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1 CIÊNCIAS: CONTEÚDOS E MÉTODOS 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS .................................. 5 FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA E SEUS CONTEÚDOS ........................ 10 CONTEÚDOS BÁSICOS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS .................... 14 MÉTODOS, TÉCNICAS E PRÁTICAS DE CIÊNCIAS........................... 23 O LIVRO DIDÁTICO COMO MATERIAL DE APOIO ............................. 25 Cientificidade e organização dos conteúdos ...................................... 27 Acessibilidade ao aluno ...................................................................... 27 Contextualização ................................................................................ 28 Criticidade .......................................................................................... 28 Capacidade de mobilizar as capacidades e habilidades intelectuais dos alunos ........................................................................................................... 29 Atualidade .......................................................................................... 29 Outras recomendações ...................................................................... 29 MATERIAIS PARA ENSINO-APRENDIZAGEM .................................... 31 Estratégias e recursos didáticos no ensino de ciências ..................... 31 1. Pesquisa e Investigação ............................................................. 31 2. Experimentação .......................................................................... 33 3. Uso de gêneros orais .................................................................. 35 4. Escrita sobre Ciências ................................................................ 36 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 38 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO Os assuntos abordados na apostila ciências: conteúdos e métodos, tem como objetivo subsidiar o processo de formação da área de docência em biologia e práticas pedagógicas. Espera-se que através da leitura do conteúdo, esses possam enriquecer o desenvolvimento de disciplinas relacionadas à teoria e metodologia científica, de forma a, apresentar conteúdos e fundamentos teórico- metodológicos do ensino de ciências. Sabe-se que a cultura científica atualmente está presente de forma circundante em nossa sociedade: em textos escritos ou audiovisuais, objetos científicos, instrumentos de medida, radiografias, museus, medicamentos entre outros, exigindo que os cidadãos saibam se posicionar e administrar essa informação. É importante lembrar que: Os conceitos científicos são atrelados às manifestações culturais e necessitam “ser reconstruídos em suas pluri determinações, contemplando as novas condições de produção humana, respondendo, quer de forma teórica, quer de forma prática, aos novos desafios propostos” (gasparin, 2009, p. 3). O primeiro eixo contempla os fundamentos da ciência, abordando aspectos históricos no direcionamento dos conteúdos, os objetivos estipulados e questões quanto aos saberes relativos do tema. Já o segundo eixo prioriza questões relacionadas à métodos, técnicas e práticas de ciências para a aprendizagem do ensino, destacando materiais para ensino-aprendizagem, de modo a, incentivar estratégias e recursos didáticos diversos para o ensino da ciência. Os textos visam também aumentar a compreensão das escolhas teóricas que embasam a prática docente que são estabelecidas ao longo da formação e atuação dos professores. Em outras palavras, como a orientação teórica é reconhecida em termos de metodologia em um determinado campo, os professores terão melhores condições para escolher suas percepções sobre o homem, o mundo e a sociedade com mais autonomia. A organização dos materiais é fixada em diferentes autores que discutem, enfocam e orientam o trabalho das ciências. Também utilizamos autores que 4 discutem questões técnicas, sociais e científicas em certo grau de métodos sociológicos e filosóficos. 5 A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS Figura 1 - O que é Ciências Fonte - Anderson Segundo Cegalla, Ciências é: 1- conjunto ou soma dos conhecimentos humanos adquiridos por meio de observação sistemática, de pesquisa e de métodos e linguagens próprios: os progressos da ciência. 2- campo de estudo sistematizado voltado para qualquer ramo do conhecimento ; 3- conhecimento; noção precisa; informação: a diretoria vai até a subsede para tomar ciência do que está ocorrendo.4- arte, técnica; tecnologia. 