Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Doença Renal Crônica PROBLEMA 3M3 – RINS QUE NÃO FUNCIONAM José da Silva, 64 anos, trabalhador rural, procurou o pronto atendimento com queixa de fraqueza e falta de apetite há 3 meses. Nas últimas 2 semanas observou inchaço nas pernas, náuseas e cansaço para tomar banho e fazer a barba. Referia ser hipertenso e tabagista há mais de 20 anos, com uso irregular de nifedipino. O médico, ao avaliar os exames iniciais do Sr. José, explicou ao paciente que seus rins não estavam funcionando direito e que essa doença provavelmente estava evoluindo lentamente há vários anos. José não entendeu como ele podia estar doente há tanto tempo se não sentia nada até 3 meses atrás. O que tinha causado aquela doença? E qual era o tratamento? INSTRUÇÃO: Você conhece uma doença renal com esse tipo de evolução clínica? Como diagnosticá-la e tratá-la? BIBLIOGRAFIA SUGERIDA: 1. Riella, Miguel Carlos. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 6.ed – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1. 136p.: il; 28cm. ISBN 978- 85-277-3325-0; 2. Princípios básicos da nefrologia [recurso eletrônico] I Organizadora, Sílvia Titan. - Dados eletrônicos. – Porto Alegre; Artmed, 2013. ISBN 978-85-65852- 39-5; 3. KDIGO Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney Int Suppl (2013) 3, 5-150; 4. Schrier’s diseases of the kidney. – 9th ed. / edited by Thomas M. Coffman ... [et al.]; 5. Brenner & Rector’s the kidney / [edited by] Maarten W. Taal ... [et al.]. -- 9th ed. p.; 6. Harisson’s Neprhology and acid-base disorders. 2nd edition. QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: 1) CARACTERIZAR DOENÇA RENAL CRÔNICA QUANTO À EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA; A Doença Renal Crônica (DRC) é definida como a diminuição do ritmo de filtração glomerular (RFG) abaixo de 60 ml/min/1,73m2 e/ou a presença de anormalidades na estrutura renal, com duração acima de 3 meses. Ao contrário do que se observa na maioria dos casos de Injúria Renal Aguda (IRA), na DRC não ocorre regeneração do parênquima renal, e por isso a perda de néfrons, por definição, é irreversível. Epidemiologia: Em países desenvolvidos, o rastreamento estima prevalência de doença renal crônica entre 10 e 13% na população adulta, com mais de 4,5 milhões de adultos com a doença no mundo. No Brasil, a primeira causa de DRC é a hipertensão arterial sistêmica, a segunda é o diabetes, seguido pela glomerulonefrite crônica. Nos EUA, observa-se o diabetes como principal etiologia da DRC (45%), seguido pela HAS e glomerulopatias. No Brasil, estimativas da prevalência dessa enfermidade são incertas, contudo, de acordo com a caderneta de saúde coletiva de 2017 mais de 100 mil pacientes recebiam terapia dialítica no país, com uma taxa de internação hospitalar de 4,6% ao mês e uma taxa de mortalidade 17% ao ano. O mesmo estudo detectou maior predominância no sexo masculino com taxa de crescimento anual de 2,2% e, de 2% para o sexo feminino, raça/cor predominante é a branca (39,6%) em relação às raças/cor amarela (1,2%), indígena (0,1%), parda (36,1%) e preta (11,4%). Fisiopatologia: Caracteriza-se por dois amplos grupos gerais de mecanismos lesivos: • mecanismos desencadeantes específicos da etiologia subjacente, por exemplo anormalidades do desenvolvimento ou da integridade renal determinadas geneticamente, deposição de imunocomplexos e inflamação em alguns tipos de glomerulonefrite, ou exposição a toxinas em algumas doenças dos túbulos e do interstício renais. • um conjunto de mecanismos progressivos que envolvem hiperfiltração e hipertrofia dos néfrons viáveis remanescentes, que são consequências comuns da redução prolongada da massa renal, independentemente da etiologia primária. As respostas à redução da quantidade de néfrons são mediadas por hormônios vasoativos, citocinas e fatores de crescimento. O aumento da atividade intrarrenal do sistema renina-angiotensina (SRA) parece contribuir para a hiperfiltração adaptativa inicial e, embora inicialmente benéfica, parece resultar em dano a longo prazo aos glomérulos dos néfrons remanescentes, que se manifesta por proteinúria e insuficiência renal progressiva. Este processo parece ser responsável pelo desenvolvimento de insuficiência renal entre aqueles nos quais a doença original é inativa ou curada. 