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1 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura de Nilópolis-RJ 
 
 
 
1. Lei Federal nº 9.394 de 20/12/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira . 1 
2. Diretrizes Curriculares Nacionais: Parecer 04 CNE/SEB/98 e Resoluções 02 CNE/SEB/98 
e 01 CNE/SEB/06 ................................................................................................................... 28 
3. Lei Federal nº 10.793, de 01/12/2003 – Altera a redação do art. 26, § 3º, e do art. 92 da 
Lei 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional ........................... 38 
4. Lei Federal nº 10.639/03 – Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que 
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede 
de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras 
providências ........................................................................................................................... 41 
5. Lei Federal nº 11.114, de 16/05/05 – Altera os artigos 6º, 30, 32 e 87 da Lei 9394/96, com 
o objetivo de tornar obrigatório o início do Ensino Fundamental aos seis anos de idade ........ 43 
6. Lei Federal 11.274, de 06/05/06 – Altera a redação dos artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei nº 
9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, 
dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula 
obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade ........................................................................ 44 
7. Lei Federal nº 12.796, de 04/04/2013 – Altera a Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação 
dos profissionais da educação e dá outras providências ........................................................ 45 
8. Resolução nº 4/10 – Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação 
Básica .................................................................................................................................... 48 
9. Resolução nº 7/10 – Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 
9 (nove) anos ......................................................................................................................... 63 
10. Parecer nº 11/2010 que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino 
Fundamental de 9 (nove) anos ............................................................................................... 75 
11. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/90 .............................................. 98 
12. Lei Brasileira de Inclusão – Lei nº 13.146/15. 13. Plano Nacional de Educação – Lei 
13.005/14. 14. Base Nacional Comum Curricular/2018 ........................................................ 154 
13. Lei Federal 11.645/2008 - Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada 
pela Lei n o 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática 
“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” ..................................................................... 221 
14. O desemparedamento na infância. Crianças na natureza .......................................... 222 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
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Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco!
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
1 
 
 
 
LEI DAS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL 
 
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 19961 
 
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
TÍTULO I 
Da Educação 
 
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na 
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e 
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do 
ensino, em instituições próprias. 
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. 
 
TÍTULO II 
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional 
 
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de 
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
 
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII - valorização do profissional da educação escolar; 
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; 
IX - garantia de padrão de qualidade; 
X - valorização da experiência extraescolar; 
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. 
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, 
de 2018) 
XIV - respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das pessoas surdas, surdo-cegas 
e com deficiência auditiva. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
 
TÍTULO III 
Do Direito à Educação e do Dever de Educar 
 
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada 
da seguinte forma: 
a) pré-escola; 
b) ensino fundamental; 
 
1Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compilado.htm - acesso em 17.02.2022. 
1. Lei Federal nº 9.394 de 20/12/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Brasileira 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
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c) ensino médio; 
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; 
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos 
globaisdo desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e 
modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram 
na idade própria; 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a 
capacidade de cada um; 
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; 
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades 
adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as 
condições de acesso e permanência na escola; 
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas 
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; 
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por 
aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. 
X - vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua 
residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. 
 
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, durante o período de internação, ao aluno da 
educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo 
prolongado, conforme dispuser o Poder Público em regulamento, na esfera de sua competência 
federativa. (Incluído pela Lei nº 13.716, de 2018). 
 
Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, 
grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente 
constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. 
§ 1º O poder público, na esfera de sua competência federativa, deverá: 
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos 
que não concluíram a educação básica; 
II - fazer-lhes a chamada pública; 
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. 
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao 
ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades 
de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais. 
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder 
Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação 
judicial correspondente. 
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino 
obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade. 
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas 
alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior. 
 
Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir 
dos 4 (quatro) anos de idade. 
 
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: 
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino; 
II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público; 
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituição Federal. 
 
Art. 7º-A Ao aluno regularmente matriculado em instituição de ensino pública ou privada, de qualquer 
nível, é assegurado, no exercício da liberdade de consciência e de crença, o direito de, mediante prévio 
e motivado requerimento, ausentar-se de prova ou de aula marcada para dia em que, segundo os 
preceitos de sua religião, seja vedado o exercício de tais atividades, devendo-se-lhe atribuir, a critério da 
instituição e sem custos para o aluno, uma das seguintes prestações alternativas, nos termos do inciso 
VIII do caput do art. 5º da Constituição Federal: (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019) 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
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I - prova ou aula de reposição, conforme o caso, a ser realizada em data alternativa, no turno de estudo 
do aluno ou em outro horário agendado com sua anuência expressa; (Incluído pela Lei nº 13.796, de 
2019) 
II - trabalho escrito ou outra modalidade de atividade de pesquisa, com tema, objetivo e data de entrega 
definidos pela instituição de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019) 
§ 1º A prestação alternativa deverá observar os parâmetros curriculares e o plano de aula do dia da 
ausência do aluno. (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019) 
§ 2º O cumprimento das formas de prestação alternativa de que trata este artigo substituirá a obrigação 
original para todos os efeitos, inclusive regularização do registro de frequência. (Incluído pela Lei nº 
13.796, de 2019) 
§ 3º As instituições de ensino implementarão progressivamente, no prazo de 2 (dois) anos, as 
providências e adaptações necessárias à adequação de seu funcionamento às medidas previstas neste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019) 
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica ao ensino militar a que se refere o art. 83 desta Lei. (Incluído 
pela Lei nº 13.796, de 2019) (Vide parágrafo único do art. 2) 
 
TÍTULO IV 
Da Organização da Educação Nacional 
 
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, 
os respectivos sistemas de ensino. 
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis 
e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias 
educacionais. 
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei. 
 
Art. 9º A União incumbir-se-á de: 
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios; 
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o 
dos Territórios; 
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o 
desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, 
exercendo sua função redistributiva e supletiva; 
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e 
diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e 
seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum; 
IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e 
procedimentos para identificação, cadastramento e atendimento, na educação básica e na educação 
superior, de alunos com altas habilidades ou superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015) 
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; 
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e 
superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria 
da qualidade do ensino; 
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação; 
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a 
cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino; 
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das 
instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino. 
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, com funções normativas 
e de supervisão e atividade permanente, criado por lei. 
§ 2° Para o cumprimento do disposto nosincisos V a IX, a União terá acesso a todos os dados e 
informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. 
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, 
desde que mantenham instituições de educação superior. 
 
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: 
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino; 
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II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem 
assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida 
e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; 
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos 
nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios; 
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das 
instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino; 
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; 
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o 
demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; 
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. 
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados e aos 
Municípios. 
 
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: 
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, 
integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados; 
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; 
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; 
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino; 
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, 
permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as 
necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados 
pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino. 
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. 
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino 
ou compor com ele um sistema único de educação básica. 
 
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, 
terão a incumbência de: 
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; 
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; 
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; 
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; 
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; 
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com 
a escola; 
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, 
sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da 
escola; 
VIII - notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que apresentem quantidade de 
faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual permitido em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.803, 
de 2019) 
IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, 
especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; (Incluído pela Lei nº 13.663, 
de 2018) 
X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. (Incluído pela Lei nº 13.663, 
de 2018) 
XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e enfrentamento ao uso 
ou dependência de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
 
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: 
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; 
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de 
ensino; 
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; 
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; 
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos 
dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; 
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5 
 
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. 
 
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na 
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; 
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. 
 
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que 
os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, 
observadas as normas gerais de direito financeiro público. 
 
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: 
I - as instituições de ensino mantidas pela União; 
II - as instituições de educação superior mantidas pela iniciativa privada; (Redação dada pela Lei nº 
13.868, de 2019) 
III - os órgãos federais de educação. 
 
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem: 
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo Distrito 
Federal; 
II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal; 
III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada; 
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente. 
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela 
iniciativa privada, integram seu sistema de ensino. 
 
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem: 
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público 
municipal; 
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada; 
III - os órgãos municipais de educação. 
 
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias 
administrativas: 
I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder 
Público; 
II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito 
privado. 
III - comunitárias, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 13.868, de 2019) 
§ 1º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo podem qualificar-
se como confessionais, atendidas a orientação confessional e a ideologia específicas. (Incluído pela Lei 
nº 13.868, de 2019) 
§ 2º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo podem ser 
certificadas como filantrópicas, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 13.868, de 2019) 
 
Art. 20. (Revogado pela Lei nº 13.868, de 2019) 
 
TÍTULO V 
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino 
CAPÍTULO I 
Da Composição dos Níveis Escolares 
 
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: 
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; 
II - educação superior. 
 
 
 
 
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CAPÍTULO II 
DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
Seção I 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhea formação 
comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em 
estudos posteriores. 
 
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, 
alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e 
em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de 
aprendizagem assim o recomendar. 
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre 
estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais. 
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e 
econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas 
previsto nesta Lei. 
 
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as 
seguintes regras comuns: 
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino 
médio, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo 
reservado aos exames finais, quando houver; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita: 
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria 
escola; 
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas; 
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o 
grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, 
conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino; 
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento escolar pode admitir 
formas de progressão parcial, desde que preservada a sequência do currículo, observadas as normas do 
respectivo sistema de ensino; 
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis equivalentes 
de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes 
curriculares; 
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: 
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos 
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas 
finais; 
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; 
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; 
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os 
casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus 
regimentos; 
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas 
normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento do 
total de horas letivas para aprovação; 
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de conclusão de série 
e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações cabíveis. 
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do caput deverá ser ampliada de forma 
progressiva, no ensino médio, para mil e quatrocentas horas, devendo os sistemas de ensino oferecer, 
no prazo máximo de cinco anos, pelo menos mil horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de 
2017. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 2º Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de educação de jovens e adultos e de ensino 
noturno regular, adequado às condições do educando, conforme o inciso VI do art. 4º. (Incluído pela Lei 
nº 13.415, de 2017) 
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Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação adequada entre o 
número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento. 
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições disponíveis e das 
características regionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto neste artigo. 
 
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base 
nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, 
por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da 
economia e dos educandos. 
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua 
portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, 
especialmente do Brasil. 
§ 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular 
obrigatório da educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório 
da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
I - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
II - maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática 
da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
IV - amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
V - (Vetado) 
VI - que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias 
para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia. 
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a partir do sexto ano, será ofertada a língua inglesa. (Redação 
dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 6º As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que constituirão o componente 
curricular de que trata o § 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.278, de 2016). 
§ 7º A integralização curricular poderá incluir, a critério dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas 
envolvendo os temas transversais de que trata o caput. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar 
integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) 
horas mensais. (Incluído pela Lei nº 13.006, de 2014) 
§ 9º Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra 
a criança, o adolescente e a mulher serão incluídos, como temas transversais, nos currículos de que trata 
o caput deste artigo, observadas as diretrizes da legislação correspondente e a produção e distribuição 
de material didático adequado a cada nível de ensino. (Redação dada pela Lei nº 14.164, de 2021) 
§ 9º-A. A educação alimentar e nutricional será incluída entre os temas transversais de que trata o 
caput. (Incluído pela Lei nº 13.666, de 2018) 
§ 10. A inclusão de novos componentes curriculares de caráter obrigatório na Base Nacional Comum 
Curricular dependerá de aprovação do Conselho Nacional de Educação e de homologação pelo Ministro 
de Estado da Educação. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
 
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-
se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645,de 2008) 
§ 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da 
cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais 
como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a 
cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as 
suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. (Redação dada 
pela Lei nº 11.645, de 2008) 
§ 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão 
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de 
literatura e história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008) 
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Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: 
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de 
respeito ao bem comum e à ordem democrática; 
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; 
III - orientação para o trabalho; 
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais. 
 
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as 
adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, 
especialmente: 
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos 
da zona rural; 
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola 
e às condições climáticas; 
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. 
Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas será precedido de 
manifestação do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que considerará a justificativa 
apresentada pela Secretaria de Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação 
da comunidade escolar. 
 
Seção II 
Da Educação Infantil 
 
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o 
desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual 
e social, complementando a ação da família e da comunidade. 
 
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: 
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; 
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. 
 
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: 
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo 
de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; 
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) 
dias de trabalho educacional; 
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) 
horas para a jornada integral; 
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 
60% (sessenta por cento) do total de horas; 
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e 
aprendizagem da criança. 
 
Seção III 
Do Ensino Fundamental 
 
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, 
iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: 
(Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) 
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da 
leitura, da escrita e do cálculo; 
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos 
valores em que se fundamenta a sociedade; 
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos 
e habilidades e a formação de atitudes e valores; 
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância 
recíproca em que se assenta a vida social. 
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos. 
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§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino 
fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-
aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino. 
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades 
indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. 
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação 
da aprendizagem ou em situações emergenciais. 
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das 
crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o 
Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático 
adequado. 
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal nos currículos do 
ensino fundamental. 
 
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão 
e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o 
respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do 
ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. 
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações 
religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. 
 
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo 
em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola. 
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização autorizadas 
nesta Lei. 
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas 
de ensino. 
 
Seção IV 
Do Ensino Médio 
 
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como 
finalidades: 
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, 
possibilitando o prosseguimento de estudos; 
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de 
modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento 
posteriores; 
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o 
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; 
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando 
a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. 
 
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino 
médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento: 
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
IV - ciências humanas e sociais aplicadas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§1º A parte diversificada dos currículos de que trata o caput do art. 26, definida em cada sistema de 
ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacional Comum Curricular e ser articulada a partir do contexto 
histórico, econômico, social, ambiental e cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos 
e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio, 
assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas línguas maternas. (Incluído 
pela Lei nº 13.415, de 2017) 
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§ 4º Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão 
ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a 
disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 
13.415, de 2017) 
§ 5º A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não poderá ser 
superior a mil e oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de acordo com a definição 
dos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho esperados para o ensino médio, que serão 
referência nos processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional Comum Curricular. (Incluído 
pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a 
adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos 
físicos, cognitivos e sócio emocionais. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e formativa serão 
organizados nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas orais e escritas, 
seminários, projetos e atividades on-line, de tal forma que ao final do ensino médio o educando 
demonstre: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; (Incluído pela 
Lei nº 13.415, de 2017) 
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
 
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por 
itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, 
conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: (Redação 
dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
V - formação técnica e profissional. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências e habilidades será 
feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino. (Redação dada pela Lei nº 13.415, 
de 2017) 
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
III - (revogado). 
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) 
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser composto itinerário formativo integrado, que se 
traduz na composição de componentes curriculares da Base Nacional Comum Curricular - BNCC e dos 
itinerários formativos, considerando os incisos I a V do caput. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) 
§ 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede, possibilitarão ao aluno 
concluinte do ensino médio cursar mais um itinerário formativo de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº 
13.415, de 2017) 
§ 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação com ênfase técnica e profissional 
considerará: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor produtivo ou em ambientes de simulação, 
estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos estabelecidos pela legislação 
sobre aprendizagem profissional; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
II - a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho, quando 
a formação for estruturada e organizada em etapas com terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 
2017) 
§ 7º A oferta de formações experimentais relacionadas ao inciso V do caput, em áreas que não constem 
do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua continuidade, do reconhecimento pelo 
respectivo Conselho Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inserção no Catálogo Nacional 
dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos, contados da data de oferta inicial da formação. (Incluído 
pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 8º A oferta de formação técnica e profissional a que se refere o inciso V do caput, realizada na própria 
instituição ou em parceria com outras instituições, deverá ser aprovada previamente pelo Conselho 
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Estadual de Educação, homologada pelo Secretário Estadual de Educação e certificada pelos sistemas 
de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 9º As instituições de ensino emitirão certificado com validade nacional, que habilitará o concluinte do 
ensino médio ao prosseguimento dos estudos em nível superior ou em outros cursos ou formações para 
os quais a conclusão do ensino médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 10. Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino médio poderá ser organizado em 
módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade específica. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 
2017) 
§ 11. Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino 
poderão reconhecer competências e firmar convênios com instituições de educação a distância com 
notório reconhecimento, mediante as seguintes formas de comprovação: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 
2017) 
I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
II - experiência de trabalho supervisionado ou outra experiência adquirida fora do ambiente escolar; 
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
III - atividades de educação técnica oferecidas em outras instituições de ensino credenciadas; (Incluído 
pela Lei nº 13.415, de 2017) 
IV - cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais ou estrangeiras; (Incluído pela Lei nº 13.415, 
de 2017) 
VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou educação presencial mediada por 
tecnologias. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de escolha das áreas de conhecimento ou 
de atuação profissional previstas no caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
 
Seção IV-A 
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio 
 
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida a formação 
geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. 
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional 
poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com 
instituições especializadas em educação profissional. 
 
Art. 36-B. A educação profissional técnicade nível médio será desenvolvida nas seguintes formas: 
I - articulada com o ensino médio; 
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio. 
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá observar: 
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho 
Nacional de Educação; 
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; 
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto pedagógico. 
 
Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio articulada, prevista no inciso I do caput do 
art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de forma: 
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso 
planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma 
instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; 
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o estejam cursando, efetuando-se 
matrículas distintas para cada curso, e podendo ocorrer: 
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; 
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; 
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de intercomplementaridade, visando ao 
planejamento e ao desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. 
 
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível médio, quando registrados, 
terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação superior. 
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível médio, nas formas articulada 
concomitante e subsequente, quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, 
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possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o trabalho após a conclusão, com 
aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para o trabalho. 
 
Seção V 
Da Educação de Jovens e Adultos 
 
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou 
continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para 
a educação e a aprendizagem ao longo da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018) 
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam 
efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as 
características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. 
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, 
mediante ações integradas e complementares entre si. 
§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação 
profissional, na forma do regulamento. 
 
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base 
nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. 
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: 
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; 
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. 
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos 
e reconhecidos mediante exames. 
 
CAPÍTULO III 
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
Da Educação Profissional e Tecnológica 
 
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, 
integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da 
tecnologia. 
§ 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, 
possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo 
sistema e nível de ensino. 
§ 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos: 
I - de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; 
II - de educação profissional técnica de nível médio; 
III - de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. 
§ 3o Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação organizar-se-ão, 
no que concerne a objetivos, características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais 
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação. 
 
Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por 
diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de 
trabalho. 
 
Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, 
poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de 
estudos. 
 
Art. 42. As instituições de educação profissional e tecnológica, além dos seus cursos regulares, 
oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de 
aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade. 
 
CAPÍTULO IV 
Da Educação Superior 
 
Art. 43. A educação superior tem por finalidade: 
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I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; 
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores 
profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua; 
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência 
e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem 
e do meio em que vive; 
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas 
de comunicação; 
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a 
correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura 
intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; 
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e 
regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de 
reciprocidade; 
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e 
benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. 
VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação 
e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de 
atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº 13.174, de 2015) 
 
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas: 
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos 
que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o 
ensino médio ou equivalente; 
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham 
sido classificados em processo seletivo; 
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de 
especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e 
que atendam às exigências das instituições de ensino; 
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitosestabelecidos em cada caso pelas 
instituições de ensino. 
§ 1º O resultado do processo seletivo referido no inciso II do caput deste artigo será tornado público 
pela instituição de ensino superior, sendo obrigatórios a divulgação da relação nominal dos classificados, 
a respectiva ordem de classificação e o cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os 
critérios para preenchimento das vagas constantes do edital, assegurado o direito do candidato, 
classificado ou não, a ter acesso a suas notas ou indicadores de desempenho em provas, exames e 
demais atividades da seleção e a sua posição na ordem de classificação de todos os candidatos. 
(Redação dada pela Lei nº 13.826, de 2019) 
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as instituições públicas de ensino superior darão 
prioridade de matrícula ao candidato que comprove ter renda familiar inferior a dez salários mínimos, ou 
ao de menor renda familiar, quando mais de um candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela Lei 
nº 13.184, de 2015) 
§ 3º O processo seletivo referido no inciso II considerará as competências e as habilidades definidas 
na Base Nacional Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) 
 
Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas, 
com variados graus de abrangência ou especialização. 
 
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituições de 
educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de 
avaliação. 
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente identificadas pela avaliação a 
que se refere este artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de 
cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da 
autonomia, ou em descredenciamento. 
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14 
 
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por sua manutenção acompanhará 
o processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a superação das 
deficiências. 
§ 3º No caso de instituição privada, além das sanções previstas no § 1o deste artigo, o processo de 
reavaliação poderá resultar em redução de vagas autorizadas e em suspensão temporária de novos 
ingressos e de oferta de cursos. (Alterado pela Lei 13.530/2017). 
§ 4º É facultado ao Ministério da Educação, mediante procedimento específico e com aquiescência da 
instituição de ensino, com vistas a resguardar os interesses dos estudantes, comutar as penalidades 
previstas nos §§ 1o e 3o deste artigo por outras medidas, desde que adequadas para superação das 
deficiências e irregularidades constatadas. (Alterado pela Lei 13.530/2017). 
§ 5º Para fins de regulação, os Estados e o Distrito Federal deverão adotar os critérios definidos pela 
União para autorização de funcionamento de curso de graduação em Medicina.” (Incluído pela Lei 
13.530/2017). 
 
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, 
duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando 
houver. 
§ 1º As instituições informarão aos interessados, antes de cada período letivo, os programas dos 
cursos e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualificação dos professores, 
recursos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições, e a 
publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) primeiras formas concomitantemente: (Redação dada pela lei 
nº 13.168, de 2015). 
I - em página específica na internet no sítio eletrônico oficial da instituição de ensino superior, 
obedecido o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) 
a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída 
pela lei nº 13.168, de 2015) 
b) a página principal da instituição de ensino superior, bem como a página da oferta de seus cursos 
aos ingressantes sob a forma de vestibulares, processo seletivo e outras com a mesma finalidade, deve 
conter a ligação desta com a página específica prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) 
c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio eletrônico, deve criar página específica para 
divulgação das informações de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) 
d) a página específica deve conter a data completa de sua última atualização; (Incluída pela lei nº 
13.168, de 2015) 
II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino superior, por meio de ligação para a página 
referida no inciso I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) 
III - em local visível da instituição de ensino superior e de fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº 
13.168, de 2015) 
IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de acordo com a duração das disciplinas de 
cada curso oferecido, observando o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) 
a) caso o curso mantenha disciplinas com duração diferenciada, a publicação deve ser semestral; 
(Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) 
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 
2015) 
c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo docente até o início das aulas, os alunos devem 
ser comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) 
V - deve conter as seguintes informações: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) 
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, 
de 2015) 
b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular de cada curso e as respectivas cargas 
horárias; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) 
c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em cada curso, as disciplinas que 
efetivamente ministrará naquele curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação profissional do 
docente e o tempo de casa do docente, de forma total, contínua ou intermitente. (Incluída pela lei nº 
13.168, de 2015) 
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de 
provas e outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca examinadora especial, 
poderão ter abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino. 
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos programas de educação a distância. 
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§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período noturno, cursos de graduação nos 
mesmos padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas 
instituições públicas, garantida a necessária previsão orçamentária. 
 
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional 
como prova da formação recebida por seu titular. 
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados, e aqueles 
conferidos por instituições não-universitárias serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho 
Nacional de Educação. 
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por 
universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os 
acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação. 
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras só poderão 
ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na 
mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior. 
 
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência de alunos regulares, para cursos 
afins, na hipótese de existência de vagas, e mediante processoseletivo. 
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei. 
 
Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas 
disciplinas de seus cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com 
proveito, mediante processo seletivo prévio. 
 
Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como universidades, ao deliberar sobre 
critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios 
sobre a orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de ensino. 
 
Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de 
nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam 
por: (Regulamento) 
I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais 
relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional; 
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; 
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral. 
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por campo do saber. 
 
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades, sem prejuízo de outras, 
as seguintes atribuições: 
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior previstos nesta 
Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; 
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes; 
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de 
extensão; 
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio; 
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais 
atinentes; 
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; 
VII - firmar contratos, acordos e convênios; 
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e 
aquisições em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais; 
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos 
respectivos estatutos; 
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira resultante de convênios 
com entidades públicas e privadas. 
§ 1º Para garantir a autonomia didático-científica das universidades, caberá aos seus colegiados de 
ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre: (Redação dada pela Lei 
nº 13.490, de 2017) 
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) 
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II - ampliação e diminuição de vagas; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) 
III - elaboração da programação dos cursos; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) 
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 
2017) 
V - contratação e dispensa de professores; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) 
VI - planos de carreira docente. (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) 
§ 2º As doações, inclusive monetárias, podem ser dirigidas a setores ou projetos específicos, conforme 
acordo entre doadores e universidades. (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017) 
§ 3º No caso das universidades públicas, os recursos das doações devem ser dirigidos ao caixa único 
da instituição, com destinação garantida às unidades a serem beneficiadas. (Incluído pela Lei nº 13.490, 
de 2017) 
 
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico 
especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder 
Público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. 
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo artigo anterior, as 
universidades públicas poderão: 
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim como um plano de cargos 
e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis; 
II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas gerais concernentes; 
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e 
aquisições em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; 
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; 
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas peculiaridades de organização e 
funcionamento; 
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação do Poder competente, para 
aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos; 
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem orçamentária, financeira 
e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho. 
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a instituições que comprovem alta 
qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público. 
 
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para 
manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas. 
 
Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, 
assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da 
comunidade institucional, local e regional. 
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada 
órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatutárias e 
regimentais, bem como da escolha de dirigentes. 
 
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de oito 
horas semanais de aulas. 
 
CAPÍTULO V 
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação 
escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às 
peculiaridades da clientela de educação especial. 
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre 
que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes 
comuns de ensino regular. 
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na educação infantil 
e estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo único do art. 60 desta Lei. 
(Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018) 
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Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas 
necessidades; 
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do 
ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o 
programa escolar para os superdotados; 
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento 
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos 
nas classes comuns; 
IV - educaçãoespecial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, 
inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho 
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam 
uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; 
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o 
respectivo nível do ensino regular. 
 
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou 
superdotação matriculados na educação básica e na educação superior, a fim de fomentar a execução 
de políticas públicas destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado. (Incluído 
pela Lei nº 13.234, de 2015) 
 
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das 
instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, 
para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. 
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento 
aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições 
previstas neste artigo. 
 
CAPÍTULO V-A 
(Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
DA EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS 
 
Art. 60-A. Entende-se por educação bilíngue de surdos, para os efeitos desta Lei, a modalidade de 
educação escolar oferecida em Língua Brasileira de Sinais (Libras), como primeira língua, e em português 
escrito, como segunda língua, em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos, escolas 
comuns ou em polos de educação bilíngue de surdos, para educandos surdos, surdo-cegos, com 
deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras 
deficiências associadas, optantes pela modalidade de educação bilíngue de surdos. (Incluído pela Lei 
nº 14.191, de 2021) 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio educacional especializado, como o atendimento 
educacional especializado bilíngue, para atender às especificidades linguísticas dos estudantes surdos. 
(Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
§ 2º A oferta de educação bilíngue de surdos terá início ao zero ano, na educação infantil, e se 
estenderá ao longo da vida. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
§ 3º O disposto no caput deste artigo será efetivado sem prejuízo das prerrogativas de matrícula em 
escolas e classes regulares, de acordo com o que decidir o estudante ou, no que couber, seus pais ou 
responsáveis, e das garantias previstas na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com 
Deficiência), que incluem, para os surdos oralizados, o acesso a tecnologias assistivas. (Incluído pela 
Lei nº 14.191, de 2021) 
 
Art. 60-B. Além do disposto no art. 59 desta Lei, os sistemas de ensino assegurarão aos educandos 
surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação 
ou com outras deficiências associadas materiais didáticos e professores bilíngues com formação e 
especialização adequadas, em nível superior. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
Parágrafo único. Nos processos de contratação e de avaliação periódica dos professores a que se 
refere o caput deste artigo serão ouvidas as entidades representativas das pessoas surdas. (Incluído 
pela Lei nº 14.191, de 2021) 
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TÍTULO VI 
Dos Profissionais da Educação 
 
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo 
exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são: 
I - professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos 
ensinos fundamental e médio; 
II - trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em 
administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de 
mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; 
III - trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área 
pedagógica ou afim. 
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para ministrar 
conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, atestados por titulação específica 
ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas 
em que tenham atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela lei nº 
13.415, de 2017) 
V - profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica, conforme disposto pelo 
Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) 
Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do 
exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação 
básica, terá como fundamentos: 
I - a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e 
sociais de suas competências de trabalho; 
II - a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço; 
III - o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras 
atividades. 
 
Art. 62 A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso 
de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil 
e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. 
(Redação dada pela lei nº 13.415, de 2017) 
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão 
promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. 
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos 
e tecnologias de educação a distância. 
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino presencial, 
subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância. 
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão mecanismos facilitadores de 
acesso e permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na educação 
básica pública. 
§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a formação de profissionais 
do magistério para atuar na educação básica pública mediante programa institucional de bolsa de 
iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas 
instituições de educação superior. 
§ 6º O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame nacional aplicado aos 
concluintes do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação para formação 
de docentes, ouvido o Conselho Nacional de Educação - CNE. 
§ 7º (Vetado). 
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência a Base Nacional Comum 
Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) 
 
Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos 
de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas. 
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que se refere o caput, no 
local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação 
profissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. 
 
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Art. 62-B. O acesso de professoresdas redes públicas de educação básica a cursos superiores de 
pedagogia e licenciatura será efetivado por meio de processo seletivo diferenciado. (Incluído pela Lei nº 
13.478, de 2017) 
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso previsto no caput deste artigo os professores das redes públicas 
municipais, estaduais e federal que ingressaram por concurso público, tenham pelo menos três anos de 
exercício da profissão e não sejam portadores de diploma de graduação. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 
2017) 
§ 2º As instituições de ensino responsáveis pela oferta de cursos de pedagogia e outras licenciaturas 
definirão critérios adicionais de seleção sempre que acorrerem aos certames interessados em número 
superior ao de vagas disponíveis para os respectivos cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) 
§ 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos a serem definidos em regulamento pelas universidades, 
terão prioridade de ingresso os professores que optarem por cursos de licenciatura em matemática, física, 
química, biologia e língua portuguesa. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) 
 
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: 
I - cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, 
destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino 
fundamental; 
II - programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior que 
queiram se dedicar à educação básica; 
III - programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis. 
 
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, 
supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em 
pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, 
a base comum nacional. 
 
Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, 
trezentas horas. 
 
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, 
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado. 
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em área afim, 
poderá suprir a exigência de título acadêmico. 
 
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-
lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: 
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; 
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para 
esse fim; 
III - piso salarial profissional; 
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; 
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; 
VI - condições adequadas de trabalho. 
§ 1º A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras funções 
de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino. 
§ 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são 
consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no 
desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em 
seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade 
escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. 
§ 3º A União prestará assistência técnica aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na 
elaboração de concursos públicos para provimento de cargos dos profissionais da educação. 
 
TÍTULO VII 
Dos Recursos financeiros 
 
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de: 
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
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II - receita de transferências constitucionais e outras transferências; 
III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; 
IV - receita de incentivos fiscais; 
V - outros recursos previstos em lei. 
 
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da 
receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino público. 
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não será considerada, para efeito do 
cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. 
§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos mencionadas neste artigo as operações 
de crédito por antecipação de receita orçamentária de impostos. 
§ 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos mínimos estatuídos neste artigo, será 
considerada a receita estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o caso, por lei que 
autorizar a abertura de créditos adicionais, com base no eventual excesso de arrecadação. 
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, que resultem no 
não atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do 
exercício financeiro. 
§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação, observados os seguintes 
prazos: 
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia; 
II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até o trigésimo dia; 
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final de cada mês, até o décimo dia do mês 
subsequente. 
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e à responsabilização civil e 
criminal das autoridades competentes. 
 
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas 
com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, 
compreendendo as que se destinam a: 
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação; 
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao 
ensino; 
III - uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino; 
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da 
qualidade e à expansão do ensino; 
V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino; 
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas; 
VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste 
artigo; 
VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte escolar. 
 
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas 
com: 
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas 
de ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão; 
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural; 
III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam militares ou civis, inclusive 
diplomáticos; 
IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e 
psicológica, e outras formas de assistência social; 
V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamentea rede escolar; 
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em 
atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino. 
 
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21 
 
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino serão apuradas e 
publicadas nos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que se refere o § 3º do art. 165 
da Constituição Federal. 
 
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na prestação de contas de recursos 
públicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal, no art. 60 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias e na legislação concernente. 
 
Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, estabelecerá 
padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino fundamental, baseado no cálculo do custo 
mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade. 
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será calculado pela União ao final de cada 
ano, com validade para o ano subsequente, considerando variações regionais no custo dos insumos e as 
diversas modalidades de ensino. 
 
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será exercida de modo a corrigir, 
progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino. 
§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula de domínio público que inclua a capacidade 
de atendimento e a medida do esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Município 
em favor da manutenção e do desenvolvimento do ensino. 
§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo será definida pela razão entre os recursos de uso 
constitucionalmente obrigatório na manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, 
relativo ao padrão mínimo de qualidade. 
§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá fazer a transferência direta 
de recursos a cada estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos que efetivamente 
frequentam a escola. 
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados 
e dos Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino de sua responsabilidade, conforme o 
inciso VI do art. 10 e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua capacidade de atendimento. 
 
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior ficará condicionada ao efetivo 
cumprimento pelos Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras 
prescrições legais. 
 
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas 
comunitárias, confessionais ou filantrópicas que: 
I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, dividendos, bonificações, 
participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto; 
II - apliquem seus excedentes financeiros em educação; 
III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, 
ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades; 
IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos. 
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para a educação 
básica, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de 
vagas e cursos regulares da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público obrigado a 
investir prioritariamente na expansão da sua rede local. 
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder 
Público, inclusive mediante bolsas de estudo. 
 
TÍTULO VIII 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura 
e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de 
educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos: 
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a 
reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; 
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos 
e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias. 
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22 
 
 
Art. 78-A. Os sistemas de ensino, em regime de colaboração, desenvolverão programas integrados de 
ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos estudantes surdos, surdo-
cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras 
deficiências associadas, com os seguintes objetivos: (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
I - proporcionar aos surdos a recuperação de suas memórias históricas, a reafirmação de suas 
identidades e especificidades e a valorização de sua língua e cultura; (Incluído pela Lei nº 14.191, de 
2021) 
II - garantir aos surdos o acesso às informações e conhecimentos técnicos e científicos da sociedade 
nacional e demais sociedades surdas e não surdas. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
 
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de ensino no provimento da educação 
intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa. 
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das comunidades indígenas. 
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos Planos Nacionais de Educação, terão os 
seguintes objetivos: 
I - fortalecer as práticas socioculturais e a língua materna de cada comunidade indígena; 
II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinado à educação escolar nas 
comunidades indígenas; 
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles incluindo os conteúdos culturais 
correspondentes às respectivas comunidades; 
IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático específico e diferenciado. 
§ 3º No que se refere à educação superior, sem prejuízo de outras ações, o atendimento aos povos 
indígenas efetivar-se-á, nas universidades públicas e privadas, mediante a oferta de ensino e de 
assistência estudantil, assim como de estímulo à pesquisa e desenvolvimento de programas especiais. 
 
