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3ºAula Seguridade social e regimes previdenciários Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender os conceitos básicos sobre Seguridade Social; • conhecer as especificidades do sistema previdenciário no Brasil; • entender as especificidades do Regime de previdência complementar no Brasil. Bons estudos! Prezados(as) estudantes, Chegamos a nossa terceira aula. Agora que vocês já dispõem do conhecimento dos conceitos vistos nas aulas anteriores, trataremos, nesta aula, de modo mais específico, de conteúdos relacionados à Seguridade Social e Regimes Previdenciários. Boa Aula!!!! Fonte: Arquivo Pessoal. Contabilidade Atuarial 16 1 - Seguridade social 2 - Previdência social 3 - Regime complementar 1 - Seguridade Social Segundo Horvath Júnior (2005, p. 88), a “Seguridade Social é a forma que o Estado tem de assegurar aos cidadãos uma tutela de base, que cubra suas necessidades essenciais”. O mesmo autor defende que o direito à seguridade social é público, subjetivo, irrenunciável, inalienável e intransmissível, e um direito especialmente protegido através de normas gerais de imprescritibilidade. A Seguridade Social é dividida em três áreas: • Previdência Social; • Assistência Social e • Saúde. 1.2 - Evolução histórica O primeiro documento a trazer, em seu contexto, a expressão “aposentadoria” foi a Constituição Federal de 1891, que em seu artigo 75 determinou que a aposentadoria só poderia ser concedida aos funcionários públicos em caso de invalidez e incapacitação para o serviço que prestavam à Nação. Segundo Martins (2001, p.18), “O benefício era dado, pois não havia nenhuma fonte de contribuição para o fi nanciamento do valor”. De acordo com Monteiro (2008), a Lei Elói Chaves (Decreto 4.682 de 1923) foi o fator considerado ponto de partida da Previdência Social propriamente dita no país. Ainda de acordo com o autor, a lei citada criou a caixa de aposentadoria e pensão para empregados de empresas ferroviárias, estabelecendo assistência médica, aposentadoria e pensões, válidas inclusive para seus familiares, mas em três anos a lei foi estendida para trabalhadores de empresas portuárias e marítimas. No entanto, durante a década de 1930, esses benefícios sociais, começaram a ser implementados para grande parte das categorias de trabalhadores, tanto de setores públicos como privados. Também foram criados seis institutos de previdência com a responsabilidade de gerir e executar a seguridade social brasileira. A Lei Orgânica de Previdência Social, criada em 1960 de forma unifi cada com a legislação referente aos institutos de aposentadoria e pensão. Nesse momento, todos os trabalhadores urbanos já eram benefi ciados pela Previdência Social. Os benefícios foram estendidos aos trabalhadores de áreas rurais, a partir de 1963. Já o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS foi instituído em1966, com a alteração de dispositivos da Lei Seções de estudo Orgânica da Previdência Social, e surgiu para garantir uma indenização para o trabalhador demitido, podendo ainda, seus recursos serem utilizados para fi nanciar a compra de casa própria. Com essas alterações, foi criado, também, o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS (atualmente recebe o nome de INSS– Instituto Nacional do Seguro Social), que uniu os seis institutos de aposentadoria e pensão existentes. Quase dez anos depois, em 1974 foi criado o Ministério da Previdência e Assistência Social. Segundo Monteiro (2014), até então, o tema fi cava sob o comando do Ministério do Trabalho e Emprego, que, na época, recebia o nome de Ministério do Trabalho e Previdência Social. Foi com a Constituição Federal de 1988 que os benefícios da previdência social passaram a abranger a todos os trabalhadores, garantindo renda mensal vitalícia a idosos e portadores de necessidades especiais, desde que comprovadas a baixa renda e a condição de segurado. 1.3 - Princípios da Seguridade Social Princípios são a base das ciências, são verdades incontestáveis e são tidos como dogmas. A maioria dos princípios da Seguridade Social está prevista no parágrafo único do art.194 da Constituição Federal, que assim dispõe: “A seguridade social compreende um conjunto integrada de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (BRASIL, 1988). 1.3.1 - Universalidade De acordo como princípio da universalidade, todos os residentes no país farão jus às prestações do sistema, sejam nacionais ou estrangeiros. O inciso I, do parágrafo único, do art. 194, da Constituição Federal de 1988, versa: “Universalidade da cobertura e do atendimento”. Kreter Bacha (2005), afi rma em sua tese que “Após a instauração do princípio da universalização na Constituição Federal de 1988, as aposentadorias deixaram de ser concedidas apenas ao chefe ou ao arrimo de família, abrangendo todas as pessoas que tivessem exercido atividade rural”. 