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CLÍNICA MÉDICA DE ANIMAIS SILVESTRES

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CLÍNICA MÉDICA DE ANIMAIS SILVESTRES 
Docente: Dr. Rodrigo Hidalgo Teixeira | Aluno: Alex Dinis Júnior | @vet.baka 
1 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Antes de tudo… – Conhecer o seu paciente! 
Qual o nome científico? Habitat natural? 
Alimentação? De onde ele veio? Quais seus 
hábitos e características individuais? 
Devolução ao Habitat – Após passar por um 
check-up e garantir que o animal está com a 
saúde apta para voltar na natureza, devemos 
certificar-se de saber sua origem e saber o 
local de onde ele foi capturado ou resgatado. 
Não podemos soltar o animal em qualquer 
local, sem conhecimento prévio. Quando o 
animal não é nativo da nossa região (exótico), 
deve permanecer no zoológico – soltura de 
animais exóticos é crime, pois ao não estar 
em seu habitat, ocorre competição e 
desequilíbrio na fauna brasileira. 
“Não se usa o termo de animais em jaulas, cativeiros 
ou presos. Utiliza-se, atualmente, o termo animais 
sobre cuidados humanos”. 
Contenção – Passaguá de tamanhos variados, 
puçá, cordas, luvas, focinheiras, cambão, caixas 
e outros. Se não tiver material adequado 
para transporte e/ou manejo, não faça! 
Nunca subestimar nenhum animal. Garantir a 
segurança do animal, da sua equipe e a sua! 
“Animais selvagens não atacam, se defendem! Se 
atentar com sinais que o animal dá”. 
 
 
 
 
MAMÍFEROS SELVAGENS 
• Marsupiais: Não puxar pelo rabo, deve-se 
usar o cambão. Os mais conhecidos no 
país são os gambás/saruês. Sua 
alimentação varia, podendo ser herbívoros, 
carnívoros, insetívoros e onívoros. 
 
• Primatas: Andam em grupos, são fortes, 
ágeis e complexos. Existem várias espécies, 
sendo necessário manter uma proteção 
para evitar o desenvolvimento de híbridos. 
No Brasil existem diversas espécies, como 
bugios, macacos-aranhas, muriquis, 
macaco barrigudo, saguis, micos, macacos-
pregos e tantos outros. 
 
 
 
 
“Bugios são os únicos primatas com 
dimorfismo sexual evidente, machos 
possuem colorações escuras e fêmeas 
colorações claras”. 
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CLÍNICA MÉDICA DE ANIMAIS SILVESTRES 
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• Edentatas/Cingulata/Pilosa: Composto 
por tatus, tamanduás bandeiras e 
preguiças. Não segura tatu pela cauda ou 
tamanduás e preguiças pelas unhas, pois 
tem grandes chances de ocorrer fraturas. 
Cuidado com garras, são fortes e potentes. 
 
• Roedores: Capivaras são os maiores 
roedores do mundo. Realiza-se controle 
populacional de capivaras em locais 
endêmicos, prevenção da febre maculosa. 
 
• Carnívoros: Lontras, ariranhas, quatis, e 
outros. Deve-se tomar muito cuidado. 
Animais que vivem em grupos devem ser 
isolados para a correta 
contenção e manejo. 
 
 
 
 
 
 
• Felídeos: Gato-maracajá, gato-mourisco, 
onça-pintada, jaguatiricas e outros. Deve-
se tomar muito cuidado, são animais 
extremamente territorialistas. 
 
• Cervídeos: Veado-catingueiro, Ocorre 
troca de chifres com uma frequência de 
por volta de doze meses. 
 
 
 
• Bovídeos: Quando sexualmente maduros 
possuem dimorfismo sexual, macho é 
escuro e com chifres, e fêmea clara sem 
chifres. 
“Os cervídeos têm chifres que caem todos os anos e 
são trocados por outros. Essas galhadas 
normalmente também se dividem em várias 
direções. Já os bovídeos têm cornos que duram a 
vida toda e, em geral, sem ramificações”. 
 