5- disciplina escolar introdutória dos estudos científicos: estudamos português, matemática e ciências. // neste caso se escreve com letra maiúscula. (Cegalla, 2005, p. 195). A partir dessa conceituação, observamos que ciência pode ser entendida como sendo um conjunto de conhecimentos, um campo de estudo, uma arte ou técnica. Além disso, ciência também se constitui como uma disciplina curricular. A importância do ensino de ciências também está vinculado à noção de que: 6 A apropriação de seus conceitos e procedimentos pode contribuir para o questionamento do que se vê e ouve, para a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza, para a compreensão e valoração dos modos de intervir na natureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão dos recursos tecnológicos que realizam essas mediações, para a reflexão sobre questões éticas implícitas nas relações entre ciência, sociedade e tecnologia. (Brasil (c), 1997, p. 21 e 22). Outro motivo para o ensino de ciências nos nossos dias está relacionado Às mudanças no âmbito da produção, em razão do avanço da ciência e da tecnologia, tem gerado uma situação de competitividade no mercado mundial. Instalou-se, um novo paradigma produtivo em nível mundial, o qual implica profundas mudanças na produção, na aprendizagem, na difusão do conhecimento e na qualidade dos recursos humanos (Lib Neo; Toschi; Oliveira, p. 95, 2003). Aliás, é preciso recordar que, hoje, a preocupação crescente com a eficácia da escola é tema que rompe as paredes da área específica da educação, verificamos uma infinidade de setores da sociedade preocupados com o papel da escola, os políticos, em seus discursos, o dono da fábrica e de escolas particulares, a família, os grupos de elite e as minorias, pois todos parecem reconhecer o valor da educação, ou seja, do papel que os saberes disponibilizados pela escola podem desencadear na vida daspessoas em geral (Polon, 2010). Desse modo, A ciência, portanto, merece lugar destacado no ensino como meio de cognição e enquanto objeto de conhecimento. Isto é, sua grande importância consiste, ao mesmo tempo, em elevar o nível do pensamento dos estudantes e em permitir-lhes o conhecimento da realidade – o que é indispensável para que as jovens gerações não apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas também, e sobretudo, saibam nele atuar e transformá-lo. (Saviani, n, 2003, p. 71. Apud. Geraldo, 2009, p. 83). Dessa forma, na perspectiva da formação individual e da formação coletiva, a educação, a escola, a família e a sociedade parecem entregar valores, normas e saberes. 7 O conhecimento científico gera poder, de manipulação e/ou transformação da natureza e das estruturas sociais. Assim, a ciência está necessariamente ligada aos interesses humanos, às intencionalidades, às finalidades humanas. Então, a distribuição social do conhecimento científico é parte fundamental da socialização dos bens socialmente produzidos ao longo da história cultural do homem, e representa uma parcela importante do poder socialmente produzido ao longo da história da humanidade. (Geraldo, 2009, p.58). A reflexão sobre o tipo de educação que melhor atenderia às necessidades dos sujeitos no plano individual e coletivo, na sociedade contemporânea, torna-se um desafio, pelo fato do desequilíbrio entre o aumento da riqueza, da exclusão e pobreza no nosso país e no mundo (Polon, 2010). Portanto, na escola, deverão ser dispensados cuidados especiais nas situações de aprendizagem, ou seja, os professores deverão refletir sobre sua prática pedagógica, bem como buscar novas metodologias para superar a transmissão de saber, que já não garante uma ação educativa capaz de atender os requisitos da atualidade (Polon, 2010). Desse modo, pode-se entender que o currículo escolar e os conhecimentos ministrados pelos professores desempenham um papel muito importante na formação das futuras gerações. Nesse sentido, vale lembrar alguns questionamentos propostos por charlot (2005) sobre as fontes da mobilização intelectual dos alunos: 1) indaga sobre qual seria a finalidade para um aluno, da classe popular ir para à escola. 2) para esse aluno, qual seria o sentido de estudar ou não na escola? 3) qual é o sentido da aprendizagem, de compreender, seja na escola ou fora dos muros da escolares? Essas questões mostram que o que é ensinado na escola é condição para uma vida diferenciada em sociedade, pois: “Aprender não é apenas adquirir saberes, no sentido escolar e intelectual do tempo, dos enunciados. É também se apropriar de práticas e de formas relacionadas e confrontar-se com a questão do sentido da vida, do mundo, de si mesmo”. (Charlot, 2005, p.57). No entanto, quando as questões relacionadas ao ensino das ciências são enfatizadas, o pensamento de professores e alunos fica cheio de questionamentos. De um modo geral, a ciência é considerada um campo do 8 conhecimento dominado por poucas pessoas, o que é quase impensável, apenas uma minoria. Quase sempre quando se fala em ciência, a figura de um cientista aparece em um laboratório rodeado de frascos e mais frascos de poção. A identificação da ciência e tecnologia como conhecimento não neutro e sua vinculação com a economia, a cultura e a política é um ponto fundamental que deve ser determinado no processo de formação do cidadão, ou seja, a partir do momento em que ciência e tecnologia são entendidas como conhecimento técnico, ela se estabelece em um momento histórico. Serão capazes de fazer escolhas com maior liberdade e autonomia. Em resumo, a ciência desempenha um papel importante no processo de formação. Os homens os tornam capazes ou incapazes de resolver problemas contemporâneos. Portanto, considerando a socialização do conhecimento científico produzido e divulgado pelo ser humano na escola, eles são o conhecimento básico da formação do aluno em nossa sociedade. Pode-se dizer que é muito importante que os professores repensem a prática docente no ensino de ciências. 