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UNOPAR Sistema de Ensino A DISTÂNCIA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA CLEIDIANE DE FÁTIMA LOPES MACEDO PROJETO DE ENSINO EM EDUCAÇÃO FÍSICA A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ALUNO COM TRANSTORNOS DE ESPECTRO AUTISTA Cidade 2020 Cidade 2020 Cidade Castanhal/PA 2022 CLEIDIANE DE FÁTIMA LOPES MACEDO PROJETO DE ENSINO EM EDUCAÇÃO FÍSICA A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ALUNO COM TRANSTORNOS DE ESPECTRO AUTISTA Projeto de Ensino apresentado à UNOPAR, como requisito parcial à conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Física. Docente supervisor: Prof. Lucia Cristina Teixeira. Castanhal/PA 2022 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 1 TEMA 4 2 JUSTIFICATIVA 5 3 PARTICIPANTES 7 4 OBJETIVOS 8 5 PROBLEMATIZAÇÃO 9 6 REFERENCIAL TEÓRICO 11 7 METODOLOGIA 21 8 CRONOGRAMA 23 9 RECURSOS 24 10 AVALIAÇÃO 25 CONSIDERAÇÕES FINAIS 26 REFERÊNCIAS 27 INTRODUÇÃO O estudo aqui apresentado tem como tema: “A Inclusão na Educação Física do Aluno com Transtornos de Espectro Autista”, pois os debates sobre inclusão são de grande relevância na nossa sociedade, pois vivemos numa época em que o respeito à diversidade e a garantia ao direito à participação social de cada pessoa nas características de gênero, étnicas, socioeconômicas, religiosas, físicas e psicológicas, têm despontado como uma questão ética, alimentando reivindicação por uma sociedade igualitária e justa. E tem como objetivo geral Identificar estratégias utilizadas com uso da educação física e suas possíveis contribuições para o aprimoramento motor de crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pois sabemos que as atividades físicas permitem o progresso do autista, no que antes era limitado, como: rendimento físico, melhor conhecimento das capacidades do seu corpo, melhor representação do seu corpo em relação com o ambiente externo e melhor comunicação e socialização. As atividades físicas e esportivas proporcionam excelentes oportunidades de aprendizagem para os indivíduos autistas, bem como prazer e autoestima, melhorando sua qualidade de vida. O tema foi elaborado com o intuito de beneficiar as crianças com TEA no ambiente escolar, pois, o tema inclusão das pessoas com deficiência na escola tem sido frequente e amplamente debatido no meio acadêmico-científico, na mídia, na área da saúde, da educação e em outros setores da sociedade, com um considerável volume de trabalhos produzidos. Percebemos que na área da Educação e da Educação Física não tem sido diferente. Este estudo está estruturado em tema; justificativa; participantes; objetivos; problematização; Referencial teórico; metodologia; cronograma; recursos; avaliação e fazendo uma análise dos dados coletados, finalizo meu trabalho com as considerações finais. A metodologia utilizada neste estudo é de pesquisa bibliográfica, realizada em estudos já publicados, bases de dados eletrônicas como biblioteca digital, Pubmed, Scielo, Pepsic e Lilacs. Diante disso, torna-se importante reunir e investigar como a educação física pode auxiliar no aprimoramento de aspectos motores de crianças e jovens com TEA. 33 TEMA Abordar sobre esse assunto que traz como tema “A Inclusão na Educação Física do Aluno com Transtornos de Espectro Autista” é refletir sobre definições, comportamentos, avaliações e mediações que devem ser aplicadas e praticadas em crianças diagnosticadas com TEA. A inclusão desses indivíduos no ambiente escolar engloba alguns diagnósticos que variam de acordo com a área de menor ou maior prejuízo para a pessoa: interação social, comunicação e comportamental. Essas características muitas das vezes comprometem o desenvolvimento da criança em diferentes atividades, inclusive, naquelas ligadas à educação formal. Nesse contexto, as aulas de Educação Física também são espaços para a discussão da inclusão desse público, pois crianças e jovens com autismo podem se beneficiar das práticas esportivas e da atividade física nas dimensões do aprendizado sensório-motor, da comunicação e da socialização, além de serem fatores decisivos para o sucesso dos processos de aprendizagem devido à melhoria da motivação e da autoconfiança. Para que esse processo de inclusão ocorra de forma exitosa é necessário que as características desses alunos sejam consideradas no planejamento da atividade/aula e que estratégias e instrumentos de apoio sejam selecionados e empregados conforme suas demandas cognitivas e perceptuais. Considera-se muito importante o papel do professor de Educação física no processo de buscar alternativas que desenvolvam a socialização, interação, interesse e participação dessas pessoas, neste sentido, o de fazer-se atuar com ações de extensão no fomento ao desenvolvimento dos alunos com TEA. Buscamos aqui não apenas desenvolver atividades físicas com esses alunos, mas também firmar laços com aqueles que necessitam de tais ações, pois é sabido que a atividade física pode propiciar vários benefícios e assim promover competências e habilidades nessas crianças. JUSTIFICATIVA A justificativa para o desenvolvimento desse estudo sobre a temática apresentada, foram várias situações vivenciadas diariamente devido a grande quantidade de pessoas diagnosticadas com autismo matriculadas no ensino regular, pois dentro da disciplina de educação física, há pouquíssima