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Regionalização Mundial - Olhar Socioeconômico Regionalizar significa segmentar ou classificar uma dada área do espaço geográfico ou do meio natural conforme um critério previamente estabelecido. Essa forma de conceber o espaço em que vivemos é útil para melhor compreendermos algumas de suas particularidades e a reprodução de um mesmo fenômeno em diferentes localidades. Um desses critérios utilizados é o sociopolítico e financeiro, que é empregado na regionalização socioeconômica do mundo. Essa classificação baseia-se nos padrões atuais de qualidade de vida e consistência econômica entre os países. Em geral, esse tipo de regionalização costuma obedecer às fronteiras nacionais, ou seja, não qualifica as diferenças socioespaciais no âmbito econômico das áreas pertencentes a uma mesma unidade territorial. Essa forma de regionalização mudou conforme as transformações políticas no âmbito internacional. Durante a Guerra Fria, quando o mundo via-se inserido em uma ordem mundial bipolar, realizava-se a seguinte divisão: ● Países de Primeiro Mundo – países capitalistas desenvolvidos, basicamente formados por Estados Unidos, Europa e Austrália, além de alguns outros territórios. ● Países de Segundo Mundo – países autodeclarados socialistas e que se estabeleceram com base em uma economia planificada, ou seja, sob o total controle do Estado. ● Países de Terceiro Mundo – países subdesenvolvidos ou periféricos, ou os “países não alinhados”, embora praticamente todos se inserissem no sistema capitalista e economia de mercado. Com a queda do Muro de Berlim, o esfacelamento da União Soviética e o consequente declínio do chamado segundo mundo, a classificação acima perdeu o sentido. Além disso, alguns critérios foram adicionados, levando a questão para o âmbito puramente econômico e social, abandonando o extrato político. Assim, hoje, a regionalização do mundo na Nova Ordem Mundial costuma ser operada da seguinte forma: o norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido. Observe no mapa ao lado que a regionalização norte-sul do mundo não contempla a oposição entre os hemisférios correspondentes, pois existem países localizados no norte geográfico que se encontram no sul subdesenvolvido e vice-versa. É importante considerar que, entre os países do sul, há certa pluralidade envolvendo os países emergentes de economia industrializada – como Brasil, Índia, China e México – e os países periféricos essencialmente rurais, como alguns territórios na América Central e na África Subsaariana. https://www.preparaenem.com/geografia/nova-ordem-mundial.htm Centro, a Periferia e a Semiperiferia do Mundo Uma regionalização muito usada hoje é aquela que divide o mundo em países centrais e periféricos e semiperiféricos. Os países centrais estão no centro das decisões mundiais, são desenvolvidos, industrializados, avançados tecnologicamente e exercem uma forte dominação econômica e financeira sobre as áreas periféricas. Apresentam elevado padrão de vida da maior parte de suas populações. Já os países periféricos são subdesenvolvidos, geralmente pouco industrializados, com economia baseada no setor primário (agricultura, pecuária e extrativismo) e com forte dependência financeira e tecnológica em relação aos países centrais. Suas economias são instáveis e passam por crises periódicas. Possuem graves problemas sociais, resultantes da pobreza e da má distribuição da renda. É o caso de grande parte dos países asiático, latino-americanos e africanos. Porém, um grupo menor de países da periferia é industrializado. Esses países se industrializaram após a Segunda Guerra Mundial à custa de investimentos externos. Possuem riqueza e modernidade, mas enormes desigualdades sociais. É o caso do Brasil, México, Argentina e África do Sul. Já na Ásia, alguns países se industrializaram a partir da década de 1960 e 1970, transformando-se em importantes centros financeiros e comerciais, denominados Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong). Tais países são conhecidos também pela sigla NICs (New Industrialized Countries). O sociólogo Immanuel Wallerstein cunhou o termo países semiperiféricos para se referir a essas nações que mesclam algumas características dos países centrais, como elevado nível de industrialização, com muitas características dos países periféricos, como os graves problemas sociais. Hoje, esses países são também denominados países emergentes. Eles têm grande crescimento econômico (às vezes acima da média mundial), um mercado interno em expansão e são atrativos para investimentos de empresas estrangeiras (tanto investimentos produtivos como financeiros). A periferia mais pobre A periferia mais pobre é formada por países paupérrimos e menos industrializados do planeta. Nesse grupo está a imensa maioria das nações do Sul, como as da África Subsaariana, da América Central e algumas nações asiáticas (Afeganistão, Iraque, Mianmar e Camboja, por exemplo). São economias com pouca viabilidade de desenvolvimento no início do século XXI. Apenas possuem mão de obra e matérias primas baratas para oferecer, elementos esses cada vez mais desvalorizados na nova ordem mundial. Provavelmente enfrentarão o agravamento de sérios problemas como a escassez de alimentos, empregos, escolas, moradias decentes etc. Características da periferia mais pobre: ● Baixo nível de industrialização, de conhecimento científico e tecnológico. ● Rede de transporte e meios de comunicação deficientes. ● Baixa produtividade na agricultura que geralmente emprega numerosa mão de obra. ● Cidades com crescimento acelerado e cercadas por bairros pobres e miseráveis. ● Baixo nível de vida da maioria da população, com expectativa de vida muito baixa. ● Crescimento populacional elevado com famílias numerosas. ● Grande número de crianças em idade escolar fora das escolas. Divisão em Continentes Uma das formas de regionalização mais conhecidas é o agrupamento dos países em continentes. O principal critério é a extensão contínua das grandes porções de terras emersas. No entanto, aspectos de caráter histórico, cultural e social também são considerados em sua formulação.
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