9 Quadro 1 - Evolução do ensino de Ciências Fonte - Quadro adaptado de KRASILCHIK, p. 22, 1987 O professor e o currículo das ciências. 10 FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA E SEUS CONTEÚDOS Historicamente, o ensino de ciências foi exposto a inúmeros movimentos de transformação, que refletiram nos diferentes objetivos da educação e suas modificações, buscando superar a visão tradicional de ensino e de ciência (Carvalho, 2004; Krasilchik, 2000). Os problemas sociais e econômicos, tecnológicos e ambientais são, então, trazidos para os conteúdos escolares em ciências naturais, aproximando- os das ciências humanas e sociais, reforçando a percepção da ciência como uma construção humana (Menezes, 2000). Esses objetivos são claramente identificados em documentos oficiais do ensino de ciências naturais no nível fundamental (Brasil, 1998a) e médio (Brasil, 1998b), que indicam o desenvolvimento de competências que permitam ao aluno compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica (Brasil,1998a) e o desenvolvimento, de forma combinada, de conhecimentos práticos, contextualizados, que respondam às necessidades da vida contemporânea e de conhecimentos mais amplos e abstratos, que correspondam a uma cultura geral e a uma visão de mundo promovendo competências e habilidades que sirvam para o exercício de intervenções e julgamentos práticos (Brasil, 1998b). Novas situações para os objetivos do ensino de ciências trazem outras dimensões ao conteúdo escolar, que deve conseguir inserir a dimensão conceitual da aprendizagem disciplinar com a dimensão formativa e cultural, de forma a, incluir, além da dimensão conceitual, as dimensões procedimentais e atitudinais (Carvalho, 2004). Este conteúdo precisa, ainda, ter como base a aproximação entre ciência, tecnologia e sociedade (Santos, 2011); ser contextualizado com as outras realidades do conhecimento humano e compreendido, enquanto produção histórica, como os homens conduzem sua vida nas relações sociais de trabalho em cada modo de produção, reunindo as dimensões conceituais, científicas, históricas, econômicas, ideológicas, políticas, culturais, educacionais (Gasparin, 2009). 11 Assim, ele deve apresentar questões contemporâneas, em que a ciência e a técnica não são estranhas e em que visão de mundo e instrumentos práticos se complementam (Menezes, 2000). Segundo Geraldo (2009), a ciência e sua aplicabilidade apresentam caráter contraditório na sociedade, pois podem contribuir para reduzir ou ampliar o poder dos grupos dominantes na sociedade. Desse modo, algumas das principais funções do conhecimento científico, bem como da sua socialização, estão atreladas às questões de: 1- desenvolvimento tecnológico; 2- formação de mão de obra para indústria, o comércio e o sistema financeiro; 3- formação do mercado consumidor, apto a aceitar os produtos que a indústria tem para lhe oferecer e lhe induzir a um consumismo desenfreado; 4- desenvolvimento da racionalização, da objetividade, da lógica e das habilidades cognitivas humanas, da produtividade do trabalho humano, do controle e da transformação da natureza e das relações sociais pelo homem; 5- desenvolvimento da consciência dos homens sobre as finalidades e perspectivas concretas de seus direitos: à qualidade de vida compatível com os padrões contemporâneos, ao trabalho e ao poder de apropriação e distribuição do produto do trabalho, à alimentação, saúde, educação, habitação, segurança, conservação do meio ambiente e à participação nas decisões políticas da sociedade. (Geraldo, 2009, p. 59). Ao se pensar em ciências como construção humana, a disciplinadeve estabelecer estratégias que garantam a interdisciplinaridade, envolvendo temas de outras disciplinas que abordem questões sociais, culturais e políticas. Portanto cabe ao professor de ciências, ao elaborar o seu plano de trabalho docente a abordagem e o encaminhamento metodológico de temas relacionados aos desafios contemporâneos, tais como: Educação ambiental: a degradação ambiental se intensifica ao longo dos tempos, resultando na miséria, no consumismo, na exclusão social e econômica, gerando crises, entre elas a do conhecimento. Portanto, nas aulas de ciências será abordado tal assunto de forma a fazer os educandos compreenderem a 12 problemática mundial, utilizando imagens ilustrativas, textos publicados em revistas, livros, internet, jornais e tv pendrive. Educação fiscal: a educação fiscal estimula o cidadão a refletir sobre a função socioeconômica dos tributos, possibilita aos cidadãos o conhecimento sobre administração pública, incentiva o acompanhamento, pela sociedade, da aplicação dos recursos públicos e cria condições para uma relação harmoniosa entre o estado e o cidadão. Esse tema deve ser trabalhado com os alunos de modo a conscientizá-los e alertá-los sobre o pagamento muitas vezes indevido de certos impostos e também de determinar os seus direitos, sabendo onde os mesmos são empregados, através de vídeos, palestras, análises de textos, debates e seminários. Cidadania e direitos humanos: tem na sua essência a busca dos princípios da dignidade humana, respeitando os diferentes sujeitos de direito e fazendo com que o cidadão tenha maior justiça social. O tema será abordado através da análise de textos, músicas, debates, vídeos, palestras e seminários. Enfrentamento