Art. 79-A. (Vetado) 
 
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência 
Negra’. (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003) 
 
Art. 79-C. A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de ensino no provimento da 
educação bilíngue e intercultural às comunidades surdas, com desenvolvimento de programas integrados 
de ensino e pesquisa. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
§ 1º Os programas serão planejados com participação das comunidades surdas, de instituições de 
ensino superior e de entidades representativas das pessoas surdas. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 
2021) 
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos no Plano Nacional de Educação, terão os 
seguintes objetivos: (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
I - fortalecer as práticas socioculturais dos surdos e a Língua Brasileira de Sinais; (Incluído pela Lei 
nº 14.191, de 2021) 
II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinados à educação bilíngue escolar 
dos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou 
superdotação ou com outras deficiências associadas; (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
III - desenvolver currículos, métodos, formação e programas específicos, neles incluídos os conteúdos 
culturais correspondentes aos surdos; (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
IV - elaborar epublicar sistematicamente material didático bilíngue, específico e diferenciado. 
(Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) 
§ 3º Na educação superior, sem prejuízo de outras ações, o atendimento aos estudantes surdos, surdo-
cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras 
deficiências associadas efetivar-se-á mediante a oferta de ensino bilíngue e de assistência estudantil, 
assim como de estímulo à pesquisa e desenvolvimento de programas especiais. (Incluído pela Lei nº 
14.191, de 2021) 
 
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a 
distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. 
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por 
instituições especificamente credenciadas pela União. 
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23 
 
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos 
a cursos de educação a distância. 
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a 
autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver 
cooperação e integração entre os diferentes sistemas. 
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá: 
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens 
e em outros meios de comunicação que sejam explorados mediante autorização, concessão ou 
permissão do poder público; 
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; 
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais 
comerciais. 
 
Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições de ensino experimentais, desde que 
obedecidas as disposições desta Lei. 
 
Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização de estágio em sua jurisdição, 
observada a lei federal sobre a matéria. 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.788, de 2008) 
 
Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo 
com as normas fixadas pelos sistemas de ensino. 
 
Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa 
pelas respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu 
plano de estudos. 
 
Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá exigir a abertura de concurso 
público de provas e títulos para cargo de docente de instituição pública de ensino que estiver sendo 
ocupado por professor não concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos assegurados pelos 
arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 
 
Art. 86. As instituições de educação superior constituídas como universidades integrar-se-ão, também, 
na sua condição de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, nos termos 
da legislação específica. 
 
TÍTULO IX 
Das Disposições Transitórias 
 
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei. 
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei, encaminhará, ao Congresso 
Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia 
com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. 
§ 2º (Revogado) (Redação dada pela lei nº 12.796, de 2013) 
§ 3º O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, supletivamente, a União, devem: 
I - (Revogado) (Redação dada pela lei nº 12.796, de 2013) 
a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) 
b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) 
c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) 
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos insuficientemente escolarizados; 
III - realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, 
para isto, os recursos da educação a distância; 
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu território ao sistema nacional de 
avaliação do rendimento escolar. 
§ 4º (Revogado) 
§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes escolares públicas 
urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral. 
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§ 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a 
dos Estados aos seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimento do art. 212 da Constituição 
Federal e dispositivos legais pertinentes pelos governos beneficiados. 
 
Art. 87-A. (Vetado). 
 
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adaptarão sua legislação educacional 
e de ensino às disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir da data de sua publicação. 
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos e regimentos aos dispositivos desta Lei e 
às normas dos respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes estabelecidos. 
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito 
anos. 
 
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas deverão, no prazo de três 
anos, a contar da publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de ensino. 
 
Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime anterior e o que se institui nesta Lei serão 
resolvidas pelo Conselho Nacional de Educação ou, mediante delegação deste, pelos órgãos normativos 
dos sistemas de ensino, preservada a autonomia universitária. 
 
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 
de novembro de 1968, não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de 1995 e 9.192, de 21 de 
dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de 
1982, e as demais leis e decretos-lei que as modificaram e quaisquer outras disposições em contrário. 
 
Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da Independência e 108º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Paulo Renato Souza 
 
Questões 
 
01. (UFABC – Pedagogo – VUNESP/2019) Sobre o direito à educação e o dever de educar, de acordo 
com o artigo 5º, § 2º da Lei nº 9.394/96, LDBEN, é correto afirmar que 
(A) o dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de 
atendimento educacional especializado gratuito aos educandos portadores de necessidades 
educacionais especiais. 
(B) comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino 
obrigatório, poderá ela ser imputada por contravenção penal. 
(C) para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas 
alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, dependendo da escolarização anterior. 
(D) é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, 
no ensino fundamental, sendo dever do poder público zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela 
frequência à escola. 
(E) em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao 
ensino obrigatório, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino. 
 
02. (UFABC – Pedagogo – VUNESP/2019) Acerca da organização da educação nacional, o artigo 8º 
da Lei nº 9.394/96, LDBEN, estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino. Além da coordenação da 
política nacional de educação, em relação às demais instâncias educacionais, a União exerceráfunção 
(A) exclusiva e privativa. 
(B) complementar e prioritária. 
(C) suplementar e concorrente. 
(D) normativa, redistributiva e supletiva. 
(E) regulamentar, prioritária e complementar. 
 
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03. (Prefeitura de Sorocaba/SP - Conselheiro Tutelar - VUNESP/2019) A Lei n° 9.394/96 de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) organiza a educação no Brasil. Tendo como referência 
as competências dos três níveis de poder, a LDB determina que os municípios tenham, entre outras, as 
incumbências de organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de 
ensino, integrá-los às políticas e planos educacionais da União e dos Estados, baixar normas 
complementares para o sistema de ensino, oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com 
prioridade, o ensino fundamental. Ainda, com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela 
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino, compete ao município 
(A) assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. 
(B) participar de fóruns e debates educacionais. 
(C) direcionar sua ação para a boa gestão escolar. 
(D) articular-se com as famílias dos alunos. 
 
04. (Prefeitura de Itapevi - SP - Professor de Educação Básica II PEB II – Inglês - VUNESP/2019) 
Rodrigo está se preparando para concurso de professor de educação básica II. Acerca desse nível de 
ensino, de acordo com a LDB (Lei Federal n° 9.394/96), Rodrigo deve saber que a educação básica tem 
por finalidade 
(A) incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência, 
da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em 
que vive. 
(B) promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio 
da humanidade por meio de publicações ou de outras formas de comunicação. 
(C) suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional, integrando os 
conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de 
cada geração. 
(D) estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e 
regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de 
reciprocidade. 
(E) desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. 
 
05. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Serviço Social – CESPE/2019) De acordo 
com os dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), julgue o próximo item. 
O ensino militar é regulado pela LDB, portanto deve obedecer às mesmas normas fixadas para os 
demais sistemas de ensino. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
06. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Serviço Social – CESPE/2019) De acordo 
com os dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), julgue o próximo item. 
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar e em movimentos 
sociais. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
07. (IF/ES - Técnico em Assuntos Educacionais – 2019) Segundo a Lei 9.394/1996 - LDB, a 
educação superior tem por finalidade promover o tripé ensino, pesquisa e extensão. Segundo a legislação 
citada, atividades de extensão seriam: 
(A) criação de cursos de graduação para toda a comunidade, isentos de processo seletivo. 
(B) criação de cursos de pós-graduação para toda a comunidade, gratuitos, ofertados 
permanentemente. 
(C) elaboração e aplicação de propostas e projetos abertos à participação da população, visando à 
difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica 
geradas na instituição. 
(D) venda às comunidades que precisam dos produtos resultantes da pesquisa realizada no interior da 
universidade pública. 
(E) formação de diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores 
profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, bem como colaborar na 
sua formação contínua. 
 
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26 
 
08. (IF/ES - Técnico em Assuntos Educacionais – 2019) O Ensino Médio se baseia na formação 
integral do estudante. Acerca dessa etapa da Educação Básica, de acordo com a Lei nº 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996 (LDB), é CORRETO afirmar que 
(A) a formação técnica e profissional é um dos itinerários formativos previstos na Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC). 
(B) poderá ser organizada em módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade específica, 
além das formas de organização previstas no art. 23 da LDB. 
(C) sua Base Nacional Comum Curricular (BNCC) inclui, facultativamente, estudos e práticas de 
Educação Física, Arte, Sociologia e Filosofia. 
(D) a carga horária mínima anual deverá ser progressivamente ampliada para mil e quatrocentas horas, 
observadas as normas do respectivo sistema de ensino e de acordo com o Plano Nacional de Educação. 
(E) a exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar 
integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua oferta obrigatória por, no máximo, 2 (duas) horas 
mensais. 
 
09. (AGU - Técnico em Assuntos Educacionais – IDECAN/2019) De acordo com a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/96 (artigo 8º), a educação brasileira se organiza em 
sistemas de ensino. Assinale a alternativa que defina essa organização. 
(A) Sistema de ensino público; Sistema de ensino privado 
(B) Sistema de ensino básico; Sistema de ensino superior 
(C) Sistema de ensino infantil; Sistema de ensino fundamental; Sistema de ensino médio; Sistema de 
ensino tecnológico; Sistema de ensino superior 
(D) Sistema de ensino presencial; Sistema de ensino a distância 
(E) Sistemas de ensino municipais; Sistemas de ensino estaduais; Sistema de ensino federal 
 
10. (UFRR - Técnico em Assuntos Educacionais - 2019) A Lei n. 9.394/1996 - LDB, estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional e vem sofrendo, desde sua promulgação, expressivas alterações. 
Dentre os princípios e fins da educação nacional verifica-se que ela estabelece que: 
(A) A educação tem por finalidade a preparação de todos os indivíduos para o acesso ao ensino 
superior em igualdade de condições. 
(B) As condições de acesso e permanência poderão variar, em consideração às diferenças existentes 
entre os indivíduos e às estruturas disponibilizadas pelas escolas públicas e privadas. 
(C) A educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício 
da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
(D) A educação tem por princípio a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o 
pensamento, a arte e o saber, a depender da aprovação pelo gestor escolar ou pelo conselho escolar. 
(E) A educação tem por finalidade o desenvolvimento cognitivo e intelectual do educando de forma a 
assegurar sua aquisição de competências sociais. 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.D / 03.A / 04.E / 05.Errado / 06.Certo / 07.C / 08.B / 09.E / 10.C 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
De acordo com o Art. 5º e o § 2º da LDB: “O acesso à educação básica obrigatória é direito público 
subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, 
entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público 
para exigi-lo. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 
[...] 
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao 
ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades 
de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais.”02. Resposta: D 
Pelo Art. 8º: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de 
colaboração, os respectivos sistemas de ensino. 
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§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis 
e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias 
educacionais. 
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei.” 
 
03. Resposta: A 
Conforme o Art 11: “Os Municípios incumbir-se-ão de: 
[...] 
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.” 
 
04. Resposta: E 
Pelo Art. 22: “A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a 
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no 
trabalho e em estudos posteriores.” 
 
05. Resposta: Errado 
De acordo com o Art. 83: “O ensino militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de 
estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino.” 
 
06. Resposta: Certo 
Logo no primeiro artigo da LDB: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem 
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos 
movimentos sociais, em organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.” 
 
07. Resposta: C 
Pelo Art. 43, Capítulo IV que trata da educação superior: 
Art. 43. A educação superior tem por finalidade: 
[...] 
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e 
benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. 
 
08. Resposta: B 
Conforme o § 10 do Art. 36: “Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino médio 
poderá ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade específica. (Incluído 
pela Lei nº 13.415, de 2017)” 
 
09. Resposta: E 
Como visto no Art. 8º: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime 
de colaboração, os respectivos sistemas de ensino. 
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis 
e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias 
educacionais.” 
 
10. Resposta: C 
O Art. 2º descreve os fins da educação: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos 
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento 
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PARECER 04 CNE/CEB/982 
 
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 
 
I - RELATÓRIO 
 
Introdução 
A nação brasileira através de suas instituições, e no âmbito de seus entes federativos vem assumindo, 
vigorosamente, responsabilidades crescentes para que a Educação Básica, demanda primeira das 
sociedades democráticas, seja prioridade nacional como garantia inalienável do exercício da cidadania 
plena. 
A conquista da cidadania plena, fruto de direitos e deveres reconhecidos na Constituição Federal 
depende, portanto, da Educação Básica, constituída pela Educação Infantil, Fundamental e Média, como 
exposto em seu Artigo 6º. 
Reconhecendo previamente a importância da Educação Escolar para além do Ensino Fundamental, a 
Lei Maior consigna a progressiva universalização do Ensino Médio (Constituição Federal, art. 208, II), e 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996), afirma a 
progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do mesmo. 
Assim, a Educação Fundamental, segunda etapa da Educação Básica, além de coparticipar desta 
dinâmica é indispensável para a nação. E o é de tal maneira que o direito a ela, do qual todos são titulares 
(direito subjetivo), é um dever, um dever de Estado (direito público). Daí porque o Poder Público é 
investido de autoridade para impô-la como obrigatória a todos e a cada um. 
Por isto o indivíduo não pode renunciar a este serviço e o poder público que o ignore será 
responsabilizado, segundo o art. 208, §2º da CF. 
A magnitude da importância da Educação é assim reconhecida por envolver todas as dimensões do 
ser humano: o singulus, o civis, o socius ou seja, a pessoa em suas relações individuais, civís e sociais. 
O exercício do direito à Educação Fundamental supõe, também todo o exposto no art. 3º da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no qual os princípios da igualdade, da liberdade, do 
reconhecimento do pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, da convivência entre instituições 
públicas e privadas estão consagrados. Ainda neste art. 3º, as bases para que estes princípios se realizem 
estão estabelecidas na proposição da valorização dos professores e da gestão democrática do ensino 
público com garantia de padrão de qualidade. 
Ao valorizar a experiência extra-escolar dos alunos e propor a vinculação entre a educação escolar, o 
trabalho e as práticas sociais, a LDB é consequente com os arts. 205 e 206 da Constituição Federal, que 
baseiam o fim maior da educação no pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Nestas perspectivas, tanto a Educação Infantil, da qual trata a LDB, arts. 29 a 31, quanto a Educação 
Especial, arts. 58 a 60, devem ser consideradas no âmbito da definição das Diretrizes Curriculares 
Nacionais, guardadas as especificidades de seus campos de ação e as exigências impostas pela natureza 
de sua ação pedagógica. 
Um dos aspectos mais marcantes da nova LDB é o de reafirmar, na prática, o caráter de República 
Federativa, por colaboração. 
Desta forma, a flexibilidade na aplicação de seus princípios e bases, de acordo com a diversidade de 
contextos regionais, está presente no corpo da lei, pressupondo, no entanto, intensa e profunda ação dos 
sistemas em nível Federal, Estadual e Municipal para que, de forma solidária e integrada possam executar 
uma política educacional coerente com a demanda e os direitos de alunos e professores. 
 
Antecedentes das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental 
 
O art. 9º, inciso IV, da LDB assinala ser incumbência da União:... “estabelecer, em colaboração com 
os Estados, Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino 
 
2 http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/1998/pceb004_98.pdf. 
2. Diretrizes Curriculares Nacionais: Parecer 04 CNE/SEB/98 e Resoluções 02 
CNE/SEB/98 e 01 CNE/SEB/06 
 
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29 
 
fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos, de modo a 
assegurar a formação básica comum”. 
Logo, os currículos e seus conteúdos mínimos (art. 210 da CF/88), propostos pelo MEC (art. 9º da 
LDB), terão seu norte estabelecido através de diretrizes. Estas terão como foro de deliberação a Câmara 
de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (art. 9º, § 1º, alínea “c” da Lei nº 9.131, de 24 
de novembro de 1995). 
Dentro da opção cooperativa que marcou o federalismo no Brasil, após a Constituição de 1988, a 
proposição das diretrizes será feita em colaboração com os outros entes federativos (LDB, art. 9º). 
Ora, a federação brasileira, baseada na noção de colaboração, supõe um trabalho conjunto no interior 
do qual os parceiros buscam, pelo consenso, pelo respeito aos campos específicos de atribuições, tanto 
metas comuns como os meios mais adequados para as finalidades maiores da Educação Nacional. Esta 
noção implica, então, o despojamento de respostas e caminhos previamente prontos e fechados, 
responsabilizando as Secretariase os Conselhos Estaduais do Distrito Federal e Municipais de 
Educação, pela definição de prazos e procedimentos que favoreçam a transição de políticas 
educacionais ainda vigentes, encaminhando mudanças e aperfeiçoamentos, respaldados na Lei 9394/96, 
de forma a não provocar rupturas e retrocessos, mas a construir caminhos que propiciem uma travessia 
fecunda. 
Desta forma, cabe à Câmara de Educação Básica do CNE exercer a sua função deliberativa sobre as 
Diretrizes Curriculares Nacionais, reservando-se aos entes federativos e às próprias unidades 
escolares, de acordo com a Constituição Federal e a LDB, a tarefa que lhes compete em termos de 
implementações curriculares. 
Tal compromisso da Câmara pressupõe, portanto, que suas “funções normativas e de supervisão” (Lei 
9131/95), apoiem o princípio da definição de Diretrizes Curriculares Nacionais, reconhecendo a 
flexibilidade na articulação entre União, Distrito Federal, Estados e Municípios como um dos principais 
mecanismos da nova LDB. No entanto, a flexibilidade por ela propiciada não pode ser reduzida a um 
instrumento de ocultação da precariedade ainda existente em muitos segmentos dos sistemas 
educacionais. Assim flexibilidade e descentralização de ações devem ser sinônimos de 
responsabilidades compartilhadas em todos os níveis. 
Ao definir as Diretrizes Curriculares Nacionais, a Câmara de Educação Básica do CNE inicia o 
processo de articulação com Estados e Municípios, através de suas próprias propostas curriculares, 
definindo ainda um paradigma curricular para o Ensino Fundamental, que integra a Base Nacional 
Comum, complementada por uma Parte Diversificada (LDB, art. 26), a ser concretizada na proposta 
pedagógica de cada unidade escolar do País. 
Em bem lançado Parecer do ilustre Conselheiro Ulysses de Oliveira Panisset, o de nº 05/97 da CEB, 
aprovado em 07/05/97 e homologado no DOU de 16/95/97, é explicitada a importância atribuída às 
escolas dos sistemas do ensino brasileiro, quando, a partir de suas próprias propostas pedagógicas, 
definem seus calendários e formas de funcionamento, e, por conseqüência, seus regimentos tal como 
disposto na LDB, arts. 23 a 28. 
 
As propostas pedagógicas e os regimentos das unidades escolares devem, no entanto, 
observar as Diretrizes Curriculares Nacionais e os demais dispositivos legais. 
 
Desta forma, ao definir suas propostas pedagógicas e seus regimentos, as escolas estarão 
compartilhando princípios de responsabilidade, num contexto de flexibilidade teórico/metodológica de 
ações pedagógicas, em que o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação dos processos 
educacionais revelem sua qualidade e respeito à equidade de direitos e deveres de alunos e professores. 
Ao elaborar e iniciar a divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o Ministério da 
Educação propõe um norteamento educacional às escolas brasileiras, “a fim de garantir que, respeitadas 
as diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma sociedade 
múltipla, estratificada e complexa, a educação possa atuar, decisivamente, no processo de construção 
da cidadania, tendo como meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos, baseado 
nos princípios democráticos. Essa igualdade implica necessariamente o acesso à totalidade dos bens 
públicos, entre os quais o conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes”. 
Entretanto, se os Parâmetros Curriculares Nacionais podem funcionar como elemento catalisador de 
ações, na busca de uma melhoria da qualidade da educação, de modo algum pretendem resolver todos 
os problemas que afetam a qualidade do ensino e da aprendizagem. “A busca da qualidade impõe a 
necessidade de investimentos em diferentes frentes, como a formação inicial e continuada de 
professores, uma política de salários dignos e plano de carreira, a qualidade do livro didático, recursos 
televisivos e de multimídia, a disponibilidade de materiais didáticos. Mas esta qualificação almejada 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
30 
 
implica colocar, também, no centro do debate, as atividades escolares de ensino e aprendizagem e a 
questão curricular como de inegável importância para a política educacional da nação brasileira.” (PCN, 
Volume 1, Introdução, pp.13/14). 
Além disso, ao instituir e implementar um Sistema de Avaliação da Educação Básica, o MEC cria um 
instrumento importante na busca pela eqüidade, para o sistema escolar brasileiro, o que deverá assegurar 
a melhoria de condições para o trabalho de educar com êxito, nos sistemas escolarizados. A análise 
destes resultados deve permitir aos Conselhos e Secretarias de Educação a formulação e o 
aperfeiçoamento de orientações para a melhoria da qualidade do ensino. 
A proposta de avaliação nacional, deve propiciar uma correlação direta entre a Base Nacional Comum 
para a educação, e a verificação externa do desempenho, pela qualidade do trabalho de alunos e 
professores, conforme regula a LDB, Art. 9º. 
Os esforços conjuntos e articulados de avaliação dos sistemas de educação, Federal, Estaduais, 
Municipais e do Distrito Federal propiciarão condições para o aperfeiçoamento e o êxito da Educação 
Fundamental. 
Isto acontecerá na medida em que as propostas pedagógicas das escolas reflitam o projeto de 
sociedade local, regional e nacional, que se deseja, definido por cada equipe docente, em colaboração 
com os usuários e outros membros da sociedade, que participem dos Conselhos/Escola/Comunidade e 
Grêmios Estudantis. 
A elaboração deste Parecer, preparatório à Resolução sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais, é 
fruto do trabalho compartilhado pelos Conselheiros da Câmara de Educação Básica, e, em particular do 
conjunto de proposições doutrinárias, extraídas dos textos elaborados, especialmente, pelos 
Conselheiros Carlos Roberto Jamil Cury, Edla Soares, João Monlevade e Regina de Assis. 
 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental 
 
Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, 
fundamentos e procedimentos na Educação Básica, expressas pela Câmara de Educação Básica 
do Conselho Nacional de Educação, que orientarão as escolas brasileiras dos sistemas de ensino, 
na organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas propostas 
pedagógicas. 
 
Para orientar as práticas educacionais em nosso país, respeitando as variedades curriculares já 
existentes em Estados e Municípios, ou em processo de elaboração, a Câmara de Educação Básica do 
Conselho Nacional de Educação estabelece as seguintes Diretrizes Curriculares para o Ensino 
Fundamental: 
 
I - As escolas deverão estabelecer, como norteadores de suas ações pedagógicas: 
a) os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito 
ao Bem Comum; 
b) os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criticidade e do 
respeito à Ordem Democrática; 
c) os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e daDiversidade de Manifestações 
Artísticas e Culturais. 
 
Estes princípios deverão fundamentar as práticas pedagógicas das escolas, pois será através da 
Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum, que a Ética fará parte 
da vida cidadã dos alunos. 
Da mesma forma os Direitos e Deveres de Cidadania e o Respeito à Ordem Democrática, ao 
orientarem as práticas pedagógicas, introduzirão cada aluno na vida em sociedade, que busca a justiça, 
a igualdade, a equidade e a felicidade para o indivíduo e para todos. O exercício da Criticidade estimulará 
a dúvida construtiva, a análise de padrões em que direitos e deveres devam ser considerados, na 
formulação de julgamentos. 
Viver na sociedade brasileira é fundamentar as práticas pedagógicas, a partir dos Princípios Estéticos 
da Sensibilidade, que reconhece nuances e variações no comportamento humano. Assim como da 
Criatividade, queestimula a curiosidade, o espírito inventivo, a disciplina para a pesquisa e o registro de 
experiências e descobertas. E, também, da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais, 
reconhecendo a imensa riqueza da nação brasileira em seus modos próprios de ser, agir e expressar-se. 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
31 
 
 II- Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar o reconhecimento da 
identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais e a identidade de cada 
unidade escolar e de seus respectivos sistemas de ensino. 
 
O reconhecimento de identidades pessoais é uma diretriz para a Educação Nacional, no sentido do 
reconhecimento das diversidades e peculiaridades básicas relativas ao gênero masculino e feminino, às 
variedades étnicas, de faixa etária e regionais e às variações sócio/econômicas, culturais e de condições 
psicológicas e físicas, presentes nos alunos de nosso país. Pesquisas têm apontado para discriminações 
e exclusões em múltiplos contextos e no interior das escolas, devidas ao racismo, ao sexismo e a 
preconceitos originados pelas situações sócio-econômicas, regionais, culturais e étnicas. Estas situações 
inaceitáveis têm deixado graves marcas em nossa população infantil e adolescente, trazendo 
conseqüências destrutivas. Reverter este quadro é um dos aspectos mais relevantes desta diretriz. 
Estas variedades refletem-se, ainda, na própria Identidade das escolas e sua relação com as 
comunidades às quais servem. Assim, desde concepções arquitetônicas, história da escola, algumas 
vezes centenária, até questões relacionadas com calendário escolar e atividades curriculares e extra-
curriculares, a diretriz nacional deve reconhecer essas identidades e suas conseqüências na vida escolar, 
garantidos os direitos e deveres prescritos legalmente. Neste sentido, as propostas pedagógicas e os 
regimentos escolares devem acolher, com autonomia e senso de justiça, o princípio da identidade pessoal 
e coletiva de professores, alunos e outros profissionais da escola, como definidor de formas de 
consciência democrática. Portanto, a proposta pedagógica de cada unidade escolar, ao contemplar seja 
os Parâmetros Curriculares Nacionais, seja outras propostas curriculares, deverá articular o paradigma 
curricular proposto na Quarta Diretriz ao projeto de sociedade que se deseja instituir e transformar, a partir 
do reconhecimento das identidades pessoais e coletivas do universo considerado. 
 
III - As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constituídas na interação entre 
os processos de conhecimento, linguagem e afetivos, como conseqüência das relações entre as 
distintas identidades dos vários participantes do contexto escolarizado, através de ações inter e 
intra-subjetivas; as diversas experiências de vida dos alunos, professores e demais participantes 
do ambiente escolar, expressas através de múltiplas formas de diálogo, devem contribuir para a 
constituição de identidades afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações solidárias 
e autônomas de constituição de conhecimentos e valores indispensáveis à vida cidadã. 
 
As evidências de pesquisas e estudos nas áreas de Psicologia, Antropologia, Sociologia e Linguística, 
entre outras Ciências Humanas e Sociais, indicam a necessidade imperiosa de se considerar, no processo 
educacional, a indissociável relação entre conhecimentos, linguagem e afetos, como constituinte dos atos 
de ensinar e aprender. Esta relação essencial, expressa através de múltiplas formas de diálogo, é o 
fundamento do ato de educar, concretizado nas relações entre as gerações, seja entre os próprios alunos 
ou entre eles e seus professores. Desta forma os diálogos expressos através de múltiplas linguagens 
verbais e não verbais, refletem diferentes identidades, capazes de interagir consigo próprias e com as 
demais, através da comunicação de suas percepções, impressões, dúvidas, opiniões e capacidades de 
entender e interpretar a ciência, as tecnologias, as artes e os valores éticos, políticos e estéticos. 
Grande parte do mau desempenho dos alunos, agravado pelos problemas da reprovação e da 
preparação insatisfatória, prévia e em serviço, dos professores, é devida à insuficiência de diálogos e 
metodologia de trabalhos diversificados na sala de aula, que permitam a expressão de níveis 
diferenciados de compreensão, de conhecimentos e de valores éticos, políticos e estéticos. Através de 
múltiplas interações entre professores/alunos, alunos/alunos, alunos/livros, vídeos, materiais didáticos e 
a mídia, desenvolvem-se ações inter e intra-subjetivas, que geram conhecimentos e valores 
transformadores e permanentes. Neste caso, a diretriz nacional proposta, prevê a sensibilização dos 
sistemas educacionais para reconhecer e acolher a riqueza da diversidade humana desta nação, 
valorizando o diálogo em suas múltiplas manifestações, como forma efetiva de educar, de ensinar e 
aprender com êxito, através dos sentidos e significados expressos pelas múltiplas vozes, nos ambientes 
escolares. 
Por isso ao planejar suas propostas pedagógicas, seja a partir dos PCN seja a partir de outras 
propostas curriculares, os professores e equipes docentes, em cada escola, buscarão as correlações 
entre os conteúdos das áreas de conhecimento e o universo de valores e modos de vida de seus alunos. 
Atenção especial deve ser adotada, ainda, nesta Diretriz, para evitar que as propostas pedagógicas 
sejam reducionistas ou excludentes, levando aos excessos da “escola pobre para os pobres”, ou dos 
grupos étnicos e religiosos apenas para si. Ao trabalhar a relação inseparável entre conhecimento, 
linguagem e afetos, as equipes docentes deverão ter a sensibilidade de integrar estes aspectos do 
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32 
 
comportamento humano, discutindo-os e comparando-os numa atitude crítica, construtiva e solidária, 
dentro da perspectiva e da riqueza da diversidade da grande nação brasileira, como previsto no art. 3º, 
inciso I, da LDB. 
Neste ponto seria esclarecedor explicitar alguns conceitos, para melhor compreensão do que 
propomos: 
a) Currículo: atualmente este conceito envolve outros três, quais sejam: currículo formal (planos e 
propostas pedagógicas), currículo em ação (aquilo que efetivamente acontece nas salas de aula e nas 
escolas), currículo oculto (o não dito, aquilo que tanto alunos, quanto professores trazem, carregado de 
sentidos próprios criando as formas de relacionamento, poder e convivência nas salas de aula). Neste 
texto quando nos referimos a um paradigma curricular estamos nos referindo a uma forma de 
organizar princípios Éticos, Políticos e Estéticos que fundamentam a articulação entre Áreas de 
Conhecimentos e aspectos da Vida Cidadã. 
b) Base Nacional Comum: refere-se ao conjunto de conteúdos mínimos das Áreas de Conhecimento 
articulados aos aspectos da Vida Cidadã de acordo com o art. 26. Por ser a dimensão obrigatória dos 
curriculos nacionais – certamente âmbito privilegiado da avaliação nacional do rendimento escolar – a 
Base Nacional Comum deve preponderar substancialmente sobre a dimensão diversificada. 
É certo que o art. 15 indica um modo de se fazer a travessia, em vista da autonomia responsável dos 
estabelecimentos escolares. A autonomia, como objetivo de uma escola consolidada, saberá resumir em 
sua proposta pedagógica (art. 12 da LDB) a integração da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada, 
face às finalidades da Educação Fundamental. 
c) Parte Diversificada: envolve os conteúdos complementares, escolhidos por cada sistema de ensino 
e estabelecimentos escolares, integrados à Base Nacional Comum, de acordo com as características 
regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela, refletindo-se, portanto, na 
Proposta Pedagógica de cada Escola, conforme o art. 26. 
d) Conteúdos Mínimos das Áreas de Conhecimento:refere-se às noções e conceitos essenciais 
sobre fenômenos, processos, sistemas e operações, que contribuem para a constituição de saberes, 
conhecimentos, valores e práticas sociais indispensáveis ao exercício de uma vida de cidadania plena. 
Ao utilizar os conteúdos mínimos, já divulgados inicialmente pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, 
a serem ensinados em cada área de conhecimento, é indispensável considerar, para cada segmento 
(Educação Infantil, 1ª. à 4ª. e 5ª. a 8ª. séries), ou ciclos, que aspectos serão contemplados na intercessão 
entre as áreas e aspectos relevantes da cidadania, tomando-se em conta a identidade da escola e seus 
alunos, professores e outros profissionais que aí trabalham. 
O espaço destas intercessões é justamente o de criação e recriação de cada escola, com suas equipes 
pedagógicas, a cada ano de trabalho. 
Assim, a Base Nacional Comum será contemplada em sua integridade, e complementada e 
enriquecida pela Parte Diversificada, contextualizará o ensino em cada situação existente nas escolas 
brasileiras. Reiteramos que a LDB prevê a possibilidade de ampliação dos dias e horas de aula, de acordo 
com as possibilidades e necessidades das escolas e sistemas. 
Embora os Parâmetros Curriculares propostos e encaminhados às escolas pelo MEC sejam Nacionais, 
não têm, no entanto, caráter obrigatório, respeitando o princípio federativo de colaboração nacional. De 
todo modo, cabe à União, através do próprio MEC o estabelecimento de conteúdos mínimos para a 
chamada Base Nacional Comum (LDB, art. 9º). 
 
 IV- Em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma Base 
Nacional Comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na 
diversidade nacional; a Base Nacional Comum e sua Parte Diversificada deverão integrar-se em 
torno do paradigma curricular, que visa estabelecer a relação entre a Educação 
Fundamental com: 
a) Vida Cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos como: 
1. a Saúde; 
2. a Sexualidade; 
3. a Vida Familiar e Social; 
4. o Meio Ambiente; 
5. o Trabalho; 
6. a Ciência e a Tecnologia; 
7. a Cultura; 
8. as Linguagens; com, 
 
b) as Áreas de Conhecimento de: 
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33 
 
1. Língua Portuguesa; 
2. Língua Materna (para populações indígenas e migrantes); 
3. Matemática; 
4. Ciências; 
5. Geografia; 
6. História; 
7. Língua Estrangeira; 
8. Educação Artística; 
9. Educação Física; 
10. Educação Religiosa (na forma do art. 33 da LDB). 
 