 
 
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AVES SELVAGENS 
• Ratitas: Avestruz, cazuar, quiuí, ema e emu 
e outros, aves de grande porte que não 
voam, pescoço grande e pernas longas. 
 
• Flamingos: Se defendem coletivamente. 
Ao manejar, deve ser de forma coletiva e 
rápida, fazer o que for necessário e 
devolver os animais. 
 
• Pavão: As caudas dos machos duram por 
alguns meses e após esse período realiza-
se a troca de penas, com o animal ficando 
por um tempo sem elas. No manejo, 
quando necessário, focar sempre em 
preservar as penas. 
 
 
 
 
 
 
 
• Galiformes: Inclui animais domésticos 
como a galinha, peru e espécies 
cinegéticas como perdizes e faisões. 
Cuidados ao segurar no manejo, podendo 
ocorrer fraturas de asas. Preferencialmente 
conter pelos pés. 
 
• Anseriformes: Ordem de aves aquáticas, 
incluem animais como o pato, ganso e o 
cisne. Conforme a espécie, possuem 
características parecidas com os 
galiformes. 
 
• Piciformes: Tucanos e pica-paus. Machos 
tem bico maior no comprimento, porém 
pode ocorrer exceções, o melhor método 
de sexagem é sempre por sangue. 
 
 
 
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• Strigiformes: Inclui aves de rapina, tais 
como corujas, mochos e murucututu. São 
caçadoras eficientes, usando sobretudo 
olhos aguçados e movimentos rápidos. 
Corujas se defendem com garras, e 
gaviões com bicos, enquanto carcarás se 
defendem com garras e bicos. 
 
 
• Cathartiformes: Representada pelos 
urubus e condores. O grupo é restrito ao 
continente americano. Possuem grande 
porte, asas longas e largas, cabeça e 
pescoço nus, alimentando-se 
basicamente de cadáveres. No Brasil, 
encontra-se as espécies urubu-rei, cabeça 
preta, amarela, vermelha e urubu da mata. 
 
 
• Psittaciformes: Inclui aves muito 
populares e conhecidas, como papagaios, 
periquitos, araras, tuins, cacatuas, 
calopsitas e outros. Aves carismáticas, 
algumas espécies conseguem imitar o som. 
Segurar sempre em bases ósseas da 
cabeça e das garras, utilizando luvas 
sempre para uma correta proteção. 
 
 
 
 
 
 
• Ciconiformes: Ordem de aves de médio a 
grande porte com distribuição mundial. O 
grupo habita preferencialmente zonas 
costeiras, ou perto de lagos e rios, mas 
inclui também aves terrestres. Alguns 
exemplos são a cegonha, socó-
dorminhoco, as garças e o íbis. 
 
 
RÉPTEIS SELVAGENS 
• Testudinata: Inclui jabutis, cágados e 
tartarugas. Cágados envolvem diversas 
espécies diferentes como cágado-pescoço-
de-cobra, tigre d’água, tartaruga-de-casco-
mole, cágado-de-barbicha e outros. Não 
confundir o nome de espécies de cágados 
que contém “tartaruga” no nome. Para 
diferenciação sexual, observamos o 
tamanho da cauda e do animal em si, além 
da presença de unhas nas patas dianteiras 
– machos tem cauda mais grossa e maior 
além de unhas mais compridas, enquanto 
as fêmeas tem cauda menor e mais curta 
porém são maiores de tamanho. 
 
“Além de questões 
anatômicas, a principal 
diferença entre jabutis, 
cágados e tartarugas é em 
questão do seu habitat – 
jabutis são terrestres, 
cágados são animais de água 
doce e também terrestre, e 
tartarugas são 
exclusivamente de água 
marinha”. 
 
