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An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII Otorrinolaringologi�: Aul� 1: anatomi� d� laring�: ● Anatomia da laringe: - Comunica a parte inferior da faringe com a traquéia; tem por função agir como válvula para impedir a passagem de ar na deglutição e penetração de partículas alimentares na via respiratória, aerífera e formação de sons. - Está localizada na linha média, anterior ao esôfago, superior à traquéia e inferior à hipofaringe. Superior mas em continuidade com a VR e anéis traqueais. - É um órgão músculo cartilaginoso, cruzamento da via aérea-digestiva, multifuncional. - Funções: produção vocal, deglutição, função respiratória, fonatória e protetora das VAI devido a seletividade dos caminhos do alimento. - Epitélio é cilíndrico e vibrátil e pavimentoso estratificado nas pregas vocais. - É dividida em: - Vestíbulo: parte mais superior, encontrada acima das pregas vestibulares. (As pregas vestibulares, que são também conhecidas como pregas vocais falsas, são pregas de membrana mucosa que recobre os ligamentos vestibulares que se encontram logo acima das pregas vocais verdadeiras, protegendo-as. Essas pregas se estendem entre as cartilagens tireóidea e aritenóidea). - Ventrículo: é o seio entre o vestíbulo e as cordas vocais e liga o vestíbulo e a cavidade infraglótica. - Cavidade infraglótica: se inicia abaixo das cordas vocais e termina na margem inferior da cartilagem cricóide. - Possui 3 cartilagens ímpares e 3 pares: → Ímpares: - Cartilagem tireóide: 2 lâminas que se encontram na proeminência laríngea (gogó), tem 2 cornos anteriores e 2 posteriores, é uma cartilagem em forma de escudo aberta posteriormente. - A projeção anterior forma a proeminência laríngea (pombo de adão). 1 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Membrana tireo-hióidea: prende a borda superior da tireóide à borda inferior do osso hióide. - O ramo laríngeo interno do nervo laríngeo superior e a art laríngea superior perfuram lateralmente a membrana. - Cartilagem cricóide: possui formato anelar, é larga posteriormente e estreita anteriormente. - Ligamento critotireoideo: une as partes anteriores das duas cartilagens; é onde se faz a cricotireotomia na obstrução aguda. - Epiglote: é formada por cartilagens elásticas (as outras são hialina). - Importante para intubação e visualização das cordas vocais, sendo a primeira cartilagem da laringe. - Possui face lingual e glótica. → Pares: 2 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Aritenóides: possui processo muscular e vocal, que vão abrir e fechar, fazendo vibrar e gerar o som. - Corniculadas: estão no topo, sem mobilidade mas se movem com a aritenóide. - Cuneiformes: são bem pequenas. ● Ligamentos: - Os ligamentos da laringe podem se dividir em extrínsecos e intrínsecos. → Extrínsecos: - Eles unem a cartilagem tireóide e a epiglote ao osso hióide e a cartilagem cricóide à traquéia. - Membrana tireóidea; - Membrana ou ligamento hioepiglótico; - Membrana cricotraqueal; - Ligamento epiglótico. → Intrínseco: - Ligam várias cartilagens entre si. - Membrana cricotireóideo; - Ligamento tireoepiglótico; - Ligamento tireoaritenóideo inferior; - Ligamentos aritenoepiglóticos. ● Músculos: - Os músculos auxiliam no processo de fonação e são pares, exceto o cricoaritenóideo transverso. - Músculos tensores: tireoaritenóideos e circo-tireóideos. - Músculos adutores: fecham a cavidade da laringe. São eles: cricotireóideo, tireoaritenóide, crico aritenóideo transverso, vocal e aritenóideo oblíquo. - Músculos abdutores: abrem a cavidade da laringe. Cricoaritenóideo posterior. 3 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Músculos tensores: tireo-aritenóides e cricotireóideo. - Músculos extrínsecos se dividem em abaixadores e levantadores da laringe, os levantadores são: tireo-hióideo, estilo-hióideo, milo-hióideo, digástrico, estilo faríngeo e palatofaríngeo; os abaixadores são: omo-hióideo, esterno-hióideo e esterno tireóideo. 1. Extrínsecos: - Supra-hioideos: (Digástrico)→ levantador da laringe (estilo-hióideo)→ levantador da laringe (milo-hióideo)→ levantador da laringe 4 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII (estilo- faríngeo)→ levantador da laringe (palato-faríngeo)→ levantador da laringe - Infra-hióideos: (esterno-hióideo)→ abaixador da laringe 5 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII (esternotireoideo)→ abaixador da laringe (omo-hióideo)→ abaixador da laringe (tireo-hióideo)→ LEVANTADOR da laringe 2. Intrínsecos: - Tireoaritenóideo, aritenóideo transverso, aritenóideo oblíquo, ariepiglótico, tireoepiglótico, cricoaritenóideo posterior, cricoaritenóideo lateral, cricotireóideo. 6 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII (cricotireóideo)→ tensor do ligamento vocal, aumenta a distância entre as cartilagens. (cricoaritenóideo lateral)→ adutor dos ligamentos vocais (cricoaritenóideo posterior)→ abdutor dos ligamentos vocais. 7 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII (tireo aritenóide e m. vocal)→ relaxamento das cordas vocais. (aritenóide transverso e oblíquo)→ adução das cordas vocais; os oblíquos também ocluem o ádito da laringe. Obs: ariepiglótico e tireoepiglótico ocluem o ádito da laringe. Obs: supraglótica→ acima da epiglote; glótica→ pregas vocais; infraglótica→ até a borda inferior da cartilagem cricóide. ● Glote: - A glote é uma abertura triangular na parte mais estreita da laringe, circunscrita pelas pregas vocais inferiores. - Rima da glote: espaço entre as pregas vocais que se modifica dependendo da atividade em que a laringe se encontra. - Prega vocal ou prega vocal verdadeira: mais inferior. - Prega vestibular ou prega vocal falsa: mais superior. CLÍNICA: A alergia pode causar edema de glote na rima; a oclusão da glote leva à insuficiência respiratória aguda. ● Irrigação: - Art laríngea superior ( que é ramo da tireóidea superior, que é ramo da carótida externa); - Art laríngea inferior (ramo da tireóidea inferior, ramo da art. subclávia). 8 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - As veias que drenam tem o mesmo nome. - Drenagem linfática: linfonodos jugulares superiores, paratraqueais e pré traqueais. - A drenagem é mais rica na supraglote que na região glótica. - A drenagem linfática é importante pois, quanto mais afastada, maior será a drenagem linfática. Lesões tumorais supra ou infra glóticas tem mais metástase que na glótica e geralmente há cruzamento contralateral. ● Inervação: - N laríngeos superior e inferior (recorrente). - O laríngeo recorrente inerva a mucosa da prega vocal para baixo e todos os músculos, exceto o cricotireóideo. A mucosa superior e o cricotireóideo são inervados pelo laríngeo superior. - N laríngeo inferior ou recorrente inerva os músculos intrínsecos da laringe. - Inervação simpática e parassimpática. 🩺CLÍNICA: traqueostomia e tireoidectomia podem causar rouquidão se houver lesão nos nervos. 🩺CLÍNICA: a secção dos nn. laríngeos recorrentes resulta na paralisia de todos os músculos intrínsecos da laringe, com exceção do cricotireóideo→ a voz fica reduzida a um cochicho rouco e há aflição respiratória. ● Anatomo Fisiologia da laringe: - Semiologia em laringe: - Queixas: disfagia, disfonia, tosse, odinofagia, dispnéia. 1. História da moléstia atual; 2. História mórbida pregressa; 3. Condições e hábitos de vida; 4. Exame físico (otorrinolaringológico); 5. Inspeção estática e dinâmica; 6. Palpação; 7. Exame espelho (endoscópico). - Inspeção e palpação do pescoço: crepitação laríngea (normal), doenças de fixação como tumores, gânglios palpáveis,. - O espelho pode induzir a ânsia de vômito, atualmente como sistema de vídeo. - Avaliação da laringe necessita de atividade do paciente, tentando movimentar e falar; em coma não tem como realizar o exame. 9 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● Paralisia laríngea: - Produção vocal (córtex cerebral)→ neurônio motor superior→ tronco cerebral→ neurônio motor inferior→ músculos intrínsecos da laringe. - Vago: laríngeo superior e inferior.