1.3.2 - Seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços. De acordo com o princípio da seletividade, há uma preocupação em selecionar prestação de serviços que atendam a Seguridade Social, ou seja, serão selecionadas prestações de acordo com as possibilidades econômico-fi nanceiras do sistema da Seguridade Social, já a distributividade tem relação com os indivíduos mais necessitados. Assim, “deve- se otimizar os poucos recursos existentes, selecionando e distribuindo melhor as prestações”(MARTINS, 2008). 1.3.3 - Irredutibilidade do valor dos benefícios Esse princípio refere-se à impossibilidade de redução do valor dos benefícios, não só a redução do benefício menor que 17 o salário mínimo, mas também ao valor real. A Constituição Federal de 1988, no parágrafo 4 do artigo 201, estabelece que “é assegurador e ajustamento dos benefícios para preservar- lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios defi nidos em lei” (BRASIL, 1988). 1.3.4 - Equidade na forma de participação no custeio A equidade refere-se à igualdade, ou seja, as pessoas que estiverem em situação igual deverão contribuir da mesma forma. O autor Sette (2004) diz que “além de garantir tratamento igual para aqueles que se encontram em situações iguais, garantir um tratamento jurídico diferenciado para aqueles que se encontram em situação jurídica diferenciada”. 1.4 - Diversidade da base de fi nanciamento São várias as formas de fi nanciamento da Seguridade Social: por meio da empresa, dos trabalhadores, dos entes públicos e dos concursos e prognósticos. Assim, o autor Horvath Junior (2005) diz que a “Seguridade Social será fi nanciada por toda a sociedade de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos orçamentários da União, dos Estados, do Distrito Federal e das contribuições do empregador”. 1.5 - Caráter democrático e descentralizado da administração O inciso VII, do parágrafo único, do art.194 da Constituição Federal de 1988, estabelece que a seguridade social terá “caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, comparticipação dos trabalhadores, dos empregados, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados” (BRASIL,1988). 1.6 - Preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço O § 5º, do art. 195, da Constituição Federal de 1988 estabelece que “Nenhum benefício ou serviço da seguridade poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total” (BRASIL, 2005). Neste âmbito, de acordo com Junior (2005), observa-se que: Com a Constituição Federal de 1988 que implantou o sistema de seguridade social (assistência social, assistência médica e previdência), o Brasil deixou de ser um Estado previdência que garante apenas proteção aos trabalhadores para ser um Estado de Seguridade Social que garante proteção universal a sua população. Sempre com ideia que a seguridade social devegarantir o mínimo social necessário à existência humana digna (JUNIOR, 2005). Parece que estamos indo bem! Vimos até agora, nesta aula, sobre as especifi cidades da seguridade social e seus princípios, agora para dar sequência nos conhecimentos necessários do contador atuário, vamos às especifi cidades da Previdência Social. 2 - Previdência social Previdência pode ser defi nida como o ato de prever, precaver, faculdade de ver antecipadamente. No contexto fi nanceiro, pode-se entender que uma pessoa previdente é aquela que disponibiliza algum esforço ou recurso prevendo que em algum momento poderá ter necessidades a serem sanadas. Há, no Brasil, dois sistemas de previdência, o INSS vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social e a Previdência Complementar. O INSS caracteriza-se como uma organização pública prestadora de serviços previdenciários para a sociedade brasileira. Para os segurados obrigatórios, o ato de fi liação ocorrerá de forma automática a partir do exercício de atividade remunerada e, para os segurados facultativos, a partir da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição sem atraso. A previdência complementar traz para o trabalhador a possibilidade facultativa de acumular reservas que possa desfrutar futuramente, de uma complementação na aposentadoria, assegurando pensão aos dependentes, tendo como objetivo uma qualidade de vida maior na fase pós- laborativa. 