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• Crocodilia: Inclui jacarés, crocodilos e 
aligators. Deve-se manejar utilizando 
cambão na axila e pescoço do animal. 
Dependendo da espécie, o peso pode 
variar muito. São animais terrestres e 
também aquáticos. 
 
“Os jacarés pertencem à família Alligatoridae, 
enquanto o crocodilo à Crocodilidae. Dentre as 
características físicas, podemos citar o focinho, que 
em crocodilos é mais fino e alongado quando 
comparado ao dos jacarés, que possuem focinho 
curto e mais largo.” 
• Teiidae: Inclui espécies como teiú, tiú, 
tivaçu, jacuraru e outros. Compreende os 
maiores lagartos do Novo Mundo e 
abrange sete espécies em dois gêneros, 
todas nativas da América do Sul. Ao 
manejo, segurar a cauda e a parte da 
frente com cuidado ao repassar o animal. 
 
• Iguanidae: Família de répteis escamados 
que ocorrem em regiões tropicais. As 
iguanas têmhábitos arborícolas, isto é, 
vivem em árvores, podendo atingir até 180 
cm de comprimento. Cuidados no manejo 
pois rebatem com a cauda. 
 
 
 
• Serpentes: Podem predar por constrição 
ou por peçonha. A maioria de espécies 
não é peçonhenta e muitas são 
inofensivas! Na fauna brasileira, 
encontramos diversas variedades de 
espécies como jibóias, sucuris, caninana, 
muçurana, cobra d’água, cobra dormideira 
e outras. Para transporte, recomenda-se 
caixas de madeira. Para manejo, utiliza-se 
ganchos em boideos deixando em uma 
altura pequena pra não ter perigo do 
animal cair. Se for extremamente 
necessário, imobiliza-se a cabeça e segura 
o animal não peçonhento. Evitar ao 
máximo pegar o animal! 
“Carrapatos em serpentes normalmente estão na 
cabeça ou, em alguns casos, na cloaca”. 
 
“Toda serpente começa a alimentação pela cabeça, 
se a cabeça da presa passa pela boca, todo o 
restante conseguirá passar”. 
 
“Para diferenciar uma serpente venenosa da não 
venenosa, analisamos estruturas como olhos, 
hábitos e caudas. No caso de corais, a falsa não 
completa os anéis, os olhos e as cores são menos 
evidentes, e a cauda afina ao final”. 
 
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ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS 
Os animais que mais causam acidentes 
peçonhentos no Brasil são, em relevância: 
• Serpentes; 
• Escorpiões; 
• Aranhas; 
• Lepidópteros; 
• Himenópteros; 
• Coleópteros; 
• Quilópodes; 
• Peixes; 
• Cnidários. 
Todos os casos devem ser notificados ao 
governo federal imediatamente após a 
confirmação, estando na Lista de Notificação 
Compulsória do Brasil. A medida ajuda a 
traçar estratégias e ações para prevenção. 
Serpentes Peçonhentas - As três espécies de 
maior importância veterinária são Lachesis 
muta (surucucu), Crotalus durrisus (cascavel), 
Micrurus coralinnus (coral-verdadeira) e 
Bothrops jararaca (jararaca, maior índice de 
acidentes). Na nossa região, a serpente de 
principal relevância é a cascavel. Manejar com 
caixas, tubos e ganchos, com extremo cuidado! 
 
“Em Sorocaba, o hospital referência para acidentes 
ofídicos é o Conjunto Hospitalar de Sorocaba, na 
Rua Cláudio Manoel da Costa. Em casos de 
acidente, leva-se o indíviduo picado o mais rápido 
possível ao hospital, com o membro afetado 
levantado para cima e se possível lavar o local da 
picada SOMENTE com água e sabão. Não fazer 
torniquete, perigo de contaminar! Informar ao 
profissional de saúde o máximo sobre o animal”. 
 
 
 
Aranhas Peçonhentas - As três espécies de 
maior importância veterinária são Loxosceles 
(aranha-marrom), Phoneutria (aranha-armadeira) 
e Latrodectus (viúva-negra). As aranhas 
caranguejeiras são de grande porte porém 
não causam acidentes graves nem possuem 
veneno, mas podem soltar poros que podem 
causar reações alérgicas em algumas pessoas. 
 
