seja, em momentoalgum, podem obrigar o consumidor. O art. 51 do CDC elenca algumas destas normas, vejamos: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; V - (Vetado); VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; 13 XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. (Brasil, 1990) É importante destacar que uma cláusula nula não invalida o contrato inteiro, salvo se esta nulidade acarretar ônus excessivo a qualquer uma das partes envolvidas na relação contratual. A declaração de nulidade de cláusula contratual pode ser feita a pedido do consumidor, ou por este representado por qualquer entidade que o represente, juntamente ao Ministério Público, que ajuizará ação competente para tanto. O Ministério Público pode, inclusive, atuar em favor de uma coletividade de consumidores, identificáveis ou não. Quando o contrato de fornecimento de produtos ou serviços envolver concessão de crédito ou financiamento ao consumidor, este deverá ser previamente informado de forma adequada sobre: 1. Preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional. 2. Montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros. 3. Acréscimos legalmente previstos. 4. Número e periodicidade das prestações. 5. Soma total a pagar, com e sem financiamento. O CDC fixa o valor máximo de 2% da parcela como multa nos casos de mora na obrigação pelo consumidor. Entretanto, caso o consumidor tenha interesse em liquidação antecipada da obrigação (pagamento antecipado de prestações, por exemplo), total ou parcialmente, deve ter redução proporcional dos juros e demais acréscimos inseridos no contrato. Para o caso de contratos que envolvam compra e venda de móveis ou imóveis com parcelas mensais, incluindo alienações fiduciárias em garantia, são nulas as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações já pagas no caso em que o fornecedor requerer a resolução do contrato por inadimplemento do consumidor e a devolução do produto objeto do contrato. Existe uma categoria chamada contrato de adesão. Você sabe por que ele recebe esse nome? Assista ao vídeo a seguir e saiba mais. 14 TEMA 4 – OS TÍTULOS DE CRÉDITO Dentro deste estudo do Direito do Consumidor, inserimos o tema “títulos de crédito”, pois estes, muitas vezes, são utilizados como formas de pagamento e, por isso, exige-se o seu conhecimento. O artigo 887 do Código Civil define título de crédito como sendo o “documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido” (Brasil, 2002) e que somente produz efeitos se atendidos todos os seus requisitos legais. Se declarada a invalidade de um título de crédito, isto não invalida o negócio jurídico que deu origem a ele. Por exemplo: se um cheque está rasurado, ele se torna inválido, mas isto não invalida a compra e venda na qual ele foi dado em pagamento. O título de crédito deve, obrigatoriamente, conter a data de emissão, a indicação precisa dos direitos que confere e a assinatura do emitente. Quando não constar data de vencimento no título de crédito, considera-se que é à vista. Quanto ao local da emissão e do pagamento, caso não haja indicação expressa, considera-se o domicílio do emitente. O título de crédito pode ser transferido de uma pessoa a outra. Neste caso, serão também transferidos todos os direitos nele inscritos e que lhe sejam inerentes. É permitida a garantia de título de crédito por aval quando ele contenha a obrigação de pagar determinada quantia. Este aval deve ser dado em relação ao valor integral, sendo vedado aval parcial, salvo autorização legal expressa. Este, por sua vez, deve ser formalizado no verso ou anverso do título de crédito, sendo suficiente a assinatura do avalista, o qual, se desejar fazer o cancelamento do aval, deverá fazê-lo expressamente. O pagamento do título de crédito pode ser feito ao seu legítimo portador, ficando, então, o devedor desonerado, salvo de agir de má-fé. Efetuado o pagamento, o devedor pode requerer quitação regular, bem como a entrega do título (a nota promissória, por exemplo, deve ser resgatada pelo devedor depois da quitação). O credor não é obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, ainda que parcialmente. Todavia, no vencimento, o credor não pode se 15 negar a receber o pagamento, ainda que parcial, para o que deverá entregar recibo específico. Os títulos de crédito podem ser transferidos a terceiros pela simples entrega, de modo que, a partir desta, o recebedor passa a ser o credor da