à violência na escola: pelo fato de ser uma questão de extrema importância, deve ser trabalhada pelos educadores com muita ênfase nos dias atuais, pois este tema cita episódios em que pessoas sofrem constantemente xingamentos, preconceitos, ameaças, assaltos e assédios. De forma geral, os adolescentes apontam que essas razões devem-se principalmente à desigualdade social e ao uso de drogas. Cabe ao professor realizar um trabalho junto aos alunos no sentido de conscientizá-los da importância da escola como instituição realizadora do direito à educação. A metodologia utilizada compreende vídeos, palestras, debates e seminários. Educação para as relações étnico–raciais: este tema aborda aspectos ligados às práticas discriminatórias, principalmente de grupos nordestinos, mulheres e ciganos, abordando xingamentos e piadas preconceituosas e até mesmo a violência física contra a população negra. Busca observar como se expressa e quais são os efeitos dessa discriminação onde o negro é a principal vítima. A metodologia utilizada será a análise de vídeos, seminários, debates, músicas, produção de paródias, poemas e teatro. Prevenção ao uso indevido de drogas: consiste num trabalho desafiador, que requer tratamento adequado e cuidadoso, desprovido de valores e crenças 13 pessoais. Devido ao uso das drogas, percebe-se uma mudança no comportamento principalmente dos adolescentes em virtude da precocidade do seu uso e sua associação com atos violentos. O educador deverá ser o mediador nos debates, palestras, dinâmicas, paródias e análise de músicas. Educação escolar indígena: é de fundamental importância compreender a cultura indígena e mantê-la para que o aluno tenha o conhecimento do seu modo de vida, da alimentação, do artesanato e da sua inserção na sociedade. A abordagem da cultura indígena será feita através de visitas a aldeias como trabalho de campo. Gênero e diversidade sexual: reflete as questões mais inquietantes do relacionamento humano na sociedade atual. O resultado são reflexões de leitura agradável que possam propiciar novas visões sobre relacionamentos amorosos e sexuais, temas de constante interesse e discussão para todos nós. Diversidade educacional: deve abordar de forma crítica e coerente cada um dos desafios contemporâneos citados, uma vez que alguns destes foram determinados por lei. Por ser conteúdo interdisciplinar, deve-se ter um olhar especial para cada assunto trabalhado, levando em consideração os problemas sociais. Os recursos tecnológicos disponíveis na escola como: tv pen-drive, projetor de multimídia, retro-projetor, microscópio, lupas e os laboratórios de ciências/ biologia, física, química e informática, serão utilizados para implementar uma maior qualidade na apropriação do conhecimento, com a intencionalidade de garantir a aprendizagem significativa por parte dos estudantes. 14 CONTEÚDOS BÁSICOS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS Entende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para cada série da etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes nas diversas disciplinas da Educação Básica (DCE, 2008). Na fase escolar, os alunos têm o direito de adquirir esses conhecimentos, sendo que o trabalho docente com esses conteúdos é da responsabilidade do professor. Furman (2009) expõe que temos o papel de orientar nossos alunos para o conhecimento desse mundo novo que se abre diante deles quando começam a se fazer perguntas e a olhar além do evidente, temos que aproveitar suas curiosidades como plataforma e sobre a qual estabelecer as bases do pensamento científico e desenvolver o prazer por continuar aprendendo. Com base nesta hipótese, o plano de trabalho docente é o momento de formular recomendações de ensino dos professores, cujo conteúdo aceitará métodos de ensino em contextos históricos, sociais e políticos, de forma que sejam significativos para os alunos em várias regiões, realidades culturais e econômicas contribuindo com sua formação cidadã. Nessa direção, a tentativa deve ser a de que a ciência e a tecnologia sejam inseridas cada vez mais no cotidiano social fazendo parte dos debates culturais, “para além de conhecimentos e de manifestações em áreas tradicionais (literatura, cinema, música, arte, etc.), conhecimentos básicos em ciência e sobre a ciência e manifestações de algo que marca a nossa realidade social – a cultura do fazer” (SANTOS, 1999). Nessa proposta pedagógica, os conteúdos básicos estão apresentados por série e/ou ano. Também indica como os conteúdos básicos se articulam com os conteúdos estruturantes da disciplina, que tipo de abordagem teórico- metodológica deve receber e, finalmente, a que expectativas de aprendizagem estão atreladas. 