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CME DESCOMPLICA APRENDENDO CME DO ZERO LETICIA CASTELUCI E -BOOK PARA AUX I L IARES E T ÉCNICOS DE ENFERMAGEM Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 CME DESCOMPLICA APRENDENDO CME DO ZERO TODOS OS DIREITOS RESERVADOS E -BOOK PARA AUX I L IARES E T ÉCNICOS DE ENFERMAGEM 1ª EDIÇÃO SÃO PAULO/SP 2023 NENHUMA PARTE DESTE E-BOOK PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A PERMISSÃO DA AUTORA CRIAÇÃO E EDIÇÃO DE ARTE: FELIPE CASTELUCI Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LETICIA CASTELUCI SILVA MATOS Enfermeira especialista em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica MBA em Gestão de CME Enfermeira assistencial em CME de hospitais referência em SP Docente de curso Auxiliar E o mais importante, apaixonada SOBRE MIM e Centro de Material e Esterilização e Técnico em Enfermagem por CME SOBRE O CME DESCOMPLICA Idealizei o CME Descomplica para unir duas paixões, centro de material e esterilização e ensinar. Percebo que no dia a dia dentro do CME os técnicos de enfermagem são muito ágeis e habilidosos para desenvolver o trabalho prático, porém pouco conhecem a teoria e a importancia do que estão executando, isso decorre da pouca oferta em cursos voltados para a classe técnica, frente a isso, decidi encarar o desafio e unir as informações mais importantes sobre CME. E é com imensa alegria que apresento esse e-book, para quem quer aprender CME do zero. Acredito que será de muita valia para quem está buscando aprender e mais do que isso, aperfeiçoar os conhecimentos e prestar a melhor assistência (mesmo que inditera) ao paciente. Então se você assim como eu, é um apaixonado por CME, vamos compartilhar dessa ciência maravilhosa, que é a ciência da esterilização. APRESENTAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 1. O que é CME ........................................................... a. Definição b. Classificação c. Estrutura d. Quem trabalha 2. Leis e Normas.......................................................... a. RDC 15/2012 b. RDC 50/2002 c. RDC 156/2006 d. NR 32 e. Equipamento de Proteção Individual 3. Classificação de PPS.............................................. 3.1 Classificação Spaulding 4. Conceitos básicos de microbiologia....................... 4.1 Crescimento microbiano 4.2 Morte microbiana 4.3 Esporos bacterianos 4.4 Endotoxinas 4.5 Exotoxinas 4.6 Biofilme 4.7 Príons 5. Transporte de Produtos para Saúde Processados.. 5.1 Transporte para unidades externas 5.2 Transporte para unidades internas APRENDENDO CME DO ZERO 1 8 11 12 16 Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 6. Monitoramento do processo...................................... a. Testes de limpeza b. Teste de proteína c. Teste de selagem d. Indicadores de esterilização Físicos e. Indicadores de esterilização Químicos f. Indicadores de esterilização Biológicos 7. Limpeza.................................................................... a. Pré-Limpeza b. Limpeza c. Detergentes d. Desincrustantes e. Lubrificantes f. Limpeza manual g. Limpeza automatizada h. Ultrassônica i. Termodesinfectadora j. Materiais complexos 8. Desinfecção............................................................... a. Níveis b. Termo desinfecção c. Desinfecção química d. Produtos Desinfetantes e. Cadeia de morte microbiana 9. Preparo..................................................................... a. Área de preparo b. Inspeção e Funcionalidade c. Montagem de caixa cirúrgica d. Sistema de Barreira Estéril - Embalagens e. Selagem correta f. Técnicas de embalagem pacote SMS g. Identificação do material 18 33 45 50 Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 10.Esterilização............................................................ a. O que é a esterilização b. Tipos de esterilização utilizadas no CME c. Autoclaves à vapor saturado sob pressão d. Testes diários e. Montagem de carga 11.Armazenamento....................................................... a. Área do arsenal b. Organização do arsenal c. Data Limite de Uso / Validade 12.Distribuição............................................................. a. Rastreabilidade na distribuição 13.Rastreabilidade do processo.................................... a. Limpeza b. Desinfecção c. Preparo d. Esterilização e. Prontuário do paciente 65 74 76 77 Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 1.1 Definições: Para definir o que é o centro de material e esterilização trouxe 2 definições realizadas pelo ministério da saúde: A RDC (resolução de diretoria colegiada) nº 15/2012 define CME como: centro de material e esterilização, uma unidade funcional que é destinada ao processamento de produtos para saúde dos serviços de saúde (hospitais,clínicas, consultórios, unidades básicas). Já a RDC (resolução de diretoria colegiada) nº 50/2002 define CME como: central de material esterilizado, uma unidade destinada à recepção, expurgo, limpeza, descontaminação, preparo, esterilização, guarda e distribuição dos materiais utilizados nas diversas unidades de um estabelecimento de saúde. Pode-se localizar dentro ou fora da edificação usuária dos materiais. Deixo para vocês a minha definição: O centro de material e esterilização é uma unidade considerada de apoio, onde todo o produto para saúde (PPS) passível de processamento passa pelo processo de recepção, limpeza, preparo, desinfecção ou esterilização, armazenamento e distribuição. Sendo assim, o CME é a unidade que tem como principal missão transformar um material contaminado em desinfectado ou estéril para uma nova utilização, garantindo a eficácia e segurança de todo esse processo. O QUE É CME 1 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 1.2 Classificação: O CME é classificado entre classe 1 ou classe 2, de acordo com o tipo de material que processa. Classe 1: realiza o processamento de produtos para saúde não-críticos, semicríticos e críticos de conformação não complexa. Classe 2: realiza o processamento de produtos para saúde não-críticos, semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa. O CME só pode processar produtos compatíveis com a sua capacidade técnica operacional e conforme a sua classificação. A diferença entre as 2 classificações é o processamento de materiais de conformação complexa. No módulo de limpeza falaremos mais sobre esses materiais. O QUE É CME 2 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 1.3 Estrutura: O CME é dividido por áreas através de barreiras técnicas ou físicas. Barreira técnica: não necessariamente as áreas precisam ser divididas por paredes, pode-se seguir um fluxo unidirecional do material através de bancadas,mesas e sinalizações. Barreira física: como o nome já diz a divisão entre as áreas é feita estruturalmente por paredes. Área de recepção e limpeza: Também conhecido popularmente como “expurgo”, é o local considerado contaminado do CME, pois é aqui que recebemos todos os materiais sujos vindos das unidades e realizamos a etapa de limpeza. O controle de temperatura ambiente deve ser controlado e estar entre 18 e 22ºC. Essa área é equipada com: - pias e torneiras preferencialmente com água quente e minimamente potável. - lavadoras ultrassônicas e termodesinfectoras. - pistolas de água e ar comprimido. - recipientes para soluções detergentes. - bancadas para separação e secagem de material. - caixas para descarte de material perfuro cortante. - lixos comum e infectante. - hamper para descarte de rouparia. O QUE É CME 3 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com- 002.646.433-05 - HP11216816437390 Área de desinfecção química (quando aplicável): O CME que realizar desinfecção química manual deve dispor de uma sala exclusiva para essa finalidade. O sistema de climatização deve ser diferenciado e atender a resolução RDC nº15/2012, para garantir a segurança ambiental e do trabalhador. Essa área é equipada com: - pia para limpeza - pia para enxague com água potável - recipientes para armazenamento de detergente e desinfetantes. - pistolas de água e ar comprimido. - bancada para preparo do material. - lixo comum, infectante e químico. Área de preparo e esterilização: Local onde é centralizado o preparo de todos os materiais, seguindo todas as etapas de inspeção, funcionalidade, integridade, montagem, embalagem e encaminhamento para esterilização. O controle de temperatura ambiente deve ser controlado e estar entre 20 e 24ºC. O QUE É CME 4 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 Essa área é equipada com: - bancadas e cadeiras ergonômicas com ajuste de altura. - iluminação cuidadosamente estratégica para inspeção dos materiais. - lupas com lente de aumento com no mínimo 8x. - equipamentos para transporte com rodízio, como mesas, carrinhos e cestos. - secadora de produtos para saúde e pistolas de ar comprimido. - seladora de embalagens (grau cirúrgico e tyvek). - equipamentos de esterilização (autoclaves à vapor, peróxido de hidrogênio) - incubadoras de indicador biológico. Área de armazenamento e distribuição: Essa área tem como finalidade centralizar o armazenamento de todo o material esterilizado e desinfectado para posteriormente ser distribuído para as unidades consumidoras (centro cirúrgico, unidades de internação, ambulatórios, etc). O