2.1 - Previdência Social De acordo com a Constituição Federal, a Previdência é um direito social previsto no seu artigo 6° dentre os Direitos e Garantias Fundamentais, onde está garantido a renda não inferior ao salário mínimo ao trabalhador e a sua família nas seguintes situações, previstas no art. nº 201 da Carta Magna: I. cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II. proteção à maternidade, especialmente à gestante; III. proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV. salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V. pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. 2.2 - Organização da Previdência Social A Previdência Social é organizada em três regimes distintos, independentes entre si, conforme demonstra a fi gura abaixo: Contabilidade Atuarial 18 2.3 Regimes Previdenciários O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) possui caráter contributivo e de fi liação obrigatória. Esse regime tem suas políticas elaboradas pelo Ministério da Previdência Social (MPS) e executadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal a ele vinculada. Dentre os contribuintes, encontram-se os empregadores, empregados assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes individuais e trabalhadores rurais (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017a). 2.4 Benefícios concedidos pela Previdência Social A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte ou velhice. Oferecendo vários benefícios que juntos possibilitam a garantia de tranquilidade quanto ao presente e em relação ao futuro, assegurando um rendimento seguro. Para ter direito a essa proteção, é necessário se inscrever e contribuir todos os meses (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017a). A Previdência Social tem por fi nalidade substituir a renda do segurado-contribuinte, no caso de ocorrer a perda de sua capacidade de trabalho. Entende-se como perda da capacidade de trabalho quando o contribuinte é atingido por um dos chamados riscos sociais: doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego involuntário. Além desses, há também a maternidade e a reclusão (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017a). Os benefícios da Previdência Social são: • Aposentadoria por idade; • Aposentadoria por invalidez; • Aposentadoria por tempo de contribuição; • Aposentadoria especial; • Auxílio-doença; • Auxílio acidente; • Auxílio reclusão; • Pensão por morte; • Pensão Especial (aos portadores da Síndrome da Talidomida); • Salário-maternidade; • Salário-família; • Assistência Social BPC – LOAS. 2.5 - Regime Próprio – Servidores Públicos (art. 40, CF/88) É o Ministério da Previdência Social (MPS) que elabora e executa as políticas relacionadas ao Regime Próprio da Previdência Social (RPPS), que se refere o Regime de Previdência dos Servidores Públicos. Esse regime é compulsório para o servidor público do ente federativo que o tenha instituído, com teto e subtetos defi nidos pela Emenda Constitucional nº 41/2003. Desse grupo, estão excluídos os empregados das empresas públicas, os agentes políticos, servidores temporários e detentores de cargos de confi ança, todos fi liados obrigatórios ao Regime Geral (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017b). Aos servidores públicos titulares de cargo efetivo, é assegurado Regime de Previdência exclusivo que pode ser mantido pelos entes públicos da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Nesse caso, esse regime é denominado Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, que tem normas básicas previstas no artigo 40 da Constituição Federal e na Lei 9.717/98 (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017b). 3 - Regime complementar O Regime de Previdência Complementar (RPC) tem suas políticas elaboradas pelo Ministério da Previdência Social (MPS) e quem as executa é a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), organizado de forma autônoma ao RGPS. Esse é um regime facultativo. Também conhecida como previdência privada, a Previdência Complementar se trata de um sistema que permite ao cidadão guardar uma parcela de recursos ao longo do tempo, para que assim possa garantir uma renda futura melhor para si mesmo e sua família, ou seja, é uma forma de poupança de longo prazo, que proporciona um melhor padrão de vida na aposentadoria e cobertura em casos de morte e invalidez (Disponível em: http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/ regime-complementar-rfpc/. Acesso em: 04 de nov.de 2019) Dessa forma, a previdência complementar pode ser vista como um seguro previdenciário adicional, que possibilita ao Fonte: Elaborado pela Autora, adaptado de Cordeiro Filho (2017). 