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3ºAula
Seguridade social e
regimes previdenciários
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• compreender os conceitos básicos sobre Seguridade Social;
• conhecer as especificidades do sistema previdenciário no Brasil;
• entender as especificidades do Regime de previdência complementar no Brasil.
Bons estudos!
 Prezados(as) estudantes,
Chegamos a nossa terceira aula. Agora que vocês já dispõem 
do conhecimento dos conceitos vistos nas aulas anteriores, 
trataremos, nesta aula, de modo mais específico, de conteúdos 
relacionados à Seguridade Social e Regimes Previdenciários.
Boa Aula!!!!
Fonte: Arquivo Pessoal.
Contabilidade Atuarial 16
1 - Seguridade social
2 - Previdência social
3 - Regime complementar
1 - Seguridade Social
Segundo Horvath Júnior (2005, p. 88), a “Seguridade 
Social é a forma que o Estado tem de assegurar aos cidadãos 
uma tutela de base, que cubra suas necessidades essenciais”. 
O mesmo autor defende que o direito à seguridade social é 
público, subjetivo, irrenunciável, inalienável e intransmissível, 
e um direito especialmente protegido através de normas gerais 
de imprescritibilidade.
A Seguridade Social é dividida em três áreas:
• Previdência Social; 
• Assistência Social e
• Saúde.
1.2 - Evolução histórica
O primeiro documento a trazer, em seu contexto, a 
expressão “aposentadoria” foi a Constituição Federal de 
1891, que em seu artigo 75 determinou que a aposentadoria 
só poderia ser concedida aos funcionários públicos em caso 
de invalidez e incapacitação para o serviço que prestavam 
à Nação. Segundo Martins (2001, p.18), “O benefício era 
dado, pois não havia nenhuma fonte de contribuição para o 
fi nanciamento do valor”.
De acordo com Monteiro (2008), a Lei Elói Chaves 
(Decreto 4.682 de 1923) foi o fator considerado ponto de 
partida da Previdência Social propriamente dita no país. 
Ainda de acordo com o autor, a lei citada criou a caixa de 
aposentadoria e pensão para empregados de empresas 
ferroviárias, estabelecendo assistência médica, aposentadoria 
e pensões, válidas inclusive para seus familiares, mas em 
três anos a lei foi estendida para trabalhadores de empresas 
portuárias e marítimas. No entanto, durante a década de 1930, 
esses benefícios sociais, começaram a ser implementados 
para grande parte das categorias de trabalhadores, tanto de 
setores públicos como privados. Também foram criados seis 
institutos de previdência com a responsabilidade de gerir e 
executar a seguridade social brasileira.
A Lei Orgânica de Previdência Social, criada em 1960 
de forma unifi cada com a legislação referente aos institutos 
de aposentadoria e pensão. Nesse momento, todos os 
trabalhadores urbanos já eram benefi ciados pela Previdência 
Social. Os benefícios foram estendidos aos trabalhadores de 
áreas rurais, a partir de 1963.
Já o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS 
foi instituído em1966, com a alteração de dispositivos da Lei 
Seções de estudo
Orgânica da Previdência Social, e surgiu para garantir uma 
indenização para o trabalhador demitido, podendo ainda, 
seus recursos serem utilizados para fi nanciar a compra de casa 
própria. Com essas alterações, foi criado, também, o Instituto 
Nacional de Previdência Social – INPS (atualmente recebe 
o nome de INSS– Instituto Nacional do Seguro Social), que 
uniu os seis institutos de aposentadoria e pensão existentes.
Quase dez anos depois, em 1974 foi criado o Ministério 
da Previdência e Assistência Social. Segundo Monteiro 
(2014), até então, o tema fi cava sob o comando do Ministério 
do Trabalho e Emprego, que, na época, recebia o nome de 
Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Foi com a Constituição Federal de 1988 que os 
benefícios da previdência social passaram a abranger a todos 
os trabalhadores, garantindo renda mensal vitalícia a idosos e 
portadores de necessidades especiais, desde que comprovadas 
a baixa renda e a condição de segurado.
