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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Injúria Renal Aguda PROBLEMA 2M3 – “URINA COCA-COLA” Durante uma visita na enfermaria da clínica cirúrgica, o acadêmico da UniRV discutia com seu preceptor o caso de Roberto. Tratava-se de um paciente de 24 anos, motoboy de uma agência de Correios, que na manhã anterior sofreu um acidente automobilístico quando saía de uma padaria, onde parou para comprar um maço de cigarros para depois finalizar as entregas do dia. Esse paciente evoluiu com síndrome compartimental em membro inferior direito e foi submetido à fasciotomia sem intercorrências. Apesar de evoluir bem, o paciente se queixou de urina escura e volume bastante reduzido. Roberto, preocupado com o seu trabalho, questionou ao interno como faria para comunicar a empresa para emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), pois seu médico havia dito que ficaria uns dias internado para recuperação. O interno ficou intrigado com a queixa e o questionamento do paciente. O que causou esta alteração na urina? Ela poderia ter sido evitada? E como pode ser tratada? Como orientá-lo sobre seu questionamento sobre a emissão da CAT? INSTRUÇÃO: Qual seria a hipótese diagnóstica e conduta apropriada no caso desse paciente? Como diagnosticar, prevenir e tratar a injúria renal aguda? BIBLIOGRAFIA SUGERIDA: 1. Riella, Miguel Carlos. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 6.ed – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1. 136p.: il; 28cm. ISBN 978- 85-277-3325-0; 2. Princípios básicos da nefrologia [recurso eletrônico] I Organizadora, Sílvia Titan. - Dados eletrônicos. – Porto Alegre; Artmed, 2013. ISBN 978-85-65852-39-5; 3. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney Int Suppl (2012) 2, 8-138. 4. Emergências Clínicas – Abordagem prática. Disciplina de emergências clínicas. Hospital das Clínicas da FM USP. 13a edição. 2019; 5. Patologia do Trabalho – Atualizada e Ampliada. René Mendes. Ed. Atheneu. 2ed. 2003; 6. Associação Nacional de Medicina do Trabalho – ANAMT: www.anamt.org.br; 7. Fundacentro: www.fundacentro.gov.com.br; 8. NIOSH – www.cdc.gov/niosh. QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: 1. IDENTIFICAR OS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E ESTADIAMENTO DA INJÚRIA RENAL AGUDA; Anamnese e exame físico: • Assintomática – diagnosticada em exames de rotina de internação hospitalar. • Pode apresentar sintomatologia, dependendo da gravidade e da rapidez de instalação. • Alteração do fluxo urinário: oligúria (<400-500ml de diurese/dia) está presente em apenas metade dos casos. • Principais queixas: mal-estar inespecífico até síndrome urêmica, sobrepostos aos sinais da doença de base. • Síndrome urêmica: distúrbios neurológicos e do nível de consciência (neuropatia urêmica); sangramento gastrintestinal (diátese hemorrágica); hipertensão arterial; pericardite urêmica; tamponamento cardíaco; anemia; sobrecarga de volume. • História clínica sugestiva: indícios de doença sistêmica presente (DM, HAS, lúpus, infecção, sepse, desidratação); uso crônico de medicamentos com potencial de lesão renal; história de uropatia obstrutiva; história de exposição a metais pesados e solventes orgânicos; exposição recente a contraste radiológico ou manipulação endovascular. • A principal causa de IRA no paciente externo é de origem pré-renal. • A principal causa de IRA no paciente internado é necrose tubular aguda (intrínseca), muitas vezes desencadeada por sepse. Doença Renal Crônica X Injúria Renal Aguda: • A distinção é arbitrária e deve levar em consideração o tempo de evolução da doença e os exames prévios. • Injuria Renal Aguda: Aumento na creatinina sérica em 0,3 ou mais ou em 1,5 x o valor basal em 48 horas e/ou débito urinário < 0,5 mL/kg/hora (por 6 horas ou mais). Pelo critério RIFLE, um aumento em 1,5 x o valor basal de creatinina em até 7 dias também é considerado injuria renal aguda. • Doença Renal Crônica: Taxa de filtração glomerular < 60 mL/min/1,73 m2 ou evidência de dano renal como albuminuria ou achados anormais em exames de imagem com pelo menos 3 meses de duração. • Sendo assim, o caráter temporal e comparativo entre dois exames é fundamental para estabelecer o diagnóstico de doença renal crônica. https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal- aguda-conduta-medica-em-medicina- interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20 http://www.anamt.org.br/ http://www.fundacentro.gov.com.br/ http://www.cdc.gov/niosh https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria %20renal%20aguda. Critérios diagnósticos: A definição de insuficiência renal aguda é baseada em critérios específicos, como o KDIGO. Segundo ele, a insuficiência renal aguda é definida como aumento da creatinina sérica em ≥ 0,3 mg / dL (≥ 26,5 micromoles / L) em 48 horas. Além disso, o quadro pode ser definido pelo aumento da creatinina sérica para ≥ 1,5 vezes o valor basal, ocorrido nos 7 dias anteriores, ou pelo volume de urina < 0,5 mL / kg / hora por mais de 6 horas. A condição ainda tem três estádios. No primeiro, há aumento da creatinina sérica para 1,5 a 1,9 vezes a linha de base, em ≥ 0,3 mg / dL (≥ 26,5 micromoles / L) ou redução na produção de urina para < 0,5 mL / kg / hora por 6 a 12 horas. Já no estágio dois, há um aumento da creatinina sérica para 2,0 a 2,9 vezes o valor basal ou redução do débito urinário para < 0,5 mL / kg / hora por ≥ 12 horas. Por fim, o estágio três traz um aumento da creatinina sérica para 3 vezes o valor de base, para ≥ 4 mg/dL ou redução da produção de urina para < 0,3 mL / kg / hora por ≥ 24 horas. Nele, também pode ocorrer anúria por ≥ 12 horas, início da terapia de substituição renal ou diminuição na taxa de filtração glomerular estimada (eTFG) para < 35 mL / min em pacientes < 18 anos. https://www.medway.com.br/conteudos/o-que-e- insuficiencia-renal-aguda/ 2. DESCREVER A CLASSIFICAÇÃO DA INJÚRIA RENAL AGUDA (PRÉ RENAL, RENAL E PÓS RENAL) E SUAS CORRELAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS; Classificação: Principais causas: Diferenciam-se três tipos de injuria renal aguda de acordo com seu mecanismo fisiopatológico. Vale destacar que a presença de mais de