Assim, esta articulação permitirá que a Base Nacional Comum e a Parte Diversificada atendam ao 
direito de alunos e professores terem acesso a conteúdos mínimos de conhecimentos e valores, 
facilitando, desta forma, a organização, o desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas das 
escolas, como estabelecido nos arts. 23 a 28 , 32 e 33, da LDB. 
A Educação Religiosa, nos termos da Lei, é uma disciplina obrigatória de matrícula facultativa no 
sistema público (art. 33 da LDB). 
Considerando que as finalidades e objetivos dos níveis e modalidades de educação e de ensino da 
Educação Básica são, segundo o Art. 22 da LDB: 
* desenvolver o educando; 
* assegurar-lhe a formação comum indispensável ao exercício da cidadania; 
* fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. 
E, considerando, ainda, que o Ensino Fundamental, ( art. 32), visa à formação básica do cidadão 
mediante: 
o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, 
da escrita e do cálculo; 
a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores 
em que se fundamenta a sociedade, desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, do fortalecimento 
dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância, situados no horizonte da 
igualdade, mais se justifica o paradigma curricular apresentado para as Diretrizes Curriculares Nacionais 
do Ensino Fundamental. 
A construção da Base Nacional Comum passa pela constituição dos saberes integrados à ciência e à 
tecnologia, criados pela inteligência humana. Por mais instituinte e ousado, o saber terminará por fundar 
uma tradição, por criar uma referência. A nossa relação com o instituído não deve ser, portanto, de querer 
destruí-lo ou cristalizá-lo. Sem um olhar sobre o instituído, criamos lacunas, desfiguramos memórias e 
identidades, perdemos vínculo com a nossa história, quebramos os espelhos que desenham nossas 
formas. A modernidade, por mais crítica que tenha sido da tradição, arquitetou-se a partir de referências 
e paradigmas seculares. A relação com o passado deve ser cultivada, desde que se exerça uma 
compreensão do tempo como algo dinâmico, mas não simplesmente linear e seqüencial. A articulação do 
instituído com o instituinte possibilita a ampliação dos saberes, sem retirá-los da sua historicidade e, no 
caso do Brasil, de interação entre nossas diversas etnias, com as raízes africanas, indígenas, européias 
e orientais. 
A produção e a constituição do conhecimento, no processo de aprendizagem, dá muitas vezes, a ilusão 
de que podemos seguir sozinhos com o saber que acumulamos. A natureza coletiva do conhecimento 
termina sendo ocultada ou dissimulada, negando-se o fazer social. Nada mais significativo e importante, 
para a construção da cidadania, do que a compreensão de que a cultura não existiria sem a socialização 
das conquistas humanas. O sujeito anônimo é, na verdade, o grande artesão dos tecidos da história. Além 
disso, a existência dos saberes associados aos conhecimentos científicos e tecnológicos nos ajuda a 
caminhar pelos percursos da história, mas sua existência não significa que o real é esgotável e 
transparente. 
Por outro lado, costuma-se reduzir a produção e a constituição do conhecimento no processo de 
aprendizagem, à dimensão de uma razão objetiva, desvalorizando-se outros tipos de experiências ou 
mesmo expressões outras da sensibilidade. 
Assim, o modelo que despreza as possibilidades afetivas, lúdicas e estéticas de entender o mundo 
tornou-se hegemônico, submergindo no utilitarismo que transforma tudo em mercadoria. Em nome da 
velocidade e do tipo de mercadoria, criaram-se critérios para eleger valores que devem ser aceitos como 
indispensáveis para o desenvolvimento da sociedade. O ponto de encontro tem sido a acumulação e não 
a reflexão e a interação, visando à transformação da vida, para melhor. O núcleo da aprendizagem 
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34 
 
terminaria sendo apenas a criação de rituais de passagem e de hierarquia, contrapondo-se, inclusive, à 
concepção abrangente de educação explicitada nos arts. 205 e 206, da CF. 
No caso, pode-se, também, recorrer ao estabelecido no art. 1º, da LDB quando reconhece a 
importância dos processos formativos desenvolvidos nos movimentos sociais, nos organismos da 
sociedade civil e nas manifestações culturais, apontando, portanto, para uma concepção de educação 
relacionada com a invenção da cultura; e a cultura é, sobretudo, o território privilegiado dos significados. 
Sem uma interpretação do mundo, não podemos entendê-lo. A interpretação é uma leitura do pensar, do 
agir e do sentir dos homens e das mulheres. Ela é múltipla e revela que a cultura é uma abertura para o 
infinito, e o próprio “homem é uma metáfora de si mesmo”. A capacidade de interpretar o mundo amplia-
se com a criação contínua de linguagens e a possibilidade crescente de socializá-las, mas não pode 
deixar de contemplar a relação entre as pessoas e o meio ambiente, medida pelo trabalho, espaço 
fundamental de geração de cultura. 
 
Ora, a instituição de uma Base Nacional Comum com uma Parte Diversificada, a partir da LDB, 
supõe um novo paradigma curricular que articule a Educação Fundamental com a Vida Cidadã. 
O significado que atribuímos à Vida Cidadã é o do exercício de direitose deveres de pessoas, 
grupos e instituições na sociedade, que em sinergia, em movimento cheio de energias que se 
trocam e se articulam, influem sobre múltiplos aspectos, podendo assim viver bem e transformar 
a convivência para melhor. 
 
Assim as escolas com suas propostas pedagógicas, estarão contribuindo para um projeto de nação, 
em que aspectos da Vida Cidadã, expressando as questões relacionadas com a Saúde, a Sexualidade, 
a Vida Familiar e Social, o Meio Ambiente, o Trabalho, a Ciência e a Tecnologia, a Cultura e as 
Linguagens, se articulem com os conteúdos mínimos das Áreas de Conhecimento. 
Menção especial deve ser feita à Educação Infantil, definida nos arts. 29 a 31 da LDB que, dentro de 
suas especificidades, deverá merecer dos sistemas de ensino as mesmas atenções que a Educação 
Fundamental, no que diz respeito às Diretrizes Curriculares Nacionais. A importância desta etapa da vida 
humana, ao ser consagrada na LDB, afirmando os direitos das crianças de 0 aos 6 anos, suas famílias e 
educadores, em creches e classes de educação infantil, deve ser acolhida pelos sistemas de ensino 
dentro das perspectivas propostas pelas DCN, com as devidas adequações aos contextos a que se 
destinam. 
Recomendação análoga é feita em relação à Educação Especial, definida e regida pelos arts. 58 a 60 
da LDB, que inequivocamente, consagram os direitos dos portadores de necessidades especiais de 
educação, suas famílias e professores. As DCN dirigem-se também a eles que, em seus diversos 
contextos educacionais, deverão ser regidos por seus princípios. 
Assim, respeitadas as características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da 
população servida pelas escolas, todos os alunos terão direito de acesso aos mesmos conteúdos de 
aprendizagem, a partir de paradigma curricular apresentado dentro de contextos educacionais diversos e 
específicos. Esta é uma das diretrizes fundamentais da Educação Nacional. 
Dentro do que foi proposto, três observações são especialmente importantes: 
a) A busca de definição, nas propostas pedagógicas das escolas, dos conceitos específicos para cada 
área de conhecimento, sem desprezar a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade entre as várias 
áreas. Neste sentido, as propostas curriculares dos sistemas e das escolas devem articular fundamentos 
teóricos que embasem a relação entre conhecimentos e valores voltados para uma vida cidadã, em que, 
como prescrito pela LDB, o ensino fundamental esteja voltado para o desenvolvimento da capacidade de 
aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; compreensão do 
ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se 
fundamenta a sociedade, desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, fortalecimento dos vínculos 
de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância. 
Os sistemas de ensino, ao decidir, de maneira autônoma, como organizar e desenvolver a Parte 
Diversificada de suas propostas pedagógicas, têm uma oportunidade magnífica de tornarem 
contextualizadas e próximas, experiências educacionais consideradas essenciais para seus alunos. 
b) A compreensão de que propostas curriculares das escolas e dos sistemas, e das propostas 
pedagógicas das escolas, devem integrar bases teóricas que favoreçam a organização dos conteúdos do 
paradigma curricular da Base Nacional Comum e sua Parte Diversificada: Tudo, visando ser conseqüente 
no planejamento, desenvolvimento e avaliação das práticas pedagógicas. Quaisquer que sejam as 
orientações em relação a organização dos sistemas por séries, ciclos, ou calendários específicos, é 
absolutamente necessário ter claro que o processo de ensinar e aprender só terá êxito quando os 
objetivos das intenções educacionais abrangerem estes requisitos. 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
35 
 
Assim, para elaborar suas propostas pedagógicas, as Escolas devem examinar, para posterior 
escolha, os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Propostas Curriculares de seus Estados e 
Municípios, buscando definir com clareza a finalidade de seu trabalho, para a variedade de alunos 
presentes em suas salas de aula. Tópicos regionais e locais muito enriquecerão suas propostas, incluídos 
na Parte Diversificada, mas integrando-se à Base Nacional Comum. 
c) A cautela em não adotar apenas uma visão teórico-metodológica como a única resposta para todas 
as questões pedagógicas. Os professores precisam de um aprofundamento continuado e de uma 
atualização constante em relação às diferentes orientações originárias da Psicologia, Antropologia, 
Sociologia, Psico e Sócio-Linguística e outras Ciências Humanas, Sociais e Exatas para evitar os 
modismos educacionais, suas frustrações e resultados falaciosos. 
O aperfeiçoamento constante dos docentes e a garantia de sua autonomia, ao conceber e transformar 
as propostas pedagógicas de cada escola, é que permitirão a melhoria na qualidade do processo de 
ensino da Base Nacional Comum e sua Parte Diversificada. 
 
V – As escolas deverão explicitar, em suas propostas curriculares, processos de ensino 
voltados para as relações com sua comunidade local, regional e planetária, visando à interação 
entre a Educação Fundamental e a Vida Cidadã; os alunos, ao aprender os conhecimentos e 
valores da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada, estarão também constituindo suas 
identidades como cidadãos em processo, capazes de ser protagonistas de ações responsáveis, 
solidárias e autônomas em relação a si próprios, às suas famílias e às comunidades. 
 
Um dos mais graves problemas da educação em nosso país é sua distância em relação à vida e a 
processos sociais transformadores. Um excessivo academicismo e um anacronismo em relação às 
transformações existentes no Brasil e no resto do mundo, de um modo geral, condenaram a Educação 
Fundamental, nestas últimas décadas, a um arcaísmo que deprecia a inteligência e a capacidade de 
alunos e professores e as características específicas de suas comunidades. Esta diretriz prevê a 
responsabilidade dos sistemas educacionais e das unidades escolares em relação a uma necessária 
atualização de conhecimentos e valores, dentro de uma perspectiva crítica, responsável e 
contextualizada. Esta diretriz está em consonância especialmente com o Art. 27 da LDB. 
Desta forma, através de possíveis projetos educacionais regionais dos sistemas de ensino, através de 
cada unidade escolar, transformam-se as Diretrizes Curriculares Nacionais em currículos específicos e 
propostas pedagógicas das escolas. 
 
VI - As escolas utilizarão a Parte Diversificada de suas propostas curriculares, para enriquecer 
e complementar a Base Nacional Comum, propiciando, de maneira específica, a introdução de 
projetos e atividades do interesse de suas comunidades (arts. 12 e 13 da LDB) 
 
Uma auspiciosa inovação introduzida pela LDB refere-se ao uso de uma Parte Diversificada a ser 
utilizada pelas escolas no desenvolvimento de atividades e projetos, que as interessem especificamente. 
É evidente, no entanto, que as decisões sobre a utilização desse tempo, se façam pelas equipe 
pedagógica das escolas e das Secretarias de educação, em conexão com o paradigma curricular que 
orienta a Base Nacional Comum. 
Assim, projetos de pesquisa sobre ecossistemas regionais, por exemplo, ou atividades artísticas e de 
trabalho, novas linguagens (como da informática, da televisão e de vídeo) podem oferecer ricas 
oportunidades de ampliar e aprofundar os conhecimentos e valores presentes na Base Nacional Comum. 
 
VII - As Escolas devem, através de suas propostas pedagógicas e de seus regimentos, em clima 
de cooperação, proporcionar condições de funcionamento das estratégias educacionais, do 
espaço físico, do horário e do calendário escolar, que possibilitem a adoção, a execução, a 
avaliação e o aperfeiçoamento das demais Diretrizes, conforme o exposto na LDB arts 12 a 14.Para que todas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental sejam realizadas com 
êxito, são indispensáveis o espírito de equipe e as condições básicas para planejar os usos de espaço e 
tempo escolar. 
Assim, desde a discussão e as ações correlatas sobre interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, 
decisões sobre sistema seriado ou por ciclos, interação entre diferentes segmentos no exercício da Base 
Nacional Comum e Parte Diversificada, até a relação com o bairro, a comunidade, o estado, o país, a 
nação e outros países, serão objeto de um planejamento e de uma avaliação constantes da Escola e de 
sua proposta pedagógica. 
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36 
 
II - VOTO DA RELATORA 
 
Á luz das considerações anteriores, a Relatora vota no sentido de que este conjunto de Diretrizes 
Curriculares Nacionais norteiem os rumos da Educação Brasileira, garantindo direitos e deveres básicos 
de cidadania, conquistados através da Educação Fundamental e consagrados naquilo que é primordial e 
essencial: aprender com êxito, o que propicia a inclusão numa vida de participação e transformação 
nacional, dentro de um contexto de justiça social, equilíbrio e felicidade. 
 
Brasília-DF, 29 de janeiro de 1998. 
Conselheira Regina Alcântara de Assis - Relatora 
 
III - DECISÃO DA CÂMARA 
 
A Câmara de Educação Básica acompanha o Voto da Relatora. 
Sala das Sessões, 29 de janeiro de 1998 
Conselheiros Carlos Roberto Jamil Cury - Presidente 
Hermengarda Alves Ludke - Vice-Presidente 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura do Rio de Janeiro/RJ – Professor de Ensino – Prefeitura do Rio de Janeiro) Na 
Rede Municipal de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro, os Ginásios Experimentais Olímpicos (GEOs) 
vêm desenvolvendo currículos que objetivam a formação de alunos-atletas-cidadãos. Nessa perspectiva, 
os alunos têm um currículo organizado com oferta de diversas modalidades esportivas e, também, aulas 
de Educação Física. Essa oferta busca atender as seguintes orientações emanadas pelo Parecer 04 
CNE/SEB/98: 
(A) a igualdade de acesso dos alunos a uma parte diversificada do currículo deve garantir a oferta de 
modalidades esportivas adequadas a casa fase do desenvolvimento humano; a Educação Física 
participa, então, como a área do conhecimento que garante esse acesso à parte diversificada do currículo 
(B) a Base Nacional Comum precisa se relacionar de forma interdisciplinar com a parte diversificada 
do currículo; a Educação Física deve ser garantida para intermediar essa relação, visto que é uma área 
do conhecimento importante da parte diversificada do currículo 
(C) a Educação Física tem garantida sua carga horária na grade curricular dos alunos-atletas-cidadãos 
por se tratar de uma área de conhecimento indispensável da parte diversificada do currículo, mesmo que 
outras modalidades esportivas sejam ofertadas 
(D) em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma Base Nacional 
Comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagó- gica na diversidade nacional; 
a Base Nacional Comum – onde a Educação Física se encontra - e sua Parte Diversificada deverão 
integrar-se em torno do paradigma curricular. 
 
Gabarito 
 
01.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: D 
De acordo com o item IV do Parecer 04 CNE/SEB/98: “Em todas as escolas, deverá ser garantida a 
igualdade de acesso dos alunos a uma Base Nacional Comum, de maneira a legitimar a unidade e a 
qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional; a Base Nacional Comum e sua Parte 
Diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa estabelecer a relação entre 
a Educação Fundamental”. 
 
RESOLUÇÃO CEB Nº 2, DE 7 DE ABRIL DE 19983 
 
Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. 
 
 
3 http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/resolucao_ceb_0298.pdf 
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37 
 
O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, tendo em vista o 
disposto no Art. 9º § 1º, alínea “c” da Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995 e o Parecer CEB 4/98, 
homologado pelo Senhor Ministro da Educação e do Desporto em 27 de março de 1998, 
RESOLVE: 
 
Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, 
a serem observadas na organização curricular das unidades escolares integrantes dos diversos sistemas 
de ensino. 
 
Art. 2º Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, 
fundamentos e procedimento da educação básica, expressas pela Câmara de Educação Básica do 
Conselho Nacional de Educação, que orientarão as escolas brasileiras dos sistemas de ensino na 
organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas. 
 
Art. 3º. São as seguintes as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental: 
I - As escolas deverão estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas: 
a) os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem 
comum; 
b) os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem 
democrática; 
c) os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade e da diversidade de manifestações artísticas 
e culturais. 
II - Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar o reconhecimento da 
identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais e a identidade de cada unidade escolar 
e de seus respectivos sistemas de ensino. 
III - As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constituídas pela interação dos 
processos de conhecimento com os de linguagem e os afetivos, em conseqüência das relações entre as 
distintas identidades dos vários participantes do contexto escolarizado; as diversas experiências de vida 
de alunos, professores e demais participantes do ambiente escolar, expressas através de múltiplas 
formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de identidade afirmativas, persistentes e capazes 
de protagonizar ações autônomas e solidárias em relação a conhecimentos e valores indispensáveis à 
vida cidadã. 
IV - Em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso para alunos a uma base nacional 
comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A 
base comum nacional e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que 
vise a estabelecer a relação entre a educação fundamental e: 
a) a vida cidadã através da articulação entre vários dos seus aspectos como: 
1. a saúde 
2. a sexualidade 
3. a vida familiar e social 
4. o meio ambiente 
5. o trabalho 
6. a ciência e a tecnologia 
7. a cultura 
8. as linguagens. 
 
b) as áreas de conhecimento: 
1. Língua Portuguesa 
2. Língua Materna, para populações indígenas e migrantes 
3. Matemática 
4. Ciências 
5. Geografia 
6. História 
7. Língua Estrangeira 
8. Educação Artística 
9. Educação Física 
10. Educação Religiosa, na forma do art. 33 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
V - As escolas deverão explicitar em suas propostas curriculares processos de ensino voltados para 
as relações com sua comunidade local, regional e planetária, visando à interação entre a educação 
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fundamental e a vida cidadã; os alunos, ao aprenderem os conhecimentos e valores da base nacional 
comum e da parte diversificada, estarão também constituindo sua identidade como cidadãos, capazes de 
serem protagonistas de ações responsáveis, solidárias e autônomas em relação a si próprios, às suas 
famílias e às comunidades. 
VI - As escolas utilizarão a parte diversificada de suas propostas curriculares para enriquecer e 
complementar a base nacional comum, propiciando, de maneira específica, a introdução de projetos e 
atividadesdo interesse de suas comunidades. 
VII - As escolas devem trabalhar em clima de cooperação entre a direção e as equipes docentes, para 
que haja condições favoráveis à adoção, execução, avaliação e aperfeiçoamento das estratégias 
educacionais, em consequência do uso adequado do espaço físico, do horário e calendário escolares, na 
forma dos arts. 12 a 14 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
 
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
ULYSSES DE OLIVEIRA PANISSET 
Presidente da Câmara de Educação Básica 
RESOLUÇÃO Nº 1, DE 31 DE JANEIRO DE 20064 
 
Altera a alínea “b” do inciso IV do artigo 3º da Resolução CNE/CEB nº 2/98, que instituiu as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. 
O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, tendo em vista o 
disposto no art. 9º, §1º, alínea “c”, da Lei nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela 
Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995 e tendo em vista o Parecer CNE/CEB nº 22/2005, homologado 
por despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 23 de dezembro de 
2005, resolve: 
 
Art. 1º A alínea “b” do inciso IV do artigo 3º da Resolução CNE/CEB nº 2, de 7 de abril de 1998, passa 
a vigorar com a seguinte redação: 
 
Art. 3º (...) IV ... 
a … 
b. Artes. 
 
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor da data de sua publicação, revogadas as disposições em 
contrário. 
 
CESAR CALLEGARI 
Presidente da Câmara de Educação Básica 
 
 
 
LEI N° 10.793, DE 1º DE DEZEMBRO DE 20035 
 
Altera a redação do art. 26, § 3°, e do art. 92 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que 
"estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional", e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
Art. 1° O § 3° do art. 26 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte 
redação: 
 
"Art. 26 ........................................................................... 
 
4 http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb001_06.pdf. 
5 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.793.htm - acesso em 19.03.2021. 
3. Lei Federal nº 10.793, de 01/12/2003 – Altera a redação do art. 26, § 3º, e do art. 
92 da Lei 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
39 
 
........................................................................... 
§ 3° A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório 
da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: 
I - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; 
II - maior de trinta anos de idade; 
III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática 
da educação física; 
IV - amparado pelo Decreto-Lei n° 1.044, de 21 de outubro de 1969; 
V - (VETADO) 
VI - que tenha prole. 
..........................................................................." (NR) 
 
Art. 2° (VETADO) 
 
Art. 3° Esta Lei entra em vigor no ano letivo seguinte à data de sua publicação. 
 
 Brasília, 1° de dezembro de 2003; 182° da Independência e 115° da República. 
 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Boa Ventura/PB - Professor de Educação Física - CPCON/2019) A Educação 
Física, de acordo com Barni e Schneider (2003), é uma fonte de conhecimento necessário para a 
construção de um novo cidadão, mais completo, mais integrado e consciente de seu papel na sociedade 
que está inserido. A Lei Nº 10.793 de 1° de dezembro de 2003 coloca a Educação Física como obrigatória, 
porém, pode ser facultativa para algumas situações. 
Sobre o elemento da facultatividade, assinale a alternativa CORRETA. 
(A) Para quem prestou serviço militar. 
(B) Que tenha uma prole maior que três filhos. 
(C) Para indivíduos maiores de trinta anos. 
(D) Jornada de trabalho maior que 40 horas. 
(E) Para filhos únicos. 
 
02. (IF Baiano - Professor - IDECAN/2019) No ano de 2003, a Educação Física escolar sofreu grande 
descaso frente à legislação e à comunidade escolar, quando a redação do § 3º, do artigo 26 da Lei de 
Diretrizes e Bases - Lei nº 9.394/96, foi modificada pela Lei nº 10.793/2003, estabelecendo-a como 
facultativa aos alunos 
(A) com mais de três filhos. 
(B) com idade superior a 21 anos. 
(C) em fase de cumprimento de serviço militar. 
(D) enquadrados no Decreto-lei n° 1.145, de 1989. 
(E) com jornada de trabalho igual ou superior a cinco horas por dia. 
 
03. (Pref. Cambé/PR - Professor - UNIFIL/2019) Assinale a alternativa incorreta. 
 A Educação Física integrada à proposta pedagógica da escola é componente curricular obrigatório da 
Educação Básica, sendo sua prática facultativa ao aluno (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
(A) que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas. 
(B) maior de trinta anos de idade. 
(C) que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática 
da Educação Física. 
(D) que tenha prole. 
(E) que comprove ser uma pessoa ativa. 
 
04. (IF/PB - Professor - IDECAN/2019) A Educação Física (EF), integrada à proposta pedagógica da 
escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno 
(Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
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(A) maior de vinte anos de idade. 
(B) que receba mais que dois salários mínimos mensais. 
(C) que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a quatro horas. 
(D) que se desloque para a escola por meio de transporte saudável (bicicleta, skate ou patins). 
(E) que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática 
da EF. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.C / 03.E / 04.E 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
Lei n° 9.394/1996 
"Art. 26 (...) 
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório 
da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
I - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
II - maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática 
da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
IV - amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;(Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
V - (VETADO) 
VI - que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
 
02. Resposta: C 
Lei n° 9.394/1996 
"Art. 26 (...) 
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular 
obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 
10.793, de 1º.12.2003) 
I - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
II - maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à 
prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
IV - amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
V - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
VI - que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
 
03. Resposta: E 
Lei n° 9.394/1996 
"Art. 26 (...) 
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório 
da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
I - que cumpra jornadade trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
II - maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática 
da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
IV - amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
41 
 
V - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
VI - que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
 
04. Resposta: E 
Lei n° 9.394/1996 
"Art. 26 (...) 
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório 
da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
I - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
II - maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à 
prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
IV - amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
V - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
VI - que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
 
 
 
LEI Nº 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 20036 
 
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e 
Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
Art. 1º A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-
A, 79-A e 79-B: 
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se 
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. 
§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da 
África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da 
sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política 
pertinentes à História do Brasil. 
§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo 
o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. 
§ 3º (VETADO)" 
"Art. 79-A. (VETADO)" 
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência 
Negra’." 
 
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182º da Independência e 115º da República. 
 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
 
 
 
 
6http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.639.htm.Acesso em 16.12.2021. 
4. Lei Federal nº 10.639/03 – Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no 
currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e 
Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
42 
 
Questões 
 
01. (SEDUC/AM - Professor - Ciclo Regular - FGV) Com relação à Lei nº 10.639/03, que inclui o 
estudo da História e a Cultura Afro-brasileiras nas escolas, analise as afirmativas a seguir. 
I. Ela tornou obrigatório o ensino dessa disciplina apenas nos estabelecimentos públicos de ensino 
fundamental. 
II. Ela estabeleceu, dentre os temas do conteúdo programático, os movimentos de emancipação dos 
negros e a participação do negro na formação social brasileira. 
III. Ela determinou que os conteúdos fossem ministrados apenas nas áreas de Educação Artística e 
de História do Brasil. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
02. (UFPR - Técnico em Assuntos Educacionais - NC/UFPR) Assinale a alternativa que corresponde 
a mudanças que a Lei 10.639/2003 trouxe à LDB 9.394/96. 
(A) Torna obrigatório, no ensino fundamental e médio, da rede pública e privada, o ensino da história 
e da cultura afro-brasileira e institui o dia nacional da consciência negra. 
(B) Torna obrigatória a matrícula das crianças com 6 anos de idade no ensino fundamental e amplia o 
ensino fundamental para nove anos. 
(C) Torna obrigatória a educação de 4 a 17 anos e estipula que a alfabetização das crianças deve 
ocorrer até o terceiro ano no ensino fundamental. 
(D) Inclui a educação infantil na educação básica e reconhece que o profissional que atua nessa etapa 
é professor. 
(E) Institui a modalidade educação especial e torna obrigatório o atendimento especializado na escola 
regular para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
 
03. (Pref. de Guarapuava/PR - Professor do 1º ao 5º Ano do Ensino Fundamental - EXATUS) Em 
cumprimento a lei sobre História e Cultura Afro-Brasileira, esta, decreta-se que se inclua o dia 20 de 
novembro no calendário escolar como sendo uma data comemorativa. O que se comemora nessa data? 
(A) Dia Nacional da Consciência Negra. 
(B) Dia Internacional da Consciência Negra. 
(C) Feriado Municipal destinado a Consciência Negra. 
(D) Feriado Estadual Paranaense destinado a Consciência Negra. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.A / 03.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B. 
I. INCORRETA, a questão não está em conformidade com o Art. 26-A da Lei 10.639/2003, que 
regulamenta o ensino da disciplina apenas nos estabelecimentos oficiais e particulares de ensino 
fundamental e médio. 
II. CORRETA. 
III. INCORRETA, a questão não está em conformidade com o Art. 26-A § 2º da Lei 10.639/2003. 
 
02. Resposta: A. 
Lei nº 10.639, de 09 de Janeiro de 2003, alteração da Lei nº 9396, de 20 de dezembro de 1996, Art. 
26-A, §1º e § 2º e Art.79-A e Art. 79-B. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir 
no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, 
e dá outras providências. 
 
 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
43 
 
03. Resposta: A. 
Para responder a questão o candidato deverá ter conhecimento da Lei 10.639 de 09 de janeiro de 
2003, que incluiu o Art. 79-B da Lei 9.394/96, a LDB, que diz: 
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência 
Negra’." 
 
 
 
LEI Nº 11.114, DE 16 DE MAIO DE 20057 
 
Altera os arts. 6°, 30, 32 e 87 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar 
obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
Art. 1° Os arts. 6°, 30, 32 e 87 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passam a vigorar com a 
seguinte redação: 
 
"Art. 6°. É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de 
idade, no ensino fundamental." (NR) 
 
"Art. 30. .......................................................................... 
....................................................................................... 
II – (VETADO)" 
 
"Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola 
pública a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante: 
................................................................................"(NR) 
 
"Art. 87. ............................................................................ 
......................................................................................... 
§ 3° .................................................................................. 
I – matricular todos os educandos a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental, atendidas 
as seguintes condições no âmbito de cada sistema de ensino: 
a) plena observância das condições de oferta fixadas por esta Lei, no caso de todas as redes escolares; 
b) atingimento de taxa líquida de escolarização de pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) da 
faixa etária de sete a catorze anos, no caso das redes escolares públicas; e 
c) não redução média de recursos por aluno do ensino fundamental na respectiva rede pública, 
resultante da incorporação dos alunos de seis anos de idade; 
.................................................................................." (NR) 
 
Art. 2° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com eficácia a partir do início do ano letivo 
subsequente. 
 
Brasília, 16 de maio de 2005; 184° da Independência e 117° da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
 
Questões 
 
01. É dever exclusivo dos pais efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no 
ensino fundamental." 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
7http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11114.htm. Acesso em 09/10/2018 às 14h48min. 
5. Lei Federal nº 11.114, de 16/05/05 – Altera os artigos 6º, 30, 32 e 87 da Lei 
9394/96, com o objetivo de tornar obrigatório o início do Ensino Fundamental 
aos seis anos de idade 
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44 
 
02. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública 
a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação básica do cidadão. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.Errado / 02.Certo 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Errado 
Lei 11.114/2005 
"Art. 6°. É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de 
idade, no ensino fundamental." 
 
02. Resposta: Certo 
Lei 11.114/2005 
"Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola 
pública a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante: 
 
 
 
LEI Nº 11.274, DE 6 DE FEVEREIRO DE 20068 
 
Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece 
as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino 
fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
Art. 1° (VETADO) 
 
Art. 2° (VETADO) 
 
Art. 3° O art. 32 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: 
 
"Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, 
iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: 
 
..................................................................................." (NR) 
 
Art. 4° O § 2° e o inciso I do § 3° do art. 87 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passam a 
vigorar com a seguinte redação: 
 
"Art. 87 ............................................................................................ 
§ 2° O poder público deverá recensear os educandos no ensino fundamental, com especial atenção 
para o grupo de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos de idade e de 15 (quinze) a 16 (dezesseis) anos de idade. 
§ 3° ................................................................................... 
I – matricular todos os educandos a partir dos 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental; 
a) (Revogado) 
b) (Revogado) 
c) (Revogado) 
 
8http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11274.htm. Acesso em 21/10/2019 às 08h34min. 
6. Lei Federal 11.274, de 06/05/06 – Altera a redação dos artigos 29, 30, 32 e 87 da 
Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o Ensino 
Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
45 
 
..................................................................................." (NR) 
 
Art. 5° Os Municípios, os Estados e o Distrito Federal terão prazo até 2010 para implementar a 
obrigatoriedade para o ensino fundamental disposto no art. 3° desta Lei e a abrangência da pré-escola 
de que trata o art. 2° desta Lei. 
 
Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 6 de fevereiro de 2006; 185° da Independência e 118° da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
 
Questões 
 
01. O poder público deverá recensear os educandos no ensino fundamental, com especial atenção 
para o grupo de 5 (cinco) a 14 (quatorze) anos de idade e de 15 (quinze) a 16 (dezesseis) anos de idade. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
02. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, 
iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.Errado / 02.Certo 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Errado 
Lei 11.274/2006 
"Art. 87 ................................................................................... 
................................................................................... 
§ 2° O poder público deverá recensear os educandos no ensino fundamental, com especial atenção 
para o grupo de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos de idade e de 15 (quinze) a 16 (dezesseis) anos de idade. 
 
02. Resposta: Certo 
Lei 11.274/2006 
"Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, 
iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante ( ) 
 
 
 
LEI Nº 12.796, DE 4 DE ABRIL DE 2013. 
 
Altera a Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. 
 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
Art. 1° A Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações: 
 
“Art. 3° ........................................................................... 
.............................................................................................. 
XII - consideração com a diversidade étnico-racial.” (NR) 
“Art. 4° .......................................................................... 
7. Lei Federal nº 12.796, de 04/04/2013 – Altera a Lei nº 9394/96, de 20 de 
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, 
para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dá outras 
providências 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
46 
 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada 
da seguinte forma: 
a) pré-escola; 
b) ensino fundamental; 
c) ensino médio; 
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; 
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e 
modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram 
na idade própria; 
..............................................................................................VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas 
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; 
....................................................................................” (NR) 
 
“Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, 
grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente 
constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. 
§ 1° O poder público, na esfera de sua competência federativa, deverá: 
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos 
que não concluíram a educação básica; 
....................................................................................” (NR) 
 
“Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir 
dos 4 (quatro) anos de idade.” (NR) 
 
“Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base 
nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, 
por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da 
economia e dos educandos. 
...................................................................................” (NR) 
 
“Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o 
desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual 
e social, complementando a ação da família e da comunidade.” (NR) 
 
“Art. 30. ........................................................................ 
.............................................................................................. 
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.” (NR) 
 
“Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: 
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo 
de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; 
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) 
dias de trabalho educacional; 
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) 
horas para a jornada integral; 
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 
60% (sessenta por cento) do total de horas; 
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e 
aprendizagem da criança.” (NR) 
 
“Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação 
escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 
...................................................................................” (NR) 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
47 
 
“Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: 
...................................................................................” (NR) 
 
“Art. 60. ....................................................................... 
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento 
aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições 
previstas neste artigo.” (NR) 
 
“Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso 
de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, 
como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos 
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal. 
.............................................................................................. 
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão mecanismos facilitadores de 
acesso e permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na educação 
básica pública. 
§ 5° A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a formação de profissionais 
do magistério para atuar na educação básica pública mediante programa institucional de bolsa de 
iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas 
instituições de educação superior. 
§ 6° O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame nacional aplicado aos 
concluintes do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação para formação 
de docentes, ouvido o Conselho Nacional de Educação - CNE. 
§ 7° (VETADO).” (NR) 
 
“Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de 
cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas. 
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que se refere o caput, no 
local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação 
profissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação.” 
 
“Art. 67. ........................................................................ 
.............................................................................................. 
§ 3º A União prestará assistência técnica aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na 
elaboração de concursos públicos para provimento de cargos dos profissionais da educação.” (NR) 
 
“Art. 87. ....................................................................... 
.............................................................................................. 
§ 2º (Revogado). 
§ 3° ............................................................................... 
I - (revogado); 
.............................................................................................. 
 
§ 4º (Revogado). 
...................................................................................” (NR) 
 
“Art. 87-A. (VETADO).” 
 
Art. 2° Revogam-se o § 2º, o inciso I do § 3º e o § 4° do art. 87 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 
1996. 
 
Art. 3° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 4 de abril de 2013; 192° da Independência e 125° da República. 
 
 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
48 
 
 
 
RESOLUÇÃO Nº 4, DE 13 DE JULHO DE 20109 
 
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas 
atribuições legais, e de conformidade com o disposto na alínea “c” do § 1º do artigo 9º da Lei nº 
4.024/1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131/1995, nos artigos 36, 36A, 36-B, 36-C, 36-D, 37, 39, 
40, 41 e 42 da Lei nº 9.394/1996, com a redação dada pela Lei nº 11.741/2008, bem como no Decreto nº 
5.154/2004, e com fundamento no Parecer CNE/CEB nº 7/2010, homologado por Despacho do Senhor 
Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 9 de julho de 2010. 
 
RESOLVE: 
 
Art. 1º A presente Resolução define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para o conjunto orgânico, 
sequencial e articulado das etapas e modalidades da Educação Básica, baseando-se no direito de toda 
pessoa ao seu pleno desenvolvimento, à preparação para o exercício da cidadania e à qualificação para 
o trabalho, na vivência e convivênciaem ambiente educativo, e tendo como fundamento a 
responsabilidade que o Estado brasileiro, a família e a sociedade têm de garantir a democratização do 
acesso, a inclusão, a permanência e a conclusão com sucesso das crianças, dos jovens e adultos na 
instituição educacional, a aprendizagem para continuidade dos estudos e a extensão da obrigatoriedade 
e da gratuidade da Educação Básica. 
 
TÍTULO I 
OBJETIVOS 
 
Art. 2º Estas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica têm por objetivos: 
I - sistematizar os princípios e as diretrizes gerais da Educação Básica contidos na Constituição, na 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e demais dispositivos legais, traduzindo-os em 
orientações que contribuam para assegurar a formação básica comum nacional, tendo como foco os 
sujeitos que dão vida ao currículo e à escola; 
II - estimular a reflexão crítica e propositiva que deve subsidiar a formulação, a execução e a avaliação 
do projeto político-pedagógico da escola de Educação Básica; 
III - orientar os cursos de formação inicial e continuada de docentes e demais profissionais da 
Educação Básica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, 
indistintamente da rede a que pertençam. 
 
Art. 3º As Diretrizes Curriculares Nacionais específicas para as etapas e modalidades da Educação 
Básica devem evidenciar o seu papel de indicador de opções políticas, sociais, culturais, educacionais, e 
a função da educação, na sua relação com um projeto de Nação, tendo como referência os objetivos 
constitucionais, fundamentando-se na cidadania e na dignidade da pessoa, o que pressupõe igualdade, 
liberdade, pluralidade, diversidade, respeito, justiça social, solidariedade e sustentabilidade. 
 