visibilidade sobre esse assunto pela falta de conhecimento pedagógico na área. Busca-se propor através da Educação Física conhecimentos e experimentação das unidades temáticas essenciais à aprendizagem significativa, socialização e desenvolvimento dos alunos para a visão social da realidade. Desse modo, cabe salientar que, ao potencializar as unidades temáticas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), amplia-se o leque de conhecimento da Educação Física na perspectiva da aprendizagem, propiciando aulas teóricas e práticas focadas no ensino/aprendizagem, assim como, a reflexão acerca dos valores para o desenvolvimento do exercício pleno dos seus direitos a educação. Boato et al (2014) afirma que o movimento e a gestualidade específica de cada aluno com TEA representa a sua forma de comunicação, que deveria ser respeitada como forma única de expressão. Os autores ainda relatam que os movimentos e comportamentos estereotipados devem ser respeitados, pois é uma forma de comunicação da criança com autismo. Essas estereotipias são vistas como um modo de relatar medos, angústias, felicidade e respostas ao meio em que o aluno está presente. Cabe às pessoas que estão interagindo com o aluno com TEA interpretar e respeitar essa linguagem específica. Os profissionais de educação física e outros profissionais relacionados à saúde ainda não possuem programas exclusivos de atividades físicas direcionados para o público com TEA. Neste sentido, busca-se também preencher algumas lacunas sobre esta temática que ainda não se encontram consolidadas na literatura. A respeito das próprias concepções sobre a inclusão dos alunos com TEA nas aulas de Educação Física, percebe-se que os professores correlacionam a inclusão dos alunos diretamente com a participação nas atividades das aulas. O mesmo professor que relatou sobre a não participação do aluno também afirmou não haver inclusão plena em suas aulas, enquanto os demais declaram a existência da inclusão (ROMAN, MOLERO E SILVA, 2020). Evidencia-se a relevância da inclusão do aluno com TEA e o esporte aplicado na escola que deve ser exercitado de forma lúdica cooperativa e inclusiva para desenvolver não apenas habilidades, mas também, agregar valores que venham dar subsídios para sua construção como cidadão, sendo oferecido a todos os alunos independentemente de sexo ou idade, trazendo a relevância da participação para todos os indivíduos como forma de lazer criando assim laços afetivos e a socialização entre eles. Tendo em vista as dificuldades de interação com autistas e suas limitações, o profissional depara-se com vários motivos pelos quais levam tantos pais/responsáveis de autistas a terem medode inserir seus filhos nas atividades físicas, mas através de programas de exercícios específicos, torna-se uma valiosa e eficiente ferramenta no processo de adaptação sendo positivo o resultado deste estudo podendo orientar outras possibilidades de atividades para as crianças com autismo, tendo em vista que a atividade física promove saúde e muitos outros benefícios. PARTICIPANTES Esse estudo está direcionado para alunos da educação básica do 1º ao 5º ano com TEA, pois, sabe-se que as atividades físicas têm a capacidade de trazer uma sensação agradável, melhora da qualidade de vida e da autoestima, funções cognitivas, socialização e redução de gordura corporal, estresse, ansiedade e consumo de medicamentos; para esses indivíduos os benefícios podem, ainda, estimular suas áreas comprometidas, como exemplo, diminuir o comportamento agressivo, aprimorar a aptidão física, o desenvolvimento social, físico e motor, melhorar a qualidade de sono, além de reduzir a ansiedade e depressão. OBJETIVOS 4.1 Objetivo Geral: · Analisar, com base em dados bibliográficos, o comportamento e a conduta dos professores de Educação Física frente ao processo de inclusão dos alunos do 1º ao 5º ano portadores do TEA. 4.2 Objetivos Específicos: · Analisar como a educação física pode auxiliar no processo de desenvolvimento dos alunos com TEA; · Identificar os desafios do professor de Educação Física para incluir socialmente o autista no contexto escolar; · Descrever as implicações do autismo sobre a aprendizagem motora; · Discutir possíveis metodologias inclusivas para a orientação de alunos com autismo. PROBLEMATIZAÇÃO A BNCC define as competências gerais que todo aluno deve desenvolver na educação básica e orienta a elaboração dos currículos com o que ensinar, descrevendo os conhecimentos e habilidades essenciais para todos os estudantes brasileiros, mas não define o como ensinar, deixando esse quesito a cargo de cada rede e unidade de ensino. As redes de ensino são autônomas para conduzirem seu processo de construção do currículo, tendo liberdade para ensinar além da Base, mas não menos do que ela determina, incluindo conhecimentos locais ou outros conteúdos relevantes (inclusive os que dizem respeito aos alunos com TA) em seus Projetos Políticos Pedagógicos – PPPs e currículos. Na perspectiva da Educação Inclusiva, quando pensamos no estudante com TA, a preocupação com o como (e se) ele será instruído, sendo que muitas das vezes aplicam-se à dúvida em relação com o que ensinar. Tendo certo que os conteúdos serão comuns a todos os alunos, mas que, apesar disso, esse alunado tende a apresentar dificuldades na aprendizagem, regionais as técnicas, recursos e estratégias que serão