 
PRINCIPAIS ENFERMIDADES EM PRIMATAS 
NEOTROPICAIS 
Existem diversas nomenclaturas, como 
primatas neotropicais, brasileiros, 
platirrinos e outros. Gostam de permanecer 
no alto no habitat. O Brasil abriga cerca de 
20% dos primatas mundiais, com diversas 
espécies. Alguns exemplos são bugio, sagui-
de-tufo-branco, macaco prego e outros. 
 
Protocolo Anestésico de Macaco Prego 
(C. apella) 
Ketamina 8-12mg/kg 
Midazolan 0,2-1mg/kg 
Tiletamina/Zolazepan 5-10mg/kg 
Xilazina 0,5-1,5mg/kg 
Atropina 0,04mg/kg 
 
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Protocolo Anestésico de Saguis 
(Callithrix sp.) 
Ketamina 5-20mg/kg 
Diazepam 0,5-1mg/kg 
Xilazina 0,5-2mg/kg 
Tiletamina/Zolazepan 1-20mg/kg 
 
Afecções Dentárias – Pelas características dos 
dentes, verificamos o tipo de alimentação do 
animal. Observar a presença de tipos de 
dentes. Importante ter ao menos instrumentos 
básicos e sempre documentar. Abscesso da 
face podem ser gerados por problemas 
dentários, cáries também são comuns. 
Tratamento dentário ou extração. 
Traumas e Lesões – Não recomenda-se a 
tricotomia pois aumenta chances de estresse 
do animal e automutilação. Lesões são comuns 
em face, extremidade de mãos e pés ou cauda. 
Bastante comum presença de bernes e miíases. 
“Ocorrem muitos acidentes relacionados a choques 
elétricos quando macacos acabam andando em fios 
urbanos elétricos, queimaduras e até explosões”. 
Parasitas: 
• Prosthenorchis elegans é um 
acantocéfalo intestinal descrito em 
primatas neotropicais. 
• Toxoplasma gondii é um parasita que 
os primatas são altamente sensíveis 
(sintomas de apatia, dispnéia, hipotermia, 
secreção nasal, morte súbida ou 
assintomático). 
• Leptospirose é uma zoonose de 
ampla distribuição, associado com 
elevados índices pluviométricos. Se 
divide em patogênicas e saprófitas. 
• Fungos tem manifestações clínicas 
que demoram até 90 dias para 
aparecer, como alopecia. Geralmente, 
a contaminação se dá por solos. 
• Tuberculose é uma zoonose, causada 
por bactérias do gênero 
Mycobacterium. Catarrinos são 
 
 
bastante sensíveis. Evolução lenta, 
alterações respiratórias persistentes, 
linfadenomegalia e esplenomegalia. 
“Prova tuberculínica como técnica de aplicação e 
leitura da tuberculose. Aplicação intradérmica de 
0,1ml e leitura em 48, 72 ou até 96 horas”. 
Vasectomia – Como ferramenta para o 
manejo reprodutivo em macaco-prego. Após 
o procedimento, deve-se analisar a presença 
de espermatozóides. Após tres 
espermogramas, pode ocorrer a alta e 
reintrodução segura com fêmeas. A técnica 
cirúrgica consiste em apenas uma incisão 
medial na base do pênis com o escroto 
(diferente dos canídeos, mustelídeos e hienídeos 
que precisam de duas incisões paramediais, pela 
presença do osso mediano). Ao chegar na túnica 
vaginal, separar as camadas da túnica 
delicadamente até chegar ao ducto deferente, 
que possui aparência e textura mais rígida. 
“Em primatas, não é necessário suturar a túnica 
vaginal, porém em animais maiores é mais seguro 
suturar ou utilizar cola cirúrgica”. 
Protocolo Anestésico de Apes 
(Primatas do velho mundo) 
Via Oral Midazolan 0,5-1 
mg/kg 
 