- Diagnóstico: laringoscopia direta dinâmica. - A paralisia pode ser: (classificada de acordo com a posição assumida pela prega vocal). 1. Mediana: a prega vocal estica e encurta parcialmente, há vibração da mucosa. 2. Paramediana: a ppvv estica e encurta levemente e pouca vibração na mucosa. 3. Lateral: o CT paralisado fica em posição arqueada e perde a função adutora. 10 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Dividimos em: - Paralisias centrais: comprometimento de vários pares cranianos; - Mistas: doenças neurológicas graves (comprometimento de diversas regiões do SN). - Periféricas: são as mais comuns, afetam o local da lesão. ● Paralisia unilateral do N laríngeo superior: - Pouco frequente pois tem trajeto curto. - Inerva o cricotireóideo (estiramento, tensão). - Comprometimento na emissão vocal, disfonia, fadiga vocal, soprosidade. - Etiologia: neurite, traumática, iatrogênica. - Laringoscopia: desvio de parede posterior da laringe para o lado paralisado nos agudos. - Eletroneuromiografia; - Tratamento cirúrgico. ● Paralisia bilateral do N laríngeo superior: - Raras. - Comprometimento vocal da deglutição e função esfincteriana. - Laparoscopia: fenda arqueada, aspiração visível importante. - Tratamento cirúrgico. ● Paralisia unilateral do N laríngeo inferior: - Paralisia desde mediana até lateral. - Sintomatologia variável. - Tratamento: fonoterapia→ mediana; cirúrgica→ lateral. - Recuperação do nervo 6-9m. ● Paralisia bilateral do N laríngeo inferior: - Graves→ paralisia na adução→ insuficiência respiratória, estridor laríngeo, fadiga vocal. - Tratamento: cirúrgico (aritenoidectomia) precedido de traqueostomia. - Paralisia em abdução: disfonia, disfagia, aspiração de saliva e alimentos para as via aéreas inferiores. ● Paralisia unilateral vagal: - Paralisia dos N laríngeos superior e inferior. - Causas idiopáticas, iatrogênicas ou centrais. - Laringoscopia: corda vocal arqueada. - Tratamento cirúrgico. ● Paralisia bilateral vagal: - Associada a lesões centrais; - Abdução da ppvv. - Voz soprosa, aspiração constante, dispneia, fadiga vocal. 11 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Tratamento cirúrgico com traqueostomia. ● Nódulo de corda vocal: - Benignos. - Profissional da voz. - Bilaterais. - Diagnóstico: laparoscopia. - Tratamento: fonoterapia. 12 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● Pólipo vocal: - Trauma vocal. - Sex masculino. - 30-50 anos. - Lesão UNILATERAL. - Diagnóstico: laringoscopia. - Tratamento cirúrgico. ● Leucoplasia: - Uni ou bilateral; - Sexo masculino; - Após 40 anos; - Lesão pré maligna; - Diagnóstico: laringoscopia e biópsia. - Tratamento cirúrgico. ● Cisto vocal: - Lesão congênita; - Intracordal; - Diagnóstico: laringoscopia; - Tratamento: micro cirurgia. ● Edema de Reinke: - BILATERAL; - Tabagismo; - Sexo feminino (?); - Início dos 40-50 anos; - Diagnóstico: laringoscopia; - Tratamento: cessar tabagismo e cirurgia. Aula 2: disacusias e anatomia Anatomi� d� o�id�: ● Sistema auditivo: - Orelha externa; 13 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Orelha média; - Orelha interna. ● Ouvido externo: - Deriva do sulco braquial, 1 e 2 arcos braquiais. - Membrana timpânica é o limite entre orelha média e externa. - Ouvido externo = pavilhão da orelha + meato acústico externo/ conduto auditivo externo. - Função: coletar e encaminhar ondas sonoras; proteger o aparelho auditivo e membrana do tímpano; manter equilíbrio, temperatura e umedecimento, ressoador. - O meato acústico externo é um canal sinuoso que prolonga a concha até a membrana do tímpano. - Pavilhão da orelha: concha, hélix, anti-helix, tragus, antitragus, lóbulo. - Meato acústico externo: - ⅓ externo; (cartilaginoso) - ⅔ internos. (ósseo) 14 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Paredes: - Anterior: articulação têmporo-mandibular. - Posterior: apófise mastóide. - Superior: fossa cerebral média. - Inferior: glândula parótida. - Irrigação: - Art auricular posterior; - Art temporal superficial. - Inervação: - N auriculotemporal (V); - Plexo cervical e VII, IX e X. ● Orelha média: - Formada por: cavidade timpânica + tuba auditiva + complexo mastóide. - Compreende a caixa do tímpano entre o ouvido externo e interno. - Função: transmissão da onda sonora, proteção do ouvido interno. - Unidade tímpano-ossicular: efeito de alavanca no bloco martelo-bigorna; efeito de área de superfície entre o tímpano e estribo. - Tuba auditiva: manter arejamento no ouvido médio; equilíbrio entre pressão atm e ar. - Tuba auditiva: - Canal osteocartilaginoso envolto por músculos. - Conecta o ouvido médio à nasofaringe. - A porção óssea se abre na cavidade timpânica e a porção músculo cartilaginosa se abre na nasofaringe, por meio dos óstios tubários. - Nas crianças a tuba é mais curta, horizontalizada e estreita, logo, há maior incidência de otite média aguda em menores de 10 anos. - Disfunção na TA: otite média e perda auditiva condutiva. 15 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Caixa do tímpano/ cavidade timpânica: - Parede externa lateral: membrana timpânica. - Parede interna: labirinto. - Parede superior: fossa cerebral média. - Parede inferior: fossa jugular. - Parede anterior: orifício timpânico da tuba. - Parede posterior: mastóide. - Cadeia ossicular: - Martelo, bigorna e estribo. - O martelo está em contato com a membrana timpânica e se articula com a bigorna na articulação incudomalear. A bigorna se articula com o estribo na articulação incudoestapediana. O estribo articula-se com a janela oval por meio da platina, ele transmite impulsos vibratórios da cadeia ossicular para os líquidos do ouvido interno. - Músculo: - Tensor do tímpano; - Estapédio. (ligado ao estribo). - Irrigação: - Art auricular posterior (art carótida externa); - Art timpânica anterior (art maxilar). - Inervação: - N auriculotemporal. - N timpânico (IX). - N. auricular (X). - N. facial: tem relação com a orelha média, canal semicircular lateral e parede posterior do contudo auditivo externo. Na orelha média, a ocorrência de otites pode estender o processo inflamatório e acometer o N facial, causando paralisia facial periférica. - Membrana timpânica: 16 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Separa as orelhas média e interna. - Recebe vibrações sonoras e as transmite para a cadeia ossicular→ a membrana se liga ao martelo. - É possível visualizar a impressão do cabo do martelo, o umbus do martelo e o triângulo luminoso, região com maior brilho durante a otoscopia. - Divide-se em pars tensa (inferior) e pars flácida (superior). - A pars tensa tem 3 folhetos e a flácida 2. A flácida é mais vulnerável e portanto têm maior propensão à perfuração timpânica e ao desenvolvimento de otite média crônica colesteatomatosa. 17 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● Orelha interna: - Transdução de vibrações sonoras. - Labirinto: formado por esqueleto ósseo, contendo em seu interior o labirinto membranoso. - Anterior: cóclea. - Função auditiva posterior: aparelho vestibular (canais semicirculares). - Função do equilíbrio intermediária: vestíbulo. - Labirinto ósseo: cóclea, canais semicirculares, vestíbulo. - Labirinto membranoso: canal coclear, canais semicirculares, vestíbulo membranoso. 18 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Labirinto ósseo: - Região da orelha interna que dá suporte ósseo e formato ao labirinto membranoso. - Contém os canais semicirculares + vestíbulo + cóclea. - O labirinto ósseo e membranoso são separados por perilinfa. - Os canais semicirculares detectam movimentos rotacionais da cabeça. - Vestíbulo: é o utrículo + sáculo, eles detectam movimentos lineares da cabeça. - Cóclea: nela está o órgão de Corti. - O órgão de Corti detecta os estímulos auditivos. As células ciliadas localizadas na membrana basilar recebem fibras neurais e são capazes de transformar os estímulos mecânicos provenientes da vibração da membrana em estímulosneurais, que atingem o SNC por meio do nervo vestibulococlear (VIII). - As perdas auditivas tipo presbiacusia e induzida por ruído se iniciam em frequências agudas devido ao uso excessivo do trecho inicial de membrana basilar, pois todos os sons devem passar por essa região antes de chegar a sua região de estímulo. - Labirinto membranoso: - É formado de membranas finas que revestem internamente o labirinto ósseo. - É preenchido por endolinfa. - Líquidos do labirinto: - Membranoso (sistema endolinfático); - Endolinfa (humor de Scarpa); - Espaço periósteo: perilinfa (humor de Cotugno). 