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Campos de produção de sementes

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PRODUÇÃO E 
TECNOLOGIA DE 
SEMENTES 
Francihele Cardoso Müller
Campos de produção 
de sementes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever os atributos que definem a qualidade de uma semente. 
  Identificar as classes de sementes e os respectivos processos de 
certificação.
  Definir os passos de uma inspeção nos campos de sementes. 
Introdução
A demanda por sementes de alta qualidade vem aumentando, uma 
vez que elas são fundamentais no processo de produção. A partir da 
utilização de sementes de qualidade, é possível presumir o compor-
tamento da cultura ao longo do ciclo, bem como seu rendimento. As 
sementes constituem o insumo com maior valor agregado, uma vez que 
seu potencial produtivo é determinado pelo potencial genético inerente 
a elas. Assim, é necessário que o controle do processo produtivo e de 
certificação de sementes instaure as condutas necessárias para que seja 
implementado um campo de produção de sementes, garantindo, dessa 
forma, a manutenção da identidade e da qualidade das sementes.
Neste capítulo, você vai estudar o processo produtivo de sementes, 
quais parâmetros são avaliados para caracterizar sua qualidade e quais 
classificações de sementes estão previstas na legislação brasileira. Além 
disso, conhecerá os passos para a realização das inspeções de campos 
de produção de sementes.
1 Qualidade de sementes
A qualidade de sementes corresponde a um conjunto de atributos, responsáveis 
pela determinação do seu valor para semeadura. Tais atributos são de natureza 
genética, fi siológica, física e sanitária, e apresentam equivalente importância 
para determinar a qualidade de sementes.
Atributos genéticos
Dentre os atributos que garantem a qualidade de sementes, a alta pureza genética 
apresenta-se como um importante parâmetro, uma vez que é pelas caracterís-
ticas intrínsecas da semente que o cultivar expressará plenamente seu ciclo, 
sua produtividade, sua capacidade de resistir a determinadas doenças, suas 
características organolépticas, entre outras (KRZYZANOWSKI et al., 2008).
No caso do milho-doce, por exemplo, a maioria dos híbridos atuais possui 
o gene sh2, capaz de atuar na síntese de carboidratos no endosperma das se-
mentes, apresentando grande aceitação pelos consumidores. No entanto, essas 
sementes têm baixo vigor e produzem plântulas muito frágeis, o que caracteriza 
uma desvantagem (FIGUEIREDO NETO; ALMEIDA; VIEIRA, 2014).
No Brasil, existem diversos programas de melhoramento genético que atuam no 
sentido de produzir cultivares com melhor qualidade genética. Exemplo disso é a 
produção de sementes com maior quantidade de lignina no seu tegumento, o que pro-
porciona maior resistência contra dano mecânico. Outra atividade de melhoramento 
é a seleção de linhagens a partir de metodologias como envelhecimento acelerado 
ou ainda pelo método de deterioração controlada. Dentre as características das se-
mentes que podem ser melhoradas geneticamente, podemos citar impermeabilidade 
à água, resistência a fungos, tamanho, entre outras (FRANÇA NETO et al., 2016). 
Atributos físicos
Quando falamos em atributos físicos de sementes, consideramos fatores como 
pureza física, peso de mil sementes, peso volumétrico e danos mecânicos. A 
pureza de um lote de sementes indica seu padrão de qualidade em relação à sua 
composição. Assim, parâmetros como número de sementes de plantas daninhas 
e outras espécies cultivadas, partículas do solo, restos vegetais, fragmentos 
de sementes, sementes danifi cadas e pedras são parâmetros importantes para 
avaliar a pureza (KRZYZANOWSKI et al., 2008). No sistema de certifi cação 
de sementes brasileiro, existem, para este atributo, padrões estabelecidos para 
os diferentes tipos de sementes, como mostrado no Quadro 1.
Campos de produção de sementes2
Fonte: Adaptado de Brasil (2005).
Semente Básica C1 C2 S1 ou S2
Pureza Semente pura (% mínima) 99,0 99,0 99,0 99,0
Material inerte (%) – – – –
Outras sementes (% 
máxima)
zero 0,05 0,08 0,1
Determinação de outras sementes por número (nº máximo)
Semente de outra espécie cultivada zero zero 1 2
Semente silvestre zero 1 1 1
Semente nociva tolerada zero 1 1 2
Semente nociva proibida zero zero zero zero
Verificação de outros cultivares por 
número (nº máximo)
2 3 5 10
Quadro 1. Padrões de semente de soja no sistema de classificação brasileiro
O Quadro 1 apresenta os padrões de pureza para a cultura da soja, de 
acordo com sua classe, tema que será abordado mais adiante neste capítulo. 