uma causa, muitas vezes de tipos diferentes, é frequente: • IRA pré-renal (60%): Hipoperfusão renal, com manutenção da integridade do parênquima renal; • IRA intrínseca (35%): Doenças parenquimatosas; • IRA pós-renal (< 5%): Obstrução aguda do trato urinário. Diagnóstico Diferencial: O diagnóstico diferencial se estabele entre as causas de injuria renal aguda, a partir da classificação fisiopatológica, sempre considerando a(s) doença(s) subjacente(s): IRA Pré-renal: • Redução da volemia: Hemorragias; perdas gastrintestinais (vômitos, diarreia); queimados; hipertermia; • Redução do débito cardíaco: Infarto agudo do miocárdio; arritmias; tamponamento cardíaco; doenças orovalvares; insuficiência cardíaca; embolia pulmonar; • Redução do fluxo plasmático renal sem diminuição da volemia: Insuficiência cardíaca; hipoalbuminemia; sequestro para terceiro espaço (peritonite, pancreatite, grandes queimados); vasodilatação sistêmica (SIRS, sepse, síndrome hepatorrenal). IRA Intrínseca: • Necrose tubular aguda: Isquemia secundária a hipoperfusão renal mantida; toxinas e medicamentos (aminoglicosídeos, anfotericina B, cisplatina, ciclosporina, AINE,contraste radiológico); rabdomiólise; hiperuricemia e cadeia leve de imunoglobulina (mieloma múltiplo); • Nefrite intersticial aguda: Medicamentos (penicilinas, cefalosporinas, AINE, diuréticos); doenças autoimunes; pielonefrite; doenças infiltrativas (linfomas, sarcoidose e leucemias); • Doenças vasculares: Vasculites; microangiopatias (síndrome hemolítico-urêmica, púrpura trombocitopênica trombótica); estenose de artérias renais; • Glomerulopatia: Glomerulonefrite rapidamente progressiva (pós-infecciosa, membranoproliferativa, idiopática, LES, Wegener, Goodpasture e outras). IRA Pós-renal: • Ureteral: Obstruções intrínsecas (coágulo, infecções e cálculos); obstruções extrínsecas (fibrose retroperitoneal, tumores); • Vesical: Cálculos, coágulos, câncer de bexiga, bexiga neurogênica; • Uretral: Hiperplasia prostática benigna, câncer de próstata, fimose, cicatrizes. https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal- aguda-conduta-medica-em-medicina- interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20 Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria %20renal%20aguda. 3. DISCUTIR AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E EXAMES COMPLEMENTARES PERTINENTES EM CASOS DE INJÚRIA RENAL AGUDA; A Injúria Renal Aguda (IRA) ou Lesão Renal Aguda (LRA) consiste na redução abrupta da taxa de filtração glomerular (TFG). Essa taxa representa o volume de sangue (mL) que os glomérulos filtram a cada minuto https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://www.medway.com.br/conteudos/o-que-e-insuficiencia-renal-aguda/ https://www.medway.com.br/conteudos/o-que-e-insuficiencia-renal-aguda/ https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA e, consequentemente, alterações hidroeletrolíticas, distúrbios ácido-base e acúmulo de escórias nitrogenadas, como a ureia e a creatina. Essa elevação destes metabólitos consiste na azotemia. Azotemia = aumento das escórias nitrogenadas detectadas pela elevação de ureia e creatinina no sangue. Uremia/síndrome urêmica = grupo de sinais e sintomas que resultam de uma injúria renal grave. Uremia não deve ser usada para o aumento sérico de ureia, e sim azotemia. https://www.sanarmed.com/injuria-renal-aguda-ira Exames laboratoriais: Ureia e creatinina sérica: A estimativa da função renal com base na creatinina sérica não apresenta boa correlação com a taxa de filtração glomerular, visto que, na fase aguda, a taxa de filtração glomerular (TFG) encontra-se em constante piora, e, portanto, a dosagem da creatinina sérica superestima a TFG. Já na fase de recuperação da função renal, a creatinina sérica subestima a TFG, visto que a mesma se encontra em constante melhora. Ainda assim, observar o comportamento evolutivo da creatinina e da ureia é fundamental para o manejo do tratamento e para considerar indicação dialítica. Relação Ureia/Creatinina séricas: Relação > 40 sugere IRA pré-renal, enquanto relação < 15 sugere IRA intrínseca. Eletrólitos: Muito variados, na dependência do grau de comprometimento renal e do uso de diuréticos. Os distúrbios mais comuns são: hipercalemia; hiponatremia; hipocalcemia; hipermagnesemia; hiperfosfatemia. Gasometria Arterial: Pode demonstrar a presença de acidose metabólica (sinal de gravidade). Urinálise (EAS ou urina tipo 1): Além de evidenciar a presença de hematuria e proteinuria (por método semi-quantitativo), pode sugerir o diagnóstico etiológico com base nas características da sedimentoscopia: • Hematuria com dismorfismo eritrocitário, cilindros hemáticos e graus variados de albuminuria: Sugerem glomerunefrite proliferativa (ex.: nefropatia por IgA, vasculite associada ao ANCA, nefrite lúpica, glomerunefrite membranoproliferativa); • Albuminuria maciça com hematuria mínima ou ausente: Sugerem glomerulopatia não- proliferativa (ex.: diabetes, nefropatia membrosa, glomeruloesclerose segmentar e focal, glomerulopatia por lesão mínima, amiloidose); • Cilindros granulares e epitaliais com células epiteliais livres: Sugerem necrose tubular aguda; • Piuria isolada: Sugere doença tubulointersticial ou infecção; • Urinálise inocente (poucas células, sem cilindros e com proteinuria mínima): Se em vigência de quadro agudo, suspeitar de: IRA pré-renal; obstrução urinária (pós-renal); nefrocalcinose; mieloma múltiplo. Se em vigência de quadro crônico, suspeitar de: nefropatia isquêmica; nefroesclerose hipertensiva; doença cardiorenal ou hepatorenal; obstrução urinária. Excreção urinária de sódio: Reflete diretamente a integridade da função de reabsorção tubular. Quando diminuído (< 10 mEq/L), indica preservação da reabsorção tubular e dos mecanismo de retenção de sódio (sistema renina- angiotensina-aldosterona), como na IRA pré-renal. Quando aumentado (> 20 mEq/L), indica comprometimento da reabsorção tubular como na IRA intrínseca. Fração de excreção de sódio (FENa): O cálculo da fração de excreção de sódio também reflete a reabsorção tubular, sendo até mais fidedigno por levar em consideração o volume de urina. A FENa é calculada como uma razão do clearance sódio pelo clearance de creatinina. Geralmente, a FENa é menor que 1% na IRA pré-renal e maior que 1% na IRA intrínseca (> 2% usualmente indica necrose tubular aguda). Sua principal limitação é em pacientes que fizeram o uso de diuréticos. (“CALC”) Fração de excreção de ureia (FEUr): Corrobora a interpretação da fração de excreção de sódio, não sendo afetada pelo uso de diuréticos. Da mesma maneira, é calculada como a razão entre o clearance de ureia e o clearance de creatinina. Geralmente, a FEUr é menor que 35% na IRA pré- renal. (“CALC”). https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal- aguda-conduta-medica-em-medicina- interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20 https://www.sanarmed.com/injuria-renal-aguda-ira https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria %20renal%20aguda. 