Intramuscular 
Ketamina 6-8 
mg/kg 
Zolazepan 2,2-17,6 
mg/kg 
Xilazina 0,5-2mg/kg 
Tiletamina/Zolazepan 1-20mg/kg 
 
EPIZOOTIA DE FEBRE AMARELA 
Epizootia – Ocorrência de um determinado 
evento em um grupo de animais ao mesmo 
tempo na mesma região, vindo a óbito ou não. 
”Notificação compulsória em primatas não humanos 
(PNH) de qualquer espécie encontrado 
doente ou morto”. 
 
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Comportamento Anormal em PNH – Animal 
movimentando-se lentamente, sem instinto de 
fuga. Segregado do grupo, perda de apetite, 
baixo peso, magro, desnutrido, desidratado, 
com lesões cutâneas, secreções e diarréia. 
Culicidae – Engloba insetos dípteros 
popularmente conhecidos como pernilongos 
ou mosquitos. Haemagogus janthinomys, 
Sabethes glaucodaemon e Aedes aegypti. 
Vetores de febre amarela e outras doenças. 
 
Buscas e Vigilâncias – Podem ser de forma 
ativa (busca de animal vivos para captura) ou de 
forma passiva (busca de carcaças de animais 
acometidos). Uso de materiais EPI’s para 
segurança e coleta de material de primatas 
não humanos para análises. 
Coleta de Material em PNH – Tecidos 
indicados para a coleta sendo fígado, rins, 
coração, baço e cérebro. A coleta deve ser feita 
o quanto antes após a morte do animal, 
preferencialmente dentro das primeiras 8 
horas. Mais que 12 horas da morte torna-se 
difícil o diagnóstico. Após a coleta, 
independente do tempo, deve-se enviar para o 
laboratório com as devidas informações. 
“Trêsamostras de cada órgão com tamanho 
aproximado de 1cm³. Material fixado em formol a 
10% para histopatológico e imunohistoquímica em 
coletor universal. Congelada a -70ºC ou -18ºC para 
isolamento viral e PCR em criotubo. Relatório de 
necrópsia detalhado com os achados”. 
Zoológicos – Primatas cativos podem se 
configurar como reservatórios ou 
amplificadores do vírus, podendo trazer risco à 
população caso hajam mosquitos circulando e 
as pessoas não estiverem cobertas por 
vacinação. Uma das funções dos zoológicos é 
 
a importância dos reservatórios genéticos 
destas espécies, servindo em programas de 
reintrodução ou revigoramento populacional 
em ambiente natural, imunizando as espécies 
e mantendo uma boa genética. 
“Ao ver sangue em nariz, boca e ouvidos, a chance 
de ser traumatismo craniano é alta. Por falta de 
informações, muitos primatas foram atacados por 
humanos em surtos de febre amarela”. 
 
RAIVA EM ANIMAIS SELVAGENS 
Animais silvestres de qualquer espécie são 
classificados como animais de risco, mesmo 
que domesticado. Não se conhece por 
completo a epidemiologia sobre o vírus rábico 
em animais silvestres. Na literatura, revelam 
que o risco de transmissão do vírus por 
morcego é elevado, independente da espécie, 
hábito alimentar e gravidade do ferimento. 
 