TÍTULO II 
REFERÊNCIAS CONCEITUAIS 
 
Art. 4º As bases que dão sustentação ao projeto nacional de educação responsabilizam o poder 
público, a família, a sociedade e a escola pela garantia a todos os educandos de um ensino ministrado 
de acordo com os princípios de: 
I - igualdade de condições para o acesso, inclusão, permanência e sucesso na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV - respeito à liberdade e aos direitos; 
 
9http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf. Acesso em 04.06.2020.. 
8. Resolução nº 4/10 – Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a 
Educação Básica 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
49 
 
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII - valorização do profissional da educação escolar; 
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma da legislação e das normas dos respectivos 
sistemas de ensino; 
IX - garantia de padrão de qualidade; 
X - valorização da experiência extraescolar; 
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
 
Art. 5º A Educação Básica é direito universal e alicerce indispensável para o exercício da cidadania 
em plenitude, da qual depende a possibilidade de conquistar todos os demais direitos, definidos na 
Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na legislação ordinária e nas 
demais disposições que consagram as prerrogativas do cidadão. 
 
Art. 6º Na Educação Básica, é necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar, em sua 
inseparabilidade, buscando recuperar, para a função social desse nível da educação, a sua centralidade, 
que é o educando, pessoa em formação na sua essência humana. 
 
TÍTULO III 
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 
 
Art. 7º A concepção de educação deve orientar a institucionalização do regime de colaboração entre 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no contexto da estrutura federativa brasileira, em que 
convivem sistemas educacionais autônomos, para assegurar efetividade ao projeto da educação 
nacional, vencer a fragmentação das políticas públicas e superar a desarticulação institucional. 
§ 1º Essa institucionalização é possibilitada por um Sistema Nacional de Educação, no qual cada ente 
federativo, com suas peculiares competências, é chamado a colaborar para transformar a Educação 
Básica em um sistema orgânico, sequencial e articulado. 
§ 2º O que caracteriza um sistema é a atividade intencional e organicamente concebida, que se justifica 
pela realização de atividades voltadas para as mesmas finalidades ou para a concretização dos mesmos 
objetivos. 
§ 3º O regime de colaboração entre os entes federados pressupõe o estabelecimento de regras de 
equivalência entre as funções distributiva, supletiva, normativa, de supervisão e avaliação da educação 
nacional, respeitada a autonomia dos sistemas e valorizadas as diferenças regionais. 
 
TÍTULO IV 
ACESSO E PERMANÊNCIA PARA A CONQUISTA DA QUALIDADE SOCIAL 
 
Art. 8º A garantia de padrão de qualidade, com pleno acesso, inclusão e permanência dos sujeitos das 
aprendizagens na escola e seu sucesso, com redução da evasão, da retenção e da distorção de 
idade/ano/série, resulta na qualidade social da educação, que é uma conquista coletiva de todos os 
sujeitos do processo educativo. 
 
Art. 9º A escola de qualidade social adota como centralidade o estudante e a aprendizagem, o que 
pressupõe atendimento aos seguintes requisitos: 
I - revisão das referências conceituais quanto aos diferentes espaços e tempos educativos, 
abrangendo espaços sociais na escola e fora dela; 
II - consideração sobre a inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à 
diversidade cultural, resgatando e respeitando as várias manifestações de cada comunidade; 
III - foco no projeto político-pedagógico, no gosto pela aprendizagem e na avaliação das aprendizagens 
como instrumento de contínua progressão dos estudantes; 
IV - inter-relação entre organização do currículo, do trabalho pedagógico e da jornada de trabalho do 
professor, tendo como objetivo a aprendizagem do estudante; 
V - preparação dos profissionais da educação, gestores, professores, especialistas, técnicos, 
monitores e outros; 
VI - compatibilidade entre a proposta curricular e a infraestrutura entendida como espaço formativo 
dotado de efetiva disponibilidade de tempos para a sua utilização e acessibilidade; 
VII - integração dos profissionais da educação, dos estudantes, das famílias, dos agentes da 
comunidade interessados na educação; 
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50 
 
VIII - valorização dos profissionais da educação, com programa de formação continuada, critérios de 
acesso, permanência, remuneração compatível com a jornada de trabalho definida no projeto político-
pedagógico; 
IX - realização de parceria com órgãos, tais como os de assistência social e desenvolvimento humano, 
cidadania, ciência e tecnologia, esporte, turismo, cultura e arte, saúde, meio ambiente. 
 
Art. 10. A exigência legal de definição de padrões mínimos de qualidade da educação traduz a 
necessidade de reconhecer que a sua avaliação associa-se à ação planejada, coletivamente, pelos 
sujeitos da escola. 
§ 1º O planejamento das ações coletivas exercidas pela escola supõe que os sujeitos tenham clareza 
quanto: 
I - aos princípios e às finalidades da educação, além do reconhecimento e da análise dos dados 
indicados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e/ou outros indicadores, que o 
complementem ou substituam; 
II - à relevância de um projeto político-pedagógico concebido e assumido colegiadamente pela 
comunidade educacional, respeitadas as múltiplas diversidades e a pluralidade cultural; 
III - à riqueza da valorização das diferenças manifestadas pelos sujeitos do processo educativo, em 
seus diversos segmentos, respeitados o tempo e o contexto sociocultural; 
IV - aos padrões mínimos de qualidade(Custo Aluno-Qualidade Inicial - CAQi); 
§ 2º Para que se concretize a educação escolar, exige-se um padrão mínimo de insumos, que tem 
como base um investimento com valor calculado a partir das despesas essenciais ao desenvolvimento 
dos processos e procedimentos formativos, que levem, gradualmente, a uma educação integral, dotada 
de qualidade social: 
I - creches e escolas que possuam condições de infraestrutura e adequados equipamentos; 
II - professores qualificados com remuneração adequada e compatível com a de outros profissionais 
com igual nível de formação, em regime de trabalho de 40 (quarenta) horas em tempo integral em uma 
mesma escola; 
III - definição de uma relação adequada entre o número de alunos por turma e por professor, que 
assegure aprendizagens relevantes; 
IV - pessoal de apoio técnico e administrativo que responda às exigências do que se estabelece no 
projeto político-pedagógico. 
 
TÍTULO V 
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: CONCEITO, LIMITES, POSSIBILIDADES 
 
Art. 11. A escola de Educação Básica é o espaço em que se resignifica e se recria a cultura herdada, 
reconstruindo-se as identidades culturais, em que se aprende a valorizar as raízes próprias das diferentes 
regiões do País. 
Parágrafo único. Essa concepção de escola exige a superação do rito escolar, desde a construção do 
currículo até os critérios que orientam a organização do trabalho escolar em sua multidimensionalidade, 
privilegia trocas, acolhimento e aconchego, para garantir o bem-estar de crianças, adolescentes, jovens 
e adultos, no relacionamento entre todas as pessoas. 
 
Art. 12. Cabe aos sistemas educacionais, em geral, definir o programa de escolas de tempo parcial 
diurno (matutino ou vespertino), tempo parcial noturno, e tempo integral (turno e contra turno ou turno 
único com jornada escolar de 7 horas, no mínimo, durante todo o período letivo), tendo em vista a 
amplitude do papel socioeducativo atribuído ao conjunto orgânico da Educação Básica, o que requer outra 
organização e gestão do trabalho pedagógico. 
§ 1º Deve-se ampliar a jornada escolar, em único ou diferentes espaços educativos, nos quais a 
permanência do estudante vincula-se tanto à quantidade e qualidade do tempo diário de escolarização 
quanto à diversidade de atividades de aprendizagens. 
§ 2º A jornada em tempo integral com qualidade implica a necessidade da incorporação efetiva e 
orgânica, no currículo, de atividades e estudos pedagogicamente planejados e acompanhados. 
§ 3º Os cursos em tempo parcial noturno devem estabelecer metodologia adequada às idades, à 
maturidade e à experiência de aprendizagens, para atenderem aos jovens e adultos em escolarização no 
tempo regular ou na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. 
 
 
 
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51 
 
CAPÍTULO I 
FORMAS PARA A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR 
 
Art. 13. O currículo, assumindo como referência os princípios educacionais garantidos à educação, 
assegurados no artigo 4º desta Resolução, configura-se como o conjunto de valores e práticas que 
proporcionam a produção, a socialização de significados no espaço social e contribuem intensamente 
para a construção de identidades socioculturais dos educandos. 
§ 1º O currículo deve difundir os valores fundamentais do interesse social, dos direitos e deveres dos 
cidadãos, do respeito ao bem comum e à ordem democrática, considerando as condições de escolaridade 
dos estudantes em cada estabelecimento, a orientação para o trabalho, a promoção de práticas 
educativas formais e não-formais. 
§ 2º Na organização da proposta curricular, deve-se assegurar o entendimento de currículo como 
experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, 
articulando vivências e saberes dos estudantes com os conhecimentos historicamente acumulados e 
contribuindo para construir as identidades dos educandos. 
§ 3º A organização do percurso formativo, aberto e contextualizado, deve ser construída em função 
das peculiaridades do meio e das características, interesses e necessidades dos estudantes, incluindo 
não só os componentes curriculares centrais obrigatórios, previstos na legislação e nas normas 
educacionais, mas outros, também, de modo flexível e variável, conforme cada projeto escolar, e 
assegurando: 
I - concepção e organização do espaço curricular e físico que se imbriquem e alarguem, incluindo 
espaços, ambientes e equipamentos que não apenas as salas de aula da escola, mas, igualmente, os 
espaços de outras escolas e os socioculturais e esportivo recreativos do entorno, da cidade e mesmo da 
região; 
II - ampliação e diversificação dos tempos e espaços curriculares que pressuponham profissionais da 
educação dispostos a inventar e construir a escola de qualidade social, com responsabilidade 
compartilhada com as demais autoridades que respondem pela gestão dos órgãos do poder público, na 
busca de parcerias possíveis e necessárias, até porque educar é responsabilidade da família, do Estado 
e da sociedade; 
III - escolha da abordagem didático-pedagógica disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar ou 
transdisciplinar pela escola, que oriente o projeto político-pedagógico e resulte de pacto estabelecido 
entre os profissionais da escola, conselhos escolares e comunidade, subsidiando a organização da matriz 
curricular, a definição de eixos temáticos e a constituição de redes de aprendizagem; 
IV - compreensão da matriz curricular entendida como propulsora de movimento, dinamismo curricular 
e educacional, de tal modo que os diferentes campos do conhecimento possam se coadunar com o 
conjunto de atividades educativas; 
V - organização da matriz curricular entendida como alternativa operacional que embase a gestão do 
currículo escolar e represente subsídio para a gestão da escola (na organização do tempo e do espaço 
curricular, distribuição e controle do tempo dos trabalhos docentes), passo para uma gestão centrada na 
abordagem interdisciplinar, organizada por eixos temáticos, mediante interlocução entre os diferentes 
campos do conhecimento; 
VI - entendimento de que eixos temáticos são uma forma de organizar o trabalho pedagógico, limitando 
a dispersão do conhecimento, fornecendo o cenário no qual se constroem objetos de estudo, propiciando 
a concretização da proposta pedagógica centrada na visão interdisciplinar, superando o isolamento das 
pessoas e a compartimentalização de conteúdos rígidos; 
VII - estímulo à criação de métodos didático-pedagógicos utilizando-se recursos tecnológicos de 
informação e comunicação, a serem inseridos no cotidiano escolar, a fim de superar a distância entre 
estudantes que aprendem a receber informação com rapidez utilizando a linguagem digital e professores 
que dela ainda não se apropriaram; 
VIII - constituição de rede de aprendizagem, entendida como um conjunto de ações didático-
pedagógicas, com foco na aprendizagem e no gosto de aprender, subsidiada pela consciência de que o 
processo de comunicação entre estudantes e professores é efetivado por meio de práticas e recursos 
diversos; 
IX - adoção de rede de aprendizagem, também, como ferramenta didático-pedagógica relevante nos 
programas de formação inicial e continuada de profissionais da educação, sendo que esta opção requer 
planejamento sistemático integrado estabelecido entre sistemas educativos ou conjunto de unidades 
escolares; 
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52 
 
§ 4º A transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático-pedagógico em 
que temas e eixos temáticos são integrados às disciplinas e às áreas ditas convencionais, de forma a 
estarem presentes em todas elas. 
§ 5º A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam-se, rejeitando a 
concepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado. 
§ 6º A transversalidade refere-se à dimensão didático-pedagógica,e a interdisciplinaridade, à 
abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento. 
 
CAPÍTULO II 
FORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA 
 
Art. 14. A base nacional comum na Educação Básica constitui-se de conhecimentos, saberes e valores 
produzidos culturalmente, expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições produtoras do 
conhecimento científico e tecnológico; no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas 
atividades desportivas e corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercício da cidadania; 
e nos movimentos sociais. 
§ 1º Integram a base nacional comum nacional: a) a Língua Portuguesa; 
b) a Matemática; 
c) o conhecimento do mundo físico, natural, da realidade social e política, especialmente do Brasil, 
incluindo-se o estudo da História e das Culturas Afro-Brasileira e Indígena, 
d) a Arte, em suas diferentes formas de expressão, incluindo-se a música; 
e) a Educação Física; 
f) o Ensino Religioso. 
§ 2º Tais componentes curriculares são organizados pelos sistemas educativos, em forma de áreas de 
conhecimento, disciplinas, eixos temáticos, preservando-se a especificidade dos diferentes campos do 
conhecimento, por meio dos quais se desenvolvem as habilidades indispensáveis ao exercício da 
cidadania, em ritmo compatível com as etapas do desenvolvimento integral do cidadão. 
§ 3º A base nacional comum e a parte diversificada não podem se constituir em dois blocos distintos, 
com disciplinas específicas para cada uma dessas partes, mas devem ser organicamente planejadas e 
geridas de tal modo que as tecnologias de informação e comunicação perpassem transversalmente a 
proposta curricular, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, imprimindo direção aos projetos 
político-pedagógico. 
 
Art. 15. A parte diversificada enriquece e complementa a base nacional comum, prevendo o estudo 
das características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da comunidade escolar, 
perpassando todos os tempos e espaços curriculares constituintes do Ensino Fundamental e do Ensino 
Médio, independentemente do ciclo da vida no qual os sujeitos tenham acesso à escola. 
§ 1º A parte diversificada pode ser organizada em temas gerais, na forma de eixos temáticos, 
selecionados colegiadamente pelos sistemas educativos ou pela unidade escolar. 
§ 2º A LDB inclui o estudo de, pelo menos, uma língua estrangeira moderna na parte diversificada, 
cabendo sua escolha à comunidade escolar, dentro das possibilidades da escola, que deve considerar o 
atendimento das características locais, regionais, nacionais e transnacionais, tendo em vista as 
demandas do mundo do trabalho e da internacionalização de toda ordem de relações. 
§ 3º A língua espanhola, por força da Lei nº 11.161/2005, é obrigatoriamente ofertada no Ensino Médio, 
embora facultativa para o estudante, bem como possibilitada no Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano. 
 
Art. 16. Leis específicas, que complementam a LDB, determinam que sejam incluídos componentes 
não disciplinares, como temas relativos ao trânsito, ao meio ambiente e à condição e direitos do idoso. 
 
Art. 17. No Ensino Fundamental e no Ensino Médio, destinar-se-ão, pelo menos, 20% do total da carga 
horária anual ao conjunto de programas e projetos interdisciplinares eletivos criados pela escola, previsto 
no projeto pedagógico, de modo que os estudantes do Ensino Fundamental e do Médio possam escolher 
aquele programa ou projeto com que se identifiquem e que lhes permitam melhor lidar com o 
conhecimento e a experiência. 
§ 1º Tais programas e projetos devem ser desenvolvidos de modo dinâmico, criativo e flexível, em 
articulação com a comunidade em que a escola esteja inserida. 
§ 2º A interdisciplinaridade e a contextualização devem assegurar a transversalidade do conhecimento 
de diferentes disciplinas e eixos temáticos, perpassando todo o currículo e propiciando a interlocução 
entre os saberes e os diferentes campos do conhecimento. 
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53 
 
TÍTULO VI 
ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
Art. 18. Na organização da Educação Básica, devem-se observar as Diretrizes Curriculares Nacionais 
comuns a todas as suas etapas, modalidades e orientações temáticas, respeitadas as suas 
especificidades e as dos sujeitos a que se destinam. 
§ 1º As etapas e as modalidades do processo de escolarização estruturam-se de modo orgânico, 
sequencial e articulado, de maneira complexa, embora permanecendo individualizadas ao logo do 
percurso do estudante, apesar das mudanças por que passam: 
I - a dimensão orgânica é atendida quando são observadas as especificidades e as diferenças de cada 
sistema educativo, sem perder o que lhes é comum: as semelhanças e as identidades que lhe são 
inerentes; 
II - a dimensão sequencial compreende os processos educativos que acompanham as exigências de 
aprendizagens definidas em cada etapa do percurso formativo, contínuo e progressivo, da Educação 
Básica até a Educação Superior, constituindo-se em diferentes e insubstituíveis momentos da vida dos 
educandos; 
III - a articulação das dimensões orgânica e sequencial das etapas e das modalidades da Educação 
Básica, e destas com a Educação Superior, implica ação coordenada e integradora do seu conjunto. 
§ 2º A transição entre as etapas da Educação Básica e suas fases requer formas de articulação das 
dimensões orgânica e sequencial que assegurem aos educandos, sem tensões e rupturas, a continuidade 
de seus processos peculiares de aprendizagem e desenvolvimento. 
 
Art. 19. Cada etapa é delimitada por sua finalidade, seus princípios, objetivos e diretrizes educacionais, 
fundamentando-se na inseparabilidade dos conceitos referenciais: cuidar e educar, pois esta é uma 
concepção norteadora do projeto político-pedagógico elaborado e executado pela comunidade 
educacional. 
 
Art. 20. O respeito aos educandos e a seus tempos mentais, sócioemocionais, culturais e identitários 
é um princípio orientador de toda a ação educativa, sendo responsabilidade dos sistemas a criação de 
condições para que crianças, adolescentes, jovens e adultos, com sua diversidade, tenham a 
oportunidade de receber a formação que corresponda à idade própria de percurso escolar. 
 
CAPÍTULO I 
ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
Art. 21. São etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento 
educacional: 
I - a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do 
desenvolvimento da criança até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com duração de 2 (dois) 
anos; 
II - o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, é organizado e tratado 
em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais; 
III - o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) anos. 
Parágrafo único. Essas etapas e fases têm previsão de idades próprias, as quais, no entanto, são 
diversas quando se atenta para sujeitos com características que fogem à norma, como é o caso, entre 
outros: 
I - de atraso na matrícula e/ou no percurso escolar; 
II - de retenção, repetência e retorno de quem havia abandonado os estudos; 
III - de portadores de deficiência limitadora; 
IV - de jovens e adultos sem escolarização ou com esta incompleta; 
V - de habitantes de zonas rurais; 
VI - de indígenas e quilombolas; 
VII - de adolescentes em regime de acolhimento ou internação, jovens e adultos em situação de 
privação de liberdade nos estabelecimentos penais. 
 
 
 
 
 
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54 
 
Seção I 
Educação Infantil 
 
Art. 22. A Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos 
físico, afetivo, psicológico, intelectual, social, complementando a ação da família e da comunidade. 
§ 1º As crianças provêm de diferentes e singulares contextos socioculturais, socioeconômicos e 
étnicos,por isso devem ter a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola e pelos profissionais 
da educação, com base nos princípios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e pluralidade. 
§ 2º Para as crianças, independentemente das diferentes condições físicas, sensoriais, intelectuais, 
linguísticas, étnico-raciais, socioeconômicas, de origem, de religião, entre outras, as relações sociais e 
intersubjetivas no espaço escolar requerem a atenção intensiva dos profissionais da educação, durante 
o tempo de desenvolvimento das atividades que lhes são peculiares, pois este é o momento em que a 
curiosidade deve ser estimulada, a partir da brincadeira orientada pelos profissionais da educação. 
§ 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e do respeito mútuo em que se assenta 
a vida social devem iniciar-se na Educação Infantil e sua intensificação deve ocorrer ao longo da 
Educação Básica. 
§ 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços promovendo ações a partir das quais as unidades 
de Educação Infantil sejam dotadas de condições para acolher as crianças, em estreita relação com a 
família, com agentes sociais e com a sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, formalmente 
estabelecidos. 
§ 5º A gestão da convivência e as situações em que se torna necessária a solução de problemas 
individuais e coletivos pelas crianças devem ser previamente programadas, com foco nas motivações 
estimuladas e orientadas pelos professores e demais profissionais da educação e outros de áreas 
pertinentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada criança e os vínculos desta com a família 
ou com o seu responsável direto. 
 
Seção II 
Ensino Fundamental 
 
Art. 23. O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, de matrícula obrigatória para as 
crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade, tem duas fases sequentes com características próprias, 
chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em regra para estudantes de 6 (seis) a 10 
(dez) anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro) anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) 
anos. 
Parágrafo único. No Ensino Fundamental, acolher significa também cuidar e educar, como forma de 
garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva interesses e 
sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou 
na sociedade em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens. 
 
Art. 24. Os objetivos da formação básica das crianças, definidos para a Educação Infantil, prolongam-
se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos anos 
finais, ampliando e intensificando, gradativamente, o processo educativo, mediante: 
I - desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, 
da escrita e do cálculo; 
II - foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primeiros anos; 
III - compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da economia, da tecnologia, das 
artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade; 
IV - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos 
e habilidades e a formação de atitudes e valores; 
V - fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de respeito recíproco 
em que se assenta a vida social. 
 
Art. 25. Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial forma de colaboração visando 
à oferta do Ensino Fundamental e à articulação sequente entre a primeira fase, no geral assumida pelo 
Município, e a segunda, pelo Estado, para evitar obstáculos ao acesso de estudantes que se transfiram 
de uma rede para outra para completar esta escolaridade obrigatória, garantindo a organicidade e a 
totalidade do processo formativo do escolar. 
 
 
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55 
 
Seção III 
Ensino Médio 
 
Art. 26. O Ensino Médio, etapa final do processo formativo da Educação Básica, é orientado por 
princípios e finalidades que preveem: 
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino 
Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; 
II - a preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomado este como princípio educativo, para 
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas condições de ocupação e 
aperfeiçoamento posteriores; 
III - o desenvolvimento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e estética, o 
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; 
IV - a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos presentes na sociedade 
contemporânea, relacionando a teoria com a prática. 
§ 1º O Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual podem se assentar possibilidades 
diversas como preparação geral para o trabalho ou, facultativamente, para profissões técnicas; na ciência 
e na tecnologia, como iniciação científica e tecnológica; na cultura, como ampliação da formação cultural. 
§ 2º A definição e a gestão do currículo inscrevem-se em uma lógica que se dirige aos jovens, 
considerando suas singularidades, que se situam em um tempo determinado. 
§ 3º Os sistemas educativos devem prever currículos flexíveis, com diferentes alternativas, para que 
os jovens tenham a oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda seus interesses, 
necessidades e aspirações, para que se assegure a permanência dos jovens na escola, com proveito, 
até a conclusão da Educação Básica. 
 
CAPÍTULO II 
MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
Art. 27. A cada etapa da Educação Básica pode corresponder uma ou mais das modalidades de ensino: 
Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do 
Campo, Educação Escolar Indígena e Educação a Distância. 
 
Seção I 
Educação de Jovens e Adultos 
 
Art. 28. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etária superior 
à considerada própria, no nível de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. 
§ 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos adultos, 
proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do 
alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos, exames, ações integradas 
e complementares entre si, estruturados em um projeto pedagógico próprio. 
§ 2º Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação Profissional articulada com a Educação 
Básica, devem pautar-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de tempo e espaço, para que 
seja(m): 
I - rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo a permitir percursos 
individualizados e conteúdos significativos para os jovens e adultos; 
II - providos o suporte e a atenção individuais às diferentes necessidades dos estudantes no processo 
de aprendizagem, mediante atividades diversificadas; 
III - valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e esportivas, 
geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes; 
IV - desenvolvida a agregação de competências para o trabalho; 
V - promovida a motivação e a orientação permanente dos estudantes, visando maior participação nas 
aulas e seu melhor aproveitamento e desempenho; 
VI - realizada, sistematicamente, a formação continuada, destinada, especificamente, aos educadores 
de jovens e adultos. 
 
 
 
 
 
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Seção II 
Educação Especial 
 
Art. 29. A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades 
de ensino, é parte integrante da educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógico 
da unidade escolar. 
§ 1º Os sistemasde ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no 
Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização, ofertado 
em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições 
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. 
§ 2º Os sistemas e as escolas devem criar condições para que o professor da classe comum possa 
explorar as potencialidades de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialógica, interativa, 
interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o professor do AEE deve identificar habilidades e necessidades 
dos estudantes, organizar e orientar sobre os serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade para 
a participação e aprendizagem dos estudantes. 
§ 3º Na organização desta modalidade, os sistemas de ensino devem observar as seguintes 
orientações fundamentais: 
I - o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes no ensino regular; 
II - a oferta do atendimento educacional especializado; 
III - a formação de professores para o AEE e para o desenvolvimento de práticas educacionais 
inclusivas; 
IV - a participação da comunidade escolar; 
V - a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e informações, nos mobiliários e equipamentos 
e nos transportes; 
VI - a articulação das políticas públicas intersetoriais. 
 
Seção III 
Educação Profissional e Tecnológica 
 
Art. 30. A Educação Profissional e Tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, 
integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da 
tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras modalidades educacionais: Educação de 
Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação a Distância. 
 
Art. 31. Como modalidade da Educação Básica, a Educação Profissional e Tecnológica ocorre na 
oferta de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional e nos de Educação 
Profissional Técnica de nível médio. 
 
Art. 32. A Educação Profissional Técnica de nível médio é desenvolvida nas seguintes formas: 
I - articulada com o Ensino Médio, sob duas formas: a) integrada, na mesma instituição; ou 
b) concomitante, na mesma ou em distintas instituições; 
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o Ensino Médio. 
§ 1º Os cursos articulados com o Ensino Médio, organizados na forma integrada, são cursos de 
matrícula única, que conduzem os educandos à habilitação profissional técnica de nível médio ao mesmo 
tempo em que concluem a última etapa da Educação Básica. 
§ 2º Os cursos técnicos articulados com o Ensino Médio, ofertados na forma concomitante, com dupla 
matrícula e dupla certificação, podem ocorrer: 
I - na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; 
II - em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; 
III - em instituições de ensino distintas, mediante convênios de intercomplementaridade, com 
planejamento e desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. 
§ 3º São admitidas, nos cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio, a organização e a 
estruturação em etapas que possibilitem qualificação profissional intermediária. 
§ 4º A Educação Profissional e Tecnológica pode ser desenvolvida por diferentes estratégias de 
educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho, incluindo os programas 
e cursos de aprendizagem, previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
 
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Art. 33. A organização curricular da Educação Profissional e Tecnológica por eixo tecnológico 
fundamenta-se na identificação das tecnologias que se encontram na base de uma dada formação 
profissional e dos arranjos lógicos por elas constituídos. 
 
Art. 34. Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos de Educação Profissional e 
Tecnológica, como os adquiridos na prática laboral pelos trabalhadores, podem ser objeto de avaliação, 
reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos. 
 
Seção IV 
Educação Básica do Campo 
 
Art. 35. Na modalidade de Educação Básica do Campo, a educação para a população rural está 
prevista com adequações necessárias às peculiaridades da vida no campo e de cada região, definindo-
se orientações para três aspectos essenciais à organização da ação pedagógica: 
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos 
estudantes da zona rural; 
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola 
e às condições climáticas; 
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. 
 
Art. 36. A identidade da escola do campo é definida pela vinculação com as questões inerentes à sua 
realidade, com propostas pedagógicas que contemplam sua diversidade em todos os aspectos, tais como 
sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia. 
Parágrafo único. Formas de organização e metodologias pertinentes à realidade do campo devem ter 
acolhidas, como a pedagogia da terra, pela qual se busca um trabalho pedagógico fundamentado no 
princípio da sustentabilidade, para assegurar a preservação da vida das futuras gerações, e a pedagogia 
da alternância, na qual o estudante participa, concomitante e alternadamente, de dois 
ambientes/situações de aprendizagem: o escolar e o laboral, supondo parceria educativa, em que ambas 
as partes são corresponsáveis pelo aprendizado e pela formação do estudante. 
 
Seção V 
Educação Escolar Indígena 
 
Art. 37. A Educação Escolar Indígena ocorre em unidades educacionais inscritas em suas terras e 
culturas, as quais têm uma realidade singular, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade 
étnico-cultural de cada povo ou comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados 
os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica 
brasileira. 
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das escolas indígenas, é reconhecida a sua 
condição de possuidores de normas e ordenamento jurídico próprios, com ensino intercultural e bilíngue, 
visando à valorização plena das culturas dos povos indígenas e à afirmação e manutenção de sua 
diversidade étnica. 
 
Art. 38. Na organização de escola indígena, deve ser considerada a participação da comunidade, na 
definição do modelo de organização e gestão, bem como: 
I - suas estruturas sociais; 
II - suas práticas socioculturais e religiosas; 
III - suas formas de produção de conhecimento, processos próprios e métodos de ensino-
aprendizagem; 
IV - suas atividades econômicas; 
V - edificação de escolas que atendam aos interesses das comunidades indígenas; 
VI - uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de acordo com o contexto sociocultural de cada 
povo indígena. 
 
Seção VI 
Educação a Distância 
 
Art. 39. A modalidade Educação a Distância caracteriza-se pela mediação didático-pedagógica nos 
processos de ensino e aprendizagem que ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
58 
 
e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou 
tempos diversos. 
 
Art. 40. O credenciamento para a oferta de cursos e programas de Educação de Jovens e Adultos, de 
Educação Especial e de Educação Profissional Técnica de nível médio e Tecnológica, na modalidade a 
distância, compete aos sistemas estaduais de ensino, atendidas a regulamentação federal e as normas 
complementares desses sistemas. 
 
Seção VII 
Educação Escolar Quilombola 
 
Art. 41. A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionaisinscritas em suas 
terras e cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada 
comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a 
base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira. 
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das escolas quilombolas, bem como nas demais, 
deve ser reconhecida e valorizada a diversidade cultural. 
 
TÍTULO VII 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA A ORGANIZAÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES 
NACIONAIS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
Art. 42. São elementos constitutivos para a operacionalização destas Diretrizes o projeto político-
pedagógico e o regimento escolar; o sistema de avaliação; a gestão democrática e a organização da 
escola; o professor e o programa de formação docente. 
 
CAPÍTULO I 
O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E O REGIMENTO ESCOLAR 
 
Art. 43. O projeto político-pedagógico, interdependentemente da autonomia pedagógica, administrativa 
e de gestão financeira da instituição educacional, representa mais do que um documento, sendo um dos 
meios de viabilizar a escola democrática para todos e de qualidade social. 
§ 1º A autonomia da instituição educacional baseia-se na busca de sua identidade, que se expressa 
na construção de seu projeto pedagógico e do seu regimento escolar, enquanto manifestação de seu 
ideal de educação e que permite uma nova e democrática ordenação pedagógica das relações escolares. 
§ 2º Cabe à escola, considerada a sua identidade e a de seus sujeitos, articular a formulação do projeto 
político-pedagógico com os planos de educação - nacional, estadual, municipal -, o contexto em que a 
escola se situa e as necessidades locais e de seus estudantes. 
§ 3º A missão da unidade escolar, o papel socioeducativo, artístico, cultural, ambiental, as questões 
de gênero, etnia e diversidade cultural que compõem as ações educativas, a organização e a gestão 
curricular são componentes integrantes do projeto político-pedagógico, devendo ser previstas as 
prioridades institucionais que a identificam, definindo o conjunto das ações educativas próprias das etapas 
da Educação Básica assumidas, de acordo com as especificidades que lhes correspondam, preservando 
a sua articulação sistêmica. 
 
Art. 44. O projeto político-pedagógico, instância de construção coletiva que respeita os sujeitos das 
aprendizagens, entendidos como cidadãos com direitos à proteção e à participação social, deve 
contemplar: 
I - o diagnóstico da realidade concreta dos sujeitos do processo educativo, contextualizados no espaço 
e no tempo; 
II - a concepção sobre educação, conhecimento, avaliação da aprendizagem e mobilidade escolar; 
III - o perfil real dos sujeitos - crianças, jovens e adultos - que justificam e instituem a vida da e na 
escola, do ponto de vista intelectual, cultural, emocional, afetivo, socioeconômico, como base da reflexão 
sobre as relações vida-conhecimento-cultura-professor-estudante e instituição escolar; 
IV - as bases norteadoras da organização do trabalho pedagógico; 
V - a definição de qualidade das aprendizagens e, por consequência, da escola, no contexto das 
desigualdades que se refletem na escola; 
VI - os fundamentos da gestão democrática, compartilhada e participativa (órgãos colegiados e de 
representação estudantil); 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
59 
 
VII - o programa de acompanhamento de acesso, de permanência dos estudantes e de superação da 
retenção escolar; 
VIII - o programa de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, regentes e não 
regentes; 
IX - as ações de acompanhamento sistemático dos resultados do processo de avaliação interna e 
externa (Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB, Prova Brasil, dados estatísticos, pesquisas 
sobre os sujeitos da Educação Básica), incluindo dados referentes ao IDEB e/ou que complementem ou 
substituam os desenvolvidos pelas unidades da federação e outros; 
X - a concepção da organização do espaço físico da instituição escolar de tal modo que este seja 
compatível com as características de seus sujeitos, que atenda as normas de acessibilidade, além da 
natureza e das finalidades da educação, deliberadas e assumidas pela comunidade educacional. 
 
Art. 45. O regimento escolar, discutido e aprovado pela comunidade escolar e conhecido por todos, 
constitui-se em um dos instrumentos de execução do projeto político-pedagógico, com transparência e 
responsabilidade. 
Parágrafo único. O regimento escolar trata da natureza e da finalidade da instituição, da relação da 
gestão democrática com os órgãos colegiados, das atribuições de seus órgãos e sujeitos, das suas 
normas pedagógicas, incluindo os critérios de acesso, promoção, mobilidade do estudante, dos direitos 
e deveres dos seus sujeitos: estudantes, professores, técnicos e funcionários, gestores, famílias, 
representação estudantil e função das suas instâncias colegiadas. 
 
CAPÍTULO II 
AVALIAÇÃO 
 
Art. 46. A avaliação no ambiente educacional compreende 3 (três) dimensões básicas: 
I - avaliação da aprendizagem; 
II - avaliação institucional interna e externa; 
III - avaliação de redes de Educação Básica. 
 
Seção I 
Avaliação da aprendizagem 
 
Art. 47. A avaliação da aprendizagem baseia-se na concepção de educação que norteia a relação 
professor-estudante-conhecimento-vida em movimento, devendo ser um ato reflexo de reconstrução da 
prática pedagógica avaliativa, premissa básica e fundamental para se questionar o educar, transformando 
a mudança em ato, acima de tudo, político. 
§ 1º A validade da avaliação, na sua função diagnóstica, liga-se à aprendizagem, possibilitando o 
aprendiz a recriar, refazer o que aprendeu, criar, propor e, nesse contexto, aponta para uma avaliação 
global, que vai além do aspecto quantitativo, porque identifica o desenvolvimento da autonomia do 
estudante, que é indissociavelmente ético, social, intelectual. 
§ 2º Em nível operacional, a avaliação da aprendizagem tem, como referência, o conjunto de 
conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emoções que os sujeitos do processo educativo projetam 
para si de modo integrado e articulado com aqueles princípios definidos para a Educação Básica, 
redimensionados para cada uma de suas etapas, bem assim no projeto político-pedagógico da escola. 
§ 3º A avaliação na Educação Infantil é realizada mediante acompanhamento e registro do 
desenvolvimento da criança, sem o objetivo de promoção, mesmo em se tratando de acesso ao Ensino 
Fundamental. 
§ 4º A avaliação da aprendizagem no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, de caráter formativo 
predominando sobre o quantitativo e classificatório, adota uma estratégia de progresso individual e 
contínuo que favorece o crescimento do educando, preservando a qualidade necessária para a sua 
formação escolar, sendo organizada de acordo com regras comuns a essas duas etapas. 
 