ambiente deve ter acesso restrito a colaboradores do CME. O controle de temperatura ambiente deve ser controlado e estar entre 20 e 24ºC e umidade relativa do ar entre 40 e 60%. Essa área é equipada com: - armários, prateleiras e cestos aramados. - escadas. - equipamentos para transporte com rodízio, como mesas e carrinhos. O QUE É CME 5 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 1.4 Quem Trabalha: Segundo a RDC 15: Os profissionais que atuam no CME devem ter as atividades das etapas do processamento regulamentada em seus conselhos de classe. Todo CME deve ter como responsável técnico um profissional de nível superior para a coordenação das atividades. Nos CME ́s classificados como II o responsável deve atuar exclusivamente durante toda sua jornada de trabalho. Atualmente o mais comum é vermos na área hospitalar a equipe de enfermagem atuando diretamente no setor, tendo como responsável técnico o enfermeiro especialista em CME e a equipe operacional composta por auxiliares e técnicos de enfermagem. Os profissionais farmacêuticos e biomédicos também podem atuar como responsáveis técnicos do CME, porém não podem ser responsáveis pela equipe de enfermagem, por isso são mais comuns na coordenação de empresas terceirizadas sob o comando da equipe de Auxiliares de esterilização. O QUE É CME 6 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 coordenação do setor e equipe monitoramento de processo rastreabilidade do processo treinamento e supervisão periódicos todas as etapas do processo recebimento / conferência limpeza preparo esterilização armazenamento distribuição As funções são divididas em: Área administrativa = enfermeiro Operacional = enfermeiro, auxiliares e técnicos de enfermagem O QUE É CME 7 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 Antes de iniciarmos sobre leis e normas, o que é uma RDC? Resolução de Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 2.1 RDC 15 / 2012: ( 15 de março de 2012) É a principal legislação vigente específica para o setor de CME, nela encontramos tudo que devemos ter e fazer para manter um serviço que atenda o mínimo seguro do processo de produtos para saúde. Como definido em sua própria resolução: “Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências.” 2.2 RDC 50/2002: ( 21 de Fevereiro de 2002 ) É a legislação que contém o regulamento técnico de como deve ser o padrão mínimo estrutural dos estabelecimentos de saúde. Como definido em sua própria resolução: “Dispõe sobre regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de processos físicos de estabelecimento assistenciais de saúde.” LEIS E NORMAS 8 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 2.3 RDC 156/2006 ( 11 de Agosto de 2006 ) Legislação que norteia as regras de registro, informações de rótulo e processamento dos produtos para saúde. Definido na resolução própria como: “Dispõe sobre o registro, rotulagem e processamento de produtos médicos, e dá outras providências.” Ou seja, não é qualquer material que pode ser reprocessado, existem regras, protocolos e avaliações a serem feitas. 2.4 Resolução - RE Nº 2606 ( 11 de Agosto de 2006 ) Em complemento a RDC 156 / 2006 essa resolução foi feita especialmente para estabelecer as normas no reprocessamento dos produtos para saúde que são passíveis e autorizados este processo. Definida em sua própria resolução como: “Dispõe sobre as diretrizes para elaboração, obrigação de protocolos de reprocessamento de produtos médicos e dá outras providências.” 2.5 NR 32 ( Norma Regulamentadora ) É a norma que estabelece critérios de segurança e saúde dos trabalhadores do setor de saúde. A famosa norma que nos proíbe o uso de adornos e sapatos abertos, mas não só isso, nos aponta os riscos que estamos expostos no local de trabalho e as medidas a serem tomadas por nós (colaboradores) e também pela instituição. Objetivo definido pela norma: “Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde, bem como daqueles que exercem atitudes de promoção e assistência à saúde em geral.” LEIS E NORMAS 9 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MÁSCARA AVENTAL IMPERMEÁVEL MANGA LONGA LEIS E NORMAS 2.6 Equipamento de Proteção Individual O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e integridade física. No CME temos estabelecido na RDC nº15/2012 os equipamentos que devem ser obrigatoriamente fornecidos e utilizados de acordo com a área de atuação: Equipamento de proteção individual (EPI) de acordo com a sala/área 10 EPI SALA/ÁREA LUVASÓCULOS DEPROTEÇÃO PROTETOR AURICULAR CALÇADO FECHADO PREPARO, ACONDICIONAMEN TO INSPEÇÃO X X X X X X X X X X X X X X BORRACHA CANO LONGO SE NECESSÁRIO BORRACHA CANO LONGO IMPERMEÁVEL ANTIDERRAPANTE IMPERMEÁVEL ANTIDERRAPANTE IMPERMEÁVEL ANTIDERRAPANTE RECEPÇÃO LIMPEZA DESINFECÇÃO QUÍMICA CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 CLASSIFICAÇÃO DE PPS O que é um PPS ? PPS quer dizer Produto Para Saúde, são equipamentos, aparelhos, materiais, artigos ou sistemas de uso ou aplicação médica, destinado à prevenção, diagnóstico, tratamento ou anticoncepção. 3.1 Classificação de Spaulding H.E. Spaulding em 1968, desenvolveu um método de classificação de artigos, de acordo com o grau de risco de infecção para os pacientes. A classificação de Spaulding consiste em dividir os artigos em três graus diferentes que são: críticos, semicríticos e não críticos. 11 CENTRODE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO NÃO CRITICO DEFINIÇÃO EXEMPLOS PROCESSAMENTO ELIMINAÇÃOMICRORGANISMOS ARTIGOS COM BAIXO RISCO DE TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO, ENTRAM EM CONTATO COM PELE INTEGRA OU NÃO ENTRAM EM CONTATO DIRETAMENTE COM O PACIENTE UTENSÍLIOS DE HIGIENE COMO: COMADRE, PAPAGAIO, MANGUITOS, TERMOMETROS LIMPEZA OU DESINFECÇÃO DE BAIXO NIVEL QUANDO EM CONTATO COM MATÉRIA ORGÂNICA PRODUTOS: ÁLCOOL, QUARTENÁRIO DE AMÔNIA BACTÉRIAS, VÍRUS E ALGUNS FUNGOS SEMI CRÍTICO CRÍTICO ARTIGOS COM UM RISCO DE TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO INTERMEDIÁRIO, ENTRAM EM CONTATO COM MUCOSAS INTEGRAS OU PELE NÃO INTEGRA ACESSÓRIOS DE ASSITÊNCIA VENTILATÓRIA, ENDOSCÓPIOS, LÂMINAS DE LARINGOSCÓPIO DESINFECÇÃO DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO PRODUTOS: ÁLCOOL, HIPOCLORITO DESINFECÇÃO DE ALTO NÍVEL PRODUTOS: GLUTARALDEÍDO E ÁCIDO PERACÉTICO INTERMEDIÁRIO: BACTÉRIAS, FUNGOS, BACILO DE KOCH, VIRUS ALTO: TODOS OS MICRORGANISMOS EM FORMA VEGETATIVA E ALGUNS ESPOROS ARTIGOS COM ALTO RISCO DE TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO, PENETRAM EM TECIDOS ESTÉREIS OU SISTEMA VASCULAR, CONTÉM ESPOROS BACTERIANOS INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS, IMPLANTÁVEIS, ROUPAS ESTERILIZAÇÃO TODAS AS FORMAS DE VIDA MICROBIANA Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 CONCEITOS BÁSICOS DE MICROBIOLOGIA 4.1 Crescimento microbiano: Consiste no aumento do número de células microbianas, que ocorre devido a divisão binária das bactérias, uma vez que iniciam a divisão celular 1 se transforma em 2, 2 em 4, 4 em 8, e sempre de forma a dobrar a quantidade populacional. 4.2 Morte microbiana: A morte microbiana foi definida por Schimidt em 1954, como a falha do organismo em se multiplicar, ou seja, quando ele perde a capacidade de se reproduzir, barrando assim a cadeia de crescimento microbiano. Este é um conceito estatístico, pois a morte microbiana só pode ser identificada por meio do número de sobreviventes após exposição a agente microbicida. 4.3 Esporos bacterianos: Os esporos são estruturas formadas pela própria bactéria para se proteger quando são expostas em condições ambientais desfavoráveis para sua sobrevivência, ou seja, as bactérias se protegem e ficam em um estágio dormente até que o ambiente se torne novamente favorável, e quando isso ocorre, elas voltam a sua forma vegetativa, causando assim as infecções. Alguns gêneros têm essa capacidade de fazer o que chamamos de esporular, são eles, Bacillus sp. e Clostridium sp. 12 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 CONCEITOS BÁSICOS DE MICROBIOLOGIA 4.4 Endotoxinas: São um tipo de lipídio tóxico presente na parede celular das bactérias gram-negativas (exemplo: Salmonella sp., E. Coli.). Esse resíduo é liberado em pequenas partes pela bactéria como parte do seu metabolismo normal, porém quando ocorre a ruptura da parede celular é liberado em grande quantidade. Quando em contato com os seres humanos, as endotoxinas podem causar reações pirogênicas, febre e lise das células sanguíneas. O problema das endotoxinas é que nem todos os métodos de esterilização possuem capacidade para inativar, então a melhor forma de evitar é diminuindo a carga microbiana ao máximo dos PPS, realizar uma limpeza eficiente, controlar a qualidade da água de enxágue e manipular o material o mínimo possível. 4.5 Exotoxinas: São proteínas produzidas pelas bactérias gram positivas e gram negativas que matam ou alteram severamente a função da célula hospedeira. Causam no ser humano graves intoxicações. São exemplos: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococus aureaus. 