1.3 - Princípios da Seguridade Social
Princípios são a base das ciências, são verdades 
incontestáveis e são tidos como dogmas. A maioria dos 
princípios da Seguridade Social está prevista no parágrafo 
único do art.194 da Constituição Federal, que assim dispõe: 
“A seguridade social compreende um conjunto integrada 
de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade 
destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência 
e à assistência social” (BRASIL, 1988). 
1.3.1 - Universalidade
De acordo como princípio da universalidade, todos 
os residentes no país farão jus às prestações do sistema, 
sejam nacionais ou estrangeiros. O inciso I, do parágrafo 
único, do art. 194, da Constituição Federal de 1988, versa: 
“Universalidade da cobertura e do atendimento”. Kreter 
Bacha (2005), afi rma em sua tese que “Após a instauração 
do princípio da universalização na Constituição Federal de 
1988, as aposentadorias deixaram de ser concedidas apenas 
ao chefe ou ao arrimo de família, abrangendo todas as pessoas 
que tivessem exercido atividade rural”.
1.3.2 - Seletividade e distributividade 
na prestação de benefícios e serviços.
De acordo com o princípio da seletividade, há uma 
preocupação em selecionar prestação de serviços que atendam 
a Seguridade Social, ou seja, serão selecionadas prestações 
de acordo com as possibilidades econômico-fi nanceiras 
do sistema da Seguridade Social, já a distributividade tem 
relação com os indivíduos mais necessitados. Assim, “deve-
se otimizar os poucos recursos existentes, selecionando e 
distribuindo melhor as prestações”(MARTINS, 2008).
1.3.3 - Irredutibilidade do valor dos 
benefícios 
Esse princípio refere-se à impossibilidade de redução do 
valor dos benefícios, não só a redução do benefício menor que 
17
o salário mínimo, mas também ao valor real. A Constituição 
Federal de 1988, no parágrafo 4 do artigo 201, estabelece que 
“é assegurador e ajustamento dos benefícios para preservar- 
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios 
defi nidos em lei” (BRASIL, 1988).
1.3.4 - Equidade na forma de 
participação no custeio
A equidade refere-se à igualdade, ou seja, as pessoas que 
estiverem em situação igual deverão contribuir da mesma 
forma. O autor Sette (2004) diz que “além de garantir 
tratamento igual para aqueles que se encontram em situações 
iguais, garantir um tratamento jurídico diferenciado para 
aqueles que se encontram em situação jurídica diferenciada”.
1.4 - Diversidade da base de 
fi nanciamento
São várias as formas de fi nanciamento da Seguridade 
Social: por meio da empresa, dos trabalhadores, dos entes 
públicos e dos concursos e prognósticos. Assim, o autor 
Horvath Junior (2005) diz que a “Seguridade Social será 
fi nanciada por toda a sociedade de forma direta e indireta, 
nos termos da lei, mediante recursos orçamentários da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e das contribuições do 
empregador”.
1.5 - Caráter democrático e 
descentralizado da administração
O inciso VII, do parágrafo único, do art.194 da 
Constituição Federal de 1988, estabelece que a seguridade 
social terá “caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, comparticipação 
dos trabalhadores, dos empregados, dos aposentados e do 
governo nos órgãos colegiados” (BRASIL,1988).
1.6 - Preexistência do custeio em 
relação ao benefício ou serviço
O § 5º, do art. 195, da Constituição Federal de 
1988 estabelece que “Nenhum benefício ou serviço da 
seguridade poderá ser criado, majorado ou estendido sem a 
correspondente fonte de custeio total” (BRASIL, 2005).
Neste âmbito, de acordo com Junior (2005), observa-se 
que:
Com a Constituição Federal de 1988 que 
implantou o sistema de seguridade social 
(assistência social, assistência médica e 
previdência), o Brasil deixou de ser um Estado 
previdência que garante apenas proteção 
aos trabalhadores para ser um Estado de 
Seguridade Social que garante proteção 
universal a sua população. Sempre com ideia 
que a seguridade social devegarantir o mínimo 
social necessário à existência humana digna 
(JUNIOR, 2005).