Seção II 
Promoção, aceleração de estudos e classificação 
 
Art. 48. A promoção e a classificação no Ensino Fundamental e no Ensino Médio podem ser utilizadas 
em qualquer ano, série, ciclo, módulo ou outra unidade de percurso adotada, exceto na primeira do Ensino 
Fundamental, alicerçando-se na orientação de que a avaliação do rendimento escolar observará os 
seguintes critérios: 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
60 
 
I - avaliação contínua e cumulativa do desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos 
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas 
finais; 
II - possibilidade de aceleração de estudos para estudantes com atraso escolar; 
III - possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; 
IV - aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
V - oferta obrigatória de apoio pedagógico destinado à recuperação contínua e concomitante de 
aprendizagemde estudantes com déficit de rendimento escolar, a ser previsto no regimento escolar. 
 
Art. 49. A aceleração de estudos destina-se a estudantes com atraso escolar, àqueles que, por algum 
motivo, encontram-se em descompasso de idade, por razões como ingresso tardio, retenção, dificuldades 
no processo de ensino-aprendizagem ou outras. 
 
Art. 50. A progressão pode ser regular ou parcial, sendo que esta deve preservar a sequência do 
currículo e observar as normas do respectivo sistema de ensino, requerendo o redesenho da organização 
das ações pedagógicas, com previsão de horário de trabalho e espaço de atuação para professor e 
estudante, com conjunto próprio de recursos didático-pedagógico. 
 
Art. 51. As escolas que utilizam organização por série podem adotar, no Ensino Fundamental, sem 
prejuízo da avaliação do processo ensino-aprendizagem, diversas formas de progressão, inclusive a de 
progressão continuada, jamais entendida como promoção automática, o que supõe tratar o conhecimento 
como processo e vivência que não se harmoniza com a ideia de interrupção, mas sim de construção, em 
que o estudante, enquanto sujeito da ação, está em processo contínuo de formação, construindo 
significados. 
 
Seção III 
Avaliação institucional 
 
Art. 52. A avaliação institucional interna deve ser prevista no projeto político-pedagógico e detalhada 
no plano de gestão, realizada anualmente, levando em consideração as orientações contidas na 
regulamentação vigente, para rever o conjunto de objetivos e metas a serem concretizados, mediante 
ação dos diversos segmentos da comunidade educativa, o que pressupõe delimitação de indicadores 
compatíveis com a missão da escola, além de clareza quanto ao que seja qualidade social da 
aprendizagem e da escola. 
 
Seção IV 
Avaliação de redes de Educação Básica 
 
Art. 53. A avaliação de redes de Educação Básica ocorre periodicamente, é realizada por órgãos 
externos à escola e engloba os resultados da avaliação institucional, sendo que os resultados dessa 
avaliação sinalizam para a sociedade se a escola apresenta qualidade suficiente para continuar 
funcionando como está. 
 
CAPÍTULO III 
GESTÃO DEMOCRÁTICA E ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA 
 
Art. 54. É pressuposto da organização do trabalho pedagógico e da gestão da escola conceber a 
organização e a gestão das pessoas, do espaço, dos processos e procedimentos que viabilizam o 
trabalho expresso no projeto político-pedagógico e em planos da escola, em que se conformam as 
condições de trabalho definidas pelas instâncias colegiadas. 
§ 1º As instituições, respeitadas as normas legais e as do seu sistema de ensino, têm incumbências 
complexas e abrangentes, que exigem outra concepção de organização do trabalho pedagógico, como 
distribuição da carga horária, remuneração, estratégias claramente definidas para a ação didático-
pedagógica coletiva que inclua a pesquisa, a criação de novas abordagens e práticas metodológicas, 
incluindo a produção de recursos didáticos adequados às condições da escola e da comunidade em que 
esteja ela inserida. 
§ 2º É obrigatória a gestão democrática no ensino público e prevista, em geral, para todas as 
instituições de ensino, o que implica decisões coletivas que pressupõem a participação da comunidade 
escolar na gestão da escola e a observância dos princípios e finalidades da educação. 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
61 
 
§ 3º No exercício da gestão democrática, a escola deve se empenhar para constituir-se em espaço 
das diferenças e da pluralidade, inscrita na diversidade do processo tornado possível por meio de relações 
intersubjetivas, cuja meta é a de se fundamentar em princípio educativo emancipador, expresso na 
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber. 
 
Art. 55. A gestão democrática constitui-se em instrumento de horizontalização das relações, de 
vivência e convivência colegiada, superando o autoritarismo no planejamento e na concepção e 
organização curricular, educando para a conquista da cidadania plena e fortalecendo a ação conjunta que 
busca criar e recriar o trabalho da e na escola mediante: 
I - a compreensão da globalidade da pessoa, enquanto ser que aprende, que sonha e ousa, em busca 
de uma convivência social libertadora fundamentada na ética cidadã; 
II - a superação dos processos e procedimentos burocráticos, assumindo com pertinência e relevância: 
os planos pedagógicos, os objetivos institucionais e educacionais, e as atividades de avaliação contínua; 
III - a prática em que os sujeitos constitutivos da comunidade educacional discutam a própria práxis 
pedagógica impregnando-a de entusiasmo e de compromisso com a sua própria comunidade, 
valorizando-a, situando-a no contexto das relações sociais e buscando soluções conjuntas; 
IV - a construção de relações interpessoais solidárias, geridas de tal modo que os professores se 
sintam estimulados a conhecer melhor os seus pares (colegas de trabalho, estudantes, famílias), a expor 
as suas ideias, a traduzir as suas dificuldades e expectativas pessoais e profissionais; 
V - a instauração de relações entre os estudantes, proporcionando-lhes espaços de convivência e 
situações de aprendizagem, por meio dos quais aprendam a se compreender e se organizar em equipes 
de estudos e de práticas esportivas, artísticas e políticas; 
VI - a presença articuladora e mobilizadora do gestor no cotidiano da escola e nos espaços com os 
quais a escola interage, em busca da qualidade social das aprendizagens que lhe caiba desenvolver, com 
transparência e responsabilidade. 
 
CAPÍTULO IV 
O PROFESSOR E A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA 
 
Art. 56. A tarefa de cuidar e educar, que a fundamentação da ação docente e os programas de 
formação inicial e continuada dos profissionais da educação instauram, reflete-se na eleição de um ou 
outro método de aprendizagem, a partir do qual é determinado o perfil de docente para a Educação 
Básica, em atendimento às dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas. 
§ 1º Para a formação inicial e continuada, as escolas de formação dos profissionais da educação, 
sejam gestores, professores ou especialistas, deverão incluir em seus currículos e programas: 
a) o conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação 
para e na cidadania; 
b) a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de interesse da área 
educacional; 
c) a participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e 
instituições de ensino; 
d) a temática da gestão democrática, dando ênfase à construção do projeto político-pedagógico, 
mediante trabalho coletivo de que todos os que compõem a comunidade escolar são responsáveis. 
 
Art. 57. Entre os princípios definidos para a educação nacional está a valorização do profissional da 
educação, com a compreensão de que valorizá-lo é valorizar a escola, com qualidade gestorial, educativa, 
social, cultural, ética, estética, ambiental. 
§ 1º A valorização do profissional da educação escolar vincula-se à obrigatoriedade da garantia de 
qualidade e ambas se associam à exigência de programas de formação inicial e continuada de docentes 
e não docentes, no contexto do conjunto de múltiplas atribuições definidas para os sistemas educativos, 
em que se inscrevem as funções do professor. 
§ 2º Os programas de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, vinculados às 
orientações destas Diretrizes, devem prepará-los para o desempenho de suas atribuições, considerando 
necessário: 
a) além de um conjunto de habilidades cognitivas, saber pesquisar, orientar, avaliar e elaborar 
propostas, isto é, interpretar e reconstruir o conhecimento coletivamente; 
b) trabalhar cooperativamente em equipe; 
c) compreender, interpretar e aplicar a linguagem e os instrumentos produzidos ao longo da evolução 
tecnológica, econômica e organizativa;1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
62 
 
d) desenvolver competências para integração com a comunidade e para relacionamento com as 
famílias. 
 
Art. 58. A formação inicial, nos cursos de licenciatura, não esgota o desenvolvimento dos 
conhecimentos, saberes e habilidades referidas, razão pela qual um programa de formação continuada 
dos profissionais da educação será contemplado no projeto político-pedagógico. 
 
Art. 59. Os sistemas educativos devem instituir orientações para que o projeto de formação dos 
profissionais preveja: 
a) a consolidação da identidade dos profissionais da educação, nas suas relações com a escola e com 
o estudante; 
b) a criação de incentivos para o resgate da imagem social do professor, assim como da autonomia 
docente tanto individual como coletiva; 
c) a definição de indicadores de qualidade social da educação escolar, a fim de que as agências 
formadoras de profissionais da educação revejam os projetos dos cursos de formação inicial e continuada 
de docentes, de modo que correspondam às exigências de um projeto de Nação. 
 
Art. 60. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. 
 
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Porto Velho/RO - Especialista em Educação Supervisão Educacional - 
IBADE/2019) De acordo com a Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010, das Diretrizes Curriculares 
Nacionais, o Ensino Fundamental é uma das etapas da educação básica e está organizado em fases. 
Essas fases são chamadas: 
(A) anos iniciais e anos finais. 
(B) creche e anos iniciais. 
(C) creche e pré-escola. 
(D) pré-escola e anos iniciais. 
(E) pré-escola e anos finais. 
 
02. (Prefeitura de Itapirapuã Paulista/SP - Coordenador Pedagógico - Planexcon/2018) Em 
consonância com a Resolução CNE/CEB nº 4, de 13 de Julho de 2010 que define Diretrizes Curriculares 
Nacionais Gerais para a Educação Básica, leia e analise o fragmento abaixo completando-o: 
A _______________________ é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático 
pedagógico em que temas e eixos temáticos que são integrados à s disciplinas e às áreas ditas 
convencionais, de forma a estarem presentes em todas elas. 
A _______________________ refere-se à dimensão didático pedagógica e difere da 
___________________________, que refere-se à abordagem epistemológica dos objetos de 
conhecimento. Ambas complementam-se, rejeitando a concepção de conhecimento que toma a realidade 
como algo estável, pronto e acabado. 
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do fragmento acima: 
(A) Transversalidade/Transversalidade/Interdisciplinaridade. 
(B) Multidisciplinaridade/Transversalidade/ Interdisciplinaridade. 
(C) Multidisciplinaridade/Pluridisciplinaridade/Interdisciplinaridade. 
(D) Transversalidade/Interdisciplinaridade/ Multidisciplinaridade. 
(E) Interatividade/Transversalidade/Interdisciplinaridade. 
 
03. (Prefeitura de Barretos/SP - Professor II Artes - VUNESP/2018) A função social da educação 
básica coloca em sua centralidade o educando, em sua formação, na sua essência humana. Essa 
concepção deve ser norteadora dos Projetos Políticos-Pedagógicos voltados a cumprir a finalidade, os 
princípios, os objetivos e as diretrizes educacionais (Resolução CNE/CEB n° 4/2010), de cada etapa de 
ensino, fundamentando-se na inseparabilidade dos seus conceitos básicos referenciais: 
(A) educar e cuidar. 
(B) ensinar e avaliar. 
(C) ler e escrever. 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
63 
 
(D) ensinar e aprender. 
(E) entender e demonstrar. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.A / 03.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
Pelo Inciso II do Art. 21: “O Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, 
é organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais...” 
 
02. Resposta: A 
Conforme o Art. 13.: “O currículo, assumindo como referência os princípios educacionais garantidos à 
educação, assegurados no artigo 4º desta Resolução, configura-se como o conjunto de valores e práticas 
que proporcionam a produção, a socialização de significados no espaço social e contribuem intensamente 
para a construção de identidades socioculturais dos educandos. 
[...] 
§ 4º A transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático-pedagógico em 
que temas e eixos temáticos são integrados às disciplinas e às áreas ditas convencionais, de forma a 
estarem presentes em todas elas. 
§ 5º A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam-se, rejeitando a 
concepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado. 
§ 6º A transversalidade refere-se à dimensão didático-pedagógica, e a interdisciplinaridade, à 
abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento.” 
 
03. Resposta: A 
Pelo Art. 6º: “Na Educação Básica, é necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar, em 
sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a função social desse nível da educação, a sua 
centralidade, que é o educando, pessoa em formação na sua essência humana.” 
 
 
 
RESOLUÇÃO Nº 7, DE 14 DE DEZEMBRO DE 201010 
FIXA DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 (NOVE) 
ANOS 
 
O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, de conformidade 
com o disposto na alínea “c” do § 1º do art. 9º da Lei nº 4.024/61, com a redação dada pela Lei nº 9.131/95, 
no art. 32 da Lei nº 9.394/96, na Lei nº 11.274/2006, e com fundamento no Parecer CNE/CEB nº 11/2010, 
homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 9 de 
dezembro de 2010, resolve: 
 
Art. 1º A presente Resolução fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 
9 (nove) anos a serem observadas na organização curricular dos sistemas de ensino e de suas unidades 
escolares. 
 
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos articulam-se 
com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e 
Resolução CNE/CEB nº 4/2010) e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos definidos pelo 
Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas educacionais e a elaboração, 
implementação e avaliação das orientações curriculares nacionais, das propostas curriculares dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, e dos projetos político-pedagógicos das escolas. 
 
10http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf. Acesso em: 10.11.2021. 
9. Resolução nº 7/10 – Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino 
Fundamental de 9 (nove) anos 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
64 
 
Parágrafo único. Estas Diretrizes Curriculares Nacionais aplicam-se a todas as modalidades do Ensino 
Fundamental previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como à Educação do 
Campo, à Educação Escolar Indígena e à Educação Escolar Quilombola. 
 
FUNDAMENTOS 
 
Art. 3º O Ensino Fundamental se traduz como um direito público subjetivo de cada um e como dever 
do Estado e da família na sua oferta a todos. 
 
Art. 4º É dever do Estado garantir a oferta do Ensino Fundamental público, gratuito e de qualidade, 
sem requisito de seleção. 
Parágrafo único. As escolas que ministram esse ensino deverão trabalhar considerando essa etapa da 
educação como aquela capaz de assegurar a cada um e a todos o acesso ao conhecimento e aos 
elementos da cultura imprescindíveis para o seu desenvolvimento pessoal e para a vida em sociedade, 
assim como os benefícios de uma formação comum, independentemente da grande diversidade da 
população escolar e das demandas sociais. 
 
Art. 5º O direito à educação, entendido como um direito inalienável do ser humano, constitui o 
fundamento maior destas Diretrizes. A educação, ao proporcionar o desenvolvimento do potencial 
humano, permiteo exercício dos direitos civis, políticos, sociais e do direito à diferença, sendo ela mesma 
também um direito social, e possibilita a formação cidadã e o usufruto dos bens sociais e culturais. 
§ 1º O Ensino Fundamental deve comprometer-se com uma educação com qualidade social, 
igualmente entendida como direito humano. 
§ 2º A educação de qualidade, como um direito fundamental, é, antes de tudo, relevante, pertinente e 
equitativa. 
I -A relevância reporta-se à promoção de aprendizagens significativas do ponto de vista das exigências 
sociais e de desenvolvimento pessoal. 
II - A pertinência refere-se à possibilidade de atender às necessidades e às características dos 
estudantes de diversos contextos sociais e culturais e com diferentes capacidades e interesses. 
III - A equidade alude à importância de tratar de forma diferenciada o que se apresenta como desigual 
no ponto de partida, com vistas a obter desenvolvimento e aprendizagens equiparáveis, assegurando a 
todos a igualdade de direito à educação. 
§ 3º Na perspectiva de contribuir para a erradicação da pobreza e das desigualdades, a equidade 
requer que sejam oferecidos mais recursos e melhores condições às escolas menos providas e aos 
alunos que deles mais necessitem. Ao lado das políticas universais, dirigidas a todos sem requisito de 
seleção, é preciso também sustentar políticas reparadoras que assegurem maior apoio aos diferentes 
grupos sociais em desvantagem. 
§ 4º A educação escolar, comprometida com a igualdade do acesso de todos ao conhecimento e 
especialmente empenhada em garantir esse acesso aos grupos da população em desvantagem na 
sociedade, será uma educação com qualidade social e contribuirá para dirimir as desigualdades 
historicamente produzidas, assegurando, assim, o ingresso, a permanência e o sucesso na escola, com 
a consequente redução da evasão, da retenção e das distorções de idade/ano/série. 
 
PRINCÍPIOS 
 
Art. 6º Os sistemas de ensino e as escolas adotarão, como norteadores das políticas educativas e das 
ações pedagógicas, os seguintes princípios: 
I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana 
e de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer 
manifestações de preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
II – Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à 
preservação do regime democrático e dos recursos ambientais; da busca da equidade no acesso à 
educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade de 
tratamento para assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes 
necessidades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais. 
III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; do enriquecimento das 
formas de expressão e do exercício da criatividade; da valorização das diferentes manifestações culturais, 
especialmente a da cultura brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias. 
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65 
 
Art. 7º De acordo com esses princípios, e em conformidade com o art. 22 e o art. 32 da Lei nº 9.394/96 
(LDB), as propostas curriculares do Ensino Fundamental visarão desenvolver o educando, assegurar-lhe 
a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe os meios para progredir 
no trabalho e em estudos posteriores, mediante os objetivos previstos para esta etapa da escolarização, 
a saber: 
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da 
leitura, da escrita e do cálculo; 
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da tecnologia e dos 
valores em que se fundamenta a sociedade; 
III– a aquisição de conhecimentos e habilidades, e a formação de atitudes e valores como instrumentos 
para uma visão crítica do mundo; 
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância 
recíproca em que se assenta a vida social. 
 
MATRÍCULA NO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 (NOVE) ANOS E CARGA HORÁRIA 
 
Art. 8º O Ensino Fundamental, com duração de 9 (nove) anos, abrange a população na faixa etária 
dos 6 (seis) aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que, na idade própria, 
não tiveram condições de frequentá-lo. 
§ 1º É obrigatória a matrícula no Ensino Fundamental de crianças com 6 (seis) anos completos ou a 
completar até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, nos termos da Lei e das normas 
nacionais vigentes. 
§ 2º As crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser matriculadas na Educação 
Infantil (Pré-Escola). 
§ 3º A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental regular será de 800 (oitocentas) horas 
relógio, distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar. 
 
CURRÍCULO 
 
Art. 9º O currículo do Ensino Fundamental é entendido, nesta Resolução, como constituído pelas 
experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, 
buscando articular vivências e saberes dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e 
contribuindo para construir as identidades dos estudantes. 
§ 1º O foco nas experiências escolares significa que as orientações e as propostas curriculares que 
provêm das diversas instâncias só terão concretude por meio das ações educativas que envolvem os 
alunos. 
§ 2º As experiências escolares abrangem todos os aspectos do ambiente escolar, aqueles que 
compõem a parte explícita do currículo, bem como os que também contribuem, de forma implícita, para a 
aquisição de conhecimentos socialmente relevantes. Valores, atitudes, sensibilidade e orientações de 
conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por meio de rotinas, rituais, normas de convívio 
social, festividades, pela distribuição do tempo e organização do espaço educativo, pelos materiais 
utilizados na aprendizagem e pelo recreio, enfim, pelas vivências proporcionadas pela escola. 
§ 3º Os conhecimentos escolares são aqueles que as diferentes instâncias que produzem orientações 
sobre o currículo, as escolas e os professores selecionam e transformam a fim de que possam ser 
ensinados e aprendidos, ao mesmo tempo em que servem de elementos para a formação ética, estética 
e política do aluno. 
 
BASE NACIONAL COMUM E PARTE DIVERSIFICADA: COMPLEMENTARIDADE 
 
Art. 10 O currículo do Ensino Fundamental tem uma base nacional comum, complementada em cada 
sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar por uma parte diversificada. 
 
Art. 11 A base nacional comum e a parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental constituem 
um todo integrado e não podem ser consideradas como dois blocos distintos. 
§ 1º A articulação entre a base nacional comum e a parte diversificada do currículo do Ensino 
Fundamental possibilita a sintonia dos interesses mais amplos de formação básica do cidadão com a 
realidade local, as necessidades dos alunos, as características regionais da sociedade, da cultura e da 
economia e perpassa todo o currículo. 
§ 2º Voltados à divulgação de valores fundamentais ao interesse social e à preservação da ordem 
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democrática, os conhecimentos que fazem parte da base nacional comum a que todos devem ter acesso, 
independentemente da região e do lugar em que vivem, asseguram a característica unitária das 
orientações curriculares nacionais, das propostas curriculares dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, e dos projetos político-pedagógicos das escolas. 
§ 3º Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo serão definidos pelos 
sistemas de ensino e pelas escolas, de modo a complementare enriquecer o currículo, assegurando a 
contextualização dos conhecimentos escolares em face das diferentes realidades. 
 
Art. 12 Os conteúdos que compõem a base nacional comum e a parte diversificada têm origem nas 
disciplinas científicas, no desenvolvimento das linguagens, no mundo do trabalho, na cultura e na 
tecnologia, na produção artística, nas atividades desportivas e corporais, na área da saúde e ainda 
incorporam saberes como os que advêm das formas diversas de exercício da cidadania, dos movimentos 
sociais, da cultura escolar, da experiência docente, do cotidiano e dos alunos. 
 
Art. 13 Os conteúdos a que se refere o art. 12 são constituídos por componentes curriculares que, por 
sua vez, se articulam com as áreas de conhecimento, a saber: Linguagens, Matemática, Ciências da 
Natureza e Ciências Humanas. As áreas de conhecimento favorecem a comunicação entre diferentes 
conhecimentos sistematizados e entre estes e outros saberes, mas permitem que os referenciais próprios 
de cada componente curricular sejam preservados. 
 
Art. 14 O currículo da base nacional comum do Ensino Fundamental deve abranger, obrigatoriamente, 
conforme o art. 26 da Lei nº 9.394/96, o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento 
do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino 
da Arte, a Educação Física e o Ensino Religioso. 
 
Art. 15 Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental serão assim organizados em 
relação às áreas de conhecimento: 
I – Linguagens: 
a) Língua Portuguesa; 
b) Língua Materna, para populações indígenas; 
c) Língua Estrangeira moderna; 
d) Arte; e 
e) Educação Física; 
II – Matemática; 
III – Ciências da Natureza; 
IV – Ciências Humanas: 
a) História; 
b) Geografia; 
V – Ensino Religioso. 
§ 1º O Ensino Fundamental deve ser ministrado em língua portuguesa, assegurada também às 
comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem, 
conforme o art. 210, § 2º, da Constituição Federal. 
§ 2º O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias 
para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia. 
§ 3º A história e as culturas indígena e afro-brasileira, presentes, obrigatoriamente, nos conteúdos 
desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar e, em especial, no ensino de Arte, Literatura e História 
do Brasil, assim como a História da África, deverão assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses 
povos para a constituição da nação (conforme art. 26-A da Lei nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 
11.645/2008). Sua inclusão possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população 
escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando os conhecimentos 
comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção de identidades mais plurais e 
solidárias. 
§ 4º A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular Arte, o qual 
compreende também as artes visuais, o teatro e a dança, conforme o § 6º do art. 26 da Lei nº 9.394/96. 
§ 5º A Educação Física, componente obrigatório do currículo do Ensino Fundamental, integra a 
proposta político-pedagógica da escola e será facultativa ao aluno apenas nas circunstâncias previstas 
no § 3º do art. 26 da Lei nº 9.394/96. 
§ 6º O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao aluno, é parte integrante da formação básica do 
cidadão e constitui componente curricular dos horários normais das escolas públicas de Ensino 
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Fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil e vedadas quaisquer 
formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº 9.394/96. 
 
Art. 16 Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, 
a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes e 
contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como na esfera 
individual. Temas como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das 
crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), 
preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação ambiental (Lei nº 9.795/99), 
educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural devem 
permear o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do currículo. 
§ 1º Outras leis específicas que complementam a Lei nº 9.394/96 determinam que sejam ainda 
incluídos temas relativos à condição e aos direitos dos idosos (Lei nº 10.741/2003) e à educação para o 
trânsito. 
§ 2º A transversalidade constitui uma das maneiras de trabalhar os componentes curriculares, as áreas 
de conhecimento e os temas sociais em uma perspectiva integrada, conforme a Diretrizes Curriculares 
Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 
4/2010). 
§ 3º Aos órgãos executivos dos sistemas de ensino compete a produção e a disseminação de materiais 
subsidiários ao trabalho docente, que contribuam para a eliminação de discriminações, racismo, sexismo, 
homofobia e outros preconceitos e que conduzam à adoção de comportamentos responsáveis e solidários 
em relação aos outros e ao meio ambiente. 
 
Art. 17 Na parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental será incluído, obrigatoriamente, a 
partir do 6º ano, o ensino de, pelo menos, uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo 
da comunidade escolar. 
Parágrafo único. Entre as línguas estrangeiras modernas, a língua espanhola poderá ser a opção, nos 
termos da Lei nº 11.161/2005. 
 
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 
 
Art. 18 O currículo do Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração exige a estruturação de um 
projeto educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e de se desenvolver 
das crianças e adolescentes nos diferentes contextos sociais. 
 
Art. 19 Ciclos, séries e outras formas de organização a que se refere a Lei nº 9.394/96 serão 
compreendidos como tempos e espaços interdependentes e articulados entre si, ao longo dos 9 (nove) 
anos de duração do Ensino Fundamental. 
 
GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA COMO GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO 
 
Art. 20 As escolas deverão formular o projeto político-pedagógico e elaborar o regimento escolar de 
acordo com a proposta do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, por meio de processos participativos 
relacionados à gestão democrática. 
§ 1º O projeto político-pedagógico da escola traduz a proposta educativa construída pela comunidade 
escolar no exercício de sua autonomia, com base nas características dos alunos, nos profissionais e 
recursos disponíveis, tendo como referência as orientações curriculares nacionais e dos respectivos 
sistemas de ensino. 
§ 2º Será assegurada ampla participação dos profissionais da escola, da família, dos alunos e da 
comunidade local na definição das orientações imprimidas aos processos educativos e nas formas de 
implementá-las, tendo como apoio um processo contínuo de avaliação das ações, a fim de garantir a 
distribuição social do conhecimento e contribuir para a construção de uma sociedade democrática e 
igualitária. 
§ 3º O regimento escolar deve assegurar as condições institucionais adequadas para a execução do 
projeto político-pedagógico e a oferta de uma educação inclusiva e com qualidade social, igualmente 
garantida a ampla participação da comunidade escolar na sua elaboração. 
§ 4º O projeto político-pedagógico e o regimento escolar, em conformidade com a legislação e as 
normas vigentes, conferirão espaço e tempo para que os profissionais da escola e, em especial, os 
professores, possam participar de reuniões de trabalhocoletivo, planejar e executar as ações educativas 
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de modo articulado, avaliar os trabalhos dos alunos, tomar parte em ações de formação continuada e 
estabelecer contatos com a comunidade. 
§ 5º Na implementação de seu projeto político-pedagógico, as escolas se articularão com as 
instituições formadoras com vistas a assegurar a formação continuada de seus profissionais. 
 
Art. 21 No projeto político-pedagógico do Ensino Fundamental e no regimento escolar, o aluno, centro 
do planejamento curricular, será considerado como sujeito que atribui sentidos à natureza e à sociedade 
nas práticas sociais que vivencia, produzindo cultura e construindo sua identidade pessoal e social. 
Parágrafo único. Como sujeito de direitos, o aluno tomará parte ativa na discussão e na implementação 
das normas que regem as formas de relacionamento na escola, fornecerá indicações relevantes a respeito 
do que deve ser trabalhado no currículo e será incentivado a participar das organizações estudantis. 
 
Art. 22 O trabalho educativo no Ensino Fundamental deve empenhar-se na promoção de uma cultura 
escolar acolhedora e respeitosa, que reconheça e valorize as experiências dos alunos atendendo as suas 
diferenças e necessidades específicas, de modo a contribuir para efetivar a inclusão escolar e o direito 
de todos à educação. 
 
Art. 23 Na implementação do projeto político-pedagógico, o cuidar e o educar, indissociáveis funções 
da escola, resultarão em ações integradas que buscam articular-se, pedagogicamente, no interior da 
própria instituição, e também externamente, com os serviços de apoio aos sistemas educacionais e com 
as políticas de outras áreas, para assegurar a aprendizagem, o bem-estar e o desenvolvimento do aluno 
em todas as suas dimensões. 
 
RELEVÂNCIA DOS CONTEÚDOS, INTEGRAÇÃO E ABORDAGENS 
 
Art. 24 A necessária integração dos conhecimentos escolares no currículo favorece a sua 
contextualização e aproxima o processo educativo das experiências dos alunos. 
§ 1º A oportunidade de conhecer e analisar experiências assentadas em diversas concepções de 
currículo integrado e interdisciplinar oferecerá aos docentes subsídios para desenvolver propostas 
pedagógicas que avancem na direção de um trabalho colaborativo, capaz de superar a fragmentação dos 
componentes curriculares. 
§ 2º Constituem exemplos de possibilidades de integração do currículo, entre outros, as propostas 
curriculares ordenadas em torno de grandes eixos articuladores, projetos interdisciplinares com base em 
temas geradores formulados a partir de questões da comunidade e articulados aos componentes 
curriculares e às áreas de conhecimento, currículos em rede, propostas ordenadas em torno de conceitos-
chave ou conceitos nucleares que permitam trabalhar as questões cognitivas e as questões culturais 
numa perspectiva transversal, e projetos de trabalho com diversas acepções. 
§ 3º Os projetos propostos pela escola, comunidade, redes e sistemas de ensino serão articulados ao 
desenvolvimento dos componentes curriculares e às áreas de conhecimento, observadas as disposições 
contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº 
4/2010, art. 17) e nos termos do Parecer que dá base à presente Resolução. 
 
Art. 25 Os professores levarão em conta a diversidade sociocultural da população escolar, as 
desigualdades de acesso ao consumo de bens culturais e a multiplicidade de interesses e necessidades 
apresentadas pelos alunos no desenvolvimento de metodologias e estratégias variadas que melhor 
respondam às diferenças de aprendizagem entre os estudantes e às suas demandas. 
 
Art. 26 Os sistemas de ensino e as escolas assegurarão adequadas condições de trabalho aos seus 
profissionais e o provimento de outros insumos, de acordo com os padrões mínimos de qualidade 
referidos no inciso IX do art. 4º da Lei nº 9.394/96 e em normas específicas estabelecidas pelo Conselho 
Nacional de Educação, com vistas à criação de um ambiente propício à aprendizagem, com base: 
I – no trabalho compartilhado e no compromisso individual e coletivo dos professores e demais 
profissionais da escola com a aprendizagem dos alunos; 
II – no atendimento às necessidades específicas de aprendizagem de cada um mediante abordagens 
apropriadas; 
III – na utilização dos recursos disponíveis na escola e nos espaços sociais e culturais do entorno; 
IV – na contextualização dos conteúdos, assegurando que a aprendizagem seja relevante e 
socialmente significativa; 
V – no cultivo do diálogo e de relações de parceria com as famílias. 
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Parágrafo único. Como protagonistas das ações pedagógicas, caberá aos docentes equilibrar a ênfase 
no reconhecimento e valorização da experiência do aluno e da cultura local que contribui para construir 
identidades afirmativas, e a necessidade de lhes fornecer instrumentos mais complexos de análise da 
realidade que possibilitem o acesso a níveis universais de explicação dos fenômenos, propiciando-lhes 
os meios para transitar entre a sua e outras realidades e culturas e participar de diferentes esferas da 
vida social, econômica e política. 
 
Art. 27 Os sistemas de ensino, as escolas e os professores, com o apoio das famílias e da comunidade, 
envidarão esforços para assegurar o progresso contínuo dos alunos no que se refere ao seu 
desenvolvimento pleno e à aquisição de aprendizagens significativas, lançando mão de todos os recursos 
disponíveis e criando renovadas oportunidades para evitar que a trajetória escolar discente seja retardada 
ou indevidamente interrompida. 
§ 1º Devem, portanto, adotar as providências necessárias para que a operacionalização do princípio 
da continuidade não seja traduzida como “promoção automática” de alunos de um ano, série ou ciclo para 
o seguinte, e para que o combate à repetência não se transforme em descompromisso com o ensino e a 
aprendizagem. 
§ 2º A organização do trabalho pedagógico incluirá a mobilidade e a flexibilização dos tempos e 
espaços escolares, a diversidade nos agrupamentos de alunos, as diversas linguagens artísticas, a 
diversidade de materiais, os variados suportes literários, as atividades que mobilizem o raciocínio, as 
atitudes investigativas, as abordagens complementares e as atividades de reforço, a articulação entre a 
escola e a comunidade, e o acesso aos espaços de expressão cultural. 
 
Art. 28 A utilização qualificada das tecnologias e conteúdos das mídias como recurso aliado ao 
desenvolvimento do currículo contribui para o importante papel que tem a escola como ambiente de 
inclusão digital e de utilização crítica das tecnologias da informação e comunicação, requerendo o aporte 
dos sistemas de ensino no que se refere à: 
I – provisão de recursos midiáticos atualizados e em número suficiente para o atendimento aos alunos; 
II – adequada formação do professor e demais profissionais da escola. 
 
ARTICULAÇÕES E CONTINUIDADE DA TRAJETÓRIA ESCOLAR 
 
Art. 29 A necessidade de assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens torna 
imperativa a articulação de todas as etapas da educação, especialmente do Ensino Fundamental com a 
Educação Infantil, dos anos iniciais e dos anos finais no interior do Ensino Fundamental, bem como do 
Ensino Fundamental com o Ensino Médio, garantindo a qualidade da Educação Básica. 
§ 1º O reconhecimento do que os alunos já aprenderam antes da sua entrada no Ensino Fundamental 
e a recuperação do caráter lúdico do ensino contribuirão para melhor qualificar a ação pedagógica junto 
às crianças, sobretudo nos anos iniciais dessa etapa da escolarização. 
§ 2º Na passagem dos anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental, especial atenção será 
dada: 
I – pelos sistemas de ensino, ao planejamento da oferta educativa dos alunos transferidos das redes 
municipais para as estaduais; 
II– pelas escolas, à coordenação das demandas específicas feitas pelos diferentes professores aos 
alunos, a fim de que os estudantes possam melhor organizar as suas atividades diante das solicitações 
muito diversas que recebem. 
 