15 Quadro 2 - Eixos Temáticos (Ensino Fundamental) Fonte - SOARES, José Luiz (2001) 16 Quadro 3- Eixos Temáticos (Ensino Fundamental) Fonte - SOARES, José Luiz (2001) 17 Quadro 4- Eixos Temáticos (Ensino Fundamental) Fonte - SOARES, José Luiz (2001) 18 Quadro 5 - Eixos Temáticos (Ensino Fundamental) Fonte - SOARES, José Luiz (2001) 19 Quadro 6 - Eixos Temáticos (Ensino Médio) 20 Fonte - PR - Secretaria de Estado da Educação, (2008) 21 Quadro 7 - Eixos Temáticos (Ensino Médio) Fonte - PR - Secretaria de Estado da Educação, (2008) 22 Quadro 8 - Eixos Temáticos (Ensino Médio) Fonte - PR - Secretaria de Estado da Educação, (2008) 23 MÉTODOS, TÉCNICAS E PRÁTICAS DE CIÊNCIAS As mudanças no significado de conteúdo estão articuladas às modificações na prática pedagógica em sala de aula, ou seja, às mudanças na metodologia de ensino, pois, como afirma Gasparin (2009) se cada conteúdo deve ser analisado, compreendido e apreendido em uma totalidade dinâmica, faz- se necessário instituir novas formas de trabalho pedagógico para dar conta deste novo desafio. Já o método de ensino tem a função de dirigir a ação do professor encaminhada aum objetivo, auxiliando-o no planejamento e na sistematização adequada (GERALDO, 2009). Ele não se reduz a quaisquer medidas procedimentos e técnicas, mas decorre de uma concepção de sociedade, de natureza da atividade prática humana no mundo, do processo de conhecimento e, particularmente, da compreensão da prática educativa numa determinada sociedade (LIB NEO, 2002). Sabe-se que a utilização de algumas metodologias educacionais no ensino, destacando-se o ensino de ciências, como mapas conceituais, noções de alfabetização científica, situações-problema, tema gerador e fundamentação em pesquisa, que iniciem da ação em sala de aula, e possam promover uma real aprendizagem significativa de acordo com a realidade contextual de cada escola, demonstra-se de extrema importância para a promoção de um ensino de qualidade. Luciana Hubner, gerente de formação de projetos educacionais da empresa Sangari, afirma que as práticas e os conteúdos desenvolvidos do 6º ao 9º ano não se modernizaram. "Não temos um currículo de Ciências, mas apenas orientações gerais trazidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)". Para evitar essa dificuldade, ao invés de seguir o livro didático, é importante tratar o tema em um contexto relacionado à sociedade e à cultura do aluno, a fim de proporcionar uma aprendizagem significativa (atender às expectativas de aprendizagem). Com base nessa perspectiva, ao abordar conteúdos como as estações do ano e as regiões climáticas, você não pode deixar de comentar catástrofes climáticas - as enchentes no Sul do país, como 24 a de Blumenau em 2008 e as do Rio Grande do Sul em 2009, e as secas recorrentes no Nordeste são bons exemplos. Portanto, os professores devem ser estimulados a utilizar parte da carga horária em sala de aula para estimular a construção do conhecimento e valorizar a cientificidade, os quais venham a incentivar a formação de alunos pesquisadores desde as séries finais do Ensino Fundamental. Conforme propõe Pedro Demo (1996), quando menciona que a pesquisa faz com que jovens transformem conhecimentos já disponíveis na sociedade em algo novo para eles. O ensino desta disciplina deve criar condições para que os alunos realizem pesquisas científicas e desenvolvam o pensamento crítico e a argumentação sólida. Portanto, o conceito de região deve estar vinculado a questões sociais, tecnológicas, políticas, culturais e éticas (relações contextuais). Em sala de aula, os professores também devem estabelecer relações entre conceitos relacionados ao conteúdo constituinte (relações conceituais), conceitos científicos e conceitos relacionados a outras disciplinas. 25 O LIVRO DIDÁTICO COMO MATERIAL DE APOIO O livro didático tem se mostrado um recurso bastante presente na prática pedagógica do professor e, através do PNLD - Programa Nacional do Livro Didático tem sido distribuído a alunos de todas as séries do Ensino Fundamental e Médio, apresentando textos, ilustrações e imagens que possibilitam a articulação entre o aluno e os novos saberes. Embora muitos novos recursos tecnológicos estejam disponíveis, os livros impressos sempre estiveram nas salas de aulas e ainda representam o material mais utilizado e acessível aos alunos. Para Choppin (2000, p.116), o livro é o produto de um grupo social e de uma época, sendo histórico e geograficamente determinado. Os livros didáticos, ou manuais escolares, livros de textos, livros escolares (BUFREM, SCHMIDT e GARCIA, 2006), refletem essa trajetória histórica e apresentam uma complexidade de valores sociais e culturais que permitem compreender as mudanças na ação pedagógica, tanto em relação ao papel do professor como também do aluno. Em outras palavras, o livro se apresenta como o suporte, o depósito dos conhecimentos e das técnicas que, num dado momento, a sociedade acredita ser oportuno que a juventude deva adquirir para a construção e efetivação de seus valores. (CHOPPIN, 2000). Como é destacado nos principais objetivos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) se faz necessária à participação ativa e democrática do professor no processo de seleção dos mesmos. Essa situação exige do professor (a) possuir determinado saberes, critérios, competências, etc. para poder realizar em conjunto uma escolha com seus colegas de trabalho. É o professor quem deve ter uma boa preparação para desenvolver essa atividade de vital importância. Embora o desenvolvimento das novas tecnologias, da mídia, dos textos digitais, o livro didático continua sendo o mais fiel aliado do professor e um recurso imprescindível para os alunos. Nos livros didáticos para o ensino de Ciências os autores direcionam um ou outro tipo de estratégia para os alunos aprenderem o mundo no qual vivem, utilizando as "ciências naturais" como