4. DEBATER O TRATAMENTO E INDICAÇÕES DE TERAPIA NA INJÚRIA RENAL AGUDA; Por definição, a lesão renal aguda compreende qualquer declínio abrupto e geralmente reversível na taxade filtração glomerular (TFG), que se manifesta pelo aumento de escórias e redução do débito urinário. Em linhas gerais, existem causas de lesão que provocam: • hipoperfusão renal, sendo por isso denominadas “pré renais” (desidratação, sangramentos, sepse, etc); • lesão renal direta, chamadas de “renais” (medicamentos nefrotóxicos, contrastes, glomerulonefrites, etc); • obstrução do fluxo urinário, recebendo o termo de “pós renais” (nefrolitíases, massas intra abdominais ou pélvicas, etc). Assim, o doente deve ser minuciosamente avaliado a fim de tentarmos identificar a causa de base e tentar sua reversão. Outro passo fundamental é a classificação da lesão renal aguda. Isso porque a gravidade determina o prognóstico e, consequentemente, o tratamento. Pacientes em estágio 1 de disfunção usualmente podem ser acompanhados ambulatorialmente enquanto aqueles em estágios 2 e 3 podem requerer atendimento emergencial ou até mesmo intensivo. A definição mais utilizada é derivada do “Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) que define lesão renal aguda como: • aumento da creatinina sérica em ≥0,3 mg/dL (≥26,5 micromol/L) em 48 horas; • aumento da creatinina sérica para ≥1,5 vezes a linha de base, que se sabe ou se presume ter ocorrido nos sete dias anteriores; • volume de urina <0,5 mL/kg/hora por seis horas. Desde que realizada a correção de potenciais hipovolemias e de obstruções do fluxo urinário, o doente deve ser classificado segundo a definição de AKIN, que é baseada nas definições já descritas e define os seguintes estágios de LRA: • Estágio 1: aumento da creatinina sérica para 1,5 a 1,9 vezes a linha de base, ou aumento da creatinina sérica em ≥0,3 mg/dL (≥26,5 micromol/L), ou redução na produção de urina para <0,5 mL/kg/hora por 6 a 12 horas. • Estágio 2: aumento da creatinina sérica para 2,0 a 2,9 vezes o valor basal ou redução do débito urinário para <0,5 mL/kg/hora por ≥12 horas. • estágio 3: aumento da creatinina sérica para 3,0 vezes a linha de base, ou aumento da creatinina sérica para ≥4,0 mg/dL (≥353,6 micromol/L), ou redução do débito urinário para <0,3 mL/kg/hora por ≥24 horas, ou anúria por ≥12 horas, ou o início da terapia de substituição renal, ou , em pacientes <18 anos, diminuição da taxa de filtração glomerular (TFGe) estimada para <35 mL/min/1,73 m 2. Como você deve ter percebido, devemos sempre solicitar ureia e creatinina sérica dos doentes suspeitos de LRA. Além desses exames, é importante também a investigação de distúrbios hidroeletrolíticos (principalmente a calemia) e distúrbios ácido-básicos, pelo risco de acidose metabólica grave. Pacientes que necessitam de tratamento urgente: Alguns distúrbios que decorrem da LRA podem levar a risco de morte iminente e, portanto, devem ser tratados com urgência dialítica. Veja abaixo quais são estas condições: • hipervolemia refratária: pacientes com oligoanúria grave podem progredir com edema pulmonar grave, ocupação do espaço alveolar por transudato e, consequentemente, hipoxemia grave. Esses doentes devem ser submetidos à ventilação não invasiva para auxiliar no recrutamento alveolar e à diureticoterapia, usualmente com furosemida 0,5-2mg/kg. Caso não haja resposta diurética satisfatória (>0,5mL/kg/h) e normalização do padrão oximétrico e respiratório, a hemodiálise de urgência deve ser indicada. • Hipercalemia refratária: calemias > 6,5mEq/L associadas a anormalidades eletrocardiográficas ou fraqueza muscular intensa, ou ainda pacientes com hipercalemia leve com tendência à piora (sangramentos intestinais que gerarão absorção contínua de potássio ou rabdomiólise). • Podemos citar, também, os pacientes que não respondem ao uso de medidas clínicas (solução polarizante com insulina e glicose para induzir a entrada de potássio no meio intracelular; diuréticos de alça; resinas de troca iônica que absorvem potássio no trato digestivo). • Síndrome urêmica: pacientes com sinais de uremia grave como pericardite, ou um declínio inexplicável do estado mental. • Acidose metabólica refratária: usualmente pacientes com pH<7,1 ou bicarbonato < 10. • Intoxicações agudas por substâncias dialisáveis: pacientes com intoxicações exógenas por lítio, metanol e metformina, por exemplo, devem ser dialisados. Pacientes que precisam ser encaminhados imediatamente ao nefrologista: Todo paciente que apresentar falha às tentativas iniciais de manejo da lesão renal aguda ou apresentar forte suspeita de glomerulonefrite (como em um paciente com LRA, hematúria e proteinúria). Causas reversíveis de lesão renal aguda: https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda https://pebmed.com.br/diagnostico-em-injuria-renal-aguda-conduta-medica-em-medicina-interna/#:~:text=Injuria%20Renal%20Aguda%3A%20Aumento%20na,%C3%A9%20considerado%20injuria%20renal%20aguda 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Para organizar didaticamente seu raciocínio sobre o tratamento das LRA, siga o passo a passo: 1. Revise a prescrição e elimine possíveis insultos: é muito comum o uso de medicamentos que geram LRA. Ao identificar um aumento de escórias no seu doente, suspenda sempre que possível medicamentos como antiinflamatórios não esteroides (AINEs), inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs) e nefrotoxinas (por exemplo, antibióticos aminoglicosídeos, piperacilina-tazobactam, anfotericina, tenofovir, quimioterapia nefrotóxica), pelo menos na fase aguda da LRA. Se possível, substitua medicamentos por outros menos lesivos aos rins e sempre corrija as doses pela função renal. Se disponível, solicite o nível sérico dos medicamentos para melhor ajuste da dosagem. Lembre-se de que a taxa de filtração é subestimada nos quadros de LRA, assim, mais que a TGF em si, observe a tendência da creatinina. Se a creatinina sérica estiver subindo rapidamente (ou se apenas um único valor inicial estiver disponível), a TFG deve ser presumida como 0 mL/min e os medicamentos devem ser dosados de acordo. Se a creatinina atingiu um platô e está estável por vários dias ou mais, a creatinina sérica pode ser usada para estimar a TFG (usando uma equação de estimativa). 