É possível verificar que nas sementes da categoria básica o número máximo 
de sementes de outras espécies que podem ser encontradas junto às sementes 
de soja é bem reduzido. Isso se reflete em um dos atributos que garantem a 
qualidade física dessas sementes.
O peso de mil sementes corresponde a um dado importante na avaliação da 
qualidade das sementes, utilizado para diferentes finalidades. Traz a informação 
sobre o tamanho das sementes, bem como sobre sua maturidade e sanidade 
(BRASIL, 2009). Dessa forma, pode ser utilizado para comparar a qualidade 
de diferentes lotes de sementes, para determinar o rendimento de cultivos e 
ainda para calcular a densidade de semeadura. Esse atributo pode gerar grande 
variabilidade nos valores obtidos, mesmo que dentro de uma mesma espécie.
Com o objetivo de estabelecer o peso de um determinado volume de se-
mentes, o peso volumétrico consiste em mais um método de aferir a qualidade 
de sementes. Quando o volume das sementes é dado em hectolitros e seu 
peso em quilogramas, chamamos essa determinação de peso hectolítrico 
(hl), característica que sofre influências do clima, solo, adubação, maturidade 
3Campos de produção de sementes
da semente, entre outros fatores (BRASIL, 2009). Considerando que esse 
parâmetro refere-se à qualidade da semente, a disponibilidade de nutrientes 
no solo, por exemplo, pode ser um fator determinante no desenvolvimento da 
planta e incorporação desses nutrientes na planta e nas sementes.
O dano mecânico causado às sementes pode ter sua origem durante as 
operações de colheita, secagem, beneficiamento, armazenamento e semeadura 
(Figura 1). 
Figura 1. Semente de soja danificada mecanicamente.
Fonte: Krzyzanowski et al. (2008, p. 3).
Os dados mecânicos podem ser caracterizados como (FRANÇA NETO; 
HENNING, 1984; FLOR et al., 2004; SOUZA et al., 2009):
  visíveis (imediatos), que podem ser constatados a partir da observa-
ção a olho nu em tegumentos quebrados e cotilédones separados e/ou 
quebrados; 
  invisíveis (latentes), que causam abrasões e/ou danos internos ao em-
brião, como trincas microscópicas que podem afetar a germinação, o 
vigor, o potencial de armazenamento e o desempenho da semente no 
campo.
Campos de produção de sementes4
Atributos fisiológicos
Ao observar a uniformidade do estande, a qualidade da semente é facilmente 
verifi cada. Essa qualidade indica um material sadio, de alto vigor, com capa-
cidade de superar as diferentes condições adversas e manter sua vitalidade 
por certo período de tempo, garantindo sua longevidade (POPINIGS, 1977).
A qualidade fisiológica das sementes foi definida por Popinigis (1977) 
como a capacidade de desempenhar funções vitais. O máximo potencial 
fisiológico das semente é alcançado próximo à maturidade. Depois disso, 
elas estão sujeitas à deterioração, seja pela colheita, por condições ambientais 
adversas, durante a secagem, no processamento ou armazenamento, tornando 
um desafio a produção de sementes de alto padrão com germinativo e vigor 
elevados (ALI; RAHMAN; AHAMMAD, 2014; MARCOS FILHO, 2015).
Os parâmetros que influenciam no potencial fisiológico das sementes incluem 
a germinação (viabilidade) e o vigor. Eles controlam a capacidade inerente às 
sementes de expressar suas funções vitais, independentemente das condições am-
bientais, sejam elas favoráveis ou não (MARCOS FILHO, 2015). A germinação 
de sementes é avaliada a partir da observação da emergência e desenvolvimentodas estruturas essenciais do embrião (sistema radicular, parte aérea, gemas 
terminais, cotilédones e coleóptilo em Poaceae). Assim, a semente demonstra 
sua aptidão para produzir uma planta normal sob condições a campo.