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca- renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia- diagnostico-e-tratamento 2) ESTABELECER AS ETIOLOGIAS MAIS COMUNS, FATORES DE PROGRESSÃO E ESTADIAMENTO; A doença renal crônica pode resultar de qualquer causa de disfunção renal de magnitude suficiente. As causas mais comuns em os EUA em ordem de prevalência são • Nefropatia diabética • Nefroesclerose hipertensiva • Várias glomerulopatias primárias e secundárias Síndrome metabólica, em que estão presentes hipertensão e diabetes tipo 2, é uma causa significativa e crescente de lesão renal. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal- cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica Segundo a Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO), a DRC é subdividida em estágios (0, 1, 2, 3a, 3b, 4 e 5), com base no ritmo de filtração glomerular e em relação a proteinúria em A1, A2 e A3, antes, a doença era estadiada apenas pela TFG, porém, o risco de piora da função renal está intimamente ligado à quantidade de albuminúria, de modo que ela foi incorporada na classificação. Essas duas classificações diferentes unidas estagiam a doença, assim como dão seu prognóstico. Conforme mostra a tabela, pacientes na faixa verde dificilmente tem complicações graves e pacientes na vermelha geralmente estão em diálise, para evitar outras complicações. https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca- renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia- diagnostico-e-tratamento 3) DESCREVER AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICO- LABORATORIAIS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA; O declínio gradual da função em pacientes com DRC é inicialmente assintomático. No entanto, diferentes sinais e sintomas podem ser observados com insuficiência renal avançada, incluindo sobrecarga de volume, hipercalemia, acidose metabólica, hipertensão, anemia e distúrbios minerais e ósseos. As manifestações do estado urêmico incluem anorexia, náusea, vômito, pericardite, neuropatia periférica e anormalidades do sistema nervoso central (variando de perda de concentração e letargia a convulsões, coma e morte). Não existe correlação direta entre os níveis séricos absolutos de nitrogênio ureico no sangue ou creatinina e o desenvolvimento desses sintomas. O distúrbio ósseo e mineral decorrente da DRC inicia- se com a redução na produção de 1,25 dihidroxi- calciferol. O declínio progressivo do nível sérico de vitamina D é acompanhado por elevação de paratormônio (PTH) à medida que declina a filtração https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamentohttps://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA glomeruar. Assim, nos estágios 3 e 4 da DRC, a maioria dos pacientes já apresenta hiperparatireoidismo secundário. Há uma grande quantidade de evidências de que pacientes com DRC têm um aumento substancial no risco cardiovascular que pode ser explicado em parte por um aumento nos fatores de risco tradicionais, como hipertensão, diabetes e síndrome metabólica. A DRC sozinha também é um fator de risco independente para doenças cardiovasculares. https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca- renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia- diagnostico-e-tratamento 4) ANALISAR O TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (MEDIDAS PARA RETARDO DE PROGRESSÃO E MANEJO DAS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES); • Controle das doenças subjacentes • Possível restrição de proteína, fosfato e potássio na dieta • Suplementos de vitamina D • Tratamento da anemia • Tratamento das comorbidades que contribuem (p. ex., insuficiência cardíaca, diabetes mellitus, nefrolitíase, hipertrofia prostática) • Dosagens de todos os fármacos ajustadas conforme necessário • Diálise para taxa de filtração glomerular muito diminuída se os sinais de sintomas não forem adequadamente tratados por intervenções médicas • Manter o nível de bicarbonato de sódio no intervalo normal (23–29 