utilizadas pelo docente tem muita relevância para que a técnica de aprendizagem se efetive de forma significativa. A BNCC informa que a interdisciplinaridade deve estar presente na elaboração dos currículos e no desenvolvimento de práticas pedagógicas, recomendando a integração entre as disciplinas. Sabemos que essa abordagem pode significar um ponto a favor na atuação com os alunos com TA, já que usualmente eles beneficiam-se da condução de um trabalho pedagógico que siga a essas opiniões. Como instituição de ensino, a escola precisa repensar sua estruturação, e isso requer mudanças e uma nova organização do sistema educacional para receber, na rede regular, alunos que antes estavam em classes e em escolas especiais. Sabendo que a dificuldade de interação social das crianças com autismo e a falta de locais apropriados fazem com que muitos pais e mães pensem várias vezes antes de inserir a prática da atividade física na rotina de seus filhos. O medo da não adaptação é frequente, sendo que o esporte é uma das melhores formas de inclusão destas crianças, sem contar os ganhos cognitivos, de coordenação motora e de autoestima. A atividade física para indivíduos autistas é ainda mais benéfica, pois é capaz de diminuir a atitude agressiva, aprimorar a aptidão física, o desenvolvimento social, físico e motor e melhorar a qualidade de sono, além de reduzir a ansiedade e depressão. Estudos mostram que o exercício melhora a concentração, memória, desempenho acadêmico e a percepção de si mesmo, aprimorando, assim, a saúde mental do indivíduo (BREMER; CROZIER; LLOYD, 2016). Sendo assim o estudo sobre essa temática surge diante da necessidade de estudar os aspectos físicos e pessoais da criança com autismo, em especial a possibilidade de incluí-las nas aulas regulares de Educação Física Escolar, com um programa de atividades físicas que sejam capazes de beneficiar o seu desenvolvimento motor, considerando o seu contexto social. Neste sentido, busca-se preencher algumas lacunas sobre esta temática que ainda não encontram se consolidadas na literatura, como forma de contribuir para a construção acadêmica científica. Diante do contexto exposto surge o seguinte questionamento: Quais as estratégias que podem ser utilizadas pelo professor de educação Física que contribuam para o desenvolvimento dos alunos com autismo? REFERENCIAL TEÓRICO 6.1 Inclusão Escolar: Primeiras Aproximações Entendemos que o tema da inclusão escolar tem sido alvo de muitas discussões nos últimos anos, principalmente com o aumento de matrículas de alunos com deficiência nas escolas regulares5. O direito à matrícula de alunos com deficiência em escolas regulares no Brasil é garantido pela LDBEN (BRASIL, 1996), e pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015), as quais determinam que estudantes com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação sejam preferencialmente incluídos em escolas de ensino regular e discutidos por inúmeros outros documentos que buscam efetivar o processo inclusivo (BRASIL, 2001; 2002; 2005; 2006; 2008a; 2008b; 2009a; 2009b; 2011; 2014). Sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015), também denominado no âmbito escolar como Lei da Inclusão, é importante destacar que se trata de um dos mais importantes dispositivos legais acerca da inclusão escolar, agindo em conjunto com a LDBEN que, em um movimento de redemocratização do Estado brasileiro, fomentou o direito de escolarização a todos os cidadãos. Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 1996) Art. 27º A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem (BRASIL, 2015). Os aparatos legais supracitados asseguram a oferta do sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de ensino. Estabelecem ainda a adoção de um projeto pedagógico que institucionalize o Atendimento Educacional Especializado (AEE), com a garantia de que as pessoas com deficiência encontrem, nas instituições de ensino, profissionais de apoio para as suas atividades, tanto pedagógicas, quanto àquelas que fazem referência a sua vida cotidiana, como o movimentar-se, o alimentar-se e o vestir-se. Ainda, proíbe que as escolas das redes particulares cobrassem valores adicionais por esses serviços, promovendo a democratização não somente das instituições públicas, mas também daquelas mantidas pelo setor privado. É evidente, portanto, que o sistema educacional brasileiro apresenta grandes avanços, sobretudo no acesso das pessoas com deficiência ao processo escolarizador, apesar de, nos últimos anos sinalizar um tensionamento em direção ao retrocesso e ao desmonte das políticas públicas construídas até então, como visto através do Decreto 10.502/2020(BRASIL, 2020), que abre brechas à segregação antes vista, direcionando as pessoas às instituições especiais, como se fossem sujeitos que comprometem o desenvolvimento da sociedade. Entre os sujeitos com deficiência que podemos encontrar nas escolas de ensino regular, estão aqueles com TEA. Apesar dos diferentes estudos e pesquisas acerca da definição e do diagnóstico, sabe-se que o estudante com TEA pode apresentar déficits persistentes nas suas habilidades sociais e de linguagem e, possivelmente, ter como consequência diferença que tornam o processo de aquisição e desenvolvimento mais lento que indivíduos de desenvolvimento típico. Cumpre dizer que, de acordo com as normativas do Ministério da