A velocidade e a uniformidade com que as plântulas emergem dependem do 
vigor das sementes e das condições ambientais. O vigor das sementes reflete-
-se diretamente na capacidade da planta acumular matéria seca. No entanto, 
quando ocorre o avanço nos estádios de desenvolvimento, esse efeito tende 
a se reduzir, de modo que o desempenho da planta torna-se mais dependente 
das relações genotípicas e ambientais (MARCOS FILHO, 1999).
Dessa forma, podemos afirmar que alta germinação e vigor são pré-requi-
sitos para obtenção de bom estabelecimento de plântulas e, consequentemente, 
alta produtividade (FIGUEIREDO NETO; ALMEIDA; VIEIRA, 2014).
Sanidade
A sanidade da semente refere-se à presença ou ausência de patógenos, como 
insetos, nematoides, bactérias, fungos e vírus. O objetivo da determinação do 
estado sanitário de uma amostra de sementes é obter informações que possam 
ser utilizadas para, por exemplo, fazer uma comparação entre a qualidade 
de diferentes lotes de sementes. Consiste em um parâmetro de avaliação 
importante porque (BRASIL, 2009): 
5Campos de produção de sementes
  agrega valor ao lote de sementes; 
  pode indicar a necessidade e orientar o tratamento de sementes para o 
controle de doenças; 
  esclarece a avaliação de plântulas e as causas de baixa germinação e 
vigor, complementado o teste de germinação.
A semente não é um grão que germina, pois ela apresenta atributos genéticos, físicos, 
fisiológicos e sanitários que garantem o desempenho agronômico, ponto-chave para 
o sucesso de uma lavoura. O grão, por sua vez, não é detentor desses atributos, mesmo 
que muitas vezes possa germinar.
2 Classes de sementes e seu processo 
de certificação
As sementes são identifi cadas de acordo com seu processo de produção e, a 
partir da Lei nº 10.771, de 5 de maio de 2003 (BRASIL, 2003), que dispõe 
sobre o Sistema Nacional de Semente e Mudas, a classe de semente fi scalizada 
foi extinta, passando a classifi car as sementes em genética, básica, certifi cada 
de primeira geração e certifi cada de segunda geração. Ademais, essa lei reco-
nhece as sementes crioulas, também chamadas de cultivar local ou tradicional, 
aquelas desenvolvidas, adaptadas ou produzidas por agricultores familiares, 
assentados da reforma agrária ou indígenas.
A classificação de sementes exige muitos passos para que as sementes 
produzidas sejam de qualidade. Para a classificação, ocorrem inspeções a 
campo, coletas de amostras e análises dos atributos que são responsáveis por 
indicar a qualidade das sementes. 
As sementes podem ser produzidas nas seguintes classes (BRASIL, 2003; 
BRASIL, 2004; LOPES; ELLERES, 2008):
  Semente genética — material obtido a partir do melhoramento de 
plantas, sob a responsabilidade e controle direto do seu obtentor ou in-
trodutor, mantendo suas características de identidade e pureza genética.
Campos de produção de sementes6
  Semente básica — material obtido da reprodução de semente genética, 
garantindo sua identidade genética e pureza varietal.
  Semente certificada de primeira geração (C1) — material proveniente 
da reprodução vegetal de semente genética ou básica.
  Semente certificada de segunda geração (C2) — material proveniente 
da reprodução vegetal de semente genética, de semente básica ou de 
semente certificada de primeira geração.
  Semente S1 — material de reprodução vegetal, produzido fora do 
processo de certificação, proveniente da reprodução de C1 e C2, de 
semente básica ou de semente genética, ou ainda de materiais sem 
origem genética comprovada, que sejam previamente avaliados, e que 
sejam de espécies previstas em normas estabelecidas pelo Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
  Semente S2 — material de reprodução vegetal produzido fora do pro-
cesso de certificação, proveniente da reprodução de S1, C1, C2, semente 
básica ou genética, ou de materiais sem origem genética comprovada, 
que sejam previamente avaliados, e que sejam de espécies previstas em 
normas estabelecidas pelo MAPA.
A certificação de sementes é uma das atividades expressas na Lei nº 10.771 
e compreendida pelo Sistema Nacional de Sementes e Mudas, consistindo no 
processo que tem como objetivo a produção de sementes diante do controle de 
qualidade em todas as suas etapas, desde sua origem genética até o controle de 
gerações. Conforme o Art. 2º dessa lei, o certificador, pessoa física ou jurídica, 
deve estar inscrito no Registro Nacional de Semente e Mudas (Renasem) 
como produtor de sementes, credenciado pelo MAPA, o qual é responsável 
pelo controle do processo de certificação, supervisão, auditoria e fiscalização.