Art. 30 Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: 
I – a alfabetização e o letramento; 
II – o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado da Língua 
Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física, assim como o aprendizado da 
Matemática, da Ciência, da História e da Geografia; 
III – a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e 
os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo e, particularmente, na 
passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro. 
§ 1º Mesmo quando o sistema de ensino ou a escola, no uso de sua autonomia, fizerem opção pelo 
regime seriado, será necessário considerar os três anos iniciais do Ensino Fundamental como um bloco 
pedagógico ou um ciclo sequencial não passível de interrupção, voltado para ampliar a todos os alunos 
as oportunidades de sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindíveis para 
o prosseguimento dos estudos. 
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§ 2º Considerando as características de desenvolvimento dos alunos, cabe aos professores adotar 
formas de trabalho que proporcionem maior mobilidade das crianças nas salas de aula e as levem a 
explorar mais intensamente as diversas linguagens artísticas, a começar pela literatura, a utilizar materiais 
que ofereçam oportunidades de raciocinar, manuseando-os e explorando as suas características e 
propriedades. 
 
Art. 31 Do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, os componentes curriculares Educação Física e Arte 
poderão estar a cargo do professor de referência da turma, aquele com o qual os alunos permanecem a 
maior parte do período escolar, ou de professores licenciados nos respectivos componentes. 
§ 1º Nas escolas que optarem por incluir Língua Estrangeira nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 
o professor deverá ter licenciatura específica no componente curricular. 
§ 2º Nos casos em que esses componentes curriculares sejam desenvolvidos por professores com 
licenciatura específica (conforme Parecer CNE/CEB nº 2/2008), deve ser assegurada a integração com 
os demais componentes trabalhados pelo professor de referência da turma. 
 
AVALIAÇÃO: PARTE INTEGRANTE DO CURRÍCULO 
 
Art. 32 A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela escola como parte integrante 
da proposta curricular e da implementação do currículo, é redimensionadora da ação pedagógica e deve: 
I – assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, 
com vistas a: 
a) Identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar problemas de ensino; 
b) Subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de acordo com as necessidades 
dos alunos, criar condições de intervir de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e 
redirecionar o trabalho docente; 
c) Manter a família informada sobre o desempenho dos alunos; 
d) Reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de avaliação, inclusive em 
instâncias superiores à escola, revendo procedimentos sempre que as reivindicações forem procedentes. 
II – utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais como a observação, o registro descritivo e 
reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercícios, provas, questionários, dentre 
outros, tendo em conta a sua adequação à faixa etária e às características de desenvolvimento do 
educando; 
III – fazer prevalecer os aspectos qualitativos da aprendizagem do aluno sobre os quantitativos, bem 
como os resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais, tal como determina a alínea 
“a” do inciso V do art. 24 da Lei nº 9.394/96; 
IV – assegurar tempos e espaços diversos para que os alunos com menor rendimento tenham 
condições de ser devidamente atendidos ao longo do ano letivo; 
V – prover, obrigatoriamente, períodos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, 
como determina a Lei nº 9.394/96; 
VI – assegurar tempos e espaços de reposição dos conteúdos curriculares, ao longo do ano letivo, aos 
alunos com frequência insuficiente, evitando, sempre que possível, a retenção por faltas; 
VII – possibilitar a aceleração de estudos para os alunos com defasagem idade-série. 
 
Art. 33 Os procedimentos de avaliação adotados pelos professores e pela escola serão articulados às 
avaliações realizadas em nível nacional e às congêneres nos diferentes Estados e Municípios, criadas 
com o objetivo de subsidiar os sistemas de ensino e as escolas nos esforços de melhoria da qualidade 
da educação e da aprendizagem dos alunos. 
§ 1º A análise do rendimento dos alunos com base nos indicadores produzidos por essas avaliações 
deve auxiliar os sistemas de ensino e a comunidade escolar a redimensionarem as práticas educativas 
com vistas ao alcance de melhores resultados. 
§ 2º A avaliação externa do rendimento dos alunos refere-se apenas a uma parcela restrita do que é 
trabalhado nas escolas, de sorte que as referências para o currículo devem continuar sendo as contidas 
nas propostas político-pedagógicas das escolas, articuladas às orientações e propostas curriculares dos 
sistemas, sem reduzir os seus propósitos ao que é avaliado pelos testes de larga escala. 
 
Art. 34 Os sistemas, as redes de ensino e os projetos político-pedagógicos das escolas devem 
expressar com clareza o que é esperado dos alunos em relação à sua aprendizagem. 
 
Art. 35 Os resultados de aprendizagem dos alunos devem ser aliados à avaliação das escolas e de 
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71 
 
seus professores, tendo em conta os parâmetros de referência dos insumos básicos necessários à 
educação de qualidade para todos nesta etapa da educação e respectivo custo aluno-qualidade inicial 
(CAQi), consideradas inclusive as suas modalidades e as formas diferenciadas de atendimento como a 
Educação do Campo, a Educação Escolar Indígena, a Educação Escolar Quilombola e as escolas de 
tempo integral. 
Parágrafo único. A melhoria dos resultados de aprendizagem dos alunos e da qualidade da educação 
obriga: 
I – os sistemas de ensino a incrementarem os dispositivos da carreira e de condições de exercício e 
valorização do magistério e dos demais profissionais da educação e a oferecerem os recursos e apoios 
que demandam as escolas e seus profissionais para melhorar a sua atuação; 
II – as escolas a uma apreciação mais ampla das oportunidades educativas por elas oferecidas aos 
educandos, reforçando a sua responsabilidade de propiciar renovadas oportunidades e incentivos aos 
que delas mais necessitem. 
 
A EDUCAÇÃO EM ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL 
 
Art. 36 Considera-se como de período integral a jornada escolar que se organiza em 7 (sete) horas 
diárias, no mínimo, perfazendo uma carga horária anual de, pelo menos, 1.400 (mil e quatrocentas) horas. 
Parágrafo único. As escolas e, solidariamente, os sistemas de ensino, conjugarão esforços objetivando 
o progressivo aumento da carga horária mínima diária e, consequentemente, da carga horária anual, com 
vistas à maior qualificação do processo de ensino-aprendizagem, tendo como horizonte o atendimento 
escolar em período integral. 
 
Art. 37 A proposta educacional da escola de tempo integral promoverá a ampliação de tempos, 
espaços e oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar e cuidar entre os 
profissionais da escola e de outras áreas, as famílias e outros atores sociais, sob a coordenação da escola 
e de seus professores, visando alcançar a melhoria da qualidade da aprendizagem e da convivência 
sociale diminuir as diferenças de acesso ao conhecimento e aos bens culturais, em especial entre as 
populações socialmente mais vulneráveis. 
§ 1º O currículo da escola de tempo integral, concebido como um projeto educativo integrado, implica 
a ampliação da jornada escolar diária mediante o desenvolvimento de atividades como o 
acompanhamento pedagógico, o reforço e o aprofundamento da aprendizagem, a experimentação e a 
pesquisa científica, a cultura e as artes, o esporte e o lazer, as tecnologias da comunicação e informação, 
a afirmação da cultura dos direitos humanos, a preservação do meio ambiente, a promoção da saúde, 
entre outras, articuladas aos componentes curriculares e às áreas de conhecimento, a vivências e práticas 
socioculturais. 
§ 2º As atividades serão desenvolvidas dentro do espaço escolar conforme a disponibilidade da escola, 
ou fora dele, em espaços distintos da cidade ou do território em que está situada a unidade escolar, 
mediante a utilização de equipamentos sociais e culturais aí existentes e o estabelecimento de parcerias 
com órgãos ou entidades locais, sempre de acordo com o respectivo projeto político-pedagógico. 
§ 3º Ao restituir a condição de ambiente de aprendizagem à comunidade e à cidade, a escola estará 
contribuindo para a construção de redes sociais e de cidades educadoras. 
§ 4º Os órgãos executivos e normativos da União e dos sistemas estaduais e municipais de educação 
assegurarão que o atendimento dos alunos na escola de tempo integral possua infraestrutura adequada 
e pessoal qualificado, além do que, esse atendimento terá caráter obrigatório e será passível de avaliação 
em cada escola. 
 
EDUCAÇÃO DO CAMPO, EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E EDUCAÇÃO ESCOLAR 
QUILOMBOLA 
 
Art. 38 A Educação do Campo, tratada como educação rural na legislação brasileira, incorpora os 
espaços da floresta, da pecuária, das minas e da agricultura e se estende, também, aos espaços 
pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e extrativistas, conforme as Diretrizes para a Educação Básica do 
Campo. 
 
Art. 39 A Educação Escolar Indígena e a Educação Escolar Quilombola são, respectivamente, 
oferecidas em unidades educacionais inscritas em suas terras e culturas e, para essas populações, estão 
assegurados direitos específicos na Constituição Federal que lhes permitem valorizar e preservar as suas 
culturas e reafirmar o seu pertencimento étnico. 
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§ 1º As escolas indígenas, atendendo a normas e ordenamentos jurídicos próprios e a Diretrizes 
Curriculares Nacionais específicas, terão ensino intercultural e bilíngue, com vistas à afirmação e à 
manutenção da diversidade étnica e linguística, assegurarão a participação da comunidade no seu 
modelo de edificação, organização e gestão, e deverão contar com materiais didáticos produzidos de 
acordo com o contexto cultural de cada povo (Parecer CNE/CEB nº 14/99 e Resolução CNE/CEB nº 3/99). 
§ 2º O detalhamento da Educação Escolar Quilombola deverá ser definido pelo Conselho Nacional de 
Educação por meio de Diretrizes Curriculares Nacionais específicas. 
 
Art. 40 O atendimento escolar às populações do campo, povos indígenas e quilombolas requer respeito 
às suas peculiares condições de vida e a utilização de pedagogias condizentes com as suas formas 
próprias de produzir conhecimentos, observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a 
Educação Básica (Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 4/2010). 
§ 1º As escolas das populações do campo, dos povos indígenas e dos quilombolas, ao contar com a 
participação ativa das comunidades locais nas decisões referentes ao currículo, estarão ampliando as 
oportunidades de: 
I - reconhecimento de seus modos próprios de vida, suas culturas, tradições e memórias coletivas, 
como fundamentais para a constituição da identidade das crianças, adolescentes e adultos; 
II – valorização dos saberes e do papel dessas populações na produção de conhecimentos sobre o 
mundo, seu ambiente natural e cultural, assim como as práticas ambientalmente sustentáveis que 
utilizam; 
III – reafirmação do pertencimento étnico, no caso das comunidades quilombolas e dos povos 
indígenas, e do cultivo da língua materna na escola para estes últimos, como elementos importantes de 
construção da identidade; 
IV – flexibilização, se necessário, do calendário escolar, das rotinas e atividades, tendo em conta as 
diferenças relativas às atividades econômicas e culturais, mantido o total de horas anuais obrigatórias no 
currículo; 
V – superação das desigualdades sociais e escolares que afetam essas populações, tendo por garantia 
o direito à educação; 
§ 2º Os projetos político-pedagógicos das escolas do campo, indígenas e quilombolas devem 
contemplar a diversidade nos seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, éticos e estéticos, 
de gênero, geração e etnia. 
§ 3º As escolas que atendem a essas populações deverão ser devidamente providas pelos sistemas 
de ensino de materiais didáticos e educacionais que subsidiem o trabalho com a diversidade, bem como 
de recursos que assegurem aos alunos o acesso a outros bens culturais e lhes permitam estreitar o 
contato com outros modos de vida e outras formas de conhecimento. 
§ 4º A participação das populações locais pode também subsidiar as redes escolares e os sistemas 
de ensino quanto à produção e à oferta de materiais escolares e no que diz respeito a transporte e a 
equipamentos que atendam as características ambientais e socioculturais das comunidades e as 
necessidades locais e regionais. 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Art. 41 O projeto político-pedagógico da escola e o regimento escolar, amparados na legislação 
vigente, deverão contemplar a melhoria das condições de acesso e de permanência dos alunos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades nas classes comuns do ensino 
regular, intensificando o processo de inclusão nas escolas públicas e privadas e buscando a 
universalização do atendimento. 
Parágrafo único. Os recursos de acessibilidade são aqueles que asseguram condições de acesso ao 
currículo dos alunos com deficiência e mobilidade reduzida, por meio da utilização de materiais didáticos, 
dos espaços, mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e 
outros serviços. 
 
Art. 42 O atendimento educacional especializado aos alunos da Educação Especial será promovido e 
expandido com o apoio dos órgãos competentes. Ele não substitui a escolarização, mas contribui para 
ampliar o acesso ao currículo, ao proporcionar independência aos educandos para a realização de tarefas 
e favorecer a sua autonomia. 
Parágrafo único. O atendimento educacional especializado poderá ser oferecido no contra turno, em 
salas de recursos multifuncionais na própria escola, em outra escola ou em centros especializados e será 
implementado por professores e profissionais com formação especializada, de acordo com plano de 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
73 
 
atendimento aos alunos que identifique suas necessidades educacionais específicas, defina os recursos 
necessários e as atividades a serem desenvolvidas. 
 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
Art. 43 Os sistemas de ensino assegurarão, gratuitamente, aos jovens e adultos que não puderam 
efetuar os estudos na idade própria, oportunidades educacionais adequadas às suas características, 
interesses, condições de vida e de trabalho mediante cursos e exames, conforme estabelece o art. 37, § 
1º, da Lei nº 9.394/96. 
 
Art. 44 A Educação de Jovens e Adultos, voltada para a garantia de formação integral, da alfabetização 
às diferentes etapas da escolarização ao longo da vida, inclusive àqueles em situação de privação de 
liberdade, é pautada pela inclusão e pela qualidade social e requer: 
I – um processo de gestão e financiamento que lhe assegure isonomia em relação ao Ensino 
Fundamental regular;II – um modelo pedagógico próprio que permita a apropriação e a contextualização das Diretrizes 
Curriculares Nacionais; 
III – a implantação de um sistema de monitoramento e avaliação; 
IV – uma política de formação permanente de seus professores; 
V – maior alocação de recursos para que seja ministrada por docentes licenciados. 
 
Art. 45 A idade mínima para o ingresso nos cursos de Educação de Jovens e Adultos e para a 
realização de exames de conclusão de EJA será de 15 (quinze) anos completos (Parecer CNE/CEB nº 
6/2010 e Resolução CNE/CEB nº 3/2010). 
Parágrafo único. Considerada a prioridade de atendimento à escolarização obrigatória, para que haja 
oferta capaz de contemplar o pleno atendimento dos adolescentes, jovens e adultos na faixa dos 15 
(quinze) anos ou mais, com defasagem idade/série, tanto na sequência do ensino regular, quanto em 
Educação de Jovens e Adultos, assim como nos cursos destinados à formação profissional, torna-se 
necessário: 
I – fazer a chamada ampliada dos estudantes em todas as modalidades do Ensino Fundamental; 
II – apoiar as redes e os sistemas de ensino a estabelecerem política própria para o atendimento 
desses estudantes, que considere as suas potencialidades, necessidades, expectativas em relação à 
vida, às culturas juvenis e ao mundo do trabalho, inclusive com programas de aceleração da 
aprendizagem, quando necessário; 
III – incentivar a oferta de Educação de Jovens e Adultos nos períodos diurno e noturno, com avaliação 
em processo. 
 
Art. 46 A oferta de cursos de Educação de Jovens e Adultos, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 
será presencial e a sua duração ficará a critério de cada sistema de ensino, nos termos do Parecer 
CNE/CEB nº 29/2006, tal como remete o Parecer CNE/CEB nº 6/2010 e a Resolução CNE/CEB nº 3/2010. 
Nos anos finais, ou seja, do 6º ano ao 9º ano, os cursos poderão ser presenciais ou a distância, 
devidamente credenciados, e terão 1.600 (mil e seiscentas) horas de duração. 
Parágrafo único. Tendo em conta as situações, os perfis e as faixas etárias dos adolescentes, jovens 
e adultos, o projeto político-pedagógico da escola e o regimento escolar viabilizarão um modelo 
pedagógico próprio para essa modalidade de ensino que permita a apropriação e a contextualização das 
Diretrizes Curriculares Nacionais, assegurando: 
I – a identificação e o reconhecimento das formas de aprender dos adolescentes, jovens e adultos e a 
valorização de seus conhecimentos e experiências; 
II – a distribuição dos componentes curriculares de modo a proporcionar um patamar igualitário de 
formação, bem como a sua disposição adequada nos tempos e espaços educativos, em face das 
necessidades específicas dos estudantes. 
 
Art. 47 A inserção de Educação de Jovens e Adultos no Sistema Nacional de Avaliação da Educação 
Básica, incluindo, além da avaliação do rendimento dos alunos, a aferição de indicadores institucionais 
das redes públicas e privadas, concorrerá para a universalização e a melhoria da qualidade do processo 
educativo. 
 
 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
74 
 
A IMPLEMENTAÇÃO DESTAS DIRETRIZES: COMPROMISSO SOLIDÁRIO DOS SISTEMAS E 
REDES DE ENSINO 
 
Art. 48 Tendo em vista a implementação destas Diretrizes, cabe aos sistemas e às redes de ensino 
prover: 
I – os recursos necessários à ampliação dos tempos e espaços dedicados ao trabalho educativo nas 
escolas e a distribuição de materiais didáticos e escolares adequados; 
II – a formação continuada dos professores e demais profissionais da escola em estreita articulação 
com as instituições responsáveis pela formação inicial, dispensando especiais esforços quanto à 
formação dos docentes das modalidades específicas do Ensino Fundamental e àqueles que trabalham 
nas escolas do campo, indígenas e quilombolas; 
III – a coordenação do processo de implementação do currículo, evitando a fragmentação dos projetos 
educativos no interior de uma mesma realidade educacional; 
IV – o acompanhamento e a avaliação dos programas e ações educativas nas respectivas redes e 
escolas e o suprimento das necessidades detectadas. 
 
Art. 49 O Ministério da Educação, em articulação com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, 
deverá encaminhar ao Conselho Nacional de Educação, precedida de consulta pública nacional, proposta 
de expectativas de aprendizagem dos conhecimentos escolares que devem ser atingidas pelos alunos 
em diferentes estágios do Ensino Fundamental (art. 9º, § 3º, desta Resolução). 
Parágrafo único. Cabe, ainda, ao Ministério da Educação elaborar orientações e oferecer outros 
subsídios para a implementação destas Diretrizes. 
 
Art. 50 A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando- se as 
disposições em contrário, especialmente a Resolução CNE/CEB nº 2, de 7 de abril de 1998. 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Buritizal/SP - Professor de Educação Básica II – Geografia – VUNESP/2018) 
De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 7/2010, art. 6º, os sistemas de ensino e as escolas adotarão, 
como norteadores das políticas educativas e das ações pedagógicas, os princípios éticos, políticos e 
estéticos. Com relação aos princípios estéticos, é correto afirmar que, entre outros aspectos, se referem 
(A) à justiça, à solidariedade, à liberdade e à autonomia; bem como ao respeito da dignidade da 
pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos. 
(B) à promoção de aprendizagens significativas do ponto de vista das exigências sociais e de 
desenvolvimento pessoal. 
(C) à possibilidade de atender às necessidades e às características dos estudantes de diversos 
contextos sociais e culturais e com diferentes capacidades e interesses. 
(D) ao cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade e à construção de identidades 
plurais e solidárias. 
(E) ao reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à 
preservação do regime democrático e dos recursos ambientais. 
 
02. (Prefeitura de Valinhos/SP - Vice-Diretor de Unidade Educacional – VUNESP/2019) A 
Resolução CNE/CEB nº 07/2010, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino 
Fundamental de 9 anos, afirma em seu artigo 5º, parágrafo 2º, que a educação de qualidade como um 
direito fundamental é, antes de tudo, relevante, pertinente e equitativa. De acordo com o inciso 2º, 
parágrafo 2º, artigo 5º da Resolução CNE/CEB nº 07/2010, é correto afirmar que a pertinência refere-se 
à 
(A) importância de tratar de forma diferenciada o que se apresenta como desigual no ponto de partida, 
com vistas a obter desenvolvimento e aprendizagens equiparáveis, assegurando a todos a igualdade de 
direito à educação. 
(B) promoção de aprendizagens significativas do ponto de vista das exigências sociais e de 
desenvolvimento pessoal. 
(C) compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da tecnologia e dos 
valores em que se fundamenta a sociedade e a escola. 
(D) possibilidade de atender às necessidades e às características dos estudantes de diversos 
contextos sociais e culturais e com diferentes capacidades e interesses. 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
75 
 
(E) valorização pelos educadores e educandos dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao 
bem comum; da preservação do regime democrático e dos recursos ambientais. 
 
03. (Prefeitura de Barretos/SP - Professor II – Artes – VUNESP/2018) As Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos (Resolução CNE/CEB n° 07/2010), admitindo 
que as orientações e as propostas curriculares que provêm de diversas instâncias só terão concretude 
por meio das ações educativas que envolvem os alunos, definem como foco do currículo do ensino 
fundamental 
(A) as atividades da gestão escolar. 
(B) a ação da coordenação pedagógica. 
(C) o controle das atividades pelos pais. 
(D) a participação de todos na escola. 
(E) as experiênciasescolares. 
 
Gabarito 
 
01.D / 02.D / 03.E 
 
Comentários 
 
01. Resposta: D 
O inciso III do Art. 6 trata a respeito dos princípios estéticos: 
“III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; do enriquecimento das 
formas de expressão e do exercício da criatividade; da valorização das diferentes manifestações culturais, 
especialmente a da cultura brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias.” 
 
02. Resposta: D 
De acordo com o segundo parágrafo do Art 5º e seu inciso II: 
“§ 2º A educação de qualidade, como um direito fundamental, é, antes de tudo, relevante, pertinente e 
equitativa. 
[...] 
II - A pertinência refere-se à possibilidade de atender às necessidades e às características dos 
estudantes de diversos contextos sociais e culturais e com diferentes capacidades e interesses.” 
 
03. Resposta: E 
Conforme o § 1º do Art. 9: 
“§ 1º O foco nas experiências escolares significa que as orientações e as propostas curriculares que 
provêm das diversas instâncias só terão concretude por meio das ações educativas que envolvem os 
alunos.” 
 
 
 
PARECER CNE/CEB Nº: 11/201011 
 
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 (NOVE) ANOS 
 
I - RELATÓRIO 
 
1. Histórico 
 
Pedra angular da Educação Básica, o Ensino Fundamental tem constituído foco central da luta pelo 
direito à educação. Em consequência, no Brasil, nos últimos anos, sua organização e seu funcionamento 
têm sido objeto de mudanças que se refletem nas expectativas de melhoria de sua qualidade e de 
ampliação de sua abrangência, consubstanciadas em novas leis, normas, sistemas de financiamento, 
 
11 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6324-pceb011-10&category_slug=agosto-2010-pdf&Itemid=30192 
10. Parecer nº 11/2010 que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais 
para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos 
 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
76 
 
sistemas de avaliação e monitoramento, programas de formação e aperfeiçoamento de professores e, o 
mais importante, em preocupações cada vez mais acentuadas quanto à necessidade de um currículo e 
de novos projetos político-pedagógicos que sejam capazes de dar conta dos grandes desafios 
educacionais da contemporaneidade. 
Entre as mudanças recentes mais significativas, atenção especial passou a ser dada à ampliação do 
Ensino Fundamental para 9 (nove) anos de duração, mediante a matrícula obrigatória de crianças com 6 
(seis) anos de idade, objeto da Lei nº 11.274/2006. Sobre isso, o Conselho Nacional de Educação (CNE), 
pelos esforços da Câmara de Educação Básica (CEB), vem produzindo um conjunto de normas 
orientadoras para as escolas, seus professores, alunos e suas famílias, bem como para os órgãos 
executivos e normativos das redes e sistemas de ensino. Em todas essas orientações, o CNE tem 
insistido que a implantação do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos de duração implica na elaboração 
de um novo currículo e de um novo projeto político-pedagógico. 
Além das urgências provocadas por essas mudanças, as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para 
o Ensino Fundamental (Parecer CNE/CEB nº 4/98 e Resolução CNE/CEB nº 2/98), vigentes desde 1998, 
já vinham exigindo uma acurada revisão com vistas à sua atualização. 
No primeiro semestre de 2009, o Sr. Ministro da Educação, Fernando Haddad, solicitou ao CNE que o 
Colegiado desse prioridade a esse esforço revisor e atualizador, incumbindo a Secretaria de Educação 
Básica do MEC de preparar um documento inicial de referência sobre Diretrizes Curriculares Nacionais 
para o Ensino Fundamental, destinado a subsidiar os estudos e debates que se seguiriam. 
Desde então, uma intensa jornada de trabalho foi organizada e implementada. Ao receber o documento 
ministerial, a Câmara de Educação Básica do CNE constituiu uma comissão formada pelas conselheiras 
Clélia Brandão Alvarenga Craveiro, Regina Vinhaes Gracindo e por este Relator (Portaria CNE/CEB nº 5, 
de 8 de dezembro de 2009). E, consoante o padrão de trabalho que vem sendo adotado por este 
Colegiado no trato de todos os temas relevantes sob a sua responsabilidade normativa, foi organizada 
uma série de audiências públicas e reuniões técnicas de modo a proporcionar a necessária participação 
de todos os segmentos e instituições educacionais das diferentes regiões do Brasil. Propostas foram 
intensamente debatidas, críticas foram acolhidas e ideias incorporadas. Nos últimos meses, o CNE 
realizou três audiências públicas nacionais (Salvador: 12/3/2010, Brasília: 5/4/2010, e São Paulo: 
16/4/2010), com a participação ativa da Secretaria de Educação Básica do MEC (SEB/MEC), Secretaria 
de Educação Especial do MEC (SEESP/MEC), do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de 
Educação (CONSED), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), da União 
Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais 
de Educação (FNCEE), da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação 
(ANFOPE), da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE), da Associação 
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), da Confederação Nacional de 
Trabalhadores em Educação (CNTE), do Fórum de Diretores de Centros, Faculdades e Departamentos 
de Educação das Universidades Públicas Brasileiras (FORUMDIR), da Sociedade Brasileira pelo 
Progresso da Ciência (SBPC), da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, da 
Comissão de Educação do Senado Federal, de coordenadores estaduais do Ensino Fundamental, entre 
outros, além de professores, pesquisadores, dirigentes municipais e estaduais de ensino, bem como de 
representantes de escolas privadas. Para a discussão dessas Diretrizes, foram também realizadas duas 
reuniões com coordenadores de Ensino Fundamental das Secretarias Estaduais de Educação, em 
Brasília e Florianópolis, e inúmeras reuniões de trabalho com técnicos e dirigentes do MEC, contando 
com as contribuições diretas da Secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda Almeida 
e Silva, do Diretor de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica, Carlos Artexes 
Simões, da Coordenadora de Ensino Fundamental, Edna Martins Borges, bem como de outros 
integrantes de suas equipes. 
Os subsídios referentes ao currículo do Ensino Fundamental enviados pelo MEC a este Colegiado 
contaram com a colaboração das professoras Lucíola Licínio Santos, da Universidade Federal de Minas 
Gerais, e Elba Siqueira de Sá Barretto, da Universidade de São Paulo e da Fundação Carlos Chagas. 
Esta última também assessorou a Câmara de Educação Básica do CNE e, especialmente, este Relator, 
na redação das diferentes minutas de Parecer e Projeto de Resolução destas Diretrizes. 
Um documento produzido dessa forma, portanto, não é obra de um autor, mas obra coletiva. Do mesmo 
modo, o currículo, o projeto político- pedagógico, os programas e projetos educacionais, matéria prima 
do trabalho criativo dos professores e das escolas, devem ter por base a abordagem democrática e 
participativa na sua concepção e implementação. 
Diretrizes Curriculares definidas em norma nacional pelo Conselho Nacional de Educação são 
orientações que devem ser necessariamente observadas na elaboração dos currículos e dos projetos 
político-pedagógicos das escolas. Essa elaboração é, contudo, de responsabilidade das escolas, seus 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
77 
 
professores, dirigentes e funcionários, com a indispensável participação das famílias e dos estudantes. 
É, também, responsabilidade dos gestores e órgãos normativos das redes e dos sistemas de ensino, 
consideradas a autonomia e a responsabilidade conferidas pela legislação brasileira a cada instância. O 
que se espera é que esse documento contribua efetivamente para o êxito desse trabalho e, assim, para 
a melhoriada qualidade do Ensino Fundamental brasileiro, um direito de todos. 
Por fim, cumpre esclarecer que o presente Parecer e seu Projeto de Resolução não completam o 
trabalho concebido pela Câmara de Educação Básica do CNE para a elaboração das novas Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Etapa complementar e importante será iniciada nos 
próximos meses a partir de nova contribuição proveniente do Ministério da Educação. De comum acordo 
quando da redação dos termos dessas Diretrizes, o MEC se compromete a enviar a este Colegiado 
propostas de expectativas de aprendizagem dos conhecimentos escolares que devem ser atingidas pelos 
alunos em diferentes estágios do Ensino Fundamental. Portanto, em complementação, um novo Parecer 
e um novo Projeto de Resolução com essas expectativas de aprendizagem serão objeto de elaboração 
do CNE nos próximos meses. 
 
2. Fundamentos 
 
O direito à educação como fundamento maior destas Diretrizes 
O Ensino Fundamental, de frequência compulsória, é uma conquista resultante da luta pelo direito à 
educação travada nos países do ocidente ao longo dos dois últimos séculos por diferentes grupos sociais, 
entre os quais avultam os setores populares. Esse direito está fortemente associado ao exercício da 
cidadania, uma vez que a educação como processo de desenvolvimento do potencial humano garante o 
exercício dos direitos civis, políticos e sociais. De acordo com Cury (2002), seja por razões políticas, seja 
por razões ligadas ao indivíduo, a educação foi tida historicamente como um canal de acesso aos bens 
sociais e à luta política e, como tal, também um caminho de emancipação do indivíduo. Pelo leque de 
campos atingidos pela educação, ela tem sido considerada, segundo o ponto de vista dos diferentes 
grupos sociais, ora como síntese dos direitos civis, políticos e sociais, ora como fazendo parte de cada 
um desses direitos. 
Resumidamente, pode-se dizer que os direitos civis dizem respeito aos direitos do indivíduo garantidos 
pela legislação de cada país, como por exemplo, o direito à privacidade, à liberdade de opinião e de 
crenças e o direito à defesa diante de qualquer acusação. A luta pelos direitos civis baseou-se, 
historicamente, na luta pela igualdade, perante a Lei, de todas as camadas da população, independente 
de origem social, credo religioso, cor, etnia, gênero e orientação sexual. Assim, a educação é um direito 
civil por ser garantida pela legislação brasileira como direito do indivíduo, independentemente de sua 
situação econômica, social e cultural. 
O direito político, indo muito além do direito de votar e ser votado, está relacionado com a inserção 
plena do conjunto de indivíduos nos processos decisórios que ocorrem nas diferentes esferas da vida 
pública. Implica, ainda, o reconhecimento de que os cidadãos, mais do que portadores de direitos, são 
criadores de novos direitos e de novos espaços para expressá-los. A educação é, portanto, também um 
direito político porque a real participação na vida pública exige que os indivíduos, dentre outras coisas, 
estejam informados, saibam analisar posições divergentes, saibam elaborar críticas e se posicionar, 
tenham condições de fazer valer suas reivindicações por meio do diálogo e de assumir responsabilidades 
e obrigações, habilidades que cabe também à escola desenvolver. Outrossim, importância é dada 
também à educação por razões políticas associadas à necessidade de preservar o regime democrático. 
Já os direitos sociais se referem aos direitos que dependem da ação do Estado para serem 
concretizados e estão associados, fundamentalmente, à melhoria das condições de vida do conjunto da 
população, relacionando-se com a questão da igualdade social. São exemplos de direito social, o próprio 
direito à educação, à moradia, à saúde, ao trabalho etc. 
Nas últimas décadas, tem se firmado, ainda, como resultado de movimentos sociais, o direito à 
diferença, como também tem sido chamado o direito de grupos específicos verem atendidas suas 
demandas, não apenas de natureza social, mas também individual. Ele tem como fundamento a ideia de 
que devem ser consideradas e respeitadas as diferenças que fazem parte do tecido social e assegurado 
lugar à sua expressão. O direito à diferença, assegurado no espaço público, significa não apenas a 
tolerância ao outro, aquele que é diferente de nós, mas implica a revisão do conjunto dos padrões sociais 
de relações da sociedade, exigindo uma mudança que afeta a todos, o que significa que a questão da 
identidade e da diferença tem caráter político. O direito à diferença se manifesta por meio da afirmação 
dos direitos das crianças, das mulheres, dos jovens, dos homossexuais, dos negros, dos indígenas, das 
pessoas com deficiência, entre outros, que para de fato se efetivarem, necessitam ser socialmente 
reconhecidos. 
1707891 E-book gerado especialmente para THALIA DA SILVA CONCEICAO SOUZA
 
78 
 
Trata-se, portanto, de compreender como as identidades e as diferenças são construídas e que 
mecanismos e instituições estão implicados na construção das identidades, determinando a valorização 
de uns e o desprestígio de outros. É nesse contexto que emerge a defesa de uma educação multicultural. 
Os direitos civis, políticos e sociais focalizam, pois, direta ou indiretamente, o tratamento igualitário, e 
estão em consonância com a temática da igualdade social. Já o direito à diferença busca garantir que, 
em nome da igualdade, não se desconsiderem as diferenças culturais, de cor/raça/etnia, gênero, idade, 
orientação sexual, entre outras. Em decorrência, espera-se que a escola esteja atenta a essas diferenças, 
a fim de que em torno delas não se construam mecanismos de exclusão que impossibilitem a 
concretização do direito à educação, que é um direito de todos. 
Todos esses direitos estão englobados nos direitos humanos, cuja característica é a de serem 
universais e sem distinção de espécie alguma, uma vez que decorrem da dignidade intrínseca a todo o 
ser humano. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações 
Unidas (ONU), em 1948, a educação tem por objetivo o pleno desenvolvimento da pessoa humana e o 
fortalecimento do respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, aos quais, posteriormente, 
se agrega a necessidade de capacitar a todos para participarem efetivamente de uma sociedade livre. Na 
Convenção sobre os Direitos da Criança, celebrada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância 
(UNICEF), em 1989, acrescenta-se, ainda, a finalidade de incutir no educando o respeito ao meio 
ambiente natural, à sua identidade cultural e aos valores nacionais e de outras civilizações. 
A Constituição Federal de 1988, ao reconhecer esses direitos, traduz a adesão da Nação a princípios 
e valores amplamente compartilhados no concerto internacional. O inciso I do art. nº 208 da Carta Magna, 
Seção da Educação, declara que o dever do Estado se efetiva com a garantia do “Ensino Fundamental 
obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram 
acesso na idade própria”. Por sua vez, o § 1º desse mesmo artigo afirma que “o acesso ao ensino 
obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”. 
Por ser direito público subjetivo, o Ensino Fundamental exige que o Estado determine a sua 
obrigatoriedade, que só pode ser garantida por meio da gratuidade de ensino, o que irá permitir o usufruto 
desse direito por parte daqueles que se virem privados dele. 
Se essa etapa de ensino, sendo um direito fundamental, é direito do cidadão, uma vez que constitui 
uma garantia mínima de formação para a vida pessoal, social e política. É dever do Estado, dos sistemas 
de ensino e das escolas assegurarem que todos a ela tenham acesso e que a cursem integralmente, 
chegando até à conclusão do processo de escolarização que lhe corresponde. Além disso, todos têm o 
direito de obter o domínio dos conhecimentos escolares previstos para essa etapa e de adquiriros valores, 
atitudes e habilidades derivados desses conteúdos e das interações que ocorrem no processo educativo. 
 