Educação, indivíduos com deficiência e necessidades educacionais especiais devem frequentar, preferencialmente, as classes regulares, visando à inclusão destes no sistema educacional (BRASIL, 2008). Portanto, compreendemos ser de extrema relevância que o professor se compreenda capacitado a atender as demandas de seus alunos no que tange aos processos de aprendizagem, especialmente quando a inclusão traz uma diversidade ainda maior do que aquelas que, por natureza, constituem as instituições de ensino, considerando que estas sempre são o lócus de encontro entre os diferentes sujeitos e de diferentes culturas que compõem a sociedade. Ao considerar as características que diferenciam o estudante com TEA dos estudantes com desenvolvimento típico ou com outras deficiências, é possível pensar que estes podem se apresentar como desafios para os trabalhadores de educação, quando os docentes devem, em uma profissão que é pautada por interações humanas (TARDIF; LESSARD, 2013), lidar com indivíduos cujas principais diferenças se encontram justamente na sua capacidade adaptativa e socializadora. Conforme descrito por Rapin e Tuchman (2008), o TEA é considerado um distúrbio que apresenta diferentes e significativas variações em relação ao processo de desenvolvimento da linguagem e de outras habilidades, sejam elas motoras ou sociais. A educação inclusiva se apresenta com o objetivo de garantir o acesso a todas as pessoas à educação, permitindo caminhar em direção à igualdade de oportunidades no ensino. Essa perspectiva inclusiva valoriza a diversidade humana e busca contemplar a integração de todos independentes e, ao mesmo tempo, valorizando as características individuais de cada sujeito. Isto é, à perspectiva da educação inclusiva se pauta no encontro dos diferentes, retratando a diversidade humana. Além disso, a educação inclusiva busca garantir que todos que estão na escola tenham a oportunidade para o seu desenvolvimento, partindo, o processo de ensino-aprendizagem-avaliação das potencialidades que cada sujeito oferece. A escola é um espaço de relações humanas, e nela a inclusão deve ou deveria estar inserida nos processos e ações de inclusão de pessoas com deficiência, seja ela física, mental, sensorial ou múltipla. O ambiente escolar inclusivo é receptivo à ideia de reunir estudantes com ou sem deficiência em um mesmo ambiente de aprendizagem, reconhecendo que este convívio beneficia a todos (SIQUEIRA; CHICON, 2016). Pois é dever da escola dar conta da tarefa de educar qualquer criança ou jovem, sem afastá-lo do convívio com outros colegas, sem esconder sua diferença. E perceber que ao afastar este aluno com deficiência, o sistema de ensino comete vários equívocos: reforça preconceitos e práticas discriminatórias, despreza o potencial da pessoa com deficiência. E com a Educação Física escolar inclusiva não é diferente, ela integra o currículo escolar e tem-se mantido na linha deste movimento inclusivo, no qual tem por objetivo desenvolver e construir modelos educativos que rejeitem a exclusão entre os alunos, promovendo uma aprendizagem livre de barreiras (SILVA; OLIVEIRA, 2018). Através da Conferência da Organização das Nações Unidas em 21 de novembro de 1978 e a aprovação da Carta Internacional de Educação Física e Desportos intensificaram-se, com o passar do tempo, as discussões acerca da formação do professor de Educação Física, de forma a subsidiar a ação desse profissional junto às pessoas com deficiência (CRUZ, 2008). Neste contexto, surge a Educação Física Adaptada (EFA) como uma subárea da Educação Física, cujo estudo é a atividade física para as pessoas com deficiência, adequando metodologia de ensino e tecnologias para o atendimento às características de cada indivíduo. 6.2 Atividade Física em crianças com Autismo AF é uma característica inerente ao ser humano e têm sido associadas com o bem-estar e saúde, melhorando assim a qualidade de vida de todas as pessoas que praticam (NAHAS e GARCIA, 2010). Os benefícios da AF não são diferentes nas pessoas com deficiência. A AF pode propiciar uma mudança substancial em seu estilo de vida, trazendo uma série de benefícios. Considerando que a AF é uma atividade que desenvolve aspectos orgânicos e sociais, a prática torna-se importante para o desenvolvimento das pessoas com autismo (TODD e REID, 2006). As pessoas com autismo apresentam características que podem dificultar sua participação em programas de AF, das quais podemos destacar: falta de iniciativa, tendência ao isolamento e, pouca ou nenhuma comunicação. Sendo assim, a escolha de algum tipo de atividade pode ser difícil, cabendo então a família e aos professores a tarefa de ofertar a atividade mais adequada e estimulante (HAX, 2012). Pessoas com deficiência, incluindo aqueles com autismo, possuem mais chances de serem fisicamente inativas se comparadas com a população em geral. As dificuldades nas habilidades motoras de pessoas com TEA começaram a receber maior atenção da literatura especializada, contudo os níveis e padrões de atividade física ainda necessitam de mais estudos. De acordo com Curtin et al (2010), as crianças com autismo são mais suscetíveis à obesidade. Acredita-se que elas possuem, cerca de 40% a mais de chance de possuírem sobrepeso ou obesidade, quando comparadas às crianças sem o transtorno. Por conseguinte, torna-se de fundamental importância estudos relacionados à AF para diminuir os níveis de sobrepeso e obesidade nessa população. 