19 cidadão, um benefício programado (aposentadoria) ou de risco (morte, invalidez e outros) conforme sua necessidade e vontade (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017c). No Brasil, a previdência complementar classifica-se em duas categorias, Entidades ABERTAS de Previdência Complementar (EAPC) e Entidades FECHADAS de Previdência Complementar (EFPC): EFPC – As EFPCs, ou comumente chamados de fundos de pensão, são entidades sem fins lucrativos e se organizam sob a forma de fundação ou sociedade civil. São constituídas exclusivamente para empregados de uma empresa ou grupo de empresas, aos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como para associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominados instituidores. EAPC – As EAPCs são entidades com fins lucrativos, constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas interessadas (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017c). 3.1 - Funcionamento do (RPC) Para dar início à previdência complementar, a pessoa faz contribuições para o plano (período de acumulação), essas contribuições são aplicadas no mercado financeiro (rentabilizadas) e o saldo acumulado poderá ser resgatado ou sacado integralmente ou mensalmente como uma aposentadoria ou pensão, de acordo com o regulamento do plano de benefícios previdenciário (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017c). As instituições que administram os planos de previdência são fiscalizadas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) para as abertas e a Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) para as entidadesfechadas (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017c). 3.2 Tipos de Benefícios Oferecidos O plano de benefícios classifica-se em três modalidades, que dispõe sobre a forma de financiamento e pagamento de diferentes benefícios previdenciários. As modalidades são: Benefício Definido - BD: Neste tipo de plano o valor da contribuição vai variar ao longo dos anos para garantir o valor do benefício. Quando o participante reunir as condições para se aposentar, o benefício será calculado de acordo com as regras estabelecidas no contrato previdenciário (regulamento do plano). Contribuição Definida - CD: São planos de poupança individual formados por contribuições definidas previamente e depositadas pela empresa (patrocinador) e pelo participante. O valor que o participante irá receber na época de sua aposentadoria dependerá diretamente dos montantes depositados à conta individual, do período nos quais os depósitos são efetuados e da rentabilidade obtida nas aplicações financeiras. Contribuição Variável - CV: Nessa modalidade de plano, os benefícios programados apresentam a junção das características das modalidades de contribuição definida e benefício definido. Suas características estão descritas nos regulamentos de cada plano, contidos nos estatutos das entidades (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017d, p.15). Fonte: Elaborado pela autora com base no site oficial da Previdência Social (2017) 3.3 Fundos de Pensão – Agentes Para os Fundos de Pensão, é de fundamental importância a presença de quatro agentes especificados a seguir: Patrocinador: Empresa que, de forma facultativa, celebra um convênio de adesão com a Entidade Fechada de Previdência Complementar, com o intuito de oferecer aos seus empregados um plano de benefício. Intituidor: A figura do Instituidor é uma inovação trazida pela Lei Complementar n° 109, de 2001, que consiste em implantar planos de benefícios voltados para associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, com base na identidade de grupo já existente. As entidades fechadas constituídas por instituidores deverão terceirizar a gestão dos recursos e oferecer exclusivamente planos de benefícios na modalidade de contribuição definida. No Brasil, existem atualmente, 30 instituidores, que operam 51 planos de benefícios. Como exemplos: OAB, Unimed, Conselho Federal de Estatística e Conselhos Regionais de Administração. Participante: Pessoas que, de maneira facultativa, adere ao plano de benefício oferecido por uma Entidade Fechada da Previdência Complementar. Assistido: Participante ou seu benefício que está recebendo benefício (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2017d, p. 16). Fonte: Elaborado pela autora com base no site oficial da Previdência Social (2017). Desse modo, para que se dê início ao Fundo de Pensão, são necessários a presença desses quatro agentes. 