referência na familiarização, explicação, compreensão na realidade. Assim, é através dele, que as ciências devem 26 dialogar com outros tipos de saberes, como uma obra aberta, problematizadora da realidade, que dialoga com a razão para o pensamento criativo. Por meio do livro didático, a Ciência deve apresentar como uma referência da construção humana, sócio historicamente contextualizada, e não como um produto fechado, como racionalidade objetiva única, que deprecia o pensamento dos alunos. O livro didático é produzido para um aluno genérico, ou seja, que não existe. Isso exige do professor no momento da seleção do livro, pensar nos alunos reais, nas necessidades e possibilidades de cada um, e principalmente, no contexto real de vida dos alunos. A seleção dos livros didáticos não devem excluir os professores como construtores ativos de saberes que desenvolvem essa importante competência profissional (Ramalho, Nuñez e Gauthier, 2000). Os professores devem ter um domínio de saberes diversos a serem utilizados para assumir a responsabilidade ética de selecionar os livros didáticos, e não só isso, como também, estarem capacitados para avaliar as possibilidades e limitações dos livros recomendados pelo MEC, pois o livro deve ser um, dentre outras ferramentas para o ensino de Ciências. Sugere-se então para a escolha dos livros didáticos: Organizar em grupos, planejar a leitura e a discussão da Guia (do PNLD) e pesquisar as obras aprovadas nos links disponibilizados pelos editores; Conduzir as discussões com base em um roteiro previamente definido, no qual devem constar aquelas características consideradas imprescindíveis para uma boa obra. Verificar se a proposta de trabalho de cada obra está de acordo com o projeto político pedagógico e com o currículo da escola para a área ou para o componente curricular em questão; Verificar se a obra apresenta uma progressão adequada (de um volume para o outro e no interior de cada um deles); Procurar avaliar as coleções atualmente em uso e definir quais aspectos foram favoráveis e quais não atenderam às expectativas do grupo. 27 Procurar levar as experiências em conta na hora da discussão em grupo; Anotar e guardar, cuidadosamente, os dados das coleções analisadas, mas não escolhidas; essas informações poderão ser úteis para os próximos processos de seleção de obras didáticas; Da mesma forma, anotar os dados das coleções escolhidas, para evitar dúvidas futuras. Quais critérios adotar para escolher um livro didático que atenda suas necessidades? Cientificidade e organização dos conteúdos É necessário conferir se as definições são precisas e se há uma lógica na organização dos temas, se ajuda os alunos a formarem conceitos científicos corretos e se possibilita aos alunos expressarem corretamente as definições e termos utilizados na matéria ensinada. Além disso, há necessidade de se verificar, também, se as formas de apresentação dos assuntos contemplam os métodos da ciência ensinada. Por exemplo, um livrode ciências deve estar elaborado em correspondência com o método científico da Física, da Química e da Biologia. É interessante que o livro tenha uma exposição e uma ordenação dos conhecimentos com uma clara definição de objetivos e sequência lógica conforme as séries a que destina. Acessibilidade ao aluno Todo livro didático tem por tarefa transformar a ciência em matéria de ensino. É o contraponto da cientificidade. Ser acessível não quer dizer facilitado. Significa que deve ser adequado ao nível de desenvolvimento mental dos alunos, à sua idade, ao seu interesse. Acessibilidade quer dizer: relação entre as exigências de conhecimento postas pela escola e pelo professor e a atual capacidade de rendimento escolar dos alunos. 28 Acessibilidade diz respeito, também, à linguagem utilizada no texto. A linguagem deve estar adequada ao nível de compreensão e assimilação dos alunos aos quais se destina. Contextualização Um bom livro didático deve atender ao princípio da junção entre o conhecimento e a prática. Em qualquer matéria, é importante que os conhecimentos tragam uma relação com a experiência de vida dos alunos. E também com os problemas e desafios da realidade, não só local como também global. Os conteúdos precisam ajudar os alunos a colocarem cientificamente as questões da vida prática. Dar respostas científicas aos problemas do cotidiano, aplicando a teoria e aprendendo a observar a realidade. Em resumo, os conceitos, o uso dos princípios básicos da matéria e o domínio dos métodos para aplicá-los, precisam estar articulados com as ações práticas dos alunos, de modo que estas ajudem à assimilação ativa dos conteúdos. Criticidade Este é um dos critérios mais importantes. Todo livro, assim como todo conhecimento, carrega ideias, ideologias e filosofias. Assim, a criticidade se refere a avaliar quais ideologias o livro traz e a que grupo social interessa. A forma de exposição dos conteúdos tanto pode ajudar os alunos a analisarem o fato ou objeto de estudo, de diferentes ângulos, estabelecendo todas as relações possíveis de um objeto com outros, quanto pode dar uma visão falsa da realidade. Dificilmente o livro trará a crítica pronta. Livros que denunciem as injustiças, que mostrem a realidade social nem sempre é possível e nem mesmo desejável. É preciso estar atento se o livro traz afirmações preconceituosas, discriminadoras, em relação a raça, sexo, religião, profissão etc. A melhor condição para realizar um trabalho crítico com o livro didático é seu caráter científico. 