19 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Irrigação arterial: - Art basílica (art. basilar). - Inervação: - N. vestibulococlear (VIII). → Cóclea: columela, canal espiral e lâmina espiral. → Canais semicirculares: lateral (horizontal), superior (sagital), posterior (frontal). Equilíbrio dinâmico. → Sacúolo e Utrículo: equilíbrio estático. → Vestíbulo ósseo: entre a cóclea e canais semicirculares, janela oval e redonda, ramos do n. vestibular, orifício das extremidades dos canais semicirculares. → Canal coclear: interior do canal espiral. - Tem 3 faces: - Anterior- memb de Reissener; - Posterior- memb basilar orgão de Corti; - Externa: ligamento espiral. - Divide-o em 2 metades: - Rampa anterior (vestibular)- janela oval. - Rampa posterior (timpânica)- janela redonda. Obs: orgão de corti é um aparelho receptor e analisador do som. → Canais semicirculares: interior: - Crista ampular: células ciliadas tipo 1 e 2. 20 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII 21 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII 22 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● Semiologia física: - Inspeção. - Palpação. - Otoscopia. - Exame de tuba auditiva (RX, TC, RM). ● Semiologia da audição: - Diapasão; - Audiometria; - Impedanciometria. - Eletrococleografia (ECOG). 23 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - BERA (audiometria de potenciais evocados). - EOA (emissões Otoacústicas) - teste da orelinha. Disacusia�: ● Conceito: - Significa distúrbio da audição, perda da capacidade auditiva em maior ou menor grau de intensidade, em caráter transitório ou definitivo, estacionário ou progressivo. - As perdas auditivas podem ser condutivas ou neurossensoriais e quando ocorrem em associação origina-se uma perda auditiva mista. - Pode ter caráter transitório ou definitivo, estacionário ou progressivo. - Ex: transitório→ ficar com zumbido após balada e estar bem no dia seguinte - Estacionário→ trabalhar na construção civil, perder um pouco da audição, mas quando aposentar, a perda fica estacionada. - Progressiva→ presbiacusia (perda auditiva em idosos), vai evoluindo com o envelhecimento. ● Classificação: - Segundo o fator etiológico: A) Disacusias de transmissão: devido a lesões situadas no aparelho transmissor da onda sonora (orelha externa e média). B) Disacusia neurossensorial: quando a lesão se localiza no órgão de Corti (disacusia sensorial) e/ ou no nervo acústico (disacusia neural). Envolve a cóclea e o nervo acústico. - Na alteraçao sensorial, é comum ocorrer em doenças neurológicas, ocorre alteração na percepção, tem-se lesão das células ciliadas, há incapacidade para estimular o nervo auditivo. - Na alteração neural: paciente ouve mas não entende, há discrepância entre o que ouve (tonal) e entende (vocal). O nervo auditivo é comprometido e não há transmissão de impulsos das células ciliadas ao SNC. - É importante avaliar se tem lesão coclear ou retrococlear: - BERA - Emissão otoacústica (avaliam as células ciliadas externas da cóclea). C) Disacusia mista: quando a lesão atinge simultaneamente as orelhas média e interna. → Audiometria: - Via aérea: - Representada no exame como🏀 e X. - Bola→ orelha D. - X→ orelha E. 24 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Tem-se uma alteração na via aérea quando a doença acomete: pavilhão auricular, conduto auditivo externo, membrana timpânica, orelha média, cóclea, nervo vestibulococlear, tronco cerebral, córtex. - Via óssea: - Representada como < e >. - < é orelha direita. - > é orelha esquerda. - Só avalia a onda sonora a partir da cóclea. - Tem-se alteração na via óssea quando a doença acomete: cóclea, nervo vestibulococlear, tronco cerebral e córtex. → Características audiométricas das disacusias de condução: - Via óssea normal e via aérea alterada. - Pode ter um GAP aéreo ósseo (espaço entre a via aérea e óssea; para ser considerado GAP tem que ser acima de 15dB). - O que altera a via aérea principalmente o aparelho condutor interno e externo. → Característica audiométrica das disacusias neurossensoriais: - Compromete a via aérea e óssea. 25 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● 🆗Microtia: - O termo é utilizado quando o paciente apresenta uma atresia grosseira do pavilhão auditivo com um meato acústico externo em fundo cego ou ausente. Malformações congênitas da orelha externa estão frequentemente associadas a malformações de outras porções da orelha ou da face. - Microtia = malformação da hélice. As mais comuns são as microtias associadas à atresia do conduto auditivo externo. ● 🆗Hematoma: - O hematoma da aurícula costuma ser consequente a um trauma ocorrido durante atividades como o boxe e a luta livre. Se o trauma lascerar um dos pequenos vasos que se encontram entre o pericôndrio e a cartilagem auricular, haverá um acúmulo de sangue no espaço subpericondral, afastando o pericôndrio da cartilagem subjacente. O tecido subcutâneo frouxo entre a pele e o pericôndrio na face medial é razoavelmente móvel fazendo com que a formação de hematomas seja menos comum neste local. Traumas em que ocorre a fratura da cartilagem auricular produzem hematomas mesmo na face medial. - O derrame sanguíneo se coleta entre o pericôndrio e a cartilagem na face ântero-externa do pavilhão, comumente em seu terço superior. O hematoma pode infectar e acarretar retrações do pavilhão que, quando extensas, podem deixar o pavilhão parecendo uma couve flor (consequência de necrose cartilagínea). - Tratamento: cirurgia + antibiótico para evitar pericondrite. 26 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● Seroma traumático: - O trauma crônico causado por fricção contínua pode irritar o pericôndrio e levar a um seroma serossanguinolento ou seroso. O seroma comumente perdura por vários dias após o trauma original. ● 🆗Dermatite de contato do lóbulo: - Uma medicação contendo neomicina produziu uma reação alérgica eritematosa acompanhando o trajeto das secreções. - O sintoma predominante é prurido, podem estar no conduto auditivo externo (CAE), pregas retroauriculares e regiões auriculares. Na fase aguda encontra-se: hiperemia, edema, com posterior formação de vesículas, determinando a diminuição da luz no CAE; as lesões são dolorosas e acompanhadas de prurido. Na fase crônica, a dermatite é seca, a pele fica atrófica, brilhante e com áreas de descamação. A dermatite de contato é devido ao uso de medicação tópica contendo antibióticos que podem levar à hipersensibilidade. - Tratamento: loções suavizantes, compressas de água e uso de corticóides. ● 🆗Herpes- zoster: - Com o passar do tempo, as pústulas se rompem, secam e dão lugar a crostas. Quando o herpes zoster atinge a porção sensitiva do gânglio do nervo facial ele pode produzir paralisia facial no neurônio motor inferior associado a erupção herpética no dermátomo correspondente. Estas alterações correspondem a Sd de Ramsay Hant (herpes zoster óticus). - Clinicamente se caracteriza por um quadro de paralisia facial súbita, que é precedida ou sucedida pelo aparecimento de vesículas no pavilhão auditivo ou no conduto auditivo externo. Em muitos casos há sintomas cocleares e vestibulares (hipoacusia e vertigens), evidenciando a invasão do vírus no nervo cocleovestibular. Em todos os casos da Sd de Ramsay Hant, há neurite devido ao envolvimento do nervo por extravasamento de sangue e infiltração de células inflamatórias que levama uma degeneração das fibras nervosas. - Tratamento: sintomático para dor e a dexametasona na dose sugerida na paralisia traumática. ● 🆗Pericondrite: - A pericondrite aguda é causada