13 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 CONCEITOS BÁSICOS DE MICROBIOLOGIA 4.6 Biofilme: O Biofilme é o nome para a matriz polimérica extracelular, que nada mais é do que uma película protetora para uma comunidade microbiana bem estruturada, essa película permite a adesão e sobrevivência dessa comunidade em superfícies. A comunidade microbiana protegida pelo Biofilme pode ser formada pelos mais diversos tipos de bactérias, fungos, protozoários e algas, dentro do biofilme estes microrganismos vivem em perfeita comunicação e se mantêm vigentes um pelo outro. Um bom exemplo de biofilme é o limo encontrado em superfícies molhadas, ou até mesmo a placa bacteriana da nossa boca. No entanto, biofilmes formados por determinadas bactérias como Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Pseudomonas aeruginosa são altamente perigosos para a saúde. O maior desafio do CME frente ao Biofilme é não permitir sua aderência nos PPS. Muitas das vezes quando já aderido sua remoção é extremamente difícil. • Os métodos de limpeza físicos como, ultrassom, limpeza mecânica e principalmente a fricção é efetivo se realizado adequadamente. • Os métodos químicos não são efetivos contra o biofilme, uma vez que a matriz extracelular é resistente aos biocidas. 14 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 CONCEITOS BÁSICOS DE MICROBIOLOGIA A medida mais eficiente contra a formação de biofilme no material cirúrgico é a limpeza efetiva o mais rápido possível, ou quando não possível, manter o material úmido com auxílio de água ou produtos de pré-limpeza. 4.7 Príons: A proteína priônica está presente em tecidos do sistema nervoso central de seres humanos e animais infectados. Os príons são considerados os causadores de doenças degenerativas do sistema nervoso, a mais conhecida é a doença de Creutzfeldt-Jakob, popularmente a doença da vaca louca, que causa uma rápida deterioração mental, e dentro de alguns meses o infectado pode entrar em coma. São tecidos de alto risco para transmissão de príons: tecidos do sistema nervoso central, dura-máter, cérebro, medula espinhal, o tecido pituitário (hipófise), a retina e o nervo óptico. A resistência da proteína priônica a diversos tipos de germicidas químicos e ao calor é uma certeza. Atualmente para materiais utilizados em pacientes com suspeita/confirmação de príons temos um protocolo estabelecido e específico para a limpeza e esterilização deste material. 15 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 TRANSPORTE DE PRODUTOS PARA SAÚDE PROCESSADOS 5.1 Transporte para unidades externas Os serviços que realizam o processamento de PPS em locais que necessitam de transporte devem estar preparados adequadamente para realizá-lo. O transporte de todos os produtos para saúde passíveis de processamento deve ser realizado em recipientes fechados com condições que garantam a identificação e integridade da embalagem. Os recipientes devem ser identificados e separados somente para este fim e separados de acordo com o tipo de material, ou seja, material contaminado e para material estéril. Devem ser lisos, rígidos e com sistema de fechamento estanque. Os recipientes devem estar identificados com o nome da empresa processadora ou do CME de funcionamento centralizado, o nome do serviço a que se destina e conter uma lista anexa com a relação de produtos processados. Em relação aos veículos de transporte, estes devem ser de uso exclusivo para este fim. Nos casos em que o veículo de transporte for o mesmo para PPS contaminados e estéreis, a área de carga do veículo deve ser fisicamente dividida em ambientes distintos com acessos independentes e devidamente identificados. 16 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 TRANSPORTE DE PRODUTOS PARA SAÚDE PROCESSADOS Deve-se estabelecer critérios e protocolos para a higienização dos veículos de transporte. O trabalhador responsável pelo transporte deve receber treinamento quanto à higienização das mãos e uso de equipamento de proteção individual adequado. 5.2 Transportepara unidades internas O transporte entre unidades do mesmo serviço (internas), é mais simples. Os materiais devem também ser transportados em recipientes fechados, separados e identificados. Cada unidade que utilize os serviços do CME dentro da instituição deve ter um recipiente para os materiais contaminados e outro para os materiais estéreis. Ou seja, nada de transportar material contaminado em saquinhos transparentes pelos elevadores. E muito menos material estéril embaixo do braço. Cabe ao enfermeiro do CME orientar e supervisionar o transporte destes materiais com segurança pelos colaboradores de cada unidade consumidora. 17 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO 6.1 Testes de limpeza Monitores de limpeza: Os testes monitores de limpeza são os desafios para verificação da eficácia de limpeza das lavadoras termo desinfectoras e ultrassônicas. O teste é feito de uma lâmina de inox impregnada com uma substância que simula sujidade (proteína bovina purificada e padronizada). Como desafio para a limpeza o teste deve ser sobreposto por uma placa acrílica ou colocado em caixas aramadas que mantenham espaçamento similar aos instrumentais de difícil limpeza. Assim simula situações de criticidade normalmente encontradas na limpeza automatizada. Ao final do ciclo de limpeza, se o equipamento e todas as variáveis estiverem de acordo, é esperado que a lâmina de inox saia totalmente limpa. A periodicidade de realização do teste cabe ao protocolo de cada instituição, sendo necessário sua realização ao menos uma vez por semana, a fim de garantir a segurança do processo de limpeza. 18 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO Sono Check: O Sono Check é um teste de eficiência das ondas de ultrassom geradas nas lavadoras ultrassônicas, utilizado para monitoramento e qualificação do processo de limpeza. É um teste que monitora o nível de energia ultrassônica gerada durante a limpeza dos instrumentais cirúrgicos, ou seja, se o ultrassom não estiver funcionando adequadamente a limpeza não está sendo efetiva. Assim como nos testes monitores de limpeza, a periodicidade de realização do teste cabe ao protocolo de cada instituição, sendo necessário sua realização ao menos uma vez ao mês, a fim de garantir a segurança do processo de limpeza. Como realizar a leitura: O teste inicialmente é verde e após o processo de limpeza na lavadora ultrassônica deve a haver a mudança de coloração para amarelo. 19 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO 20 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Onde posicionar: Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO 6.2 Teste de proteína (ATP) Teste rápido para detecção de proteínas, capaz de detectar pequenas quantidades de resíduos de proteína. O teste é realizado para avaliação de limpeza manual ou automatizada e pode ser utilizado em instrumentais cirúrgicos, superfícies, lúmens e endoscópios. A coleta do material é realizada com um swab umedecido em água destilada. A leitura pode ser por meio de mudança de coloração (imediata ou por incubação a depender do fabricante) ou por leitura de luz. A realização do teste de ATP auxilia na medição da carga microbiana (bioburden) presente no instrumental, mesmo após a limpeza. 21 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO 6.3 Teste de selagem O teste de validação da seladora assegura que o processo de selagem da embalagem está adequado e tem condições de manter o material estéril inalterado até seu uso. A importância do teste de validação da seladora é descrita na norma iso 11607 que dispõe sobre embalagem final para produtos para saúde esterilizado. É um teste simples, porém de muita importância, pois quando o papel grau cirúrgico ou tyvek não está bem selado, indica que o material pode estar contaminado, mesmo após esterilização. Como é feito? Utilizamos a folha indicada (quadriculada milimétrica) padrão para o teste de validação da selagem. 22 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO Colocamos a folha dentro do papel grau cirúrgico ou tyvek com a estampa quadriculada para o plástico e selamos exatamente em cima do quadriculado, assim conseguimos observar se há falhas na selagem. 23 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Avaliamos se ocorrem falhas na selagem, pois a folha quadriculada nos permite observar a formação de bolhas de ar. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO Caso a selagem apresente inconsistência visível no teste, acione imediatamente a manutenção e não utilize o equipamento até que o teste saia íntegro. Lembre-se de registrar o teste com data, localização e numeração da seladora, se foi aprovado ou reprovado e assinatura de quem realizou. A RDC nº15/2012 nos diz que: o responsável pelo CME deve estabelecer as regras para o controle dos eventos que possam comprometer a integridade e selagem da embalagem dos produtos para saúde. 