6.3 Benefícios da Inclusão dos Autistas nas Aulas de Educação Física Escolar. A Educação Física escolar é importante, pois contribui em caraterística relacionados à formação geral como o desenvolvimento motor, afetivo, social e cognitivo, propendendo também o uso da prática das atividades físicas como sendo fundamentais para uma vida saudável. As atividades, por muitas vezes são concretizadas em forma de jogos e brincadeiras por meio do lúdico, o que desperta o prazer da criança para a sua prática (FELLIPE; JUDITH, 2010). A proposta de educação física para crianças autistas deve ter suas especificas, pois elas expõem individualidades em seu desenvolvimento sensório-motor, na comunicação e linguagem, na cognição e nas interações sociais. Sendo assim precisam de uma série de adaptações nas atividades elaboradas, tanto no físico como social do local que estão frequentando, em especial as aulas de educação física (HOLLERBUSCH, 2001). No que diz respeito à coordenação motora podemos dizer que “estudos recentes sugerem que crianças com TEA exibem características motoras distantes dos padrões normais de desenvolvimento, desde a infância” (BRÁS et al., 2009, p. 141). A colocação da educação física no ensino dos autistas favorece o desenvolvimento de habilidades sociais e possibilita uma melhora na qualidade de vida desses sujeitos. No entanto, para uma atividade eficaz na aprendizagem do autista é necessário conhecer cada aluno de maneira individual, sabendo dos seus interesses, de suas habilidades motoras e de suas capacidades comunicativas, o papel do professor de educação física no ensino do aluno autista precisa ter: a persistência como grande aliada, elaborar um planejamento reestruturado a fim de atender as necessidades desse educando, criar uma relação positiva, desenvolver a independência e manter uma rotina de atividade, já que, exercíciosque submerjam regras, gincanas e jogos imaginários, causam certa frustração a esses alunos e consequentemente o desinteresse pelas aulas de educação física (TOMÉ, 2017). O objetivo da Educação Física adaptada é integrar os alunos com necessidades especiais, em especial o autista, em relação à adaptação e às normas disciplinares, tanto nas aulas teóricas como nas aulas desenvolvidas em sala, pois por diversas vezes, o docente tem que escolher pela dispensa desse público, das aulas de educação física ou optar por deixá-los apenas observando as atividades e os colegas, fazendo com que se sintam diferentes e inferiores aos demais (APARECIDA; SALETE, 2008). É indispensável que o professor tenha o conhecimento sobre a deficiência do aluno com o qual ele irá trabalhar em sala de aula, pois o sucesso do desenvolvimento do Autista penderá muito do conhecimento do docente em Educação Física escolar a disciplina faz parte do currículo principal, como as outras, devendo conter um conteúdo programático, organizado, atualizado, e que instrua os alunos para as atividades, promovendo seu desenvolvimento harmonioso. Porém, a participação de todos os alunos, sem exceção, é fundamental para o bom desempenho da aula, para que ela possa contribuir com o seu desenvolvimento afetivo, psicomotor e cognitivo (SILVA, 2013). Estudos realizados recentemente, como as de Tomé (2007), Marroco e Rezer (2009), relacionando o autismo na educação física, têm sido realizadas em escolas de Ensino Especial (EE), nas quais os docentes já são preparados para o EE, ou seja, possuem um método pré-escolhido para se trabalhar o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo de determinada deficiência (RECHINELI; PORTO; MOREIRA, 2008). O comprometimento do professor e da escola é fundamental na vida de qualquer pessoa no ambiente educacional, e quando se trata de crianças autistas não há diferença na importância. Porém, é necessária uma visão diferente no nível de atenção, sendo um pouco maior do que com as outras crianças, utilizando os métodos ideais e a elaboração de estratégias que permitam ao docente ser capaz de conseguir o desenvolvimento e estimular as capacidades físicas e cognitivas, afetivas na interação e autonomia das crianças Autistas (LOPES, 2011). Devido às dificuldades qualitativas na interação, comunicação e até mesmo na imaginação, o convívio da criança autista, por meio da inclusão com as outras crianças do ensino regular, no ambiente escolar, é de grande valor, pois estimula o desenvolvimento de suas capacidades interativas, impedindo seu isolamento. Como a inclusão é uma forma de movimento mundial, na busca de direitos e lugar na sociedade, o local que vai acolher o aluno autista deverá modificar-se e preparar-se para recebê-lo de forma que ele se sinta acolhido e confiante, tanto com quem irá acompanhar o seu desenvolvimento como também em relação ao ambiente (LOPES; FACHADA, 2012). Pesquisas feitas recentemente, como as de Tomé (2007), Marroco e Rezer (2009), relacionando o autismo com a EF, têm sido realizadas em escolas de Ensino Especial (EE), nas quais os professores já são preparados para o aluno que com autismo, ou seja, possuem um método pré-escolhido para se trabalhar o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo de determinada deficiência (RECHINELI; PORTO; MOREIRA, 2008). As autoras Lima e Delalíbera (2007), apontam que é de suma importância que o aluno autista se adapte à aula de Educação