2. Corrija hipotensão ou hipovolemia: pressões arteriais médias abaixo de 65-70 mmHg tendem a provocar LRA e devem ser corrigidas. Estabilize seu doente, com realização de expansão volêmica ou uso de drogas vasoativas, a depender do status volêmico do paciente. Identificar o paciente “hipovolêmico” pode ser um desafio, especialmente naqueles pacientes crônicos, com múltiplas comorbidades, anasarca e má distribuição de volume. Neles, vale uma somatória de estratégias para determinar a volemia do doente: utilize a ultrassonografia da veia cava inferior (se disponível), a análise do débito cardíaco por métodos minimamente invasivos como EV1000 e testes como leg raise. O objetivo geral da fluidoterapia é aumentar o débito cardíaco e melhorar a oxigenação tecidual em pacientes que são dependentes da pré-carga ou responsivos ao volume. Se a hipovolemia for confirmada por avaliação clínica, administramos 1 a 3 litros de cristaloide (de preferência cristaloide tamponado) com avaliação da resposta clínica. Para pacientes responsivos ao volume com uma resposta robusta no débito urinário e melhora na TFG, e com evidência persistente de hipovolemia ou incapacidade de manter o equilíbrio hídrico, continuamos com fluidos isotônicos de manutenção a 75 mL/hora ou mais, dependendo das perdas contínuas. Pacientes que não respondem ao volume administrado com aumento do débito urinário ou diminuição da creatinina sérica provavelmente não têm doença pré-renal e são mais propensos a ter necrose tubular aguda. 3.Evite exames contrastados: após uma LRA, o uso de contrastes iodados deve ser limitado. Devemos solicitar tais exames apenas em casos excepcionais, como a realização de cateterismo em um doente com infarto agudo do miocárdio. Nesses casos, deve-se usar a menor dose possível de agente de contraste e medidas profiláticas padrão devem ser administradas, principalmente com hidratação antes do procedimento. 4. Corrija hipervolemia, se houver: a hipervolemia pode estar presente na avaliação inicial ou ocorrer devido à administração excessiva de líquidos no contexto de capacidade prejudicada de excretar sódio e água. Isso é especialmente verdadeiro para pacientes com sepse que geralmente recebem ressuscitação agressiva com fluidos intravenosos. Nestas condições, a congestão renal é quem prejudica a filtração. Portanto, diuréticos, especialmente os de alça, devem ser utilizados. Como tratar as consequências da lesão renal aguda: A LRA, quando não cursa com as urgências dialíticas já citadas, determina uma série de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos que devem ser manejados pelo médico assistente. Vamos abordar os mais comuns: Hipercalemia: conforme já vimos, a hipercalemia pode ser manejada clinicamente na ausência de urgências (alterações eletrocardiográficas ou musculares graves). O tratamento específico da hipercalemia é direcionado a antagonizar os efeitos do potássio na membrana, direcionando o potássio extracelular para dentro das células ou removendo o excesso de potássio do corpo, através das soluções polarizantes, membranas de troca iônica e diuréticos. Hiperfosfatemia: devemos restringir o fósforo dietético a <2 g por dia em todos os pacientes com LRA. Os aglutinantes de fosfato (carbonato de cálcio, sevelamer, hidróxido de alumínio) podem ser prescritos em pacientes com fósforo <5,5 mg/dL ou hipocalcemia grave, ou ainda aqueles com tendência a liberação de fósforo prolongadamente (casos de rabdomiólise e síndrome de lise tumoral). Acidose metabólica: podemos administrar bicarbonato naqueles pacientes sem urgência dialítica. Os diuréticos podem ser usados em 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA pacientes não oligúricos para prevenir a hipervolemia e aumentar a excreção de ácido. A meta de nível sérico de bicarbonato é de 20 a 22 mEq/L e a meta de pH é >7,2. A taxa de administração de bicarbonato depende da gravidade da acidose e do estado do volume do paciente. Uma estratégia razoável é administrar 3 ampolas (ou 150 mEq) de bicarbonato de sódio em 1 L de Glicose 5% a uma taxa que é determinada pela gravidade da acidose e pela capacidade do paciente de tolerar a carga de volume. Comprimidos orais de bicarbonato de sódio ou solução de citrato de sódio também podem ser usados em pacientes que são capazes de tolerar a administração oral de medicamentos e que apresentam acidose leve (bicarbonato > 18 mEq/L). https://www.medway.com.br/conteudos/lesao-renal- aguda-como-tratar/ 5. 