24 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO 6.4 Indicadores de esterilização Físicos Consiste na observação e registro dos dados colhidos nos mostradores dos equipamentos, como a leitura da temperatura, da pressão e do tempo em todos os ciclos de esterilização. Fita de Impressão 25 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Na fita de impressão da esterilizadora podemos observar: - Dados do ciclo (data, hora de início, hora de término, tipo de ciclo, dentre outros dados programáveis de acordo com o fabricante e instituição). - Pré Vácuo - Aquecimento e Uniformização (algumas autoclaves tem, outras não, não é um item obrigatório) - Esterilização -Descarga e Resfriamento (algumas autoclaves tem, outras não, não é um item obrigatório) - Secagem Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO 6.5 Indicadores de esterilização Químicos Os Indicadores Químicos monitoram o processo de esterilização quimicamente, a tecnologia empregada neste tipo de indicador faz com que ocorra uma reação entre o meio de esterilização e o indicador, identificando o processo como aprovado apenas se ocorrer o meio ideal para esta reação. Os indicadores químicos são divididos em tipos, sendo eles: Tipo 01: Indicador de Processo: Fita Zebrada: são tiras impregnadas com tinta termo químicas que mudam de cor quando exposto a temperatura alta. Autoclave: 26 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Peróxido de Hidrogênio: Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO Tipo 02: Teste de Bowie & Dick Testa a eficácia do sistema de vácuo da autoclave, a bomba de vácuo. É um teste do sistema de remoção de ar da autoclave, sensível e rápido de detecção de fugas, remoção inadequada ou penetração inadequada de ar. Extremamente necessário, pois a remoção inadequada ou insuficiente de ar da câmara da autoclave, prejudica a esterilização. A realização deve ser diária sempre no 1º ciclo do dia, vazio e em programação específica. 27 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO Tipo 03: Indicador Único de Parâmetro Monitora temperatura. Ele avalia um único parâmetrocrítico da fase de esterilização que é a temperatura, ou seja, verifica se o material atingiu a temperatura determinada para a esterilização. Não é muito utilizado, pois a avaliação de um único parâmetro não é tão segura. 28 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Tipo 4: Indicador Multiparametro Monitora temperatura e tempo. Avalia a presença de dois fatores críticos no processo de esterilização (temperatura e tempo de exposição), porém para temperaturas definidas na sua fabricação. Muito utilizado para esterilizadoras à peróxido de hidrogênio. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO 29 Tipo 5: Indicadores Integradores Monitora temperatura, tempo e qualidade do vapor. Integra os parâmetros de vapor, temperatura e tempo de exposição. Seus resultados são comparados à inativação de bactérias do indicador biológico. Utilizados em autoclaves gravitacionais ou a vácuo. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Tipo 6: Indicadores Emuladores Monitoram tempo, temperatura e qualidade do vapor. Fabricado para ciclos com parâmetros específicos. Não reagem até completarem 95% do ciclo, portanto oferecem uma margem de segurança muito maior. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO 6.6 Indicadores de esterilização Biológicos Os Indicadores Biológicos são bactérias multirresistentes impregnadas em tiras de papel, que posteriormente à esterilização, efetua-se o contato da tira com o meio de cultura e a incubação por temperatura. Caso não ocorra o desenvolvimento do esporo, o processo de esterilização foi eficaz no ponto de vista de eliminação de microrganismos e podemos dizer que este teste teve seu resultado negativo. Primeira geração: Tiras com esporos São tiras de papel impregnado com esporos contido em uma embalagem de envelope. Após a exposição ao processo de esterilização o envelope deve ser encaminhado a um laboratório de microbiologia para sua leitura, que ocorre após 7 dias (168 horas). 30 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO Autocontidos: Neste modelo de indicador biológico temos um suporte impregnado com os esporos acondicionado no fundo de um frasco separado do meio cultura contido numa ampola de vidro. Após a esterilização a ampola é quebrada e o meio de cultura entra em contato com os esporos. A leitura é feita no CME com a incubação da ampola em uma incubadora com temperatura de 37 ou 56°C. 31 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 MONITORAMENTO DO PROCESSO Segunda geração: Autocontido Tempo de incubação: de 24 a 48 horas. O resultado é visualizado por mudança de coloração. 32 Terceira geração: Autocontido No de terceira geração é utilizado o método de detecção através de uma enzima (alfa-D-glicosidase), que está associada ao crescimento do esporo bacteriano, permitindo uma leitura mais rápida deste indicador. Tempo de incubação: 15 minutos (mais rápidos encontrados no mercado) a 3 horas. O resultado é visualizado por meio da incidência de luz ultravioleta, tendo o resultado positivo e negativo apontado no leitor da incubadora. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA 7.1 Pré-Limpeza: A pré limpeza dos materiais consiste em aplicar jatos de água para remoção da sujidade grosseira e manter o material úmido até o momento de realizar a limpeza. Para manter o material úmido podemos deixa-lo imerso em água, o que requer espaço para containers ou aplicar produtos umectantes disponíveis no mercado. A umectação não é uma etapa obrigatória no processo de limpeza, mas tem se mostrado muito vantajosa, para evitar o ressecamento de matéria orgânica e inorgânica no material, evitando a formação de biofilme, além de facilitar a remoção da sujidade no momento da limpeza, pois o material não estará com a sujidade incrustada. A forma correta de aplicar a solução de pré limpeza é: - abrir todas as articulações das pinças - dispor as pinças em cesto ou dentro da própria caixa de maneira que o produto alcance todas as superfícies - aplicar a solução umectante em jatos (spray) sob todo o material - manter a solução no material até o momento da limpeza - antes de realizar a limpeza remover o excesso de solução umectante com jatos de água. Manter o material úmido até o momento da limpeza além de auxiliar na remoção da sujidade, diminui as chances do desenvolvimento de biofilme sobre a superfície. 33 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA 7.2 Limpeza A limpeza de produtos para saúde (PPS) é a etapa mais importante do processamento. É nesta etapa que transformamos o material sujo e contaminado, um material passível de manuseio, preparo e desinfecção ou esterilização. A RDC nº15/2012 define limpeza como: “remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas e redução da carga microbiana presente nos produtos para saúde, utilizando água, detergentes, produtos e acessórios de limpeza, por meio de ação mecânica (manual ou automatizada), atuando em superfícies internas (lúmens) e externas, de forma a tornar o produto seguro para manuseio e preparado para desinfecção ou esterilização.” A limpeza que realizamos no CME está baseada no ciclo de Sinner, que é uma fórmula simples e ilustrativa do modelo que qualquer ação de limpeza deve seguir. Os fatores são: temperatura, ação química (produtos utilizados), tempo de ação (tempo que deixo o material imerso e exposto a produtos) e ação mecânica (seja ela manual ou automatizada). 34 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA Esses fatores podem ser combinados de maneiras diferentes, de acordo com a superfície, o tipo de sujidade e as ferramentas disponíveis. Exemplo: se tenho água em alta temperatura, posso utilizar menos produto químico, ou se tenho um produto químico de alta dosagem posso deixar menos tempo. E assim os fatores vão se encaixando de acordo com as condições e o ciclo permanece. Lembre-se sempre, se o material não está adequadamente limpo, mesmo que tenha passado por esterilização, ainda estará sujo. Não existe sujeira estéril! 7.3 Detergentes Os detergentes são produtos destinados a limpeza dos materiais por meio da diminuição da tensão superficial facilitando a remoção da sujidade. O uso do detergente não substitui a ação mecânica por fricção seja manual ou automatizada, sendo um processo o complemento do outro e assim a ação total da limpeza. O enxague deve ser sempre abundante garantindo a remoção completa do detergente, pois resíduos podem causar reações adversas no paciente. No mercado encontramos 3 tipos de detergentes: enzimático, alcalino e neutro. - Enzimático: Os detergentes enzimáticos levam esse nome justamente por que possuem enzimas que facilitam a dissolução da matéria orgânica. As enzimas agem como catalizadoras, elas têm o poder de acelerar reações químicas. Na composição do detergente enzimático possuem minimamente 3 enzimas: - Lipase: ação na quebra de gorduras - Amilase: ação na quebra de carboidratos - Protease: ação na quebra de proteínas 35 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA 36 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO O uso do detergente enzimático deve seguir as orientações do fabricante quanto a diluição e temperatura da água, para atingir a ação ideal do produto. Geralmente é necessário a temperatura da água entre 40°C e 55°C. A troca do detergente enzimático é indicada a cada uso, pois a matéria orgânica presente nomaterial vai saturando a solução e diminui a sua eficácia. - Alcalino: Os detergentes alcalinos possuem um pH alto (entre 9 e 14) que facilita a remoção de proteínas e gorduras, além de auxiliar na remoção de manchas nos instrumentais e renovação do seu brilho do aço natural, entretanto o poder corrosivo também é maior. O seu uso requer uma temperatura de água mais elevada para ação ideal que pode ser de 60°C a 70°C por isso a utilização deste tipo de detergente costuma ser em limpeza automatizada em lavadoras termodesinfectadoras e ultrassônicas. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO - Neutro: Os detergentes neutros próprios para limpeza de produtos para saúde, podem ser utilizados para limpeza de materiais com pouca quantidade de sujidade e matéria orgânica, são fabricados com o pH próximo de 7 um equilíbrio entre acidez e alcalinidade. É vantajoso pois agride menos a superfície do material, porém o seu poder de limpeza é menor quando comparado a um detergente enzimático ou alcalino. Importante: o uso de detergentes domésticos é expressamente proibido para utilização em CME devido a quantidade de espuma gerada na limpeza e a dificuldade de remoção do produto, o excesso de detergente no material pode causar reações adversas no paciente. 37 Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA 7.4 Desincrustantes Desincrustantes ou antiferruginosos são detergentes utilizados para limpeza de oxidações (ferrugem) em instrumentais cirúrgicos, odontológicos e materiais fabricados em aço inox, alumínio e vidro. São utilizados de forma preventiva para conservar o material por mais tempo, preservando as articulações e mecanismos de engate de oxidação eliminando placas minerais ali impregnadas. Alguns podem ser usados também na limpeza das câmaras de lavadoras termodesinfectadoras, ultrassônicas e autoclaves, realizando a remoção de manchas das paredes internas do equipamento, causadas pela ação de minerais presentes na água ou vapor. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 7.5 Lubrificantes São emulsões lubrificante não oleosas, hidrossolúvel (dissolve em água) e permeável ao vapor. Sua aplicação no instrumental forma uma camada protetora que age na prevenção da corrosão e de travamentos das articulações dos instrumentais cirúrgicos que serão esterilizados por método a vapor. Existem no mercado dois tipos de lubrificantes: 38 Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA Concentrados: para lubrificação em lavadora automatizada, ao término de cada processo de limpeza a própria lavadora expõe o material ao lubrificante. 39 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Pronto Uso: utilizado por pulverização direta no material. No caso do lubrificante pronto uso a utilização indicada é: - agite antes de usar - aplique o produto (um spray é o suficiente) sobre as articulações do instrumental - movimente as articulações no sentido abre e fecha por 2 vezes, para que o produto espalhe - não é necessário enxaguar, após a lubrificação prepare o material para esterilização. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA 7.6 Limpeza Manual Realizada através de ação mecânica manualmente em pia apropriada, com água, detergentes e auxilio de instrumentos de limpeza (escovas de tamanhos e cerdas variados e de acordo com cada material, pistolas de pressão de água corrente e ar comprimido). Deve-se lavar os materiais peça por peça, realizando fricção respeitando a direção das ranhuras com a utilização de esponjas e escovas fabricadas com materiais não abrasivos, ou seja, materiais que não desgaste o instrumental, por exemplo: a famosa esponja scotch brite não é indicada para limpeza no CME pois o lado “verde” é abrasivo. Para instrumentais com lúmen a limpeza manual deve preceder a automatizada, e deve ser realizada com escovas específicas com comprimento e diâmetro adequado. 40 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA 41 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 7.7 Limpeza Automatizada Ação mecânica realizada por máquinas lavadoras, com ciclos programados de acordo com o material a ser lavado, neste processo é utilizado água e detergente, em alguns equipamentos temos opção de utilizar também lubrificante durante o ciclo. Os equipamentos mais comuns nos CME’s são as lavadoras ultrassônicas e termodesinfectoras, lavadoras de endoscópios, lavadoras de descarga (utilizadas para limpeza de comadres e papagaios) e jatos de alta pressão com capela de fluxo laminar. Lavadora Ultrassônica Lavadora Termodesinfectadora Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA 7.8 Lavadora Ultrassônica A lavadora ultrassônica é um equipamento que faz a automatização da limpeza através do processo de ultrassom “vibração”. Muito utilizada para limpeza de instrumentais que possuem lúmens, delicados (oftalmologia, odontologia, micro cirurgia) e principalmente instrumentais que não conseguimos acessar com a limpeza manual. Como é feita a limpeza? A energia elétrica é transformada em energia mecânica, essa transformação gera na água um fenômeno chamado de cavitação. A cavitação é a formação de milhões de minúsculas bolhas que explodem e com isso carregam a sujidade para “fora”, removendo sujidades de locais inacessíveis manualmente. Para materiais com lúmen inferior a 5 milímetros ou que possuem espaços inacessíveis manualmente é obrigatória a limpeza manual associada a limpeza automatizada em lavadora ultrassônica com conector para canulados e que utilize tecnologia de fluxo intermitente. Como citado na RDC nº15/2012, Artigo 4. 7.9 Lavadora Termodesinfectadora A lavadora termodesinfectadora é um equipamento que faz a automatização da limpeza juntamente com o processo de desinfecção física de alto nível. Alguns modelos realizam no fim do processo também a secagem do material. As lavadoras termodesinfectoras podem possuir uma ou duas portas para a entrada e retirada dos materiais, quando possuem porta de carregamento e porta de retirada chamamos de lavadoras de barreira. Como é feita a limpeza? 42 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA Através de jatos de água e detergente em alta temperatura. Na fase de limpeza a temperatura da água varia de 40°C a 60°C. Como é feita a termo desinfecção? Através de jatos de água em alta temperatura. A temperatura para a realização da termo desinfecção eficiente deve atingir de 85°C a 100°C. Como funciona o ciclo desta lavadora? Vamos dividir por fases: 1ª fase pré limpeza: com jatos de água fria - a água é desprezada 2ª fase limpeza: com jatos de detergente diluído em água (a diluição irá depender do fabricante do detergente, pode variar) e temperatura da água de 40°C a 60°C. - a água é desprezada 3ª fase enxague: aplicação de jatos de água de 40°C a 60°C. - a água é desprezada 4ª fase termo desinfecção: aplicação de jatos de água em temperatura de 85°C a 100°C. - a água é desprezada 5ª fase secagem: jatos de ar comprimido emitidos pela própria lavadora para secagem do material. Esta é uma fase que algumas máquinas (mais antigas) não possuem ou não estão programadas. As lavadoras termodesinfectoras são uma ótima opção para otimização do tempo de limpeza de grandes volumes de materiais seja instrumental ou inalatório. No caso de material inalatório deve-se utilizar o rack específico e realizar as conexões adequadamente, para que traqueias e copos sejam alcançados pela água em alta temperatura uniformemente. 43 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 LIMPEZA7.10 Materiais Complexos (PPS de Conformação Complexa) São materiais complexos segundo a RDC nº15/2012 aqueles de conformação complexa que possuem lúmen inferior a cinco milímetros ou com fundo cego, espaços internos inacessíveis para a fricção direta, reentrâncias ou válvulas. Exemplos: Materiais de vídeo cirurgia, pinças robóticas, pinças kerrinson, cânulas de lipoaspiração, ponteiras de aspiração. Devemos ter um cuidado especifico na limpeza deste tipo de material: - desmontar todas as estruturas possíveis - realizar a limpeza manual com escovação - realizar a limpeza automatizada em lavadora ultrassônica, lembrando sempre de conectar as estruturas tubulares nas conexões da lavadora, para que o processo seja feito corretamente. 44 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 DESINFECÇÃO A desinfecção é o processo de eliminação ou remoção de todos os microrganismos na forma vegetativa, independentemente de serem patogênicos ou não, que estejam presentes em produtos para saúde e superfícies inanimadas. Indicada para os produtos semicriticos que entram em contato com membranas mucosas colonizadas ou pele não integra. É dívida em 3 níveis estabelecidos de acordo com o tipo de material e sua utilização (Classificação de Spaulding). 8.1 Níveis Alto Nível: processo físico ou químico que destrói a maioria dos microrganismos de artigos semicríticos, inclusive micobactérias e fungos, exceto um número elevado de esporos bacterianos. Nível Intermediário: processo físico ou químico que destrói microrganismos patogênicos na forma vegetativa, micobactérias, a maioria dos vírus e fungos. Baixo Nível: destruição de bactérias vegetativas e alguns vírus e fungos. 8.2 Termo Desinfecção Como já vimos a realização da desinfecção de alto nível (inativa bactérias vegetativas, vírus, fungos e micobactérias) através das lavadoras termo desinfectoras, o processo é realizado com água e alta temperatura, sendo assim não deixa resíduo no material, e é totalmente atóxico para o paciente e ao meio ambiente. 