3.3.1 - Plano Gerador de Benefício Livre – PGBL e Vida Gerador de Benefício Livre - VGBL A Previdência Complementar é uma das ferramentas que surgiu para que as pessoas pudessem se planejar financeiramente para o fim do período laboral, pois, com o aumento da expectativa de vida e as mudanças comportamentais que ocorrem após esse período, as pessoas passaram a ter oportunidades de colocar em prática projetos que apenas sonhavam, percebendo que esse período é apenas o fim de uma atividade profissional. Portanto, a Previdência Complementar: [...] é uma das ferramentas de que as pessoas dispõem para que possam se planejar financeiramente para essa fase. É um produto de acumulação de longo prazo, no qual o cliente aplica recursos durante o período em que está profissionalmente ativo, com o Contabilidade Atuarial 20 objetivo de constituir uma reserva, ou gerar uma renda que lhe permita realizar seus projetos de vida (BRASILPREV, 2017). A pessoa poupa um pouco a cada mês, conforme as suas possibilidades, acumulando um saldo que poderá ser resgatado ou transformado em renda futuramente. Dessa forma, os planos de previdência funcionam como um investimento de longo prazo, pode-se dizer que quanto maior for o investimento e o prazo, maior será a renda mensal. Para incentivar o investimento o governo criou um tipo de tributação que traz vantagens tributárias para investimentos com prazos maiores (BRASILPREV, 2017). PGBL VGBL Para quem faz declaração do Imposto de Renda no formulário completo, o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é o ideal, pois, desde que o cliente contribua para a Previdência Social (INSS ou regime próprio), todas as contribuições realizadas no plano podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta anual. Já o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é o mais ideal para quem faz a declaração do Imposto de Renda no formulário simplifi cado ou que tenha excedido o limite de dedução do Imposto de Renda (12% da renda bruta anual) e com contribuições para outros planos de previdência como o PGBL Fonte: Elaborado pela autora com base em BRASIL PREV, (2017). 3.3.2 Diferenças entre PGBL e VGBL Como vimos, o PGBL e o VGBL são dois tipos de previdência complementar instituídos com o objetivo de se planejar fi nanceiramente para o fi m do período laboral. Porém, ao se decidir por um ou outro tipo deve se conhecer as distinções que existe entre um e outro. Veja no quadro abaixo as principais diferenças entre PGBL e VGBL. PGBL VGBL Permite abater da base de cálculo do IR os aportes realizados anualmente ao plano até um limite máximo de 12% (*) da renda bruta tributável do investidor. Não permite abater do IR os aportes ao plano. Indicado para as pessoas que optam pela declaração completa do Imposto de Renda. Indicado para quem usa a declaração simplifi cada ou é isento ou para quem já investe em um PGBL, mas quer investir mais de 12% de sua renda bruta em previdência privada. Essa dedução não signifi ca que os aportes feitos na Previdência são isentos de IR. Haverá incidência do IR sobre o valor total do resgate ou da renda recebida quando eles ocorreram. O IR incidirá apenas sobre os rendimentos do plano e não sobre o total acumulado. Fonte: Elaborado pela autora com base em BRASIL PREV,( 2017) Retomando a aula Chegamos, assim, ao fi nal da terceira aula ! Espero que agora tenha fi cado mais claro o entendimento de vocês sobre os conceitos básicos sobre a Seguridade Social e os Regimes de Previdência no Brasil. Vamos então revisar alguns pontos: 1 - Seguridade Social Vimos nesta seção que Seguridade Social refere-se à forma que o Estado tem de proteger os cidadãos, servindo como uma ancora nas necessidades essenciais, e é dividida em áreas: Previdência Social, Assistência Social e Saúde. A Seguridade Social é regida por normas e princípios que asseguram o direito a todos os brasileiros 2 - Previdência Social Tem como fi nalidade prever, precaver, antecipar, podemos dizer que uma pessoa previdente é aquela que dispõe de algum esforço ou recurso prevendo que em algum momento poderá ter necessidades a serem sanadas. No Brasil, há dois sistemas de previdência, o INSS vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social e a Previdência Complementar. 3 - Regime Complementar O Regime de Previdência Complementar (RPC), também conhecida como previdência privada, trata-se de um sistema que permite ao cidadão guardar uma parcela de recursos ao longo do tempo, para que, assim, possa garantir uma renda futura melhor para si mesmo e sua família, ou seja, é uma forma de poupança de longo prazo, que proporciona um melhor padrão de vida na aposentadoria e cobertura em casos de morte e invalidez. Custeio das seguridades. Disponível em: https://www.univates.br/bdu/ bitstream/10737/1634/1/2017GuilhermeEidelweinWolf. pdf. Acesso em 22 mar 2019. Regime Geral de Previdência Social - RGPS - Aspectos Gerais. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=ABNLGXnNyYo . Acesso em 25 nov 2019. Vale a pena acessar Vale a pena
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