5) EXPLICAR SOBRE QUANDO E QUEM PODE EMITIR A CAT E O QUE DEFINIR O SIGNIFICADO DE ACIDENTE DE TRABALHO. DISPARADORES: https://www.youtube.com/watch?v=CsdYAQDQxks https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101- 28002013000100001&script=sci_arttext http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/880509/in juria-renal-aguda-ira-evolucao-deum-conceito.pdf IRAT: 01) M. B, 45 anos, sexo feminino, internada em unidade de terapia intensiva com quadro de choque séptico de foco pulmonar, evoluiu com redução do volume urinário nas últimas 6 horas (diurese 120 mL em 6 horas). Considerando que M.B pesa 50 kg, pode-se afirmar que: a) Sem a dosagem da creatinina sérica, não é possível afirmar se M.B apresenta lesão renal aguda pelo critério do KDIGO (Kidney Disease Improvement Global Outcomes. b) M.B apresenta lesão renal aguda KDIGO1 pelo critério diurese. c) M.B apresenta lesão renal aguda KDIGO2 pelo critério diurese. d) M.B apresenta lesão renal aguda KDIGO3 pelo critério diurese. e) M.B apresenta lesão renal aguda KDIGO 4 pelo critério diurese O KDIGO (Kidney Disease: Improving Global Outcomes) separa a lesão renal aguda em estágios de acordo à diurese e aos níveis séricos de creatinina: ◦ Estágio l: Cr1.5-1.9 vezes seu valor basal em 7 dias OU aumento de 0.3 mg/dI em 48h OU DU < 0.5 ml/kg/h por 6-12 hours ◦ Estágio Il: Cr2.0-2.9 vezes seu valor basal em 7 dias OU DU < 0.5 ml/kg/h por >12h ◦ Estágio Ill: Cr3 ou mais vezes seu valor basal em 7 dias OU aumento de 4 mg/dI OU anúria por > 12h. No caso em questão vemos que a paciente apresenta uma diurese de 0,4 ml/kg em 6h, o que caracteriza IRA estágio I, independente da dosagem de creatinina. KDIGO define lesão renal aguda como: volume de urina < 0,5 ml/kg/hora por seis horas. Essa pct tem 0,4 ml/kg/h, pois: 120ml ____ 50kg X ________ 1kg X = 2,4 ml/kg em 6h Então 2,4ml/kg _____ 6h Y ____________ 1h Y = 0,4 ml/kg/h. Logo está no estágio 1 pelo critério diurese. https://www.medway.com.br/conteudos/lesao-renal-aguda-como-tratar/ https://www.medway.com.br/conteudos/lesao-renal-aguda-como-tratar/ 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA https://pebmed.com.br/como-classificar-lesao-renal- aguda-o-que-mudou/ 02) L.I.L.S., 66 anos, masculino, etilista crônico, peso estimado de 65 kg, apresentou episódio de hemorragia digestiva alta, com instabilidade hemodinâmica e necessidade transfusional, há 5 dias. Seus exames à admissão mostravam: hemoglobina = 7,9 g/dI, creatinina sérica = 1,2 mg/dl e ureia sérica = 99 mg/dl. Após 5 dias, observa- se: hemoglobina = 9,5 g/dI; creatinina sérica = 2,5 mg/dI; diurese = 440 ml/12h. O paciente se apresenta normotenso sem uso de vasopressores. Considerando o quadro acima pode-se afirmar que o paciente apresenta: a) Injúria renal aguda estádio 2. b) Injúria renal aguda estádio 3. c) Injúria renal aguda estádio1 d) Injúria renal aguda estádio 1b. O KDIGO (Kidney Disease: Improving Global Outcomes) separa a lesão renal aguda em estágios de acordo à diurese e aos níveis séricos de creatinina: Estágio l: Cr1.5-1.9 vezes seu valor basal em 7 dias OU aumento de 0.3 mg/dI em 48h OU DU < 0.5 ml/kg/h por 6-12 hours Estágio Il: Cr2.0-2.9 vezes seu valor basal em 7 dias OU DU < 0.5 ml/kg/h por >12h Estágio Ill: Cr3 ou mais vezes seu valor basal em 7 dias OU aumento de 4 mg/dI OU anúria por > 12h. No caso em questão vemos que a paciente apresenta uma diurese de 0,5 ml/kg em 12h e Cr DOBRANDO de valor em 5 dias, o que caracteriza IRA estágio 2. Valor Cr referencia: homens 0,7 – 1,3mg/dl mulheres 0,6 – 1,2 mg/dl Na admissão a Cr estava normal (1,2). Após 5 dias aumentou para 2,5, ou seja, 2x o valor basal (KDIGO 2). A diurese estava de 400ml/12h, ou seja, 400ml/65 = 6,15, 6,15/12h=0,5 ml/kg/h. 03) Suzana, 42 anos, há 3 dias com disúria, polaciúria e urina de odor fétido. Presumiu diagnóstico de cistite após breve pesquisa na internet e tomou Levofloxacina 500mg/dia por conta. Começou a apresentar náuseas e vômitos incoercíveis. Apesar de melhora dos sintomas urinários, sem resolução das náuseas e vômitos. Procurou pronto atendimento, onde foram realizados exames complementares. Creatinina séria 1,7mg/dL, ureia séria 130mg/dL. Parcial de urina com densidade elevada, sem proteinúria, leucocitúria ou hematúria. Ultrassonografia de aparelho urinário normal. Baseado na história clínica e nos exames complementares, qual a provável etiologia da disfunção renal aguda? a) IRA intrínseca – nefrite intersticial aguda por pielonefrite. b) IRA intrínseca – nefrite intersticial aguda pela levofloxacina. c) IRA pré-renal – por depleção, secundária aos vômitos. d) IRA intrínseca-necrose tubular aguda pela levofloxacina. e) IRA pós-renal - por hipercontratilidade da musculatura detrussora da bexiga. Temos uma paciente com ITU que usou levofloxacina, melhoroudos sintomas urinários, porém apresentou náuseas e vômitos incoercíveis, provavelmente foi efeito colateral do antibiótico. Em seguida ela faz exames e é notado uma piora da função renal. Sempre que estamos diante de um quadro de IRA avaliamos o mecanismo: ◦ pré-renal, intrínseca ou pós-renal. O fato de ter melhorado dos sintomas urinários e ter uma ultrassonografia sem sinais de obstrução do aparelho urinário descarta pós-renal. Em seguida temos um exame de urina sem hematúria, proteinúria ou leucocitúria, descartando algumas causas intrínsecas como glomerulonefrite aguda e nefrite intersticial aguda (NIA). Ficando apenas como diagnóstico diferencial a pré-renal e a forma mais comum de IRA intrínseca que é a necrose tubular aguda (NTA). Na pré-renal os túbulos estão ávidos por reabsorver água, sódio e ureia (tem poder osmótico) na tentativa de restaurar a volemia. ◦ Por isso relação ureia/creatinina fica > 40 (76,4), o sódio urinário fica reduzido, a fração de excreção de sódio (FENa) fica < 1% e a densidade urinária fica alta. Na NTA, mesmo que o paciente tenha hipovolemia, o epitélio tubular está necrosado não conseguindo reabsorver adequadamente a água, o sódio e a ureia. ◦ Logo a relação ureia/creatinina fica reduzida, sódio urinário elevado, FENa › 1%, densidade urinária normal ou até mesmo reduzida e o sedimento urinário https://pebmed.com.br/como-classificar-lesao-renal-aguda-o-que-mudou/ https://pebmed.com.br/como-classificar-lesao-renal-aguda-o-que-mudou/ 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA poderá ter células epiteliais dos túbulos e cilindros granulosos. Alternativas A e B: INCORRETAS. Não tem leucocitúria para pensar em NIA. Alternativa C: CORRETA. A relação ureia/creatinina plasmática > 40, a densidade urinária alta e o sedimento urinário normal corroboram essa suspeita clínica. Alternativa D: INCORRETA. Não se trata de NTA. Além disso, a levofloxacina não é uma causa de NTA. Alternativa E: INCORRETA. A USG normal e a ausência de sintomas urinários descartam essa hipótese. 