Física no âmbito do ensino regular: “a Educação Física também é capaz de potencializar a socialização e interação das crianças autistas, fazendo com que desenvolvam sua consciência corporal através do próximo”, através da interação com alunos que não possuem deficiência, é possível o autista alcançar um aprendizado com mais facilidade. (LIMA, DELALÍBERA, p.34, 2007). A Educação Física tem um papel fundamental para o desenvolvimento global dos alunos, tanto quando se trata de motricidade, quanto nos fatores cognitivos, social e afetivo, ajudando-os a se sentirem inseridos em sociedade. Apesar de possuírem algum tipo de transtorno ou alguma deficiência física, os estudantes podem e devem participar das aulas de Educação Física na escola. Para que o aluno autista desenvolva suas aptidões sociais e obtenha progresso em sua qualidade de vida, é necessário que o professor tenha auxílio de uma equipe multidisciplinar, pois a Educação física por si só, não é capaz de suprir todas as necessidades dos portadores desse transtorno, já que o autismo se manifesta de diferentes formas em cada indivíduo (STRAPASSON; CARNIEL, 2007). Espera-se, então, que a formação do professor, o desenvolvimento das famílias e o apoio de outros profissionais, com um projeto transformador das relações sociais, deem efetividade aos documentos norteadores e ponham em prática ações capacidades que superem as desigualdades de condições, os obstáculos e as limitações impostas na escolarização do aluno com deficiência. Isso porque se compreende que o trabalho educacional é uma construção e que o “[...] professor é essencial para o sucesso das ações inclusivas [...]” (CUNHA, 2016, p. 17). O desenvolvimento das habilidades dos alunos com necessidades especiais nas aulas deve acontecer por meio de atividades adaptadas, propostas pelo professor, comprometidas em não os excluir das aulas, como ocorre com frequência nas escolas de ensino regular, com a desculpa de adotar essa prática para preservar o aluno de qualquer eventualidade que possa acontecer no decorrer das mesmas (FERNANDES, 2015). 6.4 Contribuição da Atividade Física para os Aspectos Motores da Criança com TEA. Autores como Okuda et al (2010) apontam para a importância da utilização de atividades perceptivo-viso-motoras, sensório motoras, atividades lúdicas, jogos simbólicos, jogos em grupo, atividades sinestésicas, juntamente com estímulos que possam trabalhar a organização espacial e temporal, equilíbrio corporal e coordenação motora fina. Segundo estes autores, estes tipos de atividades podem ser eficazes quando utilizadas no tratamento de crianças com TEA, sobre tudo no que diz respeito ao estímulo de organização e sequenciamento do ato motor, auxiliando assim o aluno a perceber melhor seu próprio corpo para realizar atividades diárias, sociais, escolares e lúdicas. Anderson-Hanley (2011) já abordam a utilização de exercícios de intensidade vigorosa, exercícios hidroterápicos e a utilização de exergames. Os autores apontam que estes tipos de intervenção vêm sendo utilizadas para auxiliar na redução de estereotipias. Outros estudos realizados por (SOUZA; FACHADA, 2012) apontam para a utilização da terapia psicomotriz, que se trata da realização de atividades corporais com contato e manipulação de brinquedos, objetos e utensílios do cotidiano, que podem auxiliar no aprimoramento de aspectos motores, indícios de simbolização, comunicabilidade, interação e afetividade. Também foi possível constatar a presença da utilização de atividades aquáticas (CHICON et al, 2013; HINCKSON et al, 2013). Neste estudo realizado por Chicon et al (2013), 15 crianças com idades de 3 anos, sendo 14 crianças com desenvolvimento típico e uma diagnosticada com TEA, participaram de um programa de atividades lúdicas em meio aquático semanalmente com duração de 1 hora por sessão, totalizando 12 sessões. O programa de atividades foi composto por fundamentos da natação, atividades de adaptação ao meio líquido, atividades de deslocamento, cantigas de roda, exercícios de respiração e flutuação. Como resultados do estudo, foi observado que as atividades lúdicas, realizadas no meio aquático, mostraram-se benéficas para a criança com TEA, principalmente em relação à ampliação de seu repertório motor, a vivência lúdica e também sobre o aspecto do convívio social com seus colegas e professores. Um dos estudos também demonstrou resultados interessantes com a implementação de um programa de exercícios com o uso de trampolins. Participaram deste programa 17 crianças com idades entre 4 e 10 anos, em sessões semanais de treinamento com duraçãode 45 minutos em cada sessão, durante o período de 20 semanas. Após a intervenção, pode ser observado que as crianças com TEA obtiveram melhoras na proficiência motora, além de melhorias em outros aspectos importantes, como a coordenação sequencial e simultânea entre os membros inferiores e superiores, melhorias no equilíbrio, na velocidade, na agilidade, na força e na coordenação motora dos membros superiores (LOURENÇO et al., 2016). 