As tarefas de produção e certificação de sementes devem ser realizadas sob a su-
pervisão e acompanhamento do responsável técnico em todas as fases do processo, 
inclusive nas auditorias. A certificação é executada por um certificador ou entidade 
certificadora diante o controle de qualidade em todas as etapas de produção, inclusive 
o conhecimento da origem genética e o controle de geração. Assim, garante-se que 
o processo se encontra em conformidade com o estabelecido em regulamento e 
normas de certificação (BRASIL, 2004).
7Campos de produção de sementes
Atualmente, a agricultura tem demandado a utilização de tecnologias que 
resultem em produtividade e sustentabilidade, com mínimo impacto sobre o 
meio ambiente. A utilização de sementes certificadas de alta qualidade tem 
demonstrado grande importância, com benefício diretos e indiretos (Figura 2).
Figura 2. Benefícios da certificação de sementes.
Fonte: Adaptada de Melo e Almeida (2014).
Por fim, é possível afirmar que as sementes de alta qualidade são respon-
sáveis pela população adequada de plantas na lavoura e por maior velocidade 
de emergência e desenvolvimento das plantas. Considerando todos os aspectos 
envolvidos na qualidade das semente e suas implicações na implementação e 
produtividade das culturas, a importância da utilização de sementes de alta 
qualidade e origem conhecida é clara (BRASIL, 2009).
3 Inspeção de campos de sementes
O processo de produção de sementes passa por diferentes etapas. Dentre elas, 
a inspeção de campos é a mais importante para que se obtenham sementes 
com a mais alta qualidade em termos de pureza genética, física e sanitária de 
um cultivar. É nessa etapa que tais parâmetros são avaliados e verifi cados, 
conferindo seu enquadramento nos padrões de qualidade estabelecidos para 
cada cultura (BRASIL, 2011).
Campos de produção de sementes8
Fases de desenvolvimento da cultura e inspeção
De acordo com Brasil (2011), ao longo do desenvolvimento das culturas existem 
estádios que evidenciam características agronômicas e morfológicas. Assim, a 
realização das inspeções deve ocorrer prioritariamente nessas fases. Portanto, 
cada cultura com padrões estabelecidos deve cumprir com certas etapas de 
inspeção. Em culturas que não possuem padrões estabelecidos, a inspeção 
deve ocorrer obrigatoriamente nas fases de fl orescimento e pré-colheita. A 
seguir, são listadas as fases de desenvolvimento das culturas de propagação 
sexuada consideradas para fi ns de realização das inspeções:
  Pós-emergência — período entre a emergência das plântulas até início 
do florescimento.
  Floração — período em que as flores estão abertas, o estigma encontra-
-se receptivo e a antera está liberando pólen. Quando verifica-se 50% 
ou mais de plantas florescidas, é considerado período de floração plena.
  Pré-colheita — período em que a semente torna-se mais dura e alcança 
ou se aproxima da maturação fisiológica. 
  Colheita — período em que a semente encontra-se fisiologicamente 
madura e seca o suficiente ou úmida.
É importante que se realize no mínimo as inspeções obrigatórias nas fases 
apropriadas. No Quadro2 são indicados, para algumas culturas, os números 
mínimos de inspeções e os períodos em que deverão ser efetuadas.
Cultura/categorias
Nº mínimo 
de inspe-
ções
Distância mínima (m)
Básica C1 C2 S1 e S2
Algodão:
Entre cultivares diferentes
Entre espécies diferentes do 
mesmo gênero
2
250
800
250
800
250
800
250
800
Arroz:
Plantio em linha
Plantio a lanço
2
3
15
3
15
3
15
3
15
Quadro 2. Número mínimo de inspeções e distâncias de isolamento para campos de 
produção de sementes
(Continua)
9Campos de produção de sementes
Fonte: Adaptado de Brasil (2011).