04) Em relação aos prováveis achados clínicos e laboratoriais num quadro de insuficiência renal pré-renal, assinale a opção INCORRETA. a) Hipotensão postural. Está entre as causas? A IRA pré-renal se manifesta com sede, hipotensão ortostática, redução de pressão venosa jugular, sinais de desidratação. Considere sempre buscar a causa base, como insuficiência cardíaca avançada, sepse, hepatopatia crônica com hipertensão portal ou causas de diminuição do volume sanguíneo efetivo, lembrando de avaliar também uso de IECA e AINEs. http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMA GENS/biblioteca-digital/bioquimica- clinica/bioquimica-clinica/5-Insuficiencia-renal- aguda.pdf b) Mucosas desidratadas. c) Alcalose metabólica. F – o que pode ocorrer na verdade é uma acidose; ocorre hiponatremia e hipercalemia d) Taquicardia. – mecanismo compensatório e) Elevação de ureia sérica. – sangue não está sendo filtrado IRA PRÉ-RENAL – Este quadro ocorre devido à redução do fluxo plasmático renal e do ritmo de filtração glomerular. Principais causas: hipotensão arterial, hipovolemia (hemorragias, diarréias, queimaduras). - oligúria não é obrigatória - idosos podem ter a recuperação após 36h da correção do evento - aguardar 48h - NTA por sepse, mioglobinúria e por contraste podem ser não-oligúricas e nos casos de oligúria, podem apresentar FENa < 1% e/ou FEU < 35% - diuréticos podem aumentar a FENa na IRA pré renal - usar FEU < 35%. A IRA cursa com uma série de alterações eletrolíticas, sendo as mais comuns: hiponatremia, com risco de alterações sensoriais; hipercalemia, com risco de arritmias cardíacas; acidose metabólica, responsável pelo surgimento de náuseas, piora da hipercalemia e risco de arritmias, devido a comprometimento da perfusão tecidual; hiperfosfatemia, hipocalcemia e hiperuricemia, à semelhança do que observamos em nefropatias crônicas; hipercalcemia (a IRA por rabdomiólise pode cursar inicialmente com hipocalcemia e, posteriormente, com hipercalcemia) – raramente. IRA Pré-renal – não há defeito estrutural nos rins, mas falta perfusão sanguínea adequada. Durante a baixa perfusão renal, o volume urinário diminui e fica altamente concentrado com nitrogenados e quantidades mínimas de sódio, e é essa habilidade de retenção de sal e água que distingue basicamente a azotemia pré-renal das causas parenquimatosas de IRA. Na IRA pré-renal, o rim está hipoperfundido; portanto, reabsorve ativamente sódio e a FENa é freqüentemente baixa (< 1%), e a concentração, geralmente, é menor que 20 mEq/l. https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/download/7 29/743/1424 Distúrbios Hidroeletrólíticos A IRA cursa com uma série de alterações eletrolíticas, sendo as mais comuns a hiponatremia, com risco de alterações sensoriais; a hipercalemia, com risco de arritmias cardíacas; a acidose metabólica, responsável pelo surgimento de náuseas, piora da hipercalemia e risco de arritmias; hiperfosfatemia, hipocalcemia e hiperuricemia, à semelhança do que observamos em nefropatias crônicas; e, mais raramente, a hipercalcemia (a IRA por rabdomiólise pode cursar inicialmente com hipocalcemia e, posteriormente, com hipercalcemia). https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes /102/insuficiencia_renal_aguda.htm A acidose metabólica é um processo patológico que, quando sem oposição, diminui o bicarbonato (HCO3- ) ou eleva a pressão arterial de CO2 (PaCO2), criando uma acidemia quando o pH sérico está abaixo de 7,36. Essa condição ocorre quando ácidos são adicionados por processos intrínsecos ou a partir de fontes exógenas, quando há disfunção da excreção de ácidos ou há perda inapropriada de álcalis. https://www.sanarmed.com/resumo-de-acidose- metabolica-fisiopatologia-causas-diagnostico-e- tratamento A lesão renal aguda pré-renal decorre de perfusão renal inadequada. As principais causas são • Depleção de volume do líquido extracelular (p. ex., decorrente de ingestão inadequada de líquidos, doença diarreica, sepse) http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/bioquimica-clinica/bioquimica-clinica/5-Insuficiencia-renal-aguda.pdf http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/bioquimica-clinica/bioquimica-clinica/5-Insuficiencia-renal-aguda.pdf http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/bioquimica-clinica/bioquimica-clinica/5-Insuficiencia-renal-aguda.pdf http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/bioquimica-clinica/bioquimica-clinica/5-Insuficiencia-renal-aguda.pdf https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/download/729/743/1424 https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/download/729/743/1424 https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/102/insuficiencia_renal_aguda.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/102/insuficiencia_renal_aguda.htm https://www.sanarmed.com/resumo-de-acidose-metabolica-fisiopatologia-causas-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-acidose-metabolica-fisiopatologia-causas-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-acidose-metabolica-fisiopatologia-causas-diagnostico-e-tratamento 9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • Doença cardiovascular (p. ex., insuficiência cardíaca, choque cardiogênico) • Doença hepática descompensada Doenças pré-renais geralmente não causam lesão renal permanente (e, assim, são potencialmente reversíveis), a menos que a hipoperfusão seja grave e/ou prolongada. Hipoperfusão do rim do contralateral funcional provoca aumento da reabsorção de sódio e água, resultando em oligúria (débito urinário < 500 mL/dia) com alta osmolalidade urinária e baixo sódio urinário. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal- aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra https://www.bjnephrology.org/en/article/insuficiencia-renal-aguda/ 05) Paciente de 26 anos, após teste de aptidão física, foi admitido na emergência por mialgia e urina escura. Mencionou, também, que durante o teste de aptidão, teria caído e batido a cabeça no chão. Tomografia contrastada de crânio realizada nas primeiras 6 horas de internamento foi normal. Nos três primeiros dias, observa-se, a seguinte curva de creatinina: dia 1 = 0,7 mg/dI / dia 2 = 3,3 mg/dI/ dia 3 = 8,1 mg/dI. Sumário de urina mostrava Hb+++ e hemácias 2/campo. Com base nesses dados, qual a principal hipótese para a insuficiência renal aguda desse paciente? a) Hipovolemia. b) Rabdomiólise. c) Necrose tubular aguda. d) Nefropatia por contraste. O excesso de atividade muscular pode causar rabdomiólise normalmente associada à intensidade do esforço físico realizado, sendo relatada após maratonas e em treinamento militar e, em geral, confinada aos membros inferiores. A maioria das causas de rabdomiólise cursa com depleção de ATP. Sabe-se que o ATP é crítico para as funções musculares, pois, com a depleção deste, ocorrem alterações na homeostase dos íons intracelulares, principalmente aumento do cálcio intracelular e, por meio deste, ativação de diversas enzimas como fosfolipases e proteases. O efeito final é a liberação de constituintes intracelulares tóxicos e radicais livres que provocam lesão da microvasculatura, extravasamento capilar e aumento da pressão intracompartimental. Existem três mecanismos descritos como causa de IRA pela rabdomiólise: ◦ Efeito tóxico direto da mioglobina, que, por meio de sua porção heme, leva a disfunção e necrose tubular. ◦ Isquemia renal devido ao desequilíbrio entre mediadores vasoconstritores e vasodilatadores com efeito final de vasoconstrição renal. ◦ Obstrução tubular por cilindros formados pelo pigmento de mioglobina. Coagulação intravascular disseminada pode aparecer nesses pacientes com o potencial de aumentar as complicações renais. 06) Paciente apresenta-se agudamente em oligúria. A dosagem de sódio urinário foi de 10 mEq/l, a creatinina urinária, 400 mg/dl e a creatinina sérica, 8 mg/dl. Com base nestes dados, qual deve ser a causa da oligúria? a) A causa da oligúria deve ser pré-renal. b) A causa da oligúria deve ser renal. c) A causa da oligúria deve ser pós-renal. d) Não é possível nenhuma conclusão com estes dados. Alternativa A: CORRETA. A baixa concentração de sódio urinário aponta uma insuficiência renal aguda pré-renal por hipovolemia. Provavelmente a relação ureia/creatinina estará > 50 indicando insuficiência renal pré-renal. Alternativa B: INCORRETA. Uma insuficiência renal intrínseca leva a um aumento na concentração urinária de sódio, sendo normalmente maior que 50 mEq/L Alternativa C: INCORRETA. Em geral, a insuficiência renal pós-renal não leva à um aumento perceptível da creatinina, exceto se há uma obstrução bilateral, o que ocorre raramente. Alternativa D: INCORRETA. A proporção de creatinina sérica e urinária além do sódio urinário apontando desidratação aponta um diagnóstico específico. Insuficiência renal aguda pré-renal ocorre pela diminuição da perfusão renal, como em estados hipovolêmicos como vômitos e diarréia. Pode ocorrer ainda por hipotensão, estenose da artéria renal ou uso de medicações, dentre elas ciclosporinas, NSAIDs e i-ECA. Os inibidores da enzima de conversão de angiotensina levam à vasoconstrição das arteríolas eferentes renais, causando uma piora da perfusão e por isso pode levar ou piorar um quadro de insuficiência aguda pré-renal. Observa-se ainda comumente uma relação uréia: creatinina > 20. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal-aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal-aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal-aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal-aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra https://www.bjnephrology.org/en/article/insuficiencia-renal-aguda/ https://www.bjnephrology.org/en/article/insuficiencia-renal-aguda/ 10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Suspender as medicações ofensoras e hidratação venosa são essenciais para manter a perfusão renal. 07) Menino previamente hígido de 8 anos com 25 kg, vítima de queimadura, deu entrada no centro de queimados há cerca de 48 horas. Hoje observo o paciente desconfortável do ponto de vista ventilatório, com débito urinário de 10 ml/hora nas últimas 16 horas. Exames laboratoriais revelam: sódio = 127, potássio = 5,8, ureia = 112 e creatinina 4,2. Como podemos interpretar a função renal deste paciente com base nos critérios de RIFLE? a) Falência renal aguda. b) Risco de disfunção renal aguda. c) Perda da função renal em fase de cronificação. d) Insuficiência renal crônica terminal. A creatinina do pct já está acima de 4mg/dl caracterizando o estágio de falência. ? O critério RIFLE se baseia na definição de três estágios de LRA (Risk, Injury e Failure), que têm como base alterações da creatinina sérica juntamente dos valores do débito urinário, configurando os estágios de disfunção renal. Esse critério se baseia também em outros dois estágios, entendidos como desfechos clínicos, correspondentes a situações mais graves e de pior prognóstico (Loss e End-Stage). O critério RIFLE tem sido amplamente avaliado no que diz respeito à sua aplicação no acompanhamento de pacientes graves. Como resultado, alguns estudos mostram que esse critério tem grande relevância para diagnóstico, classificação e avaliação da progressão da lesão renal, bem como para predição de óbito nesse grupo de pacientes. https://www.scielo.br/j/rbti/a/9QxFHwthtGzHwjt8gYx mbwm/?lang=pt#:~:text=O%20crit%C3%A9rio%20RI FLE%20se%20baseia,os%20est%C3%A1gios%20de %20disfun%C3%A7%C3%A3o%20renal. Esses critérios receberam o acrônimo de RIFLE: risk (R: risco), injury (I: injúria), failure (F: falência), loss (L: perda mantida da função) e end-stage kidney disease (E: insuficiência renal terminal). A LRA foi definida como um aumento maior ou igual a 50% em relação ao valor basal e/ou queda maior ou igual a 25% da taxa de filtração glomerular (TFG) e/ou uma diminuição do DU inferior a 0,5 ml/kg/h por 6 h ou mais. O elemento “agudo” da definição requer que o aumento da creatinina ocorra em um intervalo menor ou igual a 7 dias. Em 2007, o Acute Kidney Injury Network (AKIN) publicou uma nova classificação de LRA para adultos, uma evolução do RIFLE. Risco, lesão e falência tornaram-se, respectivamente, os estágios 1, 2 e 3, e um aumento de 0,3 mg/dl na creatinina em 48 h foi incluído no estágio 1. A TFG foi retirada, bem como os estágios de perda e doença renal terminal, que se tornaram desfechos, e não mais estágios. Os dois sistemas de definição para LRA (RIFLE e AKIN) diferem em alguns aspectos principais, como mostra a Tabela 1. Tanto para estadiamento AKIN quanto para os critérios de RIFLE somente um critério (aumento de creatinina ou queda no DU) necessita ser preenchido. A classificação é baseada no pior critério, seja na queda da TFG