29 Capacidade de mobilizar as capacidades e habilidades intelectuais dos alunos O livro didático precisa trazer os elementos conceituais e metodológicos para ajudar os alunos a pensarem autonomamente, ou seja, possibilitar que os alunos organizem uma visão de mundo e apliquem criativamente seus conhecimentos na prática. Para isso, é necessário verificar a linguagem do texto, a argumentação lógica, os desafios cognitivos propostos nos exercícios, nas perguntas. Atualidade Um livro didático que cumpre o requisito de cientificidade precisa ser também, um livro atual. Que incorpora os resultados mais recentes das pesquisas. Mas, além de estar atualizado com as descobertas da ciência, é preciso estar em dia com temas mais amplos da sociedade. Como temas políticos, sociais, econômicos e ecológicos. Temas como ecologia, abordagem da diversidade cultural, regional e global e questões éticas precisam estar presentes independentes da disciplina do livro. Esses são temas que fazem parte da formação cidadã do aluno. Outras recomendações Conter propostas de atividades para o estudo independente dos alunos. As propostas incluem: exercícios de vários tipos, estudo dirigido individual, pesquisas, testes, questões de dissertação. Atividades de estudo que valorizem o trabalho pessoal, o desenvolvimento de habilidades cognitivas, a compreensão do assunto, a discussão, o pensamento autônomo. Em resumo, o objetivo das atividades de estudo independente deve ser o enriquecimento de processos mentais e a estruturação interna do conhecimento. Trazer ilustrações, gráficos, fotografias, etc. As ilustrações, gráficos, e diagramas, além de aperfeiçoar a comunicação com o leitor, associam o conteúdo e o desenvolvimento de estratégias cognitivas, de habilidades de pensamento. 30 Interdisciplinaridade. É necessário um diálogo entre as matérias para uma melhor compreensão de temas ou problemas, de modo a se ter uma visão globalizada sobre o assunto. É juntar vários ramos de conhecimento ou noções de várias disciplinas para compreender melhor um assunto ou ver globalmente um problema da realidade. Dessa forma, o livro didático tem um importante papel na melhoria da qualidade da educação pública, sendo um importante suporte para o planejamento das atividades do professor, e para a consolidação da aprendizagem dos alunos. Portanto, deve-se sempre observar a analisar os critérios principais que o livro didático deve conter, objetivando uma melhor interpretação e melhor uso em sala de aula. Vale ressaltar que, o uso do mesmo, não deve ser restringido somente ao que se está apresentado, mas sim, deve-se buscar aplicar juntamente a ele, metodologias ativas, que servirão de auxílio e compreensão entre teoria e prática. 31 MATERIAIS PARA ENSINO-APRENDIZAGEM Estratégias e recursos didáticos no ensino de ciências Situações didáticas essenciais para o ensino de Ciências. 1. Pesquisa e Investigação Quando fala-se de Ensino de Ciências por Investigação, pretende-se sugerir imagens alternativas de aulas de ciências, diferentes daquelas que têm sido mais comuns nas escolas, dentre elas, o professor fazendo anotações no quadro, seguidas de explicações e os estudantes anotando e ouvindo-o dissertar sobre um determinado tópico de conteúdo. Este ensino aproxima a ciência dos cientistas com a ciência escolar. "Essa proposta de ensino deve ser tal que leve os alunos a construir seu conteúdo conceitual participando do processo de construção e dando oportunidade de aprenderem a argumentar e exercitar a razão, em vez de fornecer-lhes respostas definitivas ou impor-lhes seus próprios pontos de vista transmitindo uma visão fechada das ciências” (Carvalho, 2004). Criar atividades investigativas para a construção de conceitos é uma forma de oportunizar ao aluno participar em seu processo de aprendizagem. "Uma atividade de investigação deve partir de uma situação problematizadora e deve levar o aluno a refletir, discutir, explicar, relatar, enfim, que ele comece a produzir seu próprio conhecimento por meio da interação entre o pensar, sentir e fazer. Nessa perspectiva, a aprendizagem de procedimentos e atitudes se torna, dentro do processo de aprendizagem, tão importante quanto a aprendizagem de conceitos e/ou conteúdos” (Azevedo, 2004). 32 Exemplo: Pesquisa e investigação Observação, leitura, entrevista e estudo do meio desenvolvem a curiosidade. O que é? O estímulo à busca de informações em fontes diversificadas por meio da observação, da leitura de textos, de entrevistas, do estudo do meio e das diferentes tecnologias. Quando propor? Durante o desenvolvimento de todos os conteúdos. A curiosidade e a busca de informações são os combustíveis da ciência e devem ser continuamente estimuladas. O que o aluno aprende? A formular hipóteses, interpretar resultados, elaborar problemas, recolher dados, pesquisar e registrar as informações obtidas. 33 Como propor? Em atividades de busca de informações, o aluno deve comparar e elaborar hipóteses e suposições, estabelecendo relações entre fatos ou fenômenos. Para que a pesquisa em textos - na biblioteca ou na internet - seja produtiva e não apenas uma coleta de dadosmecânica, é importante apresentar questões que levantem problemas sobre o tema a ser pesquisado. 