6.5 Contribuições da Atividade Física sobre os Aspectos Sócio Comunicativos Foi possível identificar que as intervenções promovidas pelos estudos identificados na revisão apresentaram contribuições não somente aos aspectos motores, mas também no estado emocional e comportamental (TOMÉ, 2007) de crianças e jovens com TEA. Estas informações podem ser evidenciadas na meta análise realizada por Sowa e Meulenbroek (2012), na qual os autores sugerem que as intervenções realizadas com indivíduos com TEA por meio de atividades físicas levaram a uma melhoria de 37% nas características específicas que autistas possuem, especificamente, melhorias em dificuldades comportamentais e acadêmicas. Outro dado interessante obtido nesta meta- análise está no fato de as intervenções com programas de exercícios individuais apresentarem resultados mais significativos referentes ao desenvolvimento de aspectos motores e sociais do que as intervenções com atividades coletivas nos indivíduos estudados. No entanto, esta constatação possa advir pelo fato do estudo analisar em seu total 16 produções, demonstrando uma limitação da pesquisa. O estudo de caso realizado por Falkenbach, Diesel e Oliveira (2010), teve como objetivo observar e analisar questões significativas como a relação da criança com TEA com os professores e colegas; sua iniciativa para brincar; a trajetória de brincadeiras: as situações de jogo e de exercício. Para o objetivo proposto, uma criança diagnosticada com TEA, participou de aulas de psicomotricidade semanais com duração de aproximadamente 60 minutos cada aula por um período aproximado de 4 meses. Como resultados do estudo, pode ser observado que o aluno com TEA demonstrou durante as aulas uma grande afetividade por um dos professores que ministravam as aulas. Os autores ainda afirmam que em alguns momentos, o aluno com TEA se aproximava de seus colegas demonstrando interação durante algumas atividades com colchões e maior iniciativa para participar de algumas atividades com cordas. Por outro lado, também pode ser observado alguns comportamentos motores repetitivos como pular, correr e rolar, mas também foi constatado a existência de um gosto por atividades de corrida dentro de jogos com fugitivos e de pegadores com os professores. Segundo Bagarollo, Ribeiro e Panhoca (2013), realizaram um estudo de caso com o objetivo de analisar o ato de brincar no desenvolvimento de interações sociais com uma criança de 4 anos diagnosticada com TEA juntamente com outras 3 crianças também diagnosticadas com o mesmo quadro. Estas crianças participaram de sessões terapêuticas semanais com duração de 30 minutos com o uso de brinquedos, jogos e atividades lúdicas. Como resultados, foi possível observar que em alguns momentos, os indivíduos utilizavam, juntos, o mesmo brinquedo, podendo assim ser possível propor algumas atividades e jogos em grupo. METODOLOGIA Este trabalho caracteriza-se por uma pesquisa de revisão bibliográfica, que segundo Macedo (1994, p. 13), a pesquisa bibliográfica: “Trata-se do primeiro passo em qualquer tipo de pesquisa científica, com o fim de revisar a literatura existente e não redundar o tema de estudo ou experimentação”. Desta forma para Lakatos e Marconi (2003, p. 183): “[...] a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras”. De acordo com Boccato (2006), a pesquisa bibliográfica busca o levantamento e análise crítica dos documentos publicados sobre o tema a ser pesquisado com intuito de atualizar, desenvolver o conhecimento e contribuir com a realização da pesquisa. Para este estudo, foram utilizados artigos e dissertações completos e publicados no período entre 2010 a 2022. A busca dos estudos foi realizada no inicio do mês de fevereiro a início de maio de 2022, por meio das bases de dados eletrônicas como biblioteca digital, Pubmed, Scielo, Pepsic e Lilacs. Para aprimorar a estratégia de busca, foram utilizados os seguintes descritores chave: Autismo, Educação física, Desenvolvimento motor e Comportamento motor. Com isso obteve-se um total de 32 produções, sendo escolhidas para o presente estudo 09, discriminados em 06 artigos e 03 dissertações. Os materiais utilizados foram os que tiveram maior proximidade com o tema proposto, sendo indicados estudos realizados com crianças e jovens diagnosticados com TEA e que utilizaram estratégias com o uso de atividades físicas e motoras. Na busca realizada, foi possível observar uma grande diversidade de estratégias que apresentaram benefícios para os aspectos motores e sócio- comunicativos. Autores como Okuda et al (2010) apontam para a importância da utililização de atividades peceptivo-viso-motoras, sensório motoras, atividades lúdicas, jogos simbólicos, jogos em grupo, atividades sinestésicas, a cerca dos estímulos que possam trabalhar a organização espacial e temporal, equilíbrio corporal e coordenação motora fina. Segundo estes autores, estes tipos de atividades podem ser eficazes quando utilizadas no tratamento de crianças com TEA, sobre tudo no que diz respeito ao estímulo de organização e sequenciamento do ato motor, acessorando o aluno a perceber melhor seu próprio corpo para realizar atividades diárias, sociais, escolares e lúdicas. Também foi possível constatar a presença da utilização de atividades aquáticas (CHICON et al, 2013; HINCKSON et al, 2013). No estudo realizado por Chicon et al (2013), 15 crianças com idades de 3 anos, sendo 14 crianças com desenvolvimento típico e uma diagnosticada com TEA, participaram de um esquema de atividades lúdicas em meio aquático semanalmente com duração de 1 hora por sessão, totalizando 12 sessões. O programa de atividades foi composto por fundamentos da natação, atividades de adaptação ao meio líquido, atividades