mmol/L) https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal- cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica 5) DISCUTIR AS INDICAÇÕES E MODALIDADES DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA. Diálise Peritoneal A Diálise Peritoneal é uma das formas de tratamento para pacientes com falência da função renal. A finalidade é remover impurezas e excesso de líquido do sangue. Existe uma fina membrana, localizada no abdome, que filtra o sangue do paciente durante a diálise. O procedimento pode ser feito em casa, o que proporciona melhora na qualidade de vida do paciente uma vez que ele pode ter mais controle sobre a programação da diálise. Em geral a Terapia tem o seu início de 10 a 14 dias após a passagem do cateter. Também pode ser iniciada em até 24 horas, dependendo da necessidade clínica do paciente. Há dois tipos de Diálise Peritoneal: a Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua e a Diálise Peritoneal Automatizada. Na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o serviço é oferecido da seguinte forma: • Implantação de cateteres Tenckoff; • Treinamento e manutenção de diálise peritoneal automática; ou • Treinamento e manutenção de diálise peritoneal ambulatorial continua; Hemodiálise A Hemodiálise é uma das formas de tratamento para pacientes com falência da função renal. O tratamento remove impurezas e excesso de líquido do sangue. Uma máquina limpa e filtra o sangue através de um acesso vascular, que pode ser um cateter (tubo) ou uma fístula arteriovenosa. Na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o serviço é oferecido da seguinte forma: • Implante de acesso vascular temporário e de longa permanência; • Hemodiálise convencional aguda e crônica. https://www.saude.df.gov.br/terapia-renal- substitutiva DISPARADORES: https://www.youtube.com/watch?v=bo9_7bqf1MM https://www.youtube.com/watch?v=VUrvyxNmbK0 TESTE DE GARANTIA DE PREPARO INDIVIDUAL: 01) Paciente comparece em consulta ambulatorial com história de HAS e DM 2 com tratamento inadequado há pelo menos 5 anos. Apresenta exame laboratorial com creatinina 3 mg/dl (normal até 1,2). Sobre a doença renal crônica (DRC) assinale a alternativa CORRETA: a) A presença de proteinúria não deve ser considerada na classificação da DRC por não ter implicação prognóstica, estando relacionada apenas a sintomas como edema e espumuria. F – albuminúria é usada para classificar b) A estimativa ou a dosagem da taxa de filtração glomerular a partir da creatinina não é superior ao https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-doenca-renal-cronica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica/doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica https://www.saude.df.gov.br/terapia-renal-substitutiva https://www.saude.df.gov.br/terapia-renal-substitutiva https://www.youtube.com/watch?v=bo9_7bqf1MM https://www.youtube.com/watch?v=VUrvyxNmbK0 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA valor absoluto de creatinina na interpretação e classificação da DRC. c) A proteinúria auxilia na classificação e no risco de progressão da doença renal. d) O controle de fatores de risco é medida fútil na prevenção da progressão em fases avançadas da DRC. e) A creatinina é diretamente proporcional a taxa de filtração glomerular, que varia com a massa muscular do paciente. Assim, quanto maior a creatinina, maior a taxa de filtração glomerular. A Doença Renal Crônica (DRC) consiste em uma lesão renal e na perda progressiva e irreversível da função dos rins (glomerular, tubular e endócrina). O diabetes mellitus e a hipertensão arterial são as principais causas tanto de DRC, ainda sem necessidade de diálise, quanto em tratamento dialítico. Alternativa A: Incorreto. A última classificação de DRC do KDIGO recomenda detalhar a causa da DRC e classificá-la em 6 categorias relacionadas à taxa De filtração glomerular (G1 a G5,com G3 dividida em 3a e 3b), mas também Classifica-base em 3 níveis de albuminúria (A1, A2 e A3), cada qual avaliada de acordo com a relação albumina/creatinina urinária (em mg/g ou mg/mmol em uma amostra de urina). A proteinúria maciça está associada à maior velocidade de progressão da DRC. Alternativa B: Incorreto. A taxa de filtração glomerular (TFG) é um indicador importante