“Em casos de morcego na casa, deve-se colocar ele 
embaixo de um balde e utilizando algum peso. 
Nunca colocar a mão no mão, entrar em contato 
com o Centro de Zoonoses da cidade”. 
Morcegos Hematófagos – O morcego-
vampiro comum (Desmodus rotundu) passa por 
controle populacional. O controle das 
populações é uma das medidas incluídas no 
Programa Nacional de Controle da Raiva 
dos Herbívoros do Ministério da 
Agricultura, que envolve ainda a vacinação 
dos animais, a vigilância epidemiológica e 
atividades de educação sanitária. 
“Fluxo de notificação em casos suspeitos de raiva e 
animais inicia-se por veterinários clínicos, indo para 
laboratórios de diagnósticos e esferas 
municipais, estaduais e federais.” 
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Outros animais podem também ser portadores 
e transmissores, como cervídeos, canídeos e 
outras espécies da nossa fauna. A raiva é uma 
zoonose extremamente perigosa, casos 
humanos registrados são poucos mas fatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Protocolos de Exposição – Unidades Básicas 
de Saúde Barcelona e Laranjeiras estão 
aplicando esquemas de pré-exposição em 
Sorocaba mediante agendamento prévio. 
Esquemas de pós exposição realizados apenas 
na UPH Zona Norte. Para contato com a 
zoonoses, o telefone (15) 3222-2484. 
 
ROEDORES E LAGOMORFOS: 
PETS NÃO CONVENCIONAIS 
Se dividem em roedores (ratos, chinchilas, 
porquinhos da índia, hamstes e outros) e 
lagomorfos (coelhos e lebres). Possuem hábitos 
noturnos. 
Alimentação – Existem diversas rações para 
essas espécies, sendo as melhores Nutropica 
e Megazoo. O ideal é que o animal tenha uma 
base de alimentação proteica e ampla, 
incluindo frutas e verduras. 
 
 
Afecções Dentárias – É comum ocorrer 
problemas dentários por um manejo 
nutricional inadequado. Os dentes tem 
crescimento contínuo, ou seja, precisam ser 
desgastados. É uma área extremamente 
sensível, sendo melhor sedar o animal para 
segurança do mesmo. Se o animal diminui o 
apetite gradativamente e não come mais, 
recomenda-se exame de Raio-X, pois pode 
indicar problemas em dentes. 
 
Cecofagia, Ceotrofagia ou Cecotrofia – É a 
reingestão natural do bolo alimentar 
fermentado no ceco do coelho. Auxilia na 
absorção de energia e nutrientes, sendo 
consumido preferencialmente à noite. Inicia-se 
precocemente, por volta da terceira semana de 
vida. Iluminação, dieta, ciclo circadiano e 
lactação são fatores que podem interferir. 
Diarréia – Administrado probiótico ou 
oferecido fezes de outro animal saudável da 
mesma espécie, para correção da microbiota. 
Sarna – Bastante comum, 
principalmente em coelhos 
domésticos. Sinais de inquietação, 
falta de apetite, prurido 
principalmente na região de orelhas, 
balançar de cabeça. Tratamento com 
aplicação tópica de acaricida. Geralmente é 
bilateral, realiza-se o tratamento sempre nas 
duas orelhas e patas. 
“Tratamento desses animais normalmente é lento, 
no caso de sarnas por exemplo, irá levar 
em torno de um mês”. 
 
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Outros Casos Clínicos Comuns – Traumas 
diversos, como pisadas, animais contactantes, 
portas e outros. Dentes e alimentação 
inapropriada. Ectoparasitas. Unhas em pisos 
pouco abrasivos. Neoplasias são bastante 
comuns, em glândulas mamárias, 
adenocarcinoma e outros tipos. Cirurgias em 
casos de fraturas e castração. 
Neoplasias – Bastante comuns na rotina. 
Importante realizar o diagnóstico diferencial 
da neoformação, como abscessos bacterianos 
por exemplo. Realizar citologia e medição com 
raio-x. Indica-se a retirada cirúrgica. 
Protocolos Anestésicos em Roedores – Pode 
ser aplicado intramuscular ou intraperitoneal. 
Normalmente, utiliza-se Acepromazina (0.5 a 
1mg/kg) ou Diazepan (2.5mg/kg). 
 