quantia encartada no documento, podendo receber mediante simples apresentação ao devedor: são os títulos ao portador. O fato de o título ter circulado nas mãos de terceiro sem a autorização do emitente não afasta do direito de crédito o portador do título. Caso o título de crédito seja danificado, o seu portador pode exigir outro do devedor, mediante entrega daquele e pagamento das despesas para a nova emissão. No caso de perda do título, ou seja, o portador for injustamente dele privado, pode também requerer um novo judicialmente, bem como impedir de que sejam pagos a outras pessoas o capital e os rendimentos do título. Além dos títulos ao portador, a legislação contempla o título à ordem, que consiste no título de crédito emitido em favor de determinada pessoa e transferido a outra por meio de endosso no verso ou anverso do título (simples assinatura do endossante). Esta, por fim, se completa com a entrega do título ao endossatário. Caso o endosso seja cancelado, este deve ser expressamente escrito no título. O endosso do título pode ser em preto ou branco. Será em branco quando o endossatário não for identificado no momento da entrega do título e, em preto, quando o for. É importante frisar que, sem cláusula expressa no endosso, o endossante não responde pela prestação do título. Havendo uma cláusula que assim o determine, ele será devedor solidário juntamente com o emitente do título e, neste caso, se realizar o pagamento, poderá cobrar de forma retroativa dos demais coobrigados. Por fim, a legislação prevê o título nominativo, ou seja, aquele cujo nome da pessoa a favor de quem foi emitido esteja expresso no título. O título nominativo pode ser transferido a terceiros mediante endosso em que conste o nome do endossatário ou mediante termo, que deve ser assinado pelo proprietário e adquirente. É permitido, ainda, que o título nominativoseja transformado em título à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa. 16 Saiba mais Leia na íntegra a decisão que condenou responsável por estabelecimento comercial pela venda de produtos vencidos aos consumidores. Acesse: <https://portal.tjpr.jus.br/jurisprudencia/j/11194061/Ac%C3%B3rd%C3%A3o- 779149-3>. TEMA 5 – DAS SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS O CDC prevê sanções administrativas e infrações penais por condutas que violam os direitos dos consumidores e as suas normas. Condutas que violam as normas de direito do consumidor ficam sujeitas às seguintes sanções administrativas: multa, apreensão de produto, inutilização de produto, cassação de registro do produto, proibição de fabricação do produto, suspensão de fornecimento de produto ou serviço, suspensão temporária da atividade, revogação de concessão ou permissão de uso, cassação da licença do estabelecimento, interdição total ou parcial do estabelecimento, intervenção administrativa e imposição de contrapropaganda. Estas penalidades serão aplicadas pelos órgãos administrativos da esfera Federal, Estadual ou Municipal, vez que a todos são atribuídas competências para proteção do consumidor. Inclusive, a legislação permite que as penalidades administrativas sejam cumulativas e sem prejuízo de outras de natureza civil e criminal. Destacamos aqui a contrapropaganda, que deve ser determinada nos casos em que for veiculada pelo fornecedor publicidade enganosa ou abusiva, sobre as quais já estudamos. É uma forma de se redimir e levar ao público consumidor a informação verdadeira. A divulgação da contrapropaganda deve ser veiculada com o mesmo alcance da que se presta contradizer, no intuito de tentar alcançar o mesmo público e desfazer a propaganda enganosa ou abusiva. A multa pode ser aplicada de forma gradativa, após a finalização de processo administrativo, sendo revertido o valor para fundos de proteção ao consumidor. As demais penalidades, como a de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, devem ser precedidas de procedimentos administrativos, nos quais é assegurada a defesa do fornecedor. A pena de cassação da concessão pode ser aplicada contra concessionárias de serviços públicos quando violar dever legal ou contratual. A 17 intervenção administrativa será aplicada quando a cassação da licença não for aconselhável, assim como a interdição ou suspensão da atividade. Habitualmente, vemos empresas de grande porte sendo multadas por infrações contra o consumidor. Veja um exemplo da notícia veiculada pelo jornal O Globo acessando <https://oglobo.globo.com/economia/defesa-do- consumidor/banco-do-brasil-bradesco-itaucard-sao-multados-por-violacao-de- direitos-do-consumidor-9327468>. O CDC prevê as condutas consideradas crime contra as relações de consumo, as quais, em regra, são punidas com pena de detenção e multa. A pena de detenção significa que o agente condenado não ficará preso em regime fechado, mas, se condenado, pode ficar em regime aberto ou semiaberto. Cada um que concorrer para os crimes previstos no CDC será condenado na medida da sua culpa, no que se inclui diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que concorrerem para o crime. Além das penas privativas de liberdade (detenção) e multa, podem ser aplicadas medidas de interdição temporária de direitos, publicação na imprensa, expensas do condenado, do fato e da condenação e prestação de serviços à comunidade. Vamos conhecer algumas condutas consideradas crime pelo CDC? TROCANDO IDEIAS Neste encontro, estudamos que o CDC tem um capítulo inteiro destinado à proteção contratual do consumidor. Os contratos são inerentes ao direito privado, sendo prevista a livre contratação entre as partes, inclusive quanto à previsão de cláusulas aplicáveis à relação jurídica. Neste caso, você pensa que é conveniente ao Estado interferir na relação contratual entre consumidor e fornecedor, tratando-se, isso, de uma forma de contratação privada? Se sim, o que justifica esta intervenção? NA PRÁTICA Responda à questão a seguir: (ENADE 2009 - TECNOLOGIA EM MARKETING – 2009) Uma empresa de varejo de eletrodomésticos colocou uma propaganda em um grande jornal de circulação nacional, no qual anunciava uma geladeira duplex por R$ 500,00, 18 podendo ser paga em 24 meses. Entretanto, quando o consumidor tentava aproveitar a oferta, descobria que, para isso, teria que possuir um cartão de crédito da loja, que cobrava juros abusivos. Tal empresa fere qual direito básico do consumidor? a. A proteção da vida, da saúde e da segurança do consumidor contra possíveis riscos provocados por quaisquer práticas associadas ao fornecimento de produtos e de serviços considerados perigosos e/ou nocivos. b. A educação do consumidor e a divulgação sobre as formas de consumidor adequadamente produtos e serviços, assegurando a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações. c. A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos, bem como contra práticas e cláusulas abusivas impostas no fornecimento de produtos e serviços. d. A modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. e. O acesso aos órgãos judiciários e administrativos na prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais ou coletivos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica dos necessitados. FINALIZANDO Neste encontro, finalizamos o estudo do Direito do Consumidor abordando os seguintes temas: 1. Das práticas comerciais: oferta e publicidade 2. Das práticas comerciais: políticas abusivas e cobrança de dívidas 3. Da proteção contratual do consumidor 4. Títulos de crédito 5. Das sanções penais e administrativas Espero que o estudo tenha contribuído para aprimoramento de seus conhecimentos! 19 REFERÊNCIAS AZEVEDO, N. Q. de. Direito do consumidor. [livro eletrônico] Curitiba: Intersaberes, 2015. BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 12 jan. 2017. BRASIL. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providencias. Brasília, DF, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>. Acesso em: 12 jan. 2017. GARCIA, L. de M. Direito do consumidor: código comentado e jurisprudência. 4 ed. Niterói, RJ: Impetus, 2008. VENERAL, D.; ALCANTARA, S. A. Direito aplicado. Curitiba: Intersaberes, 2014. 20 RESPOSTAS a. Errada. Apesar de abusiva, a prática comercial não coloca em risco a saúde e a segurança do consumidor. b. Errada. A prática comercial, apesar de abusiva, não induz ao consumo de forma a violar a liberdade de escolha. c. Correta. A loja de eletrodomésticos promoveu ato abusivo contra o consumidor de propaganda enganosa e venda casada. d. Errada. Não houve alteração de cláusulas contratuais, pois o consumidor conheceu todos os seus termos ao tentar adquirir o produto, contudo, estas se mostraram abusivas. e. Errada. Em momento algum foram impostas cláusulas contratuais que impediam o acesso aos órgãos administrativos e judiciários de defesa do consumidor. Portanto, resposta correta: C
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