por uma infecção bacteriana do pericôndrio que comumente está associada a um trauma do pavilhão. Este processo agudo frequentemente 27 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII aparece após lacerações ou cortes que se estendem até o pericôndrio. Clinicamente a pele do pavilhão está difusamente edemaciada, dolorosa e macia. - Em geral decorre de uma infecção do pericôndrio e das cartilagens do pavilhão em determinadas intervenções sobre a mastóide, pode ser secundária a um oto-hematoma infectado, queimaduras ou geladuras do pavilhão, infecções superficiais. - A dor é intensa e irradia para região temporal e cervical. - Semiologia: pavilhão aumentado de volume, endurecido, deformado e congesto, supuração azul-esverdeada. - Tratamento: cirurgia, antibiótico, corticóide, administração de nitrato de prata. ● 👂Meato acústico externo ósseo: - A pele que reveste a porção óssea do meato acústico externo é fina e não contém pêlos e glândulas. ● 👂Membrana timpânica: - A membrana timpânica é semi transparente, cinza-clara e posicionada obliquamente a porção medial do meato acústico externo. ● 🆗Acúmulo de cerume: - Enquanto o cerume é normalmente removido pelo meato acústico externo pelo processo de migração epitelial, em alguns pacientes, o cerume gradualmente se coleta ao longo do assoalho do meato acústico externo. - Em alguns pacientes uma rolha de cerume pode acumular até o ponto que ela oclui totalmente a luz do meato acústico externo. - A rolha ceruminosa acarreta em surdez súbita e acentuada. - Tratamento: remover cerume com estilete apropriado ou por meio da irrigação do meato acústico com água morna. ● 🆗Corpo estranho: 28 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Uma grande variedade de corpos estranhos pode ser alojada no meato acústico externo tanto por acidente, negligência ou inserção deliberada. Os sinais e sintomas de um corpo estranho depende de seu tamanho, localização e composição. Neste paciente (orelha esquerda) uma rolha azul de esponja de borracha pode ser vista preenchendo o fundo do meato. - Esta barata maior produziu dor intensa e tínito. O epitélio também foi lesado pelos esporões das pernas traseiras do inseto, o que produziu uma otite externa aguda. Somente após o tratamento da otite externa com antibiótico tópico é que foi possível observar a causa primária da infecção. ● 🆗 Coágulo de sangue recente no meato acústico externo: - Um coágulo de sangue no meato acústico externo deve ser removido quando ele está relativamente fresco e ainda tem uma consistência gelatinosa. ● Fase inicial de uma otite externa aguda: - A otite externa aguda difusa (orelha de nadador) é o tipo de otite externa mais encontrada. A exposição a trauma e umidade são os fatores predisponentes mais comuns. O patógeno mais comum é a pseudomonas aeruginosa. Inicialmente a dele que reveste ao meato acústico externo se torna edematosa com uma aparência lustrosa e extremamente dolorosa. ● 🆗 Otite externa aguda localizada (furúnculo): - O furúnculo é um pequeno abscesso estafilococos que se desenvolve na base de um folículo piloso. Furúnculos aparecem somente na parte cartilaginosa do meato externo que contém pêlos. Estas lesões se apresentam como tumefações avermelhadas e extremamente dolorosas e localizadas. - Geralmente está localizado no terço médio do meato acústico, onde existem glândulas sebáceas e folículos pilosos. O furúnculo é a infecção estafilocócica do órgão 29 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII pilosebáceo, decorrente de uma infecção local desencadeada por um dos fatores etiológicos da otite externa aguda. - Sintomas: dor, reação linfonodal, infiltração edematosa retroauricular. - Tratamento: compressas quentes, antibiótico e corticóide, não fazer incisão para retirar o furúnculo (pode disseminar infecção). ● 🆗Otomicose por Candida albicans: - A infecção do meato acústico externo por microrganismos fúngicos é chamada de otomicose. Os fungos patogênicos mais comumente envolvidos são os aspergillus e a candida. As infecções provocadas pela Candida albicans não apresentam características morfológicas típicas de fungo e portanto o diagnóstico nestes pacientes pode ser feito somente pela cultura. Pacientes com otite externa por Candida frequentemente apresentam um exsudato branco cremoso no fundo do meato. ● 🆗Otomicose por Aspergillus niger: - Observe a coleção de restos negros e das hifas do fungo neste paciente com otomicose por aspergilo. ● 🆗Otomicose por Aspergillus flavus: - Neste paciente (orelha esquerda) os múltiplos pontos dourados são os conidióforo do Aspergillus flavus. Obs: na otomicose, comprova-se a presença de massas de descamação epitelial e de conglomerados de micélios de coloração variável, de acordo com a espécie do parasita. A otomicose pode envolver no sentido de perfurar a membrana timpânica de fora para dentro, abrindo caminho para infecção da caixa do tímpano. Obs: tratamento da otomicose: remoção dos micélios, nistatina, candicort creme, cetonax creme e comprimidos, nizoral creme, tralen creme. ● Miringite bolhosa severa: - A bolha na parede do meato ósseo posterior e adjacente à membrana timpânica contém uma efusão serosa com uma pequena coleção de sangue na sua parte próxima à parede. 30 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● 🆗Exostoses múltiplas: - Este paciente (orelha esquerda) apresenta exostoses múltiplas. Apesar do meato externo ter sido significantemente estreitado pelas exostoses, a luz possui um calibre ainda suficiente para condução normal do som e migração epitelial. - São hiperplasias do periósteo que ocorrem na porção óssea do conduto auditivo externo. São frequentemente bilaterais. Admite-se que o aparecimento destas formações seria devido a perturbações vasomotoras regionais sobre o periósteo. Estas exostoses podem ser localizadas ou difusas constituídas por osso compacto ou esponjoso. Na maoria dos casos não impede a audição, é quase que assintomática, a não ser que o volume da exostose obstrua ou provoque o acúmulo de descamação epitelial no conduto, nesse caso o tratamento é cirúrgico, ● Pólipo de orelha: - Pólipos encontrados dentro do meato acústico externo podem ser originários da pele que reveste o meato ou da mucosa da orelha média, passando por uma perfuração da membrana timpânica. Uma investigação cuidadosa deve ser feita para identificar a origem destes pólipos benignos de tecido de granulação antes de sua excisão. ● Perfuração traumática da membrana timpânica: 31 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - As perfurações traumáticas da membrana timpânica são o resultado de mudança súbita na pressão do meato acústico externo ou de trauma direto ocasionado por objetos inseridos dentro do meato acústico externo e através da membrana timpânica. A perfuração traumática vista no quadrante ântero-interior da membrana timpânica esquerda deste menino é o resultado de um tapa na orelha pelo seu professor irado. ● Otite média aguda: estágio de hiperemia: - A parte flácida (orelha esquerda) deste paciente está edemaciada, hiperemiada e abaulada. ● Otite média: estágio de suporação: - O estágio de hiperemia é seguido pelo desenvolvimento de um exsudato muco purulento na cavidade timpânica. Este líquido branco-cremoso preenche a orelha média rapidamente e causa o abaulamento da membrana timpânica. Este é o mesmo paciente visto na figura 1.228 48 horas depois. ● Otite média aguda severa: - Neste paciente (orelha esquerda), a orelha média está preenchida por uma substância cremosa, branca e mucopurulenta. A pressão provocada por esta substância abaula a membrana timpânica lateralmente. ● Abscesso superiostal: - Uma coleção de pus sob pressão abaixo do periósteo da mastóide esquerda está elevando o pavilhão produzindo uma orelha em abano. ● Otite médiaserosa após a manobra de valsalva: 32 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - O mesmo paciente da fig1.250 tentou espirrar pelo nariz com as narinas fechadas (manobra de Valsalva) que forçou o ar pela tuba auditiva a ventilar a orelha média. Observe