para detecção, avaliação e tratamento da doença renal crônica (DRC) e, na prática clínica, a investigação de rotina por meio de equações utiliza as concentrações de creatinina sérica e da cistatina C. Alternativa C: Correto. nos últimos anos, a proteinúria emergiu não apenas como bom marcador de gravidade da doença, influenciando decisões terapêuticas, mas também como parâmetro clínico de resposta ao tratamento. Alternativa D: Incorreto. São fatores de progressão modificáveis: tabagismo, dislipidemia, obesidade, hiperuricemia, glicemia, sistema renina-angiotensina, albuminúria, proteinúria e hipertensão arterial sistêmica. Se esses fatores forem controlados ou evitados há como prevenir ou retardar a instalação da Doença renal em fase terminal. Alternativa E: Incorreto. A creatinina sérica é inversamente proporcional à TFG. Se a TFG diminui para a metade, a creatinina sérica tem que aumentar o dobro. DRC: Definida como a diminuição do ritmo de filtração glomerular (RFG) abaixo de 60 ml/min/1,73m2 e/ou a presença de anormalidades na estrutura renal, com duração acima de 3 meses, com a perda de néfrons irreversível. 2) Na classificação da doença renal crônica pelo KDIGO (KidneyDiseaselmproving Global Outcomes), além da taxa de filtração glomerular, qual outra variável é utilizada para estratificação do paciente? a) Hiperpotassemia.b) Acidose metabólica. c) Débito urinário nas últimas 24 horas. d) Albuminúria. A classificação de KDIGO tem como objetivo classificar a doença renal crônica em cinco faixas, estabelecendo: risco baixo, moderado, alto e muito alto de falência renal. Análise conjunta da função renal, pela taxa de filtração glomerular e do estágio de dano do rim, por meio da relação albumina/creatinina. Portanto, as variáveis utilizadas na confecção dessa classificação são essencialmente taxa de filtração glomerular e albuminúria. Resposta correta, letra D Fisiopatologia: Mecanismos desencadeantes específicos da etiologia subjacente • anormalidades do desenvolvimento ou da integridade renal, • deposição de imunocomplexos • Inflamação • Toxinas Mecanismos progressivos que envolvem hiperfiltração e hipertrofia dos néfrons viáveis remanescentes (SRA). Proteinúria e insuficiência renal progressiva. Mais de 100mil dialíticos no Brasil. Taxa de internação hospitalar de 4,6% ao mês e taxa de mortalidade 17% ao ano 3) Ao exame físico dos pacientes com doença renal crônica, o achado mais comum é(são): a) Mioclonia. b) Estertores crepitantes em ambas as bases pulmonares. 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA c) Hálito urêmico. d) Hipertensão arterial. e) Equimoses Nos primeiros estágios a doença renal pode ser assintomática. A perda de função, geralmente, demora meses para ocorrer porem um achado comum de se encontrar nestes pacientes, é a hipertensão arterial. A insuficiência renal avançada inclui sinais como: ◦ sobrecarga de volume, hipercalemia, acidose metabólica, hipertensão, anemia e distúrbios minerais e ósseos. 4) Sobre a doença renal crônica (DRC), assinale a alternativa correta: (Nefrologia Clínica, Abordagem abrangente, Richard J. Johnson, 5 edição) a) O baixo peso ao nascer não é considerado um fator de risco para o desenvolvimento de DRC. b) A nefropatia do envelhecimento tem início após os 50 anos de idade e se caracteriza por perda de 5ml/min/ano de filtração glomerular sem proteinúria significativa. c) O bloqueio do sistema renina angiotensina é recomendado na DRC, mesmo que a hipertensão não esteja presente, e pode ser continuado até fases avançadas da doença renal como os estágios IV e V. d) A anemia relacionada a DRC pode ser encontrada em qualquer estágio da doença renal crônica. e) A infecção é a primeira causa de óbito nesta população de DRC. Alternativa A: Falso. Fatores como baixo peso ao nascer, história de refluxo vesicouretral, infecções do trato urinário, passado de nefrite ou nefrose, e história familiar de doença cística renal, são considerados de risco para o desenvolvimento de DRC. Alternativa B: Falso. Sabe-se que a partir dos 40 anos o indivíduo perde cerca de 0,75 a 1 mL/min/ano de filtração glomerular e isso é conhecido como nefropatia do envelhecimento. Alternativa C: Verdadeiro. O uso de bloqueadores