 
 
 
• Porquinho da Índia: Cavia porcellus não é 
encontrado naturalmente na natureza, 
descende de espécies como C. aperea, C. 
fulgida e C. tschudi, comumente 
encontradas em várias regiões da América 
do Sul. Pesam de 400 a 600 gramas, 
fêmeas são maiores que machos quando 
maduras sexualmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Gerbilo ou Esquilo da Mongólia: 
Meriones unguiculatus. Encontrados no 
deserto da mongólia. Realizam tocas no 
fundo da areia. Possuem testículos 
pequenos porém visíveis. Realizam 
coprofagia. Tem ligação muito frágil na 
cauda, como estratégia de fuga, se for 
pega de forma inadequada a cauda fica na 
mão, se soltando. 
 
 
 
• Hamster, Hamster Sírio ou Hamster 
Dourado: Mesocricetus auratus. Possuem 
olhos pequenos e com chance de 
exoftalmia na contenção. Incisivos com 
esmalte de cor laranja. 
 
 
 
• Hamster Chinês: Cricetulus griseus, não 
possuem glândulas sudoríparas. Possuem 
bolsas de alimento nas bochechas, onde 
acumulam a comida. Sempre disponibilizar 
no mínimo três abrigos para cada animal. 
 
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• Rato Twister ou Mercol: Rattus 
norvergicus. Estão migrando dos 
laboratórios para as casas, se 
popularizando como pets. Pesam em 
média 240 a 400 gramas, com expectativa 
de vida de 2 a 3 anos. Atingem a 
maturidade sexual em 100 dias, com 
período de gestação de 24 dias. 
 
 
 
• Moco: Nativo do semiárido do Brasil, 
interior do norte. Bastante usado como 
alimento. 
 
 
 
• Porco Espinho Africano e Europeu: 
Hedgehog. Diferente do ouriço (que é 
brasileiro). Tem hábitos noturnos, bastante 
comercializado. Possui o corpo coberto 
por espinhos, úteis na defesa 
contra predadores. 
 
 
 
 
 
 
 
• Chinchila: Chinchilla Lanigera. Expectativa 
de vida de 8 a 10 anos, atinge maturidade 
sexual de 7 a 9 meses. Peso varia de 400 a 
600 gramas, a fêmea sendo um pouco 
maior que o macho. 
 
CAPIVARAS E FEBRE MACULOSA 
Capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) são 
animais sociáveis. Andam em grupos 
numerosos, pesando entre 30 a 70kgs. Possui 
hábitos crepusculares e costumam ser calmas. 
 
Febre Maculosa – Zoonose transmitida ao 
homem e animais, causada pela bactéria 
Rickettsia rickettsi, cocobacilos gram negativos 
intracelulares. Transmitida por espécies de 
carrapatos do gênero Amblyomma. É uma 
doença de notificação compulsória. A capivara é 
uma vítima assim comoos humanos! 
• Rickettsia rickettsi – Grave, registrada no 
norte do Paraná e regiões do sudeste. 
• Rickettsia parkeri – Ambientes da mata 
atlântica, quadros clínicos menos graves. 
O período de incubação em humanos pode ser 
de 2 a 14 dias. A letalidade da doença, quando 
não tratada, pode ser maior que 80%. 
 
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O cão quando infectado desenvolve uma 
forma branda da doença, geralmente 
evoluindo para cura. As capivaras são 
amplificadoras de enfermidade por até 21 dias. 
Sintomas em Humanos – Início súbito, com 
febre moderada a alta, cefáleia, calafrios, 
congestão das conjuntivas, exantema 
maculopapular que inicia em punhos e 
tornozelos e irradia para outros locais. Pode 
também ser assintomática. Alguns problemas 
como torpor, agitação psicomotora e sinais 
meníngeos também são frequentes. 
“Carrapatos devem ser procurados em diversos 
locais conforme a espécie animal, como cloacas, 
cavidade auricular, escamas, orelhas e outros”. 
Amblyomma sculptum 
 
• Machos – Tem testículo, escudo dorsal 
completo por isso não se expande ao se 
alimentar de sangue. 
• Fêmeas – Tem ovários, escuto dorsal 
incompleto, conforme se alimenta de 
sangue vai se expandindo. Faz a postura 
no solo, se desprendendo do hospedeiro e 
indo ao chão, cerca de 10 a 20cm. 
“Para retirar carrapatos, deve-se rotacionar 
levemente e somente após soltar do hospedeiro, 
para evitar que alguma estrutura fique no animal”. 
Profilaxia – O carrapato infectado leva no 
mínimo 4 a 6 horas para transmitir a riquetsia, 
quanto mais rápido retirar os carrapatos do 
corpo, menor será o risco de contrair a doença. 
 