A oferta de uma educação com qualidade social 
O Ensino Fundamental foi, durante a maior parte do século XX, o único grau de ensino a que teve 
acesso a grande maioria da população. Em 1989, já na virada da última década, portanto, a proporção 
de suas matrículas ainda representava mais de ¾ do total de alunos atendidos pelos sistemas escolares 
brasileiros em todas as etapas de ensino. Em 2009, o perfil seletivo da nossa escola havia se atenuado 
um pouco, com a expansão do acesso às diferentes etapas da escolaridade. Contudo, entre os 52,6 
milhões de alunos da Educação Básica, cerca de 66,4% estavam no Ensino Fundamental, o que 
correspondia a 35 milhões de estudantes, incluídos entre eles os da Educação Especial e os da Educação 
de Jovens e Adultos (conforme a Sinopse Estatística da Educação Básica, MEC/INEP 2009). 
Se praticamente conseguimos universalizar o acesso à escola para crianças e jovens na faixa etária 
de 7 (sete) a 14 (quatorze) anos, e estamos próximos de assegurá-la a todas as crianças de 6 (seis) anos, 
não conseguimos sequer que todos os alunos incluídos nessa faixa de idade cheguem a concluir o Ensino 
Fundamental. Isso é um indicativo de quão insuficiente tem sido o processo de inclusão escolar para o 
conjunto da população, a despeito dos avanços obtidos no que se refere ao acesso à escola, e de quão 
inadequada permanece sendo a nossa estrutura educacional. 
Mas, de que qualidade está-se falando? 
O conceito de qualidade da educação é uma construção histórica que assume diferentes significados 
em tempos e espaços diversos e tem a ver com os lugares de onde falam os sujeitos, os grupos sociais 
a que pertencem, os interesses e os valores envolvidos, os projetos de sociedade em jogo. 
Conforme argumenta Campos (2008), para os movimentos sociais que reivindicavam a qualidade da 
educação entre os anos 70 e 80, ela estava muito presa às condições básicas de funcionamento das 
escolas, porque seus participantes, pouco escolarizados, tinham dificuldade de perceber as nuanças dos 
projetos educativos que as instituições de ensino desenvolviam. Na década de 90, sob o argumento de 
que o Brasil investia muito na educação, porém gastava mal, prevaleceram preocupações com a eficácia 
e a eficiência das escolas e a atenção voltou-se, predominantemente, para os resultados por elas obtidos 
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quanto ao rendimento dos alunos. A qualidade priorizada somente nesses termos pode, contudo, deixar 
em segundo plano a superação das desigualdades educacionais. 
Outro conceito de qualidade passa, entretanto, a ser gestado por movimentos de renovação 
pedagógica, movimentos sociais, de profissionais e por grupos políticos: o da qualidade social da 
educação. Ela está associada às mobilizações pelo direito à educação, à exigência de participação e de 
democratização e comprometida com a superação das desigualdades e injustiças. 
Em documento de 2007, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(UNESCO), ao entender que a qualidade da educação é também uma questão de direitos humanos, 
defende conceito semelhante. Para além da eficácia e da eficiência, advoga que a educação de qualidade, 
como um direito fundamental, deve ser antes de tudo relevante, pertinente e equitativa. A relevância 
reporta-se à promoção de aprendizagens significativas do ponto de vista das exigências sociais e de 
desenvolvimento pessoal. A pertinência refere-se à possibilidade de atender às necessidades e às 
características dos estudantes de diversos contextos sociais e culturais e com diferentes capacidades e 
interesses. E a equidade, à necessidade de tratar de forma diferenciada o que se apresenta como 
desigual no ponto de partida, com vistas a obter aprendizagens e desenvolvimento equiparáveis, 
assegurando a todos a igualdade de direito à educação. 
Na perspectiva de contribuir para a erradicação das desigualdades e da pobreza, a busca da equidade 
requer que se ofereçam mais recursos e melhores condições às escolas menos providas e aos alunos 
que deles mais necessitem. Ao lado das políticas universais, dirigidas a todos sem requisito de seleção, 
é preciso também sustentar políticas reparadoras que assegurem maior apoio aos diferentes grupos 
sociais em desvantagem. 
Para muitos, a educação é considerada a mola propulsora das transformações do país. No entanto, o 
que se constata é que problemas econômicos e sociais repercutem na escola e dificultam o alcance de 
seus objetivos. A garantia do Ensino Fundamental de qualidade para todos está intimamente relacionada 
ao caráter inclusivo da escola e à redução da pobreza, ao mesmo tempo em que tem um papel importante 
nesse processo. As políticas educacionais só surtirão efeito se articuladas a outras políticas públicas no 
campo da saúde, habitação, emprego, dentre outros, porque essas políticas dependem umas das outras, 
pelo estreito relacionamento que mantêm entre si. Assim, se para ingressar e transitar no mundo do 
trabalho a educação se torna cada vez mais necessária, ela depende, por sua vez, das disponibilidades 
de emprego, tanto para que os pais consigam criar seus filhos com dignidade, como, também, para que 
os estudantes vislumbrem na educação escolar o aumento das possibilidades de inserção nesse mundo. 
Se os cuidados com a saúde dependem da educação, a educação também requer que os alunos tenham 
a assistência para os problemas de seu bem-estar físico, os quais se refletem nas suas condições de 
aprendizagem. 
A educação escolar, comprometida com a igualdade de acesso ao conhecimento a todos e 
especialmente empenhada em garantir esse acesso aos grupos da população em desvantagem na 
sociedade, será uma educação com qualidade social e contribuirá para dirimir as desigualdades 
historicamente produzidas, assegurando, assim, o ingresso, a permanência e o sucesso de todos na 
escola, com a consequente redução da evasão, da retenção e das distorções de idade/ano/série (Parecer 
CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB n° 4/2010, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais 
Gerais para a Educação Básica). 
 
Princípios norteadores 
Os sistemas de ensino e as escolas adotarão como norteadores das políticas educativas e das ações 
pedagógicas os seguintes princípios: 
Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e 
de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer 
manifestações de preconceito e discriminação. 
Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à 
preservação do regime democrático e dos recursos ambientais; de busca da equidade no acesso à 
educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; de exigência de diversidade de 
tratamento para assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes 
necessidades; de redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais. 
Estéticos: de cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; de enriquecimento das 
formas de expressão e do exercício da criatividade; de valorização das diferentes manifestações culturais, 
especialmente as da cultura brasileira; de construção de identidades plurais e solidárias. 
Os objetivos que a Educação Básica busca alcançar, quais sejam, propiciar o desenvolvimento do 
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe 
os meios para que ele possa progredir no trabalho e em estudos posteriores, segundo o artigo 22 da Lei 
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nº 9.394/96 (LDB), bem como os objetivos específicos dessa etapa da escolarização (artigo 32 da LDB), 
devem convergir para os princípios mais amplos que norteiam a Naçãobrasileira. 
Assim sendo, eles devem estar em conformidade com o que define a Constituição Federal, no seu 
artigo 3º, a saber: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, que garanta o desenvolvimento 
nacional; que busque “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais”; e que promova “o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação”. 
 
3. Trajetória do Ensino Fundamental obrigatório no país 
 
No Brasil, foi a Constituição de 1934 a primeira a determinar a obrigatoriedade do ensino primário ou 
fundamental, com a duração de 4 (quatro) anos. A Carta Constitucional promulgada em 1967 amplia para 
8 (oito) anos essa obrigatoriedade e, em decorrência, a Lei nº 5.692/71 modifica a estrutura do ensino, 
unificando o curso primário e o ginásio em um único curso, o chamado 1º grau, com duração de 8 (oito) 
anos. O ensino de 2º grau - atual Ensino Médio - torna-se profissionalizante. 
De acordo com a tradição federativa brasileira, os Estados, a partir de princípios e orientações gerais 
da esfera federal, se encarregaram de elaborar as propostas curriculares para as escolas de 1º grau 
pertencentes ao seu sistema de ensino, quais sejam, as estaduais, as municipais e as privadas, 
localizadas no seu território. 
Anos antes da promulgação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), 
algumas redes escolares passaram a adotar medidas de expansão do Ensino Fundamental para 9 (nove) 
anos, mediante a incorporação das crianças de 6 (seis) anos de idade, por vezes procedentes das 
numerosas classes de alfabetização que existiam em vários Estados e Municípios. Na sua redação 
original, a LDB se mostra bastante flexível quanto à duração do Ensino Fundamental, estabelecendo 
como mínima a sua duração de 8 (oito) anos e sinalizando, assim, para a ampliação dessa etapa da 
Educação Básica. 
O Plano Nacional de Educação (Lei nº 10.172/2001) estabelece como Meta 1 a universalização do 
Ensino Fundamental no prazo de 5 (cinco) anos, garantindo o acesso e a permanência de todas as 
crianças na escola, e a sua ampliação para 9 (nove) anos, com início aos 6 (seis) anos de idade, à medida 
que for sendo universalizado o atendimento de 7 (sete) a 14 (quatorze) anos. A Meta 2, definida com base 
no diagnóstico de que 87% das crianças de 6 (seis) anos já estavam matriculadas em Pré-Escolas, 
classes de alfabetização ou mesmo no Ensino Fundamental, determina a sua ampliação para 9 (nove) 
anos, com início aos 6 (seis) anos de idade, à medida que for sendo universalizado o atendimento de 7 
(sete) a 14 (quatorze) anos. A ideia central das propostas contidas no Plano é que a inclusão definitiva 
das crianças nessa etapa educacional pode oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período 
da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, elas 
prossigam nos estudos alcançando maior nível de escolaridade. 
Em 2005, a Lei nº 11.114 altera a LDB, tornando obrigatória a matrícula das crianças de 6 (seis) anos 
de idade no Ensino Fundamental, entretanto, dá margem para que se antecipe a escolaridade de 8 (oito) 
anos para esses alunos, o que reduziria a idade de conclusão do Ensino Fundamental em 1 (um) ano. 
Finalmente, a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, altera a redação da LDB, dispondo sobre a 
duração de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos 
de idade, e concedendo aos sistemas de ensino o prazo até 2009 para que procedam às devidas 
adequações de modo que a partir de 2010 esse Ensino Fundamental de 9 (nove) anos seja assegurado 
a todos. 
Assim determinando, a Lei reflete a tendência de expansão da escolaridade obrigatória na maior parte 
dos países desenvolvidos do ocidente e da própria América Latina, mediante a incorporação das crianças 
menores de 7 (sete) anos ao Ensino Fundamental. Em vários países do continente, em que a faixa de 
escolarização compulsória se inicia aos 6 (seis) anos de idade, verifica-se, ainda, que a obrigatoriedade 
também se estende às crianças do último ano da Pré-Escola. 
O acesso ao Ensino Fundamental aos 6 (seis) anos permite que todas as crianças brasileiras possam 
usufruir do direito à educação, beneficiando-se de um ambiente educativo mais voltado à alfabetização e 
ao letramento, à aquisição de conhecimentos de outras áreas e ao desenvolvimento de diversas formas 
de expressão, ambiente a que já estavam expostas as crianças dos segmentos de rendas média e alta e 
que pode aumentar a probabilidade de seu sucesso no processo de escolarização. 
O Conselho Nacional de Educação (CNE), cumprindo as suas funções normativas, tem elaborado 
Diretrizes e orientações que devem ser observadas pelos sistemas de ensino para a reorganização do 
Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Os sistemas de ensino e as escolas não poderão apenas adaptar 
seu currículo à nova realidade, pois não se trata de incorporar, no primeiro ano de escolaridade, o 
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currículo da Pré-Escola, nem de trabalhar com as crianças de 6 (seis) anos os conteúdos que eram 
desenvolvidos com as crianças de 7 (sete) anos. Trata-se, portanto, de criar um novo currículo e de um 
novo projeto político-pedagógico para o Ensino Fundamental que abranja os 9 anos de escolarização, 
incluindo as crianças de 6 anos. 
 
Matrícula no Ensino Fundamental de 9 (nove) anos e carga horária 
O Ensino Fundamental com duração de 9 (nove) anos abrange a população na faixa etária dos 6 (seis) 
aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que, na idade própria, não tiveram 
condições de frequentá-lo. 
É obrigatória a matrícula no Ensino Fundamental de crianças com 6 (seis) anos completos ou a 
completar até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, nos termos da Lei e das normas 
nacionais vigentes. As crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser matriculadas 
na Educação Infantil (Pré-Escola). 
A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental regular será de 800 (oitocentas) horas relógio, 
distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar. 
 
4. A população escolar 
 
Como toda a população na faixa do ensino obrigatório deve frequentar o Ensino Fundamental, nele 
também estão representadas a grande diversidade sociocultural da população brasileira e as grandes 
disparidades socioeconômicas que contribuem para determinar oportunidades muito diferenciadas de 
acesso dos alunos aos bens culturais. Numerosos estudos têm mostrado que as maiores desigualdades 
em relação às possibilidades de progressão escolar e de realização de aprendizagens significativas na 
escola, embora estejam fortemente associadas a fatores sociais e econômicos, mostram-se também 
profundamente entrelaçadas com as características culturais da população. As maiores desigualdades 
educacionais são encontradas entre ricos e pobres, mas elas também são grandes entre brancos, negros 
e outros grupos raciais e estão, por sua vez, particularmente relacionadas à oferta educativa mais precária 
que restringe as oportunidades de aprendizagem das populações mestiças e negras, ribeirinhas, 
indígenas, dos moradores das áreas rurais, das crianças e jovens que vivem nas periferias urbanas, 
daqueles em situações de risco, das pessoas com deficiência, e dos adolescentes, jovens e adultos que 
não puderam estudar quando crianças. 
Essa diversidade econômica, social e cultural exige da escola o conhecimento da realidade em que 
vivem os alunos, pois a compreensão do seu universo cultural é imprescindível para que a ação 
pedagógica seja pertinente. Inserida em contextos diferentes, a proposta político-pedagógica das escolas 
deve estar articulada à realidade do seu alunado para que a comunidade escolar venha a conhecer melhor 
e valorizar a cultura local. Trata-se deuma condição importante para que os alunos possam se reconhecer 
como parte dessa cultura e construir identidades afirmativas o que, também, pode levá-los a atuar sobre 
a sua realidade e transformá-la com base na maior compreensão que adquirem sobre ela. Ao mesmo 
tempo, a escola deverá propiciar aos alunos condições para transitarem em outras culturas, para que 
transcendam seu universo local e se tornem aptos a participar de diferentes esferas da vida social, 
econômica e política. 
 
As múltiplas infâncias e adolescências 
Os alunos do Ensino Fundamental regular são crianças e adolescentes de faixas etárias cujo 
desenvolvimento está marcado por interesses próprios, relacionado aos seus aspectos físico, emocional, 
social e cognitivo, em constante interação. Como sujeitos históricos que são, as características de 
desenvolvimento dos alunos estão muito relacionadas com seus modos próprios de vida e suas múltiplas 
experiências culturais e sociais, de sorte que mais adequado seria falar de infâncias e adolescências no 
plural. 
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a criança desenvolve a capacidade de representação, 
indispensável para a aprendizagem da leitura, dos conceitos matemáticos básicos e para a compreensão 
da realidade que a cerca, conhecimentos que se postulam para esse período da escolarização. O 
desenvolvimento da linguagem permite a ela reconstruir pela memória as suas ações e descrevê-las, bem 
como planejá-las, habilidades também necessárias às aprendizagens previstas para esse estágio. A 
aquisição da leitura e da escrita na escola, fortemente relacionada aos usos sociais da escrita nos 
ambientes familiares de onde veem as crianças, pode demandar tempos e esforços diferenciados entre 
os alunos da mesma faixa etária. A criança nessa fase tem maior interação nos espaços públicos, entre 
os quais se destaca a escola. Esse é, pois, um período em que se deve intensificar a aprendizagem das 
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normas da conduta social, com ênfase no desenvolvimento de habilidades que facilitem os processos de 
ensino e de aprendizagem. 
Mas é também durante a etapa da escolarização obrigatória que os alunos entram na puberdade e se 
tornam adolescentes. Eles passam por grandes transformações biológicas, psicológicas, sociais e 
emocionais. Os adolescentes, nesse período da vida, modificam as relações sociais e os laços afetivos, 
intensificando suas relações com os pares de idade e as aprendizagens referentes à sexualidade e às 
relações de gênero, acelerando o processo de ruptura com a infância na tentativa de construir valores 
próprios. Ampliam-se as suas possibilidades intelectuais, o que resulta na capacidade de realização de 
raciocínios mais abstratos. Os alunos se tornam crescentemente capazes de ver as coisas a partir do 
ponto de vista dos outros, superando, dessa maneira, o egocentrismo próprio da infância. Essa 
capacidade de descentração é importante na construção da autonomia e na aquisição de valores morais 
e éticos. 
Os professores, atentos a esse processo de desenvolvimento, buscarão formas de trabalho 
pedagógico e de diálogo com os alunos, compatíveis com suas idades, lembrando sempre que esse 
processo não é uniforme e nem contínuo. 
Entre os adolescentes de muitas escolas, é frequente observar forte adesão aos padrões de 
comportamento dos jovens da mesma idade, o que é evidenciado pela forma de se vestir e também pela 
linguagem utilizada por eles. Isso requer dos educadores maior disposição para entender e dialogar com 
as formas próprias de expressão das culturas juvenis, cujos traços são mais visíveis, sobretudo, nas áreas 
urbanas mais densamente povoadas. 
A exposição das crianças e adolescentes de praticamente todas as classes sociais no Brasil à mídia 
e, em particular, à televisão durante várias horas diárias tem, por sua vez, contribuído para o 
desenvolvimento de formas de expressão entre os alunos que são menos precisas e mais atreladas ao 
universo das imagens, o que torna mais difícil o trabalho com a linguagem escrita, de caráter mais 
argumentativo, no qual se baseia a cultura da escola. O tempo antes dedicado à leitura perde o lugar para 
as novelas, os programas de auditório, os jogos irradiados pela TV, a internet, sendo que a linguagem 
mais universal que a maioria deles compartilha é a da música, ainda que, geralmente, a partir de poucos 
gêneros musicais. 
Novos desafios se colocam, pois, para a escola, que também cumpre um papel importante de inclusão 
digital dos alunos. Ela precisa valer-se desses recursos e, na medida de suas possibilidades, submetê-
los aos seus propósitos educativos. Há que se considerar que a multiplicação dos meios de comunicação 
e informação nas sociedades de mercado em que vivemos contribui fortemente para disseminar entre as 
crianças, jovens e população em geral o excessivo apelo ao consumo e uma visão de mundo 
fragmentada, que induz à banalização dos acontecimentos e à indiferença quanto aos problemas 
humanos e sociais. É importante que a escola contribua para transformar os alunos em consumidores 
críticos dos produtos oferecidos por esses meios, ao mesmo tempo em que se vale dos recursos 
midiáticos como instrumentos relevantes no processo de aprendizagem, o que também pode favorecer o 
diálogo e a comunicação entre professores e alunos. 
Para tanto, é preciso que se ofereça aos professores formação adequada para o uso das tecnologias 
da informação e comunicação e que seja assegurada a provisão de recursos midiáticos atualizados e em 
número suficiente para os alunos. 
Novos desafios se colocam também para a função docente diante do aumento das informações nas 
sociedades contemporâneas e da mudança da sua natureza. Mesmo quando experiente, o professor 
muitas vezes terá que se colocar na situação de aprendiz e buscar junto com os alunos as respostas para 
as questões suscitadas. Seu papel de orientador da pesquisa e da aprendizagem sobreleva, assim, o de 
mero transmissor de conteúdos. 
 
A ampliação dos objetivos da escola em face do seu alunado 
Crianças e adolescentes brasileiros também estão sujeitos à violência doméstica, ao abuso e à 
exploração sexual, a formas de trabalho não condizentes com a idade, à falta de cuidados essenciais com 
a saúde, aspectos em relação aos quais a escola, como instituição responsável pelos alunos durante o 
seu período de formação - e muitas vezes o único canal institucional com quem a família mantém contato 
- precisa estar atenta. Essas questões repercutem na aprendizagem e no desenvolvimento do aluno e, 
não raro, colocam o professor diante de situações para as quais as práticas que ele conhece não surtem 
resultados. O trabalho coletivo na escola poderá respaldá-lo de algum modo. No entanto, ao se tratar de 
questões que extrapolam o âmbito das atividades escolares, cabe à escola manter-se articulada com o 
Conselho Tutelar, com os serviços de apoio aos sistemas educacionais e com instituições de outras áreas 
capazes de ministrar os cuidados e os serviços de proteção social a que esses alunos têm direito. 
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Deve-se considerar, ainda, que o crescimento da violência e da indisciplina, sobretudo nas escolas 
das grandes cidades, tem dificultado sobremaneira a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos 
professores, provocando entre estes uma atitude de desânimo diante do magistério, revelada pelo alto 
índice de absenteísmo dos docentes e pelas reiteradas licenças para tratamento de saúde. 
Eles são reflexos não só da violência das sociedades contemporâneas, mas também da violência 
simbólica da cultura da escola que impõe normas, valores e conhecimentos tidos como universais e que 
não estabelece diálogo com a cultura dos alunos, frequentemente conduzindo um número considerável 
deles ao fracasso escolar. Não só o fracasso no rendimento escolar, mas também a possibilidade de 
fracassar quepaira na escola, criam um efeito de halo que leva os alunos a se insurgirem contra as regras 
escolares. 
O questionamento da escola que está por traz desses comportamentos deriva também da rápida 
obsolescência dos conhecimentos provocada pela multiplicação dos meios de comunicação e do fato de, 
ao ter-se popularizado, o certificado que ela oferece já não é mais garantia de ascensão e mobilidade 
social como já foi nos períodos em que a escola pública era altamente seletiva. Daí decorre que o 
professor, para assegurar a disciplina em sala de aula, condição necessária para o trabalho pedagógico, 
precisa agora legitimar a sua autoridade pedagógica junto aos alunos, o que requer um esforço deliberado 
para manter o diálogo e a comunicação com eles. 
Diante desse contexto, se torna imperativo um trabalho entre as instituições, as famílias e toda a 
sociedade no sentido de valorizar a escola e o professor. Além disso, é necessária forte articulação da 
unidade escolar com a família e os alunos no estabelecimento das normas de convívio social na escola, 
construídas com a participação ativa da comunidade e dos alunos e registradas em um regimento escolar 
pautado na legislação educacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90). 
 
5. O currículo 
 
Cabe primordialmente à instituição escolar a socialização do conhecimento e a recriação da cultura. 
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB 
nº7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 4/2010), uma das maneiras de se conceber o currículo é entendê-lo 
como constituído pelas experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas 
pelas relações sociais, buscando articular vivências e saberes dos alunos com os conhecimentos 
historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos estudantes. O foco nas 
experiências escolares significa que as orientações e propostas curriculares que provêm das diversas 
instâncias só terão concretude por meio das ações educativas que envolvem os alunos. 
Os conhecimentos escolares podem ser compreendidos como o conjunto de conhecimentos que a 
escola seleciona e transforma, no sentido de torná-los passíveis de serem ensinados, ao mesmo tempo 
em que servem de elementos para a formação ética, estética e política do aluno. As instâncias que 
mantêm, organizam, orientam e oferecem recursos à escola, como o próprio Ministério da Educação, as 
Secretarias de Educação, os Conselhos de Educação, assim como os autores de materiais e livros 
didáticos, transformam o conhecimento acadêmico, segmentando-o de acordo com os anos de 
escolaridade, ordenando-o em unidades e tópicos e buscam ainda ilustrá-lo e formulá-lo em questões 
para muitas das quais já se têm respostas. Esse processo em que o conhecimento de diferentes áreas 
sofre mudanças, transformando-se em conhecimento escolar, tem sido chamado de transposição 
didática. 
Também se diz que os conhecimentos produzidos nos diversos componentes curriculares, para 
adentrarem a escola são recontextualizados de acordo com a lógica que preside as instituições escolares. 
Uma vez que as escolas são instituições destinadas à formação das crianças, jovens e adultos, os 
conhecimentos escolares dos diferentes componentes, além do processo de didatização que sofrem, 
passam a trazer embutido um sentido moral e político. Assim, a história da escola está indissoluvelmente 
ligada ao exercício da cidadania; a ciência que a escola ensina está impregnada de valores que buscam 
promover determinadas condutas, atitudes e determinados interesses, como por exemplo, a valorização 
e preservação do meio ambiente, os cuidados com a saúde, entre outros. Esse mesmo processo ocorre 
com os demais componentes curriculares e áreas de conhecimento, porque devem se submeter às 
abordagens próprias aos estágios de desenvolvimento dos alunos, ao período de duração dos cursos, 
aos horários e condições em que se desenvolve o trabalho escolar e, sobretudo, aos propósitos mais 
gerais de formação dos educandos. O acesso ao conhecimento escolar tem, portanto, dupla função: 
desenvolver habilidades intelectuais e criar atitudes e comportamentos necessários para a vida em 
sociedade. 
O aluno precisa aprender não apenas os conteúdos escolares, mas também saber se movimentar na 
instituição pelo conhecimento que adquire de seus valores, rituais e normas, ou seja, pela familiaridade 
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com a cultura da escola. Ele costuma ir bem na escola quando compreende não somente o que fica 
explícito, como o que está implícito no cotidiano escolar, ou seja, tudo aquilo que não é dito mas que é 
valorizado ou desvalorizado pela escola em termos de comportamento, atitudes e valores que fazem parte 
de seu currículo oculto. 
É preciso, pois, que a escola expresse com clareza o que espera dos alunos, buscando coerência 
entre o que proclama e o que realiza, ou seja, o que realmente ensina em termos de conhecimento. Os 
alunos provenientes de grupos sociais cuja cultura é muito diferente daquela da escola, encontram na 
diferença entre o que é cobrado e o que é ensinado por ela um obstáculo para o seu aproveitamento. 
Eles precisam fazer um esforço muito maior do que os outros para entender a linguagem da escola, seus 
códigos ocultos, uma vez que a instituição pressupõe que certos conhecimentos que ela não ensina são 
do domínio de todos, quando na verdade não são. 
A escola constitui a principal e, muitas vezes, a única forma de acesso ao conhecimento sistematizado 
para a grande maioria da população. Esse dado aumenta a responsabilidade do Ensino Fundamental na 
sua função de assegurar a todos a aprendizagem dos conteúdos curriculares capazes de fornecer os 
instrumentos básicos para a plena inserção na vida social, econômica e cultural do país. Michael Young 
(2007) denomina “poderoso” o conhecimento que, entre as crianças, adolescentes, jovens e adultos não 
pode ser adquirido apenas em casa e na comunidade, ou ainda nos locais de trabalho. Nas sociedades 
contemporâneas esse conhecimento é o que permite estabelecer relações mais abrangentes entre os 
fenômenos, e é principalmente na escola que ele tem condições de ser adquirido. 
Para isso, a escola, no desempenho das suas funções de educar e cuidar, deve acolher os alunos dos 
diferentes grupos sociais, buscando construir e utilizar métodos, estratégias e recursos de ensino que 
melhor atendam às suas características cognitivas e culturais. Acolher significa, pois, propiciar aos alunos 
meios para conhecerem a gramática da escola, oferecendo àqueles com maiores dificuldades e menores 
oportunidades, mais incentivos e renovadas oportunidades de se familiarizarem com o modo de entender 
a realidade que é valorizado pela cultura escolar. 
Acolher significa, também, garantir as aprendizagens propostas no currículo para que o aluno 
desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na 
comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem, ainda, sentir-se como 
produtor valorizado desses bens. Ao lado disso, a escola é, por excelência, o lugar em que é possível 
ensinar e cultivar as regras do espaço público que conduzem ao convívio democrático com as diferenças, 
orientado pelo respeito mútuo e pelo diálogo. É nesse espaço que os alunos têm condições de exercitar 
a crítica e de aprender a assumir responsabilidades em relação ao que é de todos. 
 
A base nacional comum e a parte diversificada: complementaridade 
 
O currículo do Ensino Fundamental tem uma base nacional comum, complementada em cada sistema 
de ensino e em cada estabelecimento escolar por uma parte diversificada. A base nacional comum e a 
parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental constituem um todo integrado e não podem ser 
consideradas como dois blocos distintos. 
A articulação entre a base nacional comum e a parte diversificadado currículo do Ensino Fundamental 
possibilita a sintonia dos interesses mais amplos de formação básica do cidadão com a realidade local, 
as necessidades dos alunos, as características regionais da sociedade, da cultura e da economia e 
perpassa todo o currículo. 
Voltados à divulgação de valores fundamentais ao interesse social e à preservação da ordem 
democrática, os conhecimentos que fazem parte da base nacional comum a que todos devem ter acesso, 
independentemente da região e do lugar em que vivem, asseguram a característica unitária das 
orientações curriculares nacionais, das propostas curriculares dos Estados, Distrito Federal e Municípios 
e dos projetos político-pedagógicos das escolas. 
Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo serão definidos pelos 
sistemas de ensino e pelas escolas, de modo a complementar e enriquecer o currículo, assegurando a 
contextualização dos conhecimentos escolares diante das diferentes realidades. É assim que, a partir das 
Diretrizes Curriculares Nacionais e dos conteúdos obrigatórios fixados em âmbito nacional, conforme 
determina a Constituição Federal em seu artigo 210, multiplicam-se as propostas e orientações 
curriculares de Estados e Municípios e, no seu bojo, os projetos político-pedagógicos das escolas, 
revelando a autonomia dos entes federados e das escolas nas suas respectivas jurisdições e traduzindo 
a pluralidade de possibilidades na implementação dos currículos escolares diante das exigências do 
regime federativo. 
Os conteúdos que compõem a base nacional comum e a parte diversificada têm origem nas disciplinas 
científicas, no desenvolvimento das linguagens, no mundo do trabalho e na tecnologia, na produção 
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artística, nas atividades desportivas e corporais, na área da saúde, nos movimentos sociais, e ainda 
incorporam saberes como os que advêm das formas diversas de exercício da cidadania, da experiência 
docente, do cotidiano e dos alunos. 
Os conteúdos sistematizados que fazem parte do currículo são denominados componentes 
curriculares, os quais, por sua vez, se articulam às áreas de conhecimento, a saber: Linguagens, 
Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. As áreas de conhecimento favorecem a 
comunicação entre os conhecimentos e saberes dos diferentes componentes curriculares, mas permitem 
que os referenciais próprios de cada componente curricular sejam preservados. 
O currículo da base nacional comum do Ensino Fundamental deve abranger obrigatoriamente, 
conforme o artigo 26 da LDB, o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo 
físico e natural e da realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a 
Educação Física e o Ensino Religioso. 
Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental serão assim organizados em 
relação às áreas de conhecimento: 
 
I - Linguagens: 
a) Língua Portuguesa 
b) Língua materna, para populações indígenas 
c) Língua Estrangeira moderna 
d) Arte 
e) Educação Física 
II - Matemática 
III - Ciências da Natureza 
IV - Ciências Humanas: 
a) História 
b) Geografia 
V - Ensino Religioso 
 
O Ensino Fundamental deve ser ministrado em língua portuguesa, mas às comunidades indígenas é 
assegurada também “a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem” 
(Constituição Federal, art. 210, §2º, e art. 32, §3º da LDB). 
O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a 
formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia (art. 26, §4º da 
LDB). Ainda conforme o artigo 26 A, alterado pela Lei nº 11.645/2008 (que inclui no currículo oficial da 
rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”), a História e 
a Cultura Afro-Brasileira, bem como a dos povos indígenas, presentes obrigatoriamente nos conteúdos 
desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar, em especial na Arte, Literatura e História do Brasil, 
assim como a História da África, contribuirão para assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses 
povos para a constituição da nação. Sua inclusão possibilita ampliar o leque de referências culturais de 
toda a população escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando os 
conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção de identidades mais 
plurais e solidárias. 
A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular Arte, o qual 
compreende, também, as artes visuais, o teatro e a dança. 
A Educação Física, componente obrigatório do currículo do Ensino Fundamental, integra a proposta 
político-pedagógica da escola e será facultativa ao aluno apenas nas circunstâncias previstas na LDB. 
O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao aluno, é parte integrante da formação básica do cidadão 
e constitui componente curricular dos horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, 
assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de 
proselitismo. 
Na parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental, será incluído, obrigatoriamente, a partir do 
6º ano, o ensino de, pelo menos, uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da 
comunidade escolar que poderá optar, entre elas, pela Língua Espanhola, nos termos da Lei nº 
11.161/2005. É necessário esclarecer que língua indígena ou outras formas usuais de expressão verbal 
de certas comunidades não podem ocupar o lugar do ensino de Língua Estrangeira moderna. 
Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular a seus conteúdos, a partir 
das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes e 
contemporâneos, que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como na esfera 
individual. Temas como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das 
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crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), 
preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação ambiental (Lei nº 9.795/99), 
educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia, diversidade cultural, devem 
permear o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do currículo. 
Outras leis específicas, que complementam a LDB, determinam ainda que sejam incluídos temas 
relativos à educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97) e à condição e direitos dos idosos, conforme a Lei 
nº 10.741/2003. 
A transversalidade constitui uma das maneiras de trabalhar os componentes curriculares, as áreas de 
conhecimento e os temas contemporâneos em uma perspectiva integrada, tal como indicam as Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Essa abordagem deve ser apoiada por meios 
adequados. Aos órgãos executivos dos sistemas de ensino compete a produção e disseminação de 
materiais subsidiários ao trabalho docente, com o objetivo de contribuir para a eliminação de 
discriminações, racismos e preconceitos, e conduzir à adoção de comportamentos responsáveis e 
solidários em relação aos outros e ao meio ambiente. 
Na perspectiva de construção de uma sociedade mais democrática e solidária, novas demandas 
provenientes de movimentos sociais e de compromissos internacionais firmados pelo país, passam, 
portanto, a ser contempladas entre os elementos que integram o currículo, como as referentes à 
promoção dos direitos humanos. Muitas delas tendem a ser incluídas nas propostas curriculares pela 
adoção da perspectiva multicultural. Entende-se, que os conhecimentos comuns do currículo criam a 
possibilidade de dar voz a diferentes grupos como os negros, indígenas, mulheres,crianças e 
adolescentes, homossexuais, pessoas com deficiência. 
Mais ainda: o conhecimento de valores, crenças, modos de vida de grupos sobre os quais os currículos 
se calaram durante uma centena de anos sob o manto da igualdade formal, propicia desenvolver empatia 
e respeito pelo outro, pelo que é diferente de nós, pelos alunos na sua diversidade étnica, regional, social, 
individual e grupal, e leva a conhecer as razões dos conflitos que se escondem por trás dos preconceitos 
e discriminações que alimentam as desigualdades sociais, étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual, 
das pessoas com deficiência e outras, assim como os processos de dominação que têm, historicamente, 
reservado a poucos o direto de aprender, que é de todos. 
A perspectiva multicultural no currículo leva, ainda, ao reconhecimento da riqueza das produções 
culturais e à valorização das realizações de indivíduos e grupos sociais e possibilita a construção de uma 
autoimagem positiva a muitos alunos que vêm se defrontando constantemente com as condições de 
fracasso escolar, agravadas pela discriminação manifesta ou escamoteada no interior da escola. Além de 
evidenciar as relações de interdependência e de poder na sociedade e entre as sociedades e culturas, a 
perspectiva multicultural tem o potencial de conduzir a uma profunda transformação do currículo comum. 
Quando os conhecimentos escolares se nutrem de temas da vida social, também é preciso que as 
escolas se aproximem mais dos movimentos que os alimentam, das suas demandas e encaminhamentos. 
Ao lado disso, a interação na escola entre os conhecimentos de referência disciplinar e aqueles 
provenientes das culturas populares pode possibilitar o questionamento de valores subjacentes em cada 
um deles e a necessidade de revê-los, ao mesmo tempo em que permite deixar clara a lógica que preside 
cada uma dessas formas de conhecimento e que os torna diferentes uns dos outros, mas não menos 
importantes. 
 