de deslocamento, cantigas de roda, exercícios de respiração e flutuação. Como resultados do estudo, foi observado que as atividades lúdicas, realizadas no meio aquático, mostraram-se benéficas para a criança com TEA, principalmente em relação à ampliação de seu repertório motor, a vivência lúdica e também sobre o prisma do convívio social com seus colegas e professores. Foi possível identificar que as intervenções promovidas pelos estudos identificados na revisão apresentaram contribuições não somente aos aspectos motores, mas também no estado emocional e comportamental (TOMÉ, 2007) de crianças e jovens com TEA. Estas informações podem ser evidenciadas na meta-análise realizada por Sowa e Meulenbroek (2012), na qual os autores sugerem que as intervenções realizadas com indivíduos com TEA por meio de atividades físicas conduziram-nos a uma melhoria de 37% nas características específicas que autistas possuem, especificamente, melhorias em dificuldades comportamentais e acadêmicas. Os autores ainda afirmam que em alguns momentos, o aluno com TEA se relacionava de seus colegas demonstrando interação durante algumas atividades com colchões e maior iniciativa para participar de algumas atividades com cordas. Por outro lado, também pode ser observado alguns comportamentos motores repetitivos como pular, correr e rolar, mas também foi constatado a presença de um gosto por atividades de corrida dentro de jogos com fugitivos e de pegadores com os professores. Diante desses estudos ficou evidente que na literatura existe uma grande diversidade de estudos que adotaram distintas estratégias com a utilização de atividades físicas para a população estudada. Sendo assim, estas estratégias podem ser utilizadasdurante o ano todo nas escolas regulares de ensino. CRONOGRAMA ETAPAS FEVEREIRO 2022 MARÇO 2022 ABRIL 2022 MAIO 2022 ELABORAÇÃO DO PROJETO X X X REVISÃO DE LITERATURA X X X ENTREGA X RECURSOS Humanos: Professores, coordenadores, acadêmicos, alunos e os demais funcionários da escola. Materiais: Espaço amplo, piscina, quadra de esportes; bolas, cordas, brinquedos, Microfone, caixa amplificada, CDs com músicas infantis, DVD, Datashow, livros de historinhas, apitos, fantasias, fantoches, cartolina, tesouras, cola, dedoches, cadeirinhas. AVALIAÇÃO A avaliação é processual, podendo ser realizada em todas as etapas do trabalho, deve perceber se os alunos de um modo geral conseguiram perceber as diversidades existentes em nosso cotidiano escolar, bem como, perceber em cada aluno as suas diferenças individuais, onde cada um deste apresenta-se com as suas habilidades, dificuldades e limitações, e que, muitas vezes, não são aceitas pelos colegas, pois o desenvolvimento da aula e a mediação do(a) professor(a), não torna-se propício para a igualdade de participação e para a formação do cidadão reflexivo e consciente. A avaliação consiste em resultados positivos alcançados, como socialização, participação, superação, interesse, desempenho, colaboração e desenvolvimento. das crianças. CONSIDERAÇÕES FINAIS Compreende-se que é de extrema relevância que o professor seja capacitado a atender as demandas de seus alunos no que se refere aos processos de aprendizagem, uma vez que este assume papel fundamental na aproximação entre os estudantes e o objeto de saber, além de reconhecer a importância da formação de um profissional de Educação Física para a atuação com o desenvolvimento do processo de aprendizagem desses alunos. Além de contribuir imensamente para o desenvolvimento das habilidades sociais. A partir do estudo aqui apresentado observou-se que prática de atividade física, quando elaborada de forma específica, além de poder auxiliar num desenvolvimento motor mais adequado, proporcionou mais oportunidades de socialização, melhor foco de atenção e melhor desempenho motor aos indivíduos participantes de cada pesquisa. Sendo que a atividade física é indicada por vários especialistas na maioria dos programas de tratamento para as pessoas com TEA. O Estudo buscou identificar métodos e recursos auxiliares que pudessem ser utilizados durante aulas de Educação Física escolar para resultar na formação de experiências de aprendizagem, criando desta forma um ciclo de mediação da aprendizagem entre o educador e o educando, onde o educando mesmo com as dificuldades típicas de um aluno com TEA pode se desenvolver. É importante ressaltar que o professor deve se perceber como um agente social capaz de transmitir e ser o mediador do conhecimento, deste modo, buscando sempre se atualizar sobre novas práticas pedagógicas e teorias que o auxiliem para obter êxito neste processo. Assim então, resultando em métodos que sejam capazes de contribuir para uma melhora na qualidade de ensino da Educação Física escolar. REFERÊNCIAS ANDERSON-HANLEY, Cay; TURECK, Kimberly; SCHNEIDERMAN, Robyn L. Autism and exergaming: effects on repetitive behaviors and cognition. In: Psychology research and behavior management, v. 4, p. 129, 2011. APARECIDA, E. L.; SALETE, E. R. D. A contribuição da educação física na socialização da criança autista. Autismo em Elos, Bahia, v. n. 2008. BAGAROLLO, Maria Fernanda; RIBEIRO, Vanessa Veis; PANHOCA, Ivone. An autistic child's play from the cultural-historical perspective. In: Revista Brasileira de Educação Especial, v. 19, n. 1, p. 107-120, 2013. BEZERRA, Tiago. 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