como a maioria do fluido foi deslocado pelo ar. ● Líquido seroso: - O líquido obtido após a meringotomia em pacientes com otite média serosa é claro, amarelado e aquoso. ● Tubo de ventilação: - Permitem uma aeração, ventilação e drenagem mais permanente da orelha média. Observe a bobina de aço inoxidável de Reuter nesta membrana timpânica. ● Tubo em T: - Este paciente com insuficiência crônica da tuba auditiva recebeu um tubo em 'T' de silastic no quadrante inferior de sua orelha esquerda. Este tipo de tubo permanece no lugar por um tempo relativamente longo. ● 🆗Otite crônica supurada: - Este paciente (orelha esquerda) com uma grande perfuração central desenvolveu uma infecção viral aguda nas vias aéreas superiores. A mucosa que reveste a orelha média também se infectou e passou a produzir um líquido espesso mucóide branco cremoso. - Otorréia é amarelo-esverdeada. - Semiologia: perfurações grandes com retrações, mucosa edemaciada e com pólipos que podem se insinuar através da perfuração para o conduto auditivo externo. A hipoacusia é maior que na otite média crônica simples, já que a perfuração é maior e existe envolvimento da cadeia ossicular. É comum encontrarmos disacusia neurossensorial resultante do comprometimento do ouvido interno pela infecção crônica. 33 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● Perfuração total da membrana timpânica: - Neste paciente percebe-se uma perfuração total da membrana timpânica esquerda. Note que a maior parte do cabo do martelo está faltando. - Usar analgésico e aguardar 40 dias para resolução espontânea→ não deixar entrar líquidos e não pingar medicamentos. ● Membrana timpânica retraída: - Neste paciente (orelha direita) a pressão negativa crônica da orelha média provocou a retração medial do quadrante posterior superior da membrana timpânica. Observe como a retração envolve o ramo longo da bigorna e o promontório. ● 🆗 Colesteatoma da orelha média: - Um colesteatoma atical que se estendeu até a orelha média pode ser visto através de uma grande perfuração central nesta orelha esquerda. - O colesteatoma é uma lesão do tecido epidérmico e conectivo, usualmente em forma de saco. Essa estrutura tem a capacidade de progredir e crescer a custo do osso que a rodeia e com tendência a recidivar após a sua exérese. ● Classificação do ponto de vista clínico: A) HIPOACUSIA: - Hipoacusia: leve e moderada: - H. Leve: incapacidade de ouvir conversação normal além de 3m. - Audiograma: perda de até 30dB. - H. moderada: dificuldade de ouvir conversação normal além de 1m. - Audiograma: perda de até 60dB. B) HIPOACUSIA MODERADA/ SEVERA: - Paciente só ouve conversação alta ou com uso de prótese amplificadora. - Audiograma: perda acima de 60dB. C) ANACUSIA/ COFOSE OU SURDEZ TOTAL: - Incapacidade de ouvir voz falada mesmo com amplificação máxima. 34 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Audiograma: perda acima de 90dB. ● Exemplos de disacusias de transmissão: - Orelha externa: toda patologia de orelha externa. Malformações congênitas. - Orelha média: - Todo tipo de otite média. - Otosclerose. - Malformações congênitas. - Glomo Jugular. ● Exemplos de disacusias neurossensoriais: - SENSORIAIS: - Presbiacusia. - Trauma sonoro. - Medicamentos ototóxicos. - Doença de Menière. - Surdez súbita. - Parotidite epidêmica. - Síndrome de Alport: nefrite hemorrágica de caráter familiar e disacusia sensorial bilateral. - Síndrome rubélica congênita. - Surdez metabólica. - Surdez vascular. - NEURAIS: - Malformações congênitas (tipo Michel, Bing- Siebenmann, Scheibe e Mondini). - Neuroma do acústico. - Encefalite a vírus. - Febre tifóide. Anatomi� d� faring�: ● Anatomia da faringe: - Tubo fibromuscular ímpar, mediano. - Fossas nasais até o esôfago (15 cm). - É dividida em naso/rinofaringe, orofaringe e hipofaringe. - Rinofaringe: - Parte superior da faringe. - Limite superior: osso esfenóide. - Limite posterior: coluna cervical. 35 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Limite anterior: coanas. - Limites laterais: óstios tubários. - Das coanas nasais até a altura do palato mole. Nesta região existem acúmulos de tecido linfóide denominado de vegetações adenóides e o óstio da tuba auditiva protegido pelo tórus tubário. - Adenóide ou tonsila nasofaríngea: órgão linfóide na região superior da rinofaringe. Grande importância na infância, sua obstrução pode levar a obstrução do fluxo aéreo nasal. Tem crescimento devido ao contato com os antígenos até 7-9 anos, depois começa a regredir. - Óstio tubário: abertura da tuba auditiva, é protegido pelo tórus tubário, se localiza na rinofaringe, posteriormente à cauda da concha nasal inferior. Tem relação com a adenóide, se hipertrofia pode obstruí-lo. - Fosseta de Rosenmuller: principal sítio de origem de tumores da rinofaringe. - Orofaringe: - Limita-se anteriormente pelo palato mole, dividindo em dois pilares que representam a transição entre a cavidade oral e orofaringe. - Pilar anterior: músculo palatoglosso. - Pilar posterior: músculo palatofaríngeo. - Entre os pilares está a amígdala ou tonsila palatina. O espaço virtual entre os pilares e as tonsilas palatinas é chamado de cápsula amigdaliana, onde se formam abscessos periamigdalianos. - Limita-se entre o bordo posterior com a palato mole e o plano superior da epiglote, relacionando-se com a segunda e terceira vértebras cervicais posteriormente. O tecido linfóide desta região é extenso, compreende as amígdalas palatinas, linguais e acúmulos difusos que se estendem por toda a região. 36 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Hipofaringe: - Transição da faringe para o esôfago posteriormente e com a laringe anteriormente. - Continua com a orofaringe até a altura da borda inferior da cartilagem cricóide, onde se continua com o esôfago. ● Inervação: - Glossofaríngeo e vago. ● Irrigação: - Vascularização é feita por ramos da artéria carótida externa (porção superior) e ramos da artéria subclávia (porção inferior). - O forro mucoso da faringe é constituído por epitélio cilíndrico ciliado ao nível da nasofaringe e de epitélio pavimentoso estratificado nas demais regiões, devido a uma adaptação pela passagem do bolo alimentar. ● Função da faringe: - A cavidade oral e a faringe apresentam funções que são essenciais para a proteção das vias aéreas, a digestão de alimentos, gustatação, deglutição, respiração e fonação. - Digestão: a salivação e a mastigação representam a primeira fase da digestão. - Gustação: realizada pelas papilas gustativas localizadas na língua, palato duro, pilares amigdalianos anteriores, parede posterior da faringe e superfície interna da bochecha. - A deglutição é dividida em três fases: a oral, a faringeana e a esofageana. - O bolo alimentar é encaminhado à boca do esôfago pela contração da base da língua e dos músculos constritores da faringe, ao mesmo tempo que o véu palatino alcança a parede posterior da faringe e a epiglote fecha o orifício superior da laringe. 37 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● Anel de Waldeyer: - Tonsilas Palatinas ,Tonsila Faríngea, Tonsila Lingual, Tonsilas Tubárias e Folículos Linfóides Isolados. - Rede linfática rica (Anel Linfático de Waldeyer) é de grande importância no sistema imunológico, responsável pela grande quantidade de IgA secretora da região, sendo o primeiro mecanismo de defesa contra agentes agressores da via aéreo-digestiva. - A produção local de IgA nesta região é grande e parece ser a responsável pela maior resistência destes órgãos a infecções locais. Nas tonsilas com inflamação crônica a produção de IgA é menor. Trabalhos recentes têm demonstrado que as tonsilas podem produzir IgE, interferon gama e de interleucinas.