Cultura/categorias
Nº mínimo 
de inspe-
ções
Distância mínima (m)
Básica C1 C2 S1 e S2
Aveia branca e aveia amarela 2 3 3 3 3
Azevém:
Sem bordadura
Com bordadura de 5 metros
2
300
200
100
50
50
25
20
25
Feijão e feijão caupi 2 3 3 3 3
Girassol 2 2.000 1.000 1.000 1.000
Mamona 2 1.000 1.000 1.000 1.000
Milho:
Híbridos e variedades 
especiais
Demais variedades
2
400
200
400
200
400
200
400
200
Soja 2 3 3 3 3
Sorgo:
Cultivares de mesmo grupo
Cultivares de grupos 
diferentes
2
300
600
300
600
300
600
300
600
Trevo:
Área menor que 2 há
Área maior que 2 ha
2
300
200
200
100
100
50
100
50
Trigo 2 3 3 3 3
Tricale 2 3 3 3 3
Forrageiras tropicais:
Espécies autógamas e 
apomíticas
Espécies alógamas
2
3
300
3
300
3
300
3
300
Canola 2 200 200 200 200
Cevada e centeio 2 3 3 3 3
Quadro 2. Número mínimo de inspeções e distâncias de isolamento para campos de 
produção de sementes
(Continuação)
Campos de produção de sementes10
Fontes, tipos e localização de contaminantes
Os fatores que devem ser observados durante inspeções de campo são variáveis, 
ou seja, são avaliados de acordo com a cultura e sua fase de desenvolvimento. 
As fontes de contaminação podem ser: 
  genética — corresponde às plantas da mesma cultura, porém de outros 
cultivares e de espécies semelhantes com capacidade de polinizar a 
cultura e produzir sementes; 
  física — corresponde a sementes de plantas da mesma espécie e de 
outros cultivares, plantas de culturas vizinhas, de outras culturas, 
silvestres e aquelas com sementes que contenham patógenos (com 
a tecnologia de organismos geneticamente modificados surgiu uma 
nova fonte);
  presença adventícia de eventos geneticamente modificados.
Dentre as fontes de contaminantes, apenas a contaminação física poderá, em 
alguns casos, ser verificada após sua ocorrência, podendo estar presente dentro 
ou fora (muito próxima) do campo de produção. No Quadro 2, encontram-se 
as distâncias mínimas de isolamento para algumas culturas, para que não haja 
contaminação de fora do campo de produção.
Já os tipos de contaminantes podem ser classificados nas seguintes 
categorias:Plantas atípicas — aquelas da mesma espécie da cultura, mas 
que se diferenciam por características como ramificação, pintas, cor, ciclo 
de maturação, entre outros, ou ainda a planta que libera pólen indesejável na 
produção de linhagens progenitoras de híbridos.
  Plantas atípicas de difícil separação das semente no beneficiamento 
— são consideradas as plantas da mesma espécie e de cultivar diferente, 
com características agronômicas distintas; plantas de espécie cultivada, 
ou seja, de outra espécie de interesse agrícola; plantas de espécie nociva, 
que produzem sementes que são difíceis de erradicar do campo ou de 
difícil separação e remoção no beneficiamento; plantas de espécie nociva 
proibida, cuja presença de suas sementes representa um risco econômico 
11Campos de produção de sementes
para a cultura e não é permitida juntamente às sementes do lote; plantas 
de espécie nociva tolerada, cuja presença de suas sementes juntamente 
à amostra é permitida dentro dos limites estipulados; plantas de espécie 
invasora silvestre, que produz sementes silvestres reconhecidas como 
invasoras e sua presença na amostra é limitada.
  Pragas — espécies, raças ou biótipo de vegetais, animais ou agentes 
patogênicos nocivos aos vegetais ou produtos vegetais.
Amostragem para inspeção
A inspeção diz respeito à estimativa da qualidade a partir de seis subamostras, 
independentemente da espécie. Assim, será possível fazer a determinação 
da excelência do campo e tomar a decisão de aceitá-lo ou rejeitá-lo. A amos-
tra de inspeção consiste em um percurso através do campo de produção de 
sementes, com delimitação de subamostras para realização da contagem de 
contaminantes. A subamostra, por sua vez, consiste em áreas cujo tamanho 
específi co é aferido de acordo com o limite de tolerância para fatores conta-
minantes, sempre tomadas ao acaso dentro do percurso de inspeção onde são 
feitas as observações.