Parece que estamos indo bem! Vimos até agora, nesta 
aula, sobre as especifi cidades da seguridade social e seus 
princípios, agora para dar sequência nos conhecimentos 
necessários do contador atuário, vamos às especifi cidades da 
Previdência Social.
2 - Previdência social
Previdência pode ser defi nida como o ato de prever, 
precaver, faculdade de ver antecipadamente. No contexto 
fi nanceiro, pode-se entender que uma pessoa previdente é 
aquela que disponibiliza algum esforço ou recurso prevendo 
que em algum momento poderá ter necessidades a serem 
sanadas.
Há, no Brasil, dois sistemas de previdência, o INSS 
vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social e a 
Previdência Complementar.
O INSS caracteriza-se como uma organização pública 
prestadora de serviços previdenciários para a sociedade 
brasileira. Para os segurados obrigatórios, o ato de fi liação 
ocorrerá de forma automática a partir do exercício de 
atividade remunerada e, para os segurados facultativos, a 
partir da inscrição formalizada com o pagamento da primeira 
contribuição sem atraso.
A previdência complementar traz para o trabalhador 
a possibilidade facultativa de acumular reservas que possa 
desfrutar futuramente, de uma complementação na 
aposentadoria, assegurando pensão aos dependentes, tendo 
como objetivo uma qualidade de vida maior na fase pós- 
laborativa.
2.1 - Previdência Social
De acordo com a Constituição Federal, a Previdência é 
um direito social previsto no seu artigo 6° dentre os Direitos 
e Garantias Fundamentais, onde está garantido a renda não 
inferior ao salário mínimo ao trabalhador e a sua família nas 
seguintes situações, previstas no art. nº 201 da Carta Magna:
I. cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e 
idade avançada;
II. proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III. proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário;
IV. salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes 
dos segurados de baixa renda;
V. pensão por morte do segurado, homem ou mulher, 
ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
2.2 - Organização da Previdência 
Social 
A Previdência Social é organizada em três regimes 
distintos, independentes entre si, conforme demonstra a 
fi gura abaixo:
Contabilidade Atuarial 18
2.3 Regimes Previdenciários 
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) possui 
caráter contributivo e de fi liação obrigatória. Esse regime 
tem suas políticas elaboradas pelo Ministério da Previdência 
Social (MPS) e executadas pelo Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS), autarquia federal a ele vinculada. Dentre os 
contribuintes, encontram-se os empregadores, empregados 
assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes individuais 
e trabalhadores rurais (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017a).
2.4 Benefícios concedidos pela 
Previdência Social
A Previdência Social é um seguro que garante a renda do 
contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, 
gravidez, prisão, morte ou velhice. Oferecendo vários 
benefícios que juntos possibilitam a garantia de tranquilidade 
quanto ao presente e em relação ao futuro, assegurando um 
rendimento seguro. Para ter direito a essa proteção, é necessário 
se inscrever e contribuir todos os meses (PREVIDÊNCIA 
SOCIAL, 2017a).
A Previdência Social tem por fi nalidade substituir a renda 
do segurado-contribuinte, no caso de ocorrer a perda de sua 
capacidade de trabalho. Entende-se como perda da capacidade 
de trabalho quando o contribuinte é atingido por um dos 
chamados riscos sociais: doença, invalidez, idade avançada, 
morte e desemprego involuntário. Além desses, há também a 
maternidade e a reclusão (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017a).
Os benefícios da Previdência Social são:
• Aposentadoria por idade;
• Aposentadoria por invalidez;
• Aposentadoria por tempo de contribuição;
• Aposentadoria especial;
• Auxílio-doença;
• Auxílio acidente;
• Auxílio reclusão;
• Pensão por morte;
• Pensão Especial (aos portadores da Síndrome da 
Talidomida);
• Salário-maternidade;
• Salário-família;
• Assistência Social BPC – LOAS.