● Exame físico e anamnese: - Postura do paciente na consulta. - Respiração nasal ou bucal. - Lábios (posição, tonicidade e hidratação). - Arcada dentária (mordida normal, cruzada ou aberta). - Musculatura orofacial (normal ou hipotônica). - Voz (hiponasalidade que ocorre mais nos casos de hiperplasia de adenóide). - Palato ogival, úvula bífida. - Exame da orofaringe com abaixador no terço anterior e médio. - Rinofaringe: fibras ópticas (rígida ou flexível). - Hipofaringe: fibroscópios ou espelho. - Rx de cavum para avaliar a permeabilidade das vias aéreas. Faringit�: ● Introdução: - Processos inflamatórios que atingem rinofaringe (sintomas nasais), orofaringe (odinofagia) ou hipofaringe (disfagia). ● Faringotonisites: - Há faringites agudas quando o processo inflamatório é súbito e se prolonga apenas durante alguns dias, após os quais entra em remissão. - A faringite crônica, quando a inflamação se prolonga por várias semanas ou meses ou 38 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII quando se apresenta ao longo dos anos intermitentemente . - Paciente em bom estado geral. - Pontinhos vermelhos. - Linfócitos. Criança desidratada, prejudica o estado geral, palidez, maior duração, febre mais alta (38,5-40). Pode ter pus. - A colonização do trato respiratório superior começa logo após o nascimento. - Na cavidade oral se encontram mais de 200 espécies de bactérias, sendo aproximadamente cerca de dez anaeróbias para cada aeróbio, com esta relação aumentando de acordo com a falta de higiene oral. - Além da flora normal, as tonsilas podem abrigar bactérias potencialmente patogênicas como Haemophilus influenzae, Streptococcus ß-hemolítico do grupo A, Streptococcus pneumonie, Moraxella catarrhalis e Staphylococcus aureus mesmo em pessoas sem queixas de amigdalites. - A manutenção do equilíbrio adequado entre as bactérias da microbiota normal e as 39 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII bactérias patogênicas parece exercer um papel fundamental na defesa das vias aéreas superiores. ● Faringotonsilites inespecíficas: - Faringotonsilite Eritematosa. - Faringotonsilite Eritematopultácea. - Faringite Difteróide. - Faringite Gangrenosa. - Adenoidite. - Amigdalite Lingual. - Uvulite. Obs: tratamentos não mudam muito, pedem repouso. 🆗—> Eritematosa: - Toda mucosa da faringe se apresenta hiperemiada, congesta, edemaciada, sobretudo ao nível das amígdalas palatinas. - Pode ser acompanhadas de mal-estar, calafrios, febre, dor muscular, artralgias, cefaléia. - Mucosa faríngea congesta, arroxeada. - Amígdalas edemaciadas aumento de volume. - Forma eritemato-pultácea (depósito esbranquiçado recobrindo amígdalas, nunca invadindo pilares), além das características inflamatórias presentes nas anginas eritematosas. - Mais comum em adolescentes e crianças. - Agente etiológico: + comum Adenovírus tipo 3. - Sintomas gerais + sintomas locais. - Evolução 3-6 dias. - Amígdala pode aumentar e pode ter queixa respiratória. 🆗—> Difteróide: - Formação de pseudomembranas com invasão de pilares. - Congestão intensa da mucosa, coloração vermelho-vinhosa, temperaturas elevadas (39-40). - A temperatura intensa é um sinal da difteróide e não da difteria. - Agente etiológico: streptococcus e/ou pneumococos - Diagnóstico diferencial: difteria. - Placas e pus recobrindo a amígdala. Pode invadir as tonsilas. - Fica congesta, febre alta. 🆗—> Gangrenosa: - Raras (imunodeprimidos). - Hálito fétido, salivação abundante e sanguinolenta, queda do estado geral, linfadenopatia. 40 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Placas de gangrena acinzentadas delimitadas com eliminação de tecido necrosado. - Pode evoluir para morte por choque séptico. - Pouca dor e hálito muito ruim. 🆗—> Adenóide Aguda: - Processo inflamatório das vegetações adenóides. - Raro nos adultos. - 8 dias (4 sem). - Surge temperatura alta que no lactente pode estar acompanhada de obstrução nasal, polipneia, agitação psíquica e até mesmo espasmos na glote. - Obstrução nasal aguda, secreção muco catarral ou purulenta, elevação da temperatura. - Complicações: Otites, BCP. - Tende manter estado geral bom. 🆗—> Lingual: - Processo inflamatório agudo da amígdala lingual. - Pouco frequente. - Rara em crianças. - Duração de 12 dias. - Odiofagia é profunda no nível do osso hióide, com irradiação para o ouvido. - Hipertrofia, congestão, pode ter pontos purulentos recobrindo a amígdala lingual. —> Uvulite: - Processo inflamatório da úvula. - Congestão e edema da mucosa. - Disfagia. - Pode ter regressão espontânea. - Mal passa alimento, afeta a respiração. Dificuldade para engolir. - Respira mal deitado. 🆗—> Tratamento faringotonsilites: - Local: gargarejos. - Faringites virais: sintomáticos (> oria dos casos). - Evitar raspagens para não traumatizar o local. - Nas adenóides pode-se usar vasoconstritores (inalação de soro fisiológico) para aliviar a obstrução nasal, analgésicos e antitérmicos. - Faringites bacterianas AB 10 dias + sintomáticos. - Lembrar da prova rápida para estrepto (12-18 hs). - Amoxicilina (1 opção), clavulanato (2 opção), cercosporina (3 opção). —> CRIANÇAS. - Levofloxacina no adulto. - NÃO DAR AMOXILINA PARA CRIANÇAS DE ATÉ 4 ANOS. 41 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII —> Complicações: - Abcesso periamigdaliano: - + frequente S. pyogenes. - Odinofagia, disfagia, halitose, salivação excessiva, trismo. - Edema dos tecidos laterais e superior a amígdala, deslocamento medial ou anterior da úvula, linfadenopatia cervical. - Tratamento: drenagem cirúrgica + antibioticoterapia. - Dificuldade para abrir a boca devido ao edema. ● Faringotonsilites especiais: - Faringite Diftérica. - Angina fusoespirilar ou Plaut Vincent. - Herpangina. - Angina pelo Adenovírus. - Sarampo. - Escarlatina. - Síndrome mão-pé-boca. - Alergia faríngea. - Sífilis. - Febre tifóide. - Febre aftosa. - Mononucleose infecciosa. - Febre Reumática. 🆗—> Diftérica: - Ae: Corynebacterium diphteriae. - Cçs 1-7anos, incubação 4 dias. - No exame observamos falsas membranas branco-acinzentads que envolvem as amigdalas, pilares e úvula aderentes à mucosa e sangram ao se destacarem. - Endotoxina e exotoxinas. - Falsas membranas recobrindo amígdalas, porção superior dos pilares até a úvula. - Linfadenopatia cervical e submandibular. - Adinamia, pulso rápido, hipotensão, pode evoluir para paralisia dos músculos respiratórios. - Diag: exame bacteriológico direto. - Tratamento: soroterapia específica. - Pior que a difterióide. 🆗—> Angina fusoespirilar ou Plaut Vincent: - Germes saprófitas fusiformes e espirilares. - Disfagia, odinofagia unilateral, sem aumento da temperatura. 42 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Oros: presença de ulceração na amígdala recoberta por pseudo membrana sem tendência a necrose ou fetidez. - Evolução benigna. - Diag: presença dos bacilos na lesão. - Tratamento: penicilina e embrocações de bismuto para desfazer a simbiose. - Paciente sem febre. - Ulceração por necrose na região. - Evolução tende a ser benigna. 🆗—> Febre reumática: - Caracteriza-se pela presença de exsudato purulento, edema da faringe, odinofagia, linfadenopatia cervical, mal estar e febre. - Congestão e edema da faringe, linfonodos ingurgitados, febre, mal estar, odinofagia intensa. - Agente é o estreptococo beta hemolítico tipo A de Lancefield. SÓ ESSE GERA FEBRE REUMÁTICA. - A febre reumática surge 1-4 semanas após a angina. - Para diagnóstico utilizamos o critério de Jones modificado, sendo confirmado na presença de 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 2 menores, associados à evidência de infecção estreptocócica recente. - Diag: cultura e elevação do ASLO vários meses após a angina. - Trat: Penicilina, e para profilaxia P. Benzatina (1x/mês/5anos). Critérios: 1 maior ou 2 menores —> confirma o diagnostico. - Obs: criança tem que fazer 0 apneia por hora; o adulto pode fazer até 5 por hora. - Obs: muita ulcera na amígdala, tabagista,etilista, amígdalas com placas compactas, 43 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII amígdalas assimétricas —> pensamos em câncer. 