do SRAA, como a exemplo dos IECAs e BRAs, é recomendado para nefroproteção, bem como proteção cardiovascular. Alternativa D: Falso. A anemia é um achado de fases mais avançadas da doença renal crônica, quando há uma queda mais acentuada da eritropoietina. Alternativa E: Falso. A primeira causa de óbito na população com DRC são as doenças cardiovasculares e não infecciosas. A – F: Em relação aos dados do nascimento, o baixo peso ao nascer apresentou prevalência de 8,1%. Estudos demonstraram associação entre quantidade reduzida do número de néfrons e baixo peso, justificando o desenvolvimento de doenças crônicas. https://www.scielo.br/j/jbn/a/wfjw4d683TbLLvsHftbF XgD/?lang=pt#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3 o%20aos%20dados%20do,o%20desenvolvimento% 20de%20doen%C3%A7as%20cr%C3%B4nicas. B – F: Além das doenças que são comuns em idosos, como a nefropatia diabética e a hipertensiva, a senescência fisiológica dos rins ocorre, mesmo com o envelhecimento sadio. Especificamente, a perda da reserva renal com o envelhecimento tem o seguinte significado clínico: Propicia a ocorrência de doença renal mais avançada se uma nefropatia nova específica, como diabetes ou vasculite, ocorrer; Aumenta a suscetibilidade à lesão renal aguda; Promove acúmulo de substâncias tóxicas e drogas que tenham depuração renal (GLASSOCK; RULE, 2012). No estudo longitudinal de Baltimore, com 254 homens idosos seguidos por 23 anos, a TFG média caiu 7,5 ml/min por década de vida. https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.ph p/5971/mod_resource/content/1/ebook/3.html 5) Sobre a doença renal crônica (DRC) na infância, assinale a alternativa CORRETA. a) A etiologia da DRC na infância é independente da idade, tendo como principal causa as glomerulopatias, como a síndrome nefrótica primária e a nefrite lúpica. b) São considerados grupos de risco para DRC na infância: prematuridade e baixo peso ao nascer, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, diabetes mellitus e história familiar de DRC c) Todas as crianças com DRC precisam seguir uma dieta rigorosa com controle da ingestão de sódio, com restrição de proteínas e de líquidos. d) A infecção do trato urinário é fator de risco para DRC, assim como também acelera a perda da https://www.scielo.br/j/jbn/a/wfjw4d683TbLLvsHftbFXgD/?lang=pt#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20aos%20dados%20do,o%20desenvolvimento%20de%20doen%C3%A7as%20cr%C3%B4nicas https://www.scielo.br/j/jbn/a/wfjw4d683TbLLvsHftbFXgD/?lang=pt#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20aos%20dados%20do,o%20desenvolvimento%20de%20doen%C3%A7as%20cr%C3%B4nicas https://www.scielo.br/j/jbn/a/wfjw4d683TbLLvsHftbFXgD/?lang=pt#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20aos%20dados%20do,o%20desenvolvimento%20de%20doen%C3%A7as%20cr%C3%B4nicas https://www.scielo.br/j/jbn/a/wfjw4d683TbLLvsHftbFXgD/?lang=pt#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20aos%20dados%20do,o%20desenvolvimento%20de%20doen%C3%A7as%20cr%C3%B4nicas https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5971/mod_resource/content/1/ebook/3.html https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5971/mod_resource/content/1/ebook/3.html 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA função renal em crianças. Portanto, indica-se o uso de antibioticoterapia profilática em crianças com DRC, mas sem infecção urinária de repetição, independente da doença de base. e) Apesar de trazer implicações importantes na vida da criança, a taxa de mortalidade de crianças com DRC é semelhante à da população pediátrica em geral. Doença renal crônica é definida tanto pela presença de lesão renal como por perda da função renal, sendo diferenciada em estágios (1 a 5), de acordo com a intensidade da perda da função renal. A sugestão de cronicidade é determinada pela duração da lesão renal ou pela perda de função maior que três meses. A lesão renal pode ser indicada por anormalidades histológicas renais, ou dos exames de urina ou de imagem. Alternativa B: CORRETA. As seguintes situações devem merecer acompanhamento específico, pois aumentam o risco de Doença Renal Crônica: Antecedente de Doença Policística Renal ou outras