2.5 - Regime Próprio – Servidores 
Públicos (art. 40, CF/88)
É o Ministério da Previdência Social (MPS) que elabora 
e executa as políticas relacionadas ao Regime Próprio 
da Previdência Social (RPPS), que se refere o Regime 
de Previdência dos Servidores Públicos. Esse regime é 
compulsório para o servidor público do ente federativo que o 
tenha instituído, com teto e subtetos defi nidos pela Emenda 
Constitucional nº 41/2003. Desse grupo, estão excluídos 
os empregados das empresas públicas, os agentes políticos, 
servidores temporários e detentores de cargos de confi ança, 
todos fi liados obrigatórios ao Regime Geral (PREVIDÊNCIA 
SOCIAL, 2017b).
Aos servidores públicos titulares de cargo efetivo, é 
assegurado Regime de Previdência exclusivo que pode ser 
mantido pelos entes públicos da Federação (União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios). Nesse caso, esse regime é 
denominado Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, 
que tem normas básicas previstas no artigo 40 da Constituição 
Federal e na Lei 9.717/98 (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 
2017b).
3 - Regime complementar
O Regime de Previdência Complementar (RPC) tem 
suas políticas elaboradas pelo Ministério da Previdência Social 
(MPS) e quem as executa é a Superintendência Nacional 
de Previdência Complementar (Previc), organizado de 
forma autônoma ao RGPS. Esse é um regime facultativo. 
Também conhecida como previdência privada, a Previdência 
Complementar se trata de um sistema que permite ao cidadão 
guardar uma parcela de recursos ao longo do tempo, para que 
assim possa garantir uma renda futura melhor para si mesmo e 
sua família, ou seja, é uma forma de poupança de longo prazo, 
que proporciona um melhor padrão de vida na aposentadoria 
e cobertura em casos de morte e invalidez (Disponível em: 
http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/
regime-complementar-rfpc/. Acesso em: 04 de nov.de 2019) 
Dessa forma, a previdência complementar pode ser vista 
como um seguro previdenciário adicional, que possibilita ao 
Fonte: Elaborado pela Autora, adaptado de Cordeiro Filho (2017).
19
cidadão, um benefício programado (aposentadoria) ou de 
risco (morte, invalidez e outros) conforme sua necessidade e 
vontade (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017c). 
No Brasil, a previdência complementar classifica-se 
em duas categorias, Entidades ABERTAS de Previdência 
Complementar (EAPC) e Entidades FECHADAS de 
Previdência Complementar (EFPC):
EFPC – As EFPCs, ou comumente chamados de fundos 
de pensão, são entidades sem fins lucrativos e se organizam 
sob a forma de fundação ou sociedade civil. São constituídas 
exclusivamente para empregados de uma empresa ou grupo de 
empresas, aos servidores públicos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, bem como para associados 
ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, 
classista ou setorial, denominados instituidores. 
EAPC – As EAPCs são entidades com fins lucrativos, 
constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas 
e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios 
de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda 
continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer 
pessoas físicas interessadas (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 
2017c).
3.1 - Funcionamento do (RPC)
Para dar início à previdência complementar, a pessoa 
faz contribuições para o plano (período de acumulação), 
essas contribuições são aplicadas no mercado financeiro 
(rentabilizadas) e o saldo acumulado poderá ser resgatado 
ou sacado integralmente ou mensalmente como uma 
aposentadoria ou pensão, de acordo com o regulamento 
do plano de benefícios previdenciário (PREVIDÊNCIA 
SOCIAL, 2017c).
As instituições que administram os planos de previdência 
são fiscalizadas pela Susep (Superintendência de Seguros 
Privados) para as abertas e a Previc (Superintendência 
Nacional de Previdência Complementar) para as entidadesfechadas (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017c).
3.2 Tipos de Benefícios Oferecidos
O plano de benefícios classifica-se em três modalidades, 
que dispõe sobre a forma de financiamento e pagamento de 
diferentes benefícios previdenciários. As modalidades são:
Benefício Definido - BD: Neste tipo de plano o valor da contribuição 
vai variar ao longo dos anos para garantir o valor do benefício. 