Para realizar a amostragem de um campo, é necessário seguir dois requisitos 
básicos: um padrão de percurso que permita a observação das subamostras 
e possibilite a visão geral da uniformidade do campo e um sistema de amos-
tragem representativo que possibilite a verificação da presença ou não de 
plantas atípicas.
Para percorrer um campo de sementes, é importante utilizar um modelo de 
percurso. Como os campos possuem formas irregulares e variáveis, o padrão 
pode ser adaptado à forma de cada um, de modo a permitir que o inspector 
possa observar todas as partes do campo, das laterais ao centro, percorrendo 
subamostras em todas as partes do caminhamento casualmente. Na Figura 3, 
é possível visualizar um modelo de inspeção de um campo de produção de 
sementes de formato retangular, identificando a localização de seis subamostras 
ao longo do percurso.
Campos de produção de sementes12
Figura 3. Inspeção de um campo de produção de sementes, mostrando 
seis locais de subamostras tomadas ao acaso durante o percurso.
Fonte: Brasil (2011, p. 31).
Para iniciar a inspeção no campo, o inspector deve possuir um croqui 
indicando o modelo de percurso a ser utilizado, no qual serão assinaladas 
ao acaso as localizações das subamostras. O tamanho dessas subamostras 
é variável, de acordo com os limites de tolerância para os contaminantes. O 
conjunto das subamostras forma a amostra de inspeção.
Quanto ao tamanho da amostra de inspeção, recomenda-se que tenha 
tamanho suficiente para incluir a ocorrência de três plantas atípicas e se manter 
dentro dos limites de tolerância dos padrões.
13Campos de produção de sementes
Vejamos um exemplo de determinação do tamanho da amostra para realização 
de inspeção: se os padrões para determinada cultura permitem plantas atípicas ou 
contaminantes na proporção de 1/5000, então a amostra para inspeção deve incluir 
15 mil plantas.
No que diz respeito à inspeção de campos de produção, é indispensável que 
os responsáveis tenham preparo prévio para exercer essa atividade. Assim, a 
partir do que foi aqui discutido, podemos concluir que é de grande importância no 
processo de obtenção de sementes com alta qualidade conhecer bem a origem e 
a categoria do cultivar a ser implantado em um campo de produção de sementes.
ALI, M.R.; RAHMAN, M. M.; AHAMMAD, K. U. Effect of relative humidity, initial seed 
moisture content and storage container on soybean (Glycine max L. Meril.) seed quality. 
Bangladesh J. Agril. Res., v. 39, n. 3, p. 461-469, 2014. 
BRASIL. Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004. Aprova Regulamento da Lei nº 10.711, 
de 5 de agosto de 2003. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 6-18, 26 jul. 2004. 
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2004/decreto-5153-23-
julho-2004-533120-norma-pe.html. Acesso em: 2 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003. Dispõe sobre o Sistema Nacional de 
Sementes e Mudas. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 1-4., 6 ago. 2003. 
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.711.htm. Acesso 
em: 2 nov. 2020.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Guia de inspeção de cam-
pos para produção de sementes. 3. ed. Brasília: MAPA/ACS, 2011. Disponível em: https://
www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-agricolas/arquivos-publicacoes-insumos-agricolas/3494_guia_de_inspecao_sementes.pdf. 
Acesso em: 3 nov. 2020.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 25, 
de 16 de dezembro de 2005. Estabelece normas específicas e os padrões de identidade 
e qualidade para produção e comercialização de sementes de algodão, arroz, aveia, 
azevém, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trevo vermelho, trigo, trigo duro, 
triticale e feijão caupi. Brasília, DF: MAPA, 2005. Disponível em: https://www.normas-
brasil.com.br/norma/instrucao-normativa-25-2005_75583.html. Acesso em: 3 nov. 2020.
Campos de produção de sementes14
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de 
sementes. Brasília, DF: MAPA/ACS, 2009. 
FIGUEIREDO NETO, A.; ALMEIDA, F. A. C.; VIEIRA, J. F. Comercialização e qualidade de 
sementes. In: BARROS NETO, J. J. S. et al. Sementes: estudos tecnológicos. Aracaju: IFS, 
2014. p. 213-240.
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Leitura recomendada
SCHUCH, L. O. B. et al. Sementes: produção, qualidade e inovação tecnológica. 1. ed. 
Pelotas: UFPel, 2013.
15Campos de produção de sementes
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