45 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 DESINFECÇÃO 8.3 Desinfecção Química A desinfecção química sempre será a segunda opção devido sua complexidade na elaboração do processo e aos riscos que fornecem ao paciente e ao colaborador. Devendo sempre ficar restrita a produtos para saúde que sejam termos sensíveis (não suportem a temperatura da termo desinfecção). Como realizar a desinfecção química manual: - Dispor o produto em um recipiente limpo, seco e com tampa. *respeitar sempre a diluição indicada pelo fabricante* - Após a etapa de limpeza, já com o material limpo e seco - Imergir o material completamente, e caso tenha lumens, preencher os canais - Manter o material imerso exatamente pelo tempo de indicação do fabricante - Enxaguar em abundancia, para não ficar resíduos de produto no material. - Secar e embalar Para a desinfecção dos aparelhos endoscópicos existem lavadoras reprocessadoras que realizam a limpeza e desinfecção química de forma automatizada, minimizando a exposição dos colaboradores ao produto químico. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 46 Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 DESINFECÇÃO 8.4.1 Desinfetantes de Alto Nível Glutaraldeído 2%: utilizado para desinfecção de endoscópios, mas não permitido para materiais ventilatórios. Ortoftalteido: utilizado para desinfecção de endoscópios, mas não permitido para materiais ventilatórios. Ácido Peracético: compatível com materiais ventilatórios, porém apresenta poder corrosivo ao material. Peróxido de Hidrogênio: no Brasil é mais utilizado na desinfecção de linhas e capilares de hemodiálise, nos demais serviços não é comum. Amina terciária + Quartenário de amônia: muito pouco utilizado devido a poucas referencias de literatura segura para uso. Glucoprotamina: muito pouco utilizado devido a poucas referencias de literatura segura para uso. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 8.4 Produtos Desinfetantes Os produtos desinfetantes utilizados da desinfecção química devem ser escolhidos de acordo com o nível de desinfecção que deseja alcançar para cada tipo de material, além de atender a algumas características como: ação rápida, menor toxicidade, facilidade de uso e baixo odor. 47 Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 DESINFECÇÃO 8.4.2 Desinfetantes de Nível Intermediário Compostos Clorados: muito utilizados em assistência ventilatória nas unidades básicas de saúde, devido ao baixo custo. Álcool (etílico e isopropílico): muito utilizado devido a baixo custo, ação rápida e baixa toxicidade, porém resseca plásticos. 48 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 8.4.3 Desinfetantes de Baixo Nível: Quaternário de Amônia: muito utilizado para desinfecção de superfícies fixas (mesas, bancadas) e equipamentos, por apresentar baixo poder de corrosão. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 DESINFECÇÃO 8.5 Cadeia de Morte Microbiana 49 PRÍONSMAIOR RESISTÊNCIA ESTERILIZAÇÃO 134ºC 18 MINUTOS ESPOROS BACTERIANOS MICOBACTERIA VÍRUS NÃO LIPÍDICOS FUNGOS BACTERIAS VEGETATIVAS VÍRUS LIPÍDICOSMENOR RESISTÊNCIA ESTERILIZAÇÃO 134ºC 3 MINUTOS DESINFECÇÃO ALTO NÍVEL DESINFECÇÃO NÍVEL INTERMEDIÁRIO DESINFECÇÃO BAIXO NÍVEL CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 9.1 Área de preparo O preparo é a área do CME destinada ao recebimento de material limpo, separação, inspeção, montagem e embalagem. A RDC nº15/2012 nos diz sobre a área de preparo no artigo 53. As bancadas devem ser separadas entre o preparo de materiais para esterilização e materiais inalatórios desinfectados e as estações de trabalho devem ser dispostas com: - bancada e cadeira ergonômica com ajuste de altura - lupa com lentes de aumento de no mínimo 8x em cada bancada, pistola de ar comprimido medicinal, gás inerte ou ar filtrado - secadora de produtos para saúde deve estar em local de fácil acesso e comportar a demanda de materiais a serem produzidos no setor. - bancadas para embalagem das caixas e materiais avulsos. - equipamento para transporte com rodízio, como carrinhos e mesas auxiliares. O preparo de material é composto pelas etapas de inspeção da limpeza e funcionalidade do material. Os produtos para saúde devem estar devidamente limpos e secos e após inspecionados detalhadamente, podem seguir para o processo de esterilização ou desinfecção. 50 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 51 9.2 Inspeção e Funcionalidade A inspeção visual tem como objetivo identificar sujidade residual e possíveis falhas mecânicas no instrumental. A inspeção deve ser realizada na estação de trabalho que necessita ser de material passível de desinfecção com álcool 70% ou algum outro produto (padronizado na instituição), podendo ser utilizado para forrar: campo de tecido de cor clara, tecido absorvível ou até mesmo o próprio SMS, deve também dispor de uma boa iluminação e lentes intensificadoras de no mínimo 8 vezes de aumento. Os instrumentais devem ser cautelosamente observados em suas reentrâncias, cremalheiras e articulações, caso seja passível de desmontar é indicado a inspeção com o instrumental desmontado. O material que apresentar sujidade deve retornar para a área de limpeza, e em caso de ser um instrumental na caixa cirúrgica, deve-se retornar para limpeza toda a caixa e não somente o material especifico, pois se há sujidade aparente nesta “pinça” em especifico haverá também sujidade nas demais, mesmo que não aparente a olho nu. A funcionalidade deve ser testada todas as vezes ao preparar o instrumental. Osmateriais que não passarem no teste de funcionalidade devem ser imediatamente retirados de circulação e encaminhados para conserto ou descarte, pois apresentam risco durante o ato cirúrgico. Uma pinça com fissura ao ser forçada pode apresentar quebra dentro da cavidade, por exemplo, e se não for identificado no ato, esse pedaço fica dentro do paciente. "DANO GRAVÍSSIMO" CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 52 - Sujidades: orgânicas (sangue, secreções) e inorgânicas (cola, azul de metileno, iodopolvidona, etc.) - Pinças em geral: trincas, fissuras, deformações, superfícies e articulações se presença de manchas e pontos de corrosão. - Tesouras: testar o corte, não deve enganchar e nem desfiar o teste, o material deve ser cortado uniformemente e suavemente (existe no mercado papéis e testes de gramatura especifica para corte, porém é de alto custo e não é a realidade de muitas instituições, quando não temos estes disponíveis testamos com gaze ou luva de procedimento). - Porta Agulha: checar pontas e wídeas se integras, o fechamento deve ser sem esforço, as pontas devem estar paralelas sem deixar frestas quando visualizado contra a luz. 9.3 Montagem de caixa cirúrgica O acondicionamento dos instrumentais na caixa cirúrgica deve ser realizado organizado e posicionados de forma a garantir que o agente esterilizante entre em contato com todas as superfícies. - Materiais côncavos (exemplo: cúpula e cuba rim) devem ser posicionados com a abertura para baixo. - Pinças devem ser agrupadas por similaridade (exemplo: pinças de apreensão, clamps, etc.) e presas idealmente por grampos próprios para isso, caso não seja sua realidade, utilize fitas de sms cortado (nunca prenda as pinças com o backhaus pois danifica as pontas). - Instrumentais compostos por mais de uma parte ou com peças deslizantes/removíveis (exemplo: afastadores) devem ser preferencialmente esterilizados desmontados. - Instrumentais com lúmen (exemplo pinças de vídeo) deve-se remover o fio interno ou estilete e manter sempre torneiras e válvulas abertas. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 53 - Instrumentais pontiagudos devem ter suas pontas protegidas (pense no dano ao instrumental que tem aponta delicada e também a pessoa que irá manipular tem o risco de ser perfurar), essa proteção deve ser feita com protetor permeável ao agente esterilizante (existem protetores específicos no mercado, porém se não for sua realidade utilize grau cirúrgico, mas nada em excesso). Os materiais pesados devem ser posicionados no fundo da caixa cuidadosamente para não danificar os mais delicados. As caixas cirúrgicas não devem conter grande quantidade de material agrupado, pois isso prejudica a esterilização, então se observar que a caixa está cheia de mais, sinalize e faça a troca por uma caixa maior, ou se for o caso, a divisão do material em mais de uma caixa. 9.4 Sistema de Barreira Estéril - Embalagens O sistema de barreira estéril compreende-se na embalagem realizada com o intuito de minimizar a entrada de microrganismos, garantindo a manutenção da esterilização do material, e permitindo a apresentação asséptica do conteúdo interno esterilizado até o seu uso. Embalagem Primária: única camada de embalagem, mais utilizada em materiais leves que não apresentam risco de perfuração ou rasgos a embalagem. Embalagem Secundária: é a utilização de dupla embalagem para materiais pesados ou pontiagudos que apresentem o risco de dano a embalagem. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 54 Para escolher o sistema de embalagem que será utilizado devemos nos atentar em seguir alguns pontos importantes, toda embalagem deve: - permitir penetração e remoção adequados do agente esterilizante - prover barreira microbiana - resistir a rasgos e perfurações - proporcionar abertura asséptica sem rasgar - ter baixa memória (quando dobrada não pode voltar) - ser de fácil obtenção no mercado (manter sempre o padrão) - ser apropriada ao método de esterilização - atender às normas vigentes - ter um custo-benefício e baixo impacto ambiental O sistema de embalagem estéril funciona da seguinte forma: EMBALAGEM P R O D U T O AR AGENTE ESTERILIZANTE MICRORGANISMOS X CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 1- 2- 3- Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 1- A embalagem permite a saída do ar. 2- Ocorre a entrada e saída do agente esterilizante. 3- Após a esterilização o filtro bacteriano é fechado (no caso do tecido de algodão as fibras são fechadas com o calor). Impedindo a entrada de microrganismos e garantindo a manutenção da esterilidade do produto. Existem no mercado diversos tipos de embalagem para instrumentais, aqui apresentarei somente as permitidas para utilização no CME segundo a RDC nº15/2012. Tecido de Algodão: A embalagem de algodão duplo é muito utilizada no Brasil pois apresenta um custo-benefício favorável, boa resistência e baixa memória. Porém na visão da gestão dessa embalagem os contras ainda são maiores que os prós, o material deve ser produzido em normativa especifica (não é qualquer tecido), não pode apresentar rasgos, remendos em costuras ou desbote (pois comprometem a manutenção da esterilização, o reuso deve ser controlado (máximo de reuso 65 vezes) e esta é uma tarefa quase impossível de controlar. 55 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO Container Rígido: O container rígido é reutilizável e dispensa o uso de embalagem externa, ótimo para a sustentabilidade, além de garantir a manutenção da esterilidade do material durante o transporte e armazenamento. Existem modelos diferentes, os containers podem ser de aço inox, plástico termo resistente ou alumínio e estão disponíveis em diversos tamanhos. A penetração do agente esterilizante acontece de acordo com o projeto de cada container, a entrada e saída do agente esterilizante se dá por meio de perfurações na margem superior e/ou na tampa, já a manutenção da esterilidade ocorre por filtro: - filtro especifico descartável: trocado a cada esterilização. - filtro especifico reutilizável: pode ser utilizado até 1200 vezes de acordo com a indicação do fabricante. - válvulas reutilizáveis: são válvulas presentes na própria estrutura do container que abrem e fecham de acordo com as fases do ciclo de esterilização. Há sistemas que utilizam filtro + válvula. Sua maior desvantagem é o alto custo de aquisição. 56 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 57 Papel Grau Cirúrgico: O papel grau cirúrgico é muito utilizado para embalagem de materiais unitários ou em pouca quantidade e leves, em forma de pacotes. É composto por uma face em papel grau cirúrgico com barreira microbiana e outra face de filme transparente. Possui um sistema que permite a abertura sem rasgos, com mínima liberação de fibras garantindo a técnica asséptica e com pouca chance de contaminação do material durante a abertura. Sua maior vantagem é a permissão da visualização do produto interno (o que não ocorre nos outros tipos de embalagem), além do baixo custo. O papel grau cirúrgico contem em sua própria embalagem já impregnado, o indicador químico tipo 1, permitindo a visualização da passagem pelo processo de esterilização. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 58 Papel Crepado: O papel crepado é composto por uma superfície encrespada em dois sentidos que permite seu estriamento e adaptação para embalagem, lembra muito o papel crepom,porém com maior resistência e possui barreira microbiana. Sua maior vantagem é ser flexível de fácil manuseio e por ser biodegradável, porém não costuma ser muito utilizado devido sua alta memória que dificulta a abertura asséptica e sua baixa resistência a rasgos. Encontramos no mercado 3 tipos do papel crepado: - 1ª geração: 100% celulose. - 2ª geração: 100% celulose + fibras sintéticas. - 3ª geração: uma mistura de celulose com fibras sintéticas reforçadas externamente. O que diferencia as gerações é a maior resistência mecânica contra rasgos e perfurações. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 59 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Tyvek ® : O Tyvek é muito conhecido pela sua utilização no processo de esterilização por peróxido de hidrogênio (Sterrad ®), mas também é compatível com outros métodos. É fabricado em 100% de polietileno de alta densidade, ou seja, é feito de plástico (não é um papel por mais que pareça), é composto por uma face Tyvek com barreira microbiana e outra face de filme transparente o que permite a visualização do conteúdo interno, contem em sua própria embalagem já impregnado, o indicador químico tipo 1, permitindo a visualização da passagem pelo processo de esterilização. Suas maiores vantagens são resistência à fluidos e altíssima resistência a rasgos, porém é um material de alto custo e incompatível com altas temperaturas acima de 126°C. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO SMS (Tecido Não Tecido): O SMS é a embalagem mais utilizada para envolver caixas cirúrgicas. Fabricado em polipropileno (polímero plástico) é compatível com todos os métodos de esterilização, além de ser impermeável a água e fluídos, possui barreira microbiana e alta resistência mecânica contra rasgos. Ele possui 3 camadas de fibras que garantem a manutenção da esterilidade: 1- Spunbond: 1ª camada de resistência a rasgos e impermeável. 2- Meltblown: 2ª camada é a barreira microbiana. 3- Spunbond: 3ª camada de resistência a rasgos e impermeável. O SMS é composto por três camadas: Repele líquidos Barreira contra microorganismos (99-100%) Permeável ao agente esterilizante Spunbond (Polipropileno) Meltblown (Polipropileno) Spunbond (Polipropileno) 60 Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 61 Sistema de embalagens de acordo com o método de esterilização: EMBALAGEM VAPOR SOBPRESSÃO TECIDO DE ALGODÃO ÓXIDO DE ETILENO (ETO) PLASMA E VAPOR DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO VAPOR A BAIXA TEMPERATURA DE FORMALDEIDO CONTAINER RIGIDO PAPEL GRAU CIRÚRGICO PAPEL CREPADO TYVEK® SMS SIM SIM SIM SIM SIM *ATÉ 126ºC SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 9.5 Selagem correta A selagem adequada do papel grau cirúrgico e do Tyvek é um dos fatores que garantem a manutenção da esterilidade do material. As seladoras devem possuir regulagem de temperatura e controle de solda, para promover fechamento hermético da embalagem com garantia de integridade. Para que isso ocorra a selagem deve: - não possuir nenhuma abertura, vinco ou dobra. - em caso de dupla embalagem não pode haver selagem sobreposta. - o fechamento deve estar resistente, com ausência de fissuras ou bolhas na região selada. - sem sinais de derretimento do filme ou queima do papel. Cabe ao profissional que está realizando a selagem observar se a embalagem está adequada. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 62 É necessário que a distância entre a borda e a selagem seja de 1cm a 3cm para que haja a abertura na técnica correta e asséptica. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Respeite sempre o sentido correto para a abertura, indicado e sinalizado na embalagem como um seta ( a ponta da seta para baixo indica o final do pacote, sendo assim o lado correto para o espaço de abertura é o contrário) Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 63 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 9.6 Técnicas de embalagem pacote SMS A técnica de embalagem de caixas foi desenvolvida para garantir a abertura asséptica. A mais comum utilizada é por dobradura em envelope, que permite ao abrir a parte externa do pacote a embalagem cobre a mesa e pode ser utilizada como um campo estéril. Essa técnica pode ser aplicada para embalagens em campo de tecido, sms e papel crepado. Como segue o modelo: Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 PREPARO 9.7 Identificação do material Os materiais e produtos para saúde que passam pelo processo de esterilização/desinfecção devem ser identificados por meio de etiquetas. As etiquetas devem estar com as informações legíveis e fixados na embalagem do produto durante as etapas do processo de esterilização, armazenamento, transporte e distribuição até o momento do uso. A RDC nº15/2012 o rótulo da embalagem deve conter: - nome do produto - número do lote - data do processo (dia que foi feito) - data limite de uso (vencimento) - método utilizado (se foi esterilização a vapor, por peróxido de hidrogênio, desinfecção quimica, etc) - nome do responsável pelo preparo. Exemplo: 64 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 10.1 O que é a esterilização A esterilização é o processo de destruição de todas as formas de vida. Pode ser realizada por meio da utilização de agentes químicos, físicos ou um blend dos dois que chamamos de físico- químico. O propósito da esterilização é que probabilidade de sobrevivência do agente que pode contaminar um organismo seja menor que 1:1.000.000, ou seja, em 1 milhão temos 0.000.001 de vida, podendo então considerar o objeto estéril. 