Quando o participante reunir as condições para se aposentar, o 
benefício será calculado de acordo com as regras estabelecidas no 
contrato previdenciário (regulamento do plano).
Contribuição Definida - CD: São planos de poupança individual 
formados por contribuições definidas previamente e depositadas 
pela empresa (patrocinador) e pelo participante. O valor que o 
participante irá receber na época de sua aposentadoria dependerá 
diretamente dos montantes depositados à conta individual, do 
período nos quais os depósitos são efetuados e da rentabilidade 
obtida nas aplicações financeiras.
Contribuição Variável - CV: Nessa modalidade de plano, os 
benefícios programados apresentam a junção das características 
das modalidades de contribuição definida e benefício definido. Suas 
características estão descritas nos regulamentos de cada plano, 
contidos nos estatutos das entidades (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017d, 
p.15).
Fonte: Elaborado pela autora com base no site
oficial da Previdência Social (2017)
3.3 Fundos de Pensão – Agentes
Para os Fundos de Pensão, é de fundamental importância 
a presença de quatro agentes especificados a seguir:
Patrocinador: Empresa que, de forma facultativa, celebra um 
convênio de adesão com a Entidade Fechada de Previdência 
Complementar, com o intuito de oferecer aos seus empregados um 
plano de benefício.
Intituidor: A figura do Instituidor é uma inovação trazida pela Lei 
Complementar n° 109, de 2001, que consiste em implantar planos 
de benefícios voltados para associados ou membros de pessoas 
jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, com base na 
identidade de grupo já existente. As entidades fechadas constituídas 
por instituidores deverão terceirizar a gestão dos recursos e oferecer 
exclusivamente planos de benefícios na modalidade de contribuição 
definida. No Brasil, existem atualmente, 30 instituidores, que operam 
51 planos de benefícios. Como exemplos: OAB, Unimed, Conselho 
Federal de Estatística e Conselhos Regionais de Administração.
Participante: Pessoas que, de maneira facultativa, adere ao plano 
de benefício oferecido por uma Entidade Fechada da Previdência 
Complementar. 
Assistido: Participante ou seu benefício que está recebendo benefício 
(PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017d, p. 16).
 
Fonte: Elaborado pela autora com base no site 
oficial da Previdência Social (2017).
Desse modo, para que se dê início ao Fundo de Pensão, 
são necessários a presença desses quatro agentes.
3.3.1 - Plano Gerador de Benefício 
Livre – PGBL e Vida Gerador de 
Benefício Livre - VGBL
A Previdência Complementar é uma das ferramentas 
que surgiu para que as pessoas pudessem se planejar 
financeiramente para o fim do período laboral, pois, 
com o aumento da expectativa de vida e as mudanças 
comportamentais que ocorrem após esse período, as pessoas 
passaram a ter oportunidades de colocar em prática projetos 
que apenas sonhavam, percebendo que esse período é apenas 
o fim de uma atividade profissional. Portanto, a Previdência 
Complementar:
[...] é uma das ferramentas de que as pessoas 
dispõem para que possam se planejar 
financeiramente para essa fase. É um produto 
de acumulação de longo prazo, no qual o 
cliente aplica recursos durante o período 
em que está profissionalmente ativo, com o 
Contabilidade Atuarial 20
objetivo de constituir uma reserva, ou gerar 
uma renda que lhe permita realizar seus 
projetos de vida (BRASILPREV, 2017).
A pessoa poupa um pouco a cada mês, conforme as 
suas possibilidades, acumulando um saldo que poderá ser 
resgatado ou transformado em renda futuramente. Dessa 
forma, os planos de previdência funcionam como um 
investimento de longo prazo, pode-se dizer que quanto maior 
for o investimento e o prazo, maior será a renda mensal. 
Para incentivar o investimento o governo criou um tipo de 
tributação que traz vantagens tributárias para investimentos 
com prazos maiores (BRASILPREV, 2017).