2. Experimentação Acredita-se que a experimentação é importante, pois contribui com o desenvolvimento dos alunos, auxiliando-os na aquisição de conhecimento. Quando o professor permite aos seus alunos pensarem ao invés de pensar por eles, este está favorecendo a autonomia intelectual dos mesmos e preparando- os para atuar em forma competente, criativa e crítica, conforme sugere Garrido (2002). Esta abordagem metodológica enfatiza a iniciativa do aluno porque cria oportunidade para que ele defenda suas idéias com segurança e aprenda a respeitar as idéias dos colegas. “Dá-lhes também a chance de desenvolver variados tipos de ações – manipulações, observações, reflexões, discussões e escrita”. (Carvalho et al, 1998, p.20) Conforme Bachelard (1938), “todo conhecimento é resposta a uma questão”, o que nos permite ressaltar a importância desde as séries iniciais das atividades experimentais no processo de (re) construção de conhecimentos científicos. 34 Experimentação Averiguar hipóteses e suposições ajuda a apreender o conhecimento. O que é? A construção de formas de averiguar hipóteses e suposições. Quando propor? Como parte dos projetos e sequências didáticas. O conhecimento é mais facilmente apreendido quando os jovens observam o problema. O que o aluno aprende? Os conteúdos relacionados ao tema em questão - e a encontrar variáveis. Como propor? A atividade não precisa, necessariamente, ser realizada num laboratório. Muitas vezes, a sala é adequada. Diferentemente do que se pensava no passado, as experiências não servem para comprovar informações recebidas em aulas teóricas, mas para verificar hipóteses. Antes de iniciar a montagem do experimento, é preciso tematizá-lo para que a problematização não seja artificial. "O que queremos descobrir?" é a pergunta-chave. Cabe ao aluno prever o que pode ocorrer durante a realização do experimento. 35 3. Uso de gêneros orais Exposição Seminários e debates são formas de dominar e usar a linguagem de textos científicos. O que é? Explorar formas de falar sobre Ciências, com debates, seminários, dramatizações, entrevistas e exposições (leia a sequência didática). Quando propor? Regularmente, vinculado às sequências didáticas. O que o aluno aprende? A se expressar sobre conteúdos científicos, por meio de diferentes linguagens, e adequar os termos que usa à situação vivenciada. A linguagem empregada num encontro de pesquisadores tem de ser diferente daquela que visa a divulgação científica. Como propor? É importante buscar formas diferentes de falar sobre Ciências. São oportunidades de aprendizagem os debates entre os colegas que devem 36 defender pontos de vista diferentes, a apresentação de seminários sobre os conteúdos estudados, a realização de entrevistas com especialistas e as exposições dos conteúdos aprendidos. Falar sobre uma descoberta recente é um modo de dominar e usar a linguagem específica de textos científicos, gráficos e tabelas. 4. Escrita sobre Ciências Registro Produzindo textos e esquemas, o aluno organiza melhor o pensamento. O que é? Produção de textos informativos e esquemas crescentemente complexos de forma coletiva e individual. Quando propor? Como parte de projetos e sequências didáticas. O que o aluno aprende? A organizar o pensamento, sistematizar conhecimentos adquiridos e conhecer as características dos textos informativos. 37 Como propor? A escrita pode nascer de uma experiência - o relato dela e de conclusões - ou se constituir no aprofundamento do que foi experimentado, com base na coleta de dados em várias fontes. A produção coletiva da classe sob coordenação do professor é fundamental. Ela garante o registro das discussões e conduz à aprendizagem do texto informativo, incluindo a socialização de ideias e dos modos de formulá-las. As produções devem ser consistentes e prever a utilização de definições e termos cujo significado é conhecido por todos. Aos poucos, com a conquista de autonomia, a atividade pode se tornar individual. Dessa forma, pode-se verificar a importância das ações educativas dos professores, com ênfase às suas respectivas práticas pedagógicas, para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem, no que compete ao Ensino de Ciências. Juntamente a isso, os conteúdos devem ser apresentados de maneira significativa aos alunos, ou seja, valorizando e desenvolvendo práticas investigativas, experimentais e atrativas, visando o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Constata-se assim que o Ensino de Ciências na Educação Básica e a formação do educador desta disciplina são de grande relevância, uma vez que, historicamente, mudanças significativas estão sendo traçadas, tanto nos conteúdos metodológicos, quanto na prática em sala de aula, o que confere a essa área o status de um campo complexo de estudos e investigações. 38 REFERÊNCIAS PARANÁ, Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental, SEED, 2008. SOARES, José Luiz. Ciências, 5a a 8a- Ed. Moderna, São Paulo, 2001. LOPES, Plínio Carvalho. Ciências, 5a a 8a- Ed. Saraiva, São Paulo, 2001. PARANÁ, Diretrizes Curriculares Estaduais. Curitiba – PR. 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