 
 
 
• Usar macacão, calça e camisa de mangas 
longas. Após a utilização, todas peças de 
roupas devem ser colocadas em água 
fervente para retirada dos carrapatos, 
utilizar repelentes. Usar roupas claras para 
facilitar na identificação de carrapatos. 
• Evitar caminhar, sentar ou deitar e áreas 
conhecidamente infectadas por carrapatos. 
• Vistoriar o corpo minuciosamente, atenção 
para formas jovens do carrapato. 
• Tomar banho quente com bucha vegetal. 
• No caso de encontrar carrapato fixado à 
pele, não espremer com unhas, não 
encostar objetos aquecidos. Retirá-lo com 
calma, realizando torções em volta do 
próprio eixo do carrapato. 
 
Controle no Ambiente – Mecânico (roçagem 
do pasto, rente ao solo em meses de verão), 
químico (recomendado em pequenas áreas, 
causam forte impacto no ambiente, fumo de rolo 
não causa danos) e biológico (rodízio de pastos e 
colocar predadores naturais dos carrapatos, plantar 
capim gordura em divisas de pastos). Controle 
efetivo com o uso dos três métodos. 
Protocolo: 
• Soro coletado e enviado ao laboratório; 
• Animais positivos são mantidos vivos, 
porém castrados; 
• Machos alfa não mexe em hipótese 
alguma; 
• Fêmeas negativas e/ou gestantes realiza-se 
eutanásia, assim como macho negativo – 
pois animais positivos transmitirão por via 
sanguínea por média de 60 a 90 dias, 
então realiza a eutanásia em animais 
negativos que não terão anticorpos para 
evitar a transmissão para um maior grupo; 
“A febre maculosa é mais frequente nos homens na 
faixa etária de 20 a 49 anos”. 
 
 
 
 
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TERMOGRAFIA EM ANIMAIS SELVAGENS 
A Termografia Veterinária é uma técnica de 
registro gráfico das temperaturas de diversos 
pontos do corpo por detecção da radiação 
infravermelha emitida por ele. A medição é 
feita por uma câmera termográfica. 
 
Vantagens – Os equipamentos de termografia 
são capazes de detectar temperaturas a partir 
de 0,05ºC. O exame é rápido, não ocasiona 
dor, e não é invasivo, não necessitando de 
contraste ou radiação. É indicado no 
diagnóstico precoce de tumores de mama, por 
exemplo, com semanas de antecedência. 
“Em casos de neoplasias, ocorrem modificações do 
fluxo sanguíneo e do metabolismo das células, com 
produção de óxido nítrico, que estimula a 
angiogenese e consequentemente a vasodilatação”. 
 
Desvantagens – Alto custo do aparelho, além 
do ambiente que deve possuir parâmetros 
controlados, como temperatura, umidade e 
sem vento. Em ambientes de zoológicos, por 
exemplo, as variáveis tendem a interferir na 
obtenção das imagens. Deve ser utilizado 
associado a outros meios de diagnósticos. 
 
Existem alguns desafios na termografia em 
zoológicos, como: 
• Alto custo do aparelho e burocracia; 
• Falta de parâmetros fisiológicos normais 
para cada tipo de espécie; 
• Falta de profissionais habilitados; 
• Necessidade de outros meios para fechar 
um diagnóstico definitivo; 
• Recintos externos; 
• Condições climáticas. 
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