PGBL VGBL
Para quem faz declaração do 
Imposto de Renda no formulário 
completo, o Plano Gerador 
de Benefício Livre (PGBL) é o 
ideal, pois, desde que o cliente 
contribua para a Previdência 
Social (INSS ou regime próprio), 
todas as contribuições realizadas 
no plano podem ser deduzidas 
da base de cálculo do Imposto 
de Renda até o limite de 12% da 
renda bruta anual. 
Já o Vida Gerador de Benefício 
Livre (VGBL) é o mais ideal 
para quem faz a declaração do 
Imposto de Renda no formulário 
simplifi cado ou que tenha 
excedido o limite de dedução do 
Imposto de Renda (12% da renda 
bruta anual) e com contribuições 
para outros planos de previdência 
como o PGBL
Fonte: Elaborado pela autora com base em BRASIL PREV, (2017).
3.3.2 Diferenças entre PGBL e VGBL
Como vimos, o PGBL e o VGBL são dois tipos de 
previdência complementar instituídos com o objetivo de 
se planejar fi nanceiramente para o fi m do período laboral. 
Porém, ao se decidir por um ou outro tipo deve se conhecer 
as distinções que existe entre um e outro. Veja no quadro 
abaixo as principais diferenças entre PGBL e VGBL.
PGBL VGBL
Permite abater da base de cálculo 
do IR os aportes realizados 
anualmente ao plano até um 
limite máximo de 12% (*) da renda 
bruta tributável do investidor.
Não permite abater do IR os 
aportes ao plano.
Indicado para as pessoas que 
optam pela declaração completa 
do Imposto de Renda.
Indicado para quem usa a 
declaração simplifi cada ou é 
isento ou para quem já investe 
em um PGBL, mas quer investir 
mais de 12% de sua renda bruta 
em previdência privada.
Essa dedução não signifi ca que os 
aportes feitos na Previdência são 
isentos de IR. Haverá incidência 
do IR sobre o valor total do 
resgate ou da renda recebida 
quando eles ocorreram.
O IR incidirá apenas sobre os 
rendimentos do plano e não 
sobre o total acumulado.
Fonte: Elaborado pela autora com base em BRASIL PREV,( 2017)
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao fi nal da terceira aula !
Espero que agora tenha fi cado mais claro o 
entendimento de vocês sobre os conceitos básicos 
sobre a Seguridade Social e os Regimes de Previdência 
no Brasil.
Vamos então revisar alguns pontos:
1 - Seguridade Social
Vimos nesta seção que Seguridade Social refere-se à 
forma que o Estado tem de proteger os cidadãos, servindo 
como uma ancora nas necessidades essenciais, e é dividida 
em áreas: Previdência Social, Assistência Social e Saúde. 
A Seguridade Social é regida por normas e princípios que 
asseguram o direito a todos os brasileiros
2 - Previdência Social
Tem como fi nalidade prever, precaver, antecipar, 
podemos dizer que uma pessoa previdente é aquela que 
dispõe de algum esforço ou recurso prevendo que em algum 
momento poderá ter necessidades a serem sanadas. No 
Brasil, há dois sistemas de previdência, o INSS vinculado 
ao Ministério do Desenvolvimento Social e a Previdência 
Complementar.
3 - Regime Complementar
O Regime de Previdência Complementar (RPC), 
também conhecida como previdência privada, trata-se de 
um sistema que permite ao cidadão guardar uma parcela de 
recursos ao longo do tempo, para que, assim, possa garantir 
uma renda futura melhor para si mesmo e sua família, ou seja, 
é uma forma de poupança de longo prazo, que proporciona 
um melhor padrão de vida na aposentadoria e cobertura em 
casos de morte e invalidez.
Custeio das seguridades. Disponível 
em: https://www.univates.br/bdu/
bitstream/10737/1634/1/2017GuilhermeEidelweinWolf.
pdf. Acesso em 22 mar 2019.
Regime Geral de Previdência Social - RGPS - Aspectos 
Gerais. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=ABNLGXnNyYo . Acesso em 25 nov 2019.
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