10.2 Tipos de esterilização utilizadas no CME Hoje a ANVISA proibiu o uso em CME hospitalar dos métodos de esterilização por imersão química e calor seco (estufas), então utilizamos como esterilização os meios: - Físico: Calor úmido (autoclave a vapor saturado sob pressão) A esterilização acontece devido ao processo do calor úmido provocar uma reação de desnaturação e coagulação das proteínas e fluidificação dos lipídeos, ocasionando na morte do microrganismo. É um método barato e o mais utilizado em nosso meio, porém não suporta materiais sensíveis a altas temperaturas. 65 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 66 - Físico-químico: Óxido de etileno (ETO) É um gás com alto poder de penetração no material, a esterilização por este método ocorre por meio da intoxicação do microrganismo, esse efeito tóxico impede a célula de metabolizar e se reproduzir, causando a morte do microrganismo. É um método barato, que utiliza baixa temperatura e muito utilizado para esterilização de materiais termo sensíveis, porém altamente tóxico, é necessário um processo rigoroso de dispersão do gás para que o material seja liberado para utilização, por isso impossível de ser realizado dentro do próprio CME. Vapor a baixa temperatura de formaldeído (VBTF) O formaldeído é utilizado para esterilização em sua forma gasosa, a esterilização ocorre pelo mecanismo de atuação que é a alquilação de proteínas que interfere com o metabolismo dos microrganismos, o mesmo mecanismo utilizado pelo gás de ETO. É um método barato, que utiliza baixa temperatura e muito utilizado para esterilização de materiais termo sensíveis, a dispersão do gás é realizada pelo próprio equipamento esterilizador de forma rápida e segura, podendo ser utilizado no CME, o equipamento é semelhante a uma autoclave a vapor. Vapor de peróxidode hidrogênio O peróxido de hidrogênio é utilizado para esterilização em sua forma liquida que ao entrar no processo do equipamento é transformado em vapor. A esterilização ocorre por meio da desestruturação da membrana celular dos microrganismos, ocasionando a morte. É um método caro de esterilização, porém muito utilizado devido ao seu tempo de processo rápido, existem ciclos de 24 minutos, além de ser indicado para materiais termos sensíveis. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 10.3 Autoclaves à vapor saturado sob pressão As autoclaves como conhecemos dentro do CME são equipamentos esterilizadores a base do vapor saturado sob pressão, esse método apresenta características mais vantajosas quando comparado com os outros: - é o método de esterilização mais antigo, portanto, é o mais conhecido, estudado e seguro. - atóxico para o paciente, colaborador e ao ambiente, pois não há resíduos químicos. - fácil manuseio e controle. - a monitorização é feita por registros físicos, indicadores biológicos e compatível com todos os indicadores químicos (tipo 1 a tipo 6). - compatível com a maioria dos materiais termo resistentes. - e é um método de baixo custo. A esterilização nas autoclaves ocorre devido a exposição do material por determinado tempo, temperatura e pressão, a norma ABNT NBR ISO 17665-2:2010 nos dá como parâmetro mínimo: 67 TEMPERATURA EM GRAUS CELSIUS TEMPO DE EXPOSIÇÃO EM MINUTOS 121 ºC 134 ºC 15 MIN. 03 MIN. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Para ciclo contendo material utilizado em tecido (paciente) suspeito ou portador confirmado da proteína priônica (príons), temos uma programação especial: Ciclo Príons: Temperatura: 134ºC Tempo de exposição em minutos: 18 minutos Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 68 Esses são os padrões mínimos estabelecidos, porém as instituições tem a liberdade de padronizar o tempo de acordo com a indicação do fabricante ou protocolo próprio, mas sempre respeitando a norma. Exemplo: algumas instituições utilizam 134°C em 5 minutos, essa é uma opção de segurança estabelecida pela instituição. Por isso ao iniciar o trabalho em CME sempre verifique o padrão do seu local de trabalho, pois pode variar. O ciclo da autoclave é dividido basicamente em 3 fases: 1ª fase = Pré Vácuo 2ª fase = Esterilização 3ª fase= Secagem CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 8 69 Pré Vácuo: o ar é removido totalmente da câmara através de pulsos de vácuo, e inicia-se o aquecimento. Esterilização: a temperatura é atingida e permanece pelo tempo determinado (121°C 15 min. ou 134°C 03 min.). Através da desnaturação e coagulação das proteínas dos microrganismos. Podemos observar como ocorre a morte microbiana através do gráfico o que chamamos de OVERKILL. Secagem: após a esterilização o material ainda se encontra molhado pela inserção do vapor, então inicia-se a secagem do material e a queda da temperatura ocorre gradativamente até o final do ciclo. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 1 2 3 4 5 6 7 9 10 11 12 KILL OVERKILL (Minutos) Indicador tipo 5 Indicador Biológico (L og -1 0) (Metade do ciclo) (Morte) (Sobre Morte) Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 10.3.1 Testes Diários A RDC nº15/2012 em suas seções XI e X nos dá as diretrizes para realização de testes e o monitoramento do processo de esterilização, além das exigências de testes a serem realizados diariamente para garantir a segurança do processo. Leak Test: diariamente no primeiro ciclo vazio e em programação específica. Algumas autoclaves permitem a realização do leak test, ele é um teste que identifica vazamentos de ar na câmara da autoclave, o que interfere na qualidade da esterilização. Quando disponível deve ser realizado no primeiro ciclo do dia, tem um progarma especifica com o próprio nome “leak test”, “teste de fuga” ou “teste taxa de fuga”, e a câmara da autoclave permanece vazia. Bowie & Dick: diariamente no primeiro ciclo vazio e em programação específica (se a autoclave que você trabalha tiver a opção do leak test então o B&D será seu segundo ciclo). O Bowie & Dick verifica a presença de bolhas de ar e gases não condensáveis, ele avalia então o sistema de remoção de ar (funcionamento da bomba de vácuo) da autoclave, uma vez que a presença de bolhas de ar e gases impedem a uniformização da esterilização. O teste consiste em um pacote desafio contendo 1 folha impregnada com tinta sensível ao ar e gases simulando um ciclo de alto desafio para esterilização. O pacote desafio deve ser posicionado acima/próximo ao dreno (é o ponto de maior desafio) da autoclave para melhor eficácia. 70 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 71 Biológico: diariamente na primeira carga do dia e em todas as cargas com material implantável. A realização do indicador biológico é um fator de garantia de segurança para liberação da carga para utilização, as ampolas do teste contêm esporos contido, então utilizamos, pois, acredita-se que se o esporo da ampola foi inativado, o de toda a carga também foi. O indicador biológico pode vir de pronto uso (já em pacote desafio pronto) ou somente as ampolas e nesse caso deve-se preparar um pacote desafio de acordo com o protocolo da instituição, e sempre deve posicionar o pacote no ponto de maior desafio (dreno). CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Liberador de Carga: em todos as cargas. O liberador de carga consiste no pacote desafio contendo indicador químico (tipo 5 ou tipo 6), e deve ser utilizado e registrado em todos as cargas. Fazemos esse controle acreditando que se o indicador químico do teste desafio teve resultado satisfatório, o de toda a carga também teve. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 72 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Todos os testes em forma de pacote desafio seja pronto uso ou confeccionado no prórprio CME devem ser posicionados próximos ao dreno ("ralo"), pois é o ponto mais frio da câmara da autoclave, sendo assim, o ponto de maior desafio. Procure o dreno da sua autoclave, o local varia de acordo com o modelo e fabricante. Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ESTERILIZAÇÃO 10.3.2 Montagem de carga O fator esterilização está totalmente ligado com a montagem correta da carga, uma carga montada de forma errada pode impedir a penetração adequada do vapor no material e a esterilização não ser realizada de forma efetiva. - Deve-se evitar colocar na mesma carga produtos feitos de materiais muito diferentes, exemplo: plástico, borracha, tecido, metais, quanto menos misturamos melhor será a segurança do processo. - A carga da autoclave deve ser distribuída de uma maneira uniforme, não pode tocar as paredes internas da autoclave e respeitar a distância mínima de 1,5cm a 3,0cm de uma caixa para outra. - Evite colocar muitas caixas pesadas na mesma carga, o vapor pode não penetrar uniformemente. - Quando possível utilizar cestos aramados para colocação dos pacotes sempre paralelos. - Os pacotes de papel grau cirúrgico devem ser posicionados “plástico com plástico” e “papel com papel” para não dificultar a entrada do vapor. - Atente-se na montagem correta do rack da autoclave: materiais pesados a baixo e materiais mais leves acima. 73 CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Excesso de materiais e sem espaço Forma correta Licensed to LUCIANA OLIVEIRA BALICA - luciana.ob2014@gmail.com - 002.646.433-05 - HP11216816437390 ARMAZENAMENTO 11.1 Área do arsenal O arsenal é a área de
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