🆗—> Mononucleose infecciosa: - Adolescentes e adultos jovens. - Ae: vírus Epstein-Barr (EBV). - Febre, astenia, angina, poliadenopatia, hepatomegalia em 10% dos casos e esplenomegalia em 50% dos pacientes. - A angina pode ser eritematosa, eritemato exsudativa ou pseudomembranosa. Essa etiologia deve ser considerada quando o paciente não apresenta melhora com o uso de antibióticos. - Diagnóstico : Quadro clínico + exames laboratoriais. - Inespecíficos, hemograma: linfocitose com 10% ou mais de atipia linfocitária e aumento de transaminases. - Sorologias: - Paul-Bunnel-Davidson: positiva após 10 a 20 dias de doença, com sensibilidade de 90% e especificidade de 98%. (Demora para vir a sorologia). - Pesquisa de Ac IgM ou IgG contra antígenos do capsídeo viral: detecção de Ac IgM desde o início do quadro, atingindo seu pico entre 4 e 6 semanas. - A evolução do quadro costuma ser favorável, com resolução espontânea após semanas ou meses. - Tratamento: hidratação e analgésicos. - Febre, dor de garganta, MUITA DOR E EDEMA. - Pouca queixa respiratória. - Dor ao palpar linfonodo, sente muita dor. - Relata dor abdominal, tem esplenomegalia. - 10-14 dias de sintomas. CASO CLÍNICO 1: GE, 23 anos, masculino, escriturário, refere apresentar há 20 dias disfagia, odinofagia à direita, pigarros, sentindo catarro na garganta, halitose, sem febre, nega mialgia. Procurou UBS no início dos sintomas, com o diagnóstico de infecção de garganta (sic), tratado com antibiótico por 5 dias, o qual não sabe o nome e Dipirona, apresentou febre. Como não apresentou melhoras, voltou na Unidade de Saúde, onde foi encaminhado para avaliação com otorrinolaringologista. Refere quadros semelhantes , sempre com os mesmos sintomas que melhoram espontaneamente ou tratado com AB pela farmácia e UBS. Nega sintomas nasais, nega sintomas otológicos, nega história de infecções de garganta na infância, nega doenças de base. Nega perda de peso. Nega alcoolismo ou tabagismo. Exame físico: inspeção e palpação cervical não se evidencia adenomegalias. Rinoscopia: desvio septal leve à esquerda, cornetos nasais normotróficos, coloração normal da mucosa, ausência de secreções.Otoscopia: ND. 44 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII (caaseum). Tratar: gargarejo sempre que comer OU amidolectomia. Cuidado para não confundir com angina. CASO CLÍNICO 2: BHS, masculino, 45 anos, relatou uma queixa principal de sensação de queimação na língua e nas bochechas dos últimos 3 meses. Fumante 5 cigarros / dia por 15 anos, mas abandonou o hábito há 6 meses. Sem febre, nega outras queixas. Nega uso de medicamentos ou doenças de base. Nega RG.. Exame físico em Orl. Otoscopia: ndn Rinoscopia: ndn, Inspeção e Palpação cervical: ndn. CASO CLÍNICO 3: As características clínicas e história: diagnóstico provisório de candidíase eritematosa. Um esfregaço esfoliativa: células epiteliais com hifas e esporos do tipo candida, se . Prescrito antifúngico tópico (clotrimazol) e anestésico tópico (cloridrato de benzidamina), nenhuma melhora foi observada no palato e na língua. Quando o paciente não respondeu ao tratamento, suspeitou-se de uma imunodeficiência subjacente. Ao ser questionado sobre seu estilo de vida, o paciente relutantemente admitiu ter relações sexuais desprotegidas com múltiplos parceiros. Isso levou a um teste de HIV ELISA que retornou como positivo. Assim, a candidíase oral revelou a infecção subjacente pelo HIV, após a qual o paciente foi tratado com antifúngicos sistêmicos apropiados (cetoconazol), juntamente com antifúngicos tópicos (clotrimazol) e terapia anti-retroviral apropiada. Sah� - Ronco, apneia. - Doença multifatorial. ● Apnéia: - É o descontrole respiratório durante o sono. - É considerado apneia quando os episódios são superiores a 10 seg de duração e o 45 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII diagnóstico se confirma quando ocorrem 5 ou mais episódio por hora do sono. - Classificação: central, obstrutiva ou mista. - 0,7% da população geral de crianças. - Fator de risco: HAA (hipertrofia da adenóide e de amígdala). —> Central: - O fluxo aéreo pela boca e pelas narinas cessa por ausência de movimentos torácicos e abdominais. - Pode ser por comprometimento do controle ventilatório central- os quimiorreceptores bulbares não recebem os estímulos de O2 necessários para enviar informação tóraco abdominal para a respiração. - Episódios múltiplos de apneia do sono em que há parada completa dos esforços para respirar, associado com disfunção do SNC que regula a respiração. - Essa condição pode ser idiopática (primária) ou associada com lesões baixas no tronco cerebral. - A manutenção do sono é prejudicada resultando em hipersonia durante o dia. - Ocorre no início do sono e geralmente o paciente não é obeso. - Mais de 5 eventos por hora é anormal. Esses surtos são mais breves que da apnéia obstrutiva. —> Obstrutiva: - Tem movimento toracoabdominal, mas tem obstrução de via respiratória. - Recorrentes durante o sono apesar dos esforços respiratórios persistentes. - Obstrução das vias aéreas superiores. - As pausas respiratória podem induzir: hipercapnia, hipoxia, arritmia cardíaca, elevação da pressão sistêmica e pulmonar podem ocorrer, - Despertares parciais ocorrem durante o ano, resultando em uma privação do sono relativa e cansaço noturno. - Apresentação clínica: paciente ronca alto, tem muitos despertares durante a noite, ansioso por respirar, sonolência diurna e comprometimento profissional. - Exacerbação com uso de álcool. - Roncos explosivos alternados com período de silêncio. - Uso de CPAP melhora o quadro —> Mista: - Associação da apneia central primária e obstrutiva. Quando as duas formas estão presentes a condição é referida como apnéia do sono tipo mista. - Se origina da apnéia central, tornando-se obstrutiva quando o indivíduo tenta retornar a respiração. ● Apnéia do sono do tipo obstrutiva: - Condições associadas: - Obesidade; - Acromegalia; - Mixedema; (edemacia mucosa) - Micrognatia; - Distrofia miotônica; - Distrofia adenotonsilar; - Doenças neuromusculares; - Laringomalácia; - Anormalidades de crânio faciais, distúrbios metabólicos, neoplasias de cabeça e pescoço. - Fisiopatologia: - Resistência das vias aéreas. 46 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Tamanho das VAS. - Tônus dos músculos das VAS. - Obstrução total ou parcial das VAS —> aumento do esforço respiratório + relaxamento da musculatura respiratória —> colabamento da VAS —> hipóxia, hipercapnia —> acidose respiratória —> vasoconstrição —> hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e cor pulmonale. - Quadro clínico diurno: - Respiração bucal de suplência; - IVAS recorrentes; - Deglutição lenta e atípica; - Irritabilidade; - Sonolência excessiva diurna; - Diminuição da atenção; - Cefaleia. - Quadro clínico noturno: - Roncos; - Sialorréia; - Tosse; - Sono agitado; - Apnéia e hipopnéia. - Enurese. - Cianose; - Ronco ressuscitativo. “Cérebro te acorda para respirar depois de tanto tempo de apnéia”. - Diagnóstico: - Avaliação clínica (quadro clínico + exame físico). - Exames complementares. - Rx, tomografia ou ressonância (tumores). - Polissonografia Assistida é o padrão ouro para o diagnóstico desta síndrome, que é classificada como leve, moderada e grave de acordo com os índices de apnéia e hipopnéia (IAH) por hora de sono. ● Polissonografia: - É geralmente realizada à noite e registra as amplas variações biofisiológicas que ocorrem durante o sono. - O polissonograma resultante do teste monitora três parâmetros principais: o eletroencefalograma (EEG), o eletro-oculograma (EOG) e o eletromiograma sub- mentoniano (EMG). - Outros parâmetros, como fluxo aéreo nasal, oximetria, eletrocardiograma, latência do sono, tempo total do sono, latência do primeiro sono REM e percentual dos estágiosdo sono ao longo do exame, dentre outros, contribuem para o diagnóstico de doenças relacionadas ao sono —> Apnéia leve: O paciente apresenta entre 5 a 15 IAH/hora; a sonolência diurna ou episódios de sono involuntários ocorrem durante atividades que requerem pouca atenção. Ex: assistir à televisão, ler, andar em veículo como passageiro. 