A reinvenção do conhecimento e a apropriação da cultura pelos alunos 
Ao procurar aliviar o peso do individualismo que alimenta as sociedades contemporâneas, movidas 
predominantemente pelas forças do mercado, a possibilidade de uma cultura comum no ensino 
obrigatório tem de traduzir a tensão permanente entre a universalização e a individualização dos 
conhecimentos (Dussel, 2009). 
A leitura e a escrita, a História, as Ciências, a Arte, propiciam aos alunos o encontro com um mundo 
que é diferente, mais amplo e diverso que o seu. Ao não se restringir à transmissão de conhecimentos 
apresentados como verdades acabadas e levar os alunos a perceberem que essas formas de entender 
e de expressar a realidade possibilitam outras interpretações, a escola também oferece lugar para que 
os próprios educandos reinventem o conhecimento e criem e recriem cultura. 
O currículo não se esgota, contudo, nos componentes curriculares e nas áreas de conhecimento. 
Valores, atitudes, sensibilidades e orientações de conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, 
mas por meio de rotinas, rituais, normas de convívio social, festividades, visitas e excursões, pela 
distribuição do tempo e organização do espaço, pelos materiais utilizados na aprendizagem, pelo recreio, 
enfim, pelas vivências proporcionadas pela escola. 
Ao se debruçar sobre uma área de conhecimento ou um tema de estudo, o aluno aprende, também, 
diferentes maneiras de raciocinar; é sensibilizado por algum aspecto do tema tratado, constrói valores, 
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torna-se interessado ou se desinteressa pelo ensino. Assim, a aprendizagem de um componente 
curricular ou de um problema a ser investigado, bem como as vivências dos alunos no ambiente escolar, 
contribuem para formar e conformar as subjetividades dos alunos, porque criam disposições para 
entender a realidade a partir de certas referências, desenvolvem gostos e preferências, levam os alunos 
a se identificarem com determinadas perspectivas e com as pessoas que as adotam, ou a se afastarem 
de outras. Desse modo, a escola pode contribuir para que eles construam identidades plurais, menos 
fechadas em círculos restritos de referência e para a formação de sujeitos mais compreensivos e 
solidários. 
Do ponto de vista da abordagem, reafirma-se a importância do lúdico na vida escolar, não se 
restringindo sua presença apenas à Arte e à Educação Física. Hoje se sabe que no processo de 
aprendizagem a área cognitiva está inseparavelmente ligada à afetiva e à emocional. Pode-se dizer que 
tanto o prazer como a fantasia e o desejo estão imbricados em tudo o que fazemos. Os estudos sobre a 
vida diária, sobre o homem comum e suas práticas, desenvolvidos em vários campos do conhecimento 
e, mais recentemente, pelos estudos culturais, introduziram no campo do currículo a preocupação de 
estabelecer conexões entre a realidade cotidiana dos alunos e os conteúdos curriculares. Há, sem dúvida, 
em muitas escolas, uma preocupação com o prazer que as atividades escolares possam proporcionar 
aos alunos. Não obstante, frequentemente parece que se tem confundido o prazer que decorre de uma 
descoberta, de uma experiência estética, da comunhão de ideias, da solução de um problema, com o 
prazer hedonista que tudo reduz à satisfação do prazer pessoal, alimentado pela sociedade de consumo. 
A escola tem tido dificuldades para tornar os conteúdos escolares interessantes pelo seu significado 
intrínseco. É necessário que o currículo seja planejado e desenvolvido de modo que os alunos possam 
sentir prazer na leitura de um livro, na identificação do jogo de sombra e luz de uma pintura, na beleza da 
paisagem, na preparação de um trabalho sobre a descoberta da luz elétrica, na pesquisa sobre os 
vestígios dos homens primitivos na América e de sentirem o estranhamento ante as expressões de 
injustiça social e de agressão ao meio ambiente. 
As escolas devem propiciar ao aluno condições de desenvolver a capacidade de aprender, como quer 
a Lei nº 9.394/96, em seu artigo 32, mas com prazer e gosto, tornando suas atividades desafiadoras, 
atraentes e divertidas. Isso vale tanto para a base nacional comum como para a parte diversificada. Esta 
última, por estar voltada para aspectos e interesses regionais e locais, pode incluir a abordagem de temas 
que proporcionem aos estudantes maior compreensão e interesse pela realidade em que vivem. 
 
6. O projeto político-pedagógico 
 
O currículo do Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração exige a estruturação de um projeto 
educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e de se desenvolver das 
crianças e dos adolescentes nos diferentes contextos sociais. O projeto educativo pode ser entendido 
como uma das formas de expressão dos propósitos educacionais que pode ser compartilhada por 
diferentes escolas e redes. 
Ciclos, séries e outras formas de organização a que se refere a Lei nº 9.394/96 serão compreendidos 
como tempos e espaços interdependentes e articulados entre si, ao longo dos 9 (nove) anos. 
Ao empenhar-se em garantir aos alunos uma educação de qualidade, todas as atividades da escola e 
a sua gestão deverão estar articuladas com esse propósito. O processo de enturmação dos alunos, a 
distribuição de turmas por professor, as decisões sobre o currículo, a escolha dos livros didáticos, a 
ocupação do espaço, a definição dos horários e outras tarefas administrativas e/ou pedagógicas precisam 
priorizar o atendimento aos interesses e necessidades dos alunos. 
 
A gestão democrática e participativa como garantia do direito à educação 
O projeto político-pedagógico da escola e o seu regimento escolar devem ser elaborados por meio de 
processos participativos próprios da gestão democrática. 
O projeto político-pedagógico traduz o projeto educativo construído pela comunidade escolar no 
exercício de sua autonomia com base nas características dos alunos, nos profissionais e recursos 
disponíveis, tendo como referênciaas orientações curriculares nacionais e dos respectivos sistemas de 
ensino. 
Deve ser assegurada ampla participação dos profissionais da escola, da família, dos alunos e da 
comunidade local na definição das orientações imprimidas aos processos educativos e nas formas de 
implementá-las. Estas devem ser apoiadas por um processo contínuo de avaliação das ações de modo 
a assegurar a distribuição social do conhecimento e contribuir para a construção de uma sociedade 
democrática e igualitária. 
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O regimento escolar deve assegurar as condições institucionais adequadas para a execução do projeto 
político-pedagógico e a oferta de uma educação inclusiva e com qualidade social, igualmente garantida 
a ampla participação da comunidade escolar na sua elaboração. 
É a participação da comunidade que pode dar voz e vez às crianças, aos adolescentes e às suas 
famílias, e também aos que frequentam a Educação de Jovens e Adultos (EJA), criando oportunidades 
institucionais para que todos os segmentos envolvidos no processo educativo, particularmente aqueles 
pertencentes aos segmentos majoritários da população que encontram grande dificuldade de se fazerem 
ouvir e de fazerem valer os seus direitos, possam manifestar os seus anseios e expectativas e possam 
ser levados em conta, tendo como referência a oferta de um ensino de qualidade para todos. 
O fato de o projeto político-pedagógico de muitas escolas figurar apenas como um texto formal que 
cumpre uma exigência burocrática, não significa que a escola não tenha um projeto próprio. Significa que 
ele é, na verdade, um projeto pedagógico fragmentado, em que cada professor se encerra no seu trabalho 
solitário para desenvolver o currículo à sua maneira. 
As experiências das escolas que conseguem reverter o jogo e obter melhorias significativas na 
qualidade do ensino seguem por caminhos bem variados, mas todas têm em comum um fato: é por meio 
de um projeto educativo democrático e compartilhado, em que os professores, a direção, os funcionários 
e a comunidade unem seus esforços e chegam mais perto da escola que desejam. Isso não quer dizer 
que deve recair sobre as escolas e seus educadores toda a responsabilidade pela mudança da qualidade 
do ensino. Ao contrário, o esforço compartilhado necessita de forte apoio dos órgãos gestores, dos 
sistemas de ensino e da comunidade; mas ele é realmente insubstituível quando projeta o desejo de 
mudar a escola para melhor. 
O regimento escolar e o projeto político-pedagógico, em conformidade com a legislação e as normas 
vigentes, devem conferir espaço e tempo para que os profissionais da escola e, em especial, os 
professores, possam participar de reuniões de trabalho coletivo, planejar e executar as ações educativas 
de modo articulado, avaliar os trabalhos dos alunos, tomar parte em ações de formação continuada e 
estabelecer contatos com a comunidade. 
No projeto político-pedagógico e no regimento escolar, o aluno, centro do planejamento curricular, 
deve ser considerado como sujeito que atribui sentidos à natureza e à sociedade nas práticas sociais que 
vivencia, produzindo cultura, recriando conhecimentos e construindo sua identidade pessoal e social. 
Como sujeito de direitos, ele deve tomar parte ativa na discussão e implementação das normas que regem 
as formas de relacionamento na escola, fornecendo indicações relevantes a respeito do que deve ser 
trabalhado no currículo ao tempo em que precisa ser incentivado a participar das organizações estudantis. 
Dentro das condições próprias da idade, mesmo as crianças menores poderão manifestar-se, por 
exemplo, sobre o que gostam e não gostam na escola e também a respeito da escola com que sonham. 
Na implementação do projeto político-pedagógico, o cuidar e o educar, indissociáveis funções da 
escola, resultarão em ações integradas que buscam articular-se pedagogicamente no interior da própria 
instituição e, também, externamente, com serviços de apoio aos sistemas educacionais e com as políticas 
de outras áreas, para assegurar a aprendizagem, o bem-estar e o desenvolvimento do aluno em todas 
as suas dimensões. 
As escolas necessitam se articular também com as instituições formadoras, com vistas a assegurar a 
atualização de seus profissionais tendo em conta as suas demandas específicas. 
 
Relevância dos conteúdos, integração e abordagens do currículo 
Quanto ao planejamento curricular, há que se pensar na importância da seleção dos conteúdos e na 
sua forma de organização. No primeiro caso, é preciso considerar a relevância dos conteúdos 
selecionados para a vida dos alunos e para a continuidade de sua trajetória escolar, bem como a 
pertinência do que é abordado em face da diversidade dos estudantes, buscando a contextualização dos 
conteúdos e o seu tratamento flexível. Além do que, será preciso oferecer maior atenção, incentivo e 
apoio aos que deles demonstrarem mais necessidade, com vistas a assegurar a igualdade de acesso ao 
conhecimento. 
Em relação à organização dos conteúdos, há necessidade de superar o caráter fragmentário das 
áreas, buscando uma integração no currículo que possibilite tornar os conhecimentos abordados mais 
significativos para os educandos e favorecer a participação ativa de alunos com habilidades, experiências 
de vida e interesses muito diferentes. 
Os estudiosos do tema têm insistido na crítica aos currículos em que as disciplinas apresentam 
fronteiras fortemente demarcadas, sem conexões e diálogos entre elas. Criticam, também, os currículos 
que se caracterizam pela distância que mantêm com a vida cotidiana, pelo caráter abstrato do 
conhecimento trabalhado e pelas formas de avaliação que servem apenas para selecionar e classificar 
os alunos, estigmatizando os que não se enquadram nas suas expectativas. A literatura sobre currículo 
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avança ao propor que o conhecimento seja contextualizado, permitindo que os alunos estabeleçam 
relações com suas experiências. Evita-se, assim, a transmissão mecânica de um conhecimento que 
termina por obscurecer o seu caráter provisório e que não leva ao envolvimento ativo do estudante no 
processo de aprendizagem (Moreira e Candau, 2008). 
Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento, relacionados a um projeto educativo de 
longo prazo, como deve ser o da Educação Básica, concorrem de maneira decisiva para assegurar uma 
sistematização de conhecimentos imprescindível no Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, garantindo-
lhe continuidade e consistência. Mas eles certamente devem ser trabalhados por diversas abordagens 
integradoras. Continuidade e consistência não querem dizer uniformidade e padronização de sequências 
e conteúdos. 
Têm sido numerosas e variadas as experiências das escolas brasileiras quanto ao esforço de 
integração do currículo. Há propostas curriculares ordenadas em torno de grandes eixos articuladores; 
experiências de redes que trabalham projetos de interdisciplinaridade com base em temas geradores 
formulados a partir de problemas detectados na comunidade; as que procuram enredar esses temas às 
áreas de conhecimento; os chamados currículos em rede; as que propõem a integração do currículo por 
meio de conceitos-chave ou ainda de conceitos nucleares que permitem trabalhar as questões cognitivas 
e as questões culturais numa perspectiva transversal. 
Atualmente, estão muito disseminadas nas escolas concepções diversas de projetos de trabalho, que 
se espera, devem enriquecer o currículo tornando os conhecimentos escolares mais vivos e desafiadores 
para os alunos. Entretanto, é importante que os vários projetos em andamento em muitas escolas estejam 
articulados ao tratamento dos conteúdos curriculares e às áreas de conhecimento, evitando a 
fragmentação e a dispersão provocadas por iniciativas com propósitos diferentes e que não se comunicam 
entre si. É nesse sentido quedeve ser operacionalizada a orientação contida nas Diretrizes Curriculares 
Nacionais Gerais para a Educação Básica, quando preconizam o tratamento dos conteúdos curriculares 
por meio de projetos e que orientam que, para eles, sejam destinados pelo menos 20% da carga horária 
de trabalho anual. 
O fundamental no esforço de integração parece ser justamente a necessária disposição, por parte dos 
professores, de trabalhar juntos, de compartilhar com os colegas os acertos e as indagações que 
decorrem de posturas e práticas ainda minoritárias no país. 
Os esforços de integração têm buscado maior conexão com os problemas que os alunos e sua 
comunidade enfrentam, ou ainda com as demandas sociais e institucionais mais amplas que a escola 
deve responder. Nesse processo, é preciso que os conteúdos curriculares não sejam banalizados. 
Algumas escolas, por vezes, têm caído em extremos: a valorização apenas dos conteúdos escolares de 
referência disciplinar ou certa rejeição a esses conteúdos, sob o pretexto de que é preciso evitar o 
“conteudismo”. A literatura educacional tem mostrado que, em nome de um ensino que melhor responda 
às exigências de competitividade das sociedades contemporâneas, é frequente que a escola termine 
alijando os alunos pertencentes às camadas populares do contato e do aprendizado de conhecimentos 
essenciais à sua formação, porque desconhece o universo material e simbólico das crianças, 
adolescentes, jovens e adultos e não faz a ponte de que necessitam os alunos para dominar os 
conhecimentos veiculados. 
Por sua vez, alguns currículos muito centrados nas culturas dos alunos, ao proporem às camadas 
populares uma educação escolar calcada sobretudo na espontaneidade e na criatividade, terminam por 
reservar apenas para as elites uma educação que trabalha com abstrações e estimula a capacidade de 
raciocínio lógico. Assim sendo, vale repetir que os segmentos populares, ao lutarem pelo direito à escola 
e à educação, aspiram apossar-se dos conhecimentos que, transcendendo as suas próprias experiências, 
lhes forneçam instrumentos mais complexos de análise da realidade e permitam atingir níveis mais 
universais de explicação dos fenômenos. São esses conhecimentos que os mecanismos internos de 
exclusão na escola têm reservado somente às minorias, mas que é preciso assegurar a toda a população. 
Ainda quanto à abordagem do currículo, os professores levarão em conta a diversidade sociocultural 
da população escolar, as desigualdades de acesso ao consumo de bens culturais e a multiplicidade de 
interesses e necessidades apresentados pelos estudantes no desenvolvimento de metodologias e 
estratégias variadas que melhor respondam às diferenças de aprendizagem entre os alunos e às suas 
demandas. 
A criação de um ambiente propício à aprendizagem na escola terá como base o trabalho compartilhado 
e o compromisso dos professores e dos demais profissionais com a aprendizagem dos alunos; o 
atendimento às necessidades específicas de aprendizagem de cada um mediante formas de abordagem 
apropriadas; a utilização dos recursos disponíveis na escola e nos espaços sociais e culturais do entorno; 
a contextualização dos conteúdos, assegurando que a aprendizagem seja relevante e socialmente 
significativa; e o cultivo do diálogo e de relações de parceria com as famílias. 
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Para tanto, é fundamental contar com o apoio solidário dos sistemas de ensino e das próprias escolas 
no provimento de adequadas condições de trabalho e de outros recursos, de acordo com os padrões 
mínimos de qualidade referidos no inciso IX, do art. 4º da LDB, e objeto de manifestação deste colegiado 
no Parecer CNE/CEB nº 8/2010. 
Os sistemas de ensino, as escolas e os professores, com o apoio das famílias e da comunidade, devem 
envidar esforços para assegurar o progresso contínuo dos alunos no que se refere ao seu 
desenvolvimento pleno e à aquisição de aprendizagens significativas, lançando mão de todos os recursos 
disponíveis e criando renovadas oportunidades para evitar que a trajetória escolar discente seja retardada 
ou indevidamente interrompida. Devem, portanto, adotar as providências necessárias para que a 
operacionalização do princípio da continuidade não seja traduzida como “promoção automática” de alunos 
de um ano, série ou ciclo para o seguinte, e para que o combate à repetência não se transforme em 
descompromisso com o ensino e a aprendizagem. 
A organização do trabalho pedagógico deve levar em conta a mobilidade e a flexibilização dos tempos 
e espaços escolares, a diversidade nos agrupamentos de alunos, as diversas linguagens artísticas, a 
diversidade de materiais, os variados suportes literários, as atividades que mobilizem o raciocínio, as 
atitudes investigativas, a articulação entre a escola e a comunidade e o acesso aos espaços de expressão 
cultural. 
 
As articulações do Ensino Fundamental e a continuidade da trajetória escolar dos alunos 
Um desafio com que se depara o Ensino Fundamental diz respeito à sua articulação com as demais 
etapas da educação, especialmente com a Educação Infantil e com o Ensino Médio. A falta de articulação 
entre as diferentes etapas da Educação Básica tem criado barreiras que dificultam o percurso escolar dos 
alunos. Para a sua superação é preciso que o Ensino Fundamental passe a incorporar tanto algumas 
práticas que integram historicamente a Educação Infantil, assim como traga para o seu interior 
preocupações compartilhadas por grande parte dos professores do Ensino Médio, como a necessidade 
de sistematizar conhecimentos, de proporcionar oportunidades para a formação de conceitos e a 
preocupação com o desenvolvimento do raciocínio abstrato, dentre outras. 
Não menos necessária é uma integração maior entre os anos iniciais e os anos finais do Ensino 
Fundamental. Há que superar os problemas localizados na passagem das séries iniciais e a das séries 
finais dessa etapa, decorrentes de duas diferentes tradições de ensino. Os alunos, ao mudarem do 
professor generalista dos anos iniciais para os professores especialistas dos diferentes componentes 
curriculares, costumam se ressentir diante das muitas exigências que têm de atender, feitas pelo grande 
número de docentes dos anos finais. Essa transição acentua a necessidade de um planejamento 
curricular integrado e sequencial e abre a possibilidade de adoção de formas inovadoras a partir do 6º 
ano, a exemplo do que já o fazem algumas escolas e redes de ensino. 
A passagem dos anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental apresenta ainda mais uma 
dificuldade: o intenso processo de descentralização ocorrido na última década acentuou a cisão dessa 
etapa da escolaridade, levando à concentração da oferta dos anos iniciais, majoritariamente nas redes 
municipais, e dos anos finais, nas redes mantidas pelos Estados. O fato requer especial atenção de 
Estados e Municípios ao planejarem conjuntamente o atendimento à demanda, a fim de evitar obstáculos 
ao acesso dos alunos que devem mudar de uma rede para outra para completar o Ensino Fundamental. 
As articulações no interior do Ensino Fundamental, e deste com as etapas que o antecedem e o 
sucedem na Educação Básica, são, pois, elementos fundamentais para o bom desempenho dos 
estudantes e a continuidade dos seus estudos. 
Um dos sérios entraves ao percurso escolar dos alunos tem sido a cultura da repetência que impregna 
as práticas escolares. Há muitos anos, diferentes estudos têm mostrado que a repetência não é o melhor 
caminho para assegurar que os alunos aprendam. Ao contrário, a repetência, além de desconsiderar o 
que o aluno já aprendeu, geralmente não lhe oferece oportunidade de superar as dificuldades que 
apresentava e termina por desinteressá-lo dos estudos ainda mais, aumentando a probabilidade de que 
repita novamente aquela série e contribuindo para baixar a sua autoestima. Mas aqui é preciso enfatizar, 
mais uma vez, que o combate à repetêncianão pode significar descompromisso com o ensino e a 
aprendizagem. 
A enturmação dos alunos por idade e não por nível de conhecimento passou a ser uma alternativa ao 
que costumava ser feito quando as escolas dividiam as turmas de alunos em fracas, médias e fortes, as 
quais terminavam prejudicando especialmente os considerados mais fracos e aumentando a defasagem 
entre eles e os demais. Pesquisas mostraram a impossibilidade de formar turmas homogêneas, em vista 
das diferenças existentes entre os alunos. Evidenciaram, também, que muito do que se aprende na escola 
é aprendido nas interações dos próprios alunos e advogam, há algumas décadas, que a heterogeneidade 
das turmas pode se converter em uma vantagem, tanto do ponto de vista cognitivo, quanto do afetivo e 
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do cultural, pois favorece a ajuda entre os educandos, estimula-os mutuamente e enriquecendo o seu 
convívio. 
 
A entrada de crianças de 6 (seis) anos no Ensino Fundamental 
A entrada de crianças de 6 (seis) anos no Ensino Fundamental implica assegurar-lhes garantia de 
aprendizagem e desenvolvimento pleno, atentando para a grande diversidade social, cultural e individual 
dos alunos, o que demanda espaços e tempos diversos de aprendizagem. Na perspectiva da continuidade 
do processo educativo proporcionada pelo alargamento da Educação Básica, o Ensino Fundamental terá 
muito a ganhar se absorver da Educação Infantil a necessidade de recuperar o caráter lúdico da 
aprendizagem, particularmente entre as crianças de 6 (seis) a 10 (dez) anos que frequentam as suas 
classes, tornando as aulas menos repetitivas, mais prazerosas e desafiadoras e levando à participação 
ativa dos alunos. A escola deve adotar formas de trabalho que proporcionem maior mobilidade às crianças 
na sala de aula, explorar com elas mais intensamente as diversas linguagens artísticas, a começar pela 
literatura, utilizar mais materiais que proporcionem aos alunos oportunidade de racionar manuseando-os, 
explorando as suas características e propriedades, ao mesmo tempo em que passa a sistematizar mais 
os conhecimentos escolares. 
Além disso, é preciso garantir que a passagem da Pré-Escola para o Ensino Fundamental não leve a 
ignorar os conhecimentos que a criança já adquiriu. Igualmente, o processo de alfabetização e letramento, 
com o qual ela passa a estar mais sistematicamente envolvida, não pode sofrer interrupção ao final do 
primeiro ano dessa nova etapa da escolaridade. 
Assim como há crianças que depois de alguns meses estão alfabetizadas, outras requerem de dois a 
três anos para consolidar suas aprendizagens básicas, o que tem a ver, muito frequentemente, com seu 
convívio em ambientes em que os usos sociais da leitura e escrita são intensos ou escassos, assim como 
com o próprio envolvimento da criança com esses usos sociais na família e em outros locais fora da 
escola. Entretanto, mesmo entre as crianças das famílias de classe média, em que a utilização da leitura 
e da escrita é mais corrente, verifica-se, também, grande variação no tempo de aprendizagem dessas 
habilidades pelos alunos. 
Para as crianças que entram pela primeira vez na escola aos 6 (seis) anos, o período requerido para 
esse aprendizado pode ser mais prolongado, mas o esperado é que, com a ampliação da obrigatoriedade 
escolar para a faixa etária dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, todas as crianças se 
beneficiem. Entretanto, os anos iniciais do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos não se reduzem apenas 
à alfabetização e ao letramento. Desde os 6 (seis) anos de idade, os conteúdos dos demais componentes 
curriculares devem também ser trabalhados. São eles que, ao descortinarem às crianças o conhecimento 
do mundo por meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de exercitar a leitura e a escrita de 
um modo mais significativo. 
Há que lembrar, porém, que os anos iniciais do Ensino Fundamental têm se constituído, 
historicamente, em um dos maiores obstáculos interpostos aos alunos para prosseguirem aprendendo. 
Há não muito tempo atrás, por décadas e décadas, cerca de metade dos alunos repetiam a primeira série, 
sendo barrados logo no início da escolarização por não estarem completamente alfabetizados. Além 
disso, a maioria dos alunos matriculados no ensino obrigatório não conseguia chegar ao seu final por 
causa da repetência. Os poucos que o concluíam levavam, em média, perto de 12 (doze) anos, ou seja, 
o tempo previsto para cursar o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Mesmo nos dias atuais, em que 
baixaram consideravelmente os índices de repetência escolar no país, esses índices ainda figuram entre 
os maiores do mundo. E a repetência, como se sabe, não gera qualidade! 
As maiores vítimas da repetência têm sido as crianças e adolescentes pobres, mestiços e negros, e, 
mais recentemente, tem-se observado, ainda, que são os alunos do sexo masculino, pobres e negros, os 
que mais ficam em recuperação e apresentam atraso escolar. Esse dado remete às implicações do 
currículo com as desigualdades sociais, étnico-raciais e de gênero. A despeito do grande esforço feito 
pelas famílias de baixa renda para manter os filhos na escola, depois de muito repetirem, um grande 
número deles se evade. 
A proposta de organização dos três primeiros anos do Ensino Fundamental em um único ciclo exige 
mudanças no currículo para melhor trabalhar com a diversidade dos alunos e permitir que eles progridam 
na aprendizagem. Ela também questiona a concepção linear de aprendizagem que tem levado à 
fragmentação do currículo e ao estabelecimento de sequências rígidas de conhecimentos, as quais, 
durante muito tempo, foram evocadas para justificar a reprovação nas diferentes séries. A promoção dos 
alunos deve vincular-se às suas aprendizagens; não se trata, portanto, de promoção automática. Para 
garantir a aprendizagem, as escolas deverão construir estratégias pedagógicas para recuperar os alunos 
que apresentarem dificuldades no seu processo de construção do conhecimento. 
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Entre as iniciativas de redes que adotaram ciclos, muitas propostas terminaram por incorporar algumas 
das formulações mais avançadas do ideário contemporâneo da educação, com vistas a garantir o sucesso 
dos alunos na aprendizagem, combater a exclusão e assegurar que todos tenham, efetivamente, direito 
a uma educação de qualidade. Movimentos de renovação pedagógica têm-se esforçado por trabalhar 
com concepções que buscam a integração das abordagens do currículo e uma relação mais dialógica 
entre as vivências dos alunos e o conhecimento sistematizado. 
Os ciclos assim concebidos concorrem, juntamente com outros dispositivos da escola calcados na sua 
gestão democrática, para superar a concepção de docência solitária do professor que se relaciona 
exclusivamente com a sua turma, substituindo-a pela docência solidária, que considera o conjunto de 
professores de um ciclo responsável pelos alunos daquele ciclo, embora não eliminem o professor de 
referência que mantém um contato mais prolongado com a classe. Aposta-se, assim, que o esforço 
conjunto dos professores, apoiado por outras instâncias dos sistemas escolares, contribua para criar uma 
escola menos seletiva e capaz de proporcionar a cada um e a todos o atendimento mais adequado a que 
têm direito. 
Para evitar que as crianças de 6 (seis) anos se tornem reféns prematuros da cultura da repetência e 
que não seja indevidamente interrompida a continuidade dos processos educativos levando à baixa 
autoestima do aluno e, sobretudo, para assegurar a todas as crianças uma educação de qualidade, 
recomenda-se enfaticamente que os sistemas de ensino adotem nas suas redes de escolas a organização 
em ciclo dos três primeiros anos do Ensino Fundamental, abrangendo crianças de 6 (seis), 7 (sete) e 8 
(oito) anos de idade e instituindo um bloco destinado à alfabetização. 
Mesmo quandoo sistema de ensino ou a escola, no uso de sua autonomia, fizerem opção pelo regime 
seriado, é necessário considerar os três anos iniciais do Ensino Fundamental como um bloco pedagógico 
ou um ciclo sequencial não passível de interrupção, voltado para ampliar a todos os alunos as 
oportunidades de sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindíveis para o 
prosseguimento dos estudos. 
Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: 
a) a alfabetização e o letramento; 
b) o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado da Língua 
Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física, assim como o aprendizado da 
Matemática, de Ciências, de História e de Geografia; 
c) a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e 
os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo, e, particularmente, na 
passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro. 
 
Ainda que já dito em termos mais gerais, vale enfatizar que no início do Ensino Fundamental, 
atendendo às especificidades do desenvolvimento infantil, a avaliação deverá basear-se, sobretudo, em 
procedimentos de observação e registro das atividades dos alunos e portfólios de seus trabalhos, 
seguidos de acompanhamento contínuo e de revisão das abordagens adotadas, sempre que necessário. 
 
A avaliação 
Quanto aos processos avaliativos, parte integrante do currículo, há que partir do que determina a LDB 
em seus artigos 12, 13 e 24, cujos comandos genéricos prescrevem o zelo pela aprendizagem dos alunos, 
a necessidade de prover os meios e as estratégias para a recuperação daqueles com menor rendimento 
e consideram a prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, bem como os resultados ao 
longo do período sobre os de eventuais provas finais. 
A avaliação do aluno, a ser realizada pelo professor e pela escola, é redimensionadora da ação 
pedagógica e deve assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e 
diagnóstica. 
A avaliação formativa, que ocorre durante todo o processo educacional, busca diagnosticar as 
potencialidades do aluno e detectar problemas de aprendizagem e de ensino. A intervenção imediata no 
sentido de sanar dificuldades que alguns estudantes evidenciem é uma garantia para o seu progresso 
nos estudos. Quanto mais se atrasa essa intervenção, mais complexo se torna o problema de 
aprendizagem e, consequentemente, mais difícil se torna saná-lo. 
A avaliação contínua pode assumir várias formas, tais como a observação e o registro das atividades 
dos alunos, sobretudo nos anos iniciais do Ensino Fundamental, trabalhos individuais, organizados ou 
não em portfólios, trabalhos coletivos, exercícios em classe e provas, dentre outros. Essa avaliação 
constitui um instrumento indispensável do professor na busca do sucesso escolar de seus alunos e pode 
indicar, ainda, a necessidade de atendimento complementar para enfrentar dificuldades específicas, a ser 
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oferecido no mesmo período de aula ou no contra turno, o que requer flexibilidade dos tempos e espaços 
para aprender na escola e também flexibilidade na atribuição de funções entre o corpo docente. 
Os projetos político-pedagógicos das escolas e os regimentos escolares deverão, pois, 
obrigatoriamente, disciplinar os tempos e espaços de recuperação, de preferência paralelos ao período 
letivo, tal como determina a LDB, e prever a possibilidade de aceleração de estudos para os alunos com 
atraso escolar. Há ainda que assegurar tempos e espaços de reposição dos conteúdos curriculares ao 
longo do ano letivo aos alunos com frequência insuficiente, evitando, sempre que possível, a retenção 
por faltas. 
Considerando que a avaliação implica sempre um julgamento de valor sobre o aproveitamento do 
aluno, cabe, contudo alertar que ela envolve frequentemente juízos prévios e não explicitados pelo 
professor acerca do que o aluno é capaz de aprender. Esses pré-julgamentos, muitas vezes baseados 
em características que não são de ordem cognitiva e sim social, conduzem o professor a não estimular 
devidamente certos alunos que, de antemão, ele acredita que não irão corresponder às expectativas de 
aprendizagem. O resultado é que, por falta de incentivo e atenção docente, tais alunos terminam por 
confirmar as previsões negativas sobre o seu desempenho. 
Mas a avaliação não é apenas uma forma de julgamento sobre o processo de aprendizagem do aluno, 
pois também sinaliza problemas com os métodos, as estratégias e abordagens utilizados pelo professor. 
Diante de um grande número de problemas na aprendizagem de determinado assunto, o professor deve 
ser levado a pensar que houve falhas no processo de ensino que precisam ser reparadas. 
A avaliação proporciona ainda oportunidade aos alunos de melhor se situarem em vista de seus 
progressos e dificuldades, e aos pais, de serem informados sobre o desenvolvimento escolar de seus 
filhos, representando também uma prestação de contas que a escola faz à comunidade que atende. Esse 
espaço de diálogo com os próprios alunos - e com as suas famílias, no caso do Ensino Fundamental 
regular - sobre o processo de aprendizagem e o rendimento escolar que tem consequência importante na 
trajetória de estudos de cada um, precisa ser cultivado pelos educadores e é muito importante na criação 
de um ambiente propício à aprendizagem. Além disso, a transparência dos processos avaliativos 
assegura a possibilidade de discussão dos referidos resultados por parte de pais e alunos, inclusive junto 
a instâncias superiores à escola, no sentido de preservar os direitos destes, tal como determina o Estatuto 
da Criança e do Adolescente. 
Os procedimentos de avaliação adotados pelos professores e pela escola serão articulados às 
avaliações realizadas em nível nacional e às congêneres nos diferentes Estados e Municípios, criadas 
com o objetivo de subsidiar os sistemas de ensino e as escolas nos esforços de melhoria da qualidade 
da educação e da aprendizagem dos alunos. A análise do rendimento dos alunos com base nos 
indicadores produzidos por essas avaliações deve auxiliar os sistemas de ensino e a comunidade escolar 
a redimensionarem as práticas educativas com vistas ao alcance de melhores resultados. 
Entretanto, a ênfase excessiva nos resultados das avaliações externas - que oferecem indicações de 
uma parcela restrita do que é trabalhado na escola - pode produzir a inversão das referências para o 
trabalho pedagógico, o qual tende a abandonar as propostas curriculares e orientar-se apenas pelo que 
é avaliado por esses sistemas. Desse modo, a avaliação deixa de ser parte do desenvolvimento do 
currículo, passando a ocupar um lugar indevido no processo educacional. Isso ocasiona outras 
consequências, como a redução do ensino à aprendizagem daquilo que é exigido nos testes. A excessiva 
preocupação com os resultados desses testes sem maior atenção aos processos pelos quais as 
aprendizagens ocorrem, também termina obscurecendo aspectos altamente valorizados nas propostas 
da educação escolar que não são mensuráveis, como, por exemplo, a autonomia, a solidariedade, o 
compromisso político e a cidadania, além do próprio ensino de História e de Geografia e o 
desenvolvimento das diversas áreas de expressão. É importante ainda considerar que os resultados da 
educação demoram, às vezes, longos períodos de tempo para se manifestar ou se manifestam em outros 
campos da vida humana. Assim sendo, as referências para o currículo devem continuar sendo as contidas 
nas propostas político-pedagógicas das escolas, articuladas às orientações e propostas curriculares dos 
sistemas, sem reduzir os seus propósitos ao que é avaliado pelos testes de larga escala. 
Os resultados de aprendizagem dos alunos devem ser aliados, por sua vez, à avaliação das escolas

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