doenças genéticas do rim; Lactentes de baixo peso ao nascimento; História de Insuficiência Renal aguda por hipoxemia ou outros insultos; Displasia ou hipoplasia renal; Uropatias obstrutivas; Refluxo vésico-ureteral associado a infecções urinárias recorrentes e com cicatrizes renais; Antecedente de Síndrome Nefrítica ou Nefrótica; Antecedente de Síndrome Hemolítica Urêmica; Diabetes melitus tipo l ou II; Lupus eritematoso sistêmico; Antecedente de hipertensão, trombose no período neonatal. Alternativa A: INCORRETA. As causas iniciais de lesão renal variam de acordo com a região do mundo, do local de onde a pesquisa é realizada, da faixa etária do paciente, mas sem dúvida incluem como principais as malformações do trato urinário, as doenças glomerulares e as doenças hereditárias. Alternativa C: INCORRETA. As recomendaçõesnão são para todas as crianças com doença renal crônica. Alternativa D: INCORRETA. A profilaxia deverá ficar reservada para pacientes portadores de refluxos maiores ou igual ao de terceiro grau e para aquelas crianças que já apresentam cicatriz renal. Alternativa E: INCORRETA. A taxa de mortalidade ainda é de 30 a 150 vezes maior que a dos pares de idade sem doença renal. 6) Considere as indicações de diálise nos pacientes com insuficiência renal aguda. I.Hiperpotassemia refrataria as medidas. II. Hipervolemia refratária ao tratamento. III. Acidose metabólica não responsiva a terapia. IV. Hipernatremia isolada. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I1. c) Apenas l e Il. d) Apenas l, lle lll. e) Apenas I, Il e IV. Urgência são síndrome urêmica (pericardite, encefalopatia, hemorragias), hiperpotassemia, hipervolemia e acidose metabólica refratárias ao tratamento clínico. O tratamento da hipernatremia se baseia, na maior parte dos casos, apenas em corrigir o déficit de água no organismo. 7)Sobre Insuficiência Renal Crônica (IRC), é INCORRETO afirmar: a) Pode haver hiperparatireoidismo secundário, com hipocalcemia, hiperfosfatemia e níveis de paratormonio elevado. b) Uremia, hipervolemia, acidose metabólica e distúrbio eletrolítico não responsivos a terapias são indicações de diálise. c) A dosagem de ureia e creatinina é o marcador diagnóstico e o método diagnóstico mais específico para IRC. d) Os rins, habitualmente, apresentam redução do seu tamanho ao ultrassom renal. e) Na fase de disfunção renal, é comum a poliúria por hiperosmolaridade. O distúrbio ósseo e mineral decorrente da DRC inicia- se com a redução na produção de 1,25 dihidroxi- calciferol. O declínio progressivo do nível sérico de vitamina D é acompanhado por elevação de paratormônio (PTH) à medida que declina a filtração glomerular. Nos estágios 3 e 4 da DRC, a maioria dos pacientes já apresenta hiperparatireoidismo secundário. Diagnóstico da doença renal crônica é mais bem identificado com o ritmo de filtração glomerular. Essa é a melhor medida do funcionamento renal em indivíduos normais ou pacientes com doença renal. O nível da RFG varia com a idade, sexo, e massa muscular. Mais recentemente, as diretrizes preconizam que a FG pode ser estimada a partir da dosagem sérica da creatinina (Crs), aliada a variáveis demográficas, • idade, sexo, tamanho corporal. 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • A equações mais frequentemente utilizada é a CKD-EPI 2021 Outros marcadores de lesão renal incluem: ◦ • anormalidades no sedimento urinário (principalmente hematúria e leucocitúria) • alterações de parâmetros bioquímicos no sangue e na urina • • alterações nos exames de imagem • imagem do ultrassom, com perda da diferenciação córtico medular, redução do córtex renal e aumento da ecogenicidade do parênquima renal. CKD-EPI 2021 Equações utilizadas: 8) O sinal mais precoce da doença renal crônica é: a) Prurido b) Noctúria c) Hipertensão arterial d) Pericardite Alternativa A: INCORRETA – O prurido é um achado de DRC avançada, geralmente associada a doença sistêmica adjacente. Alternativa B: CORRETA – A noctúria é um dos sinais mais precoces da DRC e ocorre pela perda da capacidade renal de concentrar a urina, levando ao despertar para urinar. Alternativa C: INCORRETA – A hipertensão ocorre principalmente quando a DRC já está instalada, por alterações