estimada, seja em oligúria. A queda na TFG estimada é calculada a partir do aumento da creatinina sérica com relação aos níveis basais. Para AKIN, o aumento da creatinina sérica deve ocorrer em 48 h; para RIFLE, a LRA deve ser tanto abrupta (1 a 7 dias) quanto sustentada (> 24 h). As diretrizes do Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO), publicadas em 2012, incorporam os critérios RIFLE e AKIN. Assim, o aumento absoluto da creatinina sérica basal (≥ 0,3 mg/dl) é mantido a partir da definição AKIN (48 h), enquanto o intervalo de tempo para um aumento ≥ 50% da creatinina sérica basal édefinido em 7 dias, inicialmente incluídos nos critérios de RIFLE. https://www.scielo.br/j/rbti/a/9QxFHwthtGzHwjt8gYxmbwm/?lang=pt#:~:text=O%20crit%C3%A9rio%20RIFLE%20se%20baseia,os%20est%C3%A1gios%20de%20disfun%C3%A7%C3%A3o%20renal https://www.scielo.br/j/rbti/a/9QxFHwthtGzHwjt8gYxmbwm/?lang=pt#:~:text=O%20crit%C3%A9rio%20RIFLE%20se%20baseia,os%20est%C3%A1gios%20de%20disfun%C3%A7%C3%A3o%20renal https://www.scielo.br/j/rbti/a/9QxFHwthtGzHwjt8gYxmbwm/?lang=pt#:~:text=O%20crit%C3%A9rio%20RIFLE%20se%20baseia,os%20est%C3%A1gios%20de%20disfun%C3%A7%C3%A3o%20renal https://www.scielo.br/j/rbti/a/9QxFHwthtGzHwjt8gYxmbwm/?lang=pt#:~:text=O%20crit%C3%A9rio%20RIFLE%20se%20baseia,os%20est%C3%A1gios%20de%20disfun%C3%A7%C3%A3o%20renal 11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA 08) Dentre as opções a seguir, assinale a que apresenta um achado frequente na insuficiência renal aguda (IRA) pré-renal. a) Fração de excreção do sódio elevada b) Relação ureia plasmática sobre creatinina plasmática elevada c) Osmolalidade urinária abaixo de 500 mosmol/Kg H20 d) Presença de cilindros granulosos na urina e) Concentração urinária de sódio acima de 20 mmol/litro Alternativa A: INCORRETO. Em condições de depleção de volume extracelular, a prioridade passa a ser a conservação de sódio a qualquer custo. A fração de excreção do sódio cai a quase zero. Portanto, na IRA pré-renal a FE Na' é muito baixa, geralmente inferior a 1% (frequentemente< 0,01 %). Alternativa B: CORRETO. Ureia é filtrada, mas não secretada. Por isso, em estados de depleção de volume, existe um aumento significativo da reabsorção de ureia nos túbulos proximais, o que justifica a sua elevação sérica desproporcional à creatinina nos estados de hipovolemia (pré-renal), levando a aumento da relação ureia e creatinina. Alternativa C: INCORRETO. Na IRA pré-renal, a osmolalidade urinária está acima de 500. Alternativa D: INCORRETO. Os cilindros granulosos são formados por células epiteíiais tubulares e restos celulares associados a debris. Eles são característicos de pacientes com lesão tubular aguda (NTA). Podem estar presentes na nefrite intersticial aguda, vasculite, glomerulonefrite. Na IRA prérenal podemos encontrar cilindros hialinos, com sedimento pouco alterado (inocente). Alternativa E: INCORRETO. O sódio urinário (Na) pode avaliar a integridade do processo de reabsorção tubular. Na IRA pré-renal, por haver intensa reabsorção, a concentração urinária de sódio está abaixo de 20. A IRA pré-renal é a elevação das "escórias nitrogenadas" causada pela redução do fluxo sanguíneo renal. O tipo mais comum de injúria renal aguda (55-60% dos casos). Caracteriza-se clinicamente pela reversibilidade, uma vez restaurado o fluxo renal. As principais causas são: (a) hipovolemia; (b) estados de choque; (c) insuficiência cardíaca; (d) cirrose hepática com ascite. O que todas estas entidades possuem em comum é a queda do chamado volume circulante efetivo, ou seja, aquele que preenche o leito arterial e perfunde nossos órgãos. 09) Sobre insuficiência renal aguda (IRA), considere as assertivas a seguir: l: Sulfonamidas podem causar IRA tanto por dano tubular (necrose tubular aguda) como por reação do tipo alérgico (nefrite intersticial aguda); II: Tanto cocaína como inibidores de redutase da coenzima-A podem causar IRA através de nefrotoxicidade tubular pelo pigmento heme através de rabdomiólise; III: A mortalidade na IRA pré-renal costuma ser inferior costuma ser inferior a 10%. enquanto que naqueles com IRA intrarrenal a mortalidade pode chegar a 80%: IV: Estudos recentes demonstram que, dentre as diversas variáveis clínicas que aumento o risco de IRA, o de maior valor preditivo é a presença prévia de algum grau de insuficiência renal crônica; V: Em pacientes com IRA pré-renal que não tenham utilizado diurético, a fração de ejeção se sódio, tipicamente será maior do que 1%. Dentre as assertivas acima, estão corretas: a) II, III e IV b) I, IV e V c) I, II e III; d) III, IV e V Nefrotoxicidade é a segunda causa de LRA, sendo prevenível e reversível na maioria dos casos. ASSERTIVA I: INCORRETA. Sulfonamidas (Bactrim) não cursam com nefrite intersticial aguda. ASSERTIVA II: CORRETA. Cocaína e estatinas (inibidores de redutase da coenzima-A) são causas de NTA por rabdomiólise. ASSERTIVA III: CORRETA. IRA intrínseca tem prognóstico bem pior que a pré-renal. ASSERTIVA IV: CORRETA. Insuficiência renal prévia é o principal preditor de evolução renal desfavorável em pacientes com IRA. ASSERTIVA V: INCORRETA. Na IRA pré-renal a FENA é < 1%. 10) A rabdomiólise é uma importante causa de insuficiência renal aguda. É INCORRETO afirmar: a) Pode ter causa infecciosa. b) A creatinofosfoquinase sérica está aumentada. c) A função renal é recuperada na maioria dos pacientes com tratamento adequado. d) O principal passo terapêutico é a alcalinização da urina Alternativa A: CORRETA. Leptospirose é uma causa infecciosa clássica de rabdomiólise. Alternativa B: CORRETA. Aumento de CK é um dos principais achados laboratoriais da rabdomiólise. Alternativa C: CORRETA. Na maioria dos casos há recuperação da função renal se o tratamento for adequado e em tempo hábil. Alternativa D: INCORRETA. Alcalinização urinária não apresenta evidência clara de benefício, além de possíveis efeitos deletérios (risco de hipervolemia e de hipocalcemia sintomática). O principal tratamento da rabdomiólise consiste em hidratação endovenosa vigorosa e precoce, a qual deve ser mantida até resolução da rabdomiólise (valores de CPK < 1000 UI/L). 12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
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