47 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII —> Apnéia moderada:Apresenta entre 15 a 30 IAH/hora, os sintomas produzem discreta alteração da função social ou ocupacional, os episódios de sono ocorrem durante atividades que requerem alguma atenção. Ex: assistir a eventos sociais. —> Apnéia grave: Apresenta acima de 30 IAH/hora; a sonolência diurna ou os episódios de sono voluntário ocorrem em atividades que requerem maior atenção. Ex: comer, dirigir, conversar. A cada 2 minutos desperta. ● Fatores predisponentes: - Hipertrofia de adenóides. - Hipertrofia de tonsilas linguais e palatinas. - Obesidade. - Obstrução nasal crônica (estrutural, inflamatória, neoplasia). - Doenças degenerativas neuromusculares. - Sd. genéticas. ● Tratamento: - Há diversas abordagens para o tratamento da SAHOS é importante evitar o álcool, indutores do sono, usar programas para emagrecimento, reposição hormonal. - Álcool relaxa a musculatura. - Após identificar a causa da obstrução. - Tratamento clínico. - Tratamento cirúrgico. - Tratamento protético (aparelho intraoral , CPAP ou BiPAP). - Tratamento - O principal tratamento da SAHOS foi empregado por Sullivan em 1981 e consiste no emprego da Pressão Aérea Positiva pelo CPAP (continous positive airway pressure), aplicada nas vias aéreas superiores por intermédio de uma máscara nasal, impedindo o colabamento da faringe. Atualmente tem sido a modalidade terapêutica de escolha para a SAHOS moderada ou grave. Na expiração joga pressão positiva no paciente para não colabar as vias aéreas. - O tratamento com aparelho oral é feito por um dentista especialista, habilitado a manusear aparelhos orais para tratamento do ronco ou da Apnéia Obstrutiva. Após o exame do paciente avaliando a oclusão dentária, ATM (Articulação Temporo - 48 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII Mandibular), hábito intra-oral, dentes, tecido periodontal etc, o dentista solicita radiografias panorâmicas e cefalométricas em três posições e modelos, definindo assim, qual o tipo de aparelho oral a ser indicado: reposicionador mandibular, retentor lingual ou outras modalidades de aparelho. Nar�: ● Anatomia: - Anterior: narina. - Posterior: coana. - Inferior: assoalho do osso palatino. - Superior: lâmina crivada do etmóide (olfato), osso esfenóide e osso frontal. - Interna: septo nasal = cartilagem quadrangular, vômer e lâmina do etmóide. - Externa: corneto inferior médio superior supremo, maxilar posterior, palatino e etmoide. - No meato inferior desemboca o ducto lacrimal. ● Cornetos: - Corneto inferior, médio, superior e supremo (exceção). - Todos têm cabeça, corpo e cauda. ● Meatos: - Inferior: abaixo do corneto inferior, onde desemboca o canal lacrimal. - Médio: entre o corneto médio e inferior, onde desembocam os seios frontal, maxilar e etmoidal anterior. - Meato superior: entre o corneto superior e médio, onde desembocam os seios esfenoidal e etmoidal posterior. 49 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII ● Válvula nasal: - Localizada após o vestíbulo nasal, é uma projeção intranasal da união das cartilagens alares inferior e superior. - Regula o fluxo aéreo que passa pelas vias. - Quando estreitada, pode ocasionar diminuição do fluxo aéreo eobstrução→ interrompe reflexo naso-pulmonar→ dispnéia. - Camada epitelial cilíndrica criada vibrátil — básica- cório (vascular). - Camada glandular (mucíparas)- profunda (corpos cavernosos). ● Funções: - Respiratória, olfativa (n olfatório), filtragem (vibrissa, cílios, muco), espirro, lisozima( torna o ar estéril). - Umedecimento 580 cm de água- 15.000 L de ar por dia- aquecimento. ● Semiologia: - Inspeção. - Palpação. Obs: dor a palpação do seio nasal é patognomÔnico de sinusite bacteriana. - Rinoscopia anterior e posterior. - RX. - TC. - RM. - Endoscopia. - Alteração da abóbada palatina. ( no nascimento é comum a respiração nasal, devemos analisar se elas estão sendo permeáveis; se tem problema, a criança respira pela boca, fazendo com que a abóbada palatina fique para cima). Criança fica com retrogmatismo. - Irradiação: orelha média, seios paranasais, VAIS, laringe, traqueia, brônquios. 50 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Aparelho digestivo: dispepsia, aerofagia, rinites agudas. RINITES AGUDAS: A) Rinite catarral aguda: - Aquela quando temos de gripes e resfriados, tem muco e secreção clara. - Obstrução nasal, olfato diminuído (menor corrente area olfativa), respiração bucal, espirros, febre, mal estar, astenia, muco amarelo-esverdeado. - Mucosa hiperemiada - Usar soro fisiológico e lavagem. Aplicamos a seringa no lado oposto ao nariz congestionado. - Usa descongestionantes orais: decongex, desalento D, benegripe + vasodilatadores nasais. - Obs: neosoro afeta o batimento dos cílios. B) Rinite aguda do lactente: - Criança não respira, tem apneia. - É grave. - Sintomas: obstrução nasal, ronco, choro, dificuldade para mamar e dormir. - Faz lavagem com soro ou aspira. - Usa descongestionante nasal e oral, descongestionante, amigdalectomia, aspiração da secreção. C) Rinites especificas. - Foram embora, seria a da sífilis, lepra, leishmaniose, escarlatina, tuberculose, blasto, miíase, sarampo. D) Rinite alérgica. - É a maioria. - Tem 5 sinais e sintomas: obstrução, prurido, prega nasal característica de rinite por cocar, diminuição do olfato, coriza, mucosa pálida e não cor de rosa. - Hiposmia = redução do olfato. - Evitar elementos causadores. Passar aspirador, evitar lã. - Lavagem com soro fisiológico, corticoide nasal e oral, descongestionante nasal e oral. - Imunoterapia com vacinas. - Teste alérgico. - Irradiação = sinusite. RINITE CRÔNICA: A) Muco purulento: - Tem muco e pus, tem bactéria ou vírus. - Usa antibiótico local ou oral ou parenteral, SF, vasoconstritor nasal com corticóide e antibiótico. - Sintomas: rinorréia, obstrução nasal, muco amarelo esverdeado. - Mucosa avermelhada e sem cílios. - Obs: progressão do muco: amarelo→ amarelo esverdeado→ verde. B) Hipertróficas: - Aumento das coanas nasais, tornando a fossa nasal limitada. 51 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Sintomas: obstrução nasal em báscula (ora de um lado ora de outro), respiração bucal, secura da faringe. - Os corpos cavernosos ficam grandes e tampa a respiração. - Tratamento: cauterização, infiltrado de corticóide, antialérgicos, descongestionantes (SF + drogas vasoconstritoras). C) Atróficas: - Redução da concha nasal, tornando a fossa nasal muito ampla. - Raras, causadas por desnutrição e hipovitaminoses. - A melhoria alimentar as extinguiu. - Progresso sanitário. ● Seios nasais: - São cavidades ocas no interior de ossos cranianos. - Possuem mucosa rica, ciliada. - Drenam sua secreção para a mucosa nasal. - Função: reduzir o peso craniano, ressoar a própria voz de sons externos. - Drenagens: - Frontal, maxilar e etmoidal anterior→ meato médio. - Esfenoidal e etmoidal posterior→ meato superior. ● Sinusite: - É um processo inflamatório que recobre a mucosa. - Anatomia: seios anteriores: maxilares, etmoidal anterior, frontal. Seios posteriores: esfenoidal, etmoidal posterior. - Semiologia: rinoscopia anterior e posterior, endoscopia, RX, TC, RM. SINUSITE AGUDA: A) Fronto Etmoidal odontogênica: - Origem odontogênica ou irradiação da rinite. - Sintoma: dor e secreção nasal. - Pode evoluir para fronto-etmoidal (a presença de edema no ângulo superior interno da órbita ocular requer drenagem urgente). SINUSITE CRÔNICA: A) Catarral: - B) Supurada: - —> Tratamento: antibióticos, anti-inflamatórios, descongestionantes, corticoides orais, nasais, lavagem nasal com soro fisiológico.—> Complicações: osteomielite e abscesso palpebral. ● Urgência nasal: - Trauma. - Abscesso septal: - Presença de substância purulenta entre as estruturas nasais. - Incisão, drenar e aspirar. - Corpos estranhos: 52 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) - LII - Secreção purulenta persistente, unilateral e fétida. - Corpo estranho, retirar com pinça. - Epistaxe: - Drenar e cauterizar. Observações finais: - O seio maxilar tem drenagem anterior, o que a dificulta, logo, quando abaixamos a face, a drenagem é facilitada. - Desvio de septo: redução da fossa nasal do lado desviado e hipertrofia compensatória dos cornetos do lado oposto ao desvio. 53
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