no sistema renina-angiotensina- aldosterona. Além disso, a HAS pode ser a causadora da DRC, por aumento da pressão de filtração que causa alterações glomerulares a longo prazo. Alternativa D: INCORRETA – A pericardite por ocorrer na DRC decorrentes de alterações, como a uremia é um achado grave encontrado em pacientes com DRC já avançada e muitas vezes descompensada. A doença renal crônica geralmente só apresenta sintomas quando a taxa de filtração glomerular já está bastante reduzida, por conta da reserva funcional. Embora seja uma doença com diversas alterações urinárias e sistêmica, como anemia e alterações osteoarticulares, a DRC se apresenta geralmente precocemente com sintomas específicos. 9) Homem, 69 anos de idade, com história de fadiga e fraqueza há seis meses, deixou de realizar suas atividades sociais há três meses. Foi internado com anorexia, poliúria e flutuação do nível de consciência há 10 dias. Tabagista ativo (40 anos/maço), esposa refere que o paciente perdeu 20% do peso neste período. Ao exame físico: letárgico, com oscilação do nível de consciência, pele e mucosas desidratadas. Exames complementares: creatinina 2,5mg/dL (0,6 - 1,2); uréia 56mg/dL (16 - 40); cálcio total 13,7mg/dL (8,5 - 10,2). Tomografia de tórax revela massa perihilar de pulmão direito e derrame pleural. Após hidratação com soro fisiológico e administração cautelosa de furosemida, houve melhora do quadro confusional e melhora dos parâmetros da creatinina (1,5 mg/dL) e cálcio total (11,6 mg/dL). Considerando a TFG pelo clearance de Cr pela CKD-EPI, atualmente, qual estágio de DRC este paciente se enquadra? A) GV. B) GIIIb. C) GIIIa. D) GII. E) GI. TFGe: 50 mL/min/1,73m² Logo Tratamento: Os tratamentos dirigidos às causas específicas da DRC incluem: • O controle rigoroso da glicemia dos pacientes diabéticos • O uso de agentes imunossupressores na glomerulonefrite • A utilização das novas modalidades de tratamento específico para retardar a cistogênese na doença renal policística. A ocasião ideal para iniciar o tratamento, específico e não específico, é muito antes que haja declínio detectável da RFG e certamente antes que a DRC esteja bem estabelecida. Os inibidores da ECA e os bloqueadores de receptores da angiotensina II (BRAs) inibem a vasoconstrição das arteríolas eferentes da microcirculação glomerular, que é induzida pela angiotensina, por isso são drogas de escolha para controle da PA . TFG for < 30ml/min/1,73m²: NEFRO para discutir e planejar uma terapia de substituição renal. CKDEPI: 50,1ml/min/1.73m² (se Cr 1,5) – estágio 3a 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA 27,1ml/min/1.73m² (se Cr 2,5) – estágio G4. Cockcroft-Gault Fórmula: 10) Em pacientes com doença renal em estágio final, que anormalidade, dentre as abaixo, é a responsável pela hipertensão arterial observada? a) Nefroesclerose b) Expansão de volume vascular c) Hiperaldosteronismo primário d) Hiperparatireoidismo Alternativa A: INCORRETA. Nefroesclerose é a lesão histológico encontrada na HAS. Alternativa B: CORRETA. Alternativa C: INCORRETA. Essa é uma doença caracterizada pela produção anômala da aldosterona que atua no túbulo coletor renal levando a absorção de sódio e secreção tubular de potássio e o hidrogênio. Esse mecanismo irá gerar hipertensão arterial, hipocalemia e alcalose metabólica. Alternativa D: INCORRETA. O hiperparatireoidismo na DRC provoca distúrbios ósseas e calcificação de tecidos. Pode ter até alguma influência na hipertensão arterial por calcificação das artérias, porém não é o principal e a influência sobre a pressão arterial é polêmica. Os rins são responsáveis pelo balanço de sódio corporal. O ganho de sódio na dieta é praticamente eliminada todo pelo rim. Nas situações de DRC, se o indivíduo não fizer uma dieta hipossódica adequada, ele irá gerar um balanço positivo de sódio ◦ (ganho de sódio > excreção renal de sódio). A distribuição do sódio pelo extracelular é acompanhada por retenção de líquido nesse mesmo espaço (sódio tem poder osmótico). Dessa forma ocorrerá uma expansão do volume extracelular que é composto pelo espaço intersticial e o intravascular. O resultado da expansão intravascular é a hipertensão arterial sistêmicas.
Compartilhar